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MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO Hudson Goto Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer a microestrutura, as características do aço e a diferença entre aço-carbono e aço-liga. � Identificar as etapas de produção, os tratamentos e as influências do aço nas propriedades mecânicas. � Conceituar e apresentar os tipos de aço comercial: semiacabados, planos e longos. Introdução Assim como outros materiais da construção civil, o aço é um material antigo, posterior à idade do ferro, que surgiu ainda no período anterior à era cristã, empregado principalmente para a fabricação de armas, facas e espadas (NAVARRO, 2006). Porém, é somente no século XIX que o aço é produzido em larga escala, após a Revolução Industrial. O domínio da técnica de produção, aliada à abundância de matéria-prima existente para a sua produção, confere ao aço fortes vantagens em relação aos seus materiais concorrentes, fazendo desta liga metálica um dos mais importantes materiais da sociedade moderna. No Brasil, a abundância de minério de excelente qualidade favorece a produção nacional, que atualmente ocupa a 10ª posição em exportação mundial de aço, movi- mentando cerca de U$$ 5,8 bilhões e exportando para mais de 100 países e tendo a construção civil como consumidor principal. Neste capítulo, você estudará sobre o aço, começando desde a sua microestrutura, até as suas composições e propriedades mais avaliadas para sua utilização. Ampliando ainda mais o conhecimento, você conhe- cerá os processos produtivos que resultam nos diferentes tipos de aços e seus comportamentos, bem como os diversos produtos disponíveis no mercado para utilização na construção civil. Microestrutura, características e diferença entre aço-carbono e aço-liga O aço é uma liga metálica composta de ferro e pequenos teores de carbono, entre 0,002% a 2%, aproximadamente, sendo que os aços estruturais utilizados na construção civil podem apresentar teores de carbono em torno de 0,18% a 0,25%. Como outros metais, o aço se solidifica por meio da formação de cristais, que crescem em diferentes direções, formando os eixos de cristalização. A partir de um eixo principal, crescem os eixos secundários, desdobrando-se em novos eixos e assim por diante, até que toda a massa do metal torne-se sólida. O conjunto formado pelos eixos principal e secundário de um cristal é denominado “dendrita”. Quando duas dendritas se encontram, origina-se uma superfície de contato e, ao término do processo de cristalização, cada uma forma os grãos que compõem o metal, que, após sua solidificação completa, é constituído de inúmeros grãos, justapostos e unidos, conforme mostrado na Figura 1 (FERRAZ, 2003). Figura 1. Esquema estrutural de uma dendrita. Fonte: Ferraz (2003, p. 2). Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais2 O aço é constituído de um agregado cristalino, cujos cristais (grãos) encontram-se justapostos. As propriedades do aço dependem muito de sua estrutura cristalina, ou seja, da composição química, do tamanho dos grãos e da uniformidade. Os tratamentos térmicos, bem como os trabalhos mecânicos, modificam em maior ou menor intensidade alguns desses aspectos (arranjo, dimensões, formato dos grãos) e, consequentemente, podem levar a alterações nas propriedades de um determinado tipo de aço, conferindo-lhe características específicas — mole ou duro, quebradiço ou tenaz, etc. (FERRAZ, 2003). Segundo Pfeil e Pfeil (2009), as seguintes características físicas podem ser consideradas em todos os tipos de aço estrutural, considerando uma faixa normal de temperatura atmosférica. � Módulo de elasticidade: E = 200.000 MPa � Coeficiente de Poisson: ʋ = 0,3 � Coeficiente de dilatação térmica: β = 12 × 10-6/ºC � Massa específica: ρ = 7.850 kg/m³ As propriedades mecânicas constituem as características mais importantes dos aços para sua aplicação na engenharia, pois os trabalhos desenvolvidos nas fases de projeto e execução são baseados nesses conceitos. Por exemplo, quando uma barra de aço é submetida ao esforço de tração crescente, ela se deforma progressivamente, aumentando o seu comprimento e apresentando um comportamento conforme o gráfico da Figura 2 (DIAS, 2002). Primeiramente, a deformação linear específica (ԑ), a tensão (σ) e o módulo de elasticidade (E) podem ser descritos da seguinte forma: No início da aplicação da tensão, na fase elástica, o material segue a lei de Hooke, apresentando um comportamento elástico, ou seja, sua deformação será proporcional ao esforço aplicado, o que pode ser observado no trecho retilíneo do gráfico da Figura 2, a seguir. A constante de proporcionalidade (α) é denominada de módulo de elasticidade ou módulo de deformação lon- gitudinal, até atingir o limite de proporcionalidade. Após esse limite, inicia-se a fase plástica, em que as deformações conti- nuam crescentes, porém sem variação de tensão, verificado no patamar de escoamento. O valor constante da tensão, nessa fase, é denominado limite de escoamento do aço (LE). 3Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais Figura 2. Diagrama tensão-deformação para o aço. Fonte: Dias (2002, p. 26). Tensão (σ) Deformação linear especí�ca (ε) Limite de proporcionalidade “Fase” elástica OC “Fase” plástica Patamar de escoamento Encruamento “Fase” de ruptura Limite de escoamento LE Limite de resistência LR A partir do gráfico da Figura 2, pode-se descrever, passo a passo, o com- portamento de um aço utilizado na construção civil sob ação do esforço de tração (DIAS, 2002). Ultrapassando o patamar de escoamento, mas ainda na fase plástica, a estrutura interna do aço rearranja-se e o material atinge o encruamento, quando se verifica novamente a variação de tensão com a deformação, porém de forma não linear. O valor máximo da tensão é denominado de limite de resistência do aço (LR). O limite de escoamento de um material é calculado pela divisão da carga máxima que ele suporta, antes de escoar, pela área da seção transversal inicial do corpo de prova. Essa constante física é a mais importante no cálculo de estruturas de aço, devendo-se impedir que essa tensão seja atingida nas seções transversais das barras. O limite de resistência à tração é calculado pela divisão da carga máxima que ele suporta, antes da ruptura, pela área da seção transversal inicial do corpo de prova. Esse limite é expresso em unidade de tensão (MPa, kN/cm² ou kfg/cm²). Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais4 O aço ainda apresenta algumas características que podem ser citadas, como: ductilidade, fragilidade, resiliência, elasticidade, plasticidade, tenacidade, dureza, efeitos da temperatura elevada e fadiga (PFEIL; PFEIL, 2009). A ductilidade pode ser definida como a capacidade que o material tem de sofrer deformações plásticas sob a ação de cargas, sem que ocorra o rom- pimento. Pode ser medida por meio da estricção (ou alongamento) (ε), que é a redução da área da seção transversal do corpo de prova ensaiado. Quanto mais dúctil for o aço, maior será a redução da área da seção transversal ou do alongamento antes do momento da ruptura. Para as estruturas metálicas, a ductilidade permite a redistribuição de tensões locais elevadas. Essa caracte- rística tem grande importância, pois os mecanismos de ruptura são precedidos de grandes deformações, fornecendo, assim, “avisos” da atuação de cargas elevadas (DIAS, 2002; PFEIL; PFEIL, 2009). Já a fragilidade é o oposto da ductilidade, pois a ruptura ocorre sem aviso prévio, provocando situações perigosas. Os aços podem tornar-se frágeis pela ação de alguns agentes, como as baixas temperaturas, os efeitos térmicos cau- sados por soldas, etc. Como exemplo, diversos acidentes com navios e pontes foram provocados pela fragilidade do aço, como resultado do procedimento inadequado de solda.Outra característica é a resiliência, definida como a capacidade de absorver energia mecânica em regime elástico, ou seja, de restituir energia mecânica absorvida. A elasticidade é a característica que o material tem de voltar à forma original após sucessivos ciclos de carregamento e descarregamento, que ocorre devido à natureza cristalina dos metais, com presença de planos de escorre- gamento no interior do reticulado (DIAS, 2002). A plasticidade, ao contrário da elasticidade, é a deformação permanente, resultado da tensão igual ou superior ao limite de escoamento, provocando o deslocamento permanente dos átomos que constituem o material (DIAS, 2002). Já a tenacidade é a energia total, elástica e plástica, que o material pode absorver por unidade de volume, até a sua ruptura. A dureza é a capacidade de resistência ao risco ou à abrasão, sendo medida pela resistência que a superfície do material oferece à penetração de uma peça de maior dureza. 5Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais As temperaturas elevadas também modificam as propriedades físicas dos aços, sendo que temperaturas superiores a 100ºC tendem a eliminar o limite de escoamento bem-definido, reduzindo as resistências ao escoamento (fy) e à ruptura (fu), bem como o módulo de elasticidade (E). As temperaturas elevadas, acima de 250ºC, também provocam fluência nos aços. A fadiga é um processo que ocorre quando peças metálicas trabalham sob efeito de esforços repetidos, podendo ocorrer a ruptura em tensões infe- riores às obtidas nos ensaios estáticos. Essa propriedade é importante para o dimensionamento de peças sob ação de efeitos dinâmicos importantes, como peças de máquinas, pontes, etc. Uma das formas mais comuns de classificação dos aços considera a sua composição química, conforme o sistema de designação SAE — AISI (Society of Automotive Engineers — American Iron and Steel Institute), em que se podem citar os aços-carbono e aços-liga (ou de baixa liga). Ambos podem receber tratamentos térmicos que modificam suas propriedades mecânicas (PFEIL; PFEIL, 2009). Os aços-carbono são os mais usuais, tendo em sua composição a adição de carbono em até 2%, que proporciona o aumento de resistência em rela- ção ao ferro puro. De acordo com a NBR 6215:2011, o aço-carbono contém elementos de liga apenas em teores residuais máximos admissíveis, como Cr = 0,20%, Ni = 0,25%, Al = 0,10%, B = 0,0030% e Cu = 0,35%), com os teores limites máximos de Si = 0,60% e Mn = 1,65% (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011a; DIAS, 2002; PFEIL; PFEIL, 2009). Os aços-carbono podem ser divididos em três classes, de acordo com o teor nominal de carbono (DIAS, 2002). � Baixo carbono: C ≤ 0,30%. � Médio carbono: 0,30% < C < 0,50%. � Alto carbono: C ≥ 0,50%. A adição de carbono aumenta a resistência e a dureza do composto, reduzindo a sua ductilidade, o que acarreta em problemas nos processos de soldagem. Os aços-carbono com até 0,30% de carbono em sua com- posição podem ser soldados sem maiores precauções, sendo, portanto, os mais adequados à construção civil. O Quadro 1 apresenta as principais características e aplicações dos aços-carbono (DIAS, 2002; PRAVIA; DREHMER, 2004). Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais6 Fonte: Adaptado de Dias (2002, p. 31). Classe Limite usual de resistência (MPa) Características Principais aplicações Baixo carbono < 440 Boa tenacidade, conformabilidade e soldabilidade Pontes, edifícios, navios, caldeiras, tubos, estruturas mecânicas, etc. Médio carbono 440 a 590 Médias conformabilidade e soldabilidade Estruturas parafusadas de navios e vagões, tubos, estruturas mecânicas, implementos agrícolas, etc. Alto carbono 590 a 780 Má conformabilidade e soldabilidade, alta resistência ao desgaste Peças mecânicas, implementos agrícolas, trilhos e rodas ferroviárias Quadro 1. Principais características e aplicações dos aços-carbono Entre os aços mais utilizados, pode-se destacar (DIAS, 2002; SILVA; FRUCHTENGARTEN; CAMPELLO, 2012) os seguintes: � ASTM A36: mais utilizado para a fabricação de perfis soldados e lami- nados (chapas com espessuras (t) ≥ 4,57 mm), especificado conforme a American Society for Testing Materials (ASTM). � ASTM A570: mais utilizado na fabricação de perfis formados a frio (chapas com espessuras (t) ≤ 5,84 mm). � ASTM A572/Gr50: utilizado para a fabricação de perfis laminados. � NBR 6648/CG-26: especificado pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para a fabricação de perfis soldados, assemelhando- -se ao ASTM A36. � NBR 7007/MR-250: especificado pela ABNT para a fabricação de perfis laminados, assemelhando-se ao ASTM A36. � NBR 6650/CF-26: especificado pela ABNT, utilizado para a fabricação de perfis estruturais formados a frio, assemelhando-se ao ASTM A570. 7Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais Os valores limites de escoamento (fy) e de resistência (fu) dos aços acima descritos são apresentados no Quadro 2 (DIAS, 2002). Fonte: Adaptado de Dias (2002, p. 31). Tipo de aço fy (MPa) fu (MPa) ASTM A-36 250 400 ASTM A-570 275 380 NBR 6648/CG-25 (e ≤ 16 mm) NBR 6648/CG-25 (16 ≤ e ≤ 40 mm) 255 245 410 410 NBR 6650/CF-26 260 410 NBR 7007/MR-250 250 400 Quadro 2. Valores limites de escoamento (fy) e de resistência (fu) dos aços Os aços de baixa liga são aços-carbono com teor de carbono inferior ou igual a 0,25%, com a adição de certos elementos de liga, como cromo, cobre, manganês, níquel, silício, fósforo, titânio e nióbio, com teor total inferior a 2%. Esses elementos proporcionam maior resistência mecânica, com limite de escoamento (fy) ≥ 300 MPa ou maior resistência à corrosão atmosférica do aço, ou ambos. Em algumas combinações e quantidades adequadas, obtém-se altas resistências, mantendo-se boa ductilidade, tenacidade, soldabilidade e resistência à corrosão e à abrasão (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR- MAS TÉCNICAS, 2011a; DIAS, 2002). Pfeil e Pfeil (2009) cita que alguns elementos de liga modificam a microestrutura para grãos finos, produzindo aumento de resistência do aço, obtendo-se resistências elevadas com teor de carbono da ordem de 0,20%. A adição desses elementos dependerá das propriedades demandadas para o aço em situações específicas de projeto. Como exemplo, a adição de pequenas quantidades de cobre, cromo, fósforo e silício cria uma barreira à corrosão do aço, formando o grupo dos aços patináveis ou aclimáveis (expostos ao clima). Quando expostos ao ambiente, desenvolvem, na sua superfície, uma camada de óxido compacta e aderente, funcionando como uma barreira de proteção contra o avanço do processo corrosivo, possibilitando sua utilização sem qualquer tipo de revestimento (Figura 3) (DIAS, 2002). Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais8 Figura 3. Diferenças no comportamento dos compostos do aço-carbono e aço-liga (por exemplo, patinável). Fonte: Dias (2002, p. 32). Aço-carbono A água atravessa a camada de ferrugem pelos poros e �ssuras, atingindo o metal. Fino �lme aderente de ferrugem (pátina), no qual sais insolúveis de sulfato bloqueiam poros e �ssuras, protengendo o metal. Aço patinável O uso de aços patináveis sem revestimento é recomendado para ambientes que possam formar inteiramente a camada de óxido protetor (pátina). De forma geral, em atmosferas classificadas como industriais não muito agressivas, rural, urbana e marítima (distantes mais de 600 m da orla marítima), esse tipo de aço pode ser utilizado (DIAS, 2002). Os aços baixa liga de alta resistência possibilitam a redução da espessura das peças estruturais, quando comparadas aos aços-carbono, resultando na redução do consumo e no melhor aproveitamento do material, sendo, por- tanto, recomendado para utilização na construção civil. Porém, é necessária a análise econômica comparativa com os aços-carbono, que apresentam me- nor resistência, mas menor custo por unidadede peso (DIAS, 2002; SILVA; FRUCHTENGARTEN; CAMPELLO, 2012). O aço ASTM A572 é um exemplo de aço com alta resistência mecânica, enquanto o aço ASTM A588 apresenta resistência à corrosão (PRAVIA; DREHMER, 2004). Em geral, podem-se citar alguns tipos (DIAS, 2002): � COS-AR-COR 500 e USI-SAC 350 — aços de baixa liga e alta resis- tência mecânica; 9Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais � COS-AR-COR 400 e USI-SAC 250 — aços de média resistência me- cânica e alta resistência à corrosão atmosférica. Etapas de produção, tratamentos e influências do aço nas propriedades mecânicas As principais matérias-primas necessárias para a fabricação do aço são o minério de ferro (principalmente a hematita — Fe2O3) e o carvão mineral, que, em geral, não são encontrados puros, sendo acompanhados de elementos indesejáveis ao processo. Para a sua utilização, há a necessidade do preparo prévio dessas matérias-primas, para que se obtenha uma maior eficiência dos processos e da redução no consumo de energia (SILVA; FRUCHTENGARTEN; CAMPELLO, 2012). Portanto, em linhas gerais, a fabricação do aço é o aproveitamento do ferro contido no minério de ferro, com a eliminação progressiva das suas impurezas, que, na forma líquida, recebe adições que conferirão as características desejadas, sendo, então, solidificado e preparado na configuração demandada. Ao processo de obtenção do aço dá-se o nome de siderurgia, a ciência que estuda a produção desse material, que, por sua vez, pode ser dividida em quatro grandes etapas (Figura 4) (DIAS, 2002; SILVA; FRUCHTENGARTEN; CAMPELLO, 2012): � preparo das matérias-primas (coqueria e sinterização); � redução (produção de gusa em alto-forno); � refino (produção de aço na aciaria); � conformação mecânica (laminação a quente ou a frio). Figura 4. Etapas de fabricação do aço. Fonte: Dias (2002, p. 17). COQUERIA SINTERIZAÇÃO PÁTIO DE MATÉRIAS-PRIMAS ALTO-FORNO ACIARIA LINGOMENTO PLACAS Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais10 A primeira etapa é o preparo das matérias-primas, que ocorre na co- queria e na sinterização. Na coqueria, tem-se a eliminação das impurezas por meio de uma bateria de fornos ou células de coqueifação, sendo esse um processo de destilação do carvão em ausência do ar, à temperaturas de 1.300ºC. O produto resultante é o coque metalúrgico, um resíduo poroso composto basicamente de carbono, com elevada resistência mecânica e alto ponto de fusão. O coque, nas especificações requeridas, é encaminhado ao alto-forno, enquanto seus finos são direcionados para sinterização e aciaria. Na sinterização, ocorre o processo de aglutinação dos finos do minério de ferro, pois eles são indesejáveis para o processo de obtenção do gusa no alto-forno. Aos finos são adicionados fundentes (como finos de calcário ou areia de sílica), sendo o material levado ao forno para o processo de fundição, seguindo posteriormente para resfriamento e britagem, para que o material adquira a granulometria adequada. O produto final é denominado “sínter”, com diâmetro superior a 5 mm, em média (DIAS, 2002). Em seguida, ocorre a etapa de redução, que visa a transformar o minério de ferro em ferro gusa (redução em alto forno) ou em ferro esponja (redução direta). Coque, sínter e escorificantes são colocados na extremidade superior do alto-forno, onde uma injeção de ar quente provoca uma reação exotérmica que funde esses materiais, obtendo-se como produto final, na base do alto-forno, o gusa líquido, um material metálico ainda rico em carbono. O princípio básico de operação de um alto-forno é retirar o oxigênio do minério, sendo, assim, reduzido a ferro (Figura 5a). Resfriado, este material se apresenta quebradiço e de baixa resistência, devido ao alto teor de carbono e de outros materiais, como silício, manganês, fósforo e enxofre. Um alto-forno pode chegar a ter altura entre 50 e 100 m, com temperatura variando entre 1.000ºC no topo e 1.500ºC na base. Como produto secundário, tem-se a escória de alto-forno, que pode ser utilizada como adição ao cimento Portland (DIAS, 2002; SILVA; FRUCHTENGARTEN; CAMPELLO, 2012). O refino é a transformação dos produtos resultantes da redução dos minérios de ferro em aço, com uma composição química adequada para sua utilização. Esse processo ocorre na unidade industrial denominada aciaria (Figura 5b), onde é feita a retirada do carbono do gusa, por meio da injeção de oxigênio puro sob alta pressão, que o transforma em aço líquido. Em seguida, quando o aço está na composição correta, o metal é transferido para o lingotamento contínuo, onde é resfriado e transformado em placas ou tarugos (Figura 5c) (DIAS, 2002; SILVA; FRUCHTENGARTEN; CAMPELLO, 2012). 11Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais Figura 5. Detalhes de a) alto-forno, b) aciaria e c) lingotamento contínuo. Fonte: Adaptada de Dias (2002, p. 20-21). Injeção de oxigênio Gusa PLACAS 200 mm (e) Gusa Escória Carro-torpedo Carregamento a) b) c) Coque Minério de ferro Escori�cante Sopro quente 800 a 2000 mm (ℓ) 3000 a 5000 mm (c) A última etapa é a conformação mecânica, que tem como objetivo a transformação mecânica dos aços em produtos que possam ser utilizados pela indústria, envolvendo geralmente os processos de tratamento a quente ou a frio, que são recursos utilizados para melhorar as propriedades dos aços, influenciando, também, no comportamento desses materiais sob tensão. Essa etapa é necessária porque o aço obtido nas aciarias apresenta granulação grosseira, é quebradiço e tem baixa resistência (PINHEIRO, 2007; SILVA; FRUCHTENGARTEN; CAMPELLO, 2012). O tratamento a quente, ou laminação a quente, é realizado em temperaturas acima de 720ºC (zona crítica). Nesta temperatura, há uma modificação da estrutura interna do aço, ocorrendo a homogeneização e recristalização com redução do tamanho dos grãos, melhorando as características mecânicas do material. O material obtido nesse processo apresenta melhor trabalhabilidade, aceita solda comum, possui diagrama tensão-deformação com patamar de escoamento e resiste a incêndios moderados, perdendo resistência apenas com temperaturas acima de 1150ºC. Os aços CA-25 e CA-50 são exemplos do produto final (Figura 6) (PINHEIRO, 2007). Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais12 Figura 6. Diagrama tensão-deformação de aços tratados a quente. Fonte: Pinheiro (2007, p. 23). σS fst fy εs b a cP A P A0 P = carregamento aplicado no ensaio A = área da seção tranversal da barra de aço em cada instante A0 = área inical da seção tranversal da barra de aço Ponto a = resistência convencional Ponto b = resistência aparente Ponto c = resistência real No caso do tratamento a frio ou encruamento, tem-se a deformação dos grãos por meio de tração, compressão ou torção do aço, resultando no aumento da resistência mecânica e da dureza, com diminuição da resistência à corrosão e da ductilidade, ou seja, decréscimo do alongamento e da estric- ção. Essa etapa é efetuada abaixo da zona de temperatura crítica (720ºC). Os grãos permanecem deformados, ou seja, o aço se encontra encruado. Nesta situação, os diagramas de tensão-deformação dos aços apresentam patamar de escoamento convencional, a solda se torna mais difícil e, à temperatura da ordem de 600ºC, o encruamento é perdido. O aço CA-60 (Figura 7) está incluído nesse processo (PINHEIRO, 2007). Figura 7. Diagrama tensão-deformação de aços tratados a frio. Fonte: Pinheiro (2007, p. 24). c ba P A P A0 0,2% fst σs εs fy P = carregamento aplicado no ensaio A = área da seção tranversal da barra de aço em cada instante A0 = área inical da seção tranversal da barra de aço Ponto a = resistência convencional Ponto b = resistência aparente Ponto c = resistência real 13Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais Tipos de aço comercial Uma forma de classificação dos aços comerciais é quanto à sua geometria,que depende do processamento que o produto recebe na usina siderúrgica. Essa classificação é normalmente dividida em três grupos: � aços semiacabados; � aços planos; � aços longos. Os aços semiacabados são aqueles resultantes da etapa de lingotamento, em que o aço líquido proveniente do alto-forno é distribuído em moldes, dentro dos quais ele se solidifica. Ao final do lingotamento, são produzidos os produtos semiacabados, que podem, então, ser os blocos, os tarugos ou as placas, destinados posteriormente ao processo de laminação a frio ou a quente. Os aços planos são aqueles resultantes do processo de laminação do ma- terial semiacabado, em que a largura é extremamente superior à espessura. Os cilindros do processo de laminação aplicam ao material uma força de compressão, sendo que o resultado final é a placa, que pode vir a se tornar uma chapa ou uma bobina de aço. Com relação às chapas, estas podem ser divididas em duas categorias, conforme segue (Quadro 3) (PFEIL; PFEIL, 2009): � chapas grossas — com espessura superior a 5,0 mm; � chapas finas — fabricadas a frio e a quente. Fonte: Adaptado de Pfeil (2009, p. 20). Chapas Fabricação Espessuras Utilização em construção Grossas A quente > 5,0 mm Estruturas metálicas em geral Finas A quente 1,2 a 5,0 mm Perfis de chapas dobradas A frio 0,3 a 2,65 mm Acessórios de construção como calhas, rufos, etc. Quadro 3. Características das chapas grossas e finas Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais14 As chapas grossas são fornecidas com diversas larguras-padrão e com- primentos de 6,0 a 12,0 m e usadas principalmente para a formação de perfis soldados. Os aços longos também são obtidos pelo processo de laminação, porém sua principal característica é o comprimento muito superior às suas largura e altura. Normalmente, são vendidos na forma de barras quadradas e redondas, em fios, arames, tubos, vergalhões, perfis (U, H, T, I, L) e cantoneiras. As barras são produtos laminados cujas duas dimensões da seção transversal são pequenas em relação à terceira (comprimento), podendo ser em seção cir- cular, quadrada ou retangular alongada. Estas últimas são chamadas de barras chatas (PFEIL; PFEIL, 2009). As barras redondas podem ser encontradas nos diâmetros de 12,5 a 102,0 mm, como comprimento entre 6,0 e 12,0 m, nos aços ASTM A36 e SAE 1010 e 1020. São normalmente utilizadas na confecção de chumbadores, parafusos e tirantes (Figura 8) (PRAVIA; DREHMER, 2004). O valor característico da resistência de escoamento para os aços das categorias CA-25, CA-50 e CA-60 é indicado pelo número após o prefixo CA, expressos na unidade kN/cm². Figura 8. Barras laminadas com diversas seções transversais (quadrada, redonda e chata). Fonte: Adaptada de Pfeil (2009, p. 20) Os perfis laminados são elementos de grande eficiência estrutural, produ- zidos na forma de H, I, C, L. Os perfis tipo H, I e C são fabricados em grupo, sendo os elementos de cada grupo de altura “h” constante e largura das abas “b” variável. A variação da largura é obtida pelo aumento do espaçamento entre os rolos laminadores, de forma que a espessura da alma tenha variação igual à largura das abas. Os perfis C são também denominados de perfis U. Os perfis L (cantoneiras) também são fabricados com diversas espessuras de acordo com cada tamanho das abas, sendo que existem cantoneiras com abas iguais e abas desiguais (PFEIL; PFEIL, 2009). Esses perfis são fabricados a quente nas usinas siderúrgicas e os mais econômicos para utilização em estruturas metálicas, pois não necessitam da etapa de soldagem ou dobramento (SILVA; 15Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais FRUCHTENGARTEN; CAMPELLO, 2012) (Figuras 9 e 10). Outros tipos de perfis também podem ser citados, como o “W” e o “HP”, sendo que todos são fabricados com as características dimensionais e propriedades geométricas de acordo com a norma NBR 15980:2011 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2011b). Figura 9. Perfis laminados estruturados. Fonte: Adaptada de Pfeil (2009, p. 20). Figura 10. Fases progressivas de laminação do perfil I, a partir do produto semiacabado (bloco). Fonte: Adaptada de Pfeil (2009, p. 9). A forma de denominação dos perfis laminados pode ser por meio da de- signação de suas dimensões externas nominais (altura ou altura x largura), seguida da massa do perfil, geralmente em kg/m. Os perfis estruturais podem, ainda, ser fabricados por dobramento de chapas (perfis de chapa dobrada) e por associação de chapas através de solda (perfis soldados). Os perfis de chapas dobradas são obtidos a partir de aços dúcteis dobrados a frio, em que a dobragem é feita em prensas especiais nas quais há gabaritos que limitam os raios internos de dobragem a certos valores mínimos, espe- cificados para impedir a fissuração do aço no momento da dobra. Deve-se ter atenção especial quanto ao uso de chapas finas, com espessuras menores Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais16 que 3 mm, para a fabricação desses perfis, pois podem conduzir a problemas de instabilidade estrutural, que normalmente não são identificados em perfis laminados. No mercado, existe uma grande variedade de perfis, muitos com apenas um eixo de simetria ou nenhum, e outros mais complexos, como os apresentados na Figura 11 (PFEIL; PFEIL, 2009). Figura 11. Perfis de chapa dobrada: a) perfil U; b) perfil complexo; c) perfil S; d) perfil Z. Fonte: Pfeil (2009, p. 22). Apesar de existirem algumas seções padronizadas, esses perfis podem ser produzidos de acordo com a forma e os tamanhos solicitados, respeitando- -se as limitações de normas e de equipamentos. São usados geralmente para construções leves, como barras de treliças, terças, etc. As seções mais usuais são as do tipo “U”, “Z” e “L”. Podem ser utilizados em esquadrias, portas, dobradiças, batentes, calhas e rufos (PRAVIA; DREHMER, 2004). Outros tipos de perfis comumente fabricados são os soldados e os compos- tos, que são formados pela associação de chapas ou perfis laminados simples, sendo que a ligação entre eles é geralmente soldada a arco elétrico. A Figura 12a apresenta um perfil “I” formado pela união de três chapas, por meio dos proces- sos industriais automatizados de solda. Esse tipo de perfil pode ser produzido em escala industrial, fornecendo um preço acessível (PFEIL; PFEIL, 2009). A norma brasileira NBR 5884:2013 estabelece três séries de perfis soldados (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013): � perfis CS (colunas soldadas); � perfis VS (vigas soldadas); � perfis CYS (colunas e vigas soldadas). 17Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais Na Figura 12, são mostrados perfis compostos formados pela associação de perfis laminados simples, que são bastante utilizados para atender às necessidades do cálculo estrutural, como em colunas ou estacas em que se deseja momento de inércia elevado nas duas direções principais (PFEIL; PFEIL, 2009). Os perfis soldados são os elementos mais utilizados para a execução de vigas e colunas na maioria das edificações em aço executadas no Brasil, devido à grande versatilidade de combinações possíveis de espessuras, alturas e largu- ras, levando à redução do peso da estrutura (SILVA; FRUCHTENGARTEN; CAMPELLO, 2012). Figura 12. Perfis compostos de chapas (soldados) ou de perfis laminados: a) seção “I” simples; b) seção duplo “U” fechado; c) seção caixão em dupla cantoneira; d) seção duplo “I”. Fonte: Pfeil (2009, p. 23). Outro tipo de aço longo são os trilhos, produtos laminados com a função de servir de apoio para as rodas metálicas de pontes rolantes ou trens. A seção do trilho ferroviário apresenta uma base de apoio, uma alma vertical e um boleto sobre o qual a roda se apóia (PFEIL; PFEIL, 2009). Os tubos são produtos ocos, de seção circular, retangular ou quadrada, que podem ser produzidos em laminadores especiais (tubos sem costura) ou com chapa dobrada e soldada(tubos com costura) (PFEIL; PFEIL, 2009). São fornecidos em comprimentos de 6,0 m e utilizados como elementos de treliças espaciais e como corrimãos. Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais18 Os fios ou arames são produtos obtidos por laminação a frio (trefilados), puxando uma barra de aço por meio de fieiras com diâmetros decrescentes, podendo ser em aço doce ou em aço duro (aço de alto carbono). Como a trefi- lação é feita a frio, são utilizados lubrificantes para evitar o superaquecimento dos fios e das fieiras. Os fios de aço duro são utilizados em molas, cabos de proteção, entre outros. As cordoalhas são formadas por três ou sete fios arrumados na forma de hélice. O módulo de elasticidade da cordoalha pode ser quase tão alto quanto o de uma barra maciça de aço, atingindo E = 195.000 MPa. Os cabos de aço são formados por fios trefilados finos, agrupados em arranjos helicoidais variáveis, sendo bastante flexíveis, permitindo seu uso em oitões para multiplicação de forças. Porém, o módulo de elasticidade é baixo, apresentando cerca de 50% do módulo de uma barra maciça (PFEIL; PFEIL, 2009). Para ter acesso a informações atualizadas sobre as em- presas brasileiras produtoras de aço e demais assuntos relacionados, acesse o link ou o código a seguir. https://goo.gl/xEUBqx ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5884: perfil I estrutural de aço soldado por arco elétrico: requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2013. 32 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6215: produtos siderúrgicos: terminologia. Rio de Janeiro, 2011a. 20 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15980: perfis laminados de aço para uso estrutural: dimensões e tolerâncias. Rio de Janeiro, 2011b. 28 p. DIAS, L. A. M. Estruturas de aço: conceitos, técnicas e linguagem. 4. ed. São Paulo: Zigurate, 2002. 192 p. 19Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais FERRAZ, H. O aço na construção civil. Revista Eletrônica de Ciências, São Carlos, n. 22, out.-dez. 2003. Disponível em: <https://www.ft.unicamp.br/~mariaacm/ST114/O%20 A%C7O%20NA%20CONSTRU%C7%C3O%20CIVIL.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2018. NAVARRO, R. F. A evolução dos materiais: parte 1: da pré-história ao início da era mo- derna. Revista Eletrônica de Materiais e Processos, Campina Grande, v. 1, n. 1, p. 1-11, 2006. Disponível em: <http://www2.ufcg.edu.br/revista-remap/index.php/REMAP/article/ view/6>. Acesso em: 26 nov. 2018. PFEIL, W.; PFEIL, M. Estruturas de aço: dimensionamento prático. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2009. 357 p. PINHEIRO, L.M. Fundamentos do concreto e projetos de edifícios. São Carlos: Departamento de Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, maio 2007. 380 p. (Notas de aula). PRAVIA, Z. M. C.; DREHMER, G. A. Estruturas de aço. Passo Fundo: Grupo de Pesquisa em Estruturas Metálicas e de Madeira da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade de Passo Fundo, ago. 2004. 121 p. (Notas de aula). Disponível em: <https://engenhariacivilfsp.files.wordpress.com/2014/02/est_aco_2004.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2018. SILVA, V. P.; FRUCHTENGARTEN, J.; CAMPELLO, E. M. B. Dimensionamento de estruturas de aço: apostila da disciplina PEF 2402: estruturas metálicas e de madeira. Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, jun. 2012. 150 p. (Notas de aula). Disponível em: <https://edisciplinas.usp. br/pluginfile.php/110863/mod_resource/content/0/apostila2012.pdf>. Acesso em: 26 nov. 2018. Leituras recomendadas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800: projeto e execução de estruturas de aço e de estruturas mistas aço-concreto de edifícios. Rio de Janeiro, 2008. 237 p. DADOS consolidados do setor referentes ao ano de 2017. Instituto Aço Brasil, [s.l.], 2018. Disponível em: <http://www.acobrasil.org.br/site2015/dados.asp>. Acesso em: 26 nov. 2018. VARGAS, M. R.; SILVA, V. P. Resistência ao fogo das estruturas de aço. Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Siderurgia; Centro Brasileiro da Construção em Aço, 2005. 76 p. Aço: composição química, propriedades mecânicas e tipos comerciais20 Conteúdo:
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