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ATIVIDADE 3 - DIREITO DAS FAMÍLIAS E DAS SUCESSÕES

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O DIREITO DAS SUCESSÕES: DIREITOS E OBRIGAÇÕES
A existência jurídica da pessoa natural termina com a morte, conforme teor da primeira parte do art. 6º, do Código Civil. Assim, a constatação da morte determina a supressão da personalidade jurídica, conferida ao ser humano pelo sistema legal. Por consequência, o falecido deixa de ser destinatário de normas jurídicas, não podendo mais ser considerado sujeito de direitos ou de obrigações. Algumas situações jurídicas, reputadas intransmissíveis, são extintas com o falecimento do seu titular, como ocorre com o poder familiar (art. 1.635, I, CC), com a sociedade conjugal (art. 1.571, I, CC), com o usufruto (art. 1.410, I, CC), com os contratos personalíssimos, por exemplo, prestação de serviço (art. 607, CC) e mandato (art. 682, II, CC). Compete ao direito sucessório, também designado direito das sucessões ou direito hereditário, regular o destino, depois da morte de uma pessoa, dos seus direitos e obrigações que subsistem para além dessa morte. O direito das sucessões é o setor do direito civil responsável pelas regras que delimitam a transmissão do patrimônio de alguém que deixa de existir. O Código Civil é a primordial fonte legislativa do direito sucessório, que ocupa o Livro V, da Parte Especial. Além disso, a Constituição da República, em seu art. 5º, XXX, enuncia: “é garantido o direito de herança”. Em sentido amplo, afirma-se que sucessão designa a transferência de direitos e obrigações de uma pessoa para outra. Assim, ocorre sucessão “quando uma pessoa fica investida num direito ou numa obrigação ou num conjunto de direitos e obrigações que antes pertenciam a outra pessoa, sendo os direitos e obrigações do novo sujeito considerados os mesmos do sujeito anterior e tratados como tais”. Com acerto, o traço essencial da sucessão situa-se na permanência de uma relação jurídica que perdura e subsiste a despeito da mudança dos respectivos titulares. A transferência de direitos e obrigações pode ser desencadeada por ato realizado pelo seu titular em vida, assim como em virtude do fato morte. A primeira é conhecida como transmissão “inter-vivos”, enquanto a segunda, como transmissão mortis causa. Quanto à sua origem, a sucessão pode ser classificada como legítima ou testamentária (art. 1.786, CC): “Art. 1.786. A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade”. A sucessão legítima, também designada ‘ab intestato’, é aquela derivada imediatamente da lei, que se encarrega de indicar quais pessoas serão consideradas titulares da cadeia hereditário. Ocorrerá sempre que o falecido não tiver deixado testamento ou quando este negócio jurídico for julgado nulo ou caduco. A sucessão testamentária é aquela derivada de disposição de última vontade do de cujus, expressa em testamento, elaborado de acordo com as condições estabelecidas por lei, no qual o próprio autor da herança elege os seus sucessores. Ocorrerá sempre que o falecido houver contemplado todo o seu patrimônio em testamento e não possua herdeiros necessários, isto é, descendentes, ascendentes ou cônjuge. Sublinhe-se que as duas modalidades de sucessão não se excluem. Caso o autor da herança possua herdeiros necessários, poderá livremente dispor de apenas metade do seu patrimônio no testamento, uma vez que a outra parte reputa-se reservada aos referidos herdeiros, sendo-lhes deferida em consonância com os parâmetros da sucessão legítima (art. 1.789, CC). Além disso, caso o autor da herança não contemple toda a parcela disponível de seu patrimônio no testamento, o remanescente será distribuído aos seus herdeiros segundo os ditames da sucessão legítima (art. 1.788, CC). Portanto, nestas hipóteses, a sucessão testamentária conviverá com a sucessão legítima, aplicando-se simultaneamente sobre parcelas distintas do patrimônio do falecido. Convém advertir que a autoridade judiciária brasileira será competente para processar o inventário das pessoas domiciliadas no país, no momento da morte, independentemente da nacionalidade. Além disso, também será competente para o processamento de inventário dos bens situados no país, ainda que o autor da herança, no momento da morte, tenha domicílio apenas fora do território nacional (art. 89, II, CPC). Nesta última hipótese, em regra, o juiz brasileiro deverá observar a legislação aplicável no domicílio do falecido, mesmo que estrangeira (art. 10, LICC). Contudo, deverá aplicar a legislação brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do falecido (art. 5º, XXXI, CR/88).

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