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Maria Cristiane de Oliveira Lima - Estudo de caso clinico - Negação

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5
FACULDADE METROPOLITANA DE HORIZONTE
BACHARELADO EM PSICOLOGIA
MARIA CRISTIANE DE OLIVEIRA LIMA
 Estudo de caso clinico: Mecanismo de defesa; Negação
Fundamentos Epistemológicos
HORIZONTE -CE
2020
MARIA CRISTIANE DE OLIVEIRA LIMA
 ESTUDO DE CASO CLINICO
Mecanismo de defesa: Negação
Estudo de caso clinico; O mecanismo de defesa é a Negação, apresentado em forma de artigo, apresentado a Faculdade Metropolitana de Horizonte.
Professora: Francis Guimaraes.
HORIZONTE – CE
2020
APRESENTAÇÃO DO CASO
 Um homem M.C.O, idade 27 anos, Auxiliar de produção, solteiro, ensino médio completo. O paciente tem estatura e peso médios e, geralmente veste-se com simplicidade.
 Na primeira sessão, M.C.O chegou no horário marcado. Entrou na sala da psicoterapia, aguardando a orientação do psicoterapeuta sobre onde deveria sentar-se. Logo depois, M.C.O disse que nunca havia feito terapia. Em seguida o terapeuta fez alguns esclarecimentos sobre como seria o processo terapêutico, informando sobre o sigilo e a ética como parte do contrato terapêutico. M.C.O demostrou possuir um bom nível intelectual e falou sobre diversas situações vividas; falou de sua impulsividade e personalidade, e que em determinados momentos até se tornava agressivo.
 Durante a triagem para psicodiagnóstico, M.C.O apresentou as seguintes queixas: dificuldade em lidar com as perdas e que tinha sonhos repetitivos no qual estava sendo perseguido por alguém e nuca conseguia identificar essa pessoa. Não soube dizer se estes sintomas tinham ou se poderiam ter algo a ver com alguma vivencia do passado ou algum trauma, que pudesse lhe trazer tais sentimentos. 
 O terapeuta levantou como hipótese na primeira sessão um mecanismo de defesa ocasionado por um sentimento de culpa, nos momentos em que o paciente relata sua história, principalmente em relação ao pai, que havia falecido há cinco anos. E em relação à pessoa do sonho, a terapeuta acredita que possa ser ele mesmo.
 M.C.O disse que se considerava feliz e achava que tudo estava certo em sua infância, mesmo com a separação dos pais, falou que não sentiu abalado, pois os dois apesar da separação se davam muito bem e eram amigos. Sua mãe após a separação foi morar em outra cidade e construiu uma nova família. O paciente disse que morou um tempo com a mãe, mas não conseguiu se adaptar a cidade retornando para casa do pai onde moravam também seus irmãos e sua avó. O paciente relatou que era muito ligado ao pai, tinha o costume de ouvir jogos de futebol do Palmeiras com o pai no rádio, a profissão do pai era motorista de ônibus, disse que o pai era a única pessoa em que ele costumava escutar e aceitar os conselhos e que o pai fazia todas as coisas para ele sem cobrar nada em troca. Disse que o pai teve algumas más amizades e começou a beber, diz o paciente que sem perceberem o pai já estava bebendo muito e começou a ter sérios problemas e acabou adoecendo até começar a ocorrer a falência dos órgãos e por consequência a morte. Quando o pai foi hospitalizado o paciente achava que ele conseguiria sair dessa situação e mesmo quando a família foi chamada para irem até o hospital para serem comunicados da morte, ele não aceitava achava que estava indo buscar o pai por ele ter se recuperado.
 Após a morte do pai o paciente começou a ter sentimento de culpa, acreditava que poderia ter feito algo por ele, relatou que antes do pai morrer chegou até a segui-lo para saber onde estava indo, se estava bebendo, mais não adiantou nada ele disse que foi tarde demais. Comentou que depois da morte do pai, ele ficou “louco” pelo Palmeiras (time de futebol), compra chaveiros, roupas, tudo que tinha como tema o Palmeiras, inclusive tatuando em seu corpo o símbolo do time.
Durante o processo terapêutico, na última sessão o terapeuta percebeu que poderia ser feita uma confrontação sobre os sentimentos que ele nutre e em relação ás pessoas e o motivo pela qual o mesmo se senti incomodando quando é ajudado por alguém, ele fica angustiado querendo retribuir o favor o mais rápido possível como forma de não ficar devendo nada a ninguém. O terapeuta levantou a hipótese questionando se quando ele faz alguma coisa por alguém ele espera algo em troca, ele disse que não; então foi indagado o porquê ele acha que os outros quando fazem por ele estão esperando alguma retribuição; ele não soube responder. 
Então foi interpretado o motivo pelo qual esse sentimento pode estar ocorrendo: será que esse tipo de atitude não está ligado a morte de seu pai, ou seja, ele fazia tudo por você e não ti cobrava nada, mas quando você tentou dar algo em troca por ele foi tarde demais, você não conseguiu. Agora você sente a necessidade de retribuir aos outros o mais rápido possível para não ocorrer o risco de não ter tempo de recompensa-los pelo que fazem por você, assim você evita o sentimento de culpa, frustação ou fracasso por não os ter ajudado, como você não conseguiu ajudar seu pai. Ele pensou um pouco e respondeu que poderia ser. Então, o terapeuta pediu que ele fizesse uma reflexão a respeito.
 A terapia foi interrompida, o paciente deixou de comparecer às sessões por razões de trabalho e comunicou que pretende retomar para dar sequência ao tratamento psicoterápico.
INTRODUÇÃO
 O presente estudo de caso clinico consiste num relato de caso, no qual durante o processo terapêutico foi possível fazer algumas considerações sobre os sentimentos conflitados do paciente, tendo como hipótese uma identificação de um tipo de mecanismo de defesa ocasionado por um sentimento de culpa, em relação ao pai, que havia falecido há cinco anos, no qual o mesmo negava a morte do Pai. O foco terapêutico consistiu em trabalhar as características depressivas do paciente, buscando ajuda-lo a elaborar o luto pela perda do pai. 
DESENVOLVIMENTO COM FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
 Negação é um dos mecanismos inconscientes descritos por Freud como um modo de defesa do ego. Recurso da natureza humana contra sofrimentos insuportáveis, está presente na primeira fase do luto, em que negamos a morte da pessoa amada, como se ela fosse voltar para casa, como se a qualquer momento ela pudesse entrar pela porta, como se a notícia de sua morte fosse apenas um pesadelo do qual pudéssemos acordar a qualquer momento e ver que ela ainda está viva. (BLEGER J, 2015)
 Precisamos da negação para nossa sobrevivência emocional em situações trágicas, sem ela quem perde o ente amado só pensa em morrer junto, de saudades, se sente sem forças para continuar vivendo. Na hora da dor maior, que não cabe dentro do peito, apoios podem não ser suficientes, racionalizações não tem guarida, tentativas de consolo são inúteis e podem até magoar mais. A sensação de irrealidade, de que a perda não aconteceu, pode ser o único alívio para quem sobrevive, na pior hora, quando a realidade é esmagadora demais. (FADIMAN, J 2016)
 Se ela servisse apenas para aplacar a dor insuportável, bendita negação. Existem outras formas de negação, no entanto, que são preocupantes. Somos movidos pelo “princípio do prazer” e este também mobiliza, para a realização de desejos, doses variáveis de negação dos possíveis riscos. Correr demais de carro por pressa ou diversão, beber antes de dirigir porque não haverá barreira na estrada, fazer sexo casual e sem camisinha, expor a si ou a outrem a riscos para ganhar dinheiro, são exemplos praticados por muitos, diariamente. Além destas condutas temerárias individuais, também há as coletivas. Sociedades inteiras negam a violência implícita na desigualdade social, como se fosse possível haver paz na negligência; países negam os riscos da mudança climática que já está em curso, como se pudéssemos deixar para enfrentar o problema depois. (SEGAL, H 2015)
 Não é preciso ser um discípulo freudiano (que não sou) para reconhecer que um mecanismo de defesa inconsciente, naturale necessário para sobrevivermos à dor que dilacera a alma, é ao mesmo tempo um dos fatores envolvidos na gênese de tragédias, quando associado ao princípio do prazer. Para nos divertirmos desprezamos os riscos, nossos ou de outrem. (Editoria: Colunas, Montserrat Martins)
 A tragédia nos recoloca na realidade que tentávamos evitar, negando que ela pudesse acontecer. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Durante o processo psicoterápico foi possível perceber que foi possível estabelecer uma aliança terapêutica, pautada principalmente no que se refere a confiabilidade, após algumas sessões o paciente começou a falar de seus sentimentos, por exemplo, um que ficou evidenciado foi o sentimento de culpa em relação à morte do pai. Isto provavelmente ocorre de forma inconsciente, como uma atitude do ego criando mecanismo de defesa contra o impulso conflitante emergente das hipóteses psicodiagnósticos, um dos mecanismos utilizados pelo paciente é negação, dessa forma ele afirma para si aquilo que não consegue aceitar, ou seja, a morte do pai. O paciente apresentou melhora significativa em relação aos pensamentos de culpa, de modo geral a evolução do paciente foi satisfatória, porém ainda necessita de um acompanhamento psicológico, para obter uma melhor compreensão e ressignificação de seus conteúdos reprimidos, contribuindo assim para sua auto - compreensão.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
FERRARI, Juliana Spinelli. "Mecanismos de Defesa"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/mecanismos-defesa.htm. Acesso em 01 de junho de 2020.
BLEGER J. A entrevista psicológica. In: Temas de psicologia. São Paulo: Martins Fontes; 2015
FADIMAN, J Teorias da Personalidade. São Paulo: Harbra, 2016 
SEGAL, H. Introdução à obra de Melanie Klein. Rio de Janeiro: Imago, 2015

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