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Novas tecnologias_letramentos e gêneros textuais digitais

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Novas tecnologias, letramentos e gêneros textuais d igitais: 
interatividade no ensino de línguas 
 
Gisele dos Santos Rodrigues 
Especializanda em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa e Estrangeira 
Faculdade Internacional de Curitiba (FACINTER) 
gisele@insigne.com.br 
 
Resumo : Este estudo apresenta algumas considerações importantes sobre três 
recursos que visam o aprimoramento das práticas de ensino em aulas de línguas 
materna e estrangeira, buscando a interação em sala de aula. Por meio de 
pesquisas bibliográficas foi feito um levantamento das concepções teóricas que 
envolvem as novas tecnologias, o letramento digital e os gêneros textuais digitais, 
a fim de informar e orientar os docentes sobre os temas que estão relacionados 
com as tecnologias da informação e da comunicação e, consequentemente, 
causar o aperfeiçoamento das suas práticas pedagógicas em aulas de línguas. 
 
 
 1 Introdução 
As novas tecnologias têm provocado mudanças profundas em diversas 
atividades da vida moderna, inclusive na nossa forma de viver. Com o advento 
da Internet, de outros recursos e ferramentas tecnológicas, o processo de 
ensino/aprendizagem também mudou. Com isso, muitos docentes e 
profissionais dedicados à educação procuram investigar como os usos e os 
impactos que novas práticas de ensino aliadas aos recursos tecnológicos 
podem influenciar nos processos de aprendizagem. 
Em conformidade com os pressupostos teóricos de Xavier (2004, 2005), 
Soares (1998, 2002, 2010), Lévy (1996, 1999), Coscarelli (1999, 2007), entre 
outros, este estudo busca caracterizar alguns conceitos recentes e em voga, 
os quais permeiam as práticas de ensino e aprendizagem de língua materna e 
línguas estrangeiras, entre eles estão o letramento digital, uma modalidade de 
letramento para o uso de diversos recursos tecnológicos e os gêneros digitais, 
gêneros de textos/discursos específico das mídias e suportes textuais oriundos 
dos objetos digitais e virtuais da informação e da comunicação. 
Com este estudo também se espera relacionar a nova forma de 
letramento e gêneros oriundos de mídias digitais emergentes com os recursos 
e ferramentas das novas tecnologias, a fim de aperfeiçoar o trabalho do 
docente e consequentemente a qualidade das suas aulas, as quais se tornarão 
mais interativas, atraindo assim diferentes e interessantes olhares dos 
discentes, diante dessas novas práticas de ensino, tanto nas aulas de Língua 
Portuguesa, quanto língua estrangeira, especificamente as aulas de Língua 
Inglesa. 
 
2 Novas tecnologias & Ensino 
Hoje as crianças já nascem imersas numa cultura em que as inovações 
tecnológicas estão presentes na sociedade, por outro lado, em alguns lugares 
essas conquistas ainda não são acessíveis, fazendo com que a escola seja um 
importante espaço de acesso a esses artefatos tecnológicos e à aprendizagem 
de suas linguagens específicas. 
Nesse sentido é fundamental que os docentes dominem o 
desenvolvimento de currículos e projetos pedagógicos em que as tecnologias 
da informação e da comunicação não sejam apenas ferramentas, mas 
recursos instituintes de novas formas de aprender e ensinar. Para que isso 
seja, de fato, profícuo, professores e educadores devem discutir, refletir e 
aplicar alternativas para o desenvolvimento e o fortalecimento de práticas que 
utilizam as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). 
Nesse contexto, a atividade do professor deve estar centrada “no 
acompanhamento e na gestão das aprendizagens: o incitamento à troca de 
saberes, a mediação relacional e simbólica, a pilotagem personalizada dos 
percursos de aprendizagem, etc.”, (LÉVY, 1999, p. 171). Ou seja, o professor 
deve se tornar um pesquisador permanente para que novas formas de ensinar 
surjam a fim de apoiar os alunos nos processos de aprendizagem, 
principalmente quando o docente adapta suas estratégias de ensino para 
auxiliar o desenvolvimento de aprendizagens em sala de aula. 
As contribuições das novas tecnologias para o ensino são inúmeras: 
Os novos meios abrem outras possibilidades para a educação, 
implicam desafios para o trabalho docente, com sua matéria e seus 
instrumentos, abrangendo o redimensionamento do ensino como um 
todo: da sua dimensão epistemológica aos procedimentos mais 
específicos, passando pelos modos de objetivação dos conteúdos, 
pelas questões metodológicas e pelas propostas de avaliação. 
(BARRETO, 2004, p.23). 
Com o uso de novas tecnologias em aula o ambiente da educação deixa 
de ser tão formal, já que existem tantos outros espaços a serem explorados, 
tanto no mundo real como no virtual. Por esse sentido, os recursos digitais de 
aprendizagem, também chamados objetos de aprendizagem, são ótimos para 
apoiar a prática dos professores preocupados em motivar seus alunos para 
que participem, de forma efetiva, do processo de ensino e aprendizagem. 
De acordo com Beck (apud WILEY, 1999), um objeto de aprendizagem 
é “qualquer recurso digital que possa ser reutilizado para suporte ao ensino”. 
Os objetos de aprendizagem, além de mediadores, também podem ser 
acessíveis a diversos ambientes de ensino/aprendizagem e podem ser 
reaproveitados em diferentes situações de uso. 
Bergman & Ferro (2008, p.22) classificam os objetos de aprendizagem 
em informática, multimídia e telecomunicações. Entre eles destacam-se os 
softwares, histórias em quadrinhos em sites da web, animações em CDs 
multimídias e/ou Internet, hipertexto, vídeos, jogos, áudios, e-mails, chats, 
redes de comunicação, entre outros que podem trabalhar os mais variados 
assuntos de forma lúdica e atraente para os alunos. 
Nas aulas de língua materna o professor pode explorar o trabalho com 
recursos digitais usando a língua escrita nos “gêneros textuais, teorias da 
leitura e diferentes estratégias exigidas por diferentes gêneros textuais”, 
(SOARES, 2010, p.10). 
Além dessas práticas, nas aulas de língua estrangeira o docente 
também pode explorar as terminologias e as pronúncias dos diversos 
softwares, recursos e sites disponíveis em Língua Inglesa, assim como estudar 
o uso de qualquer língua estrangeira em suportes distintos que exigem 
variações linguísticas diversas. Essa prática já foi explorada por SANTOS 
COSTA (2006), ao usar o suporte textual do telefone celular como um recurso 
para o estudo de abreviações, variações linguísticas, produção textual, entre 
outras possibilidades pedagógicas. 
Em suma, os objetos de ensino e aprendizagem tecnológicos 
disponibilizam várias possibilidades de práticas em aula. Como considerado 
anteriormente, cabe ao docente o preparo adequado para lidar com essas 
novas práticas apoiadas aos recursos dos objetos de aprendizagem, 
principalmente porque cada momento da situação de aprendizagem deve ser 
adaptado, pois exigem uma estratégia diferente. 
Em conformidade com essa afirmação, é imprescindível que cada 
docente esteja preparado para lidar também uma nova forma de letramento, 
conhecida como letramento digital, de conhecimento útil para que toda essa 
prática tenha sentido. 
Nesse contexto é possível ampliar os conhecimentos sobre essa nova 
modalidade de letramento de acordo com um estudo bibliográfico que segue 
no decorrer deste estudo, o qual relaciona o letramento digital com o uso 
intenso das novas tecnologias de informação e comunicação e pela aquisição 
e domínio dos vários gêneros digitais. 
 
3 Letramento Digital 
Como visto anteriormente, muitas práticas sociais de leitura e de escrita 
podem ser propiciadas pelos diversos meios tecnológicos, como o computador, 
a Internet e os telefones celulares, ou seja, meios de comunicação “cercados 
por palavras, textos, imagens e por tantos outros conjuntos de signos. Assim é 
que se caracteriza uma sociedade letrada”, (FERNANDES & PAULA, 2008, p. 
21). 
Para aprofundar o conceito de letramento digital é importante destacar a 
relevância da compreensão dos modos de inserção e de uso da escrita nas 
sociedades letradas de hoje, bem como os processos históricos que vêmdeterminando os diferentes gêneros discursivos, tanto orais, como escritos, 
além de incluí-los em novos suportes tecnológicos. Para tanto, é preciso 
reconhecer o letramento digital como todas as possibilidades de contato com 
língua escrita nos ambientes digitais que ela ocorre, seja nas práticas de leitura 
ou de escrita. 
Segundo Xavier (2005, p.133) o letramento digital é importante por 
considerar a necessidade dos indivíduos em dominarem um conjunto de 
informações e habilidades mentais que devem ser trabalhadas pelas escolas e 
demais instituições de ensino, a fim de capacitar os alunos a viverem como 
verdadeiros cidadãos neste novo milênio, cercado cada vez mais por máquinas 
eletrônicas e digitais. 
SOARES (1998, p.145), em conformidade com essa ideia, conceitua o 
letramento como “o estado ou condição de indivíduos ou de grupos sociais de 
sociedades letradas que exercem efetivamente as práticas sociais de leitura e 
de escrita”. O que essa concepção acrescenta ao conceito de letramento 
digital é o pressuposto de que indivíduos ou grupos sociais que dominam o uso 
da leitura e da escrita em ambientes digitais, possuem habilidades e atitudes 
necessárias para uma participação ativa e de competência em situações em as 
que práticas de leitura e/ou de escrita são necessárias, fazendo com que eles, 
os outros e o ambiente que os cerca crie “formas de interação, atitudes, 
competências discursivas e cognitivas que lhes conferem um determinado e 
diferenciado estado ou condição de inserção em uma sociedade letrada”, 
(SOARES, 2002, p.146, grifos do autor). 
Em suma, o letramento digital pode ser considerado como algo que 
designa o estado ou condição em que vivem e interagem indivíduos ou grupos 
sociais letrados digitalmente. Dessa forma, supõe-se que as tecnologias de 
escrita, instrumentos das práticas sociais de leitura e de escrita, desempenham 
um papel de organização e reorganização desse estado ou condição. 
Sob essas concepções, o letramento digital também é visto como uma 
prática cultural, pois suas formas de interação possibilitam o aproveitamento 
de vantagens e outros recursos, a fim de que o indivíduo possa “participar 
efetivamente e decidir, como cidadão do seu tempo, os destinos da 
comunidade à qual pertence e as tradições, hábitos e costumes com os quais 
se identifica”, (XAVIER, 2005, p.134). Ou seja, o letramento digital possibilita 
que o indivíduo veja além dos limites do código, pois alguém que é letrado 
digitalmente reconhece e relaciona textos falados ou escritos e através disso 
também cria inferências. 
A nova modalidade de letramento também implica a realização de 
práticas de leitura e escrita diferentes das formas tradicionais de letramento e 
alfabetização. Segundo Xavier (2005), ser um indivíduo letrado digitalmente 
pressupõe assumir mudanças nos modos de ler e escrever os códigos e sinais 
verbais e não-verbais, como imagens e desenhos, pois o suporte sobre o qual 
estão os textos digitais é também digital. 
Os suportes digitais como a Internet e outros recursos tecnológicos 
estão em constante mudança e, por seu grande alcance e disseminação entre 
as pessoas, acabam por introduzir muitas mudanças acerca do papel da leitura 
e da escrita na atualidade, além de constituir-se como um novo ambiente 
propício à pesquisa e publicação de textos. 
Com o crescimento desses meios de comunicação tecnológicos, novos 
recursos linguísticos são usados e há uma revolução na forma da produção 
textual, caracterizada pelas mudanças na estrutura e pela própria forma 
escrita. “A globalização e a revolução tecnológica da Internet estão dando 
origem a um ‘novo mundo linguístico’”, (CRYSTAL, 2007, p.89). Por esse fator, 
tais mudanças implicam novos tipos de classificação para os gêneros textuais 
próprios dos ambientes digitais. 
O letramento digital está intrinsecamente relacionado com o estudo 
gêneros textuais digitais. Os conceitos que seguem no decorrer desse trabalho 
foram formulados por estudiosos da linguagem e servem como embasamento 
teórico para a compreensão dos gêneros textuais encontrados no ambiente da 
Internet e de outros objetos de aprendizagem digitais, também reconhecidos 
como gêneros textuais emergentes no contexto da tecnologia digital. 
 
4 Hipertexto e Gêneros Digitais 
A maioria dos estudos sobre gêneros é consideravelmente influenciada 
pelas teorias de Mikhail Bakhtin. O linguista russo introduziu a noção gênero 
no campo dos estudos da linguagem. Para Bakhtin (2003, p.264), o estudo dos 
gêneros é de extrema importância porque qualquer trabalho de investigação de 
um material linguístico concreto opera enunciados que desempenha alguma 
relação com campos da atividade humana e comunicação. 
O ambiente da Internet oferece diversos gêneros textuais chamados de 
gêneros emergentes. Sob essa concepção Freire (2003, p.70) salienta que os 
gêneros “surgem ao lado de necessidades e de atividades sócio-culturais, 
assim como as inovações tecnológicas”. Nesse contexto os gêneros são 
definidos como parte de fenômenos sociais e históricos, pois surgem de 
mudanças institucionais, novas exigências, formas de uso e tecnologias. 
Ao tomarmos os gêneros como textos situados histórica e socialmente, 
de formas estilística e composicionalmente estáveis, como pressupõe Bakthin 
(2003), servindo como textos de cunho comunicativo e com propósitos 
específicos, como define Swales (1990) e com características que 
proporcionam a interação social, como na visão de Miller (1984), é possível 
prever que todo meio tecnológico que surge pode interferir diretamente na 
natureza e na forma de todo gênero que é produzido. 
A Internet é o meio de comunicação que ilustra de forma mais adequada 
esse caso e com isso também é possível destacar que os gêneros oriundos de 
ambientes multimídia (ambiente caracterizado por tecnologias com suporte 
digital para criar, manipular, armazenar e pesquisar conteúdos diversos, como 
imagem e som) são repletos de interação social. 
Os gêneros possuem “formas sociais de organização e expressões 
típicas da vida cultural. Contudo, os gêneros não são categorias taxionômicas 
para identificar as realidades estanques”, (MARCUSCHI, 2004, p.16). Assim, 
entendemos que, para tratar da classificação e identificação de um gênero, é 
preciso levar em conta o ambiente em que ele ocorre. 
De acordo com essas informações sobre os gêneros textuais o 
hipertexto é conhecido como a alternativa mais eficaz para a comunicação no 
meio digital, na medida em que minimiza os limites impostos para a leitura na 
tela e explora, de forma funcional, as possibilidades de construção de sentidos 
viabilizadas pelo computador. 
Embora pareça recente, a origem do hipertexto é datada na década de 
sessenta. Criado por Theodor H. Nelson, o nome hipertexto se refere a um tipo 
de texto eletrônico, a uma nova tecnologia informativa. Entretanto, apesar de 
sua nomenclatura ser relativamente nova, o hipertexto, ou pelo menos sua 
ideia essencial, já havia sido encontrada tecnicamente, por meio de projeto de 
uma máquina, no ano de 1945, pelo americano Vannevar Bush. 
O hipertexto possui uma grande e visível diferença entre os textos 
tradicionais, pois é dinâmico e flexível por ter em sua composição os links, que 
fazem um elo com outras páginas do mesmo tipo. Segundo Antônio Xavier o 
hipertexto pode ser entendido como uma “forma híbrida, dinâmica e flexível de 
linguagem que dialoga com outras interfaces semióticas, adiciona e condiciona 
à sua superfície formas outras de textualidade”, (XAVIER, 2004, p.171, grifos 
do autor). 
O termo hipertexto “designa uma escritura não-sequencial e não-linear, 
que se ramifica de modo a permitir ao leitor virtual o acesso praticamente 
ilimitado a outros textos, na medida em que procede a escolhas locais e 
sucessivas em tempo real”, (KOCH, 2007, p.25). 
A partir dessas descrições breves sobre hipertexto, é possível pensar 
nas possibilidades de uso desta nova ferramenta de informação e com os 
gênerostextuais digitais também não é diferente, pois o leitor pode dar rumo a 
sua leitura, uma vez que ele mesmo escolhe por onde navegar por meio dos 
links. Todavia, todos os recursos do hipertexto não se apresentam somente 
sob forma verbal (texto escrito, apenas), pelo contrário, os recursos semióticos 
estão presentes a começar pelos ícones. Hiperlinks não são mais frases 
sublinhadas em azul, hoje eles podem ser uma figura, partes de uma figura, 
símbolos, animações, fotos, gráficos, etc. 
Independente da forma, os hiperlinks são um elo entre hipertextos 
eletrônicos de temáticas idênticas ou semelhantes, cuja ligação é determinada 
pelo autor da página por meio de uma palavra. Através dos hiperlinks e de seu 
repertório pessoal o leitor participa da construção da significação que o texto 
assume, tornando assim cada leitura uma construção particular. Lévy (1996, p. 
38) observa a leitura na virtualidade da seguinte forma: 
Enquanto dobramos o texto sobre si mesmo, produzindo assim sua 
relação consigo próprio, sua vida autônoma, sua aura semântica, 
relacionamos também o texto a outros objetos, a outros discursos, a 
imagens, a afetos, a toda a imensa reserva flutuante de desejos e de 
signos que nos constitui. 
O hipertexto é dinâmico e flexível, exigindo do leitor a ativação 
simultânea de saberes múltiplos (sobre a estrutura do suporte, conhecimentos 
de mundo, leituras semióticas) que devem fazer parte de seu repertório 
individual no momento da leitura. Essa exigência também é uma característica 
dos diversos gêneros textuais digitais e é por isso que o conjunto desses 
conhecimentos necessários para as práticas de leitura e escrita são 
reconhecidos como o letramento digital. 
Apesar de parecer um advento complexo, estudos e pesquisas 
anteriores já apontaram o hipertexto como uma constituição de textos 
simplificada. Nesse sentido, o conhecimento dos diferentes gêneros textuais 
digitais se faz necessário, uma vez que nem todos são oriundos dos 
hipertextos, mas também de SMS (Short Message Services), também 
reconhecidas como torpedos aqui no Brasil. 
A classificação dos gêneros desenvolvidos em maneira digital aumenta 
comumente e de forma extraordinária. Erickson1 (1997, p.4 apud Marcuschi 
(2004, p.17) informa que “a interação online tem o potencial de acelerar 
enormemente a evolução dos gêneros” e, à medida que se desenvolvem 
novos programas de interação on-line, também surgem novos gêneros, ou, 
pelo menos, os já existentes sofrem uma mudança considerável para 
necessitar de uma nova classificação. 
Os gêneros oriundos do hipertexto e de interação online, tais como os 
chats, o e-mail, as listas de discussão, os fóruns, as redes sociais, entre 
outros, são elucidativos para melhor compreensão do conceito de letramento 
digital, uma vez que se confrontam (apesar de apresentar muitas 
semelhanças) com as formas de interação “face-a-face ou por meio da escrita 
no papel”, (SOARES, 2002, p. 148). Contudo, pela diversidade de gêneros que 
existem atualmente, não é possível caracterizar como somente um gênero 
textual todas as formas de textos que encontramos na web, justamente porque 
as intenções dos usuários e as próprias possibilidades de interação são 
inúmeras, além de que essas não são as mesmas nos chats, blogs, fóruns, e 
listas de discussão, etc. 
Para apontar características dos gêneros textuais digitais é preciso 
relacionar os discursos que neles são produzidos, além de reconhecer suas 
situações de uso. Além do mais, os gêneros textuais digitais são reconhecidos 
também por serem instrumentos de comunicação, interação e principalmente 
de ação social. Por meio dessas características, é possível identificar alguns 
gêneros textuais digitais que podem ser de utilidade nas aulas de língua 
materna e estrangeira como e-mail; chats em salas de bate-papo; chats em 
programas de conversa instantânea; fóruns, lista de discussão ou textos de 
redes sociais e comunidades virtuais; SMS ou torpedos de telefones celulares; 
blogs e os recentes microblogs. 
Após a caracterização dos gêneros textuais digitais, cabe ressaltar que 
os gêneros do meio digital não podem ser confundidos com hipertextos, 
ambientes digitais ou virtuais. Como aponta Marcuschi (2004) o hipertexto é 
um modo de produção textual dos ambientes digitais ou virtuais e que se 
estende a diversos gêneros, atribuindo a eles algumas propriedades 
específicas. 
Todavia, a Internet se destaca como um ambiente heterogêneo e nesse 
contexto é importante frisar que os ambientes dessa rede possuem 
características próprias, servindo como ambientes para o processamento 
textual em que surgem os gêneros desse meio. Para exemplificar os 
ambientes virtuais e os ambientes digitais, é possível destacar a rede web, 
conhecida também como WWW; os ambientes de e-mails, como os programas 
de correio eletrônico ou sites que oferecem esse serviço; programas de 
conversas instantâneas ou salas de bate-papo; ambientes de 
videoconferências; comunidades virtuais, como o site Orkut; fóruns de 
 
1 ERICKSON, Thomas. Social Interaction on the Net: Virtual Community as participatory Genre.(Publicado no 
Proceedings of the Thirtieth Hawaii International Conference on System Science. January, Vol. VI, pp. 13-21, 1997, 
Mauai hawaii). 
discussão e redes sociais, isto é, os sites que permitem a criação de uma rede 
de relacionamentos como o Twitter e o Facebook. 
 
5 Práticas interativas no ensino de línguas 
O letramento digital agrega situações de comunicação ainda não 
exploradas e com isso novas formas de interação são criadas por meio dos 
recursos tecnológicos e textos que neles se constituem, como os gêneros 
textuais digitais: 
Por essa razão é que dizemos que o advento da Internet vem 
contribuir para o surgimento de práticas sociais e eventos de 
letramento inéditos, bem como deixa vir à tona gêneros textuais, até 
então, nunca vistos nem estudados. Os dispositivos informáticos hoje 
disponíveis na rede digital de comunicação possibilitam a criação de 
formas sociais e comunicativas inovadoras que só nascem pelo uso 
intenso das novas tecnologias. (XAVIER, 2005, p.135). 
Sob esse contexto teórico é possível considerar que a eficácia das 
práticas de ensino e aprendizagem nas aulas de línguas depende inclusive do 
trabalho que o docente exerce com o uso de gêneros textuais digitais, 
hipertextos e objetos de aprendizagem, que já estão relacionados com os 
Parâmetros Curriculares, tanto em língua portuguesa quanto em língua 
estrangeira. 
Entre os trabalhos do professor citados nos PCNEMs (2004, p.88-89), 
estão o uso de novas tecnologias, como o computador e a Internet. Esses 
recursos fazem a integração entre as competências e habilidades com a 
aplicação de tecnologias da comunicação e da informação, em situações 
relevantes, como, por exemplo, quando a Internet é usada para leitura não-
linear em hipertextos (PCNEM, 2004, p.62-64). O conceito de hipertexto é 
destacado na relação que une um texto B (hipertexto) a um texto anterior 
(hipotexto), e alguns exemplos de como trabalhar essa competência em sala 
são apresentados, para que os docentes consigam aprimorar as habilidades 
de leitura dos alunos. 
As práticas de leitura em hipertexto envolvem processos cognitivos 
múltiplos, no qual o leitor percebe e reflete o conjunto dos componentes 
textuais e simbólicos que compõem o texto, pois o desenvolvimento da 
tecnologia digital e o uso do computador como suporte textual desencadeou 
um novo processo de leitura no qual a tela “imaterializa” o texto, e o leitor deixa 
de ter a noção do todo e algumas orientações visuais importantes, como 
páginas, por exemplo, que podem auxiliá-lo durante a leitura de textos 
impressos. 
O gênero e-mail pode ser explorado em sala de aula da mesma maneira 
que os gêneros carta e bilhete, pois é uma variante desses dois gêneros, 
constituída de forma digital. “Quanto ao formato textual é normal compará-lo 
com uma carta, um bilheteou um recado”, (MARCUSCHI, 2004, p.40). Nas 
aulas de línguas o professor pode fazer uso da estrutura do e-mail para aplicar 
alguns conteúdos gramaticais, como termos da oração (nos campos de 
remetente, destinatário e cópias), entre outros; estimular a produção textual 
(utilizando o corpo da mensagem e o assunto do e-mail), exercitando variantes 
linguísticas específicas desse gênero textual, além da adequação de uso e 
tipos de texto, como resumos, geralmente utilizados nos e-mails, por serem 
textos breves. Algumas dessas práticas já foram exploradas por em 2006, por 
Beltrão em Gordilho2 e podem de grande utilidade nas aulas de Língua 
Portuguesa no Ensino Fundamental. 
O docente também pode explorar os gêneros textuais blogs e 
microblogs, além das ferramentas blog, comunidades virtuais e redes sociais, 
que são ótimos sites para a prática da escrita colaborativa. Entre os benefícios 
das ferramentas em aula, é possível destacar o enriquecimento das 
discussões em nas aulas, o aumento do interesse dos alunos para pesquisas, 
tanto em aula, quanto extra-classe, motivação dos alunos e, principalmente, a 
interdisciplinaridade. Com os gêneros blogs e microblogs o professor pode 
avaliar a compreensão do aluno, sua capacidade de sintetização, domínio e 
análise de conteúdos e, também, a interação entre professor e aluno e aluno e 
colegas. 
“O inglês tem sido adotado como a língua franca da Internet”, 
(MARCUSCHI, 2004, p.89). Nesse sentido, nada melhor que o professor 
aproveitar os estrangeirismos, a pronúncia e o vocabulário próprio do inglês 
nas aulas de Língua Inglesa. O professor também pode estimular a leitura para 
aperfeiçoar diferentes habilidades, como reconhecimento dos elementos de 
coesão, funções sintáticas, sentidos do texto, ampliação do vocabulário, entre 
outros, pois a variedade de sites em língua inglesa disponíveis em diferentes 
gêneros digitais são insumos linguísticos com grande potencial de promoção 
da competência linguística nos alunos. 
Com e-mails, blogs, microblogs, chats, textos em comunidades virtuais 
e redes sociais o professor também pode trabalhar muito a escrita, inclusive 
pode explorar atividades que visam as colagens, pois são formas de 
construção textual comuns à escrita digital. 
Em fim, os gêneros textuais digitais permitem amplas formas de 
atividades em aula. Em todas as sugestões citadas, o docente deve pôr em 
prática a utilização do “texto como unidade de ensino e os gêneros como 
objetos de ensino”, (BUNZEN, 2006, p.153, grifos do autor). 
“Tão importante quanto a tecnologia em si, é como ela está sendo 
usada para fins educacionais”, (COSCARELLI, 1999, p.8). É por isso que ao 
professor cabe o papel de preparar bem as aulas, oferecendo desafios e 
questões interessantes para os alunos, explorando da melhor maneira possível 
os recursos que o computador lhe oferece, além de adequar cada gênero 
textual de acordo com sua função de uso, fazendo um bom uso dos objetos de 
aprendizagem, a fim de estimular a reflexão crítica e competente dos alunos 
em relação aos elementos linguísticos envolvidos nas leituras e produções 
textuais que serão realizadas com essas ferramentas pedagógicas. 
 
6 Considerações finais 
A partir desse estudo foi possível informar e orientar os docentes sobre 
como encarar um novo desafio nas suas práticas pedagógicas de línguas, que 
consiste em letrar digitalmente uma nova geração alunos que crescem já 
 
2 BELTRÃO, Eliana Santos; Gordilho, Tereza. Coleção Novo Diálogo: língua portuguesa. 1. ed. São Paulo: FTD, 2006. 
vivenciando uma nova realidade com evolução das tecnologias de informação 
e comunicação. 
À medida que a língua evolui também precisamos nos colocar a par 
dessa mudança, pois os nossos objetos de estudo também mudam. Como 
professores, devemos acompanhar esse processo estudando, aprimorando 
nossos conhecimentos e, principalmente, exercendo nossa função de 
educadores, de acordo com as melhores concepções de ensino e ferramentas 
pedagógicas, porque as mudanças na língua também implicam mudanças nas 
formas de ensino da língua. 
Nas aulas de línguas, as atividades pedagógicas que favorecem seus 
estudos, podem e devem estar relacionadas aos novos gêneros textuais. Além 
do mais, nas concepções de ensino em que o letramento digital está envolvido, 
os professores precisam encarar o desafio do aprendizado e do uso das 
tecnologias educacionais, além de se prepararem para essa nova realidade, 
aprendendo a lidar com os recursos básicos e planejando formas de usá-los 
nas salas de aula. Para isso, o docente já deve lidar com as tecnologias 
digitais durante sua formação, de modo mais detalhado nas didáticas de 
conteúdos específicos, adequando o seu conhecimento e relacionando-o com 
esses conteúdos, independente da disciplina. Dessa forma, o aluno não só 
interagirá com o professor e os outros alunos, mas também com o computador, 
os programas e a Internet. Assim, ele desenvolverá habilidades de leitura e 
escrita bastante seletivas no processo de aprendizagem, como as apontadas 
anteriormente. 
Sob essas concepções e ideias apresentadas é possível construir 
práticas que consolidem a relação indissociável entre educação, linguagem e 
tecnologia, criando novas aulas em sintonia com as demandas da sociedade. 
Mais do que isso, aulas que promovam a interatividade nos ambientes de 
aprendizagem e consequentemente criem novas formas de construção de 
sentidos. 
 
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