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Assistência Farmacêutica no SUS
Ao criar o Sistema Único de Saúde (SUS), o Brasil viu a necessidade de reformular e criar várias políticas de saúde. Quanto a politicas de saúde para uso de medicamentos, sabemos que desde a extinção da central de medicamentos (Ceme), não existiu, até então, qualquer tipo de programa estratégico. Diante deste cenário, ocorreu a criação de um modelo de gestão farmacêutica, que visa colaborar no atendimento dos princípios do SUS, além de contribuir para o Uso Racional de medicamentos (URM).
No Brasil, a Assistência Farmacêutica (AF) teve a criação do SUS como um de seus principais pilares. Porquê?
Primeiro: O SUS possibilitou o exercício pleno das atividades preconizadas neste importante segmento farmacêutico.
Segundo: No Brasil, desde os primeiros protótipos de AF implantados, sempre houve um questionamento sobre a necessidade de estandardização dos modelos, isto é, era preciso copiar os modelos internacionais ou desenvolver seus próprios métodos.
Terceiro: Com o passar do tempo, o Brasil consolidou a sua própria AF, originando outros importantes serviços, entre eles a Atenção Farmacêutica (ATF), responsável por propiciar: contato direto entre o paciente e o profissional farmacêutico; e integração total à equipe multiprofissional.
A AF é um sistema que pode e deve ser desenvolvido com a participação de vários agentes: médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, entre outros, mas sempre com a supervisão direta do farmacêutico. Os programas de AF tem como objetivos principais: o bem-estar, a qualidade de vida, e a resolução dos problemas em saúde.
Os programas de AF, tanto nos níveis municipal, estadual e federal quanto os oriundos de empresas privadas, possibilitam a total integração entre gestão e atividades clinicas e técnicas, promovendo maior robustez e qualidade ao sistema como um todo.
Definições de Assistência Farmacêutica (AF):
Um conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico e outros profissionais de saúde, voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto no nível individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao seu uso racional. – Ivama et. Al. 2002.
É o conjunto de ações e serviços que visam assegurar a assistência integral, a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos ou privados, desempenhados pelo farmacêutico ou sob sua supervisão. - Resolução nº 357, CFF|2001.
É o conjunto de ações e de serviços que visa assegurar a assistência terapêutica integral e a promoção, a proteção e a recuperação da saúde nos estabelecimentos públicos e privados que desempenhem atividades farmacêuticas, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao seu acesso e ao seu uso racional. – Lei nº 13.021 |2014 (um marco para a Assistência Farmacêutica brasileira).
A Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o acesso e ao seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população. – Resolução nº 338|2004.
Ao longo dos anos, o sistema de saúde brasileiro foi conquistando espaços sempre seguindo os modelos políticos vigentes. Até que se chegasse ao SUS, muitas batalhas, decepções e vitórias ocorreram. Ou seja, o SUS é o resultado de lutas da população por uma saúde digna!
A política de saúde pode ser entendida como a ação ou a omissão do Estado no contexto social diante dos problemas de saúde e de algumas características, como a produção, distribuição e regulação dos bens e serviços e ambientes que interferem na qualidade de vida, na saúde das pessoas e de toda a comunidade.
A evolução da política de saúde esteve sempre em consonância com a evolução da política econômica e social do Brasil.
Proclamação da República (1889): Ainda na época do Brasil Império, entre 1500 e 1889, o Brasil vivenciou a expansão da produção de café. Em seguida, ocorreu a proclamação da República, em 1889, com o crescimento da burguesia local e do comércio interno. No aspecto sanitário, algumas doenças eram muito prevalentes, trazidas pelos europeus e escravos africanos. 
E quais foram essas doenças? O que provocavam? 
Algumas dessas doenças eram endêmicas e provocaram epidemias muito preocupantes para o período: hanseníase (lepra), tuberculose, cólera, febre amarela, varíola, doenças sexualmente transmissíveis, entre outras.
Para melhor entendimento do conteúdo, é importante que você conheça o conceito de endemia:
Refere-se a doenças que ocorrem em determinada área geográfica ou grupo populacional, com taxas de prevalência e incidência elevadas, em comparação com outras áreas ou populações. Uma doença endêmica pode tornar-se epidêmica se alterar o hospedeiro ou o ambiente.
Refere-se a doenças que ocorrem em uma comunidade ou uma região com um número de casos de dada doença anormalmente elevado ou inesperado para esse local e período. Como tal, esta definição não compreende quaisquer limites quantitativos.
Fique atento! Não podemos afirmar que, naquele período, houve algum tipo de projeto ou política de saúde. Somente os mais ricos tinham acesso à assistência médica. 
O Governo, entretanto, adotou algumas ações com o objetivo de reduzir os problemas mais graves de saúde pública. Vamos conhecê-las?
· Saneamento dos portos;
· Melhoria da infraestrutura dos centros urbanos de maior interesse (Ouro Preto, Recife, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo);
· Campanhas para erradicar as epidemias mais frequentes.
Neste período, foram criadas algumas importantes instituições, com destaque para a Escola de Medicina da Bahia.
1889 a 1930 – República Velha: Em seguida, veio a República Velha, período marcado pela hegemonia do café, com trabalho assalariado e sem escravidão.
Doenças como cólera, malária, febre amarela, peste, tuberculose, tifo etc. ainda predominavam.
E qual foi o fato marcante na área da saúde nesta época?
Foi o lançamento do programa de saneamento do Rio de Janeiro e o combate à febre amarela em São Paulo. O então presidente Rodrigues Alves escolheu o médico e notório pesquisador brasileiro Oswaldo Cruz para ocupar o cargo de diretor-geral de saúde pública.
Para combater as epidemias rurais e urbanas, Oswaldo Cruz elegeu como sua principal marca as “Campanhas Sanitárias”. No entanto, sem dúvida alguma, o fato mais marcante se deu em 1904, quando houve a obrigatoriedade legal da vacinação contra a varíola, gerando um movimento popular chamado de “Revolta da Vacina”.
Alguns anos depois, em 1920, o médico sanitarista e cientista Carlos Chagas inovou o modelo de campanhas de Oswaldo Cruz e criou alguns órgãos para controle da hanseníase, das doenças sexualmente transmissíveis e da tuberculose.
Fique atento! Neste período, é marcado o nascimento da saúde pública brasileira, com o sanitarismo campanhista, que é influenciado e se baseia na égide dos conhecimentos de microbiologia e bacteriologia – uma oposição ao conceito antiquado de saúde-doença até então adotado.
Surgiu, nesse período, a Previdência Social, com as contribuições das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAP). Também houve um crescimento da medicina liberal, usada principalmente pelos ricos.
Veja que interessante: as CAP foram criadas em 1923 por meio da Lei Eloy Chaves e foram consideradas o passo inicial para a criação da previdência.
Surgem, então, dois modelos de saúde:
Modelo sanitarismo-campanhismo: trata-se de uma abordagem ambiental e coletiva da doença.
Modelo curativo-privatista: feito pelas CAP e pela medicina liberal, com abordagem individualista e com forte apelo da medicalização dos problemasde saúde.
1930 a 1945 – Era Vargas: Na sequência, tivemos a Era Vargas, que permaneceu por apenas 15 anos, entre 1930 e 1945.
E quais foram os principais fatos que ocorreram nesta época?
Na gestão Vargas, houve: uma profunda reforma administrativa e política promovida pela Constituição de 1934.
a promulgação das leis trabalhistas, estabelecendo pela primeira vez, de forma contratual, a relação capital e trabalho.
a criação do Ministério da Educação e Saúde, em 1930, com o objetivo de melhor organização das ações de saúde pública.
a transformação das CAP em Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP), em 1933, os quais passaram a ser geridos diretamente pelo Estado e com o financiamento executado de modo tripartite: empregados, empregadores e Estado. 
1953 – Período Desenvolvimentista: A partir de 1953, temos o período desenvolvimentista, com a criação do Ministério da Saúde (MS), em um momento fortemente marcado pela discussão ligada à entrada de capital estrangeiro para o desenvolvimento industrial do Brasil, que implicava reflexos diretos na política de saúde.
Ocorreram alguns avanços dos IAP, com a construção de hospitais para o atendimento de seus segurados. A ideia era a de que um melhor estado de saúde teria como consequência um trabalhador mais saudável.
1964 a 1984 – Ditadura Militar no Brasil: O período da ditadura militar no Brasil ocorreu entre 1964 e 1984, e, no que diz respeito à saúde, foi marcado pela criação do Instituto Nacional de Previdência e Assistência Social (INPS), um grande avanço para a saúde naquele contexto. O INPS foi subordinado ao Ministério do Trabalho e Previdência Social.
A criação do INPS trouxe importantes mudanças no mercado da saúde no Brasil, fortalecendo a relação entre o mercado privado e o sistema público de saúde. Surgiram, então, as primeiras grandes organizações chamadas de “Medicinas de Grupo”, ainda que no fim da ditadura militar.
E qual é o resultado dessa importante mudança?
O resultado trouxe como consequência a “comercialização da saúde”, isto é, o modelo sanitarista vai, aos poucos, recebendo influência de corporações privadas com foco no lucro. Muito próximo ao início dos anos 1980, é deflagrada uma forte crise no modelo previdenciário de saúde.
Quais outros fatos ocorreram nesta época?
Em 1975, ocorreu a V Conferência Nacional de Saúde, momento em que o Governo Federal apresentou o modelo de um sistema nacional de saúde por meio da Lei nº 6.229/1975.
Em 1977, foi criado o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (Sinpas), que congregava:
o INPS;
o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps);
 a Legião Brasileira de Assistência (LBA);
o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (Iapas);
a Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (Dataprev);
a Fundação Nacional do Bem-estar do Menor (Funabem);
a Central de Medicamentos (Ceme).
1985 em diante – Nova República: Já em 1986, aconteceu a VIII Conferência Nacional de Saúde, evento que possibilitou amplos debates sobre os problemas do sistema de saúde. A conferência contou com a participação de representantes de movimentos sociais, trabalhadores, governo, sindicatos, entre outros. Foi um embrião para a criação do SUS.
Atente-se para o seguinte: o SUS é uma conquista social, fruto da ação da sociedade brasileira, que tem como objetivo central promover a justiça social, com atendimento a todas as pessoas.
Em consonância com o definido em 1952 pela convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Constituição Federal de 1988 dispõe no artigo 194: “A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.”
Assim, conheça as características da ordem social:
universalidade de cobertura e atendimento;
reconhecimento dos direitos sociais;
afirmação do dever do Estado;
subordinação das práticas privadas à regulação em função da relevância pública das ações e serviços nestas áreas;
uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços prestados às populações urbanas e rurais;
seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços;
irredutibilidade do valor dos benefícios;
equidade na forma de participação e custeio;
diversidade descentralizada.
Criação do SUS: Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990
O SUS é o conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, seja da administração direta, seja indireta, bem como por organizações mantidas pelo poder público. É permitido que a iniciativa privada integre o SUS. 
Conforme vimos, o SUS é fruto de uma das maiores conquistas sociais da população brasileira, consagrada na Constituição Federal de 1988.
A Lei nº8.080/1990 “dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências”.
Leia o que a Lei propõe em suas disposições gerais.
“Art. 2o A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.
 § 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.
 § 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade."
“Art. 3o Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do país, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. (Redação dada pela Lei nº 12.864, de 2013)
Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social.”
Assim, o SUS é norteado por dois princípios: Princípios Doutrinários; e Princípios Organizativos.
Direito à Saúde e Acesso Universal a Medicamentos Essenciais
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Política Nacional de Medicamentos (PNM)
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