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Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 1 
Você no curso certo. 
 
 
 
TCM 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
 
PROFESSOR IRAPUÃ BELTRÃO 
 
 
 
 
 
 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 2 
Você no curso certo. 
 
NOSSO PROGRAMA 
 
1. Constituição: conceito, origens, conteúdo, estrutura e classificação. Supremacia da 
Constituição. Interpretação, Eficácia e Aplicabilidade das Normas Constitucionais. Princípios 
Constitucionais. Controle da Constitucionalidade das Leis. Normas Constitucionais e 
Inconstitucionais. 2. Ação Direta de Declaração de Inconstitucionalidade. Ação Direta de 
Constitucionalidade. 3. Poder Constituinte Originário e Derivado. 4.Organização do Estado 
Brasileiro; divisão espacial do poder; Estado Federal; União; Estados Federados; Distrito 
Federal; Municípios; intervenção federal e estadual; repartição de competências. Constituição do 
Estado do Rio de Janeiro e Lei Orgânica do município do Rio de Janeiro. 5. Poder Legislativo. 
Estrutura. Funcionamento. Atribuições. Processo Legislativo. Espécies normativas. Garantias 
dos Parlamentares. Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária. O TCU na Constituição. 
6. Poder Executivo. Presidente e Vice-Presidente da República. Atribuições e 
Responsabilidades. Poder Regulamentar e Medidas Provisórias. 7. Poder Judiciário. Garantias. 
Jurisdição. Estrutura. Órgãos e Competência. Supremo Tribunal Federal, Superior Tribunal de 
Justiça, Tribunais Regionais Federais; Juizes Federais; garantias da magistratura. 8. Funções 
essenciais à Justiça. 9. Ministério Público da União. Natureza. Função. Autonomia. Atribuições 
e Vedações Constitucionais de seus Membros. A Advocacia Pública. 10. Da Tributação e do 
Orçamento; Princípios básicos da Tributação e limitações ao Poder de Tributar. 11. Direitos e 
Garantias Fundamentais. Direitos e Deveres Individuais Difusos e Coletivos. Direitos Sociais. 
12. Garantias Constitucionais. Garantias Constitucionais Individuais. Garantias dos Direitos 
Coletivos, Sociais e Políticos. Remédios Constitucionais. 13. Ordem Econômica e Financeira. 
Atividade Econômica do Estado. Princípios das Atividades Econômicas, Propriedades da Ordem 
Econômica. Sistema Financeiro Nacional. 14. Ordem social. 15. Da seguridade social. 16. 
Princípios constitucionais da seguridade social. 
 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 3 
Você no curso certo. 
Teoria Geral do 
Direito Constitucional 
 
1- DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Direito = sistema normativo; conjunto de regras de conduta fixadas para ordenamento da 
sociedade. Historicamente, separa-se, para fins didáticos, como elucidava o Professor MIGUEL 
REALE: 
 
“O Direito divide-se, em primeiro lugar, em duas grandes classes: As relações que se 
referem ao Estado e traduzem o predomínio do interesse coletivo são chamadas relações 
públicas, ou de Direito Público. Porém, o homem não vive apenas em relação ao Estado 
mas também e principalmente em ligação com seus semelhantes.(...) Essas são as relações 
de Direito Privado” 1. 
 Direito Público X Direito Privado 
 
 marcado pela relação havida 
 presença Estado entre particulares 
 
Conceito “Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que expõe, interpreta e sistematiza 
os princípios e normas fundamentais do Estado”. 
 
Objeto – a Constituição política do Estado. 
 
No constitucionalismo antigo (até as revoluções do século XVIII), as normas constitucionais 
serviam para nortear as relações entre o povo e seu governo. Ali, as previsões tinham base nas 
raízes culturais e nos costumes locais e não possuem a característica de serem codificados em um 
único texto. 
 
2- DA CONSTITUIÇÃO . 
 
Lei fundamental – organização dos seus elementos essenciais, ou seja, “conjunto de normas que 
organiza os elementos constitutivos do Estado”. 
 
1 Lições Preliminares de Direito. 22ª ed, São Paulo: Ed. Saraiva, 1995, p. 04 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 4 
Você no curso certo. 
 
Por seu turno, o Estado é formado de elementos básicos que o integram: 
♦ Povo 
♦ Território 
♦ Governo Soberano 
♦ Finalidade => Bem comum 
 
Historicamente, sempre conceituou-se um Estado a partir dos seus elementos. Modernamente, diz-se 
que quatro são os componentes do Estado: 
 
2.1 Povo - não existe Estado sem que haja na sua composição um contingente populacional. Se é 
verdade que o povo decidiu pela formação do Estado, naquilo que a Sociologia chamou de Pacto 
Social, não existirá Estado sem a presença mínima de um grupo de pessoas; 
 
2.2 Território - esta quantidade indispensável de pessoas deverá estar fixada dentre de um 
determinado espaço físico. Toda a confusão, por exemplo, no Oriente se resolve por uma simples 
questão: existe uma quantidade maior de grupos étnicos do que terra para sua distribuição. A verdade 
é que não há povo sem um território determinado, capazes de, assim, serem entendidos como 
integrantes de um Estado. 
 
2.3 Governo Soberano - ocorre que aquele povo, fixado dentro daquele território, precisa de uma 
terceira pessoa para regulamentar suas relações a fim de que não prevalece, por exemplo, a "lei do 
mais forte". Assim, o governo, dotado de poderes de império dobre os integrantes do povo, atua para 
dispor sobre as relações entre o componente populacional. 
 
2.4 Finalidade - de todo modo, o governo estabelecido para regulamentar os conflitos eventualmente 
existentes entre os integrantes do povo, não existe como uma finalidade em si mesmo. O governo não 
existe por si só, a finalidade do Estado e, portanto, do governo, é o Bem Comum. 
 
 Desta forma, o conceito de Estado extrai-se da conjugação dos elementos ou 
componentes assinalados acima. Com isso, o Estado constitui-se pela fixação de um determinado 
povo em um território estipulado, cujas relações serão solucionadas por um Governo dotado de 
Soberania, sempre atendendo ao Bem Comum dos integrantes daquele povo. 
 
 Nesta esteira, a Constituição, ao organizar tais componentes constitutivos do Estado, 
pode ser entendida num triplo sentido: 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 5 
Você no curso certo. 
 
 
 Sociológico (1) 
Triplo sentido político (2) 
 Jurídico (lógico-jurídico e jurídico-positivo) (3) 
 
(1) Visão apresentada por FERDINAND LASSALLE (O que é Constituição), na qual aquela 
deve representar os “fatores reais do poder”, ou seja, as forças políticas presentes num 
determinado grupo social que se organiza. 
 
(2) Visão apresentada por CARL SCHMITT (Teoria da Constituição). É uma decisão política 
fundamental e deve abordar os temas fundamentais da organização política da 
sociedade (forma de Estado e de governo; o sistema e regime de governo e estrutura 
do Estado; direitos fundamentais e alguns poucos outros). As demais regras, ainda que 
presentes na Constituição e que não trate destes assuntos podem ser consideradas como 
leis constitucionais, mas não fazem parte da Constituição em si. 
 
(3) Visão apresentada por HANS KELSEN (Teoria Pura do Direito), afirma a Constituição 
como uma norma superior de cumprimento obrigatório, com todas as normas e regras 
que ali contiver, um dever-ser. 
 
 O Direito Brasileiro sempre procurou conjugar estas três visões, mas prevalece na 
estrutura jurídica a visão última, sobretudo pela existência de outras normas a serem produzidas a 
partir da Constituição. Neste sentido, a CONSTITUIÇÃO seria "o conjunto de regras concernentes 
à forma do Estado, à forma de governo, ao modo de aquisição e exercício do poder, ao 
estabelecimento de seus órgãos, aos limites de sua ação" (Kelsen), ou seja, as normas fundamentais 
da estrutura do Estado. 
 
 
 Normas Constitucionais 
 
 Normas Infraconstitucionais 
 Primárias (ou Legais) e 
 Secundárias (ou Infralegais) 
 
 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 6 
Você no curso certo. 
3. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES 
 
 Dada a diversidade constitucional nahistória e nos países, surgiram várias 
classificações, sendo que no Brasil a mais repetida é a produzida pelo Professor JOSÉ AFONSO DA 
SILVA 2: 
 
3.1. quanto ao conteúdo 
 
Material ou substancial (organização total do Estado e seus elementos, com regime 
político, regulando a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e a 
competência de cada um deles e os direitos fundamentais) 
Formal (normas incluídas no texto, mas não seriam necessariamente parte daquela função 
da Constituição) 
 
3.2 – quanto a forma 
Escrita (codificada, num único texto, elaborado, via de regra, por um órgão de natureza 
constituinte) 
Não escrita ou costumeira ou consuetudinária (não significa inexistir textos escritos, mas 
sim não estarem concentradas num único documento, além dos costumes, da 
jurisprudência. ex.: Constituição Inglesa ). 
 
3.3 – quanto ao modo de elaboração ou formação 
Dogmática (elaborada por órgão constituinte e fixa dogmas jurídicas sendo um reflexo do 
pensamento jurídico dominante naquele momento) 
História ou costumeira (é o evoluir das tradições e cultura de um povo) 
 
3.4 – quanto a origem 
Populares ou promulgadas ou democráticas (tem sua origem num órgão constituinte 
composto por representantes do povo, usualmente eleitos para elaborar e a 
Constituição => deriva assembleia popular) 
Outorgadas (elaborada sem a participação popular; via de regra imposta de forma 
arbitrária) 
 
 
3.5 – quanto a estabilidade, mutabilidade, consistência (ou o processo de reforma) 
 
rígida (solenidades e exigências especiais para a modificação do texto constitucional, cujo 
procedimento será distinto e mais dificultoso do que aqueles exigidos para a 
elaboração de leis comuns) 
flexível (livremente modificada pela vontade do legislador comum, por isto, também 
chamada de plástica) 
semi-rígida (parte rígida e parte flexível) 
 
 
2 SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 15ª. Ed. São Paulo: Ed Malheiros, 1998 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 7 
Você no curso certo. 
Estes cinco critérios sempre representaram as formas mais repetidas pela doutrina, sendo que, a 
partir destes, podemos assim resumir a história constitucional brasileira: 
 
Constituição Conteúdo forma elaboração Origem mutabilidade 
1824 Material Escrita Dogmática Outorgada Semi-rígida 
1889 Material e formal Escrita Dogmática promulgada rígida 
1934 Material e formal Escrita Dogmática promulgada rígida 
1937 Material e formal Escrita Dogmática Outorgada rígida 
1946 Material e formal Escrita Dogmática promulgada rígida 
1967 Material e formal Escrita Dogmática Outorgada rígida 
Emenda 19693 Material e formal Escrita Dogmática Outorgada rígida 
1988 Material e formal Escrita Dogmática promulgada rígida 
 
 Em relação a classificação de seu conteúdo, o histórico das Constituições Brasileiras 
sempre foi de conter as normas essencialmente constitucionais (tais como a organização do Estado, 
com a separação de poderes e das competências dos entes federativos, por exemplo), mas também 
de possuir dispositivos estranhos ao texto constitucional, que foram constitucionalizados em busca 
da segurança ou proteção contra mais fácil modificação (ex.: a previsão do art. 242, §2°, com a 
referência ao Colégio Pedro II). 
 Diante da existência de vários dispositivos de natureza puramente formal, a grande 
maioria da doutrina prefere optar, como característica final, por afirmar que a Constituição de 
1988 é de natureza FORMAL. 
 Igualmente, alguns autores chegam a sugerir que a Constituição de 1988, em razão da 
existência de vários dispositivos insuscetíveis de alteração, seria classificada como 
SUPERRÍGIDA. 
 Modernamente, sobretudo após a renovação do processo do constitucionalismo com a 
independência das últimas colônias e o fim de alguns regimes autoritários do século passado, 
novos critérios de classificação das Constituições passaram a ser divulgado, em especial pela obra 
do Professor português CANOTILHO4: 
 
 
 
3 Alguns autores consideram a Emenda n° 01, de 1969, com uma nova Constituição, já que a mesma 
reescreveu todo o texto anterior 
4 CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Constituição Dirigente e Vinculação ao Legislador. Coimbra: Ed. Almedina 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 8 
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3.6 – quanto ao seu objeto ou função ou modelo 
Dirigentes ou programáticas (além de disciplinar as matérias essencialmente 
constitucionais, apresenta metas a serem alcançadas pelos poderes ali estabelecidos, 
orientando o legislador ordinário num plano de evolução política; ex: Constituição 
Portuguesa de 1976 e Constituição Brasileira de 1988) 
Garantia (procura estabelecer os princípios fundamentais com amplo espaço de 
interpretação; ex. Constituição dos EUA) 
Balanço (documento típico nos países que passam por processos de ruptura já que pretende 
preparar uma transição para uma nova etapa social; ex: Constituição Soviética) 
 
3.7 - Quanto à extensão5: 
concisa (ou sintética) - dispõe apenas, de forma sucinta, sobre os aspectos fundamentais do 
Estado e os princípios gerais. 
prolixa (ou analítica) - trata de detalhes do ordenamento jurídico que poderia, a princípio 
estar em normas ordinárias. Estas Constituições representam cada vez mais a 
experiência dos países e tem se multiplicado, incluindo-se aí a atual Constituição 
Brasileira. 
 
3.8 – quanto a ideologia 
eclética - linha política indefinida, equilibra princípios ideológicos. Ex. Carta Brasileira de 
1988 
 
ortodoxa - linha política bem definida, traduz apenas uma ideologia. Assim, podemos 
encaixar tanto a Constituição de Cuba como a dos EUA 
 
Nestas perspectivas, podemos assim caracterizar a Constituição de 1988, de acordo com os 
clássicos critérios: 
 
Formal Escrita Dogmática promulgada rígida 
 
E utilizando os parâmetros e mais novos critérios: 
 
analítica dirigente eclética 
 
 
 
5 Classificação dada por BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Ed. Malheiros, 2002, p. 
73 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 9 
Você no curso certo. 
 
4. OBJETO E CONTEÚDO DAS CONSTITUIÇÕES. 
 
4.1 Objeto – “estabelecer a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos, o modo de aquisição 
do poder e seu exercício limites de sua atuação, assegurar os direitos e garantias dos 
indivíduos, fixar o regime político e disciplinar os fins sócio-econômico do Estado” 
 
4.2 Conteúdo - histórico e variável. 
 
 Neste aspecto, faz parte de um conteúdo natural das Constituições definirem os 
poderes do Estado (não apenas na sua acepção do legislativo, executivo e do judiciário), mas 
notadamente seu modo de aquisição e exercício, além das previsões de sua organização – 
elementos orgânicos ou organizacionais do Estado. 
 
 Na nossa história constitucional, o conteúdo das cartas nacionais foi crescendo em 
razão daquela sua feição analítica, sendo destacado, neste sentido, a inclusão sobre a ordem 
econômica realizada pela Constituição de 1934 e a parte da ordem social trazida pela Constituição 
de 1988. 
 
 Marca fundamental do constitucionalismo moderno, é a fixação de elementos 
limitativos dos poderes estatais, com a enunciação de um catálogo dos direitos fundamentais das 
pessoas. É o Sistema de Garantia das Liberdades. Ainda baliza a atual característica da 
Constituição dos países serem tais normas dispostas em textos escritos e codificados. 
 
 De forma ilustrativa, podemos identificar alguns elementos presentes nas 
Constituições: 
 
1- ORGÂNICOS: Títulos III (Da Organização do Estado), IV (Da Organização dos Poderes), V 
– Cap. II (Das forças armadas) e III (Da segurança pública) e VI (Da Tributação e do 
Orçamento) 
 
2- LIMITATIVOS : Tít. II (Dos Direitos e Garantias Fundamentais) 
3- SÓCIO-IDEOLÓGICOS (Direitos Sociais, Título VII - Da Ordem Econômicae Financeira, 
Título VIII - Da Ordem Social) 
 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 10 
Você no curso certo. 
4- DE ESTABILIZAÇÃO CONSTITUCIONAL : Intervenção (art. 34/36), estado de defesa e 
estado de sítio (arts. 136/139) 
 
5- ELEMENTOS DE APLICABILIDADE : Preâmbulo6, ADCT7, art. 5.º, §1.º. 
 
5. SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO . 
- Constituição se coloca no vértice do sistema jurídico do país, conferindo validade a todos. 
- Decorre da maior dificuldade de modificação (rigidez constitucional, tais como as previsões 
de procedimentos próprios para a reforma => art. 60 e §§ CF 1988) 
- Estabelece normas fundamentais 
 
6. PODER CONSTITUINTE : ORIGINÁRIO E DERIVADO 
 Sinteticamente, o denominado poder constituinte “é o poder de elaborar a 
Constituição” 8 para a criação e organização do Estado. 
 Fruto desta conceituação, pode-se reconhecer que não se confunde o real titular do 
poder constituinte com o seu exercente. De todo, podemos assim resumir: 
⇒ titular = povo 
⇒ exercente = Congresso ou Assembleia Constituinte, como regra democrática 
 
 Uma vez elaborada a Constituição, afirma-se que o poder já está constituído. 
Entretanto, esta não será a única manifestação do poder, eis que, historicamente, os próprios textos 
elaboradas reconhecem a possibilidade de novas manifestações de natureza constitucional. 
⇒ Originário ou genuíno = ilimitado e incondicionado 
⇒ Derivado = Poder já constituído; Poder decorrente (Constituições Estaduais – art. 25 CF) 
e Poder Reformador (Emendas Constitucionais) 
 
 Podemos assim resumir as características do poder constituinte em suas duas versões 
 
 
6 "Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da proteção de Deus: não se trata de norma de 
reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo força normativa". (STF, ADI 2.076, Rel. Min. Carlos 
Velloso, DJ 08/08/03) 
7 "Os postulados que informam a teoria do ordenamento jurídico e que lhe dão o necessário substrato doutrinário 
assentam-se na premissa fundamental de que o sistema de direito positivo, além de caracterizar uma unidade 
institucional, constitui um complexo de normas que devem manter entre si um vínculo de essencial coerência. O Ato 
das Disposições Transitórias, promulgado em 1988 pelo legislador constituinte, qualifica-se, juridicamente, como um 
estatuto de índole constitucional. A estrutura normativa que nele se acha consubstanciada ostenta, em conseqüência, 
a rigidez peculiar as regras inscritas no texto básico da Lei Fundamental da República. Disso decorre o 
reconhecimento de que inexistem, entre as normas inscritas no ADCT e os preceitos constantes da Carta Política, 
quaisquer desníveis ou desigualdades quanto a intensidade de sua eficácia ou a prevalência de sua autoridade. Situam-
se, ambos, no mais elevado grau de positividade jurídica, impondo-se, no plano do ordenamento estatal, enquanto 
categorias normativas subordinantes, a observância compulsória de todos, especialmente dos órgãos que integram o 
aparelho de Estado." (STF, RE 160.486, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 09/06/95) 
8 SLAIBI Filho, Nagib. Anotações à Constituição de 1988. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 1989, p. 25 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 11 
Você no curso certo. 
ORIGINÁRIO DERIVADO 
Inicial Subordinado 
Incondicionado Condicionado 
Ilimitado Limitado 
 
PODER CONSTITUINTE 
 
 
 ORIGINÁRIO DERIVADO 
 (1° grau) (2° grau) 
 
 Emendas Decorrente 
 (Const. Estados) 
 
 Reforma Revisão 
 
 
 6.1 – Poder Decorrente nos Estados 
 Observando o art. 25 da CF e o art. 11 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias 
(ADCT), os Estados devem elaborar as suas Constituições, seguindo os princípios explícitos e 
implícitos da Constituição da República => Simetria Constitucional9. 
 
 6.2 – Exercício do Poder de reforma 
 
 
9 “O poder constituinte outorgado aos Estados-Membros sofre as limitações jurídicas impostas pela Constituição da 
República. Os Estados-membros organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, submetendo-se, 
no entanto, quanto ao exercício dessa prerrogativa institucional (essencialmente limitada em sua extensão), aos 
condicionamentos normativos impostos pela Constituição Federal, pois é nessa que reside o núcleo de emanação (e 
de restrição) que informa e dá substância ao poder constituinte decorrente que a Lei Fundamental da República confere 
a essas unidades regionais da Federação.” (STF, ADI 507, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 08/08/03) 
 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 12 
Você no curso certo. 
Limitações - temporais (art. 3° ADCT, não é normalmente considerado com tal, mas sim um 
procedimento de revisão) 
- circunstanciais (art. 60 §1° CF) 
- Materiais ou substanciais = cláusulas pétreas (art. 60§4° CF) 
- Formais = procedimentos para modificação do texto (próprio art. 60 CF) 
 
 Importante, observar que o processo de revisão constitucional, previsto no art. 3° 
ADCT, não foi entendido pela maioria da doutrina e pelo próprio Congresso Nacional como uma 
limitação temporal, mas sim um procedimento próprio de exercício do poder constituinte derivado, 
com regras e quorum próprios, sendo ai feita a distinção entre reforma e revisão. 
São cláusulas pétreas (ou de intangibilidade) previstas no referido artigo 60 CF: 
 
Forma federativa 
de Estado 
 
 
Voto direto, secreto, 
universal e periódico 
 
Separação dos 
Poderes 
 
Direitos e garantias 
individuais 
 
 Por outro lado, na análise das cláusulas pétreas reafirmou-se o conceito de que algumas 
matérias previstas na Constituição não estão no poder de alcance do legislador reformador, 
chegando a afirmar a doutrina que existiriam, além dos limites explícitos, outros implícitos, 
servindo de exemplo o próprio art. 60 e suas disciplinas. 
 Por outro lado, não se pode confundir a mudança do texto da Constituição, com a 
mudança da interpretação constitucional (mutação constitucional). Ainda que com o resultado 
deste, haja a mudança do sentido da Constituição (ex.: inviolabilidades das comunicações) inexiste 
a alteração do texto escrito 
 
7. Vigência das normas constitucionais 
 Via de regra, as normas constitucionais entram em vigor na data de sua promulgação, 
podendo, por outro lado, determinar sua própria vigência, como fez a Constituição Federal de 
1988, quanto as normas do Sistema Tributário Nacional (art. 34 ADCT) 
Em resumo: 
Vigência temporal da Constituição 
 - data de promulgação => regra natural 
 - outro momento => somente se expresso 
 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 13 
Você no curso certo. 
 
 
7.1 Repristinação 
 Promulgado o novo sistema e vigente suas normas, há, como princípio, a revogação 
de toda a ordem constitucional anterior, sem que isto implica no retorno das eventuais normas 
constitucionais que já haviam sido revogadas por aquela que agora se revoga. Caso isto 
acontecesse, estar-se-ia admitindo a figura da REPRISTINAÇÃO, que somente se admite no nosso 
Direito de forma expressa. 
 
 
 CF 1946 CF 1967/69 CF 1988 
 
 
 REVOGA REVOGA 
 
9. Recepção constitucional 
 Com a entrada em vigor de uma nova Constituição, deve ser verificada quais normas 
editadas sob a égide do ordenamento anterior permanecem válidas e compatíveis com o novo texto. 
- norma constitucional anterior é ab-rogada (totalmente revogada) 
 Admite-se, contudo, que a nova Constituição expressamente trate parte do texto 
constitucional anterior de forma especial, como feito com o citado art. 34 do ADCT. 
 
- Normas infraconstitucionais = apura-se a compatibilidade. 
a) Compatíveis – são validadas e recepcionadas 
b) Incompatíveis – revogadas. 
 Na recepção, pondera-se a verificação material desconsiderando o aspecto formal 
assumido pela norma. (admite que leis anteriormente ordinárias,passem a gozar do status de leis 
complementares e vice-versa) 
Fundamentos da recepção constitucional: 
⇒ Princípio da Continuidade da ordem jurídica; 
⇒ Economia Legislativa 
 
Formas de Recepção 
⇒ Tácita (regra) 
⇒ Expressa (ex. art. 34 §5° ADCT) 
 
10.Desconstitucionalização 
A revogação da Constituição de 1967 
pela Constituição de 1988 não implica 
no retorno das normas da Constituição 
de 1946 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 14 
Você no curso certo. 
 
 A doutrina formulou ainda a Teoria da Desconstitucionalização no sentido de propor 
que preceitos da Constituição revogada não repetidos na Constituição superveniente e com esta 
compatíveis fossem mantidos no ordenamento jurídico, mas com o status de norma 
infraconstitucional (lei ordinária ou lei complementar). Como a nova Constituição revoga a 
anterior e as normas não contempladas perdem sua vigência e eficácia, somente seria admissível 
tal hipótese se houvesse previsão de desconstitucionalização expressamente. 
 
11. Eficácia das normas constitucionais 
 Por outro lado, mesmo estando em vigor a Constituição, nada garante ou assegura sua 
aplicação, mesmo porque podem exigir que aquela matéria seja tratada por lei infraconstitucional. 
Em razão desta necessidade de norma posterior, a doutrina norte-americana já classificou as 
normas constitucionais como: 
- Norma auto-aplicável = não terá seu tratamento por qualquer lei posterior, não dependem de 
qualquer complementação ou bastantes em si10 
 
- Norma não auto-aplicável = dependem de complementação para serem exeqüíveis 
 
 No Direito Brasileiro, o Professor JOSÉ AFONSO DA SILVA 11 propõe outra classificação, 
sendo costumeiramente repetida pelos autores: 
- Norma de eficácia plena = são de aplicabilidade imediata, na dependendo de qualquer 
legislação posterior 
 
- Norma de eficácia contida (ou restringível) = terá sua matéria versada por lei posterior, mas 
permite-se sua aplicação integral até que venha tal dispositivo. O professor MICHEL TEMER12 
prefere chamar de norma de eficácia redutível já que, com a edição de norma 
infraconstitucional posterior, os efeitos poderão ser reduzidos 
 
- Norma de eficácia limitada (ou restrita) = terá seu dispositivo por lei posterior e esta lei 
torna-se necessária à efetiva aplicação, razão pelo qual conclui-se que não é possível a 
aplicação da norma constitucional até a vinda da lei regulamentadora 
 
OBS. – as normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tem aplicação imediata (art. 
5° §1° CF) 
 
 
10 MIRANDA, Pontes de. Comentários à Constituição de 1967. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro 
11 Aplicabilidade das Normas Constitucionais. São Paulo: Ed. Malheiros. 
12 Elementos de Direito Constitucional. Ed. Malheiros, São Paulo 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 15 
Você no curso certo. 
Estruturalmente, podemos assim resumir a junção das duas classificações: 
 
 
Norma não autoaplicável eficácia limitada 
 
 Eficácia contida 
Norma autoaplicável 
 Eficácia plena 
 
 
12. Estrutura das normas constitucionais e Princípios Constitucionais 
 Como toda estrutura normativa, a Constituição possui normas contendo regras e outras 
contendo princípios. Assim: 
Regras – normas concretas 
Princípios – mandamentos centrais do sistema jurídico 
 
 Sobre os Princípios já se assinalou: 
JOSEF ESSER 
“... Princípios são aquelas normas que estabelecem fundamentos para que determinado 
mandamento seja encontrado. O princípio tem como função, servir como fundamento normativo 
para a tomada de decisão”. Ex.: o princípio da não-discriminação 
 
KARL LARENZ 
“...os princípios são normas de grande relevância para o ordenamento jurídico (...) estabelecem 
fundamentos normativos para a interpretação e aplicação do Direito”. 
 
 Os princípios jurídicos, especialmente na estrutura normativa constitucional, tem 
relevante importância para determinar os valores sociais positivados no texto, assumindo ainda 
duas grandes funções, a saber: 
 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 16 
Você no curso certo. 
- função positiva: informa materialmente os atos dos poderes públicos, como o princípio 
da publicidade, legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência na administração 
pública (ex.: art. 37); 
 
- função negativa: limita o Estado – como o Estado Democrático de Direito que fixa 
parâmetros e limites. 
 
 Dentre os princípios, podemos encontrar alguma classificação que assim os examina e 
pondera sobre as suas funções: 
 
Princípios constitucionalmente conformadores ou estruturantes – explicitam as valorações e 
opões políticas (forma de Estado- Federativo, de governo-República, regime político-democracia 
indireta participativa, sistema de governo-presidencialismo). Representam normas constitutivas e 
indicativas das ideias diretivas básicas de toda a ordem constitucional. 
 
Princípios constitucionalmente impositivos – são chamados de princípios definidores dos fins 
do Estado; impõem tarefas aos órgãos do Estado, como o princípio da promoção do bem de todos, 
independentemente de origem raça, sexo, cor, etc.; os previstos no art. 6º da CF/88 – direitos 
sociais. 
 
Princípios-garantia – “ninguém será culpado até o trânsito em julgado”, “ninguém será privado 
da liberdade ou dos seus bens sem o devido processo legal; o habeas corpus, mandado de injunção, 
mandado de segurança, garantias processuais; 
 
13. Interpretação das normas constitucionais 
 
Origem: resgate da supremacia constitucional, possuindo ainda como grandes fundamentos: 
– Assentamento mundial dos sistemas de controle de constitucionalidade 
– Dignidade humana como núcleo axiológico do Direito 
– Eficácia cada vez maior dos direitos fundamentais 
 
 Com isto, foram determinadas algumas regras básicas para a interpretação 
constitucional. 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 17 
Você no curso certo. 
 
� UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO - Ao se interpretar determinada norma constitucional 
deve-se levar em conta todo o sistema constitucional 
 
� MÁXIMA EFETIVIDADE OU DA EFICIÊNCIA - optar pelo caminho (sentido) que dê 
maior eficácia a norma constitucional 
 
� CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO - evitar o sacrifício de uma norma 
em relação a outra 
 
� EFEITO INTEGRADOR - integração política e social 
 
� FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO - possibilita a atualização normativa, 
garantindo a eficácia e permanência das normas constitucionais 
 
� INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSITUIÇÃO 
 
a) dentre as várias possibilidades de interpretação, só se deve escolher uma interpretação não 
contrária ao texto e programa da norma constitucional; 
 
b) uma norma não deve ser declarada inconstitucional quando for possível extrair-se um 
significado que possa compatibilizá-la com a Constituição, desde que atendida a finalidade 
para a qual foi criada (o intérprete não pode chegar a ponto de criar uma nova lei); 
 
c) c) quando for possível duas ou mais interpretações que estejam em conformidade com a 
Constituição, deve-se optar pela interpretação que esteja melhor orientada para a 
Constituição. 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1- Considerados os critérios de classificação das Constituições segundo sua estabilidade e 
extensão, a Constituição brasileira vigente é (FCC/Auditor Tributário Jaboatão/PE – 2006) 
a) semi-rígida e histórica. 
b) rígida e analítica. 
c) flexível e sintética. 
d) dogmática e outorgada. 
e) imutável e promulgada. 
 
2- A supremacia formal da Constituição pressupõe (FCC/Analista de Controle Externo –TCE/MA 
- Superior-2005) 
a) a estabilidade sócio-política da Carta Magna. 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 18 
Você no curso certo. 
b) a rigidez constitucional. 
c) o caráter costumeiro da elaboração constitucional. 
d) a declaração solene de direitos. 
e) o estado democrático de direito. 
 
3- A Constituição da República Federativa do Brasil (1988), pode ser classificadaquanto ao seu 
conteúdo, seu modo de elaboração, sua origem, sua estabilidade e sua extensão, como 
(FCC/Analista Judiciário - Execução Mandados TRF 4ª Reg 2007) 
a) formal, histórica ou costumeira, promulgada, flexível e sintética. 
b) material, dogmática, outorgada, rígida e sintética. 
c) formal, dogmática, promulgada, super-rígida e analítica. 
d) material, pragmática, outorgada, semi-rígida e sintética. 
e) formal, histórica ou costumeira, outorgada, flexível e analítica. 
 
4- Tendo em vista a aplicabilidade das normas constitucionais, considere o que segue: 
(FCC/Analista Judiciário - administrativa - TRE-SP-2006) 
I - É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer. 
II - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
Tais preceitos são considerados, respectivamente, de normas constitucionais de 
a) eficácia redutível ou restringível; e de princípio programático. 
b) eficácia limitada; e de princípio programático. 
c) princípio institutivo; e de eficácia plena. 
d) eficácia redutível ou restringível; e de eficácia absoluta. 
e) princípio contido; e de princípio institutivo. 
 
5 - Da constituição que resulta do trabalho de uma Assembleia Nacional Constituinte, composta 
por representantes do povo, eleitos com a finalidade de elaborar o texto constitucional, diz-se que 
se trata de uma Constituição (ESAF/AFC/2002): 
a) Outorgada 
b) Histórica 
c) Imutável 
d) Promulgada 
e) Dirigente 
 
6 – No Brasil o Poder constituinte derivado exercido pelo Congresso nacional: 
a) Não é inicial, mas é limitado e autônomo. 
b) É ilimitado apenas pelas cláusulas pétreas. 
c) Tem limitações substanciais e circunstanciais. 
d) É condicionado e secundário, mas tem limitações apenas materiais. 
 
7 -O poder de reformar a Constituição está sujeito, conforme a Constituição Federal de 1988 
(CEPERJ/Auditor Fiscal – Angra dos Reis/2010) 
a) a restrições temporais, sendo vedadas emendas durante o período de quatro anos de promulgação 
do texto constitucional. 
b) à iniciativa popular de proposta de emenda, composta de, no mínimo, dois terços do coeficiente 
eleitoral. 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 19 
Você no curso certo. 
c) ao voto favorável de três quintos dos membros de cada Casa do Congresso Nacional, e em dois 
turnos de votação em cada uma. 
d) à reapresentação, na mesma sessão legislativa, de proposta de emenda nela rejeitada ou tida por 
prejudicada. 
e) a restrições de ordem material que se exaurem no respeito ao direito adquirido, à coisa julgada 
e ao ato jurídico perfeito. 
 
8 - Assinale a assertiva falsa (ESAF/Auditor Fiscal da Receita Federal /2003). 
a) Emenda à Constituição não pode estabelecer o voto indireto para a eleição de prefeitos. 
b) A Constituição prevê expressamente a iniciativa popular para a emenda do Texto Magno. 
c) Emenda à Constituição não pode admitir a pena de morte para crimes hediondos. 
d) A matéria constante de proposta de emenda à Constituição rejeitada não pode ser objeto de 
nova proposta na mesma sessão legislativa. 
e) Enquanto a União estiver realizando intervenção federal em qualquer Estado-membro da 
Federação, a Constituição não pode ser emendada. 
 
9 - Assinale a opção correta (ESAF/Oficial de Chancelaria - MRE /2002). 
a) É inconstitucional a emenda à Constituição que venha a permitir a instituição da pena de morte 
para crimes hediondos. 
b) Emenda à Constituição pode transformar o Estado Federal brasileiro num Estado unitário. 
c) Existem matérias que somente podem ser objeto de proposta de emenda à Constituição por 
iniciativa do Presidente da República. 
d) Uma proposta de emenda à Constituição que tenda a abolir uma cláusula pétrea somente pode 
ser objeto de deliberação pelo Congresso Nacional se for apresentada por, no mínimo, um terço 
dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. 
e) A proposta de emenda à Constituição rejeitada no Congresso Nacional não pode, em nenhum 
tempo, ser reapresentada. 
 
10 – O Poder Constituinte instituído ou de revisão está sujeito, na ordem constitucional brasileira, 
às limitações seguintes: 
a) Temporais, materiais e circunstanciais. 
b) Materiais explícitas e temporais implícitas. 
c) Materiais e circunstanciais implícitas, apenas. 
d) Materiais e circunstanciais explícitas e a certas limitações implícitas. 
 
11. As normas constitucionais de eficácia contida são aquelas: (FMP/Adjunto do MP junto TCE 
RS/2008) 
(a) que são imediatamente aplicáveis desde a promulgação da Constituição e não podem ter sua 
eficácia restringida pelo Poder Legislativo. 
(b) que não são imediatamente aplicáveis desde a promulgação da Constituição, pois dependem 
de emenda constitucional para gerarem efeitos. 
(c) que são imediatamente aplicáveis desde a promulgação da Constituição, mas podem ter seus 
efeitos restringidos pela legislação infraconstitucional. 
(d) que não são imediatamente aplicáveis desde a promulgação da Constituição, pois dependem 
da edição de leis infraconstitucionais para gerarem efeitos. 
(e) que não são imediatamente aplicáveis desde a promulgação da Constituição, pois dependem de 
uma decisão judicial para gerarem efeitos. 
 
12. A norma constitucional que dispõe que o Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento 
científico, a pesquisa e a capacitação tecnológicas é, quanto à aplicabilidade, uma norma 
(FCC/Auditor TCE-MG-2005) 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 20 
Você no curso certo. 
a) auto-executável. 
b) incondicionada. 
c) programática. 
d) condicionada. 
e) de eficácia contida. 
 
13. Possui aplicabilidade imediata e eficácia contida a norma constitucional segundo a qual 
(FCC/Procurador TCE-MA – 2005) 
a) ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei. 
b) a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
c) a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de 
deficiência. 
d) é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer. 
e) ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado. 
 
14. A norma constitucional que dispõe que “o direito de greve será exercido nos termos e nos 
limites definidos em lei específica”, é norma: (Femperj/Analista Administrativo MP – RJ/2011) 
A) de eficácia contida, pois demanda a existência de norma infraconstitucional que a regulamente; 
B) de eficácia plena e de conteúdo passível de redução por lei ordinária; 
C) de eficácia plena e de conteúdo passível de redução apenas por emenda constitucional; 
D) auto-aplicável, como qualquer direito fundamental; 
E) semi-limitada, pois não obstante seja totalmente aplicável, seu conteúdo pode ser reduzido por 
lei ordinária. 
 
15. Segundo o jurista José Afonso da Silva são cinco os elementos da Constituição Federal. Um 
deles vem a ser as normas que regulam a Estrutura do Estado e do Poder, dispondo sua organização 
e seu modo de funcionamento e denomina-se: (Fund. Dom Cintra/Técnico Legislativo – Duque de 
Caxias/2012) 
A) elementos limitativos; 
B) elementos socioideológicos; 
C) elementos formais de aplicabilidade; 
D) elementos de estabilização constitucional. 
E) elementos orgânicos. 
 
13- Dispõem os incisos IX e XIII do artigo 5º e o artigo 190, todos da Constituição: 
 “Art. 5º (...)”. 
 IX. é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, 
independentemente de censura ou licença; 
 XIII. é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer.” 
 “Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento da propriedade rural por 
pessoa física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do 
Congresso Nacional.” 
Referidos dispositivos constitucionais consagram, respectivamente, normas deeficácia 
(FCC/Auditor Fiscal Municipal - SP 2006) 
a) plena, contida e limitada. 
b) contida, limitada e plena. 
c) plena, limitada e contida. 
d) contida, plena e limitada. 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 21 
Você no curso certo. 
e) plena, limitada e limitada. 
 
17- Dispunha a Constituição brasileira de 1824, em seu artigo 178: “É só Constitucional o que diz 
respeito aos limites e atribuições respectivas dos Poderes Políticos e aos Direitos Políticos e 
individuais dos Cidadãos. Tudo o que não é Constitucional pode ser alterado sem as formalidades 
referidas [em procedimento descrito nos artigos 174 a 177 da Constituição], pelas Legislaturas 
ordinárias.” (grafia atualizada). O dispositivo acima transcrito evidencia que a Constituição do 
Império, quanto à estabilidade de suas normas, era (FCC/Advogado Analista Regulação CE/2006) 
a) outorgada, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é democrática. 
b) semi-rígida, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é rígida. 
c) histórica, ao passo que a Constituição brasileira de1988 é dogmática. 
d) sintética, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é analítica. 
e) flexível, ao passo que a Constituição brasileira de 1988 é super-rígida. 
 
18) Proposta de emenda constitucional formulada por um terço dos membros do Câmara dos 
Deputados tem por objeto a instituição de eleição indireta para os cargos de prefeito e vereador de 
cidades com menos de dez mil habitantes. O fundamento da medida é de ordem econômica, pois 
o custo das eleições diretas compromete a saúde financeira dos pequenos municípios. A emenda 
institui que a escolha dos membros do executivo e legislativo desses Municípios ficará a cargo das 
Assembléias Legislativas dos Estados em que estiverem localizados. A referida emenda 
constitucional é (CEPERJ/Advogado de Furnas – 2009) 
A) inconstitucional, pois a Constituição de 1988 estabelece o quorum mínimo de um terço dos 
membros do Congresso Nacional, consideradas as duas casas legislativas, para a apresentação de 
propostas de emenda à Constituição. 
B) manifestação legítima do poder constituinte derivado, não estando o poder de emenda à 
Constituição sujeito ao controle de constitucionalidade, desde que respeitado o devido processo 
legislativo. 
C) inconstitucional, pois a Constituição de 1988 estabelece limites materiais ao exercício do poder 
constituinte derivado, proibindo a proposta de emenda tendente a abolir o voto direto para cargos 
políticos eletivos. 
D) inconstitucional, pois sua aprovação pelo Congresso Nacional violaria a autonomia política dos 
Municípios brasileiros, que têm competência exclusiva para legislar sobre a matéria. 
E) constitucional, pois a revisão do sistema político pelo poder constituinte derivado é expressão 
do princípio da mutação constitucional. 
 
GABARITO 
 
1- B 2- B 3-C 4-D 5-D 6-C 7-C 8-B 9-A 10-D 11-C 
12-C 13-D 14-A 15-E 16-A 17-B 18-C 
 
Princípios Fundamentais 
(arts. 1°/4° CF) 
 
 Como caracterizava o renomado Professor MIGUEL REALE13, princípios são “certos 
enunciados lógicos admitidos como condição ou base de validade das demais asserções que 
compõem dado campo do saber” e os “princípios gerais do Direito são enunciações normativas 
 
13 ob. citada, p. 299/300 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 22 
Você no curso certo. 
de valor genérico, quer para a sua aplicação e integração, quer para a elaboração de novas 
normas”. 
 
 Assim, os Princípios fundamentais dos textos constitucionais funcionam como 
preceitos que passam a informar todos os conjuntos normativos que se seguem, funcionando como 
“regra-matriz (fundamentação) para a elaboração, interpretação e integração do sistema jurídico 
nacional” 14. Desta forma, são importantes porque os conceitos ali estabelecidos repercutiram em 
todo o texto constitucional. 
 
1- OBJETO DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA (ART. 1º, CAPUT CF) 
 O art. 1º define o objeto da Constituição, que vem a ser o Estado denominado de 
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. Portanto, para que possamos compreender a referida norma, 
mister que saibamos o que é um Estado, e quais os conceito para República e a Federação. 
 Nos próximos parágrafos procuraremos entender tais conceitos. 
 
2- NOÇÃO DE ESTADO 
 É uma associação humana, radicada em base espacial, que vive sob o comando de uma 
autoridade não sujeita a qualquer outra. 
3- ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO ESTADO 
A - Povo B - Território 
C - Governo Soberano D - Finalidade => Bem comum 
 
4- SOBERANIA 
 É o poder consistente na suprema capacidade de autodeterminação do Estado, além 
da sua possibilidade de auto-organização e autolegislação. 
 
5- FORMAS DE GOVERNO 
 Ao nos referirmos às formas de Estado, devemos ter em mente a relação de poder 
entre governantes e governados. Na verdade, deve ser visto se o poder político é exercido por 
tempo certo e determinado ou sem tais características o seu exercício interno poderá se dar de 
algumas formas, quais sejam: 
 
14 CHIMENTI, Ricardo Cunha e outros. Curso de Direito Constitucional. 3ª. Ed. São Paulo: Ed. Saraiva, 2006, p. 33 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 23 
Você no curso certo. 
 
5.1 República - nesta forma de governo, a característica do poder é que, além de dado em caráter 
transitório ao governante, pressupõe a elegibilidade deste. Assim sendo, o governante, além de 
eleito, tem o exercício do poder por tempo determinado. Desde de 1889, o Brasil é organizado nesta 
forma. 
5.2 Monarquia - ao contrário da forma republicana, esta forma de governo caracteriza-se pela 
hereditariedade e vitaliciedade dos governantes. Exemplos disso são a Inglaterra e a Espanha, além 
de outros ainda no mundo atual. 
 
 República 
É a forma de governo caracterizada pela eletividade periódica do Chefe de Estado 
(inaugurada pela Constituição de 1989 e repetida nas seguintes). 
 Monarquia 
É a forma de governo caracterizada pela hereditariedade e vitaliciedade do Chefe de 
Estado (adotada pela Constituição de 1824). 
 
 A Constituição ao consolidar no Estado Brasileiro o Princípio Republicano afirma 
que a sociedade escolherá os seus representantes, através de eleições periódicas para o exercício 
de mandatos temporários, pretendendo adotar a forma mais democrática de governo. 
 
 
 
 
 
 
6- SISTEMAS DE GOVERNO 
 Se a forma de governo traduz a relação de poder entre governantes e governados, os 
denominados sistemas de governo vão se Referir à relação de poder entre os poderes, 
especialmente entre o Legislativo e o Executivo. 
 Assim, a própria estrutura adotada pela Constituição de 1988 determina ainda o Sistema 
de Governo. Hodiernamente, encontramos na quase totalidade dos países dois sistemas de governo. São 
eles: 
 
Os diversos autores constitucionais discutem sempre se o Princípio 
Republicano constitui uma das cláusulas pétreas do Direito Brasileiro, 
não havendo ponto pacífico na doutrina nem uma posição do Supremo 
Tribunal a respeito. Todavia, não há dúvidas de que constitui um dos 
princípios mais importantes do nosso ordenamento, tanto assim que 
constou na listagem dos chamados princípios sensíveis (art. 34, VII 
CF). 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 24 
Você no curso certo. 
6.1 Parlamentarismo - este sistema se caracteriza pela dualidade de funções dentro do Estado sendo 
exercido por pessoas distintas; pensando por exemplo na hipótese inglesa, encontramos a rainha 
exercendo tão somente a função de representação do Estado, enquanto o primeiro Ministro realmente 
governa. 
 Podemos dizer que uma pessoa exerce as funções de chefe de Estado (representação), 
enquanto à outra atribui-se as funções de Chefe de Governo (administração, execução de medidas, 
etc...), sempre um representante do Parlamento (Poder Legislativo).6.2 Presidencialismo - ao contrário das características do sistema acima, neste não há a dicotomia 
entre as funções a as pessoas que as exercem; muito pelo contrário, uma só pessoa (Presidente) exerce 
ambas as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo. 
 Note-se que na maioria dos países que adotam esta regra (como por exemplo no Brasil) 
elege-se também um Substituto para uma eventualidade de impossibilidade do exercício das duas 
funções simultaneamente. Esta possibilidade de substituição é a principal característica do Vice-
Presidente neste sistema. 
- Presidencialismo 
Caracteriza-se por uma única pessoa chefiar a Administração Pública central (chefe de 
governo) e realizar as funções de chefe de Estado15. 
- Parlamentarismo 
Caracteriza-se por uma pessoa chefiar a Administração Pública central (chefe de 
governo) e outra realizar as funções de chefe de Estado. 
 
7- FORMAS DE ESTADO 
 Dada a unicidade do Direito e a existência de um único ente soberano no ordenamento 
constitucional, a forma de Estado refere-se à distribuição de poder dentro do território nacional, 
ou seja, visto o país internamente. A história registra as seguintes formas, resumidamente: 
ESTADO UNITÁRIO - É aquele em que só existe uma ordem jurídica, um governo. 
 ESTADO FEDERAL - É aquele em que o território é divido em várias unidades que gozam de 
autonomia política e administrativa, ou seja, há vários governos. 
 CONFEDERAÇÃO 
 É a reunião de vários Estados soberanos. 
 
 
 
15 Reconhecido em toda a estrutura constitucional de 1988 e confirmado pelo Plebiscito previsto no art. 2° do ADCT 
 
Curso DSc Prof. Irapuã Beltrão Página 25 
Você no curso certo. 
7.1 Estado Unitário 
 Existe um Estado Unitário sempre que a descentralização administrativa, legislativa e/ou 
política não ocorrer, estando unicamente concentrado nas mãos do Poder Central. São exemplos desta 
forma estatal até hoje os nossos vizinhos Paraguai, Uruguai e Argentina, além da França e outros 
países europeus. 
 Alguns países hoje em dia – como a França, por exemplo, caracterizam-se como unitário, 
com todo o poder político concentrado, apesar de adotarem descentralizações administrativas ligadas 
(lá denominadas de regiões administrativas), naturalmente, àquele poder único. 
 
7.2 Estado Federal - a Federação 
 Ao contrário do Estado Unitário, na organização Federativa ocorre a descentralização do 
poder entre diversos organismos políticos. O melhor exemplo disto é a própria organização Brasileira 
onde temos vários entes entre os quais é dividido o poder soberano dado ao Estado. 
 
7.3 Estado Confederal - a Confederação 
 Nesta forma, eventualmente adotada pelo Estado, também há de certa forma uma não 
concentração do poder, só que os entes integrantes desta Confederação permanecem com a sua 
soberania. Trata-se, na verdade, de uma reunião de Estados Soberanos, sem que, este agrupamento 
não retira dos integrantes os poderes ilimitados que detinham anteriormente. Como exemplo histórico 
desta forma estatal foram os Estados Unidos da América, desde a reunião das originárias 13 (treze) 
colônias até a transformação em Federação. 
 
 A Constituição de 1988, seguindo a tradição inaugurada pela Constituição da 
República de 1889 sob a inspiração norte-americana adotou como forma de Estado o Federalismo 
que é a aliança ou união de coletividades parciais dotadas de autonomia. A doutrina recorrente 
afirma como características da nossa Federação: 
⇒ Princípio da Indissociabilidade (art. 1º CF); 
⇒ Descentralização político-administrativa constitucional - há uma repartição de 
competências entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios; 
⇒ Constituição rígida para que não se permita a alteração da repartição de competências pela 
lei ordinária; 
⇒ Existência de um órgão que manifeste a vontade dos membros da Federação (Senado 
Federal como representante dos Estados membros); 
⇒ Autonomia financeira, política e administrativa dos Estados prevista na CF; 
⇒ A Federação como cláusula pétrea, art. 60 § 4º CF. 
 
 Importante notar que a Carta Constitucional de 1988 consagrou, em suas primeiras 
palavras, não só a forma de estado, mas também a forma do governo. Assim, no art 1° da Constituição 
temos reconhecida a adoção de uma República Federativa. Mais do que isto, ao enumerar a forma 
Federativa e Republicana, o art. 1° consagra o nome oficial do nosso Estado, ou seja, REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL. 
 
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Você no curso certo. 
8 - ENTES QUE COMPÕEM A FEDERAÇÃO BRASILEIRA (art. 1º c/c art. 18 CF) 
 Estruturados que estamos, então, na forma Federativa, o poder soberano foi repartido 
entre várias pessoas, como exige a própria noção de Federação. 
 * UNIÃO * ESTADOS * MUNICÍPIOS * DISTRITO FEDERAL 
(todos dotados de autonomia política-administrativa, na forma da Constituição) 
 
 Desde já ressalte-se que todas estas pessoas, na sua individualidade, não são portadores 
de soberania. Poderemos dizer, sim, que são pessoas dotadas de autonomia na sua atuação, mas 
sempre dentro da competência traçada no decorrer da Constituição. Por não poderem extrapolar 
àqueles limites, diz-se que não possuem soberania, mas tão somente, como já se disse de 
AUTONOMIA (art. 18 CF). 
 
 Com isto, tornou-se impossível qualquer forma de separação ou quebra do Regime 
Federativo Brasileiro, razão pela qual os Estados Membros não podem pretender separar-se da 
República Federativa do Brasil, inexistindo o Direito de Secessão. 
 
9 - ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO (art. 1º CF) 
 O art. 1º salienta, ainda, que a República Federativa do Brasil constitui-se em Estado 
Democrático de Direito. Mas, o que é isso? Em primeiro lugar, devemos saber o que é Estado de 
Direito, para depois definirmos Estado Democrático de Direito. 
9.1 Estado de Direito é aquele em que todos - inclusive o próprio Estado - se submetem às leis 
editadas, respeitando-se os direitos individuais, e onde há separação de poderes. 
9.2 Estado Democrático de Direito é o Estado de Direito onde está presente a soberania popular. 
 
10 - SOBERANIA POPULAR (art. 1º, § único CF) 
 De acordo com a Constituição Federal, todo o poder emana do povo que o exerce 
através de representantes eleitos ou diretamente. O povo brasileiro exerce o poder diretamente na 
forma do art. 1416, ou seja, mediante plebiscito17, referendo18 e iniciativa popular19. Para que 
 
16 ali previstos de forma não taxativa já que no transcorrer da Constituição encontramos outros meios de exercício 
direto da participação popular 
17 é uma forma de consulta prévia para se obter autorização direta do povo antes de se realizar um ato 
18 consulta popular a posteriori, quando o ato praticado depende de ratificação popular para tornar-se plenamente 
eficaz 
19 Iniciativa popular é a possibilidade do povo dar início a um processo aos poderes constituídos buscando conformar 
a vontade do povo 
 
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Você no curso certo. 
possamos interpretar o parágrafo único do art. 1º, é necessário que saibamos a diferença clara entre 
democracia direta, democracia indireta e democracia semidireta. 
 Democracia direta 
É o governo exercido pelo próprio povo, sem necessidade de representantes. 
 
 Democracia Indireta ou Representativa 
 É o governo exercido pelo povo através de seus representantes, escolhidos por meio de 
eleição ou indicação, e atuam em nome daquele. 
 
 Democracia Semidireta ou Semi-Representativa 
Caracteriza-se por ser um governo do povo realizado por seus representantes, contendo, 
todavia, alguns institutos de democracia direta, como a iniciativa popular, plebiscito e 
referendo. 
 
 Portanto, no parágrafo único do artigo primeiro, fica estabelecida a democracia 
semidireta ou semi-representativa, chamada também por algunsautores modernos de 
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA PARTICIPATIVA . 
 
11 - PODERES DA UNIÃO (art. 2º CF) 
 
 Ainda dentro dos chamados Princípios Fundamentais do Estado Brasileiro, preocupou-
se a Constituição em estabelecer como seria exercido poder a nível federal. 
 
 * PODER EXECUTIVO * PODER LEGISLATIVO * PODER JUDICIÁRIO 
 
 Outra cláusula pétrea (art. 60 §4º, III CF) do Direito Brasileiro, derivada da teoria de 
MONTESQUIEU e da adoção do Estado de Direito, a tripartição dos poderes em legislativo, 
executivo e judiciário foi estabelecida nominalmente para os poderes da União, mas repercute em 
todos os demais entes da federação pelo Princípio da Simetria. De início, importante registrar que, 
tecnicamente, o poder é uno e pertence ao povo. 
 Quanto a isto não há maiores dúvidas, mas um detalhe interessante é que a Constituição 
aí não estabeleceu que cada um deles terá ma função com exclusividade. Não se pode dizer que o 
Judiciário só julga, por exemplo, pois, na verdade, este exerce também as funções legislativas ou 
executivos, além é claro da função jurisdicional. Claro é, que cada um dos poderes poderá exerce 
 
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todas as funções da Administração do Estado, mas, individualmente, recebe uma especialização 
funcional. Tal separação não pode ser confundida com a separação de funções, existindo 
manifestações de atos judicantes, legiferantes e executórios em todos os três poderes. 
 
 Ademais, não é absoluta, já que ainda que independentes (notadamente nas suas 
funções principais), são harmônicos entre si. Ganhou melhores contornos de interpretação no 
Direito norte-americano com a sua relativização pelo check and balances (sistema de freios e 
contrapesos), entendido aí como o controle do poder pelo poder. De toda sorte, entre tais poderes, 
determina a Constituição que deva existir um relacionamento, apesar de independente, harmônicos 
entre si. Deve haver ente nos três poderes além do dever de cooperação mútua, o controle entre suas 
funções. 
 
12 - FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA (art. 1º, incisos CF) 
 * Soberania 
 * Cidadania 
 * Dignidade da pessoa humana 
 * Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa 
 * Pluralismo político 
 
13 - OBJETIVOS FUNDAMENTAIS - REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL (art. 3º CF) 
 * Construir uma sociedade livre, justa e solidária 
 * Garantir o desenvolvimento nacional 
 * Erradicar a pobreza e marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais 
 * Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação 
 
14 - PRINCÍPIOS QUE REGEM O BRASIL NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS (art. 4º CF) 
 * Independência Nacional 
 * Prevalência dos Direitos Humanos 
 * Autodeterminação dos povos 
 * Não-intervenção 
 * Igualdade entre os Estados 
 * Defesa da paz 
 
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 * Solução pacífica dos conflitos 
 * Repúdio ao terrorismo e ao racismo 
 * Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade 
 * Concessão de asilo político 
 
 Dentre estes, ganhou relevo os direitos humanos porque a Emenda Constitucional 
n°45, incluiu no art. 5° previsão sobre a equiparação dos tratados internacionais à emendas 
constitucionais: 
“§3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos 
votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.” 
 
15 - INTEGRAÇÃO DOS POVOS DA AMÉRICA LATINA (art. 4º, § único CF) 
 A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e 
cultural dos Povos da América Latina, visando a formação de uma comunidade latino-americana 
de nações. Apesar da referência dentre os princípios fundamentais, a celebração de tratados 
internacionais para este objetivo não dará a estes pactos natureza constitucional, o que somente 
ocorrerá com os versando sobre direitos humanos, na forma agora previsto no art. 5°§3° CF. 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
1. Nos termos da estrutura normativa estabelecida pela Constituição Federal de 1988, pode-se 
considerar princípio atinente à forma de Governo a: (Ceperj/Analista de Controle Interno – 
RJ/2012) 
A) Solidariedade. 
B) Dignidade 
C) Justiça 
D) República 
E) Felicidade 
 
2. O domínio do Poder Político por uma elite econômica e intelectual e o voto censitário, nos 
termos dos princípios adotados na Constituição Federal de 1988, confrontam com a: 
(Ceperj/Analista de Controle Interno – RJ/2012) 
A) Separação dos Poderes 
B) Democracia 
C) República 
D) Monarquia 
E) Ordem 
 
 
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3. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
(Vunesp/Analista Administrativo – IAMSPE/2012) 
(A) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da 
livre iniciativa; o pluralismo político. 
(B) a independência nacional; a prevalência dos direitos humanos; autodeterminação dos povos; 
os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o bipartidarismo. 
(C) a forma federativa de Estado; a dignidade da pessoa humana; a prevalência dos direitos 
humanos; a livre iniciativa; o bipartidarismo. 
(D) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; a solução pacífica dos conflitos; a 
autodeterminação dos povos; o bicameralismo. 
(E) a independência nacional; autodeterminação dos povos; o bicameralismo; a soberania; a 
cidadania. 
 
4- Marque a opção correta. (ESAF/Assistente Técnico Administrativo – MF/2009) 
a) A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, geográfica, política e 
educacional dos povos da América Latina. 
b) Construir uma sociedade livre, justa e solidária é um dos fundamentos da República Federativa 
do Brasil. 
c) A cooperação entre os povos para o progresso da humanidade constitui objetivo fundamental 
da República Federativa do Brasil. 
d) Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação é princípio que rege a República Federativa do Brasil nas suas relações 
internacionais. 
e) O repúdio ao terrorismo e ao racismo é princípio que rege a República Federativa do Brasil nas 
suas relações internacionais. 
 
5) Sobre os princípios fundamentais da Constituição de 1988, assinale a opção correta 
(ESAF/Auditor Fiscal da Receita Federal/2000). 
a) A Constituição adotou um modelo de democracia representativa em que toda a participação 
possível do povo na vida política do Estado se realiza por meio do voto direto, secreto, 
universal e periódico. 
b) Ao aceitar expressamente o princípio da autodeterminação dos povos, o constituinte admite 
que um Estado da Federação brasileira possa dela se separar, desde que a população local assim 
o decida democraticamente. 
c) A criação de uma Federação dos Estados sul-americanos constitui objetivo fundamental a ser 
necessariamente buscado pelos poderes constituídos no Brasil. 
d) O princípio da soberania não é obstáculo a que norma de direito internacional obrigue o Brasil 
a respeitar direitos humanos, em seu território e em relação a seus nacionais. 
e) O princípio da defesa da paz, que rege as relações internacionais do Brasil, torna 
inconstitucional a participação oficial do país em missões de natureza militar promovidas pela 
Organização das Nações Unidas (ONU). 
 
6) Constitui objetivo fundamental do Estado brasileiro (ESAF/Técnico da Receita Federal/2000): 
a) garantir o desenvolvimento regional 
b) construir uma sociedade livre, justa e solidária. 
c) promover o bem da população sem discriminação de raças 
d) propugnar pelo pluralismo políticoe social 
e) valorizar as relações com o mercado sul-americano 
 
7) A Constituição confere o seguinte nome ao Brasil: (Téc. Jud. TRF/89) 
a) Estados Unidos do Brasil 
 
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b) Federação do Brasil 
c) República do Brasil 
d) União Federal 
e) República Federativa do Brasil 
 
8- Assinale a opção em que não consta princípio que, segundo a Constituição, rege o Brasil nas 
suas relações internacionais (ESAF/Assist. de Chancelaria – MRE/2002). 
a) Independência nacional. 
b) Defesa da paz. 
c) Concessão de asilo político. 
d) Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. 
e) Prevalência dos interesses econômicos nacionais 
 
9) A respeito dos princípios fundamentais da Constituição Federal, assinale a opção correta 
(ESAF/Aud. Fisc. Natal/2001) 
a) O respeito à soberania de cada um dos Estados-membros que compõem a Federação brasileira 
é um dos fundamentos do Estado Democrático de direito entre nós. 
b) Todo o poder, de acordo com a Constituição Federal, emana do povo, mas esse poder somente 
pode ser exercido por meio dos seus representantes por ele eleitos. 
c) O princípio da separação dos poderes, consagrado constitucionalmente, não impede que certas 
funções tipicamente legislativas sejam cometidas pelo constituinte também ao Poder 
Executivo e ao Poder Judiciário. 
d) O Brasil, nas suas relações internacionais, rege-se pelo repúdio ao terrorismo e ao asilo 
político. 
e) A Constituição Federal impõe ao Brasil o dever de se integrar aos demais países da América 
Latina, para formar uma grande federação na região, regida por uma só Constituição, comum 
a todas as nações latino-americanas. 
 
10 - A forma de Estado adotada na Constituição brasileira denomina-se: (FCC/Auditor Advogado 
MT – 2006) 
A) federação; 
B) república, 
C) presidencialismo, 
D) estado unitário; 
E) confederação. 
 
11) A análise dos princípios fundamentais da Constituição de 1988 contempla a seguinte 
discriminação (ESAF/Técnico da Receita Federal/2000): 
a) princípios relativos à existência, forma, estrutura e tipo de Estado, respectivamente: Estado 
Democrático de Direito, República Federativa do Brasil e soberania. 
b) princípios relativos à comunidade internacional: do respeito aos direitos fundamentais da 
pessoa humana e princípio do pluralismo político. 
c) princípios relativos à forma de governo e à organização dos poderes, respectivamente: 
República e separação dos poderes. 
d) princípios relativos à prestação positiva do Estado: princípio da não-discriminação e princípio 
do repúdio ao terrorismo. 
e) princípios político-constitucionais relativos à cultura, criança e adolescente. 
 
12 - Assinale a opção correta, a respeito das relações internacionais do Brasil com os outros países 
à luz da Constituição Federal de 1988 (ESAF/Técnico da Receita Federal /2003). 
a) Repúdio à violação aos direitos humanos para com países nos quais o Brasil não mantenha 
relações comerciais. 
 
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b) Apoio a guerra, quando declarada para a proteção de direitos humanitários desrespeitados por 
determinadas autoridades de determinados países. 
c) Busca de soluções bélicas em repúdio ao terrorismo. 
d) Interferência na escolha de dirigentes de outras Nações que sejam vinculados a grupos racistas. 
e) Colaboração como árbitro internacional na busca de solução pacífica de conflitos. 
 
13) Considerando os princípios fundamentais da Constituição de 1988, julgue as ações 
governamentais referidas abaixo e assinale a opção correta. (ESAF/Técnico da Receita 
Federal/2003) 
I. Permissão dada a Nações estrangeiras para que colaborem com a proteção do meio ambiente por 
meio de unidades policiais alienígenas espalhadas em áreas como a Amazônia, patrimônio natural 
mundial da humanidade. 
II. Proposta de legislação que permita a escravidão no Brasil de indígenas perigosos condenados 
pela Justiça. 
III. Ações administrativas que promovam a conscientização política de todos os brasileiros. 
IV. Proposta de legislação complementar para a existência de um único partido político no Brasil. 
a) Todas estão incorretas. 
b) Somente III está correta. 
c) II e IV estão corretas. 
d) I e II estão corretas. 
e) III e IV estão corretas. 
 
14) Com relação aos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, assinale a opção 
correta relativa a normas-regras que não contradizem os enunciados-principiológicos da 
Constituição Federal. (ESAF/Técnico da Receita Federal/2003) 
a) Incentivar o acúmulo de capitais nas mãos dos proprietários dos meios de produção para 
garantir o desenvolvimento nacional. 
b) Permitir o acesso dos cidadãos da região do Piauí e de Pernambuco aos cargos públicos para 
redução das desigualdades regionais. 
c) Estabelecer mecanismos tributários de justiça social para construção de uma sociedade justa e 
solidária. 
d) Facilitar nas corporações militares só o acesso a pessoas da raça negra, que possuem 
biologicamente organismos mais resistentes às intempéries do clima brasileiro. 
e) Combater a fome no Brasil privilegiando as mães e esposas, tendo em vista reduzir as 
desigualdades materiais na relação familiar e conjugal. 
 
15. O princípio que NÃO se aplica às relações internacionais que regem a República Federativa 
do Brasil, é: (Fund. Dom Cintra/Técnico Legislativo – Duque de Caxias/2012) 
A) independência nacional; 
B) não intervenção; 
C) construção de uma sociedade livre, justa e igualitária; 
D) autodeterminação dos povos; 
E) prevalência dos direitos humanos. 
 
16. A diplomacia brasileira sinaliza uma opção pátria pela concessão de asilo político, tendo como 
exemplo recente a recusa em extraditar o cidadão italiano Cesare Batisti. Tal tradição diplomática 
resulta do delineamento constitucional que rege a República Federativa do Brasil em suas relações 
internacionais, inserindo-se entre seus princípios fundamentais. Também regem as relações 
internacionais da República Federativa do Brasil as seguintes diretrizes constitucionais, EXCETO: 
(Femperj/Técnico Administrativo – MP RJ/2011) 
A) repúdio ao terrorismo e solução pacífica dos conflitos; 
B) não-intervenção e defesa da paz; 
 
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C) autodeterminação dos povos e repúdio ao racismo; 
D) igualdade entre os estados e independência nacional; 
E) neutralidade externa e adesão regional. 
 
17) Pode-se afirmar que, dentre as proposições abaixo, apenas uma delas não integra o rol dos 
objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil. Assinale-a: (Fumarc/Técnico Judiciário 
TJ MG/2012) 
a) a erradicação da pobreza e da marginalização e, assim, a redução das desigualdades sociais e 
regionais. 
b) igualdade entre os Estados. 
c) a construção de uma sociedade livre, justa e solidária. 
d) estabelecer a garantia do desenvolvimento nacional. 
 
18 – A República Federativa do Brasil tem como fundamentos: (Analista Administrativo – ANAC 
/2007) 
(A) o monoteísmo; 
(B) o socialismo; 
(C) a dignidade da pessoa humana; 
(D) o sindicalismo de resultados; 
(E) o bipartidarismo. 
 
19 – Constitui objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, nos termos do art. 3º da 
Constituição Federal: (Fiscal de Tributos – Município de Mesquita – 2007) 
(A) garantir a liberdade de consciência, de crenças e de cultos religiosos; 
(B) buscar integração econômica e política dos povos de toda a América; 
(C) defender a independência nacional; 
(D) buscar a defesa da paz nas suas relações internacionais; 
(E) reduzir as desigualdades sociais e regionais. 
 
20 - NÃO constitui um direito fundamental dos Estados na ordem internacional: (Advogado INPI 
– 2002) 
(A) igualdade jurídica; 
(B) utilização da força contra outro Estado para preservar seus interesses; 
(C) independência em relação aos outros Estados; 
(D) exercício de jurisdição em seu território; 
(E) utilização das coisas comuns como o alto mar e o espaço aéreo sobrejacente. 
 
GABARITO 
1- D 2-C3-A 4-E 5-D 6-B 7-E 8-E 
9-C 10-A 11-C 12-E 13-B 14-C 15-C 
16-E 17-B 18-C 19-E 20-C 
 
Direitos e Garantias 
Fundamentais 
 
 Deve ser observado que a doutrina reconhece em primeiro lugar a figura dos direitos 
e garantias fundamentais, que nas palavras do Professor JOSÉ AFONSO DA SILVA “são aquelas 
prerrogativas e instituições que o Direito Positivo concretiza em garantias de uma convivência 
 
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Você no curso certo. 
digna, livre e igual de todas as pessoas” 20. Exatamente por conta desta natureza básica para a 
própria existência das pessoas e, quiçá, sua sobrevivência, reconheceu-se ainda as seguintes 
características: 
⇒ Historicidade 
⇒ Inalienabilidade - não é possível a transferência de direitos fundamentais, a qualquer título 
ou forma (ainda que gratuita); 
⇒ Irrenunciabilidade - não está sequer na disposição do seu titular, abrir mão de sua 
existência; 
⇒ Imprescritibilidade - não se perdem com o decurso do tempo; 
⇒ Relatividade ou Limitabilidade - não há nenhuma hipótese de direito humano absoluto, eis 
que todos podem ser ponderados com os demais; 
⇒ Universalidade - são reconhecidos em todo o mundo. 
 
 Nem todo direito fundamental foi expressamente previsto na Constituição Federal (ex.: 
alguns direitos da personalidade, como o nome), ainda que a grande maioria ali esteja. Exatamente 
para que não fosse entendida tal previsão como uma lacuna, o próprio art. 5° contemplou o §2° 
com a admissão de que existiriam outros decorrentes dos sistemas adotados pelo país. 
 Ademais, esta discriminação não se deu na Constituição de forma exaustiva ou 
taxativa, ex vi o parágrafo segundo do próprio artigo. Trata-se, na verdade, de rol apenas 
exemplificativo: 
 
“§2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes 
do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a 
República Federativa seja parte.” 
 
1. EVOLUÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 Como estes direitos fundamentais foram sendo reconhecidos pelos textos 
constitucionais e o ordenamento jurídico dos países de forma gradativa e histórica, os autores 
começaram a reconhecer as gerações destes. 
 
� Direitos de primeira geração: Surgidos no século XVII, eles cuidam da proteção das 
liberdades públicas, ou seja, os direitos individuais, compreendidos como aqueles 
inerentes ao homem e que devem ser respeitados por todas os Estados, como o direito 
à liberdade, à vida, à propriedade, à manifestação, à expressão, ao voto, entre outros. 
 
 Como afirma ALEXANDRE DE MORAES, “essas ideias encontravam um ponto 
fundamental em comum, a necessidade de limitação e controle dos abusos de poder do próprio 
 
20 ob. citada 
 
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Estado e de suas autoridades constituídas e a consagração dos princípios básicos da igualdade e 
da legalidade como regentes do Estado moderno e contemporâneo” 21. 
 
� Direitos de segunda geração: os ora chamados direitos sociais, econômicos e 
culturais, onde passou a exigir do Estado sua intervenção para que a liberdade do 
homem fosse protegida totalmente (o direito à saúde, ao trabalho, à educação, o direito 
de greve, entre outros). Veio atrelado ao Estado Social da primeira metade do século 
passado. 
 
 A natureza do comportamento perante o Estado serviu de 
critério distintivo entre as gerações, eis que o de primeiro geração exigiam do Estado abstenções 
(prestações negativas), enquanto os de segunda exige-se uma prestação positiva. 
 
� Direitos de terceira geração: os chamados de solidariedade ou fraternidade, voltados 
para a proteção da coletividade. As Constituições passam a tratar da preocupação com 
o meio ambiente, da conservação do patrimônio histórico e cultural, etc.; 
 
 A partir destas, vários outros autores passam a identificar outras gerações, ainda que 
não reconhecidas pela unanimidade de todos os doutrinadores. 
 
� Direitos de quarta geração: o defensor é o Professor PAULO BONAVIDES, para quem 
seriam resultado da globalização dos direitos fundamentais, de forma a universalizá-
los institucionalmente, citando como exemplos o direito à democracia, à informação, 
ao comércio eletrônico entre os Estados. 
 
� Direitos da quinta geração: defendida por apenas poucos autores para tentar justificar 
os avanços tecnológicos, como as questões básicas da cibernética ou da internet. 
 
 Vale observar que ainda que se fale em gerações, não existe qualquer relação de 
hierarquia entre estes direitos, mesmo porque todos interagem entre si, de nada servindo um sem 
a existência dos outros. Esta nomenclatura adveio apenas em decorrência do tempo de surgimento, 
na eterna e constante busca do homem por mais proteção e mais garantias, com o objetivo de 
alcançar uma sociedade mais justa, igualitária e fraterna, como defendia NOBERTO BOBBIO22. Por 
isto, a mais moderna doutrina23 defende o emprego do termo dimensões no lugar de gerações. 
 
 Ainda para prestigiar sua importância, em geral, os direitos e garantias fundamentais 
têm aplicabilidade imediata (art. 5º §1º CF), dependendo naturalmente da forma que foi 
enunciada pela Constituição. 
 
2. CARACTERIZAÇÃO DOS DIREITOS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 
 
 Além da classificação acima, podemos reconhecer que a estrutura constitucional de 
1988 tratou dos direitos fundamentais de forma a separar o objeto de cada grupo. Assim, temos: 
 
21 Direitos Humanos Fundamentais. 3ª. Ed. São Paulo: Atlas, 2000, p. 19 
22 A era dos Direitos 
23 Por todos, SARLET, Ingo Wolfgang. A Eficácia dos Direitos Fundamentais. 7ª. Ed. Porto Alegre: Ed. Livraria do 
Advogado, 2007 
 
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� Direitos individuais: (art. 5º); 
� Direitos coletivos: representam os direitos do homem integrante de uma coletividade (art. 
5º); 
� Direitos sociais: subdivididos em direitos sociais propriamente ditos (art. 6º) e direitos 
trabalhistas (art. 7º ao 11); 
� Direitos à nacionalidade: vínculo jurídico-político entre a pessoa e o Estado (art. 12 e 13); 
� Direitos políticos; direito de participação na vida política do Estado; direito de votar e de 
ser votado, ao cargo eletivo e suas condições (art. 14 ao 17). 
 
Direitos e Garantias Individuais 
e Coletivos (art. 5º CF) 
 
 Inicialmente, cuidado ao estudar o Artigo 5º da Constituição com as inclusões feitas 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004. Esta inclusão serva ainda para demonstrar que o art. 
5° como um todo não é imodificável como cláusula pétrea, mas sim que o seu conteúdo de direitos 
e garantias individuais não pode ser reduzido. 
 
 Ainda é importante observar no artigo 5º: 
⇒ Aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais; 
⇒ Existência de direitos e garantias INDIVIDUAIS e COLETIVOS; 
⇒ Remédios constitucionais como forma de proteção de vários direitos ali contidos; 
⇒ Os direitos individuais como cláusula pétrea do Direito Brasileiro; 
⇒ Destinatários daqueles direitos. 
 
 Quanto aos destinatários há certa divergência doutrinária. Alguns autores sustentam 
que a expressão estrangeiros residentes no Brasil (caput do art. 5º) deve ser entendida no sentido 
de que a Constituição assegura esses direitos a todos no território nacional e tendo caráter universal 
“deles serão destinatários todos os que se encontrem sob a tutela da ordem jurídica brasileira, 
pouco importando se são nacionais ou estrangeiros”24 , enquanto outros perfilam o entendimento 
de que se estrangeiro não é residente, mas de passagem terá essa proteção norma 
infraconstitucional25. O tema foi levado aos tribunais sendo possível a conclusão de que “o 
Supremo Tribunal Federal fixou a seguinte interpretação para a redação do caput do art. 5°: `o 
qualificativo residentes no pais não é qualificativo do substantivo estrangeiro e sim do sujeito 
composto

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