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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL FERNANDA MOTTA D’OLIVEIRA FLORÍSTICA E COBERTURA DO SOLO COMO INDICADORES DE RECUPERAÇÃO DE UMA MATA CILIAR NA ZONA URBANA DE CUIABA-MT CUIABÁ – MT 2018 FERNANDA MOTTA D’OLIVEIRA FLORÍSTICA E COBERTURA DO SOLO COMO INDICADORES DE RECUPERAÇÃO DE UMA MATA CILIAR NA ZONA URBANA DE CUIABA-MT Orientadora: Profª. Drª. Silvia da Luz Lima Mota Monografia apresentada à Disciplina de Trabalho de Curso do Departamento de Engenharia Florestal, Faculdade de Engenharia Florestal – Universidade Federal de Mato Grosso, como parte das exigências para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Florestal. CUIABÁ-MT 2018 SUMÁRIO 1.0 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1 2.0 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 2 2.1 Degradação ............................................................................................................ 2 2.2 Principais atividades que geram degradação no Brasil................................... 4 2.4 Recuperação de áreas degradadas ................................................................... 5 2.6 Indicadores de restauração ecológica................................................................ 6 3.0 METODOLOGIA ........................................................................................................ 9 3.1 Localização e Caracterização da área de estudo ............................................ 9 3.1.1 Etapas do PRAD .............................................................................................. 10 3.2 - COLETA DOS DADOS ........................................................................................ 10 3.2.1 - Cobertura do Solo .......................................................................................... 11 3.2.2 - Composição Florística ................................................................................... 14 3.2.3 - Presença de fauna ..............................................Erro! Indicador não definido. 4.0 Resultado e Discussões ......................................................................................... 16 4.1 Cobertura do Solo ............................................................................................... 16 4.2 Composição Florística ........................................................................................ 18 5.0 CONCLUSÃO........................................................................................................... 22 6.0 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 23 RESUMO D’Oliveira, Fernanda. Análise da cobertura do solo, composição florística e presença da fauna como indicadores de recuperação de área degradada. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. Orientadora: Profª. Drª. Silvia da Luz Lima Mota. Este trabalho tem como objetivo avaliar o estágio de recuperação de uma Mata Ciliar degradada, após quatro anos da implantação do Plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD), aplicando três indicadores: composição florística, cobertura do solo e presença da fauna no local. A área de estudo localiza-se no perímetro urbano da cidade de Cuiabá – MT, aos fundos de uma empresa de cimento e tubulações a beira do córrego São Gonçalo. Para cobertura do solo foi utilizada a metodologia implantada em 2017 pela SEMA–MT, que se baseia em um protocolo de monitoramento de projetos de restauração do Distrito Federal. Para composição florística foi realizado o censo no local e aplicados os índices de Shannon e Jaccard. Para avaliação da presença da fauna foram realizados métodos visuais, com registros fotográficos e relatos da população do entorno. Observou-se que 90% da área está coberta, abrangendo 18 espécies arbóreas no local, com índice de Shannon de H’=2,5. Para o cálculo do índice de Jaccard foi feita a comparação com uma área de referência e o resultado encontrado foi de IJC = 0,13. Resultados monstram que a área está em um estágio lento de recuperação. Palavras-chaves: censo, Restauração Florestal, Cerrado. ABSTRACT D’Oliveira, Fernanda. Análise da cobertura do solo, composição florística e presença da fauna como indicadores de recuperação de áreas degradadas. Monografia (Graduação em Engenharia Florestal) – Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá-MT. Orientadora: Profª. Drª. Silvia da Luz Lima Mota. The objective of this work is to evaluate the recovery progress of a degraded riparian forest, after four years of the Recovery Plan for Degraded Areas - PRAD in Portuguese - implantation. Three indicators were applied: floristic composition, soil cover and fauna presence in the site. The study area is in the urban perimeter of Cuiabá – MT, Brazil, and it is located at the back of a company on the edge of the São Gonçalo stream. To cover the soil was used the methodology implemented in 2017 by SEMA-MT, which is based on a Monitoring Protocol for restoration projects in the Federal District. For the floristic cover, an on-site census was conducted and the Shannon and Jaccard Indices were applied. To evaluate the presence of fauna, visual methods were carried out, with photographic records and reports of the population around the study area. The results showed that 90% of the location is covered. In the floristic composition, 18 species were collected at the area, with a Shannon Index of H’= 2.5. For the Jaccard Index, a comparison was made with a reference area and the result found was IJC = 0.13.. From these facts, we conclude that the area shows a slow recovery progress. Key-words: Riparian forest, forest recovery, Savanna 1 1.0 INTRODUÇÃO Formações florestais localizadas às margens de rios, lagos, nascentes, são chamada de matas ciliares, sendo estas importantes para a manutenção da qualidade da água, estabilidade do solo, regularização de regime hídrico e estabilização das margens e barrancos, evitando o assoreamento, toda vegetação natural presente ao longo das margens dos rios e ao redor de nascentes e de reservatórios, por lei, deve ser preservada (BARBOSA 1999). Quando áreas ciliares são desmatadas, faz-se necessários projetos de recuperação de áreas degradadas. A partir da década de 90 houve um aumento significativo de iniciativas desses projetos. (KAGEYAMA E GANDARA, 2000). Esta expansão levou ao aprimoramento da legislação ambiental por meio de leis que regularizam áreas quem devem ser preservadas. Hoje, a necessidade de se recuperar as matas ciliares já é um fato concreto e de ampla disseminação. Porém, para Durigan e Silveira (1999), o desafio consiste em encontrar técnicas adequadas de revegetação e superar as barreiras culturais e socioeconômicas que impedem a recuperação de matas ciliares em larga escala. O monitoramento dessas áreas é essencial no processo de restauração, pois permite uma análise contínua do local quanto aos tratamentos que lhe são impostos (MARTINS, 2012). Muitas vezes esses projetos são executados apenas para cumprimento de certificações ou licenciamentos ambientais, não são realizados acompanhamentos, e nem realizados tratos na área. Este descaso muitas vezes pode comprometer todo o processo de recuperação. O objetivo deste estudo é avaliar o estágio de recuperação de uma Mata Ciliar degradada na zona urbana de Cuiabá-MT, após quatro anos da implantação do Projetode Recuperação de Área Degradada (PRAD) a partir da composição florística, riqueza e diversidade da área, e analisar a cobertura do solo. 2 2.0 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Degradação Ambiental O processo de ocupação do Brasil, desde o seu descobrimento em 1500, caracterizou-se pelo modelo predatório, o que levou a uma rápida destruição de grande parte dos recursos naturais, em especial as florestas. A cobertura florestal nativa, presente em diferentes biomas, foi sendo retirada ao longo da história do país para ceder espaço para as culturas agrícolas, as pastagens e as cidades. (MARTINS,2009). Mohr et al. (2012) citam que o Brasil, desde seu descobrimento, sofreu um processo de desbravamento extrativista, no qual o conceito de progresso e desenvolvimento significou explorar ao máximo a flora e a fauna durante séculos. A nível mundial a população tem aumentado de uma forma intensa, o que gera uma busca para sobrevivência cada vez maior, esta necessidade faz com que as ações antrópicas ao meio ambiente sejam cada vez maiores ao longo do tempo (ALVES, 2006). Young, (2002) destaca que esta exploração de recursos naturais visando o desenvolvimento econômico traz um desafio para o século XXI de buscar o equilíbrio ambiental. Um conceito de área degradada pode ser compreendido como locais onde existem (ou existiram) processos causadores de danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de suas propriedades, tais como a qualidade produtiva dos recursos naturais (DECRETO FEDERAL 97.632/89). De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT,1989), por meio da sua NBR 10703, a degradação do solo é apontada como sendo a “alteração adversa das características do solo em relação aos seus diversos usos possíveis, tanto os estabelecidos em planejamento, como os potenciais”. O Manual de Recuperação de Áreas Degradadas pela Mineração do IBAMA (1990), define que “a degradação de uma área ocorre quando a vegetação nativa e a fauna forem destruídas, removidas ou 3 expulsas; a camada fértil do solo for perdida, removida ou enterrada; e a qualidade e o regime de vazão do sistema hídrico forem alterados. A degradação ambiental ocorre quando há perda de adaptação às características físicas, químicas e biológicas e é inviabilizado o desenvolvimento sócio-econômico”. Segundo Botelho (2007) um ecossistema degradado é aquele que perde a regeneração biótica da vegetação, após distúrbios, seu retorno ao estado anterior pode ser bastante lento ou não ocorrer. Neste caso o autor cita a necessidade da ação antrópica para sua regeneração em curto prazo Áreas no país que estão sendo degradadas vêm aumentando cada vez mais. Segundo a Fao (2005), 16% aproximadamente da área total do Brasil apresenta algum estado de degradação do solo causada por atividades antrópicas. Gonçalves (2000) cita que as causas da degradação dos solos brasileiros estão estreitamente associadas aos métodos de desmatamento e cultivo do solo. A queima da floresta e dos resíduos vegetais durante os cultivos pode ser apontada como uma das principais causas da degradação. Uma forma de degradação bastante comum é a erosão que nada mais é que o desgaste superficial do solo pela ação principalmente da água e do vento. Em termos mais específicos, pode-se definir erosão como o processo físico de desagregação, transporte e deposição das partículas de solo pela ação dos agentes erosivos (BERTOL ET. AL., 2007). Em função do agente erosivo, são definidas as classes de erosão, sendo as principais a hídrica e a eólica. A erosão hídrica é aquela causada pela ação da água, enquanto a erosão eólica é aquela causada pela ação do vento. Segundo Pires (2003), a erosão hídrica se inicia com o impacto das gotas de chuva, principalmente em áreas sem cobertura vegetal, resultando no desprendimento e arraste das partículas do solo. A partir deste tipo de erosão podem ser formadas as voçorocas que para Galeti (1984) são produtos de águas superficiais que, correndo na superfície, provocam desgaste, desbarrancamentos, arrastamentos de solos etc., podendo também ser provocadas por águas profundas que, infiltrando-se no solo, caminham pelo perfil a dentro, mais ou menos 4 verticalmente, até encontrar uma camada impermeável ou menos permeável onde se acumulam e se deslocam no sentido horizontal, causando deslizamentos e desmoronamentos (desbarrancamentos). A erosão eólica também causa grandes problemas principalmente em região de locais com solo muito arenoso, ocorrendo perdas de solo e formando dunas (FAVARETTO et al., 2006). Lyles (1975) em seu estudo cita que a erosão do vento remove fisicamente os constituintes mais leves, menos densos do solo como matéria orgânica, argilas e siltes, assim, ele remove a parte mais fértil do solo e reduz a produtividade do solo. 2.2 Principais atividades que geram degradação no Brasil Na agricultura e pastagem, a degradação vem através da retirada da vegetação nativa, implantação de pastagens com o uso inadequado de insumos onde o solo não fornece nutrientes suficientes para o desenvolvimento da vegetação, aliada a manutenção de cargas excessivas de animais e o manejo inadequado dos solos sem o uso de práticas conservacionistas (ABDO, 2006). Abdo (2006) aponta ainda uma dificuldade de recuperação destas áreas degradadas: A falta de diagnóstico precoce, pois a perda de solo com a ocorrência de erosão superficial e a perda de fertilidade demora a ser percebida pelos agricultores. Para que essa situação seja evitada a ciência do solo tem tentado associar a degradação à alteração dos parâmetros de qualidade do solo. Diversos autores têm apontado esses parâmetros e destacam que os valores de referência não devem ser fixos. Degradação das pastagens é definida por Macedo e Zimmer (1993), como sendo o processo evolutivo de perda de produtividade, de capacidade de recuperação natural desta área para sustentar os níveis de produção e qualidade exigida pelos animais, assim como, o de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e espécies invasoras, e em razão da falta de manejo adequado acarretando a degradação avançada de recursos naturais. 5 A mineração é uma atividade de exploração que ocasiona os maiores impactos ao meio ambiente, como alterações visuais da paisagem, do relevo, transtorno para a população do seu entorno e principalmente a degradação do solo local. As principais alterações ambientais causadas pela mineração são a supressão de áreas de vegetação, reconfiguração de superfícies topográficas, aceleração de processos erosivos, aumento da turbidez e assoreamento de corpos d’água, emissão de gases e partículas no ar, ruídos, além da propagação de vibrações no solo (BITAR, 1997). Segundo Silva (2007) a atividade do garimpo provoca impactos ambientais comuns a todas as áreas submetidas a esse tipo de extração rudimentar e predatória, principalmente a contaminação dos recursos hídricos. As atividades de mineração apresentam um grau de impacto ambiental de alta magnitude, devido as modificações físicas, químicas e bióticas provocadas nas áreas de influência direta e indireta do projeto. Por exigência da legislação, o empreendedor assim deve requerer as devidas licenças ambientais para operação do empreendimento (IBAMA, 1990). 2.4 Recuperação de áreas degradadas Segundo a legislação federal brasileira o objetivo da recuperação é o “retorno do sítio degradado a uma forma de utilização, de acordo com um plano pré-estabelecido para o uso do solo, visando à obtenção de uma estabilidade do meio ambiente” (Decreto Federal 97.632/89). Seguindo esta linha de raciocínio o IBAMA (1990), indica que a recuperação significa que o sítio degradado será retornado a uma forma e utilização de acordo com o plano pré-estabelecido para o uso do solo. Técnicasde restauração, recuperação ou reabilitação podem ser realizadas para o processo de recomposição florística de um escossistema natural, que foi perturbado naturalmente ou por ação antrópica (ROGALSKI, 2009). Encontra- se algumas diferenças entre essas três definições, porém muitos autores julgam ainda como similares. O Instituto de Pesquisas Tecnológicas – IPT (1992) classifica a restauração associada à ideia de reprodução das condições exatas do local, tais como eram antes de serem alteradas pela intervenção. A Lei 6 9.985 de 18/07/2000, art. 2º (BRASIL, 2000) diz que para os fins previstos nesta Lei, entende-se por restauração a “restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original” a Recuperação ainda segundo o IPT (1992) associado à ideia de que o local alterado seja trabalhado de modo que as condições ambientais situem-se próximas às condições anteriores à intervenção, ou seja, trata-se de devolver ao local o equilíbrio dos processos ambientais ali atuantes. Segundo Martins (2007) recuperar entende-se por um conjunto de ações necessárias para que uma determinada área volte a ser apta para algum uso produtivo em condições de equilíbrio ambiental. Já para o IPT (1992) a Reabilitação, associado à ideia de que o local alterado deverá ser destinado a outra forma de uso do solo, de acordo com projeto prévio e em condições compatíveis com a ocupação circunvizinha, ou seja, trata-se de reaproveitar a área para outra finalidade (IPT, 1992). Engel e Parrota (2003) destaca que um Projeto de Recuperação se faz necessário quando um ecossistema sofre distúrbios em grandes proporções (grande escala, intensidade e frequência) e não consegue se recuperar, ou seja não voltando ao seu estado de equilíbrio dinâmico. Este autor cita também a importância de um estudo sobre a área a ser recuperada, como por exemplo, o tipo de vegetação presente, o fator de degradação, a situação atual da área entre muitas outras informações relevantes, pois a partir destas informações e de um conhecimento ecológico é possível determinar as ações que serão implantadas de forma sustentável na área. Ibama (1990) destaca a importância da revegetação de uma área degradada, para a formação de um novo solo, controle de erosões, evitar a contaminação da água e se caso o futuro uso da área for a manutenção da vida selvagem, promover o seu restabelecimento. 2.6 Indicadores de restauração ecológica 7 Identificar e caracterizar os processos de degradação atuantes em uma área onde se foi estabelecido um projeto de recuperação é fundamental para avaliar o grau de degradação (BITAR, 1997). Segundo Klumpp (2001) a avaliação de indicadores é fundamental para alguns fatores como comprovar o impacto de poluição de um ecossistema, fornecer informações adequadas sobre os efeitos da degradação da área, mostrar a distribuição espacial e temporal do impacto e fornecer dados sobre um possível risco para os vegetais, animais e a população humana no entorno. Muito utilizados para a avaliação de condições ambientais, o uso de indicadores ecológicos representa uma análise científica, com a categorização numérica ou descritiva de dados ambientais, e é frequentemente baseado em informações parciais que refletem o status de extensos ecossistemas (VAN STRAALEN, 1998; MANOLIADIS, 2002). Manoliadis (2002) ressalta também que os indicadores devem, de modo geral, apresentarem uma relação bastante estreita com os objetivos do projeto e os problemas ambientais abordados. De acordo com o autor, os indicadores devem ser parte de um pequeno conjunto visando uma abordagem eficiente, necessitando serem claramente definidos, a fim de evitar confusões no seu desenvolvimento ou interpretação, além de serem práticos e realistas, o que supõe levar em consideração o seu custo de coleta, e, ainda, apresentarem uma alta qualidade e confiabilidade para serem usados nas escalas espacial e temporal adequadas. Como avaliação do mecanismo de sucessão ecológica, D’alterio e Valcarcel (1996) destacam o uso da cobertura do solo como medida mitigadora dos impactos ambientais sendo uma opção coerente, prática e econômica, porém apresentando dificuldades de adaptações inerentes à declividade do terreno e a composição física e química do substrato. Potter (1986) em seu trabalho estabelece uma cobertura vegetal produtiva e protetora como objetivo principal de uma recuperação, consistindo predominantemente de espécies necessariamente adaptadas para as características da área. Para uma escolha de indicadores de qualidade/degradação do solo, Doran e Parkin (1996) sugerem alguns critérios, como correlacionar com os processos naturais do ecossistema (aspecto de funcionalidade), serem relativamente de fácil utilização em 8 campo, de modo que tanto especialistas como produtores possam usá-los para avaliar a qualidade do solo (aspecto de praticidade e facilidade nos processos de difusão de tecnologia e extensão rural), serem suscetíveis às variações climáticas e de manejo (devem ter um caráter dinâmico) e serem componente, quando possível, de uma base de dados. Outros Indicadores também são importantes no processo de recuperação, destacando-se a deposição de serapilheira. Segundo Carpanezzi, (1997) em todas as tipologias florestais, sabe-se que a produção de serapilheira representa o primeiro estágio de transferência de nutrientes e energia da vegetação para o solo, pois a maior parte dos nutrientes absorvidos pelas plantas retorna ao solo por meio da queda de serapilheira ou lavagem foliar. Um indicador fácil, prático e de grande importância é a presença da fauna dentro da área a ser restaurada. A reestruturação de uma área degradada para um ambiente recuperado deverá propiciar o surgimento de condições microclimáticas necessárias para a atração de fauna (MELO, 2004). Este autor ressalta também em seu trabalho que o planejamento da recuperação não precisa necessariamente, prever grandes riquezas em espécie, mas é importante que preveja alta densidade de espécies atraentes a fauna. Analisar a composição florística é um importante indicador do processo de recuperação também. Para Senra (2000) é importante compreender melhor a composição florística e a estrutura fitossociológica dos fragmentos florestais, para um bom planejamento do uso do solo e para formular estratégias de recuperação e manutenção da diversidade biológica dos fragmentos. A fisionomia, a composição específica e a estrutura de uma formação vegetal são potencialmente influenciadas e decorrentes de importantes mudanças temporais e espaciais de qualquer condição ambiental (Rodrigues e Sheperd, 2000). 9 3.0 METODOLOGIA 3.1 Localização e Caracterização da área de estudo A área de estudo está localizada dentro do perímetro urbano do município de Cuiabá, no bairro Parque Cuiabá, nas coordenadas S – 15º 38’39,25’’; W -56º03’05,00’’. Trata-se de uma área de preservação permanente (APP) a beira do córrego São Gonçalo (Figura 1). Sua extensão é de aproximadamente 500m² e está ao fundo de uma empresa de Cimento e Tubulações, um empreendimento com aproximadamente 26.000 km². FIGURA 1 – VISTA AÉREA DA ÁREA DE ESTUDO. Fonte: Google Hearth 10 A vegetação predominante no município é a do Cerrado, desde suas variantes mais arbustivas até as matas mais densas à beira dos cursos d’agua (CUIABÁ, 2007). As áreas verdes da capital são formadas principalmente por vegetação remanescente, localizadas em áreas não construídas, margens de córregos, riachos e rios, parques, praças e vegetação viária (GUARIM NETO, 1990). A temperatura média em Cuiabá gira em torno dos 32ºC e as chuvas se concentram de setembro a maio, enquanto que no resto do ano as massas de ar seco inibem as formaçõeschuvosas. Antes da instalação do projeto de recuperação de área degradada (PRAD) a área deste estudo encontrava-se com alguns pontos de erosão e dominada por Brachiaria sp., embora com a presença de plântulas de espécies nativas. Depois de diagnosticada a degradação foi elaborado e implantado o PRAD. 3.1.1 Etapas do Projeto de Recuperação de Área Degradada O Projeto de Recuperação de Área Degradada teve como objetivo atender a legislação ambiental, bem como propor a recuperação desta área em questão. A área foi isolada da linha de produção da empresa, por meio de estacas de madeiras e placas indicativas, por apresentar área com ocupação urbana no entorno. Após isolada, recebeu primeiramente obras físicas de drenagem e contenção de erosões. Foi montada uma equipe com funcionários da empresa e acompanhamento de um engenheiro florestal responsável. Como medida de recuperação foi adotada a condução da regeneração natural, no entanto, visto que esta não alcançou o efeito esperado, realizou- se o plantio de espécies arbóreas nativas (regeneração artificial). As mudas foram plantadas em covas com as medidas de 30cmx30cm e espaçamento de 3mx3m, sendo utilizadas 117 mudas já considerando 5% de mortandade, após 60 dias foi realizado o replantio com mudas do mesmo grupo ecológico. 3.2 - COLETA DOS DADOS 11 3.2.1 - Cobertura do Solo Para análise da cobertura do solo foi utilizada a metodologia implantada pela SEMA-MT que usa como base o Protocolo de Monitoramento de Projetos de Restauração Ecológica do Distrito Federal, (2017). Este protocolo é parte dos esforços da Aliança Cerrado em regulamentar a legislação ambiental que trata de projetos de recomposição da vegetação nativa para atender a lei nº 12.651/2012 e a compensação florestal. O indicador ecológico, cobertura do solo, foi aplicado em duas parcelas dentro da área em recuperação. Para cada parcela, esticou-se uma trena de 25 metros no centro, presa por estacas nas duas extremidades, depois verificou-se em 2 metros de cada lado os regenerantes presentes. Os dados foram coletados a cada metro da trena, totalizando 26 pontos de coleta. Nas planilhas de campo foram coletadas as informações sobre as espécies arbóreas do local, dividindo-as em: 1. Sem cobertura; 2. Espécies nativas; 3. Espécies exóticas; e 4. Cobertura total, para o caso de aparecer os dois tipos de espécies (nativas e exóticas). O cálculo de cobertura do solo foi feito para cada uma das categorias de cobertura. Primeiramente feito a média, incluindo as duas parcelas e em seguida transformando em porcentagem. Foram utilizadas as seguintes equações matemáticas: Média de Sem Cobertura — μ(SC) 𝜇(𝑆𝐶) = (𝐶𝑜𝑏 𝜇(𝑆𝐶)𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 + 𝐶𝑜𝑏 𝜇(𝑆𝐶) 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 2. . . 𝐶𝑜𝑏 𝜇(𝑆𝐶) 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 𝑛) 12 Cobertura em porcentagem de Sem Copas — Cob%SC 𝐶𝑜𝑏%𝑆𝐶 = 𝜇(𝑆𝐶) × 100 Média de cobertura de Nativas — μ(N) 𝜇(𝑁) = (𝐶𝑜𝑏 𝜇(𝑁) 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 1 + 𝐶𝑜𝑏 𝜇(𝑁) 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 2. . . 𝐶𝑜𝑏 𝜇(𝑁) 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 𝑛) Cobertura em porcentagem de Nativas — Cob%N 𝐶𝑜𝑏%𝑁 = 𝜇(𝑁) × 100 Média de cobertura de Exóticas — μ(E) 𝜇(𝐸) = (𝐶𝑜𝑏 𝜇(𝐸) 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 1 + 𝐶𝑜𝑏 𝜇 𝐸) 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 2. . . 𝐶𝑜𝑏 𝜇(𝐸) 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 𝑛) Cobertura em porcentagem de Exóticas — Cob%E 𝐶𝑜𝑏%𝐸 = 𝜇(𝐸) × 100 Média de Cobertura Total — μ(CT) 𝜇(𝐶𝑇) = (𝐶𝑜𝑏 𝜇(𝐶𝑇)𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎1 + 𝐶𝑜𝑏 𝜇(𝐶𝑇) 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 2. . . 𝐶𝑜𝑏 𝜇(𝐶𝑇) 𝑝𝑎𝑟𝑐𝑒𝑙𝑎 𝑛) Cobertura Total de copas em porcentagem — Cob%CT 𝐶𝑜𝑏%𝐶𝑇 = 𝜇(𝐶𝑇) × 100 Os dados, coletados em campo, podem ser observados nas tabelas 1 e 2 a seguir. 13 TABELA 1 – DADOS DE COBERTURA DO SOLO COLETADOS NA PARCELA 1 Parcela Ponto Sem Copa Nativa Exótica Cobertura Total (nativa ou exótica) 1 1 X x X 1 2 X x X 1 3 X x X 1 4 X x X 1 5 X x X 1 6 X X 1 7 X X 1 8 X X 1 9 X X 1 10 X X 1 11 X X 1 12 X 1 13 X 1 14 X 1 15 X X 1 16 X X 1 17 X x X 1 18 X X 1 19 X x X 1 20 X X 1 21 X x X 1 22 X x X 1 23 X X 1 24 X X 1 25 X X 1 26 X X SOMA (Ʃ) 1 20 12 25 MÉDIA (μ) 0,0385 0,7692 0,4615 0,9615 14 TABELA2 – DADOS DE COBERTURA DO SOLO DA PARCELA 2 Parcela Pontos Sem Copa Nativa Exótica Cobertura Total (Nativa ou Exótica) 2 1 x x X 2 2 x x X 2 3 x x X 2 4 x X 2 5 x X 2 6 X 2 7 X 2 8 X 2 9 X 2 10 x 2 11 x 2 12 X 2 13 X 2 14 x x 2 15 X 2 16 x x 2 17 x x 2 18 x x 2 19 X 2 20 x x 2 21 x x x 2 22 x x x 2 23 x x x 2 24 x x x 2 25 x x 2 26 x x SOMA(Ʃ) 4 13 10 22 MÉDIA(μ) 0,1538 0,5 0,3846 0,8462 3.2.2 - Composição Florística Foi realizado um censo das espécies do local, sendo coletado nome científico, ou realizada coleta botânica para posterior identificação, e quantificado o número de indivíduos por espécie. A grafia correta dos nomes científicos foi conferida no site Flora Brasil. Para a análise da diversidade florística da área, foi calculado Shannon-Wiener (H’), índice que representa a diversidade das espécies de uma determinada comunidade, considerando o número total de espécies e sua distribuição espacial. Segundo Magurran (1988), este índice considera 15 que os indivíduos são amostrados ao acaso a partir de uma população efetivamente infinita, assumindo que todas as espécies existentes estejam representadas na amostra. 𝐻′ = [ 𝑙𝑛(𝑁) − ∑ 𝑛𝑖𝑠𝑖=1 𝑙𝑛(𝑛𝑖)] 𝑁 em que: H’ = Índice de Shannon-Weaver ni=Número de indivíduos amostrados da i-ésima espécie. N=número total de indivíduos amostrados. S=número total de espécies amostradas. ln=logaritmo de base neperiana. Para o cálculo de similaridade florística, utilizou-se o Índice de Similaridade de Jaccard (ISJ) (MUELLER-DUMBOIS e ELLENBERG, 1974). A expressão do Índice de Jaccard está apresentada na equação abaixo: 𝐼𝑆𝐽 = 𝑐 𝑎 + 𝑏 − 𝑐 em que: c = número de espécies comuns, a = número de espécies exclusivas da área A, b = número de espécies exclusivas da área B. Este índice foi empregado para fazer a comparação da composição de espécies encontradas na área deste estudo (A) com outra área de ecossistema semelhante que servirá de base para comparação (B). A área de comparação é uma mata ciliar que se encontra dentro do domínio do bioma Cerrado, localizada no município de Poxoréu – MT, as margens do córrego Rico, é uma área que está em estágio avançado de conservação. 16 4.0 Resultado e Discussões 4.1 Cobertura do Solo Para o indicador de cobertura do solo foram obtidos os resultados apresentados na tabela 3. TABELA 3 – RESULTADOS REFERENTE A COBERTURA DO SOLO UTILIZANDO A METODOLOGIA DO PROTOCOLO DE MONITORAMENTO DE PROJETOS DE RESTAURAÇÕES ECOLÓGICAS DO DF. Parcela Cob p SC Cob p N Cob p E Cob p CT 1 0,03846154 0,769231 0,461538 0,96153846 2 0,153846 0,5 0,384615 0,846154 Soma total 0,19230754 1,269231 0,846153 1,80769246 Média total 0,09615377 0,6346155 0,4230765 0,90384623 Cobertura em % 9,6153769 63,46155 42,30765 90,384623 Os dados obtidos em porcentagem foram: cobertura para sem copas: 9,6%; cobertura para nativas 63,4%; cobertura para exóticas 42,3% e cobertura total de 90,38%, o que demonstra que, de acordo com a metodologia aplicada, que a área se encontra em um estágio avançado de recuperação. No entanto, as visitas realizadas à campo e os registros fotográficos obtidos, demonstram que não é esta a situação real da área. Seguindo a metodologia esticou-se a trena no centro da parcela e avaliaram-se os 26 pontos, em cada ponto foi registrada a presença de espécies arbóreas (figura 2). Houve poucos pontos em que foi registrada alguma espécie, porém namaioria o solo estava exposto. Ainda seguindo a metodologia, ao efetuar os cálculos, estes nos mostram resultados positivos quanto a recuperação da área, confrontando com o que se percebe ao visitar o local. 17 FIGURA2 – TRENA ETICADA PARA COLETA DE DADOS REFERENTE À COBERTURA DO SOLO. Um dos principais fatores degradantes observados foi a presença de pontos de erosão no terreno, conforme figura 04. Avaliar a cobertura do solo serve como o primeiro parâmetro a ser recuperado, pois o solo coberto evita o desprendimento e arraste de partículas e cessaria o, a erosão. Através de caminhamento na área e registros fotográficos pode se observar que a área não está no estágio de recuperação que os cálculos da metodologia indicam, pois ainda apresentam erosões, resíduos da empresa, lixo urbano, conforme as imagens tiradas em dezembro de 2017(figuras 04 e 05). 18 FIGURA 4- PONTOS DE EROSÃO REGISTRADOS NO LOCAL EM DEZEMBRO DE 2017. 4.2 Composição Florística A Composição florística apresentou um número total de 130 indivíduos distribuídos em 10 famílias e 18 espécies. As famílias que apresentaram o maior número de espécies foram a Fabaceae (5) e Bignoniaceae (5), somadas essas duas famílias contribuem com quase 60% das espécies encontradas. (MENDONÇA et al., 2008) lista em seu trabalho as 10 famílias mais ricas no bioma Cerrado que são: Fabaceae, Asteraceae, Orquidaceae, Poaceae, Rubiaceae, Melastomataceae, Myrtaceae, Euphorbiaceae, Malpighiaceae e Lythraceae. Quando comparado o resultado do número de famílias que foram observadas na área de estudo, com a mais rica do bioma Cerrado apresentadas pelo autor percebe-se que somente 3 famílias se encontram na área, o autor também em seu estudo reforça a importância dessas famílias para a formação do bioma. Somente a riqueza não serve como parâmetro de estudo da comunidade, pois a riqueza depende muito do tamanho da área amostrada, ou seja, auxilia na avaliação da composição florística, porém só este fator não pode ser determinante. 19 Para avaliação da diversidade valor do índice de Shannon- Wiener encontrado foi de H’= 2,5 (tabela 4). Esse valor pode ser considerado baixo, quando comparando com a média encontrada para o Cerrado sensu stricto do Brasil Central, que varia de 3,16 a 3,73 (FELFILI et al., 1993, 1997; FELFILI e SILVA JÚNIOR, 2001; ASSUNÇÃO e FELFILI 2004; VILANOVA, 2008). Na região de Cáceres- MT, bem próximo ao município de Cuiabá-MT, foi encontrado por Moura (2010) um índice de Shannon de H’= 3,48. Barbosa (2006) avaliou uma área no município de Barra do Garças, onde foi encontrado um índice de H’= 3,77. Portanto, a área deste estudo ainda está distante de recuperar sua composição de famílias botânicas, riqueza e diversidade florística. TABELA 4- LISTA FLORÍSTICA DAS ESPÉCIES ENCONTRADAS NA ÁREA DE ESTUDO, ORGANIZADAS EM ORDEM ALFABÉTICA E SEGUIDAS DE SUAS FAMÍLIAS BOTÂNICAS, NÚMEROS DE INDIVÍDUOS (NI) E DENSIDADE ABSOLUTA POR HA (DA). ALÉM DO ÍNDICE DE SHANNON (H’) E RIQUEZA TOTAL DA COMUNIDADE. NOME CIENTÍFICO FAMÍLIA NI DA H' S Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit Fabaceae 21 440 Abebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl Bignoniaceae 19 380 2,5 18 Trema micrantha (L.) Blume Cannabaceae 18 360 Cecropia pachystachya Trécul Cecropiaceae 14 280 Albizia lebbeck (L.) Benth. Fabaceae 10 200 Ricinus communis L. Euphorbiaceae 9 180 Handroanthus chrysotrichus (Mart. ex DC.) Mattos Bignoniaceae 8 160 Pithecellobium hassleri Chodat Fabaceae 8 160 Astronium fraxinifolium Schott Anacardiaceae 6 120 Guazuma ulmifolia Lam. Malvaceae 4 80 Tecoma stans (L.) Juss. ex Kunth Bignoniaceae 4 80 Nga laurina (Sw.) Willd Fabaceae 2 40 Abebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith Bignoniaceae 1 20 Albizia rasslerichia Fabaceae 1 20 Bauchinia sp. Fabaceae 1 20 Cordia glabrifolia M.Stapf Boraginaceae 1 20 20 Dilodendron bipinnatum Radlk. Sapindaceae 1 20 Genipa americana L. Rubiacea 1 20 Handroanthus avellanedae (Lorentz ex Griseb.) Mattos Bignoniaceae 1 20 Para calcular o índice de similaridades de Jaccard, foi utilizado uma área de comparação bem próxima da área de estudo. A localização bem próxima é de grande importância pelo fato de que uma boa comparação deve ser feita no mesmo ecossistema com as características da região o mais próximo possível. O valor de similaridade encontrada foi de 0,13 e de acordo com Kent e Coker (1992), valores maiores ou iguais a 0,50 indicam que existe similaridade florística entre duas áreas. Desta forma, a similaridade florística observada entre a área de estudo e a de referência pode ser considerada muito baixa. Este resultado demonstra que a área de estudo ainda não atingiu um estado maduro e avançado de desenvolvimento. TABELA 5- LISTAGEM DAS ESPÉCIES DAS ÁREAS E SIMILARIDADE DE JACCARD. Espécies Exclusivas A Exclusivas B Comuns c IJC Guazuma ulmifolia 1 0,13 Handroanthus avellanedae 1 Ricinus communis 1 Tecoma stans 1 Agonandra Brasiliensis 1 Albizia lebbeck 1 Albizia saman 1 Albizia rasslerichia 1 Alibertia verrucosa 1 Alibertia edulis 1 Alibertia sessilis 1 Anacardium nanum 1 Andira cuyabensis 1 Aspidosperma australe 1 Astronium fraxinifolium 1 Bauchinia sp. 1 Brosimum gaudichaudii 1 Buchenavia tomentosa 1 Byrsonima sp 1 Callisthene fasciculata 1 21 Cecropia pachystachya Trécul 1 Connarus suberosus 1 Cordia glabrifolia 1 Curatella Americana 1 Davilla elliptica 1 Davilla grandiflora 1 Dilodendron bipinnatum 1 Dyospirus hispida 1 Dyospirus Veludo 1 Erythroxyllum 1 Genipa americana L. 1 Hancornia speciosa 1 Handroanthus chrysotrichus 1 Himatanthus obovatus 1 Hymenea stigonocarpa 1 Inga laurina 1 Kielmeyera grandiflora 1 Lafoensia Pacari 1 Leucaena leucocephala 1 Pipteryx alata 1 Pithecellobium hassleri 1 Plathymenia reticulata 1 Pouteria ramiflora 1 Pseudobombax longiflorum 1 Qualea gandiflora 1 Qualea Multiflora 1 Qualea parviflora 1 Sclerobium paniculatum 1 sheelea phalerata 1 Simarouba versicolor 1 Stryphnodendron adstringens 1 Tabebuia impetiginosa 1 Tabebuia roseoalba 1 Tabebuia serratifolia 1 Terminalia argentea 1 Trema micrantha 1 Vismia sp 1 Vochysia sp 1 Xylopia aromática 1 TOTAL 12 42 6 22 5.0 CONCLUSÃO A Cobertura do solo apresentou resultados indicando que 90% da área está coberta, porém a metodologia utilizada não foi eficiente quanto a avaliação do estágio de revegetação. Esta metodologia se enquadra para fins de fiscalização, por ser uma metodologia simples e fácil de ser aplicada no campo, porém para realizar estudos do estágio de restauração do ecossistema, a partir da revegetação da área, é indicado que se aplique outras metodologias. Quanto à composição florística obteve-se valores baixos de índice de Shannon H’=2,5 e índice de Jaccard IJC=0,13, comparados a uma área de comparação preservada. Conclui- se que esta área de estudo ainda não atingiu um estado avançado de recuperação. 23 6.0 REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDO, M.T.V.N. Recuperação de solos degradados pela agricultura. 2006. ALVES, M.C. Recuperação dos solos degradados pela agricultura. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA AGRICULTURA, 5., 2006, Campinas. Anais. Campinas: Instituto Agronômico, 2006. BARBOSA, L.M. Implantação de mata ciliar. In: Simpósio mata ciliar ciência e tecnologia, 1999, Belo Horizonte. Anais... Lavra: EFLA/FAEPE/CEMIG. 1999, p.111-135 BARBOSA, L.M. 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