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Direito ADM O direito público tem por objeto principal a regulação da dos interesses da sociedade como um a disciplina das relações entre esta e o Estado, e das relações das entidades e órgãos estatais entre si. Tutela ele o interesse público, só alcançando as condutas individuais de forma indireta ou reflexa. É característica marcante do direito público a desigualdade nas relações jurídicas por ele regidas, tendo em conta a prevalência do interesse público sobre os interesses privados. O fundamento dessa desigualdade, portanto é a noção de que os interesses da coletividade devem prevalecer sobre interesses privados. Assim quando o Estado atua na defesa do interesse público, goza de certas prerrogativas que o situam em posição jurídica de superioridade ante o particular, evidentemente, em conformidade com a lei, e respeitadas às garantias individuais consagradas pelo ordenamento jurídico. O direito privado tem como escopo principal a regulação dos interesses particulares, como forma de possibilitar o convívio das pessoas em sociedades e uma harmoniosa fruição de seus bens. A nota característica do direito privado é a existência de igualdade jurídica entre os polos das relações por ele regidas. Como os interesses tutelados são interesses particulares não há motivo para que se estabeleça, a priori, qualquer relação de subordinação entre as partes. O denominado “regime jurídico-administrativo” é um regime de direito público, aplicável aos órgãos e entidades que compõem a administração pública e à atuação dos agentes administrativos em geral. Baseia-se na ideia de existência de poderes especiais e passíveis de serem exercidos pela administração pública, contrabalançados pela imposição de restrições especiais à atuação dessa mesma administração, não existentes – nem os poderes nem as restrições – nas relações típicas do direito privado. Essas prerrogativas e limitações traduzem- se, respectivamente, nos princípios da Supremacia do Interesse Público e da Indisponibilidade do interesse público. Supremacia do Interesse Público sobre o Privado: fundamenta-se das prerrogativas ou dos poderes especiais da administração pública, dos quais decorre a denominada verticalidade nas relações administração-particular. Toda atuação administrativa em que exista imperatividade, em que sejam impostas, unilateralmente, obrigações para o administrado, ou em que seja restringido ou condicionado o exercício de atividades de atividades ou de direitos dos particulares é respaldada pelo princípio da supremacia do interesse público. O Estado, atualmente tem obrigação de atingir uma série de finalidades, que a Constituição e as leis indicam. Para atingir esses objetivos, muitas vezes é necessário que o Estado disponha de poderes não cogitado para os particulares em geral. Indisponibilidade do Interesse Público: ao mesmo tempo em que tem poderes especiais, exorbitantes do direito comum, a administração sofre restrições em sua atuação que não existem para particulares. Essas limitações decorrem do fato de que a administração não é proprietária de patrimônio público, não é titular do interesse público, mas sim o povo. Em linguagem jurídica, dispor de alguma coisa é simplificadamente, poder fazer o que se queira com ela, sem dar satisfações a ninguém. A disponibilidade é característica do direito de propriedade. A administração somente pode atuar quando houver lei que autorize ou determine sua atuação, e nos limites estipulados por essa lei. FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO Os atos legislativos são as fontes primárias do Direito Administrativo, inaugurando a ordem jurídica, criando um novo Direito. São a Constituição (fonte principal), as leis em geral, as medidas provisórias, os decretos legislativos e as resoluções. Já os atos infra legais constituem-se em regulamentos, instruções normativas, portaria, circulares, despachos e pareceres administrativos. São fontes secundárias, pois apenas complementam os atos legislativos. A jurisprudência consiste num conjunto de decisões judiciais no mesmo sentido, interpretando e aplicando os atos legislativos. Não possui força obrigatória, mas constitui importante guia de orientação aos juízes e tribunais. A doutrina representa a opinião dos autores, juristas e cientistas do Direito. Exerce um papel importante no auxílio da interpretação das normas, compondo lacunas e orientando soluções, influenciando, inclusive, a própria produção legislativa. Os costumes são entendidos como normas não escritas, consubstanciando o entendimento de um comportamento, uniforme e constantemente reiterado a ser seguido por todos. Auxiliam na compreensão dos atos legislativos, colmatando lacunas e omissões. SISTEMAS ADMINISTRATIVOS Sob o rótulo de sistemas administrativos, a doutrina arrola os mecanismos de controle especiais para a Administração Pública: a) sistema do contencioso administrativo: de origem francesa, o sistema preconiza a vedação à justiça comum do conhecimento e julgamento dos atos da Administração. Nesse sistema, o Conselho de Estado é o último grau da jurisdição em matéria administrativa. Da organização dessa justiça administrativa ficam excluídas, cabendo à justiça comum, certas demandas de interesse da Administração, desde que emoldurem três hipóteses: litígios decorrentes de atividades públicas com caráter privado, litígios que envolvam questões de estado e capacidade das pessoas e de repressão penal e litígios que se refiram à propriedade privada. b) sistema da jurisdição única: também chamado de sistema judiciário, proveniente da Inglaterra, preconiza que todos os litígios sejam resolvidos pela justiça comum. O que caracteriza o sistema é a predominância da jurisdição comum ou da especial, e não a exclusividade de qualquer delas para o deslinde contencioso das questões afetas à Administração, por isso, não há que se falar em sistemas mistos (os que misturam os dois) já que é comum essa mistura. No Brasil, prevaleceu desde o limiar do período republicano o sistema de jurisdição única. Uma exceção foi o período iniciado em 1964 (EC 7/77) que introduziu o contencioso administrativo que foi dispositivo inoperante. A Constituição vigente restabeleceu o controle judiciário de forma incontestável, em que pese sua convivência harmoniosa com colegiados administrativos, que, não tem a última palavra em termos decisórios. Questão 1. Em relação ao Direito Administrativo é correto afirmar, exceto: A) A jurisprudência não pode ser fonte do Direito Administrativo. 2. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS. Órgãos São centros de competência para o desempenho de funções estatais. Possuem competência governamental ou administrativa. Têm funções, cargos e agentes, mas são distintos destes elementos. As funções, cargos e agentes, podem ser substituídos, retirados, alterados, sem alterar a unidade orgânica. A vacância dos cargos ou a mudança dos titulares, não determina a extinção do órgão. CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS: Independentes São os originários da CF: Legislativo, Executivo, Judiciário. Têm funções políticas já definidas anteriormente, exercidas por seus membros que são agentes políticos com mandato eletivo, enquanto seus servidores são agentes administrativos. São também chamados órgãos primários e estão sujeitos aos controles constitucionais de um Poder pelos outros. Autônomos Constituem a cúpula da Administração. Têm ampla autonomia administrativa, financeira e técnica. São órgãos diretivos com funções de planejamento, supervisão, coordenação e controle das atividades na área de sua competência. Participam das decisões governamentais. São os Ministérios, Secretarias de Estado, de Municípios. Seus funcionários são agentes políticos, nomeados em comissão. Superiores Têm poder de direção, controle, decisão e comando em assuntos de suaalçada específica. São as Chefias de Gabinete dos Ministros, Delegacias da Receita Federal Superintendência Regional do INCRA e outros desta natureza. Subalternos. São aqueles que têm reduzido poder decisório e predominância de atribuições de execução. Sua função é a execução de tarefas e serviços de rotina. Observação: Só os órgãos independentes e autônomos possuem o atributo da autonomia administrativa e financeira. AGENTES PÚBLICOS: DEFINIÇÕES, ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÕES. Agente Público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função pública. Tal definição tem origem na Lei 8.429/1992 (Lei de Improbidade Administrativa), em seu art. 2º. De forma sucinta, percebemos que agente público é toda pessoa física que presta serviços ao Estado, remunerado ou gratuitamente, permanentemente ou transitoriamente, politicamente ou administrativamente. Cargos Públicos Quais são as espécies de cargos públicos presentes no Direito Administrativo brasileiro? Observamos que há três cargos distintos no serviço público, a citar: a) Cargo Vitalício: é uma espécie de “super. estabilidade”, na qual a exoneração se faz somente com sentença com trânsito em julgado. O exemplo de cargo desta natureza é o Juiz de Direito. b) Cargo Efetivo: é aquele constituído mediante concurso público e caracterizado pela estabilidade. c) Cargo em Comissão: é aquele livre de nomeação e de exoneração, preenchido sem concurso e caracterizado por não possuir estabilidade. Agentes: Pessoas físicas incumbidas definitiva ou transitoriamente, do exercício de alguma função estatal. a) Agentes Políticos: são aqueles integrantes do alto escalão do Governo, possuindo competência definida diretamente pela Constituição Federal, exercendo funções governamentais, judiciais e quase judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência. Não se submetem aos regimes jurídicos próprios dos servidores públicos em geral, pois possuem regras próprias, devido à importância de suas funções. Normalmente, seus cargos são providos mediante eleição, nomeação ou designação. b) Agentes Administrativos: são aqueles que possuem uma relação funcional com a Administração Pública. Exercem atividade profissional e remunerada e sujeitam-se à hierarquia administrativa e a regime jurídico próprio. São os servidores públicos, os empregados públicos, os contratados temporariamente (excepcional interesse público – art. 37, IX, CF), os ocupantes de cargo em comissão etc. c) Agentes Honoríficos: não possuem qualquer vínculo funcional com o Estado. Possuem, geralmente, uma função gratuita e temporária, mas respondem penalmente pelo exercício arbitrário delas. Segundo a doutrina, colaboram com o Estado prestando serviços específicos em decorrência de sua condição cívica. d) Agentes Delegados: são os particulares contratados pela Administração, que agem em nome próprio, executando as atribuições para as quais foram contratados, sob a permanente fiscalização do poder delegante. Não são servidores públicos e não atuam em nome do Estado, mas apenas colaboram com o Poder Público (descentralização por colaboração). Sujeitam-se, todavia, no exercício da atividade delegada, à responsabilidade civil objetiva (CF, art. 37, § 6º) e ao mandado de segurança (CF, art. 5º. LXIX). Enquadram-se como “funcionários públicos” para fins penais (CP, art. 327). e) Agentes Credenciados: são os que recebem da Administração a incumbência de representá- la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do Poder Público credenciado. Como exemplo, podemos citar as clínicas especializadas credenciadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), as clínicas especializadas credenciadas pelo DETRAN e a atribuição a alguma pessoa da tarefa de representar o Brasil em determinado evento internacional (ex., artistas). Também são considerados “funcionários públicos” para fins penais. Questões 1. Em sentido amplo, "agentes públicos" são todos os indivíduos que, a qualquer título, exercem uma função pública, remunerada ou gratuita, permanente ou transitória, política ou meramente administrativa, como prepostos do Estado. Diante deste conceito, considere: I. Pessoas que recebem a incumbência da administração para representá-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante remuneração do poder público habilitante. II. Particulares que recebem a incumbência de exercer determinada atividade, obra ou serviço público e o fazem em nome próprio, por sua conta e risco, sob a permanente fiscalização do respectivo Poder Público. As descrições acima correspondem, respectivamente, à seguinte classificação de agentes (D) credenciados e delegados. 2. Analise as alternativas a seguir e assinale a correta. A) Os órgãos da Administração Pública classificam- se, em relação à posição ocupada na escala administrativa, em independentes, autônomos, superiores e subalternos. São exemplos de órgãos independentes os Ministérios e as Secretarias de Estado e de Município. (Errada porque são autônomos) B) Direito Administrativo pode ser conceituado como o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e os atos administrativos praticados nessa condição, com o intuito de realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado. C) A doutrina, que forma o sistema teórico de princípios aplicáveis, e a jurisprudência, que reflete a aplicação objetiva desses princípios, são consideradas as fontes primárias do Direito Administrativo. (Errada, pois os atos legislativos são as fontes primárias). D) O cargo público pertence ao agente público, de modo que o Estado não pode suprimi-lo ou alterá-lo sem que haja violação ao direito daquele. (O Estado pode suprimir em razão de corte de despesa de pessoal, vide CF) ITEM 3 - RESPONSABILIDADE CIVIL ADMINISTRATIVA PENAL Responsabilidade Civil - por danos causados a terceiros no exercício de suas atividades funcionais depende da comprovação da existência de dolo ou culpa de sua parte em ação regressiva proposta pela pessoa jurídica de Direito Público obrigada, objetivamente, à reparação do dano, nos termos do art. 37, parágrafo 6º da CF. De fato, esse dispositivo estabelece a responsabilidade sem culpa, por isso denominada objetiva, das entidades de Direito Público e de Direito Privado prestadoras de serviços públicos causados por seus agentes a terceiros em decorrência da atividade administrativa. Responsabilidade Criminal - é a que resulta do cometimento de crimes funcionais. O ilícito penal sujeita o servidor a responder processo crime e a suportar os efeitos legais da condenação (CP, arts. 91 e 92). O Estado Membro e o Município não podem legislar sobre crimes funcionais, porque tal matéria é de Direito Penal e constitui reserva constitucional da União (CF, art. 22, I). A maioria dos crimes estão tipificados em nosso Código Penal. L I M P E FICIÊNCIA Outros Pr SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE É o princípio básico de todo o Direito Público. A doutrina costuma usar a seguinte expressão: enquanto na atividade particular tudo o que não está proibido é permitido, na Administração Pública é o inverso, ela só pode fazer o que a lei permite, deste modo, tudo o que não está permitido é proibido. “Administrar é aplicar a Lei de Ofício”. O administrador está rigidamente preso à lei. A atuação do administrador deve ser confrontada com a lei. PRINCÍPIO DA MORALIDADE A moralidade foi transformada em princípio jurídico. O Direito Administrativo elaborouum conceito próprio de moral, diferente da moral comum. A moral administrativa significa o dever do administrador não apenas cumprir a lei formalmente, mas cumprir substancialmente, procurando sempre o melhor resultado para a administração. Toda atuação do administrador é inspirada no interesse público. Jamais a moralidade administrativa pode chocar-se com a lei. Por esse princípio, o administrador não aplica apenas a lei, mas vai além, aplicando a sua substância. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE Significa que o administrador deve orientar-se por critérios objetivos, não devendo fazer distinções fundamentadas em critérios pessoais. É em decorrência desse princípio que temos: o concurso e a licitação. Desse princípio decorre a generalidade do serviço público – todos que preencham as exigências têm direito ao serviço público. A responsabilidade objetiva do Estado decorre do princípio da impessoalidade. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Destina-se, de um lado, à produção dos efeitos externos dos atos administrativos. Existem atos que não se restringem ao ambiente interno da administração porque se destinam a produzir efeitos externos – daí ser necessária a publicidade. Esse princípio também se justifica para permitir a qualquer pessoa que fiscalize os atos administrativos, ensejando a possibilidade de obter certidões que poderão servir para o ajuizamento de Ação Popular. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA Maurício Antônio Ribeiro Lopes (Comentários à Reforma Administrativa) afirma que se trata de princípio meramente retórico. É possível, no entanto, invocá-lo para limitar a discricionariedade do Administrador, levando-o a escolher a melhor opção. Eficiência é a obtenção do melhor resultado com o uso racional dos meios. Atualmente, na Administração Pública, a tendência é prevalência do controle de resultados sobre o controle de meios. DRU (destreza / rapidez / urbanidade) Como já dito, além dos princípios da Administração Pública, trazidos por nossa Carta Magna em seu art. 37, temos outros princípios previstos em legislações esparsas e os definidos pelos doutrinadores, sendo eles: a) Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos: em razão de ter o Estado assumido a prestação de determinados serviços, por considerar que estes são fundamentais à coletividade, mesmo os prestando de forma descentralizada ou ainda delegada, deve a Administração, até por uma questão de coerência, oferecê-los de forma contínua, ininterrupta. Pelo princípio da continuidade dos serviços públicos, o Estado é obrigado a não interromper a prestação dos serviços que disponibiliza. b) Princípio da Motivação: é a obrigação conferida ao administrador de motivar todos os atos que edita, sejam gerais, sejam de efeitos concretos. É considerado, entre os demais princípios, um dos mais importantes, uma vez que sem a motivação não há o devido processo legal, pois a fundamentação surge como meio interpretativo da decisão que levou à prática do ato impugnado, sendo verdadeiro meio de viabilização do controle da legalidade dos atos da Administração. c) Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular e Princípio da Indisponibilidade: por força dos interesses representados pela Administração, é certo que todos os princípios básicos previstos no art. 37 da Constituição Federal se aplicam na atuação desta; todavia, na maioria das vezes, a Administração, para buscar de maneira eficaz tais interesses, necessita ainda de se colocar em um patamar de superioridade em relação aos particulares, numa relação de verticalidade, e para isto se utiliza do princípio da supremacia, conjugado ao princípio da indisponibilidade, pois, tecnicamente, tal prerrogativa é irrenunciável, por não haver faculdade de atuação ou não do Poder Público, mas sim “dever” de atuação. Por tal princípio, sempre que houver conflito entre um interesse individual e um interesse público coletivo deve prevalecer o interesse público. São as prerrogativas conferidas à Administração Pública, porque esta atua por conta de tal interesse. Como exemplos podemos citar a existência legal de cláusulas exorbitantes em favor da Administração, nos contratos administrativos; as restrições ao direito de greve dos agentes públicos; a encampação de serviços concedidos pela Administração etc. d) Princípios da Razoabilidade e Proporcionalidade: os princípios acima surgem de ideias como a limitação de direitos, isto é, “todo direito pressupõe a noção de limite”, e da proibição do excesso, usada como meio de interpretação de tais princípios, pois visam a evitar toda forma de intervenção ou restrição abusiva ou desnecessária por parte da Administração Pública. Com efeito, tal análise deve ser realizada utilizando-se dos critérios e “valores atinentes ao homem médio.” Na doutrina, prevalece a noção de que os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade se entrelaçam e se completam, ou seja, não são considerados separadamente. Assumem grande importância quando da atuação administrativa por meio do poder de polícia, e em geral na expedição de todos os atos de cunho discricionários. Questões 1. A obrigação atribuída ao Poder Público de manter uma posição neutra em relação aos administrados, não podendo atuar com objetivo de prejudicar ou favorecer determinadas pessoas, decorre do princípio da: (A) moralidade. (B) impessoalidade. (C) legalidade. (D) motivação. (E) imperatividade. 2. A respeito dos princípios básicos da Administração Pública, considere: I. Conjunto de princípios ou padrões morais que norteiam a conduta dos agentes públicos no exercício de suas funções e a prática dos atos administrativos. II. Adequação entre meios e fins, vedada imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. Os itens I e II referem-se, respectivamente, aos princípios da (A) finalidade e adequabilidade. (B) legalidade e finalidade. (C) continuidade e moralidade. (D) moralidade e proporcionalidade. (E) eficiência e proporcionalidade. 3. Analise as alternativas e assinale a correta. A) Segundo o princípio da publicidade, as leis, atos e contratos administrativos devem ser publicados pela imprensa particular, pela televisão ou pelo rádio. B) A ação popular não é um instrumento para sancionar a inobservância do princípio da moralidade. C) A duração do processo judicial ou administrativo que não se revelar razoável afronta o princípio da eficiência. D) O princípio da finalidade exige que o ato seja praticado sempre com finalidade pública. Dessa maneira, nos contratos administrativos não é lícita a associação da pretensão do particular com o interesse coletivo. 4. Sobre os princípios básicos da Administração Pública, é correto afirmar: A) Os princípios da autotutela e da supremacia do interesse público são expressos na Constituição Federal de 1988. D) O princípio da eficiência visa impedir que fatores pessoais sejam os verdadeiros fins da atividade administrativa. 5. Resultados práticos de produtividade e redução de desperdícios na Administração Pública são medidas obtidas por observância ao princípio da a) finalidade b) moralidade c) eficiência d) razoabilidade. e) supremacia do interesse publico PODER VINCULADO No exercício do poder vinculado, o administrador fica totalmente restrito ao que determina a Lei, de forma que, caso inobservada a disposição legal, será o ato praticado em dissonância considerado inválido. Quando a Administração Pública aposentar um servidor, seja por invalidez, voluntária ou compulsoriamente, este ato de aposentadoria deriva exclusivamente do Poder Vinculado, eis que as hipóteses de aposentadoria se encontram taxativamente descritas em Lei, não cabendo ao administrador ponderar sobre sua conveniência ou não. Neste caso, toda e qualquerliberdade do administrador é tolhida em prol do cumprimento literal do que diz a lei. PODER DISCRICIONÁRIO No exercício de seu poder discricionário, o administrador vai praticar atos com certa margem de liberdade, diante de cada dado concreto e segundo critérios subjetivos próprios. Nele o agente público, visando o interesse da coletividade, aplica a conveniência e oportunidade na execução do ato administrativo. O agente público escolhe a melhor solução para o caso concreto. Como esse poder segue os ditames da lei, ele poderá ser revisado no âmbito da própria administração ou mesmo na via judicial. No entanto, neste caso, não seria avaliado o mérito do ato praticado com discricionariedade (conveniência e oportunidade), mas apenas os aspectos de competência, forma e finalidade. PODER HIERÁRQUICO A Administração Pública, como ocorre em qualquer empresa privada, possui estrutura hierarquizada. Dessa estrutura hierarquizada nasce a relação de subordinação entre os servidores de seu quadro de pessoal e entre seus órgãos. PODER DISCIPLINAR Não se deve confundir o Poder disciplinar com o Poder Punitivo exercido pelo Estado. O Poder Punitivo é exercido pelo Estado por meio do Poder Judiciário, mais especificamente da Justiça Criminal e tem objetivos sociais mais amplos, visando à repressão de crimes e contravenções assim definidas nas Leis Penais. O Poder Disciplinar, por sua vez é exercido pela própria Administração Pública, internamente entre seus servidores, com discricionariedade e o faz para o bom andamento da própria Administração Pública, de acordo com a conveniência e oportunidade da punição do servidor. PODER REGULAMENTAR O exercício do poder regulamentar, em regra, se materializa na edição de decretos e regulamentos destinados a dar fiel execução às leis. São dos denominados decretos de execução ou decretos regulamentares. Existe para estabelecer alguma norma (regulamentação). É exclusivo dos chefes do executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos). É exercido através de decretos. PODER DE POLÍCIA É a faculdade de que dispõe a administração para condicionar e restringir o uso de bens, atividades, direitos em favor do interesse público. É uma prerrogativa concedida ao Estado. O Estado atua no Poder de Polícia nas mais diversas esferas. Ex.: o guarda de trânsito age de acordo com a polícia administrativa. Ex.: O Estado ao interditar um restaurante está agindo com Poder de Polícia. O fundamento da existência do Poder de Polícia está na Supremacia do Estado para decidir pelo que for mais harmonioso para o bom convívio social. POLÍCIA ADMINISTRATIVA É desempenhada por órgãos administrativos de caráter fiscalizador (Saúde, educação, alimentação...). Ex: agências reguladoras POLÍCIA JUDICIÁRIA É executada por corporações específicas: Civil, Militar, Federal Atributos Discricionariedade: livre escolha, pela Administração, da oportunidade e conveniência de exercer o poder de polícia. Auto executoriedade: a faculdade da Administração decidir e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção do Judiciário. Coercibilidade: Imposição coativa das medidas adotadas pela Administração. Abuso de Abuso de Poder Toda atuação com Abuso de Poder é ILEGAL. - Excesso de Poder: fora dos limites de sua competência - Desvio de Poder: embora dentro de sua competência, contraria finalidade explícita ou implícita na lei que determinou ou autorizou sua atuação. 1. Considere uso e abuso do poder e analise as afirmações a seguir. I - O poder administrativo outorgado ao agente público lhe confere a faculdade de atuar em favor da coletividade. II - Caso o agente público permaneça omisso em hipótese de previsão legal de prazo para sua atuação, o terceiro prejudicado tem direito à ação de indenização em face do agente inerte. III - Mandado de Segurança é uma das vias de invalidação do ato praticado com abuso de poder pelo agente público. IV - O agente público labora com excesso de poder quando busca alcançar fim diverso do interesse público e atua com desvio de poder quando age fora dos limites de sua competência administrativa. V - Reserva do possível é uma construção doutrinária que condiciona a averiguação da legalidade da atuação estatal à existência de recursos públicos disponíveis para tanto. Estão corretas somente as afirmações: A) I - II - IV B) I - III - V C) II - III D) III - V E) IV – V 2. Sobre o uso e abuso do poder, todas as alternativas estão corretas, exceto a: a) O excesso de poder torna o ato nulo. b) Nas atividades discricionárias, o administrador público fica sujeito às prescrições legais referentes à competência, finalidade e forma, só agindo com liberdade quanto à conveniência e oportunidade do ato. c) O uso normal do poder é a atuação segundo as normas legais, a moral, a finalidade do ato e as exigências do interesse público. d) O desvio de finalidade se verifica quando a autoridade atua fora dos limites de sua competência. 3. Com relação aos poderes administrativos, correlacione as colunas a seguir. (1) Poder vinculado (2) Poder hierárquico (3) Poder de polícia (4) Poder regulamentar (5) Poder disciplinar (6) Poder discricionário (3) É o mecanismo de que dispõe a Administração Pública para conter abusos do direito individual. (4) É a faculdade de que dispõem os chefes do Executivo, em todas as esferas, de explicar a lei para sua correta execução. (6) Confere ao administrador liberdade na escolha da conveniência, oportunidade e conteúdo do ato. (1) Impõe ao agente público a restrição rigorosa aos preceitos legais, sem qualquer liberdade de ação. (2) Tem por objetivo ordenar, controlar, coordenar e corrigir as atividades administrativas no âmbito interno da Administração Pública. (5) É a faculdade punitiva interna da Administração e só abrange as infrações relacionadas com o serviço. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) 2 - 5 - 6 - 1 - 4 - 3 b) 6 - 5 - 2 - 1 - 3 - 4 c) 1 - 4 - 2 - 6 - 5 - 3 d)) 3 - 4 - 6 - 1 - 2 - 5 Item 6 ATOS ADMINISTRATIVOS ( M A R T E ) Para Hely Lopes Meirelles: “ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”. Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ato administrativo é a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o regime jurídico de direito público e sujeita ao controle pelo Poder Público. REQUISITOS VALIDADE / CONDIÇÃO MC OFF (elementos do ato) (vício no ato) V./D. Nulo ia; V. Anulável V./D. Nulo V. Anulável V. Nulo ATRIBUTOS Qualidades / Características (tipicidade) P A T I ou T I E P A • P- Presunção de legitimidade; • A- Auto executoriedade; • T- Tipicidade; • I- Imperatividade. DISCRICIONARIEDADE E VINCULAÇÃO Vinculado - é aquele praticado em obediência aos requisitos especificados na legislação que rege os atos administrativos. O órgão público tem suas normas internas e nessa fica definido através do poder hierárquico as competências para criar, editar os atos. A legislação já determina o tipo de ato para determinadas situações, ele está vinculado a uma situação e a pessoa pode praticá-lo. Discricionário - o administrador público pode praticar o ato escolhendo o conteúdo do ato, o seu destinatário e a conveniência ou não. Pode escolher o tipo de ato. Há determinados assuntos em que pode haver a escolha. Há uma liberdade de escolha do tipo de ato. A lei dá alternativas para havera escolha. REVOGAÇÃO E ANULAÇÃO A revogação é uma decisão da própria administração pública que acha por bem em dado momento revogar através de um ato um outro anteriormente existente por não mais ser conveniente para a própria administração aquele ato anterior. A anulação é a declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo, ilegal, inconveniente, irregular, feito pela própria administração pública ou em decorrência de decisão do Poder Judiciário. A situação é inversa da revogação, que não possui nenhum envolvimento do Poder Judiciário, na anulação, a administração pública descobriu que determinado ato só tinha aparência de perfeito, devendo ser anulado. 1. Complete as lacunas na frase a seguir e assinale a alternativa correta. A____________ é a supressão de um ato administrativo legítimo e eficaz realizado pelo (a)__________. O ato ilegal ou ilegítimo ensejará a _____________. a) revogação - Administração Pública - anulação b) anulação - Judiciário - revogação c) revogação - Judiciário - anulação d) anulação - Administração Pública – revogação ITEM 7. CONTRATOS E LICITAÇÃO Princípios: Supremacia da ordem pública: A consequência de se ter esse princípio na administração é que traz uma evolução no modo de administração pública utilizando-se o bem estar social, para que atenda o interesse da coletividade, um exemplo disso: os atos administrativos unilaterais, que tem várias exigibilidades através de previsões legais de sanções que tem o papel de induzir o administrado a atacá-las. Reconhece-se dentro deste princípio, um outro que se chama o princípio da autotutela, onde a Administração Pública tem o poder de revogar os seus próprios atos, desde que sejam inconvenientes ou inoportunos, assim como o dever de anular os atos inválidos que haja praticado. Força obrigatória: a força obrigatória consiste na regra de que o contrato é lei entre as partes, o que faz com que o contrato válido e eficaz deve ser cumprido por ambas as partes. A intangibilidade do contrato decorre desse princípio, onde ninguém pode alterar unilateralmente o conteúdo do contrato e, nem o juiz intervir nesse conteúdo. Essa noção ocorre do fato de terem as partes contratadas de livre e espontânea vontade e, submetido a sua vontade à restrição do cumprimento contratual. Boa fé contratual: seria como as partes devem agir antes, durante e depois do contrato. Para que haja o contrato perfeito é preciso se observar a boa-fé das partes contratantes antes, depois e durante o contrato e, verificar se há o descumprimento de boa ou de má-fé. O estado tem o direito de interferir na relação contratual dos contratantes, fazendo com que haja mais segurança nos termos. A boa fé não é princípio dedutivo, não existindo na constituição, onde depende do juiz analisar o comportamento dos contratantes antes, depois e após o contrato estipulado. Espécies de contrato administrativo: - Contrato de obra pública – neste contrato figura como objeto a construção ou reforma, ou ampliação de um imóvel público; - Contrato de prestação de serviço – que tem por objeto todo e qualquer serviço prestado a Administração, quer para atender as necessidades da população, quer para o atendimento das necessidades da própria administração, incluindo-se nessa categoria os contratos de transporte, manutenção, comunicação, reparos, etc. - Contratos de fornecimento – para aquisição de bens e coisas móveis para a Administração; - Contrato de concessão – onde a Administração concede a terceiros a realização de determinada atividade. Esta espécie de contrato divide-se em três espécies, a saber, concessão de obra pública, concessão de serviço público e concessão de uso de bem público. 1. Com relação a contrato administrativo, assinale a alternativa correta. e) O particular poderá invocar a exceção do contrato não cumprido, solicitando sua rescisão se a Administração não liberar a área necessária à execução do contrato no prazo contratual. LEI. 8666/93 Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Conceito: 3o A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional e (...) Modalidades I - Concorrência; II - Tomada de preços; III - Convite; IV - Concurso; V - Leilão Concorrência É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto. Tomada de preços É a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. Convite É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas. Concurso É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias. Leilão É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis previstos no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. É DISPENSÁVEL A LICITAÇÃO: III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; VI - quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento; XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade XIX - para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; XXII - na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica; XXIII - na contrataçãorealizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado (Art. 13 consideram-se serviços técnicos profissionais) I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; II - pareceres, perícias e avaliações em geral; III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 1. Em relação às modalidades de licitação, marque com V as afirmações verdadeiras e com F as falsas. (F) O princípio da universalidade, inerente à modalidade da concorrência, indica que quaisquer interessados podem participar do certame, sendo inadmissível a imposição de outros requisitos para sua participação. (F) Convite é a modalidade de licitação destinada às contratações de grande valor, impondo-se, por conseguinte, ampla publicidade através de todos os meios de informação necessários para a devida divulgação da convocação. (V) O procedimento da tomada de preços é o mesmo da concorrência, diferenciando-se desta no tocante à exigência de habilitação prévia dos participantes mediante registros cadastrais. (V) Concurso é a modalidade de licitação que visa à escolha de trabalho técnico, científico ou artístico e exaure-se com a classificação e pagamento dos prêmios, não conferindo direito à contratação com a Administração. (V) O pregão poderá ser realizado pela via eletrônica. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) V - F - V - V - F b) V - F - F - F - V c) F - F - V - V - F d) F - F - V - V - V e) F - V - F - V – V ITEM 8 - SERVIÇOS PÚBLICOS Serviço público é toda atividade de satisfação de necessidades coletivas. Serviço público desde que esteja estabelecido pelo ordenamento jurídico como sendo regido pelo poder público, ou seja, se a lei determina como tal. Serviço Público x Serviço de Utilidade Pública Serviço Público: São os que a Administração presta diretamente à comunidade, por reconhecer sua essencialidade e sua necessidade para a sobrevivência do grupo social e do próprio Estado. Serviço de Utilidade Pública: são os que a Administração, reconhecendo sua conveniência (não essencialidade, nem necessidade) para os membros da coletividade. Classificação – Serviços próprios: são aqueles que se relacionam intimamente com as atribuições do Poder Público (segurança, polícia, higiene e segurança e saúde pública, etc). – Serviços impróprios: são os que não afetam substancialmente as necessidades da comunidade, mas satisfazem interesses comuns (descentralização autarquias, fundações etc.) - Serviços industriais: são os que produzem renda para quem os presta, mediante a remuneração da utilidade usada ou consumida, remuneração esta que, tecnicamente, se denomina tarifa ou preço público. Serviços gerais: são aqueles que a Administração presta sem ter usuários determinados, para atender a coletividade no seu todo, como os de polícia, iluminação pública, calçamento e outros. Esses serviços satisfazem indiscriminadamente a população. Serviços individuais: são os que tem usuários determinados e utilização particular e mensurável para cada destinatário, como ocorre com o telefone, água e a energia elétrica. Slide 160 9. Administração Direta e indireta. A administração pública é toda atividade desenvolvida pelo Estado por meio de seus órgãos públicos destinados a executar atividades de interesse coletivo. Existem três níveis de atuação na administração pública: federal, estadual e municipal. Criam órgãos para realização de determinadas tarefas de acordo com a sua competência. Administrar é comandar, dirigir, governar. Quando os interesses são públicos temos administração pública. Ocorre a chamada centralização administrativa quando o Estado executa suas tarefas diretamente, por meio dos órgãos e agentes integrantes da denominada administração direta. Nesse caso, os serviços são prestados diretamente pelos órgãos do Estado, despersonalizados, integrantes de uma mesma pessoa política (União, Distrito Federal, estados ou municípios). Já a descentralização administrativa quando o Estado desempenha algumas de suas atribuições por meio de outras pessoas, e não pela administração direta. A descentralização pressupõe duas pessoas distintas: o Estado (União, o Distrito Federal, um estado ou um município) e a pessoa que executará o serviço, por ter recebido do Estado essa atribuição. A descentralização pode ocorrer por outorga (também denominada descentralização por serviços) ou por delegação (também chamada descentralização por colaboração). A descentralização será efetivada mediante outorga quando o Estado cria uma entidade (pessoa jurídica) e a ela transfere determinado serviço público. A outorga pressupõe obrigatoriamente a edição de uma lei que institua a entidade, ou autorize a sua criação, e normalmente seu prazo é indeterminado. É o que ocorre na criação das entidades da administração indireta: o Estado descentraliza a prestação de serviços, outorgando-os a outras pessoas jurídicas (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas). A descentralização é efetivada mediante delegação quando o Estado transfere, por contrato (concessão ou permissão de serviços públicos) ou ato unilateral (autorização de serviços públicos), unicamente a execução do serviço, para que a pessoa delegada o preste à população, sem seu próprio nome e por sua conta e risco, sob a fiscalização do Estado. Em nenhuma forma de descentralização há hierarquia. Administração direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (União, estados, Distrito Federal e municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, de atividades administrativas. Administração indireta é o conjunto de pessoas jurídicas (desprovidas de autonomia política) que, vinculadas à administração direta têm a competência para o exercício, de forma descentralizada, de atividades administrativas. No Brasil, o Decreto-Lei 200/1967, em seu art.4o estabelece a organização da administração pública federal, conforme abaixo descrito: Art.4o. A Administração Federal compreende: I – A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa da Presidência da República e dos Ministérios. II – A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica própria: a) Autarquias; b) Empresas Públicas; c) Sociedades de Economia Mista; d) Fundações Públicas. Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade. AUTARQUIAS As autarquias são entidades administrativas autônomas, criadas por lei específica, com personalidade jurídica de direito público, patrimônio próprio e atribuições estatais determinadas. As autarquias somente podem ser criadas por meio de lei específica consoante disciplinado no art. 37, XIX, da CF/88. Na esfera federal, a lei de criação é de iniciativa privativa do Presidente da República (vide art. 61, § 1o, II, “e” da CF/88). A extinção de autarquias deve ser feita, de igual modo, mediante a edição de lei específica, também de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo (princípio da simetria das formas jurídicas). As autarquias integram a administraçãoindireta, representando uma forma de descentralização administrativa mediante a personificação de um serviço retirado da administração centralizada. Por esse motivo, em regra, somente devem ser outorgados serviços públicos típicos às autarquias, e não atividades econômicas, ainda que estas possam ser consideradas de interesse social (as entidades da administração indireta preordenadas ao desempenho de atividades econômicas em sentido estrito são as empresas públicas e as sociedades de economia mista, consoante se depreende da leitura do art. 117 da CF/88). As autarquias estão sujeitas a controle da pessoa política que as criou, a qual são vinculadas. Trata-se do denominado controle finalístico, de tutela, ou supervisão, exercido apenas nos termos e limites expressos em lei, uma vez que não há hierarquia entre autarquia e o ente federado que a instituiu. O patrimônio inicial da autarquia é formado a partir da transferência de bens, móveis e imóveis, do ente federado que a criou, os quais passam a pertencer à nova entidade. Extinguindo-se a autarquia, todo seu patrimônio é reincorporado ao ativo da pessoa política a quem pertencia. Os bens da autarquia são considerados bens públicos em geral, como a imprescritibilidade (não podem ser adquiridos mediante usucapião) e a impenhorabilidade (não podem ser objetos de penhora, pois o processo de execução contra uma autarquia está sujeita ao regime de precatórios, previsto no art. 101 da CF/88). A expressão “agências reguladoras” consagrou-se em nosso direito legislado, em nossa doutrina e em nossa jurisprudência, sendo utilizada para descrever pessoas jurídicas administrativas – na esfera federal, todas as “agências reguladoras” tem sido criada como “autarquias sob regime especial” - cujo objeto seja a regulação de determinado setor econômico. Tal entidade tem atribuições técnicas, que idealmente devem ser exercidas sem interferência políticas por parte do ente federado a quem estejam vinculadas administrativamente. Por essa razão, costumam receber das suas leis instituidoras certos instrumentos aptos a assegurar um relativo grau de autonomia ante o Poder Executivo. São as Agências Reguladoras que vão receber maior autonomia administrativa, orçamentária e financeira mediante contratos de gestão firmados pelos seus administradores com o poder público. Já foram criadas algumas Agências Reguladoras, como por exemplo, a ANATEL e a ANEEL. As Agências Executivas também são autarquias que vão desempenhar atividades de execução na administração pública, desfrutando de autonomia decorrente de contrato de gestão. É necessário um decreto do Presidente da República, reconhecendo a autarquia como Agência Executiva. Ex.: INMETRO Art. 4O. A natureza de autarquia especial conferida à ANAC é caracterizada por independência administrativa, autonomia financeira, ausência de subordinação hierárquica e mandato fixo de seus dirigentes. FUNDAÇÕES PÚBLICAS Fundação pública é a entidade da administração indireta instituída pelo poder público mediante a personificação de um patrimônio que, dependendo da forma de criação, adquire personalidade jurídica de direito público ou personalidade jurídica de direito privado, a qual a lei atribuiu competências administrativas específicas, observadas as áreas de atuação a serem definidas em lei complementar. Muitos doutrinadores classificam as fundações públicas como gênero das autarquias. Destarte, as fundações públicas são entidades integrantes das administrações indiretas da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, voltadas, em regra, para o desempenho de atividades de interesse social, como assistência médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa científica, assistência social, atividades culturais entre outras. Não devem ser criadas para a exploração de atividade econômica com finalidade de lucro; para esse fim o Estado instituiu empresas públicas e sociedades de economia mista, conforme previsão constitucional, art. 173. Com a edição da EC 19/98, passou a estar previsto no texto constitucional que seja editada lei complementar com o escopo de definir as áreas em que as fundações públicas podem atuar. Exemplos de fundações públicas: Fundação Nacional do Índio, Fundação Nacional da Saúde, Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Fundação Escola de Administração Pública. O DL 200/67 incluiu inciso IV no art. 5O: Fundação Pública – a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. EMPRESAS PÚBLICAS e SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA Introduzida no Direito pátrio pelo Decreto 200/67, a empresa pública é uma espécie de pessoa jurídica que integra a Administração pública indireta. Em regra, criada pelo Estado, presta seus serviços no campo da atividade econômica privada, nos termos e limites fixados pela legislação e pela Constituição Federal. Em se tratando da definição de uma empresa pública, necessária se torna a transcrição do artigo 5º, inciso II, do Decreto Lei 200/67: “... Empresa pública: a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criada por lei para a exploração de atividade econômica que o governo seja levado a exercer por força de contingência administrativa, podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito.” As empresas públicas e as sociedades de economia mista são EMPRESAS ESTATAIS, isto é, sociedades empresariais que o Estado tem controle acionário e que compõem a Administração Indireta. Empresa pública é Pessoa Jurídica de Direito Privado, constituída por capital exclusivamente público, aliás, sua denominação decorre justamente da origem de seu capital, isto é, público, e poderá ser constituída em qualquer uma das modalidades empresariais. Sociedade de Economia Mista é Pessoa Jurídica de Direito Privado, constituída por capital público e privado, por isso ser denominada como mista. A parte do capital público deve ser maior, pois a maioria das ações deve estar sob o controle do Poder Público. Somente poderá ser constituída na forma de S/A. Ambas, como regra, têm a finalidade de prestar serviço público e sob esse aspecto serão Pessoas Jurídicas de Direito Privado com regime jurídico muito mais público do que privado, sem, contudo, passarem a ser titulares do serviço prestado, pois recebe somente, pela descentralização, a execução do serviço. Outra finalidade está na exploração da atividade econômica, o que será em caráter excepcional, pois de acordo com a Constituição Federal o Estado não poderá prestar qualquer atividade econômica, mas somente poderá intervir quando houver: - relevante interesse coletivo ou Vejamos a regra constitucional que trata do assunto: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. (Grifos nossos). ORGANIZACÕES SOCIAIS: são entidades de Direito Privado, disciplinadas pela Lei n° 9.637 de 15 de maio de 1998, sem finalidade lucrativa e destinadas a atuarem em atividades de ensino, pesquisa científica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio ambiente, cultura e saúde. Tais entidades são assim qualificadas pelo Poder Executivo e celebram contrato de gestão pelo qual poderão receber recursosorçamentários, bens públicos e cessão de servidores públicos. Não integram a chamada Administração Indireta, podendo ser classificadas como entes de cooperação. Questões 1. A administração indireta compreende, além de outras entidades, as empresas públicas e sociedades de economia mista, as quais têm personalidade jurídica de direito: (A) público e privado, respectivamente, criadas por lei de iniciativa do Poder Executivo. (B) privado, instituídas mediante autorização de lei específica. (C) público e independem de lei complementar para suas instituições. (D) privado e público, respectivamente, sendo instituídas mediante lei específica. (E) público, criadas por ato específico e privativo do chefe do Poder Executivo. 2. Complete as lacunas na frase a seguir e assinale a alternativa correta. A autarquia, pessoa jurídica de Direito_____, exerce atividades ___________ , enquanto a sociedade de economia mista, pessoa jurídica de Direito_______, exerce atividade _________. a) Público / econômicas / Privado / apenas de interesse público b) Privado / apenas de interesse público / Público / econômica c) Público / típicas da Administração Pública / Privado / econômica d) Privado / econômicas / Público / típicas da Administração Pública 10. Responsabilidade civil do Estado Desde os tempos do Império que a Legislação Brasileira prevê a reparação dos danos causados a terceiros pelo Estado, por ação ou inação dos seus agentes. Problemas de omissão, abuso no exercício de função e outros tipos de falhas sempre existiram no serviço público, o que é perfeitamente plausível dadas as características da administração pública, tanto do ponto de vista da sua complexidade quanto do seu gigantismo. As constituições de 1824 (Art. 179) e de 1891 (Art. 82), já previam a responsabilização dos funcionários públicos por abusos e omissões no exercício de seus cargos. Mas a responsabilidade era do funcionário, vingando até aí, a teoria da irresponsabilidade do Estado. Durante a vigência das Constituições de 1934 e 1937 passou a vigorar o princípio da responsabilidade solidária. O lesado podia mover ação contra o Estado ou contra o servidor, ou contra ambos, inclusive a execução. Porém o Código Civil/16, em seu Art. 15, já tratava do assunto: “As pessoas jurídicas de direito público são civilmente responsáveis por atos dos seus representantes que nessa qualidade causem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando a dever prescrito por lei, salvo o direito regressivo contra os causadores do dano” Entretanto, a figura da responsabilidade direta ou solidária do funcionário desapareceu com o advento da Carta de 1946, que adotou o princípio da responsabilidade objetiva do Estado, com a possibilidade de ação regressiva contra o servidor no caso de culpa. Note-se que, a partir da Constituição de 1967 houve um alargamento na responsabilização das pessoas jurídicas de direito público por atos de seus servidores. Saiu a palavra interno, passando a alcançar tanto as entidades políticas nacionais, como as estrangeiras. Esse alargamento ampliou-se com a Constituição de 1988, que estendeu a responsabilidade civil objetiva às pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviços públicos, os não essenciais, por concessão, permissão ou autorização. Teorias da responsabilidade objetiva do Estado (segundo Hely Lopes Meirelles): a) teoria da culpa administrativa: a obrigação do Estado indenizar decorre da ausência objetiva do serviço público em si. Não se trata de culpa do agente público, mas de culpa especial do Poder Público, caracterizada pela falta de serviço público. b) teoria do risco administrativo: a responsabilidade civil do Estado por atos comissivos ou omissivos de seus agentes, é de natureza objetiva, ou seja, dispensa a comprovação de culpa. “Para que se configure a responsabilidade objetiva do ente público, basta a prova da omissão e do fato danoso e que deste resulte o dano material ou moral”. Em seu Relato o Min. José Delgado continua “A ré (Prefeitura/SP) só ficaria isenta da responsabilidade civil se demonstrasse – o que não foi feito – que o fato danoso aconteceu por culpa exclusiva da vítima”. Portanto, basta tão só o ato lesivo e injusto imputável à Administração Pública. Não se indaga da culpa do Poder Público mesmo porque ela é inferida do ato lesivo da Administração. É fundamental, entretanto, que haja o nexo causal. “Deve haver nexo de causalidade, isto é, uma relação de causa e efeito entre a conduta do agente e o dano que se pretende reparar. Inexistindo o nexo causal, ainda que haja prejuízo sofrido pelo credor, não cabe cogitação de indenização”. Lembrando que a dispensa de comprovação de culpa da Administração pelo administrado não quer dizer que aquela esteja proibida de comprovar a culpa total ou parcial da vítima, para excluir ou atenuar a indenização. Verificado o dolo ou a culpa do agente, cabe à fazenda pública acionar regressivamente para recuperar deste, tudo aquilo que despendeu com a indenização da vítima. c) Teoria do risco integral: a Administração responde invariavelmente pelo dano suportado por terceiro, ainda que decorrente de culpa exclusiva deste, ou até mesmo de dolo. É a exacerbação da teoria do risco administrativo que conduz ao abuso e à iniquidade social, com bem lembrado por Meirelles. A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 37, § 6º, diz: “As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa”. E no Art. 5º, X, está escrito: “São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação” Vê-se por esse dispositivo que a indenização não se limita aos danos materiais. No entanto, há uma dificuldade nos casos de danos morais na fixação do quantum da indenização, em vista da ausência de normas regulamentadoras para aferição objetiva desses danos. Para Maria Helena Diniz ‘negar indenização pelo estado em qualquer de seus atos que causaram danos a terceiros é subtrair o poder público de sua função primordial de tutelar o direito’. ‘Com isso, a responsabilidade civil do estado passa para o campo do direito público, com base no princípio da igualdade de todos perante a lei, pois entre todos devem ser distribuídos equitativamente os ônus e encargos’. Se o dano foi causado pelo estado, e este atua em nome da sociedade, então a responsabilidade acaba sendo desta, que deve suportar os custos pelos prejuízos, que, por conseguinte, serão distribuídos, indiretamente, a cada indivíduo. Assim, a justiça fica restabelecida, uma vez que o dano causado a um terceiro será absorvido por toda a sociedade. Questões 1. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, § 6o, dispõe que as pessoas jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Sobre esse tema, a alternativa correta é: a) Para que se configure a responsabilização da Administração, é necessário que o agente público tenha agido no exercício de suas funções. b) A ação regressiva da Administração contra o agente público causador do dano transmite-se aos sucessores do culpado, podendo ser instaurada mesmo após a aposentadoria, exoneração ou demissão do mesmo. c) Tal dispositivo demonstra que a Constituição atual acolheu a teoria subjetiva da culpa ou a doutrina subjetiva. d) Segundo a teoria da responsabilidade civil objetiva, o Poder Público cobreo risco da ação ou omissão do agente público, independentemente da ocorrência de causa excludente da responsabilidade estatal. e) Os atos administrativos praticados pelo Poder Judiciário e pelo Legislativo só ensejam a responsabilização da Fazenda Pública mediante a comprovação de culpa na sua expedição. FIM
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