Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CRATEÚS 2017 SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO NOME DO CURSO NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA ALISTON THOMPSON SILVERIO DE MELO ANTONIA JULIANY PEREIRA DE SOUSA KARINE PEREIRA ALVES LUCAS SAMPAIO VIANA MARIA DAINA SOARES DA SILVA MARIA JESSICA MACEDO DE FREITAS NATÁLIA VIEIRA LOIOLA SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FISICA A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR A PARTIR DA TEMÁTICA DO CONTEÚDO DANÇA; SAÚDE; DO TRABALHO COM ALUNOS COM DEFICIÊNCIA E; A APROPRIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS SOBRE PRIMEIROS SOCORROS. CRATEÚS 2017 A INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR A PARTIR DA TEMÁTICA DO CONTEÚDO DANÇA; SAÚDE; DO TRABALHO COM ALUNOS COM DEFICIÊNCIA E; A APROPRIAÇÃO DOS CONHECIMENTOS SOBRE PRIMEIROS SOCORROS. Trabalho de licenciatura em Educação Física apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de conceito na disciplina de Metodologia do Ensino da Atividade Rítmica e Dança; Educação Física Escolar e Saúde; Metodologia do Ensino da Ginástica Escolar; Educação Física Adaptada e Primeiros Socorros. Professores: Túlio Moura; Prof.ª Patrícia Proscêncio; Prof.ª Eloise Werle de Almeida; Prof.ª Alessandra Begiatto Porto; Prof.ª Luana Conti. ALISTON THOMPSON SILVERIO DE MELO ANTONIA JULIANY PEREIRA DE SOUSA KARINE PEREIRA ALVES LUCAS SAMPAIO VIANA MARIA DAINA SOARES DA SILVA MARIA JESSICA MACEDO DE FREITAS NATÁLIA VIEIRA LOIOLA Sumário 1- INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 2- A Dança enquanto conteúdo da educação física escolar. ................................ 5 2.1-Alunos com Síndrome de Down nas aulas de Educação Física ................. 8 2.2-PESQUISA DE CAMPO: Entrevista na escola. ........................................... 11 3-Considerações Finais ......................................................................................... 14 Anexo 01 ................................................................................................................. 15 Anexo 02 ................................................................................................................. 17 Referências............................................................................................................. 19 INTRODUÇÃO Em linhas gerais, objetivamos ao longo do estudo compreender a dimensão da educação física no âmbito educacional como um conjunto articulado de atividades que trabalham o corpo nas suas diferentes vertentes. Partindo desse pressuposto analisamos a concepção de saúde atrelada a disciplina, como princípio norteador de promoção e cuidados com o corpo através das aulas teóricas e práticas ministradas pelos profissionais de educação física. Outro fator preponderante dessa discussão está voltado para a análise dos desafios e limites dos profissionais em atuarem com o público especial, como por exemplo, a Síndrome de Down, como também, conhecer a dimensão prática da profissão em relação ao conhecimento acerca dos primeiros socorros. Comumente observamos ao longo dos históricos da Educação Física a dinâmica das atividades que trabalham o corpo e o movimento nas suas diversas perspectivas. Diante desse aspecto, direcionamos o olhar para os seus conteúdos educacionais que estão atrelados a ginástica, o jogo, o esporte e a dança (Oliveira, 2004; Coletivo de autores, 1992). Utilizamos como elemento norteador o coletivo de autores (1992) para pensar a Educação Física, nos apropriamos deste, para dialogar sobre as estratégias metodológicas em conjunto com os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNS (1997) possibilitando compreender que trabalham com a cultura corporal. Sendo deste modo, uma prática pedagógica que, no âmbito escolar, tematiza formas de atividades expressivas corporais como: jogo, esporte, dança, ginástica e lutas. A fundamentação desse trabalho consiste no arcabouço literário partindo de pesquisas bibliográficas e da aplicação de entrevista com profissionais da área de Educação física na busca de elementos somatórios para a construção dessa atividade. A partir desses fatores é possível compreender a visão dos autores que contribuíram para realizar tal discussão como também, nos aproximar da realidade profissional através da pesquisa qualitativa que contempla dados exploratórios viabilizando maior compreensão dos limites e desafios da profissão. Desse modo, apresentamos o trabalho estruturado em três momentos: introdução, momento que será abordado o objetivo geral que está estruturado o 4 trabalho, desenvolvimento que contempla três partes sendo a primeira: a dança enquanto conteúdo da educação física escolar, evidenciando nesse sentido, a dança como instrumento identificado por todos os povos, em todas as épocas e lugares dançaram para expressar revolta ou amor, reverenciar deuses, mostrar força ou arrependimento, rezar, conquistar, distrair, enfim, viver conforme as diferentes culturas existentes. No segundo momento apresentamos a concepção dos alunos com Síndrome de Down nas aulas de Educação Física, possibilitando compreender o que é a síndrome, suas características e os desafios para educação física diante desse perfil de aluno, por conseguinte, finalizamos a segunda parte do estudo com os resultados da pesquisa de campo, objetivando apreender a percepção dos profissionais de educação física a respeito dos limites e desafios da profissão. Finalizamos com a conclusão, apresentando as considerações finais do trabalho. 5 2- A Dança enquanto conteúdo da educação física escolar. Comumente observamos nas discussões sobre educação física que a dança sempre fez parte da vida humana e antes mesmo do homem falar ele se expressava corporalmente por meio da dança ritualística buscando aproximar-se das forças da natureza. Tavares (2005, p. 93) explica que existem indícios de que o homem dança desde os tempos mais remotos. Nesse sentido, a dança era identificada por todos os povos, em todas as épocas e lugares dançaram para expressar revolta ou amor, reverenciar deuses, mostrar força ou arrependimento, rezar, conquistar, distrair, enfim, viver conforme as diferentes culturas existente. Com o desenvolvimento da sociedade, a dança foi sendo cada vez mais conhecida e valorizada nas suas diferentes formas e ritmos. Contemporaneamente, é um importante conteúdo de ensino e aprendizagem nas aulas de Educação Física escolar, no entanto, é pouco explorado, ou ainda é desenvolvido de forma descontextualizada, sendo na maioria das vezes associadas exclusivamente as datas comemorativas que marcam o calendário letivo das Instituições de Ensino. A Educação Física, segundo o Coletivo de Autores (1992, p. 41), possui conhecimentos específicos a serem tratados pedagogicamente, sistematizados no contexto escolar. Dentre esses conteúdos, materializados na expressão corporal como linguagem, encontra-se a dança. Conforme Verderi (2000, p. 59), a dança pode criar condições para que se estabeleçam relações interativas, propiciando o conhecimento do próprio corpo e de suas possibilidades como forma de compreensão crítica e sensível do mundo que nos rodeia. No entanto, o trabalho com este conteúdo na escola, muitas vezes, se restringe as apresentações em festividades escolares, “as dancinhas”, ou seja, coreografias elaboradas exclusivamente pelos professores a serem incorporadas de forma “mecânica”, as quais não têm significado para os alunos, pois são tratadas de forma superficial atrelada a cultura regionaldefinida pela Instituição de Ensino o padrão que deve seguir em relação aos movimentos. Marques (2007, p. 101) aponta que, um repertório de dança bem ensaiado não cumpre o papel artístico e educativo. A dança na escola tem o 6 compromisso de “ampliar a visão e as vivências corporais dos alunos em sociedade a ponto de torná-lo um sujeito criador-pensante de posse de uma linguagem artística transformadora”. Deste modo, evidenciamos a importância da dança como patrimônio histórico cultural da humanidade e como linguagem artística que possibilita o desenvolvimento da criatividade, de uma forma de expressão poética de ideias, sentimentos, visões de mundo presente na cultura histórica da humanidade desde tempos remotos, no entanto, diante de alguns aspectos, como nas próprias instituições de ensino, torna-se uma atividade limitada e muitas vezes atrelada de forma superficial aos eventos culturais que permeiam o ano letivo sem a compreensão real da dimensão da dança para o processo de ensino aprendizagem e construção históricas dos educandos. É importante destacar que a dança faz parte do contexto dos Parâmetros Curriculares Nacionais tanto de Educação Física como de Arte, ou seja, uma prática da cultura corporal a ser desenvolvida de forma interdisciplinar na escola. (BRASIL, 1997; 1998). No entanto, Marques (2007) ressalta que na maioria dos casos os professores não sabem o que, como ou até mesmo por que ensinar dança na escola, refletindo as lacunas na formação profissional em Educação Física. Diante desse aspecto é importante refletir sobre as diferentes modalidades de formação profissional, muitas vezes, deixando inúmeras lacunas durante o processo de formação, refletindo na prática, profissionais sem preparo e sem conhecimento acerca dos elementos básicos que norteiam a profissão, restringindo as aulas práticas em muitos casos, ao tradicional jogo de bola sem articulação. Desse modo, admite-se que as propostas pedagógicas na área da dança- educação deverão propiciar metodologias não diretivas que possibilitem aos alunos à expressão corporal, a criatividade, a autonomia, a fim de que possam a partir da vivência desta manifestação compreender e ampliar seus conhecimentos sobre a realidade em que vivem, associando a dinâmica de ensino e aprendizagem com a cultura expressa através da dança nas suas diferentes modalidades e ritmos, livre de preconceitos ou restrição de gênero mas, como componente somatório da bagagem de conhecimento dos alunos. 7 No Brasil, a dança ligada à Educação Física surge na década de 1920 por agregação de movimentos ginásticos em suas bases elementares. Já em 1940, foi incluída na formação de professores de educação física, e gerou um núcleo que liderou a disseminação da dança em diferentes modalidades, posteriormente tornando-se parte dos currículos de licenciatura. Continuou a passar por transformações na década de 80 foi reformulado a licenciatura e o bacharel, confirmando a necessidade de os professores de educação física desenvolverem saberes e competências em relação à dança e suas diferentes manifestações. O Brasil é um país que tem na sua cultura popular expressões significativas, que possibilitam inúmeras oportunidades de aprendizagem através de músicas, danças e festas populares. No Brasil temos as classificações das danças por região onde cada uma possui sua dança tradicional assim como as festas. A seguir, vamos citar algumas danças das regiões com base no trabalho de Cortês (2000). Norte: Carimbó, Retumbão, Lundu da Ilha do Marajó, Xote Bragantino, Vaqueiros do Marajó, Marabaixo, Batuque, Siriá, Boi-de-Máscara. Nordeste: Guerreiro, Frevo, Xaxado, Quilombo, Caninha Verde, Maracatu, Caboclinhos, Ciranda, Coco, Capoeira. Centro-Oeste: Catira, Chupim, Cururu, Siriri, Engenho de Maromba, Cavalhada. Sudeste: Ticumbi, Congos, Congados ou Congadas, Moçambique, Catopês, Jongo, Caboclinhos ou Caiapós, Folias de Reis, Marujos, São Gonçalo, Calango Mineiro. Sul: Caranguejo, Chimarrita, Pezinho, Balaio, Maçanico, Rancheira, Pau-de- Fita, Tatu, Chula, Tirana do Lenço. Danças do Fandango Paranaense: Xará-Grande, Anu, Tonta e Recortado. A educação formal é, portanto, considerada como possibilidade de socialização de conhecimentos sistematizados e a dança como um conteúdo da Educação Física, expressão da corporeidade dos alunos. Para Laban (1990, p. 108), “quando criamos e nos expressamos por meio da dança ao executarmos e interpretarmos seus ritmos e formas preocupamo-nos exclusivamente com o próprio 8 movimento”. Por isso, pensamos na importância da aprendizagem do movimento e da exploração da capacidade de se movimentar, defendendo a presença da dança na escola de forma criativa. No entanto, cabe questionarmos: Qual o sentido da dança na escola? Barreto destaca os diferentes motivos que justificam a importância e a viabilização do ensino de dança na escola com o intuito de propiciar o autoconhecimento; estimular vivências da corporeidade na escola; proporcionar aos educandos relacionamentos estéticos com as outras pessoas e com o mundo; incentivar a expressividade dos indivíduos; possibilitar a comunicação não verbal e os diálogos corporais na escola; sensibilizar as pessoas, contribuindo para que elas tenham uma educação estética, promovendo relações mais equilibradas e harmoniosas diante do mundo, desenvolvendo a apreciação e a fruição da dança. (BARRETO, 2004, p. 66). 2.1-Alunos com Síndrome de Down nas aulas de Educação Física Pensar em pessoas com necessidades especiais remonta a concepção de educação inclusiva respeitando os direitos e particularidades de todos os indivíduos em todas as esferas sociais que estão inseridas. No âmbito educacional, o movimento de inclusão defende que a criança com deficiência deve ser incluída no ensino regular para que possa se desenvolver e participar ativamente da sociedade (Odom; Diamond, 1998; Place; Hogde, 2001; Hutzler et al, 2002; Pivik; Mccomas;Llaflame, 2002). O processo de inclusão do aluno com deficiência deve ser uma preocupação constante de seu professor. Este deve estar atento não apenas em propiciar sua participação e execução nas atividades propostas, mas também em promover a inclusão deste na rede social presente durante as aulas (Odom; Diamond, 1998; Place; Hogde, 2001; Hutzler et al, 2002; Pivik; Mccomas; Llaflame, 2002). Desse modo, a inclusão escolar está para além da oportunidade de integrar o ensino regular e desempenhar as atividades propostas pelo professor em sala, mas também em participar e estruturar uma rede de relações sociais junto aos 9 seus colegas de classe, atendendo aos princípios do que se compreende por inclusão de forma integral. A participação efetiva defendida pelo movimento inclusivo deve ir além dos conteúdos propostos e abranger a inclusão social da criança em seu ambiente, possibilitando tecer e construir novas potencialidades. Preponderante a essa discussão a legislação brasileira vigente garante ao aluno com deficiência o direito à inclusão no sistema regular de ensino, com atendimento especializado as suas necessidades educacionais (ALVES; DUARTE, 2011). Inicialmente, o delineamento da Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994) durante a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais em Salamanca, (Espanha, 1994), traz um conjunto de diretrizes para a implantação e o direcionamento das práticas inclusivas na escola. A Declaração de Salamanca proclama que: [...] as escolas deveriam acomodar todas as crianças independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Elas deveriam incluir crianças deficientes e superdotadas, crianças de rua e que trabalham crianças de origem remota ou de população nômade, crianças pertencentes a minorias linguísticas, étnicas ou culturais,e crianças de outros grupos desvantajosos ou marginalizados. (BRASIL, 1994, p.3) O documento ainda define que o termo "necessidades educacionais especiais" refere-se a todas aquelas "[...] crianças ou jovens cujas necessidades educacionais especiais se originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem." (BRASIL, 1994, p.3). Compreendendo a síndrome segundo a percepção da Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. ISSN 1981-9919 versão eletrônica. A síndrome é Descrita primeiramente em 1866 pelo medico inglês John Langdon Down, a Síndrome de Down ou trissomia do 21 e a anormalidade cromossômica mais frequente em seres humanos, com uma incidência de cerca de 1 em 700 nascimentos (Diament,1998). No Brasil nascem cerca de 8 mil bebes portadores dessa síndrome por ano, sendo esta alteração genética mais comum na faixa etária pediátrica (Carakushansky, 2001). A Síndrome de Down é um defeito congênito resultante da trissomia do cromossomo 21, que pode ocorrer tanto antes quanto após a formação da célula inicial. Esta trissomia possui três variações, a) Disjunção simples, b) Mosaicismo e Translocação, não diferindo quanto aos sinais clínicos e sendo identificada somente com teste de cariótipo (Colley e Graham,1991). 10 Conhecida também como trissomia do cromossomo humano 21 (CH21), a Síndrome de Down pode variar quanto à intensidade e manifestação de fenótipos característicos à síndrome, podendo inclusive, não haver manifestação do mesmo, ou seja, o indivíduo ser portador de trissomia parcial e não manifestar suas principais características físicas (Stratford, 1997). Dentre as características dos portadores de síndrome de Down, as mais comuns são a baixa estatura, o rosto com um contorno achatado, as pálpebras estreitas e levemente oblíquas, cabelo esparso e fino, boca pequena e pescoço com aparência larga e grossa (IBIDEM). Segundo Winnick (2004), 40% deles desenvolvem doenças cardíacas e correm maiores riscos de desenvolver leucemia. Também são comuns problemas no aparelho gastrointestinal, que são ocasionados em decorrência da hipotonia muscular e que podem ser controlados pela alimentação; doenças respiratórias; doenças relacionadas à ortopedia; frouxidão de ligamentos que originam problemas nos pés, joelhos e quadris; instabilidade nas articulações cervicais e comprometimento da articulação coxofemoral; epilepsia; distúrbios visuais; déficits auditivos; disfunção da glândula tireoide e doenças relacionadas ao sistema nervoso central, como a doença de Alzheimer naqueles que vivem mais de 40 anos (PUESCHEL, 2002). Evidencia-se, ainda, nos portadores de síndrome de Down, maior tempo para engatinhar, sentar-se e andar. Por esse motivo é essencial que se estimule desde muito cedo esses indivíduos, auxiliando-os no desenvolvimento de interesses e habilidades necessários para a realização de atividades físicas. O Exercício físico pode colaborar e muito, no desenvolvimento da pessoa portadora da Síndrome de Down. Por se tratar de uma alteração na formação genética do bebê, a Síndrome de Down não tem cura, mas uma boa educação, estimulação e dedicação farão com que a pessoa com Síndrome de Down desenvolva ao máximo seu potencial. A pessoa com a síndrome deve ser incluída na Educação Física, no entanto, não basta estar no mesmo espaço físico ou participar de algumas atividades, mas ela deve fazer parte do grupo e participar de todas as brincadeiras e atividades desenvolvidas durante a aula, mesmo que necessite de ajuda e apoio do professor e de outros colegas. Porém este apoio, não deve transformar-se em superproteção, pois ao invés de contribuir, dificulta o processo de inclusão. Sabemos 11 que a atividade física é de suma importância para a manutenção da qualidade de vida, da saúde e na prevenção de doenças. A atividade física para pessoas com Síndrome de Down deve ser adequada as suas características e principalmente as suas necessidades. (JUNIOR et al, 2007). Ou seja, a educação física contempla todos os perfis de alunos, no caso, referenciamos pessoas com Síndrome de Down como parte preponderante desse processo desde a infância para o desenvolvimento das potencialidades de acordo com as próprias limitações, mas, sempre na perspectiva de inclusão escolar e social. Cabe ao profissional de educação física buscar aperfeiçoar-se e traçar metodologias teóricas e práticas que contemple todo o alunado da Instituição de Ensino ou espaço profissional que esteja inserido, objetivando materializar sua prática conforme as necessidades que lhes são apresentadas, driblando os limites e desafios que são comuns em todas as profissões no que diz respeito muitas vezes a precarização do acesso e até mesmo dos elementos básicos que são necessários para a realização das atividades físicas. 2.2-PESQUISA DE CAMPO: Entrevista na escola. A realização da pesquisa ocorreu na E.E.F.M Lourenço Filho, situada na cidade de Crateús – CE com 2 profissionais com nível superior na área concluído, atuam no magistério em média há 5 anos, a escola conta com uma variável de alunos entre 500/800 alunos, sendo 4 crianças com necessidades especiais. A entrevista segundo Lakatos e Marconi (2001, p.195) a entrevista “é um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados, ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema social”. A entrevista é composta por 8 (oito) questões subjetivas que permite ao interlocutor (entrevistado) dialogar sobre as questões, propiciando subsídios ao pesquisador que viabilize a compreensão da materialização prática do profissional, como também as limitações e desafios frente a profissão. As perguntas que compõe a entrevista são voltadas para a compreensão da prática docente enquanto educador físico que atua no ensino regular e que 12 atendem o público com necessidades especiais. Essa percepção possibilita compreender os desafios da profissão sob o olhar dos interlocutores de modo interno (vivência do aluno na escola) como também os fatores externos (relações sociais) dos alunos com necessidades especiais, mais especificamente com Síndrome de Down inseridos nas atividades físicas como mecanismo de desenvolvimento intelectual e pessoal. No que corresponde os questionamentos realizados, uma pergunta que chamou a atenção foi: Qual a importância da educação física no processo de desenvolvimento desses alunos? “Bastante significativa, já que os alunos passam a se sentir valorizados fazendo parte das atividades junto com o restante da turma”. (Entrevistado X) “Essencial, pois, através desse componente os estudantes terão contato com as culturas corporais de movimento, vivenciando-as e conhecendo suas características específicas, diferentes contextos e aplicabilidade, dentre elas, o conceito de saúde em sua integralidade”. (Entrevistado Y) Ou seja, é possível evidenciar a importância de trabalhar a educação física na educação em seus diferentes contextos, significa dizer que, está para além da sala de aula, contempla não só a prática dos jogos coletivos, mas, o estimulo a promoção à saúde e cuidados com o corpo de forma integral e valorizando as diferentes identidades existentes na sociedade. A pergunta de número 4 (quatro) da entrevista aplicada indaga: Quais as maiores dificuldades encontradas em sua prática pedagógica realizada com alunos com deficiência? “Adaptação dos alunos, no meu caso, tenho as interpretes para auxiliar nas atividades”. (Entrevistado X) “A insegurança, o receio, medo de cometer algum erro, achar que eles são frágeis”. (Entrevistado Y) Analisando esses posicionamentos, trazemos a tona o conflito em relação ao processo de inclusão integral na educação, será se há uma inclusão de fato nas escolas regular? È necessário um olhar criterioso em relação a materialização pedagógica frente aos alunos comnecessidades especiais de modo geral para 13 compreendermos qual seu papel dentro do ensino regular, como se dá a construção do saber, se realmente estão sendo incluídos. Comumente percebemos em diversos espaços profissionais a dificuldade de atenderem o público com necessidades especiais, embora existam políticas públicas que assegurem sobre o direito da pessoa com necessidades especiais, as lacunas que distancia a teoria da prática são maiores ainda, remonta a visão arcaica de que a sociedade é exclusivamente dos considerados “normais”. Na educação, por exemplo, é um desafio constante receber um (a) aluno (a) com necessidades especiais, devido a ausência de formação continuada e até mesmo de estratégias didáticas para contemplar esse público em sala de aula. Outro fator importante é ausência de profissionais com especialização na área, tornando um desafio ainda maior, devido a falta de preparo e por precisar está a todo instante conduzindo uma realidade sem preparo e consequentemente, refletindo diretamente no processo de formação dos alunos que possuem necessidades especiais, sendo estes, por vezes, identificados como meros ouvintes em sala de aula regular, em muitos casos, acabam sendo alvo de bullyng, ocasionando a evasão escolar. Os entrevistados afirmam que atuam com alunos com necessidades especiais, relataram a importância de conhecer qual a necessidade do aluno para poder traçar estratégias que some junto à vida do aluno, refletindo nos benefícios da educação física diante das limitações apresentadas. Foi possível perceber através da fala dos entrevistados que as escolas contam com kit de primeiros socorros e que os profissionais se apropriam desses instrumentos quando necessário, uma vez que na graduação tiveram uma disciplina de como atuar frente a essa necessidade. Desse modo, a pesquisa constitui um elemento primordial para a construção de elementos que venham dialogar com a vida acadêmica no sentido de compreender como se dá a prática docente do educador físico, contemplando as particularidades da profissão, como também aproximando o discente da realidade profissional que o espera. 14 3-Considerações Finais A construção desse trabalho possibilitou compreender em linhas gerais, a dimensão da educação física no âmbito educacional como um conjunto articulado de atividades que trabalham o corpo nas suas diferentes vertentes. Outro fator preponderante dessa discussão está voltado para a análise dos desafios e limites dos profissionais em atuarem com o público especial, como por exemplo, a Síndrome de Down, como também, conhecer a dimensão prática da profissão em relação ao conhecimento acerca dos primeiros socorros. Com o desenvolvimento da sociedade, a dança foi sendo cada vez mais conhecida e valorizada nas suas diferentes formas e ritmos. Contemporaneamente, é um importante conteúdo de ensino e aprendizagem nas aulas de Educação Física escolar, no entanto, é pouco explorado, ou ainda é desenvolvido de forma descontextualizada. A Síndrome de Down é um defeito congênito resultante da trissomia do cromossomo 21, que pode ocorrer tanto antes quanto após a formação da célula inicial. A participação efetiva defendida pelo movimento inclusivo deve ir além dos conteúdos propostos e abranger a inclusão social da criança em seu ambiente, possibilitando tecer e construir novas potencialidades. Ressaltamos a importância da pesquisa como elemento constitutivo da discussão. As perguntas que compõe a entrevista estão voltadas para a compreensão da prática docente enquanto educador físico que atua no ensino regular e que atendem o público com necessidades especiais. Essa percepção possibilita compreender os desafios da profissão sob o olhar dos interlocutores de modo interno (vivência do aluno na escola) como também os fatores externos (relações sociais) dos alunos com necessidades especiais, mais especificamente com Síndrome de Down inseridos nas atividades físicas como mecanismo de desenvolvimento intelectual e pessoal e também a percepção de primeiros socorros dos profissionais. Ou seja, a educação física está para além da sua prática docente, contribui para a formação educacional e social da vida dos indivíduos envolvidos nas ações teóricas e práticas, independente das particularidades, mas, no sentido amplo de promover os cuidados com o corpo. 15 Anexo 01 Entrevista (Entrevistado X) Na sua graduação, você teve alguma disciplina que abordasse o trabalho com alunos com deficiência? SIM Qual a importância da educação física no processo de desenvolvimento desses alunos? Essencial, pois através desse componente os estudantes terão o contato com as culturas corporais de movimento, vivenciando-as e conhecendo suas características específicas, diferentes contextos e aplicabilidades, dentre elas o conceito de saúde em sua integralidade. Você tem ou já teve alunos com deficiência em suas aulas? Quais foram as deficiências com as quais você trabalhou? (Caso a resposta seja sim). Fale um pouco sobre essa experiência. Sim, já desenvolvi atividades com portadores de deficiência intelectual. Foi uma ótima experiência, pois, certa insegurança que tinha antes de realizar as atividades, essa foi superada. É necessário que se tenha cuidados específicos, que se planeje adaptações, que tenha um apoio de pessoas mais experientes, assim ter-se- a um bom trabalho. Quais as maiores dificuldades encontradas em sua prática pedagógica realizada com alunos com deficiência? A insegurança, o receio de cometer algum erro, achar que eles são „frágeis‟. Você se sente preparado para trabalhar com alunos com deficiência? Na verdade nunca estamos totalmente preparados, sempre podemos aprimorar nossas práticas (com todos os públicos). 16 Quais as situações mais comuns que necessitam de primeiros socorros durante a aula de educação física? Os possíveis acidentes durante as práticas de esportes coletivos, brincadeiras e jogos, sendo que as outras culturas também são propícias a acidentes, mas, com menos incidência. Quando ocorre, na escola, uma situação que é necessária prestar primeiros socorros, quem realiza esse atendimento? O professor deve fazer os primeiros socorros, e temos à disposição um kit a ser utilizado. A escola dispõe de um kit de materiais para este fim? Sim Durante a graduação teve alguma disciplina sobre primeiros socorros? Sim 17 Anexo 02 Entrevista (Entrevistado Y) Na sua graduação, você teve alguma disciplina que abordasse o trabalho com alunos com deficiência? SIM. EDUCAÇÃO FÍSICA PARA PORTADORES DE DEFICIENCIA Qual a importância da educação física no processo de desenvolvimento desses alunos? BASTANTE SIGNIFICATIVA, JÁ QUE OS ALUNOS PASSAM A SENTIR SE VALORIZADOS FAZENDO PARTE DAS ATIVIDADES COM O RESTANTE DA TURMA. Você tem ou já teve alunos com deficiência em suas aulas? Quais foram as deficiências com as quais você trabalhou? (Caso a resposta seja sim). Fale um pouco sobre essa experiência. SIM. AINDA TENHO DEFICIENTES AUDITIVOS VISUAIS E DE PERCEPÇÃ, UM DOS PROBLEMAS É A ADAPTAÇÃO DOS ALUNOS, MAS A ESCOLA CONTA OS INTERPRETES. Quais as maiores dificuldades encontradas em sua prática pedagógica realizada com alunos com deficiência? ADAPTAÇÃO DOS ALUNOS E NO MEU CASO, TENHO OS INTERPRETES PARA AUXILIAR NAS ATIVIDADES. Você se sente preparado para trabalhar com alunos com deficiência? NÃO E SIM,PORQUE A INTERNET NOS AJUDA TAMBÉM. Quais as situações mais comuns que necessitam de primeiros socorros durante a aula de educação física? 18 LESOES, FERIMENTOS, TORÇÕES, LUXAÇÕES,DESMAIOS SEGUIDO DE MAL ESTAR. Quando ocorre, na escola, uma situação que é necessária prestar primeiros socorros, quem realiza esse atendimento?QUEM DEVERÁ REALIZAR É O PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA OU OUTRO PROFISSIONAL CAPACITADO NA AREA DA SAÚDE. TANTO O PROFESSOR COMO A ESCOLA DEVERÁ DISPOR DE UM KIT DE PRIMEIROS SOCORROS, É DE RESPONSABILIDADE DE AMBOS. A escola dispõe de um kit de materiais para este fim? Sim Durante a graduação teve alguma disciplina sobre primeiros socorros? SIM. ALÉM DAS DISCIPLINAS COM AULAS TEÓRICAS E PRÁTICAS BUSQUEI FAZER CURSOS EXTERNOS POIS É DE FUNDAMENTAL IMPORTÂNCIA O PROFISSIONAL BUSCAR CONHECIMENTOS DE PRIMEIROS SOCORROS. 19 Referências ALVES, Maria Luíza Tanure; DUARTE, Edison. Os caminhos percorridos pelo processo inclusivo de alunos com deficiência na escola: uma reflexão dos direitos construídos historicamente. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 24, n. 40, p. 207-218, maio/ago, 2011. BRASIL. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília: UNESCO, 1994. BRASIL. Secretária de educação fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais. Educação Física. Brasília: MEC / SEF, 1997. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Arte/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. BARRETO, D. Dança... Ensino, sentidos e possibilidades na escola. São Paulo: Autores associados, 2004. Carakushansky, G. Síndrome de Down. In: Carakushansky G. Doenças Genéticas em Pediatria. Rio de Janeiro: Quanabara Koogan; 2001 CHAVES, Aclesia Lima; CAMPOS, Cíntia Kátia; NAVARRO, Antonio Coppi. RELAÇÃO DA SÍNDROME DE DOWN COM A OBESIDADE. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento. ISSN 1981-9919 versão eletrônica Periódico do Ins t i tuto Brasi lei ro de Pesqui sa e Ensino em Fisiologia do Exercício. Disponível em: www.ibp efex.com.br - www.rbone.com.br. Acesso em Outubro de 2017. COLETIVO DE AUTORES. Metodologia do ensino da Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992. LABAN, R. Dança educativa moderna. São Paulo: Ícone, 1990. LAKATOS, E. M; MARCONI, M.. Técnicas de Pesquisa – 1ª Edição. Atlas, 1992 MARQUES, I. A. Dançando na Escola. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2007. ODOM, Samuel; DIAMOND, Karen; Inclusion of Young Children with Special Needs in Early Childhood Education: The Research Base. Early Childhood Research Quartely, Fairfax, v. 13, n.1, p.3-25, 1998. OLIVEIRA, A. A. S. Formas de organização escolar: desafios na construção de uma escola inclusiva. In: OMOTE, S. Inclusão: intenção e realidade. Marília, SP: Fundepe Publicações, 2004. TAVARES, I. M. Educação, corpo e arte. Curitiba: Iesde, 2005. VERDERI, E. B. L. P. Dança na Escola. 2 ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. http://www.rbone.com.br/
Compartilhar