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didáctica de ciências

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APOSTILA
CND - Curso Normal à Distância
(21) 3347-3030 / 2446-0502
Apostila de 
Didática de Ciências 
Apostila de 
Didática de Ciências 
 
2 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
Introdução 03 
1- A importância de ensinar Ciências 05 
2-Mudanças no Ensino de Ciências no Brasil . 
2-1 Como está a Educação Científica no Brasil? 
9 
11 
3-O que ensinar e como ensinar Ciências na Escola? 15 
4- Conteúdos curriculares no ensino de Ciências 
4-1Caracterização dos seres vivos 
4-1-1Como surgiu a vida na Terra 
 
24 
25 
31 
5-Como entender a diversidade das adaptações dos seres vivos? 
5-1 As adaptações morfológicas 
5-2 As adaptações fisiológicas 
5-3 Classificação dos seres vivos 
5-4 Nomeando os seres vivos 
5-4-1Os seres unicelulares e as características da célula 
5-4-2 Os fungos 
 
36 
36 
39 
40 
44 
47 
48 
6- Conhecendo melhor o reino animal 
6-1 O que os vertebrados têm em comum e em que diferem? 
6-2 Os animais invertebrados 
 
51 
54 
59 
7- A riqueza do reino vegetal 68 
8- O dinâmico equilíbrio da vida 
8-1- Como os seres vivos se relacionam entre si e com o ambiente 
8-2 Os ecossistemas 
 
74 
74 
79 
9 - Para ajudar a vencer o medo da Física e da Química 
9-1 - As transformações físicas e químicas no cotidiano 
9-2 - Forças que atuam sobre a matéria 
9-3 - Pressão, densidade e flutuação dos corpos 
9-4- As transformações da matéria e da energia e suas aplicações 
tecnológicas 
9-5 - Os fenômenos físicos e químicos na natureza 
9-6- Os estados de agregação da matéria 
9-7- Apresentando o átomo 
9-8- As reações químicas 
9-9- A Química na alimentação e na saúde 
9-9-1 A química e a alimentação saudável 
9-9-2 A química, os medicamentos e a saúde 
87 
87 
93 
96 
 
100 
103 
107 
110 
114 
117 
119 
122 
Referências Bibliográficas e Bibliografia 127 
 
3 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
Caro aluno, cara aluna. 
Que bom estarmos juntos! 
 Este material vai acompanhá-lo em mais uma etapa de sua trajetória 
de formação. 
 Neste módulo vamos tratar de temas relacionados ao ensino de 
Ciências desde a Educação Infantil até os anos iniciais do Ensino 
Fundamental. 
 É inegável a fascinação que os seres vivos exercem sobre crianças e 
também sobre os adultos. A curiosidade e a afeição que os animais 
despertam fazem com que esta temática desperte o interesse dos alunos 
em qualquer nível de escolaridade. Mas não são apenas os animais que 
atraem a atenção dos estudantes. Todos querem entender a chuva, os 
ventos, os terremotos e tantos outros fenômenos naturais que impactam a 
vida humana e por isso mesmo estão sempre presente nas conversas 
cotidianas, nos telejornais, no cinema e nos diversos meios de 
comunicação de que dispomos hoje. 
 E quem não quer saber como se processam as imagens na TV? 
Como se produz a eletricidade? Por que um determinado produto químico é 
capaz de tirar manchas com eficiência? Esses são apenas alguns exemplos 
dos inúmeros questionamentos que diariamente chegam às salas de aula 
em função das experiências concretas vivenciadas pelas crianças nas mais 
diversas situações de aprendizagem formal e informal, que se processam 
dentro da escola e também fora dela. 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 A revolução digital tornou as informações e o volume crescente de 
conhecimentos cada vez mais acessíveis ao público em geral. Mesmo 
assim, não podemos assegurar que a um volume maior de informações 
científicas corresponda um maior conhecimento por parte da população. 
Para entendermos melhor esta diferença, precisamos compreender um 
pouco mais as raízes históricas que fazem com que o avanço do ensino de 
Ciências no Brasil ainda hoje seja considerado um grande desafio. 
 Por mais que tenhamos internalizado o discurso pedagógico atual, 
que enfatiza o papel social da Ciência e justifica o ensino das noções 
científicas desde os primeiros anos da Educação Básica, temos que admitir 
que os conceitos científicos têm sido apenas superficialmente abordados, 
especialmente nos anos iniciais, justamente quando deveríamos explorar 
ao máximo a curiosidade, o interesse e o potencial criativo das crianças. 
Assim poderiam, desde cedo, desenvolver habilidades como a capacidade 
de observação, questionamento, levantamento de hipóteses e 
argumentação crítica, fundamentais não apenas no contexto escolar, mas, 
sobretudo, na vida em sociedade. 
 Para favorecer o estudo nosso material de Didática das Ciências 
será dividido entre dois módulos. A princípio abordaremos capítulos ligados 
ao processo didático em Ciências refletindo sobre a importância de ensinar 
Ciências, as mudanças ocorridas no Brasil no ensino de Ciências e a 
necessidade de melhoras e aprimoramento na formação de professores e 
no trabalho com o aluno. Buscamos também abordar temas sobre o quê e 
como ensinar. 
 Os quatro últimos capítulos abrangem os conteúdos curriculares no 
ensino de Ciências de forma a instrumentalizá-lo, através de um 
 
5 
 
 
 
 
 
aprofundamento no conteúdo, a realizar a transposição didática e a 
mediação pedagógica essenciais a nossa profissão. Vamos à ação? 
 
1 .A IMPORTÂNCIA DE ENSINAR CIÊNCIAS 
 A ciência é uma construção humana coletiva da qual participam a 
imaginação, a intuição e a emoção. 
 Já estudamos no material de outros componentes curriculares do 
nosso curso , que não há "conhecimento neutro", ou seja o que ensinamos 
está marcado pelo contexto em que é elaborado Isso significa então que : 
não existem a neutralidade e a objetividade absolutas: fazer ciência exige 
escolhas e responsabilidades humanas”. (VALLE, 2004, p. 7, citado por 
CORREIA). 
 
 
 
 
 
 
 A influência da ciência e da tecnologia em nossas vidas e a rapidez 
com que surgem as inovações nesses campos, vem despertando um 
intenso debate acerca do ensino de Ciências, justificando ainda mais a 
inserção das noções científicas nos currículos escolares, desde os 
primeiros anos de escolarização. 
 A educação escolar possui um papel insubstituível como provedora 
de conhecimentos básicos e habilidades cognitivas e operativas 
necessárias para a participação na vida social e no que significa o acesso à 
Ao término do estudo desse capítulo você poderá ter construído e 
sistematizado aprendizagens como: 
Identificar a importância da educação escolar para a formação de 
futuros cientistas e cidadãos críticos e atuantes na própria 
comunidade 
Identificar os conhecimentos das Ciências como facilitadores da 
articulação de saberes 
Refletir sobre a construção do conhecimento, já que a comunidade 
científica sofre a influência do contexto social, histórico e econômico 
em que está inserida, entendendo esse conhecimentocomo não 
neutro. 
Avaliar a questão da não neutralidade do conhecimento 
 
http://www.meuartigo.brasilescola.com/educacao/por-que-ensinar-ciencias-na-escola-fundamental.htm
 
6 
 
 
 
 
 
cultura, ao trabalho, ao progresso e à cidadania. (LIBÂNEO, citado por 
WEISSMANN, 1984, p. 16). 
 
 De acordo com Fumagalli (1998), três argumentos reforçam a 
necessidade do ensino de Ciências para as crianças: 
a) o direito das crianças de aprender Ciências; 
b) o dever social da escola fundamental, como sistema escolar, de distribuir 
conhecimentos científicos à população; 
c) o valor social do conhecimento científico. 
O imaginário social julga que os conhecimentos científicos são 
difíceis e que os conceitos científicos não estão acessíveis a todos os 
cidadãos. Eles seriam inerentes ao ofício do cientista. Como tentar 
desmistificar essa imagem? 
É necessário, desde os primeiros anos de escolarização, discutir 
com as crianças o valor do acesso aos conhecimentos científicos e a 
importância da luta pela democratização desse acesso. 
O que fazer para diminuir o distanciamento entre os sujeitos que 
produzem o conhecimento cientificamente aceito e validado pela 
comunidade acadêmica e aqueles que o aplicam ou transmitem no contexto 
social? 
 Figuras do Clipart 
 
A produção científica não é fruto apenas do empenho particular de 
cada pesquisador. É um processo dinâmico no qual interagem diversos 
fatores. O interesse do pesquisador não “brota” aleatoriamente. Esse 
 
7 
 
 
 
 
 
interesse surge em decorrência de sua formação, experiência profissional e 
história de vida. A conjunção destes fatores torna o seu olhar mais sensível 
a determinadas demandas da sociedade. O pesquisador começa então a 
questionar-se a respeito do fenômeno observado e dessa “inquietação” 
surge um problema de pesquisa, que irá motivá-lo a buscar interlocutores 
envolvidos com a mesma temática, levantar e analisar dados, formular 
hipóteses, discutir resultados e, por fim, sistematizar e socializar suas 
conclusões. 
Parada para pensar sobre o fazer do cientista 
O interesse do pesquisador não “brota” aleatoriamente. Esse 
interesse surge em decorrência de sua formação, experiência profissional e 
história de vida. 
Você vê aí alguma conexão com a passagem dos alunos pela 
escola? Que responsabilidade podemos , nós da escola, ter com o fato? 
 
É preciso destacar o mérito dos que se dedicam à produção 
científica e acadêmica, que é resultante de um árduo trabalho feito a muitas 
mãos e que exige muita dedicação ao estudo, aprimoramento técnico e 
rigor teórico-metodológico. 
 Porém é necessário, que na escola, mudemos a postura e 
comecemos considerar a pergunta: quem faz a ciência que ensinamos na 
escola? 
Quando o professor não se reconhece sujeito ativo desse processo, 
mas apenas transmissor de conhecimentos, tem muita dificuldade para 
 
8 
 
 
 
 
 
estimular em seus alunos a autonomia e a capacidade de observar, 
questionar, inferir e criar possíveis soluções para os problemas com os 
quais se defronta dentro e fora do ambiente escolar. 
 O ensino de Ciências pode ajudar consideravelmente no processo de 
articulação dos saberes provenientes das mais diversas fontes. Os alunos 
deverão, portanto, ser estimulados a explorar as informações presentes no 
seu cotidiano ou divulgadas pelos meios de comunicação, analisando-as de 
forma crítica e reflexiva. 
 A escola está inserida num mundo em constante transformação, 
onde alunos e professores não estão alheios às tensões ocasionadas pelas 
mudanças ocorridas e será na escola que juntos, professores e alunos, 
poderão oportunizar a reflexão crítica e consciente diante das diferentes e 
inúmeras situações que o cotidiano poderá oferecer ao ensino de Ciências 
no ambiente escolar. 
 
 Se essa é a visão que queremos para o fazer Ciência na escola 
cabe questionar sobre as mudanças já ocorridas e também sobre as que 
ainda se fazem necessárias . 
 Esse é o foco do próximo capítulo. 
 
9 
 
 
 
 
 
 
2 .AS MUDANÇAS NO ENSINO DE CIÊNCIAS NO BRASIL 
 Para compreendermos o quanto o nosso modo de ensinar Ciências 
está atrelado ao contexto social e político de um dado momento histórico, 
vale a pena direcionar o olhar para a história recente. 
 
 
 
 
 
 
Nas primeiras décadas do século XX o ensino de Ciências era 
organizado nos moldes de um currículo tradicional e clássico, como um rol 
de conceitos e definições a serem transmitidas aos alunos pelo professor, 
com eficiência e planejamento rígido. 
A partir dos anos 50, passou a predominar a ideia de transmissão de 
conteúdos sob a forma de atividades, onde os alunos deveriam apreender o 
conhecimento científico para tornarem-se indivíduos com uma certa 
autonomia intelectual. Na década seguinte, adota-se o método científico 
como metodologia do ensino de Ciências, suscitando a organização dos 
conteúdos de forma muito compartimentada. Durante o regime militar e 
autoritário dos anos 60 implanta-se uma rede de Centros de Treinamento 
de Ensino de Ciências no Brasil, visando implementar diversos projetos 
educacionais que tinham como meta o desenvolvimento do país por meio 
da Educação científica. (CHASSOT, 2000). 
Ao término do estudo desse capítulo você poderá ter construído e 
sistematizado aprendizagens como: 
Refletir sobre aspectos da trajetória do Ensino de Ciências no Brasil. 
Dimensionar a importância de professores e alunos se sentirem 
produtores de conhecimentos de Ciências. 
Identificar a avaliação da proficiência dos alunos em Ciências. 
Conceituar e identificar a CTS como o vínculo entre a ciência, a 
tecnologia e sociedade. 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 
A tendência tecnicista ganhou força na década de 70 e o ensino de 
Ciências Naturais passa a ter uma dimensão conteudista, que distanciava o 
currículo escolar do meio social, histórico, cultural e ambiental dos alunos. 
(BIZZO, 2002). 
A crise ambiental e energética dos anos 70 influenciou a 
incorporação da temática ambiental aos currículos escolares, como 
consequência das pressões exercidas por diversos segmentos da 
sociedade civil. Entretanto, a complexidade das questões ambientais 
aparece diluída diante de uma evidente supervalorização dos conceitos 
científicos, ainda que descontextualizados das vivências sociais. 
A partir dos anos 80, o discurso neoliberal estimulava a ênfase na 
industrialização, no desenvolvimento tecnológico e na formação para os 
novos mercados num mundo globalizado. Essa ênfase torna-se perceptível 
no ensino de Ciências e também na formação de professores. A tônica dos 
discursos oficiais passou a ser a formação de professores capazes de 
preparar profissionais autônomos e proativos, dotados das competências e 
habilidades requeridas por um mercado de trabalho cada vez mais exigente 
e competitivo. 
Atualmente, as discussões acerca do ensino de Ciências e da 
formação de professores nos impulsionam a buscar abordagens didáticas 
que integrem o ensino de Ciências à realidade de um mundo conectado em 
grandes redes de comunicação, que dispõe de um volume de informações 
sem precedentes e que, no entanto, ainda não conseguiu encontrar 
soluções para a exclusão social, digital e tecnológica de milhões de 
homens, mulheres e crianças, sem falar nos milhões que ainda estão 
abaixo da linha de pobreza, privados dos direitos mais essenciais à 
dignidade humana. 
 
11 
 
 
 
 
 
O desenvolvimento da ciência e da tecnologia, antes considerado um 
bem inegável a todos os cidadãos, revelou sua face destrutiva na medida 
em que o uso abusivo dos aparatos tecnológicos, quando colocados a 
serviço de interesses escusos, passaram a causar trágicas consequências 
ambientais e sociais, especialmente para uma significativa parcela da 
população que sequer tem assegurado o direito de desfrutar dos benefícios 
proporcionados pelo desenvolvimento científicoe tecnológico, seja na área 
da saúde, educação, moradia ou lazer. 
 
2-1 Como está a Educação Científica no Brasil? 
Apesar da reconhecida importância da Educação científica, são raras 
as pesquisas que apontam dados abrangentes sobre os níveis de 
proficiência em Ciências entre estudantes da Educação Básica no Brasil. A 
maioria dos indicadores educacionais se baseia no desempenho dos 
estudantes em leitura e matemática. 
Dentre as avaliações que focalizaram a área de Ciências, destaca-se 
o PISA - Programa Internacional de Avaliação de Alunos, que constitui um 
importante parâmetro de avaliação. 
 O PISA é uma pesquisa trienal, por meio da qual se busca avaliar os 
conhecimentos dos estudantes na faixa dos 15 anos de idade. É realizada 
nos países da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento 
Econômico) e em países convidados. As questões do PISA se o estudante 
é capaz de: a) aplicar o conhecimento científico para identificar questões, 
adquirir novo conhecimento, explicar fenômenos e tirar conclusões 
baseadas em evidências sobre questões relacionadas a Ciências; b) 
compreender a ciência como uma forma de conhecimento humano e meio 
de investigação da realidade; c) demonstrar consciência de como a Ciência 
e a Tecnologia moldam nosso ambiente material, intelectual e cultural; d) 
 
12 
 
 
 
 
 
demonstrar engajamento em questões relacionadas à Ciência como um 
cidadão crítico e responsável. Para tanto, o teste avaliou a capacidade de 
realizar tarefas relacionadas a Ciências em uma série de situações que 
afetam a vida dos estudantes, seja em termos pessoais, seja na sua 
convivência social. 
 
A EVOLUÇÃO DO BRASIL NO PISA (pontuação e posição no ranking mundial) 
Brasil Pisa 2000 Pisa 2003 Pisa 2006 Pisa 2009 Pisa 2012 
Matemática 334 356 370 386 (57ª) 391 (58ª) 
Leitura 396 403 393 412 (53ª) 410 (55ª) 
Ciências 375 390 390 405 (53ª) 405 (59ª) 
Média geral 368 383 384 401 402 
Fonte: OCDE e Inep/MEC 
 
 
Os Indicadores educacionais nos dão a clara dimensão do quanto 
precisamos caminhar para alcançar patamares satisfatórios de Educação 
científica no Brasil. 
 
O histórico a respeito do ensino de Ciências no Brasil não estaria 
completo sem abordarmos o movimento CTS. 
Desde os anos 80, vem ganhando vulto o chamado “movimento 
CTS”, considerado uma tendência pedagógica progressista, que enfatiza 
a relação crítica entre Ciência, Tecnologia e Sociedade, que deve pautar a 
Educação científica. Intensifica-se a busca por metodologias alternativas 
que possibilitem contribuir para o enfrentamento das dificuldades 
percebidas, quer na avaliação externa, quanto na avaliação interna.relativa 
às Ciências. 
 
13 
 
 
 
 
 
Nesta visão, o conhecimento científico tem um papel social explícito e 
precisa estar intimamente relacionado com uma concepção de Educação 
libertadora e emancipatória. Os modelos de ensino baseados no movimento 
CTS evocam possíveis abordagens metodológicas, que se fundamentam 
na ideia de que a Educação científica e tecnológica é desenvolvida em 
resposta a uma demanda social, não devendo, portanto, estar desvinculada 
do contexto que motivou a produção do conhecimento (TEIXEIRA, 2003). 
Teixeira (2003) assinala que a ênfase na prática social é um ponto 
de convergência entre o movimento CTS e a Pedagogia Histórico Crítica, 
sobre a qual já estudamos ao trabalharmos as tendências pedagógicas em 
Didática. 
Segundo o autor, 
é na prática social que o professor encontrará os grandes 
temas para o exercício do magistério, identificando, 
analisando e sugerindo soluções para os principais 
problemas postos pela sociedade. É a inserção da prática 
social que possibilitaria a conversão dos conteúdos 
formais, fixos e abstratos em conteúdos reais, dinâmicos e 
concretos, permitindo que a escola transforme-se cada vez 
mais num espaço democrático de discussão e análise de 
temáticas associadas a questões e problemas da realidade 
social (p. 180). 
 
Dessa maneira fica ressaltada a importância renovação da formação 
de professores. A nova perspectiva de formação aponta a necessidade de 
superação de um modelo arcaico de transmissão-recepção de informações 
desconexas que limitam a atuação do profissional numa perspectiva da 
Educação científica. O foco deve ser a busca um trabalho científico voltado 
ao atendimento dos anseios da sociedade. 
 
14 
 
 
 
 
 
Concluímos o capítulo destacando a necessária mudança na 
formação de professores e na forma como se encara e pratica a ciência na 
escola. Isso significa dizer que os professores e alunos precisam se 
considerar como produtores de conhecimento, e não mais receptores 
passivos dos conhecimentos já produzidos. Terão, desse modo, a 
oportunidade de superar uma postura de meros e ingênuos receptores de 
informações, tornando-se cidadãos capazes de apropriar-se do 
conhecimento científico e aplicá-lo na transformação de sua realidade 
social. 
São palavras ou expressões abordadas neste capítulo: 
 
 
 
O próximo capítulo abarca conhecimentos sobre as formas de 
melhor ensinar Ciências aos alunos.
 
15 
 
 
 
 
 
 
 
3 .O QUE ENSINAR E COMO ENSINAR CIÊNCIAS NA ESCOLA? 
 Agora que entendemos que o conhecimento científico é uma 
construção humana, histórica e socialmente contextualizada e que pode ter 
um papel transformador e emancipador na vida social dos sujeitos que o 
produzem, apresenta-se uma responsabilidade maior para nós na escola. 
 Assim. cabe-nos discutir como se dá a seleção dos conteúdos 
curriculares, que tem como referência os conhecimentos científicos, 
validados e legitimados pela comunidade acadêmica e que na escola são 
ressignificados e revestidos de uma nova roupagem. 
 
 
 
 
 
 
 A escola é apenas um dos espaços em que linguagens e explicações 
são construídas. O aluno, sujeito de sua aprendizagem, traz consigo um 
referencial próprio de seu grupo social, com linguagem, conceitos e 
explicações próprias. A escola precisa propiciar aos professores meios e 
recursos para refletir, contextualizar, dinamizar e possibilitar a 
aprendizagem, promovendo uma articulação entre os saberes de casa, da 
rua e do grupo social com os do ambiente escolar. 
 Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, o ensino deve pressupor a 
participação ativa das crianças, que são, por natureza, curiosas e criativas. 
Ao término do estudo desse capítulo você poderá ter construído e 
sistematizado aprendizagens como: 
Conceituar os métodos transmissivo receptivo,de mudança conceitual 
e de CTS na transmissão dos conteúdos da disciplina de Ciências. 
Reconhecer a importância dos conhecimentos prévios dos alunos 
Avaliar a importância da realização da transposição didática e o valor 
da mediação pedagógica 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 Os conhecimentos já experimentados pela criança 
 As crianças gostam de brincar com a terra, tomar banho de mar, de 
rio, de chuva. Plantam sementes, brincam com animais, sentem-se atraídas 
por fenômenos químicos que parecem magia. Experimentam “na pele” os 
efeitos dos fenômenos físicos, observam o céu, o sol, a lua, as estrelas, o 
movimento das nuvens, das sombras. Notam as características físicas dos 
materiais, sentem o calor, observam o brilho dos metais, percebem os sons, 
os sabores, os odores das diversas substâncias. Sentem o movimento dos 
corpos, especialmente quando são os seus próprios corpos que se 
movimentam em constante e alegre correria. 
 Como ignorar tantos conhecimentos produzidos empiricamente, na 
observação cotidiana dos fenômenos naturais? 
 É natural que mesmo os professores tenham curiosidades acerca 
desses temas. Não é por acaso que as grandes redes de televisão 
investem na produção de programas de conteúdo científico, atraindo uma 
audiência cada vez maior de adultos e crianças. 
 Em sua prática pedagógica, é comum que os professores se 
defrontem com perguntas do tipo: “como surgiramos seres vivos? O que 
caracteriza um ser vivo? Como se classificam? Que tipos de relações os 
seres vivos estabelecem entre si e com o ambiente? O que é um 
ecossistema?” 
 
17 
 
 
 
 
 
 Essas são algumas das questões que serão trabalhadas durante do 
estudo deste material. 
 Outra inquietação que nos acompanha se refere a : Como vamos 
ensinar Ciências? Qual o melhor método para se ensinar Ciências no 
Ensino Fundamental? 
 Sem dúvida, podemos afirmar que o melhor caminho é aquele que 
surge das necessidades de nossos alunos e das nossas próprias 
inquietações, como professores comprometidos com a busca por melhorias 
na qualidade do ensino e da aprendizagem que mediamos. Portanto, há 
muitas respostas para esta pergunta. Há, no entanto, alguns princípios 
básicos que merecem nossa atenção. 
 As pesquisas na área de ensino de Ciências têm revelado algumas 
tendências predominantes em relação ao que temos chamado “modelos de 
ensino”. Apresentaremos a você alguns modos de ensinar Ciências que 
podem se observados na escola 
Modelo Transmissivo 
receptivo 
Modelo de Mudança 
conceitual 
Modelo baseado em 
CTS 
 
 Certamente você já teve contato com eles, quer como aluno, quer 
em estágios de observação que você fez. 
 O mais comum, e que por isso mesmo dispensa maiores explicações 
e comentários, seria o modelo transmissivo-receptivo, no qual o professor 
é o agente do processo de transmissão das informações contidas nos 
livros, exigindo dos alunos a “devolução” das mesmas informações 
transcritas nas avaliações. 
 Um outro modelo de ensino de Ciências, que ganhou repercussão a 
partir dos anos 70 ficou conhecido entre nós como “mudança conceitual".
 
18 
 
 
 
 
 
 Muitos pesquisadores se dedicaram a buscar meios para apreender 
as explicações intuitivas que as crianças apresentavam para os fenômenos 
observados. Procuraram entender, por exemplo, como explicavam a 
passagem da noite para o dia, o movimento aparente do sol e da lua, a 
digestão dos alimentos. Apesar de terem sido realizadas em diferentes 
partes do mundo, as pesquisas mostraram o mesmo padrão de ideias em 
relação a cada conceito investigado. Ou seja, parece que as crianças 
constroem em suas experiências cotidianas determinadas concepções que 
perduram durante o processo de escolarização, tornando-se, muitas vezes, 
verdadeiros obstáculos à aquisição de novos conhecimentos. Para 
exemplificar, pense num conceito científico básico, como é o caso do 
conceito de nutrição. É possível que tenha vindo à sua mente pensamentos 
relacionados à alimentação, comida, dieta..Enfim, o conceito de nutrição 
estaria relacionado à ingestão de alimentos para a satisfação das 
necessidades metabólicas do organismo. 
 De acordo com o modelo de mudança conceitual, o primeiro passo é 
proporcionar meios para que o aluno expresse essa concepção. A partir 
deste momento, o professor, passaria a propor situações-problema para as 
quais a concepção prévia defendida pelo aluno se mostrasse insuficiente. 
Seria o caso, por exemplo, de se propor uma situação que envolvesse a 
nutrição vegetal. 
 No exemplo sobre a nutrição vegetal, a concepção prévia do aluno 
não é suficiente para explicar a nutrição autotrófica, onde não ocorre a 
ingestão, mas sim a síntese de alimento pela transformação de energia 
luminosa em energia química, num processo denominado fotossíntese. 
 Quando a concepção prévia do aluno não é suficiente para 
solucionar o problema proposto, gera-se um conflito conceitual. Novos 
questionamentos e experimentos são propostos até que o aluno tome 
 
19 
 
 
 
 
 
consciência da insuficiência do seu modelo explicativo, assimilando a ideia 
nova, que foi construída nesse processo mediado pelo professor. Nesse 
caso, diríamos que houve uma “mudança conceitual”. 
 Nesse modelo de ensino o professor seguiria os passos visando a 
mudança: 
Descoberta do conceito já internalizado anteriormente - Lançamento de 
proposta desafiante- Criação do conflito conceitual - e por fim o aluno 
chegaria a Mudança conceitual. 
 
 Embora seja um modelo muito interessante, a aplicação dessas 
estratégias metodológicas em sala de aula tem resultado em algumas 
críticas. Se gasta muito tempo com poucos conceitos, e muitas vezes esse 
processo não resulta na construção de conceitos científicos, mas na 
reafirmação do pensamento de senso-comum. A prática de sala de aula 
contribui para o aumento da consciência do estudante sobre suas 
concepções mas não consegue dar o salto esperado em direção aos 
conceitos científicos. Além disso, nem sempre é possível a proposição de 
experimentos que gerem o desejado conflito conceitual, a partir do qual se 
daria a esperada mudança. E ainda que isso ocorresse com frequência, 
ainda seria esperado que muitos estudantes assimilassem a ideia nova 
para aplicá-la apenas no contexto escolar, conservando arraigada em seu 
íntimo a concepção prévia que esse modelo pedagógico se propunha a 
superar. 
 Além da mudança conceitual, convém examinar um outro enfoque 
educacional aplicável ao ensino de Ciências, que é inspirado no chamado 
“movimento CTS”, cujo objetivo é colocar o ensino de Ciências numa 
perspectiva diferenciada, contemplando os fenômenos da vida cotidiana e 
 
20 
 
 
 
 
 
trazendo para a sala de aula os aspectos sociais e históricos dos problemas 
vivenciados pela humanidade. 
Teixeira (2003) propõe uma sequencia didática inspirada na 
concepção CTS, que compreende as seguintes etapas: a) introdução de 
uma questão de interesse social para reflexão e debate; b) exposição e 
discussão de recursos tecnológicos disponíveis na sociedade, que estejam 
relacionados com o problema apresentado inicialmente; c) a “tecnologia” é 
discutida, enfatizando-se os conhecimentos científicos a ela referentes; d) a 
discussão é então sistematizada, estabelecendo-se uma relação direta com 
os conteúdos curriculares; e) por fim, a questão inicial é retomada, 
considerando-se as implicações sociais, econômicas, políticas e culturais 
nela envolvidas. 
Vamos exemplificar com uma aula de Ciências, cujo tema seja a 
questão do lixo, seguindo-se o modelo proposto por TEIXEIRA (2003). 
A aula poderia ser iniciada com a leitura e discussão de 
uma matéria que tratasse, por exemplo, do trabalho dos catadores de lixo 
nas grandes cidades. A partir daí seriam identificados alguns dos recursos 
tecnológicos disponíveis atualmente, que possibilitam a reciclagem dos 
resíduos sólidos, com grandes vantagens para o meio ambiente. Em 
seguida, discutem-se conceitos científicos relacionados ao tema, que 
poderiam ser, por exemplo, noções de Ecologia. A discussão é 
sistematizada de modo a estabelecer uma relação clara entre o problema 
discutido e os conteúdos curriculares a ele relacionados. Por fim, a 
reportagem seria retomada, desta vez com uma visão muito mais 
abrangente e crítica da realidade social, proporcionada pelos estudos dos 
conceitos científicos. 
 
21 
 
 
 
 
 
 
Você já ouviu falar em CTSA? 
 
No processo de transposição do campo de pesquisa CTS para o ensino 
de ciências, a sigla ganhou mais uma letra, o “A” de CTSA, em alusão 
ao ambiente. 
 De acordo com Tomazello (2009) embora a dimensão ambiental fosse 
um dos tópicos essenciais no campo CTS a explicitação do “A” na sigla 
identifica, a importância crescente que a dimensão socioambiental 
vem conquistando no sistema de ensino por meio da Educação 
Ambiental.Ao mesmo tempo mostra um desafio que é integrar o 
ambiente com o enfoque CTS. 
1 
 
 Fizemos uma breve apresentação desses modelos de ensino de 
Ciências, o primeiro mais tradicional (transmissivo receptivo) e os outros, 
mudança conceitual e CTS(A), já sintonizados com as tendências mais 
modernas de ensinar. 
 Essa breve exposição já dá uma pequena dimensão da pluralidade 
de vertentes teóricas que embasam as práticas pedagógicasno ensino de 
Ciências. Por outro lado, ela também nos permite reconhecer que aprender 
Ciências envolve uma nova maneira de pensar e explicar o mundo natural 
 Aprender Ciências envolve um processo de socialização das práticas 
da comunidade científica e de suas formas particulares de pensar e de ver 
o mundo, em última análise, um processo de "enculturação". Como fazer 
essa enculturação? A escola precisa incorporar as representações 
simbólicas próprias da cultura científica. 
 
1 http://cac-php.unioeste.br/eventos/ctsa/gts/04.pdf 
 
22 
 
 
 
 
 
 Estamos falando, portanto, não de um “método de ensino”, mas de 
uma postura pedagógica, que norteará as práticas docentes no sentido de 
oportunizar um ensino investigativo. Isso exige um processo adequado de 
transposição didática. 
 
 A transposição didática envolve a reelaboração e ressignificação do 
conhecimento científico no contexto escolar de ensino, embora o 
conhecimento escolar tome como referência o conhecimento científico. 
A preocupação principal é, portanto, a de encontrar um método de 
trabalho através do qual as crianças possam apropriar-se dos conceitos, 
procedimentos e atitudes de uma forma instigante e prazerosa, que 
assegure uma aprendizagem efetivamente significativa. 
E então caro aluno, cara aluna do IECS, está se sentindo desafiado 
a saber mais ? 
Com relação à aprendizagem de conceitos científicos, quatro 
pressupostos relevantes devem ser considerados na formulação de 
estratégias de ensino: 
1-A importância dos conhecimentos prévios dos alunos 
 Os conhecimentos que os alunos trazem para a escola são frutos de 
suas experiências cotidianas e de informações obtidas das mais variadas 
fontes, não devendo jamais ser desconsiderados no processo de ensino. 
2-O lugar atribuído ao conflito na construção de novos conceitos 
 A exploração dos conhecimentos prévios das crianças não é útil 
apenas para que os professores saibam o que as crianças pensam para 
poderem imediatamente corrigi-las. Quando o professor permite que a 
criança exponha as suas ideias, pode identificar possíveis contradições e 
explorá-las, levando o aluno a confrontar sua ideia com o conceito 
científico, até que se aproprie do modelo explicativo cientificamente aceito. 
 
23 
 
 
 
 
 
3-O papel fundamental da ação no processo de aprendizagem 
 A criança aprende enquanto brinca, manuseia, observa, 
experimenta. Portanto, a ação é fundamental no processo de aprendizagem 
dos conceitos científicos e deve sempre ser estimulada nas aulas de 
Ciências. A abordagem desses conceitos terá sempre como meta o 
envolvimento do aluno. As atividades devem lhes dar oportunidades para 
exporem suas ideias e criarem soluções criativas para problemas 
concretos. 
4- A importância da mediação pedagógica para a construção de novos 
conhecimentos. 
 A preparação de aulas atraentes que encorajem os alunos a 
explicitarem suas ideias e a agirem sobre os objetos é fundamental para a 
aprendizagem de conceitos científicos. Contudo, os alunos dificilmente 
conseguirão sozinhos sistematizar os conceitos construídos. Eles 
necessitarão da mediação do professor, que deverá transmitir-lhes as 
informações e conteúdos conceituais necessários à compreensão dos 
fenômenos e à construção de novos conhecimentos. 
 Nesse capítulo envolvemos assuntos relativos ao que ensinar e 
como ensinar Ciências , levantamos aspectos relativos à formação de 
professores e o papel na mediação pedagógica e na transposição didática. 
Ocorre que para fazer bem essas tarefas o professor precisa ter alguns 
conhecimentos científicos e capacidade de aprender sempre mais para 
identificar aspectos essenciais a serem discutidos e construídos com os 
alunos. 
 Dessa forma os capítulos que seguem buscam apresentar os 
saberes já consagrados no estudo de Ciências e despertar em você, aluno 
ou aluna do IECS, o desejo de conhecer mais. 
 
24 
 
 
 
 
 
 
4 CONTEÚDOS CURRICULARES NO ENSINO DE CIÊNCIAS 
 Você já observou que aquilo que é ensinado no Ensino Fundamental 
em Ciências abrange um grupo de disciplinas, cada qual com seu corpo 
teórico de referência? Há na matriz curricular aspectos da Biologia ( a maior 
quantidade) e também aspectos das disciplinas de Física e Química. Neste 
capítulo e nos que se seguirão procuraremos, ao lado das noções 
científicas dessas disciplinas, exemplificar como poderemos atuar de forma 
a conseguir realizar a transposição didática desses conceitos mais 
complexos, até para os pequenos na Educação Infantil. 
REFLETIR SOBRE 
 
 
 
 
 
 Optamos por apresentar uma abordagem simples dos principais 
conceitos, destacando a importância do estudo dos seres vivos, as teorias 
vigentes sobre a origem dos seres vivos, a classificação biológica e as 
principais categorias taxionômicas. Procuramos ainda fazer uma 
abordagem ampla de diversos conceitos ligados ao campo da Ecologia, 
que poderão embasar futuras reflexões sobre a temática ambiental. Por fim, 
introduzimos uma exposição bem simplificada de conceitos físicos e 
químicos, muito presentes nas situações cotidianas. Com isso esperamos 
ainda contribuir para a superação de uma resistência comumente 
observada entre os professores no que tange à Física e à Química, 
consideradas disciplinas difíceis e, por isso, desinteressantes. Trata-se, 
portanto, de uma atividade de leitura, através da qual esperamos motivá-lo 
Ao término do estudo desse capítulo você poderá ter construído e 
sistematizado aprendizagens como: 
Reconhecer a importância e a abrangência das Ciências que tem 
conteúdos de Biologia, Física e Química. 
Identificar as características gerais dos seres vivos. 
Refletir sobre as teorias a respeito do início da vida na Terra. 
 
 
25 
 
 
 
 
 
a “ler” os fenômenos físicos e químicos do dia-a-dia, reconhecendo a 
importância da decodificação da linguagem científica, muitas vezes vista 
como o principal obstáculo para a aprendizagem dos conceitos. 
 Começaremos com aspectos da disciplina de Biologia, uma vez que, 
pelo que se observa nos currículos escolares há, de forma geral, a 
predominância dos temas de estudo ligados à Biologia. 
4-1 Caracterização dos seres vivos 
Ao estudarmos sobre os seres vivos, talvez devêssemos começar 
pensando um pouco nas curiosidades que temos a respeito deles. Afinal, 
existem seres vivos por toda a parte. São tão diferentes e fascinantes. De 
onde vieram? Como chegaram a ser como são? 
Contando uma história. 
Ansiosa por tornar o ambiente da sua sala de aula mais agradável, a 
professora Marina resolveu pedir aos seus alunos que trouxessem plantas 
de casa. Todos atenderam prontamente e logo as crianças começaram a 
se revezar no cuidado das plantinhas. Alguns dias depois, verificaram que 
o belo cactus trazido por uma das crianças havia morrido, apesar de ter 
sido regado diariamente. O que teria acontecido? Isso desencadeou uma 
discussão interessante na sala de aula, a partir da qual puderam constatar 
que as necessidades das plantas são diferentes. O modo de vida de cada 
ser vivo está relacionado às condições do seu ambiente de origem. O 
cactus, por exemplo, é uma planta que se desenvolve em solo árido. 
Portanto, o excesso de água, nesse caso, é tão prejudicial como seria a 
falta dela para uma planta aquática. 
 
 Existem seres vivos nos mais variados ambientes da Terra, desde os 
desertos, até nas montanhas geladas, passando pelas florestas tropicais, 
rios e mares. Os organismos se multiplicam. Na incansável luta pela vida, 
 
26 
 
 
 
 
 
estão permanentemente relacionando-se uns com os outros. Isso acontece 
quando procuram alimentos ou parceiros para reprodução ou mesmo 
quando tentam escapar de seus predadores. É claro que não seria possível 
descrever aqui todos os seres vivos e as diversas relações que 
estabelecem entre si. Vamos observar,portanto, apenas algumas 
características gerais dos seres vivos que asseguram a presença deles nos 
mais diferentes ecossistemas. 
O que torna um ser vivo diferente da matéria bruta? Você já parou 
para pensar nisso? Antes de prosseguir na leitura, pare e pense um pouco. 
Cite três características que distinguem um ser vivo. Não se preocupe em 
acertar. Apenas registre as opiniões que você tem a respeito. Depois, 
prossiga a leitura, comparando suas respostas com as informações do 
texto. Aposto que você acertou mais do que imagina. 
A resposta não é tão óbvia quanto parece. Num primeiro momento, 
você pode ser levado a pensar que um ser vivo respira, alimenta-se, 
cresce, reproduz, movimenta-se. Mas será que isso vale para todos os 
seres vivos existentes no planeta? 
Quando nos referimos aos seres vivos não estamos apenas falando 
dos animais e vegetais que vemos por toda a parte. Estamos englobando 
uma infinidade de seres que, talvez, jamais tenhamos visto por perto, até 
mesmo por serem microscópicos. As características gerais dos seres vivos 
são, portanto, aquelas comuns a todos eles. 
Características 
1-composição química complexa.- 2 - elevado grau de organização estrutural- 3-
consumo de energia com contínua renovação de matéria-.4-a realização das 
funções vitais- 5-homeostase.- 6- a capacidade de reprodução- 7- a adaptação ao 
ambiente- 8- capacidade de relacionar-se com o ambiente.-9- individualidade e 10- 
variabilidade - 
 
 
27 
 
 
 
 
 
A primeira constatação que podemos fazer em relação aos seres 
vivos é que, ao contrário da matéria bruta, eles têm uma composição 
química complexa. Esta seria a primeira característica geral dos seres 
vivos. Mesmo uma bactéria terá uma composição extraordinariamente mais 
complexa que a de um mineral, por exemplo. Na estrutura de um mineral 
encontramos poucas substâncias. Num organismo vivo encontramos uma 
infinidade de substâncias que compõem enormes moléculas (proteínas, 
lipídios ou gorduras, glicídios ou açúcares, etc.). 
Os seres vivos apresentam ainda uma segunda característica: o 
elevado grau de organização estrutural. Nenhum ser vivo possui uma 
estrutura rígida e simples como a de um cristal, por exemplo. Mesmo os 
seres formados por uma só célula são capazes de realizar todas as suas 
funções vitais. Os vírus são a única exceção a esta regra, por possuírem 
uma organização estrutural bem mais simples que a dos demais seres 
vivos. 
 Você há de convir que manter tudo isso em atividade constante 
demanda uma grande quantidade de energia. Você poderia dizer que, 
neste aspecto, um ser vivo se assemelha a um aparelho doméstico que, 
mesmo sendo feito de matéria inanimada, também depende de energia 
para funcionar. Mas não é bem assim. 
O que caracteriza os seres vivos é o consumo de energia com 
contínua renovação de matéria. Esta é, portanto, a terceira característica. 
Em outras palavras, podemos dizer que a matéria obtida através da 
nutrição passa a fazer parte do organismo e é consumida através de 
processos químicos que ocorrem no interior das células. 
Como esse consumo é constante, há sempre a necessidade de 
reposição de matéria, isto é, de alimento. É esse equilíbrio dinâmico que vai 
possibilitar uma quarta característica dos seres vivos: a realização das 
 
28 
 
 
 
 
 
funções vitais. Por mais simples que seja um ser vivo, estará sempre 
desempenhando as funções de nutrição, respiração, excreção, transporte, 
etc. 
Não basta estar vivo: é preciso ainda manter-se vivo, isto é, ser 
provido de mecanismos que garantam a manutenção constante da 
composição química e do estado físico de matéria que o compõe, mesmo 
que as condições externas se modifiquem. O processo que envolve toda 
essa dinâmica responsável pelo equilíbrio estável de um ser vivo é 
chamado homeostase. Esta é a quinta das características dos seres vivos, 
sobre a qual voltaremos a falar mais adiante. 
Como se não bastasse tudo isso, os seres vivos ainda apresentam 
uma sexta característica muito especial: a capacidade de reprodução, que 
garante a continuidade da vida na Terra. Mesmo os seres mais simples 
podem se reproduzir. A proliferação está diretamente ligada à sétima 
característica dos seres vivos: a adaptação ao ambiente. Foi por este 
ponto que iniciamos nossa conversa, lembra-se? 
Os seres vivos, em geral, têm a capacidade de se adaptar a novas 
circunstâncias ambientais. Quando ocorrem alterações drásticas nas 
condições do ambiente, os organismos deixam de se reproduzir 
satisfatoriamente e algumas espécies podem acabar se extinguindo. 
Alguns seres vivos possuem características especiais que os tornam 
capazes de sobreviver nos ambientes mais inóspitos. Os animais vão 
precisar procurar alimento, garantir abrigo e segurança para a prole, fugir 
dos predadores etc. Os vegetais, por sua vez, produzem seu próprio 
alimento, crescem, reproduzem-se; em alguns casos chegam a competir 
por luz, água e espaço. Esses exemplos nos mostram que, além de 
adaptar-se, um ser vivo tem uma oitava característica: a sua capacidade 
de relacionar-se com o ambiente. 
 
29 
 
 
 
 
 
A esta altura você já deve estar imaginando que os seres capazes de 
reunir todas essas características são realmente muito especiais. Mas há 
uma última característica que torna qualquer ser vivo mais especial ainda: a 
sua individualidade e variabilidade. Um fragmento de ouro ou ferro terá 
sempre a mesma composição de qualquer outro fragmento. Os seres vivos, 
ao contrário, são indivíduos únicos em sua espécie. Jamais serão 100% 
idênticos, já que a combinação de caracteres genéticos que ocorre na 
reprodução sexuada dá-se ao acaso, em meio a uma infinidade de 
possibilidades. Portanto, essa individualidade garante também uma grande 
variabilidade entre os seres vivos. 
É preciso lembrar que existem exceções neste caso. Os seres vivos 
mais simples (vírus, bactérias, protozoários, fungos e raros animais 
aquáticos) realizam reprodução assexuada, não havendo, portanto, 
recombinação gênica ou variabilidade genética entre eles. Neste caso, a 
recombinação gênica ocorreria apenas se houvesse mutação. Cada 
indivíduo divide-se, dando origem à células-filhas idênticas, a menos que 
sofram algum tipo de mutação. 
ATIVIDADE DE ESTUDO 1 
As afirmações abaixo se referem às características gerais dos seres 
vivos. Assinale, à frente de cada uma, V, se for verdadeira, ou F, 
se for falsa. : 
a ( ) Todos os seres vivos se caracterizam por sua organização 
estrutural complexa. 
b ( ) A capacidade de reprodução é uma característica exclusiva 
dos seres vivos, que garante a distribuição das espécies nos 
mais diversos ambientes.. 
c ( ) Um ser vivo se caracteriza por sua capacidade de adaptação 
ao ambiente.Por esta razão, um ser vivo não consegue manter 
 
30 
 
 
 
 
 
suas funções vitais quando as condições ambientais se 
alteram, ainda que levemente. 
d ( ) A variabilidade genética atribui aos seres vivos,sem exceções, 
uma característica especial: a individualidade. Portanto, um ser 
vivo, por mais simples que seja, será sempre um indivíduo único. 
e ( ) Os seres vivos são capazes de se relacionar com o ambiente, 
buscando nele o suprimento nutritivo e as condições 
adequadas à reprodução. 
Agora que você já pôde identificar as características gerais dos seres 
vivos, vamos retomar à nossa conversa inicial e detalhar um pouco mais as 
adaptações dos seres vivos ao ambiente. 
Até aqui está tudo muito claro, não é mesmo? Caberia até uma 
pequena provocação. Suponhamos que, durante uma aula de Ciências, 
aquele seu aluno que está sempre aprontando alguma lhe perguntasse: 
 
 
 
 
Se você estava esperando uma resposta pronta, lamentamos 
decepcioná-lo. Nós não temos as respostas para tudo em Ciências. Aliás, a 
nossa capacidade de formular novas perguntas é que nos impulsiona a 
buscar cada vez maisnovos conhecimentos. 
Muitos cientistas, ao longo da história, têm buscado respostas para 
questões como a do exemplo acima. Nenhuma delas é definitiva, mas 
algumas conseguem reunir um grande número de evidências favoráveis, 
passando a constituir um modelo explicativo cientificamente aceito. 
“Como é que os seres vivos escolhem as características 
mais adequadas ao local em que vivem”? 
 
31 
 
 
 
 
 
 A capacidade de adaptação dos seres vivos ao ambiente é algo que 
sempre intrigou os cientistas. Questões ainda maiores surgiram antes 
desta, sendo a principal delas a que se refere à origem da vida na Terra. 
4-1-1-Como surgiu a vida na Terra? 
 Você sabe que a Terra é um planeta muito especial que apresenta 
as condições indispensáveis à existência de vida, por exemplo: a distância 
do Sol que assegura temperatura média e luminosidade ideais para a 
existência de vida no planeta, a composição da atmosfera, a existência de 
água em seus três estados de agregação, etc. 
Além disso, você também já é capaz de identificar os fatores que 
caracterizam um ser vivo, de modo geral. É possível que agora você esteja 
interessado em saber de onde vieram esses seres vivos e como chegaram 
a ser como são, tão bem adaptados ao ambiente em que vivem. Para tanto, 
você vai precisar conhecer mais um pouquinho da História da Ciência. 
Dois cientistas, um inglês e um americano em 1953, realizaram um 
experimento e construíram um aparelho no qual tentaram reproduzir a 
mistura de gases e as descargas elétricas que supunham existir na 
atmosfera primitiva. Após deixar o sistema funcionando por uma semana, 
um deles examinou o líquido acumulado e percebeu que ele continha 
diversos compostos orgânicos simples. Muitos outros cientistas têm 
procurado aprimorar esses experimentos. Em alguns desses experimentos 
já conseguiram obter muitos tipos de moléculas orgânicas. Seguindo esse 
raciocínio, os cientistas imaginaram que moléculas orgânicas eram 
formadas a partir das substâncias existentes na atmosfera primitiva, 
acumulando-se nos lagos que se formavam sobre a crosta terrestre. Essas 
moléculas sofreram diversas transformações e talvez tenham formado 
moléculas mais complexas, que se juntaram, dando origem aos primeiros 
seres vivos, conhecidos como coacervatos. 
 
32 
 
 
 
 
 
Estava assim inaugurada a vida na Terra. A partir daí, inúmeras 
transformações ocorreriam, ao longo de mais de 3 bilhões de anos, até que 
o planeta ficasse, como o conhecemos, repleto de vida. Este é apenas um 
dos modelos teóricos que tentam explicar a origem da vida na Terra. Mas 
nem esse nem os outros modelos puderam ser comprovados 
experimentalmente. 
 Segundo os modelos científicos aceitos atualmente, todos os seres 
vivos descendem de organismos muito simples que habitaram a Terra 
primitiva. Para chegarem a ser como são hoje, os seres vivos passaram por 
um longo processo de evolução biológica. 
 Certamente você já ouviu falar da teoria evolucionista do estudioso 
inglês Charles Darwin. Vamos tentar resumir ao máximo as ideias principais 
apresentadas em sua obra "Origem das espécies" (1859). 
 Os seres vivos têm um enorme potencial reprodutivo. Mesmo assim, 
o tamanho das populações não cresce desordenadamente. O número de 
indivíduos se mantém mais ou menos constante, porque é limitado pelas 
condições do ambiente (espaço, disponibilidade de alimentos, etc.). Assim, 
é natural que muitos indivíduos morram sem deixar descendentes. 
Geralmente, os indivíduos que sobrevivem e deixam descendentes 
são aqueles que apresentam características adequadas à sobrevivência e à 
reprodução naquele determinado ambiente. Com o tempo, só existirão na 
população indivíduos que apresentam essas características favoráveis. Os 
demais terão desaparecido, por não terem conseguido se reproduzir 
satisfatoriamente. Podemos dizer que o ambiente exerce uma seleção 
natural sobre os indivíduos, favorecendo aqueles que possuem melhores 
condições de sobrevivência e reprodução. 
 Você pode observar o quanto as “estratégias reprodutivas” de cada 
espécie são adequadas ao modo de vida de cada uma delas. Você vai se 
 
33 
 
 
 
 
 
surpreender observando alguns exemplos dessas “estratégias 
reprodutivas”. Note que os animais que põem seus ovos na água, como 
peixes e anfíbios, fazem uma postura extremamente numerosa, já que a 
probabilidade de perda de filhotes na água é muito maior se comparada à 
de animais terrestres. 
Os vegetais também têm suas estratégias, isto é, seus mecanismos 
de dispersão. Existem, por exemplo, as sementes aladas e outras que se 
prendem aos pêlos dos animais ,como os incômodos “carrapichos”,fazendo 
com que surjam novas plantas em outros lugares. 
 As plantas com flor dependem dos animais para a polinização de 
suas flores e da dispersão de seus frutos e sementes, sendo necessária 
uma adequação entre eles. A cor e o cheiro das flores atraem os insetos e 
outros animais que agem como polinizadores. Repare que as flores 
brancas, que não são tão atraentes durante o dia, geralmente têm um 
cheiro forte, que se intensifica à noite, atraindo insetos de hábitos noturnos 
que levam o pólen de umas às outras promovendo a fecundação. As flores 
que não são coloridas, como as pequeninas flores do capim, compensam 
isso produzindo uma grande quantidade de pólen, que é dispersa pelo 
vento. 
Depois da fecundação, desenvolve-se o fruto e aí chega a hora de 
disseminar as sementes. Quando maduros, a maioria dos frutos são 
coloridos e cheirosos. Qual será a vantagem disso? Proporcionar-nos uma 
deliciosa salada de frutas? É claro que não! O cheiro agradável atrai 
animais famintos que vão espalhar sementes por toda parte. A retirada do 
fruto precisa ser feita na hora certa, quando as sementes estiverem 
prontas. É por isso que os frutos ainda não maduros são verdes, passando 
despercebidos entre as folhas. Além disso, ficam bem agarrados aos 
 
34 
 
 
 
 
 
ramos das árvores e têm um sabor desagradável, que desestimula os 
“gulosos” a retirá-los antes da hora. 
Estes processos não são intencionais. Um ser vivo não escolhe 
viver num ambiente que combine com as suas características morfológicas 
ou fisiológicas, nem desenvolve uma característica de acordo com suas 
necessidades. As espécies estão perfeitamente adaptadas ao ambiente em 
que vivem e permanecerão assim, a menos que passe a atuar sobre elas 
algum fator de desequilíbrio. 
Os conhecimentos que temos hoje são o resultado de séculos de 
esforço e de muitos questionamentos que nos motivam a prosseguir no 
instigante processo de construção do conhecimento científico, do qual você 
e seus alunos fazem parte quando levantam questões e buscam respostas 
sobre a realidade observada. 
ATIVIDADES DE ESTUDO 2 
 Pedrinho chega à escola entusiasmado com as ideias que lhe ocorreram. 
Ao observar que os patos têm características morfológicas adequadas ao seu 
modo de vida, decidiu que a partir daquele dia faria com o seu papagaio de 
estimação exercícios diários de adaptação, até que ele desenvolvesse pés 
parecidos com os dos patos. Já pensou como seria divertido tomar banho de 
piscina com o Louro? (Fonte: www..cassiopeia.com.br) 
 Antes que Pedrinho afogue o Louro, desenvolva um argumento 
baseado na leitura que demonstre os equívocos na interpretação do 
menino. 
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.cassiopeia.com.br/pifft/images/papagaio.gif&imgrefurl=http://www.cassiopeia.com.br/pifft/&h=245&w=220&sz=13&tbnid=z4QiHEm2Jj6BEM:&tbnh=105&tbnw=94&hl=pt-BR&start=5&prev=/images?q=papagaio&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
 
35 
 
 
 
 
 
 
Ideias para reflexão 
A Teoria da Evolução provoca muitas críticas, especialmente entre aqueles que creem na 
que as espécies existentes foram criadas por Deus exatamente como são e que o número 
de espécies seria fixo, determinado no momento da criação. Esta ideia,que prevaleceu no 
ocidente até o século XIX, denomina-se criacionismo ou fixismo. Não são os religiosos os 
únicos a criticarem o paradigma evolucionista. Já há também, por parte de alguns 
cientistas, muitos questionamentos sobre as proposições de Darwin e seus sucessores. 
Este debate de ideias sempre existiu na história da Ciência e é sempre muito bem-vindo, 
pois abre caminho para a produção de novos conhecimentos. 
A aparente incompatibilidade entre fé e ciência não tem sustentação bíblica nem científica. 
É antes de tudo uma questão filosófica. A dissociação entre Ciência e Religião serviu bem 
aos interesses políticos e ideológicos do final do século XIX, mas não teria sentido nos dias 
de hoje. 
Usar a Bíblia para confrontar teorias científicas é tão inadequado quanto usar teorias 
científicas para legitimar os preceitos morais contidos na Bíblia. 
A finalidade da Bíblia é revelar Deus ao homem, mostrando como o ser humano procurou 
relacionar-se com a divindade ao longo da história da humanidade. Por outro lado, a 
formulação de teorias científicas e a elaboração de modelos explicativos sobre a natureza 
não implica, necessariamente, em ceticismo religioso. Diferentes explicações sobre a 
realidade sempre existiram. 
Se admitirmos que a explicação científica é a única possível, embora seja a consensual no 
meio científico, estaremos agindo com a mesma intransigência da qual foram vítimas os 
cientistas condenados pela Igreja no passado. 
Estejamos abertos ao diálogo, adotando sempre uma postura crítica, porém respeitosa e 
ética. 
Ainda hoje, não existe consenso absoluto em relação às explicações 
para a origem, diversidade e enorme capacidade de adaptação dos seres 
vivos existentes em nosso planeta. Algumas correntes se chocam, mas 
acaba prevalecendo aquela que reúne maior número de evidências, 
passando a ser o modelo reconhecido e legitimado pelos cientistas em todo 
o mundo. Vamos conhecer um pouco mais? 
 
36 
 
 
 
 
 
5- COMO ENTENDER A DIVERSIDADE DAS ADAPTAÇÕES DO SERES 
VIVOS? 
As adaptações são as características que os seres vivos apresentam 
que os tornam capazes de ajustarem-se às condições do ambiente. Nesse 
capítulo trataremos das adaptações morfológicas ou fisiológicas dos seres 
vivos. 
 
 
 
 
 
 
5-1 As adaptações morfológicas 
 As adaptações morfológicas (morfo = forma) referem-se às 
características anatômicas apropriadas ao ambiente em que vive a espécie. 
Vamos conhecer alguns exemplos? 
 Pense no modo de vida do morcego. Ele é um animal de hábitos 
noturnos, com alimentação variada, dependendo da espécie. Alguns 
comem frutas, outros se alimentam de insetos. Poucas espécies são 
hematófagas, isto é, se alimentam do sangue de animais. O morcego é o 
único mamífero que voa. Isso só é possível graças à membrana que une 
seus longos dedos formando a sua asa. Esta não é a única adaptação que 
favorece o seu modo de vida. Como ele precisa voar no escuro para 
procurar seus alimentos., ele tem um sofisticado sistema de “radar”. Assim 
ele emite constantemente sons muito agudos. Ao encontrarem um 
obstáculo, esses sons produzem um eco que é percebido pelo morcego. 
Desse modo, o animal tem a noção exata da localização do obstáculo e 
pode desviar-se dele. 
Ao término do estudo desse capítulo você poderá ter construído e 
sistematizado aprendizagens como: 
Identificar adaptações fisiológicas e morfológicas dos seres vivos 
Entender como se deu a divisão dos animais em reinos 
Reconhecer a necessidade de estabelecimento de regras para nomear 
cientificamente os animais 
 
 
37 
 
 
 
 
 
 Os mamíferos aquáticos, como os golfinhos e os botos da Amazônia, 
não têm patas como os terrestres. Seus membros são modificados em 
nadadeiras, que são, evidentemente, muito mais adequadas à vida na 
água. 
 morcego peixe-boi 
 Fonte: www.gnosisonline.org Fonte: www.ceaba.ubbi.com.br 
 Alguns insetos, como o louva-a-deus e o bicho-pau, são parecidos 
com folhas e galhos e assim conseguem escapar de seus predadores. 
Essa adaptação é denominada camuflagem. Existe outro tipo de 
adaptação que também permite que os animais se “disfarcem”: o 
mimetismo. Ocorre mimetismo quando uma espécie leva alguma 
vantagem por ser muito semelhante a indivíduos de outra espécie. 
 Como exemplo podemos citar o caso da falsa coral, que não é cobra 
peçonhenta, mas sua grande semelhança com a coral verdadeira afasta 
possíveis agressores. 
 falsa coral coral verdadeira 
Fonte: www.animalls.net Fonte: curlygirl.naturlink.pt 
 O tamanduá, típico representante da fauna do planalto central 
brasileiro, possui um focinho afilado e uma longa língua que lhe permite 
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.gnosisonline.org/Magia_Elemental/images/morcego.jpg&imgrefurl=http://www.gnosisonline.org/Magia_Elemental/magia_morcego.php&h=295&w=266&sz=13&tbnid=ShznlTKrZdX59M:&tbnh=111&tbnw=100&hl=pt-BR&start=4&prev=/images?q=morcego&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.ceaba.ubbi.com.br/peixe_boi_g.jpg&imgrefurl=http://www.ceaba.ubbi.com.br/&h=294&w=220&sz=13&tbnid=K9edBvxSlEHdwM:&tbnh=111&tbnw=83&hl=pt-BR&start=4&prev=/images?q=peixe-boi&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
http://www.gnosisonline.org/
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.animalls.net/FOTOS/Sinaloa1.jpg&imgrefurl=http://www.animalls.net/ARTIC39.HTML&h=179&w=250&sz=26&tbnid=lQhGD-EdyKf5vM:&tbnh=75&tbnw=106&hl=pt-BR&start=3&prev=/images?q=falsa+coral&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://curlygirl.naturlink.pt/cobracoral2.jpg&imgrefurl=http://curlygirl.naturlink.pt/sabiasque.htm&h=204&w=290&sz=20&tbnid=cl3k7qzZQ1Z6PM:&tbnh=77&tbnw=110&hl=pt-BR&start=4&prev=/images?q=cobra+coral+&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
 
38 
 
 
 
 
 
caçar formigas com facilidade..O bicho-preguiça vive agarrado às arvores 
saboreando brotos dos ramos mais altos. Isso não seria nada fácil sem 
aquelas unhas enormes . 
 tamanduá bicho-preguiça 
 Fonte: www.worldwideecolodges.com Fonte: www.the-wallpaper.net 
 Nos manguezais existem plantas com adaptações muito específicas 
adequadas àquele tipo de ambiente. Os mangues se situam na zona de 
transição entre o mar e a terra firme, onde deságuam rios. A vegetação do 
mangue está adaptada ao solo encharcado e a salinidade da água. Não 
há, portanto, vegetação rasteira. Os arbustos típicos dos mangues têm 
raízes-escoras que auxiliam a sustentação na lama 
raízes-escoras Fonte: http://www.itson.mx/ 
ATIVIDADE DE ESTUDO 1 
A) Explique o que são adaptações morfológicas e quais as vantagens que 
elas oferecem aos seres vivos. 
B) Diferencie mimetismo e camuflagem. 
 
 
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.worldwideecolodges.com/WhatsNew/Slides/Tamandua.jpg&imgrefurl=http://www.worldwideecolodges.com/eco-pkgs.htm&h=652&w=688&sz=55&tbnid=am66Rqwc1C-rGM:&tbnh=129&tbnw=137&hl=pt-BR&start=5&prev=/images?q=tamandu%C3%A1&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://baixaki.ig.com.br/imagens/wpapers/DSC02748800.jpg&imgrefurl=http://www.the-wallpaper.net/wallpaper/12674-bicho-preguica-e-filhote.html&h=768&w=1024&sz=143&tbnid=1svErE8irV3zGM:&tbnh=112&tbnw=150&hl=pt-BR&start=8&prev=/images?q=bicho-pregui%C3%A7a&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
http://www.worldwideecolodges.com/
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.itson.mx/drn/dcama/Humedales%20costeros/Atanasia-Mangle-pneumatoforo.jpg&imgrefurl=http://www.itson.mx/drn/dcama/Humedales%20costeros/humedalesindex.htm&h=768&w=1024&sz=316&tbnid=zSXp7R6576_W3M:&tbnh=112&tbnw=150&hl=pt-BR&start=2&prev=/images?q=pneumat%C3%B3foro&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
 
39 
 
 
 
 
 
5-2 As adaptações fisiológicas 
 As adaptações fisiológicas não são perceptíveis externamente. 
São adequaçõesdo funcionamento orgânico de um ser vivo que favorecem 
o seu modo de vida. 
 Algumas plantas aquáticas como a vitória-régia, típica da Amazônia, 
não podem sobreviver na terra. Seu funcionamento interno está adequado 
à vida na água. Outras, como as araucárias e pinheiros do sul do Brasil 
estão adaptadas às baixas temperaturas. Algumas vivem em ambientes 
com pouquíssima luminosidade, outras necessitam de luz intensa. 
vitória-régia araucária 
Fonte: www.cnpq.br Fonte: www.pro-araucaria.com.br 
 Entre os peixes de água doce e de água salgada não há grandes 
variações morfológicas, mas eles estão fisiologicamente adaptados ao meio 
em que vivem. Se você soltar um peixe de água doce no mar ele morrerá. 
O mesmo acontecerá se um peixe de água salgada for colocado num rio. 
Gostaria de saber por quê? É simples, mas para que você compreenda 
melhor, vamos usar um exemplo bem comum. 
Quando você coloca um pedaço de batata na água, ele “incha”, isto 
é, absorve água. Se você colocar o mesmo pedaço de batata na água 
salgada, ele “murcha”, ou seja, a batata perde água. Já deu para perceber 
que a concentração de sais no interior e no exterior das células precisa 
estar em equilíbrio. Nos organismos vivos, isso se dá por meio de um 
processo chamado equilíbrio osmótico, fundamental para a manutenção da 
vida. Os peixes de água salgada, colocados num rio, absorveriam tanta 
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.cnpq.br/mamiraua/fotos/flora/vitoria.JPG&imgrefurl=http://www.cnpq.br/mamiraua/fotos/flora/varzea5.htm&h=301&w=450&sz=33&tbnid=46yMJ_Pk2vVFmM:&tbnh=82&tbnw=124&hl=pt-BR&start=3&prev=/images?q=vit%C3%B3ria-r%C3%A9gia&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.pro-araucaria.com.br/araucaria.jpg&imgrefurl=http://www.pro-araucaria.com.br/&h=324&w=330&sz=29&tbnid=v-tjBiwB0Qci6M:&tbnh=111&tbnw=114&hl=pt-BR&start=14&prev=/images?q=arauc%C3%A1ria&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
http://www.cnpq.br/
 
40 
 
 
 
 
 
água que suas células acabariam se rompendo. Já os peixes de água doce, 
se colocados no mar, morreriam desidratados (mesmo dentro d’água!). 
Para manter o equilíbrio osmótico, os sistemas excretores desses animais 
apresentam adaptações fisiológicas interessantes. 
Os peixes de água doce eliminam amônia diluída em grande 
quantidade de água. Assim, evitam a absorção exagerada de água por 
suas células. Os peixes de água salgada, ao contrário, ingerem água do 
mar e eliminam pouquíssima urina e maior quantidade de sais através de 
suas brânquias, evitando que suas células percam água. Os mamíferos 
marinhos, como as baleias e golfinhos, também possuem adaptações 
fisiológicas equivalentes. Caso contrário, não poderiam sobreviver sem 
água potável para beber. 
 
ATIVIDADE DE ESTUDO 2 
Quais as adaptações fisiológicas que os peixes apresentam que lhes 
assegura a manutenção do equilíbrio osmótico? 
 
Um tópico interessante que precisamos pensar também ao 
conversarmos sobre os seres vivos diz respeito a forma de agrupá-los para 
poder estudá-los. Diante da extraordinária diversidade de seres vivos 
existentes em nosso planeta, a classificação é o meio que possibilita o 
estudo sistemático dos mesmos 
5-3 Classificação dos seres vivos 
A classificação é uma prática comum em nosso cotidiano. Aplicamos 
critérios de classificação para organizar quase tudo em nossa vida: os 
documentos numa pasta, as roupas no armário, as louças na cozinha. Tudo 
é arrumado levando-se em conta alguns critérios que orientam a maneira 
como serão separados e que podem ser bastante variados. 
 
41 
 
 
 
 
 
Dessa maneira também se tornou necessário agrupar os seres 
vivos segundo um critério e isso foi feito pensando em unificar 
mundialmente o processo de classificação. 
 Em 1735, o naturalista sueco Lineu, publicou o livro Systema 
Naturae que se tornou célebre. Nessa obra, ele propunha um sistema de 
classificação bastante coerente, que serviu de base para os sistemas 
usados atualmente. 
Fonte: www.naturlink.pt 
 Lineu fez surgir um novo campo de estudo nas Ciências naturais, a 
Taxonomia (do grego taxis = classificação; nomos = regra). A taxionomia 
é, portanto, o ramo da Biologia que se encarrega de identificar e catalogar 
as espécies de seres vivos existentes. Hoje, já são mais de 2 milhões de 
espécies catalogadas e muitas outras ainda permanecem desconhecidas 
pelos taxionomistas. 
 Lineu usava como critério taxonômico a estrutura anatômica dos 
seres vivos. Atualmente, a classificação leva em conta, além das 
semelhanças anatômicas, as similaridades na composição química e na 
estrutura genética. 
 Nos sistemas atuais, a unidade básica de classificação é a espécie 
( do latim species = tipo). A espécie é definida como “um conjunto de seres 
semelhantes, capazes de cruzar em condições naturais, produzindo 
descendência fértil”. Seres de espécies diferentes podem até produzir 
descendentes híbridos, mas estes serão estéreis. 
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.naturlink.pt/uploads/%7b1E96F73E-370B-4FB8-8361-C1B801F0B841%7d.jpg&imgrefurl=http://www.naturlink.pt/canais/subCanal.asp?iLingua=1&iCanal=31&iSubCanal=49&h=275&w=180&sz=8&tbnid=1ahncyT2XA3JIM:&tbnh=109&tbnw=71&hl=pt-BR&start=6&prev=/images?q=Lineu&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
 
42 
 
 
 
 
 
 A partir da espécie, derivam as outras categorias taxonômicas que 
agrupam seres também semelhantes, mas com algumas características 
que os distinguem entre si. 
 As onças e os tigres, por exemplo, são animais bastante 
semelhantes, mas não o suficiente para pertencerem à mesma espécie. 
Juntos, eles integram a categoria taxionômica imediatamente superior, o 
gênero. Onças e tigres pertencem ao gênero Felis, que agrupa diversas 
espécies de felinos, como os gatos e leões, por exemplo. 
 onça tigre lince 
 Fonte: www.come-to-brazil.com Fonte: www.ime.eb.br Fonte: www.fotonostra.com 
 Gêneros que apresentam semelhanças significativas são reunidos 
em uma categoria hierarquicamente superior, a família. Os linces não 
pertencem ao mesmo gênero das onças, mas têm semelhanças suficientes 
para serem classificados na mesma família. Famílias semelhantes são 
agrupadas em ordens que, por sua vez, são reunidas em classes, estas 
em filos, que, por fim, compõem os reinos. 
 
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.come-to-brazil.com/brasil/ecologia/imagens/onca.jpg&imgrefurl=http://www.come-to-brazil.com/brasil/ecologia/&h=206&w=200&sz=9&tbnid=WTzluIkY2cDvXM:&tbnh=100&tbnw=97&hl=pt-BR&start=1&prev=/images%3Fq%3Don%25C3%25A7a%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26sa%3DG
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.ime.eb.br/~pinho/pessoal/linux/backgrounds/tigre.jpg&imgrefurl=http://www.ime.eb.br/~pinho/pessoal/linux/backgrounds/&h=600&w=800&sz=434&tbnid=e2HQJccIBZlq1M:&tbnh=106&tbnw=142&hl=pt-BR&start=10&prev=/images?q=tigre&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.fotonostra.com/albums/animales/fotos/lince.jpg&imgrefurl=http://www.fotonostra.com/albums/animales/lince.htm&h=448&w=598&sz=63&tbnid=JzyN9aM6hCiO2M:&tbnh=99&tbnw=133&hl=pt-BR&start=8&prev=/images?q=lince&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
http://www.come-to-brazil.com/
http://www.ime.eb.br/
 
43 
 
 
 
 
 
No Reino Vegetal, a categoria taxionômica filo é substituída por 
divisão. 
 Outra informação interessante : Seres vivos muito semelhantes 
podem pertencer a espécies diferentes. É o caso dos ursos, por exemplo. 
Embora o urso pardo europeu, o urso preto americano e o urso polar sejam 
todos popularmente chamados de “ursos”, na realidade são animais 
distintos, pois pertencem a espécies diferentes e até a gêneros diferentes e 
não se reproduzem entre si. 
urso polar urso preto urso pardo 
Fonte: animais.com.sapo.pt Fonte: www.americanphoto.co.jp Fonte: www.webciencia.comATIVIDADE DE ESTUDO 3 
Diante da diversidade dos seres vivos, a classificação foi fundamental para 
o seu estudo. Dentre as afirmações abaixo, sobre a classificação, assinale 
as que são CORRETAS. 
a) A taxionomia é o ramo da Biologia que se encarrega de identificar as 
características dos seres vivos existentes, sem, no entanto, ocupar-se de 
sua classificação e catalogação.( ) 
b ) De acordo com a classificação vigente, um vegetal pertencerá 
obrigatoriamente a um reino, uma divisão, uma classe, uma ordem, uma 
família, um gênero e uma espécie.( ) 
c ) Uma ordem engloba diferentes classes, assim como um gênero reúne 
diferentes espécies.( ) 
d ) Os seres pertencentes a um determinado gênero guardam semelhanças 
entre si que lhes possibilitam a produção de descendentes férteis.( ) 
e) A espécie é a unidade básica de classificação definida como um conjunto 
de seres semelhantes, capazes de cruzar em condições naturais, 
produzindo descendência fértil.( ) 
 
 
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://animais.com.sapo.pt/Polar4.jpg&imgrefurl=http://animais.com.sapo.pt/Animais.html&h=998&w=1280&sz=167&tbnid=hQONKW82EvR26M:&tbnh=116&tbnw=150&hl=pt-BR&start=4&prev=/images?q=urso+polar&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.americanphoto.co.jp/pages/onlinecatalog/Adventure/Wildlife/Previews/Plans-19764.jpg&imgrefurl=http://www.americanphoto.co.jp/pages/onlinecatalog/Adventure/Wildlife/Plans-5.html&h=394&w=325&sz=23&tbnid=18Mqsm0AGaWK9M:&tbnh=120&tbnw=98&hl=pt-BR&start=7&prev=/images?q=urso+preto&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.webciencia.com/14_urso1.jpg&imgrefurl=http://www.webciencia.com/14_urso.htm&h=215&w=276&sz=21&tbnid=0W4yR3k76h1zDM:&tbnh=84&tbnw=109&hl=pt-BR&start=2&prev=/images?q=urso+pardo&svnum=10&hl=pt-BR&lr=&sa=G
 
44 
 
 
 
 
 
5-4 Nomeando os seres vivos 
 Classificar é preciso, mas é também necessário dar um nome 
específico para que o ser vivo seja catalogado, ficando todas as 
informações obtidas sobre ele disponíveis para a comunidade científica 
internacional. 
As regras atuais de denominação científica dos seres vivos tiveram 
como base a obra de Lineu, apresentada no I Congresso Internacional de 
Nomenclatura Científica, em 1898. Essas regras foram adotadas a partir de 
1901 e revistas em 1927 e 1961. 
O sistema de nomenclatura é uninominal para gênero e binomial 
para espécie, isto é, o nome de cada espécie deve ser constituído por duas 
palavras, sendo a primeira o nome genérico e a segunda palavra o nome 
específico. Todo nome científico deve ser latino. E isso não é para 
complicar. Muito pelo contrário! Se fosse escolhido qualquer idioma 
moderno, vários países poderiam reclamar por terem sido desprestigiados. 
Como, atualmente, não há quem fale latim no mundo, a denominação 
científica foi padronizada, sem que os taxonomistas precisem se preocupar 
com reclamações. 
Você deve ter notado que a denominação dos gêneros e espécies 
aparece sempre destacada, grafada em itálico. Em texto manuscrito, 
devemos sublinhá-la. 
A classificação não é definitiva. Avanços científicos têm favorecido o 
desenvolvimento de técnicas mais apuradas, que permitem a ampliação da 
visão geral anatômica, além da definição muito mais precisa de aspectos 
fisiológicos, embriológicos, citológicos, bioquímicos e genéticos. Com isso, 
às vezes são detectados equívocos nas classificações. 
A classificação dos seres vivos foi muito aprimorada a partir do 
século XIX, com o desenvolvimento da microscopia. Até então, os seres 
 
45 
 
 
 
 
 
vivos eram classificados em dois Reinos: Animal e Vegetal. Até hoje, 
muitas escolas ainda mantêm esta classificação, acrescentando um terceiro 
reino, o mineral, que agrupa os seres brutos ou não vivos - embora a 
denominação reino seja uma categoria taxionômica, que se refere, portanto, 
apenas aos seres vivos. 
A utilização do microscópio permitiu que os naturalistas 
descobrissem seres com características comuns tanto aos animais, como 
aos vegetais. Esses seres ficavam numa posição intermediária, levando os 
naturalistas a proporem a definição de um novo Reino: o dos Protistas, que 
só foi aceito oficialmente no Século XX. 
Mais tarde, um novo problema precisou ser resolvido. Existiam seres 
com estruturas tão mais simples que a dos Protistas, que precisariam ser 
classificados num Reino à parte. Surge então o Reino Monera. 
Faltava ainda resolver a situação dos fungos. Alguns deles, 
conhecidos como cogumelos, até pareciam vegetais, mas não realizavam a 
fotossíntese. Era necessário criar mais um Reino. Em 1969, um cientista 
norte-americano propôs a organização dos seres vivos em cinco reinos, 
incluindo o Reino Fungi, que é a classificação oficialmente aceita 
atualmente. 
Se você pensa que essa proposta de organização resolveu todos os 
problemas de classificação dos seres vivos, não se engane. Até hoje não 
foi definido um lugar para os vírus entre os seres vivos, por serem os únicos 
seres sem organização estrutural celular. 
Nos últimos anos, esta organização em cinco reinos tem sido 
questionada. Novos critérios de classificação têm sido propostos e 
discutidos pelos especialistas. Em 1998, foi divulgada a classificação em 
seis reinos. Esses reinos são: Archaea, Bactéria, Protista, Fungi, Animalia, 
 
46 
 
 
 
 
 
e Plantae. Os reinos Archaea e Bactéria derivam de uma subdivisão do 
reino Monera. 
Agora você vai estudar os reinos com mais detalhes, detendo-se 
mais no estudo dos animais e dos vegetais mais observados ou percebidos 
em nosso cotidiano. 
 Vamos começar pelo caso mais complicado, aquele que não se 
enquadra em lugar nenhum. Isso mesmo: os vírus. 
 Os vírus são agentes infectantes de células vivas. Eles não 
possuem organização celular. Apresentam apenas estrutura molecular. 
Os vírus não passam de moléculas com capacidade autoreprodutiva. 
Também podem sofrer modificações em sua estrutura. Essas são as duas 
únicas características típicas dos seres vivos que os vírus apresentam. 
Sua organização estrutural é tão simples, que eles sequer podem 
armazenar energia. É por isso que eles só se reproduzem no interior de 
células vivas, animais ou vegetais, onde podem provocar verdadeiros 
“estragos”. Os vírus se ligam à células específicas e causam doenças como 
a gripe, a caxumba, rubéola, sarampo, catapora, herpes e outras bastante 
graves como a AIDS, além de diversas doenças nos vegetais. 
ATIVIDADES DE ESTUDO 4 
Explique 
A) Por que os vírus não se enquadram nas categorias de 
classificação dos seres vivos? 
B) Por que os vírus são, obrigatoriamente, parasitas intracelulares ? 
Com exceção dos vírus, todos os demais seres vivos possuem 
estrutura celular. O que significa exatamente uma estrutura celular? 
 
 
 
47 
 
 
 
 
 
5- 4-1 Os seres unicelulares e as características das células 
 A célula é a unidade básica fundamental dos seres vivos. Isso 
significa que a célula é a menor parte de um ser vivo que preserva suas 
propriedades e funções vitais. 
Existem diferenças entre as células, dependendo dos tecidos que 
elas compõem e das funções que realizam. Porém, a organização básica 
das células é semelhante. Em linhas gerais, poderíamos dizer que uma 
célula apresenta, basicamente: o núcleo, onde fica o material genético; o 
citoplasma, onde ficam as estruturas que realizam as funções de nutrição, 
respiração, fabricação e transporte de substâncias e outras; a membrana 
plasmática, que delimita o conteúdo celular.. As células vegetais 
distinguem-se das células animais por apresentarem, dentre outras 
características uma segunda membrana chamada parede celular. 
Como você pode perceber uma célula, apesar de sua dimensão 
microscópica, é muito bem organizada. Reforçando : a menor estrutura que 
um ser vivo pode ter é a estrutura celular. Alguns grupos de seres vivos 
conseguem

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