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ATIVIDADE DE DIREITO DE FAMÍLIA 1) O casamento pode ser nulo ou anulável ou sofrer restrições ou sanções. Como se denominam tais impedimentos e quais os dispositivos legais que os regulam? R: O CC, em sua parte especial, demonstra os impedimentos e as causas suspensivas, que tem por objetivo impedir temporária ou permanentemente o casamento. Dentro de cada uma delas estão enumeradas várias formas para que se configure a nulidade do casamento ou a sua suspensão. Para Maria Helena Diniz (2013, p. 81) “percebe-se que o objetivo do nosso legislador foi evitar uniões que afetem a prole, a ordem moral ou pública, por representarem um agravo ao direito dos nubentes, ou aos interesses de terceiros”. Vendo que os impedimentos contidos expressamente a partir do art. 1521, trata-se da falta de requisitos para validade do casamento, podendo já citar o inciso II, que dispõe sobre a proibição do casamento entre os afins em linha reta. Da mesma forma, a partir do art. 1523 vem tratando das causas suspensivas, onde há as hipóteses de suspensão do processo de celebração. Mas, como apontado por Maria Berenice Dias (2007, p. 149), “nenhum desses impedimentos veda a celebração do matrimônio. Desatendidas as restrições legais, o casamento não é nulo nem anulável. As sequelas são exclusivamente patrimoniais. A lei impõe o regime de separação de bens”. 2) A mulher cujo marido teve declarada ausência pode casar-se novamente? R: Sim, o novo Código Civil fala em seu art. 1.571, § 1º., a dissolução do casamento pela ausência do outro cônjuge em decisão judicial transitada em julgado. Pode agora, o cônjuge do ausente, optar entre pedir o divórcio para se casar novamente ou esperar pela presunção de morte, que se dá com a conversão da sucessão provisória em definitiva. O divórcio, embora mais rápido, tem a desvantagem de fazer o cônjuge perder o direito à sucessão. Com efeito, sendo o cônjuge herdeiro ainda que haja descendentes ou ascendentes do de cujus (ou, no caso, do ausente), nos termos do art. 1.829 do novo Código, precisará, não obstante, conservar a posição de cônjuge até a conversão da sucessão provisória em definitiva, quando, só então, haverá realmente a vocação hereditária. Se se divorciar antes, embora tendo a vantagem de poder se casar novamente desde logo, terá a desvantagem de perder a capacidade sucessória do ausente. 3) Pode duas pessoas, portadoras de síndrome de Down que trabalham, casar- se? R: Sim, assim como qualquer outra pessoa, os portadores da síndrome aprendem, estudam, trabalham, têm sentimentos profundos, amam, são capazes de ser amados, se divertem e são muito responsáveis. Além de tudo isso, grande parte deles são muito mais verdadeiros e autênticos em seus sentimentos humanos e religiosos do que a maioria das pessoas. Em resumo, não só podem, como devem ocupar um lugar próprio e digno na sociedade e na Igreja, participando assim de todos os sacramentos, desde que estejam aptos, como se espera de qualquer outra pessoa. 4) Quais são as principais distinções entre o casamento nulo e casamento anulável? R: A declaração de nulidade do casamento torna-o sem validade desde o dia em que fora celebrado, tendo, portanto, o efeito ex tunc, e não produz os efeitos civis do matrimônio perante os contraentes, salvo nos casos de boa-fé dos nubentes. A nulidade do matrimônio gera os seguintes efeitos jurídicos: manutenção do impedimento de afinidade; proibição de casamento de mulher nos 10 (dez) meses subsequentes à dissolução do casamento; e a atribuição de alimentos provisionais à mulher enquanto aguarda a decisão judicial. A anulação do casamento tem efeito ex nunc, isto é, mesmo sendo anulado produz efeitos até a data de declaração de anulação, e é passível de ratificação. A ação de anulação do casamento tem prazos para sua propositura, ao contrário da ação de nulidade, esta que não tem prazo para propositura. 5) No Brasil, a família patriarcal foi, sobretudo, fruto de uma concepção autoritária da natureza das relações entre seus membros, que teve origem no direito português do qual se originou. Examine duas características dessa concepção patriarcal contidas no Código Civil de 1916 e compare com as alterações trazidas pelo Código Civil de 2002. R: A concepção patriarcal que inspirou o CC de 1916 elevava o homem à condição de superioridade em relação a mulher. Este preceito refletia os ideais da época que não considerava a igualdade de gênero. O homem pai de família e provedor, era chefe hierárquico da organização familiar, enquanto pai e marido. Tais características autoritárias, ajudaram a moldar a teoria das incapacidades daquele tempo. O CC/16, por exemplo, determinava que as mulheres casadas eram relativamente incapazes (art. 6º,II), retirando-lhes a oportunidade de gestão e autonomia sobre questões sensíveis, tais como planejamento familiar, gestão financeira e carreira. O CC/02, por sua vez, surgiu sob a égide da Constituição de 1988, diploma responsável por valorizar a dignidade da pessoa humana e exprimir diretrizes de igualdade entre homens e mulheres. Homem e mulher possuem direito de se divorciar ou de permanecerem casados e devem exercer, com paridade, poder de guarda e decisão sobre a criação dos seus filhos e direção da sociedade conjugal (Arts. 1567 e 1568, ambos do CC/02).
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