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ENERGIA EÓLICA

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CURSO SUPERIOR DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA 
 
CÉSAR AUGUSTO FIORIO ORTIZ 
JEAN DE LIMA SOARES 
LEONARDO DE PAULA MELO 
LUCAS ADRIANO MARTINELI 
 
 
 
 
 
ENERGIA EÓLICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Taubaté 
2020 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Ilustração de uma turbina eólica 9 
Figura 2 – Visão dos principais componentes de uma turbina eólica 10 
Figura 3 – Relação entre diâmetro/altura na produção de energia 13 
Figura 4 – Complexo Eólico do Alto Sertão (BA) 14 
Figura 5 – Parque eólico offshore de Wikinger no Mar Báltico 16 
Figura 6 – Evolução mundial da capacidade de gerar energia eólica 18 
Figura 7 – Análise de custos para gerar energia no EUA em 2004 19 
Figura 8 – Comparativo entre investimento e potência gerada 20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 5 
OBJETIVO...................................................................................................................... 6 
BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................. 7 
1 – HISTÓRIA GERAL .................................................................................................. 8 
2 – O QUE É? ................................................................................................................ 9 
3 – COMO FUNCIONA? ................................................................................................ 9 
4 – COMPOSIÇÃO DE UMA TURBINA EÓLICA ...................................................... 10 
5 – VANTAGENS E DESVANTAGENS...................................................................... 12 
6 – ENERGIA EÓLICA NO BRASIL ........................................................................... 14 
7 – TIPOS DE SISTEMAS EÓLICOS ......................................................................... 15 
 7.1 – SISTEMAS ISOLADOS ................................................................................. 15 
 7.2 – SISTEMAS HÍBRIDOS .................................................................................. 15 
 7.3 – SISTEMAS INTERLIGADOS À REDE ......................................................... 16 
 7.4 – SISTEMAS OFFSHORE ............................................................................... 16 
8 – POTÊNCIA GERADA NO BRASIL E NO MUNDO ............................................. 17 
9 – ENERGIA EÓLICA versus OUTROS TIPOS DE ENERGIA .............................. 19 
10 – IMPACTOS AMBIENTAIS .................................................................................. 21 
11 – ATUALIDADES NA ÁREA DE ENERGIA EÓLICA........................................... 22 
CONCLUSÃO .............................................................................................................. 23 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
Neste trabalho de pesquisa será apresentado uma visão geral sobre a energia 
gerada através da utilização dos ventos, também conhecida como energia eólica. 
Serão abordados tópicos como: onde foi que tiveram a primeira ideia de começar a 
utilizar do vento como uma fonte de energia poderosa, quais foram as primeiras 
grandes utilizações que ela teve durante a história e como a energia eólica tem se 
desenvolvido no mundo atual. 
Diante disso, iremos discorrer brevemente sobre a história geral, sobre a 
composição detalhada de uma turbina eólica, as suas vantagens e suas 
desvantagens, a potência total gerada no Brasil e no mundo e dentre outros assuntos 
abrangendo importantes dados sobre a energia eólica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OBJETIVO 
 
Devido ao avanço tecnológico e das necessidades exigidas pelos meios de 
produção de energia convencionais, foi-se sofrendo alterações levando ao 
aparecimento de novas formas de obtenção de energia, capazes de responder aos 
requisitos e exigências pretendidos das novas tecnologias. A combinação da natureza 
e da engenharia de diferentes materiais produziu uma nova classe para a obtenção 
de energia. 
Este trabalho de pesquisa, começará por fazer uma breve apresentação 
histórica de uma nova forma inovadora de obtenção de energia, o que é cada vez 
mais requisitado por inúmeras aplicações na indústria. 
Ao longo do mesmo, serão enunciadas as características e propriedades dos 
meios de produção de energia para uma visão mais clara das vantagens e 
desvantagens que estes apresentam em relação a outros meios de produção de 
energia requisitados para o mesmo uso. 
Como seu objetivo principal, este trabalho apresentará uma análise bem 
detalhada da energia eólica quando aplicado na prática, comparação e vantagens e 
desvantagens da aplicação da energia eólica nas indústrias modernas. 
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BIBLIOGRAFIA 
 
Para o embasamento e fundamentação teórica do nosso trabalho de pesquisa, 
foi realizada buscas em diversas fontes pela internet para que houvesse a maiorquantidade possível de informações de dados de empresas, revistas técnicas, artigos 
publicados e órgãos públicos que contabilizam e monitoram a produção de energia 
eólica em suas respectivas jurisdições. 
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1 – HISTÓRIA GERAL 
 
Há mais de três mil anos atrás que os homens já se utilizam da energia cinética 
dos ventos para poder gerar energia mecânica. Acredita-se que os egípcios foram os 
primeiros a aproveitar do vento como energia, utilizando-o para a moagem de grãos e 
para o bombeamento de água potável em suas atividades agrícolas, tendo-se em vista 
também, a utilização da energia proveniente dos ventos nas grandes expedições 
marítimas entre os séculos XV e XVII, na necessidade que se havia na Europa de se 
descobrir novas terras e riquezas. 
A princípio, algumas seletas empresas americanas, por volta de 1930, estavam 
desenvolvendo uns “carregadores de vento”, os quais eram vendidos para os 
fazendeiros próximo e que forneciam até 1 kW (quilowatt) de CC (corrente contínua) 
quando o vento estava soprando. Logo em seguida, os europeus construíram 
enormes geradores durante 1950 e 1960, os franceses desenvolveram desenhos 
avançados de unidade de 100 kW até 300 kW e os alemães também entraram fundo 
na pesquisa pela energia eólica, porém, devido a difícil competição dos geradores a 
base de combustíveis fósseis, as maquinas experimentais foram deixadas de lado. 
Os tempos foram passando e houve um interesse da Dinamarca na 
transformação da energia dos ventos em energia elétrica devido aos seus aspectos 
de segurança energética, custo socioambiental e viabilidade econômica e esse estudo 
se iniciou na Dinamarca em 1980, quando as primeiras turbinas foram fabricadas por 
pequenas companhias de maquinário agrícola que possuíam uma capacidade de 
geração entre 30 e 55 kW, o que é bem baixo se for ser comparada com os valores 
atuais. Devido a política interna do país ter apoiado o setor, hoje a Dinamarca é o país 
que tem a maior porcentagem de contribuição de energia eólica em sua matriz 
energética e é o maior fabricante de turbinas eólicas do mundo. 
Desde 1980, pode-se observar um crescimento acelerado de pesquisas sobre 
a energia eólica em todo o mundo. No final de 2006, os aerogeradores voltados à 
produção de energia elétrica atingiram cerca de 74.223 MW (megawatts), 
apresentando um crescimento de mais de 20% em relação a 2005, segundo o Global 
Wind Energy Council (GWEC). 
 
 
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2 – O QUE É? 
 
A energia eólica é a energia produzida a partir da energia cinética do vento 
(massas de ar em movimento) e do aquecimento eletromagnético do sol (energia 
solar) que juntos movimentam as pás dos captadores eólicos. A energia cinética do 
vento, normalmente, é convertida em energia mecânica por moinhos e cata-ventos ou 
em energia elétrica por turbinas eólicas ou aerogeradores. 
A aplicação da energia eólica em trabalhos mecânicos realizados por moinhos 
e cata-ventos, como a moagem de grãos e o bombeamento de água, remonta à 
origem da utilização dessa fonte de energia pela humanidade, a qual só passou a ser 
considerada uma alternativa para a geração de energia elétrica, a partir da crise do 
petróleo na década de 70. 
 
3 – COMO FUNCIONA? 
 
A energia cinética do vento é produzida quando o aquecimento das camadas 
de ar cria uma variação de gradientes de pressão entre as massas de ar e a 
turbina eólica irá transformar essa energia cinética obtida em energia mecânica por 
meio do movimento de rotação das pás e, através de um gerador, há a geração 
de energia elétrica. 
 
Figura 1 – Ilustração de uma turbina eólica 
 
ADAPTAÇÃO DE: <https://www.fragmaq.com.br/blog/funciona-turbina-eolica/>. Acesso em 
maio de 2020. 
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4 – COMPOSIÇÃO DE UMA TURBINA EÓLICA 
 
Figura 2 – Visão dos componentes principais de uma turbina 
 
ADAPTAÇÃO DE: <https://www.linkedin.com/pulse/conhe%C3%A7a-os-componentes-de-um-
aerogerador-max-marduque>. Acesso em maio de 2020 
 
Os principais componentes e as suas principais funções que estão sempre 
atrelados na construção de uma turbina eólica são os seguintes: 
 
 ANEMÔMETRO: A sua função é medir a intensidade e a velocidade do vento. 
Funciona, em média, de dez em dez minutos; 
 
 BIRUTA: O seu papel é captar a direção do vento. A direção do vento deve sempre 
estar perpendicular à torre para o maior aproveitamento; 
 
 PÁS: A sua responsabilidade é captar o vento, convertendo a sua potência ao 
centro do rotor; 
 
 GERADOR: O seu dever é converter a energia mecânica do eixo 
em energia elétrica; 
 
 
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 CAIXA DE TRANSMISSÃO: A sua responsabilidade é transmitir 
a energia mecânica do eixo do rotor ao eixo do gerador; 
 
 ROTOR: É o conjunto que é conectado a um eixo que transmite a rotação das pás 
para o gerador; 
 
 NACELE: É o compartimento instalado no alto da torre composto por: caixa de 
transmissão, freios, embreagem, mancais, controle eletrônico e o sistema 
hidráulico; 
 
 TORRE: É o elemento principal que sustenta o rotor e a nacele na altura apropriada 
para o funcionamento. A torre é o item de mais alto custo para o sistema em geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 – VANTAGENS E DESVANTAGENS 
 
A principal vantagem da energia eólica é que ela se trata de uma fonte de 
energia renovável e limpa, pois não emite nenhum dos gases que acentuam o efeito 
estufa que acabam contribuindo negativamente para o aquecimento global e ela não 
produz resíduos ao gerar a eletricidade. 
Além disso, a fonte da energia eólica é considerada inesgotável e não há custos 
associados à obtenção de uma matéria-prima, diferentemente do que ocorre com os 
combustíveis fósseis. Os custos de implantação são relativamente baixos. A 
necessidade de manutenção é baixa e são criadas novas oportunidades de emprego 
em áreas que normalmente recebem muito pouco investimento. 
Uma crítica muito comum à energia eólica é referente a sua intermitência. A 
energia eólica depende da ocorrência de vento em densidade e velocidade ideais e 
esses parâmetros sofrem variações anuais e/ou sazonais. 
Portanto, para a energia eólica ser considerada aproveitável do ponto de vista 
técnico, o parque eólico deve ser implantado em um local em que a densidade da 
massa de ar presente seja maior ou igual a 500 W/m² (watts por metro quadrado) 
numa altura de no mínimo 50 m (metros) e a velocidade do vento no local seja de 7 a 
8 m/s (metros por segundo). Segundo o relatório da Agência Nacional de Energia 
Elétrica (ANEEL), apenas 13% da superfície terrestre mundial se adequa a esse fator, 
o que, por si só, já impõe um limite para a sua aplicabilidade na maior parte das 
regiões. 
No entanto, a construção de um parque eólico não pode partir apenas do 
atendimento a fatores técnicos relacionados à disponibilidade dos ventos no local. O 
procedimento também requer a realização de Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e 
do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), que servem para definir a melhor 
localização, não somente do ponto de vista estratégico, mas também em termos 
socioambientais. 
Parques eólicos (ou usinas eólicas) são espaços em que há ao menos cinco 
turbinas eólicas (ou aerogeradores) que podem produzir energia elétrica. Essa 
concentração de aerogeradores em um mesmo local provoca uma série de 
externalidades negativas. 
 
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Figura 3 – Relação entre diâmetro/altura na produção de energia 
 
ADAPTAÇÃO DE: MARTINS F.R.; GUARNIERI R.A.; PERREIRA E.B. O Aproveitamento da 
Energia Eólica, Instituto nacional de pesquisa espacial. (2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 – ENERGIA EÓLICA NO BRASIL 
 
Analisando o Brasil, mais de 71 mil km² (quilômetros quadrados) do território 
nacional apresentam velocidade de vento superior a 7 m/s no nível de 50 m de altura. 
Este potencial proporcionaria ao país o equivalente a 272 TW/ano (terawatt por ano), 
o que representa aproximadamente 64% do consumo nacional de energia elétrica, 
que gira em torno de 424 TW/ano. Esse potencial está concentrado sobretudo na 
região nordeste do país e seguido de perto pela região sul. 
A energia eólica é uma boa alternativa para se diversificar a matriz elétrica do 
país e assim aumentar a segurança neste setor. É interessante que frente ao aumento 
da demanda por eletricidade, o país se mantenha no caminho das tecnologias limpas 
em vez de optar por fontes não renováveis, que provocam impactos socioambientais 
ainda mais agressivos a cada ano. 
 
Figura 4 – Complexo Eólico do Alto Sertão (BA) 
 
ADAPTAÇÃO DE: <https://www.ecycle.com.br/component/content/article/8-tecnologia-a-
favor/974-maior-complexo-eolico-da-america-latina-e-inaugurado-na-bahia.html>. Acesso em 
maio de 2020 
 
 
 
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7 – TIPOS DE SISTEMAS EÓLICOS 
 
Um sistema eólico pode serutilizado em quatro tipos de aplicações distintas: 
sistemas isolados, sistemas híbridos, sistemas interligados à rede e sistemas Off -
Shore. Os sistemas obedecem a uma configuração básica, necessitam de uma 
unidade de controle de potência e, em determinados casos, de uma unidade de 
armazenamento. 
 
7.1 – SISTEMAS ISOLADOS 
 
Os sistemas isolados, em geral, utilizam alguma forma de armazenamento de 
energia. Este armazenamento pode ser feito através de baterias, com o objetivo de 
utilizar aparelhos elétricos, ou na forma de energia gravitacional, com a finalidade de 
armazenar a água bombeada em reservatórios para posterior utilização. Alguns 
sistemas isolados não necessitam de armazenamento. Os sistemas que armazenam 
energia em baterias necessitam de um dispositivo para controlar a carga e a descarga 
da bateria. O controlador de carga tem como principal objetivo evitar danos à bateria 
por sobrecarga ou descarga profunda. Para a alimentação de equipamentos que 
operam com corrente alternada é necessário a utilização de um inversor. Este sistema 
é usado quando se deseja utilizar eletrodomésticos convencionais. 
 
7.2 – SISTEMAS HÍBRIDOS 
 
Os sistemas híbridos são aqueles que, desconectados da rede convencional, 
apresentam várias fontes de geração de energia como, por exemplo, turbinas eólicas, 
geração diesel, módulos fotovoltaicos e entre outras. Em geral, os sistemas híbridos 
são empregados em sistemas de médio a grande porte destinados a atender um 
número maior de usuários. Por trabalhar com cargas em corrente alternada, o sistema 
híbrido também necessita de um inversor. Devido à grande complexidade de arranjos 
e multiplicidade de opções, a forma de otimização do sistema torna-se um estudo 
particular a cada caso. 
 
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7.3 – SISTEMAS INTERLIGADOS À REDE 
 
Os sistemas interligados à rede utilizam um grande número de aerogeradores 
e não necessitam de sistemas de armazenamento de energia, pois toda a geração é 
entregue diretamente à rede elétrica. O total de potência instalada no mundo de 
sistemas eólicos interligados à rede soma aproximadamente 120 GW (gigawatts). 
 
7.4 – SISTEMAS OFFSHORE 
 
As instalações dos sistemas offshore representam a nova fronteira da utilização 
da energia eólica. Embora representem instalações de maior custo de transporte, 
instalação e manutenção, as instalações offshore têm crescido a cada ano 
principalmente com o esgotamento de áreas de grande potencial eólico em terra. A 
indústria eólica tem investido no desenvolvimento tecnológico da adaptação das 
turbinas eólicas convencionais para uso no mar. Além do desenvolvimento 
tecnológico, os projetos offshore necessitam de estratégias especiais quanto ao tipo 
de transporte das máquinas, sua instalação e operação. Todo o projeto deve ser 
coordenado de forma a utilizarem os períodos onde as condições marítimas propiciem 
um deslocamento e uma instalação com segurança. 
 
Figura 5 – Parque eólico offshore de Wikinger no Mar Báltico 
 
ADAPTAÇÃO DE: <https://www.iberdrola.com/quem-somos/linhas-negocio/projetos-
emblematicos/parque-eolico-offshore-wikinger>. Acesso em maio de 2020 
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8 – POTÊNCIA GERADA NO BRASIL E NO MUNDO 
 
Segundo o Global Wind Energy Council (GWEC), o Brasil é o oitavo maior em 
capacidade de usinas eólicas e como o sexto maior em expansão anual da capacidade 
em todo o globo, estando à frente da França em 1,7 GW. 
Apesar do Brasil ter passado por graves crises políticas e econômicas, ele 
instalou cerca de 2 GW no ano de 2018, o que proporcionou uma posição a mais no 
ranking dos dez países com mais capacidade de energia eólica, no acumulado, com 
12,76 GW e mais de 500 parques eólicos, o que chegou a abastecer mais de 11% do 
país e 60% do nordeste, no período de junho a novembro que é conhecido como a 
safra dos ventos. Até o ano de 2020, o Brasil irá chegar a 18,63 GW, isso levando em 
consideração apenas os contratos assinados e leilões já realizados, sendo então que 
esse número pode subir conforme for havendo novos leilões e, para 2023, existe uma 
projeção de 20 GW de capacidade de geração. 
Globalmente falando, no ano de 2017, o mundo instalou uma quantia de 52,57 
GW, totalizando cerca 539,58 GW de capacidade global, a frente disso tudo ficou a 
China que adicionou aproximadamente 20 GW em projetos eólicos, logo em seguida 
vem os Estados Unidos que adicionaram 7,1 GW de energia eólica à sua matriz 
energética. 
De acordo com a 15ª edição do Global Wind Report (relatório técnico elaborado 
anualmente pela GWEC), o ano de 2019 foi o segundo maior ano em capacidade de 
energia eólica historicamente, um crescimento ano a ano de 19%, totalizando cerca 
de 60,4 GW de capacidade energética. 
A frente de todos os países está a China, o país que mais utiliza da 
transformação da energia dos ventos em energia elétrica, em 2018, a China chegou 
a atingir 206 GW de capacidade para gerar energia eólica onshore (em terra) e 
atualmente está com 211,3 GW de capacidade instalada, logo em seguida, vem os 
Estados Unidos com 96 GW e em terceiro a Alemanha com 59,5 GW, dados referentes 
ao último levantamento realizado no ano de 2019. 
 
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Figura 6 – Evolução mundialda capacidade de gerar energia eólica 
 
ADAPTAÇÃO DE: MARTINS F.R.; GUARNIERI R.A.; PERREIRA E.B. O Aproveitamento da 
Energia Eólica, Instituto nacional de pesquisa espacial. (2008). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9 – ENERGIA EÓLICA versus OUTROS TIPOS DE ENERGIA 
 
Figura 7 – Análise de custos para gerar energia no EUA em 2004 
 
 
A tabela acima foi elaborada pela Energy Information Administration (EIA), a 
principal agência do Sistema Estatístico Federal dos EUA cuja responsabilidade é 
coletar, analisar e disseminar os dados sobre a produção de energia no país. A tabela 
estipula o custo em Dólares por MW/h (megawatt por hora) da geração de energia em 
fevereiro de 2006 levando em consideração os seguintes fatores: capital inicial para 
investimento, custo de operação e manutenção, combustível para funcionamento e os 
custos de para a transmissão de energia. 
Observa-se que a energia eólica e a energia nuclear possuem um custo de 
investimento inicial para construção, operação e manutenção muito maior que o 
carvão e o gás natural, devido ao fato ambas necessitarem de uma tecnologia muito 
mais avançada para o seu funcionamento e não estão completamente desenvolvidas. 
Na questão do combustível para funcionamento, a energia eólica destaca-se 
pelo fato de que o seu principal combustível é o ar, portanto, é gratuito e ilimitado, 
enquanto a energia nuclear possui um valor ligeiramente maior e enquanto o carvão 
e o gás natural possuem um custo extremamente maior em relação. 
 
 
 
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Figura 8 – Comparativo entre investimento e potência gerada 
 
ADAPTADA DE: Revista Brasileira de Energias Renováveis, v.5, n.3, p.267-277, 2016 
 
 O gráfico acima compara o investimento total (em R$) pela potência (em kW) 
de alguns tipos de energia renovável, observa-se que a energia fotovoltaica (obtida 
através de placas solares) é a mais cara na relação Investimento (R$) x Potência (kW) 
enquanto a mais em barata é a energia eólica, chegando a ser mais de 50% barata 
em relação a fotovoltaica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10 – IMPACTOS AMBIENTAIS 
 
Os parques eólicos também podem impactar negativamente o ecossistema 
local e as populações de seres humanos do entorno, devido ao alto ruído que as 
turbinas eólicas acabam produzindo ao operarem normalmente. Atualmente, a 
poluição sonora é considerada um problema de saúde pública, pois está fortemente 
associada ao aumento do estresse, agressividade, transtornos psíquicos e vários 
outros impactos à saúde humana e animal, além de que o ruído pode acabar 
provocando o afastamento em massa de diferentes tipos de populações de animais. 
A comunidade local que reside no entorno pode ser afetada pela poluição 
visual. A construção de parques eólicos provoca significativas mudanças na 
paisagem, o que pode vir a afetar cidades ou províncias que dependem do turismo 
advindo de belas paisagens panorâmicas. 
Um outro impacto negativo relacionado às turbinas eólicas é a interferência que 
elas causam em radares meteorológicos. Esses radares são usados para prever o 
volume de chuva, risco de queda de granizo e outras ações do tempo. Para serem 
capazes de executarem tais atividades, eles devem ser equipamentos muito sensíveis 
e essa sensibilidade os torna suscetíveis a interferências externas. Uma única 
turbina eólica que esteja em funcionamento em uma área próxima a um radar 
meteorológico pode afetar as suas previsões. Como os radares são ferramentas 
importantes na prevenção de eventos críticos em períodos chuvosos e usados pela 
Defesa Civil para basear medidas de emergência, foram estabelecidas distâncias 
mínimas que devem ser adotadas entre radares e aerogeradores. 
Segundo o relatório apresentado pelo Ministério da Ciência Tecnologia e 
Inovação do Brasil (MCTIC), nenhuma turbina eólica deve ser instalada a uma 
distância menor que 5 km (quilômetros) de radares de banda C (frequência entre 4 
GHz (gigahertz) e 8 GHz) e 10 km de banda S (frequência entre 2 GHz e 4 GHz). Ao 
se tratar da construção de parques eólicos, as distâncias a serem consideradas são 
de 20 km e 30 km para cada tipo de radar, respectivamente. 
Apesar da energia eólica não produzir nenhum resíduo durante a geração de 
eletricidade, é preciso se atentar ao fato que, os resíduos oriundos do processo de 
fabricação das pás das turbinas, costumam ser fabricados com fibra de vidro. 
 
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11 – ATUALIDADES NA ÁREA DE ENERGIA EÓLICA 
 
Com todas essas novas tecnologias de sistemas para aplicações em energia 
eólica, alguns pontos foram repensados e recalculados nos setores de economia, 
negócios e ciência. Gerando algumas publicações de matérias sobre o assunto na 
atualidade. 
Segundo ao site de notícias Abril, as hidroelétricas perderão espaço na geração 
de energia para as energias solar e eólica, o governo prevê uma redução significativa 
da participação das usinas hidroelétricas na matriz energética do país nos próximos 
dez anos. A empresa norte-americana GE anunciou que fornecerá cerca de 150 MW 
em turbinas no Brasil para o parque eólico na Rio Energy, também incluindo a 
manutenção das 30 máquinas necessárias para gerar a capacidade máxima de 150 
MW e uma possível renovação da mesma após passados 20 anos. A utilização do 
setor de energia com base em fontes renováveis pode reduzir em até 80%, a emissão 
de carbono até o ano de 2050. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
 
Em virtude dos dados e fatos já mencionados, podemos concluir, com clareza, 
que a energia eólica garantiu a sua visibilidade tanto nas questões financeiras quanto 
nas questões sustentáveis, tendo como a sua vantagem principal é ser uma meio de 
produção de energia totalmente limpa e renovável, além de ser inesgotável e não 
gerar custos associados à necessidade de se ter matéria prima. Um dos únicos 
contratempos é por ter que depender exclusivamente de ventos com velocidade e 
densidade ideais para o seu funcionamento, o que acaba acarretando em uma boa 
desvantagem, já que esses parâmetros podem sofrer variações anuais. Entretanto, 
no território nacional do Brasil, a velocidade média apresentada pelo vento em uma 
altura de no mínimo 50 m é superior a 7 m/s, tamanho potencial, proporcionaria algo 
equivalente a 272 TW/ano, equivalente à 64% do consumo nacional total de energia 
elétrica. A instalação de mais usinas e parques eólicos no Brasil, deve ser pensada 
com mais ambição, pois pode trazer muitos benefícios para a matriz energética 
brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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turbinas-no-brasil-a-parque-eolico-da-rio-energy/. Acesso em: 15 mai. 2020. 
 
EXAME.. Setor de energia pode reduzir poluição em até 80% com fontes 
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reduzir-poluicao-em-ate-80-com-fontes-renovaveis/. Acesso em: 16 mai. 2020. 
 
	INTRODUÇÃOOBJETIVO
	BIBLIOGRAFIA
	1 – HISTÓRIA GERAL
	2 – O QUE É?
	3 – COMO FUNCIONA?
	4 – COMPOSIÇÃO DE UMA TURBINA EÓLICA
	5 – VANTAGENS E DESVANTAGENS
	6 – ENERGIA EÓLICA NO BRASIL
	7 – TIPOS DE SISTEMAS EÓLICOS
	7.1 – SISTEMAS ISOLADOS
	7.2 – SISTEMAS HÍBRIDOS
	7.3 – SISTEMAS INTERLIGADOS À REDE
	7.4 – SISTEMAS OFFSHORE
	8 – POTÊNCIA GERADA NO BRASIL E NO MUNDO
	9 – ENERGIA EÓLICA versus OUTROS TIPOS DE ENERGIA
	10 – IMPACTOS AMBIENTAIS
	11 – ATUALIDADES NA ÁREA DE ENERGIA EÓLICA
	CONCLUSÃO
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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