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COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
Prof.ª Cláudia Suéli Weiss
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
Prof.ª Estela Maris Bogo Lorenzi
UNIASSELVI
2013
Caderno de Estudos
NEAD
Educação a Distância
GRUPO
Copyright  UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof.ª Cláudia Suéli Weiss
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
Prof.ª Estela Maris Bogo Lorenzi
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
UNIASSELVI – Indaial.
469.07
W429c Weiss, Cláudia Suéli
 Comunicação e linguagem / Cláudia Suéli Weiss; Elisabeth 
Penzlien Tafner; Estela Maris Bogo Lorenzi. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 
 181 p. : il 
 
 ISBN 978-85-7830-733-2
 1. Língua portuguesa – Estudo e ensino.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
 
APRESENTAÇÃO
Linguagem e comunicação são partes integrantes de nossas vidas, indispensáveis não 
somente para a aquisição de conhecimentos, nas mais diversas áreas do saber, bem como 
para a participação nos diferentes contextos sociais. 
O ritmo em que desenvolvemos nossas atividades é cada vez mais acelerado, daí a 
necessidade de uma comunicação eficaz tanto nas relações pessoais como nas interpessoais. 
E não somos apenas nós que vivemos nesta rotina, a sociedade também é caracterizada 
pelo ritmo frenético das mudanças, especialmente no mundo dos negócios. Com a integração 
apressada das diversas mídias, o perfil das organizações tanto empresariais como sociais vem 
se alterando significativamente. 
É preciso reconstruir este cenário em que tais modificações ocorrem, porque na verdade 
a comunicação e a linguagem funcionam como um ícone, que liga diferentes culturas e, inclusive, 
tendências. Tentar situá-las à revelia deste contexto, amplo e complexo, implica esgotar o seu 
conteúdo e o seu poder de persuasão.
Na Unidade 1 analisaremos a origem, a importância, as funções e as formas que 
a linguagem e a comunicação apresentam. Saber a real funcionalidade do processo de 
comunicação, utilizando recursos que enfatizam a intenção do que o emissor quer compartilhar, 
reforça tanto a boa comunicação das empresas e/ou instituições para com seus clientes, como 
também gera um diferencial no profissional que partilha destas informações.
Na Unidade 2 trataremos dos textos que compõem os documentos (em especial os 
que você utiliza no seu dia a dia profissional), descreveremos sua função, definiremos sua 
estruturação, apresentaremos modelos e características. A compreensão de coesão e coerência 
textual também é parte integrante desta unidade, pois escrever é uma habilidade que pode 
ser aperfeiçoada diariamente.
Na Unidade 3 abordaremos os tópicos de gramática, no que se refere ao uso correto 
da pontuação, classes gramaticais e expressões, pois, já que estamos falando de linguagem 
e comunicação no âmbito profissional, o conhecimento e o uso das regras gramaticais 
contribuem para uma boa entrevista ou análise do seu currículo. Então, para que a escrita e 
a comunicação sejam mais eficazes, devemos conhecer o vocabulário e as regras que são 
aceitas pela nossa comunidade linguística. 
Caro(a) acadêmico(a), esperamos que ao final deste caderno, a partir dos 
conhecimentos adquiridos, você possa interagir com maior segurança em relação ao uso da 
língua portuguesa, nas modalidades falada e/ou escrita, em situações formais ou informais, 
iii
iv
tanto corriqueiras como profissionais. Para tanto, este Caderno de Estudos contém textos, 
reflexões, ideias, imagens, dicas funcionais e questões pertinentes ao uso adequado da 
língua portuguesa.
Bons estudos!
Prof.ª Cláudia Suéli Weiss
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
Prof.ª Estela Maris Bogo Lorenzi
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus 
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. 
Desejo a você excelentes estudos! 
 UNI
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SUMÁRIO
UNIDADE 1 – LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES ACERCA 
 DAS FUNÇÕES COGNITIVAS .................................................................. 1
TÓPICO 1 – LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL ........................... 3
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
2 PARTICULARIDADES DA LINGUAGEM ...................................................................... 5
3 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL ...................................................................... 6
3.1 A LINGUAGEM NÃO VERBAL .................................................................................. 10
3. 2 A LINGUAGEM VERBAL ........................................................................................... 11
4 PARTICULARIDADES DA LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA .......................... 13
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 15
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 16
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 17
TÓPICO 2 – COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS .................................... 19
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 19
2 O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS ....................... 19
2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO ..................................................................................... 22
3 ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ................................................. 24
3.1 EMISSOR .................................................................................................................. 24
3.2 RECEPTOR ............................................................................................................... 25
3.3 MENSAGEM .............................................................................................................. 25
3.4 CANAL DE COMUNICAÇÃO .................................................................................... 25
3.5 CÓDIGO .................................................................................................................... 26
3.6 REFERENTE ............................................................................................................. 26
4 BARREIRAS A UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ ......................................................... 27
4.1 REDUNDÂNCIA ........................................................................................................ 28
4.2 RUÍDO ....................................................................................................................... 29
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 32
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 33
TÓPICO 3 – A LINGUAGEM E SUAS PARTICULARIDADES ...................................... 35
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 35
2 NÍVEIS DE LINGUAGEM ............................................................................................. 35
2.1 NÍVEL CULTO OU FORMAL ..................................................................................... 36
2.2 NÍVEL INFORMAL ..................................................................................................... 36
2.3 ADEQUAÇÃO NO USO DAS VARIEDADES LINGUÍSTICAS .................................. 38
2.4 GÍRIAS ......................................................................................................................38
3 A LINGUAGEM PARTICULAR DE UMA PROFISSÃO ............................................... 39
3.1 LINGUAGEM TÉCNICA OU JARGÃO ...................................................................... 40
4 A LINGUAGEM E SUAS FUNÇÕES ........................................................................... 41
vi
4.1 FUNÇÃO EMOTIVA ................................................................................................... 42
4.2 FUNÇÃO REFERENCIAL ......................................................................................... 43
4.3 FUNÇÃO APELATIVA ................................................................................................ 44
4.4 FUNÇÃO FÁTICA ...................................................................................................... 45
4.5 FUNÇÃO METALINGUÍSTICA .................................................................................. 45
4.6 FUNÇÃO POÉTICA ................................................................................................... 46
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................. 48
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 50
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 52
UNIDADE 2 – A ESTRUTURA TEXTUAL ...................................................................... 53
TÓPICO 1 – O TEXTO E SUA INTENÇÃO .................................................................... 55
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 55
2 A CONSTRUÇÃO DO TEXTO: COESÃO E COERÊNCIA ......................................... 56
2.1 COESÃO ................................................................................................................... 56
2.1.1 Mecanismos de coesão .......................................................................................... 57
2.2 COERÊNCIA ............................................................................................................. 58
3 PARÁGRAFO ............................................................................................................... 63
3.1 A ESTRUTURAÇÃO DO PARÁGRAFO .................................................................... 63
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 65
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 66
TÓPICO 2 – OS DIVERSOS TEXTOS ............................................................................ 69
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 69
2 CARACTERÍSTICAS DOS TEXTOS ........................................................................... 70
3 A NARRAÇÃO ............................................................................................................. 71
4 A DESCRIÇÃO ............................................................................................................. 74
5 A ARGUMENTAÇÃO ................................................................................................... 76
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 79
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 80
TÓPICO 3 – O ESTUDO DO TEXTO: LEITURA, INTERPRETAÇÃO E GÊNEROS ..... 81
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 81
2 A LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL ........................................................... 82
2.1 O MAIOR DESAFIO DAS INSTITUIÇÕES: A COMUNICAÇÃO INTERNA ............... 82
3 OS MODELOS TEXTUAIS .......................................................................................... 84
3.1 RELATÓRIOS ............................................................................................................ 85
3.1.1 Partes do relatório .................................................................................................. 86
3.1.2 Aplicação ................................................................................................................ 86
3.2 MEMORANDO .......................................................................................................... 87
3.2.1 Estrutura do memorando ........................................................................................ 88
3.3 ATA ............................................................................................................................ 90
3.3.1 Escritura e modelo .................................................................................................. 91
3.4 OFÍCIO ...................................................................................................................... 92
vii
3.4.1 Elaboração e modelo .............................................................................................. 93
3.5 REQUERIMENTO ..................................................................................................... 95
3.5.1 Escritura e modelo .................................................................................................. 95
3.6 E-MAIL ....................................................................................................................... 96
3.6.1 Linguagem e dicas na elaboração de um e-mail formal ......................................... 96
3.7 CIRCULAR ................................................................................................................ 98
3.7.1 Modelo .................................................................................................................... 98
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 100
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 101
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 102
UNIDADE 3 – A GRAMÁTICA E SUAS PARTES ........................................................ 103
TÓPICO 1 – AS CLASSES DE PALAVRAS ................................................................. 105
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 105
2 AS CARACTERÍSTICAS DE CADA CLASSE .......................................................... 105
2.1 SUBSTANTIVO ....................................................................................................... 106
2.2 ADJETIVO ............................................................................................................... 109
2.3 ADVÉRBIO ............................................................................................................... 111
2.4 NUMERAL ................................................................................................................ 112
2.5 ARTIGO .................................................................................................................... 113
2.6 PREPOSIÇÃO .......................................................................................................... 114
2.7 CONJUNÇÃO ........................................................................................................... 115
2.8 INTERJEIÇÃO .......................................................................................................... 117
2.9 VERBO .....................................................................................................................118
2.10 PRONOMES .......................................................................................................... 125
2.10.1 Os pronomes de tratamento ............................................................................... 130
3 COLOCAÇÃO PRONOMINAL .................................................................................. 131
3.1 PRÓCLISE .............................................................................................................. 131
3.2 MESÓCLISE ............................................................................................................ 132
3.3 ÊNCLISE ................................................................................................................. 132
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................... 133
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 135
TÓPICO 2 – PONTUAÇÃO, ACENTUAÇÃO E O USO DO HÍFEN ............................. 137
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 137
2 O EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO ......................................................... 138
2.1 O PONTO ................................................................................................................ 138
2.2 DOIS-PONTOS ....................................................................................................... 140
2.3 O PONTO E VÍRGULA ............................................................................................ 140
2.4 A VÍRGULA .............................................................................................................. 141
2.5 O PONTO DE INTERROGAÇÃO ............................................................................ 145
2.6 O PONTO DE EXCLAMAÇÃO ................................................................................ 146
2.7 AS RETICÊNCIAS ................................................................................................... 146
viii
2.8 AS ASPAS ............................................................................................................... 147
2.9 O TRAVESSÃO ....................................................................................................... 148
2.10 O ASTERISCO ...................................................................................................... 149
2.11 OS PARÊNTESES ................................................................................................. 149
2.12 COLCHETES ......................................................................................................... 150
3 A ACENTUAÇÃO DAS PALAVRAS .......................................................................... 151
3.1 A CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A TONICIDADE DAS SÍLABAS .............. 152
4 CRASE ....................................................................................................................... 154
5 HÍFEN ......................................................................................................................... 156
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................... 160
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 162
TÓPICO 3 – LÍNGUA PORTUGUESA: DÚVIDAS PERTINENTES NA ESCRITURA 
 DE UM TEXTO ........................................................................................... 163
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 163
2 AMBIGUIDADE .......................................................................................................... 163
3 ESTRANGEIRISMOS ................................................................................................ 165
4 PLEONASMO ............................................................................................................ 166
5 EXPRESSÕES ........................................................................................................... 167
5.1 USO DOS PORQUÊS ............................................................................................. 168
5.2 USO DE MAU E MAL .............................................................................................. 169
5.3 USO DE SENÃO E SE NÃO ................................................................................... 169
5.4 USO DE MAIS E MAS ............................................................................................. 170
5.5 USO DO HÁ E A ...................................................................................................... 171
5.6 USO DE AONDE E ONDE ...................................................................................... 171
5.7 USO DE A FIM E AFIM ............................................................................................ 172
5.8 USO DE DEMAIS E DE MAIS ................................................................................. 172
5.9 USO DE AO ENCONTRO DE E DE ENCONTRO A ............................................... 173
5.10 USO DE ACERCA DE E HÁ CERCA DE .............................................................. 173
5.11 USO DE A PRINCÍPIO E EM PRINCÍPIO ............................................................. 173
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 174
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 176
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 177
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 179
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UNIDADE 1
LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO: REFLEXÕES 
ACERCA DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
OBjETIVOS DE APRENDIZAGEM
 A partir desta unidade você será capaz de:
	identificar as particularidades e a importância da língua escrita e 
falada;
	entender os processos e os elementos da comunicação;
	refletir e adequar o uso da linguagem em diferentes situações;
	conhecer e diferenciar as funções da linguagem, bem como 
compreender a importância de cada uma no processo comunicativo;
	identificar e apresentar soluções para os problemas relacionados 
às falhas comunicativas no cotidiano profissional.
TÓPICO 1 – LINGUAGEM: UM MEIO DE 
COMUNICAÇÃO SOCIAL
TÓPICO 2 – COMUNICAÇÃO: PROCESSOS 
E ELEMENTOS
TÓPICO 3 – A LINGUAGEM E SUAS 
PARTICULARIDADES
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos que visam auxiliar 
você na compreensão da origem e importância da linguagem e da 
comunicação. Ao final de cada tópico apresentamos atividades a fim 
de consolidar seus conhecimentos sobre a temática.
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LINGUAGEM: UM MEIO DE 
COMUNICAÇÃO SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
UNIDADE 1
Expressar-se de maneira competente na língua materna é uma necessidade inegável 
para o bom desempenho de atividades que envolvam a palavra. Portanto, uma primeira reflexão 
merece atenção: qual é a distinção de linguagem e língua? 
De maneira geral, linguagem é usar a língua para comunicar-se com as pessoas. De 
acordo com Terra (1997), damos o nome de linguagem a todo sistema de sinais convencionais 
que nos permite realizar atos de comunicação. Existem várias linguagens, a dos surdos, a que 
você fala, a dos sinais de trânsito, a das bandeiras em corridas de automóveis, entre outras. 
 Língua, por sua vez, refere-se ao conjunto de expressões e palavras que são usadas 
por um determinado povo, sendo estamunida de regras para o uso adequado.
 [...] língua não se confunde com linguagem; é somente uma parte determinada, 
essencial dela, indubitavelmente. É, ao mesmo tempo, um produto social da 
faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias adotadas 
pelo corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos. 
(SAUSSURE, 1972, p. 17)
De acordo com Terra (1997, p. 13), a definição de língua é: “[...] a linguagem que 
utiliza a palavra como sinal de comunicação.” Entendemos então que a língua é um aspecto 
da linguagem e pertence a um grupo de indivíduos; estes, por sua vez, concretizam a língua 
através da fala. 
 
Podemos dizer que no ato da comunicação não utilizamos somente um conjunto de 
palavras faladas e/ou escritas, mas também imagens, gestos, cores e sinais. Observe:
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FIGURA 1 – COMUNICAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://comunicadm.blogspot.com/2010/04/comunicacao-com-sinais-
de-libras.html>. Acesso em: 13 dez. 2011.
Temos, como exemplo de gestos e sinais, o alfabeto de Libras. A seguir você pode 
observar a importância das cores na comunicação.
FIGURA 2 – A COR NA COMUNICAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://midiassociaisblog.com/index.php/entenda-o-
significado-das-cores-na-comunicacao.html>. Acesso em: 13 dez. 2011.
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A cor é muito explorada pelos publicitários, pois é um elemento que causa distintas 
sensações. Elas são fundamentais na representação de logomarcas e produtos de empresas.
NO
TA! �
Para compartilhar a essência da empresa e/ou corporação e 
provocar a percepção da marca nos consumidores, é necessário 
fazer um estudo das cores mais adequadas para o seu negócio. 
A logomarca precisa causar impacto, ser lembrada e reconhecida 
perante os diversos públicos das empresas. Este é o grande 
desafio dos designers: criar marcas que se destaquem entre tantos 
concorrentes.
Além disso, é preciso adequar a linguagem para as diferentes situações, ou seja, 
dependendo do lugar, do momento e das pessoas com quem nos comunicamos, faz-se 
necessária a adequação da linguagem. É com base nessas questões que convidamos você, 
acadêmico(a), a aprofundar seus estudos nos tópicos seguintes.
2 PARTICULARIDADES DA LINGUAGEM
Como vimos, a linguagem não é somente um conjunto de palavras – faladas ou escritas 
–, mas de gestos e imagens. A linguagem possui particularidades que vão além de somente 
substantivo, adjetivo, verbo, pronomes e/ou preposições. Sendo assim, não nos comunicamos 
apenas pela fala ou escrita, não é verdade? Alguma vez você já tentou comunicar-se sem 
utilizar um verbo? Faça o teste e você vai perceber o quão difícil é obter algo coerente. A seguir 
veremos a distinção entre linguagem verbal e linguagem não verbal. Antes, porém, leia o texto 
que segue de Ricardo Ramos, Circuito Fechado. 
CIRCUITO FECHADO
 
Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, 
creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, 
toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, telefone, 
ATEN
ÇÃO!
Caro(a) acadêmico(a), você pode visualizar este Caderno de 
Estudos colorido no AVA, menu Material Interativo.
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ATEN
ÇÃO!
Se você quiser conhecer um pouco mais sobre o escritor Ricardo 
Ramos e sua obra, acesse o site <http://www.ricardoramos.org.br/>.
3 LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL
A comunicação é essencial nas relações, sejam elas pessoais, empresariais e/ou 
educacionais. Apesar de poder ser realizada de várias maneiras, só existe comunicação quando 
a mensagem é recebida com o mesmo valor com que ela foi transmitida. Tanto a linguagem 
verbal quanto a não verbal têm um papel muito importante na comunicação. Para tanto, torna-se 
imprescindível que as duas estejam em concordância, para que a comunicação seja coerente. 
 
A linguagem humana é um processo altamente complexo. Podemos afirmar que ela 
está presente nas diversas situações de comunicação. Por exemplo:
agenda, copo com lápis, caneta, blocos de notas, espátula, pastas, caixa de entrada, de 
saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro 
e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, 
telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, 
cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, 
quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, 
talheres, garrafa, guardanapo. xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, 
pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone 
interno, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maço 
de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, 
guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, 
externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel 
e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel 
e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. 
Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. 
Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, 
sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.
FONTE: RAMOS, Ricardo. Disponível em: <http://www.ricardoramos.org.br/>. Acesso em: 13 dez. 2011.
Nesta crônica, você observou que o autor elaborou a mensagem utilizando apenas 
substantivos.
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FIGURA 3 – NA CONVERSA DAS PESSOAS
FONTE: Disponível em: <http://ravenasilvapsique.blogspot.com/>. Acesso em: 15 
ago. 2011.
FIGURA 4 – EM PLACAS DE SINALIZAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://www.portaldecarapicuiba.com/servicos/placas-de-
sinalizacao-carapicuiba/>. Acesso em: 15 ago. 2011.
FIGURA 5 – EM LIVROS, JORNAIS E REVISTAS
FONTE: Disponível em: <http://deixapramimquesoucanhota.blogspot.com/2011/02/
marketing-iergs-uniasselvi.html>. Acesso em: 15 ago. 2011.
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FIGURA 6 – NAS MENSAGENS PUBLICITÁRIAS
FONTE: Disponível em: <http://promoview.com.br/evento/117135-uniasselviassevim-
realiza-semana-de-publicidade/>. Acesso em: 15 ago. 2011.
FIGURA 7 – NA DANÇA
FONTE: Disponível em: <http://blog.uniasselvi.com.br/>. Acesso em: 15 ago. 2011.
FIGURA 8 – NOS GESTOS
FONTE: Disponível em: <http://bocaberta.org/2008/03/gestos-e-confusoes.html>. 
Acesso em: 15 ago. 2011.
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FIGURA 9 – NA EXPRESSÃO FISIONÔMICA
FONTE: Disponível em: <http://blog.uniasselvi.com.br/tag/sorriso>. Acesso em: 15 ago. 2011.
FIGURA 10 – NOS CÓDIGOS CIENTÍFICOS
FONTE: Disponível em: <http://www.grupoescolar.com/pesquisa/compostos-
inorganicos.html>. Acesso em: 15 ago. 2011.
Todas as situações mencionadas demonstram a capacidade humana de se comunicar 
utilizando as linguagens não verbais e verbais. Vamos conhecê-las?
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3.1 A LINGUAGEM NÃO VERBAL
A linguagem não verbal é aquela que não utiliza palavras para comunicar. Então, como 
ela ocorre? Ela é estabelecida por meio de gestos, sons, cores, imagens, entre outras. Os 
sinais de trânsito, por exemplo, demonstram que a mensagem é repassada através das cores. 
A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) efetiva-se através dos gestos. 
 
Muitas vezes, a linguagem não verbal serve como reforço para aquilo quedizemos: 
em determinados momentos, com a fala, utilizamos outros recursos para reforçar nossa 
mensagem. Podemos citar, como exemplo, as histórias em quadrinhos, pois o conteúdo da 
fala da personagem é reafirmado através da imagem. Nas propagandas publicitárias também 
fica evidente a importância e a função da linguagem não verbal. 
Segundo Terra (1997, p. 12), “[...] a linguagem não verbal é aquela que utiliza para atos 
de comunicação outros sinais que não as palavras”. 
Vamos conhecer mais sobre a linguagem não verbal através das figuras que seguem:
FIGURA 11 – PROIBIDO FUMAR
FONTE: Disponível em: <http://alunacriativa.wordpress.com/category/
uncategorized/page/2/>. Acesso em: 10 out. 2011.
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FIGURA 12 – ADEUS À CIDADE
FONTE: Disponível em: <http://concretoverde.blogspot.com/2010/09/charges.html>. 
Acesso em: 10 out. 2011.
Entendemos facilmente a mensagem que cada figura quer transmitir, não é mesmo? 
A linguagem não verbal, então, apesar de não utilizar as palavras, é capaz de efetivar um ato 
comunicativo. Agora, convido você a conhecer as particularidades da linguagem verbal.
3. 2 A LINGUAGEM VERBAL
Podemos definir como linguagem verbal aquela em que as palavras são os sinais 
utilizados para os atos comunicativos. O termo “verbal” vem do latim verbale e significa 
palavra. Sendo assim, é por meio de palavras – linguagem verbal – que expressamos desejos, 
sentimentos, ordens, opiniões, revelando nossas opiniões e expondo nosso raciocínio. 
Segundo Nicola (2009, p. 126), “[...] a linguagem verbal é aquela que utiliza a língua 
(falada ou escrita).” A linguagem verbal pode ser abordada sob duas modalidades: a língua 
escrita e a oral. 
Veremos a seguir algumas charges que exemplificam a linguagem verbal.
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FIGURA 13 – LINGUAGEM VERBAL
FONTE: Disponível em: <http://sustentabilizandomundo.blogspot.com/2010/09/charge.html>. 
Acesso em: 5 out. 2011.
FIGURA 14 – LINGUAGEM VERBAL
FONTE: Disponível em: <http://mafalda-portugues.blogspot.com/2010/03/analise-da-
charge-no-tocante-ao.html>. Acesso em: 5 out. 2011.
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Você já encontrou dificuldades em colocar no papel algo que na linguagem oral consegue 
transmitir sem dificuldades? Acreditamos que sua resposta foi sim. Então, vamos aprofundar 
nossos estudos?
4 PARTICULARIDADES DA
 LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA
Vimos que língua é um sistema de representação constituído por palavras e por regras 
que se combinam, permitindo que expressemos uma ideia, uma ordem, emoção, enfim, um 
enunciado de sentido completo que estabelece comunicação. Tais regras e palavras são 
comuns aos membros de uma sociedade; sendo assim, a língua pertence a toda comunidade. 
A fala, por sua vez, se concretizará a partir do uso que o falante faz da língua. No 
momento em que efetivamos o processo de comunicação, o fazemos através da fala ou da 
escrita. Se analisarmos a história da humanidade ou a nossa, podemos perceber que primeiro 
falamos e depois escrevemos. Adquirimos a fala naturalmente, porém a escrita nos é ensinada. 
Sendo assim, na fala o significante é sonoro e, na escrita, é gráfico. 
Caro(a) acadêmico(a), ao transmitirmos uma mensagem percebemos que a fala e a 
escrita adquirem algumas particularidades, não é mesmo? Quando falamos da importância 
da língua escrita, esta reside nas suas próprias características se comparada à língua falada. 
A língua oral possui diversos recursos, como entonação da voz, expressão fisionômica, 
gestos, além de ser mais espontânea. A escrita requer mais atenção, pois não é uma simples 
representação do que se fala. Em todas as línguas as pessoas escrevem e falam de maneira 
distinta, porém podemos efetivar a comunicação tanto num enunciado falado quanto em um 
escrito.
Perceba que não escrevemos conforme falamos, nem falamos conforme escrevemos. 
O humorista Jô Soares, em uma entrevista à revista “VEJA” (1990), fez o seguinte comentário: 
"Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se fala”. 
Ele brinca com a diferença entre a fala e a escrita, observe:
Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti 
iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti 
discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U 
alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol 
qui é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem 
soubé falá sabi iscrevê.
FONTE: Disponível em: <http://educacao.uol.com.br/portugues/lingua-escrita-e-oral-nao-se-fala-
como-se-escreve.jhtm>. Acesso em: 10 out. 2011. 
 
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Na linguagem falada podemos detectar mais facilmente se estamos sendo entendidos 
ou não. A linguagem é mais espontânea, a coesão se dá por meio de gestos, entonação da 
voz, expressão fisionômica, entre outros. Há também a presença de elementos que mantêm 
a conversação aberta, como, por exemplo, “você entendeu?”, “está claro?”, “você concorda?”. 
A modalidade escrita difere da falada em diversos fatores. Segundo Terra (1997), a 
escrita representa um estágio posterior de uma língua, tanto que muitas pessoas utilizam a 
língua sem saber utilizar a forma escrita.
Apesar de a linguagem falada ser mais utilizada, na comunicação é a escrita que adquire 
maior importância para as teorias gramaticais, pois se considera que a última possui aspecto 
de maior permanência. Há um dizer dos antigos romanos: “verba volant; scripta manent”, que 
se traduz: “as palavras voam, aquilo que está escrito permanece”. 
Mas como explicar essa possível superioridade? Saussure (1972 apud TERRA, 1997) 
nos apresenta uma possível explicação.
Mas como se explica tal prestígio da escrita?
1º Primeiramente, a imagem gráfica das palavras nos impressiona como um objeto 
permanente e sólido, mais adequado do que o sim para construir a unidade da língua através 
dos tempos [...]
2º Na maioria dos indivíduos, as impressões visuais são mais nítidas e duradouras que 
as impressões acústicas; dessarte eles se apegam, de preferência às primeiras. A imagem 
gráfica acaba por impor-se à custa do som.
3º A língua literária aumenta ainda mais a importância imerecida da escrita. Possui 
seus dicionários, suas gramáticas; é conforme o livro e pelo livro que se ensina na escola; a 
língua aparece regulamentada por um código; ora, tal código é ele próprio uma regra escrita, 
submetida a um uso rigoroso: a ortografia, e eis o que confere à escrita uma importância 
primordial. Acabamos por esquecer que aprendemos a falar antes de aprender a escrever, 
e inverte-se a relação natural. 
4º Por fim, quando existe desacordo entre a língua e a ortografia, o debate é sempre 
difícil de resolver por alguém que não seja o linguista; mas como este não tem voz em 
capítulo, a forma escrita tem, quase fatalmente, superioridade; a escrita se arroga, nesse 
ponto, uma importância a que não tem direito.
FONTE: Saussure (apud TERRA, 1997, p. 14)
Depois de apresentadas as observações de Saussure, vejamos como Ulisses Infante 
descreve as particularidades de cada modalidade: falada e escrita. Para tanto, leia a leitura 
complementar que segue. 
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LEITURA COMPLEMENTAR
LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA
A língua falada mantém uma profunda vinculação com as situações em que é usada. 
A comunicação oral normalmente se desenvolve em situações em que o contato entre os 
interlocutores é direto: na maioria dos casos, eles estão em presença um do outro, num lugar 
e momento que, por isso, são claramente conhecidos. Dessa forma, quando conversam 
sobre determinado assunto, elaboram mensagens marcadas por fatos da língua falada. O 
vocabulário utilizadoé fortemente alusivo: o uso de pronomes como eu, você, isto, isso, aquilo 
ou de advérbios como aqui, cá, já agora, lá possibilita indicar os seres e fatos envolvidos na 
mensagem sem nomeá-los explicitamente. Note que as palavras desse tipo causam problemas 
de compreensão se não tivermos como detectar a que se referem.
Na língua escrita, a elaboração da mensagem requer uma linguagem menos alusiva. 
O uso de pronomes e certos advérbios, eficientes e suficientes na língua falada, obedece a 
outros critérios, pois essas palavras passam principalmente a relacionar partes do texto entre 
si e não mais a designar dados da realidade exterior. Em seu lugar, vemo-nos obrigados a 
utilizar formas de referência mais precisas, como substantivos e adjetivos, capazes de nomear e 
caracterizar os seres. A língua escrita, assim, demanda um esforço maior de precisão: devem-se 
indicar datas, descrever lugares e objetos, bem como identificar claramente os interlocutores 
no caso de representação de diálogos. Toda essa elaboração gera textos cuja compreensão 
não depende do lugar e do tempo em que são produzidos ou lidos: como a língua escrita busca 
ser suficiente em si mesma, redator e leitor não precisam mais da proximidade física para que 
a mensagem se transmita satisfatoriamente. 
Não pense, entretanto, que qualquer uma dessas formas de língua é menor ou pior do 
que a outra: são apenas diferentes, cada uma delas apropriada a uma forma de comunicação. 
Até agora, falamos da diferença essencial entre língua escrita e língua falada. Dessa 
diferença se originam outras, igualmente importantes e, em alguns casos, tão significativas 
que se pode mesmo falar na existência de dois códigos distintos: o código falado e o código 
escrito, cada um com suas regras próprias de funcionamento. Vejamos algumas delas.
A língua falada se concretiza por meio da emissão dos sons da língua, os fonemas. Na 
escrita, utilizam-se as letras, que não mantêm uma correspondência exata com os fonemas: 
há letras que representam fonemas diferentes (a letra X, por exemplo, em exame, xadrez e 
sintaxe); há fonemas representados por mais de uma letra (chave, por exemplo); há até casos 
em que a letra não representa nenhum fonema (h em homem, por exemplo). Fatos como 
esses fazem com que a ortografia se torne às vezes complexa; ora, óbvio que essa questão 
afeta diretamente o manejo da língua escrita, tendo reduzida influência sobre o código falado. 
FONTE: INFANTE, Ulisses. Do texto ao texto: curso prático de leitura e redação. São Paulo: 
Scipione, 1998. p. 31.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Vamos rever o conteúdo apresentado neste primeiro tópico:
• Linguagem é o uso da língua para comunicar-se com os pares.
• A linguagem humana é um processo complexo e está presente em diversas situações.
• Língua refere-se ao conjunto de expressões e palavras que são usadas por um determinado 
povo.
• A língua não é uniforme.
• Não utilizamos somente um conjunto de palavras – faladas e escritas – para nos comunicar, 
mas também gestos, expressão fisionômica, entre outros elementos.
• Faz-se necessário adequar a linguagem de acordo com os momentos de uso.
• A fala concretiza-se a partir do uso que o falante faz dela.
• A linguagem verbal é aquela que utiliza palavras para efetivar o ato comunicativo.
• A linguagem não verbal é aquela que não utiliza palavras, efetiva-se através de gestos, 
cores, sinais e imagens.
• A linguagem não verbal não é menos importante que a verbal e, portanto, complementam-se.
• Na linguagem oral a comunicação ocorre acompanhada da entonação de voz, expressão 
fisionômica e gestos.
• Não falamos conforme escrevemos. Não escrevemos conforme falamos. 
• A fala antecede a escrita.
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AUT
OAT
IVID
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1 Elabore, com suas palavras, um comentário sobre a temática: A importância da 
comunicação.
 
2 Sobre a presença de linguagem verbal e não verbal em seu cotidiano, indique uma 
situação de ocorrência para cada. 
3 Sobre a linguagem escrita e a linguagem oral, aponte três particularidades de cada.
LINGUAGEM ESCRITA LINGUAGEM ORAL
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COMUNICAÇÃO: 
PROCESSOS E ELEMENTOS
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
UNIDADE 1
Vive-se num mundo globalizado, recheado de situações incertas. A sociedade é 
caracterizada pelo ritmo frenético das mudanças, seja por uma nova geografia (ou nova 
geopolítica) ou pela acelerada integração das mídias. E, neste contexto, a comunicação tem 
seu valor. E só poderão fazer o diferencial as empresas e/ou instituições que aprenderem a 
se comunicar, a trabalhar de forma interligada, somando forças e gerando o “saber fazer” na 
sua equipe. Condição essencial para que os resultados se aperfeiçoem e se transformem 
num diferencial, visto que se vive numa época em que a competitividade é demasiadamente 
acirrada em qualquer organização.
Convidamos você, acadêmico(a), a explorar o vastíssimo campo da comunicação em 
seus variados aspectos. Temos ainda por objetivo estudar a questão da comunicação e os 
diversos conceitos que a envolvem, além de analisar os elementos que a completam. Faremos, 
também, algumas reflexões sobre a sua importância nas relações interpessoais.
2 O PAPEL DA COMUNICAÇÃO NAS
 RELAÇÕES INTERPESSOAIS
A capacidade comunicativa não é privilégio dos seres humanos; ela é bastante complexa 
e pode ser encontrada em outros momentos da vida animal, nas aves, nos peixes, nos mamíferos 
e outros. Em sua etimologia, Marques de Melo (1975, p. 14) lembra que “[...] comunicação vem 
do latim ‘communis’, comum. O que introduz a ideia de comunhão, comunidade”. Contudo, 
se falamos em “processo de comunicação”, cabe também uma rápida verificação no termo 
“processo”. Berlo (1991, p. 33) o descreve como “[...] qualquer fenômeno que apresente contínua 
mudança no tempo”, ou “qualquer operação ou tratamento contínuo”. 
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Entendê-lo implica relacioná-lo com a linguagem, a cultura e a tecnologia. 
Quanto à linguagem, Tattersall (2006, p. 73) afirma que “[...] se estamos procurando 
um único fator de liberação cultural que abriu caminho para a cognição simbólica, a invenção 
da linguagem é a candidata mais óbvia”. 
Quanto à cultura e tecnologia, nos parece essencial concordar com Mayr (2006, p. 95), 
ao sugerir que “Uma pessoa do século XXI vê o mundo de maneira bem diferente daquela 
de um cidadão da era vitoriana” e que “Essa mudança teve fontes múltiplas, em particular os 
incríveis avanços da tecnologia”. 
Souza Brasil (1973), mais ousado, interpreta a cultura como subordinada à comunicação. 
E sabe-se que um subordinado, geralmente, identifica-se com o seu superior.
Logo, caro(a) acadêmico(a), podemos dizer que comunicação é uma ação pela qual 
os indivíduos trocam entre si informações, sentimentos ou experiências. É através dela, por 
exemplo, que podemos alcançar sinergia dentro de uma organização, visto que ela nos permite 
unir forças e atuar de maneira a cooperar e colaborar obtendo resultados positivos por meio 
do trabalho em equipe. 
Quando nos comunicamos partilhamos algo e, por este ato de compartilhar ou comunicar, 
conhecemos e somos conhecidos. E, se somos conhecidos e conhecemos, estamos vivendo 
em relação, por isso a qualidade da nossa existência humana depende, e muito, de nossos 
relacionamentos.
 
A comunicação não pode ser confundida com a simples transmissão unilateral de 
informações. A comunicação humana exige a participação, no mínimo, de duas pessoas. Assim, 
ela só existe quando se estabelece entre mais de uma pessoa. Quando há um bloqueio, a 
mensagem não é captada e a comunicação é interrompida, pois, segundo Penteado (1997, 
p. 5), “[...] se um indivíduo fala e ninguém ouve, o processo da comunicação humana não se 
completou”. Existindo esse problema, adiferença de significado do que foi captado de uma 
mensagem e o que o transmissor queria exatamente dizer é o ícone que pode atrapalhar o 
elo comunicativo. 
Acredita-se, acadêmico(a), que praticamente todas as relações humanas e interpessoais 
abrangem a comunicação, pois ela é um veículo de significados que pode influenciar, inclusive, 
nossos comportamentos. Vamos entender melhor? Cada pessoa produz significados próprios 
diante dos acontecimentos ou das mais variadas situações e, ao expressá-los, acrescenta algo 
de sua personalidade, por isso os significados que damos às experiências são desfigurados, 
enriquecidos ou empobrecidos através da comunicação. 
A comunicação nas relações interpessoais pode ser entendida, de uma forma mais 
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simplificada, como sendo uma atividade caracterizada pela transmissão e recepção de 
informações entre indivíduos ou, ainda, como o modo pelo qual se constroem e se interpretam 
significados a partir das trocas de experiências. Enfim, o processo de comunicação é marcado 
por um procedimento resultante de uma interação social. 
Então, caro(a) acadêmico (a), só há comunicação quando, de alguma forma, o conteúdo 
da mensagem é interpretado e internalizado pelo receptor, ou seja, quando é notada uma 
resposta em decorrência da mensagem. Enviar um e-mail ou deixar uma mensagem gravada 
no celular, por exemplo, não representa exatamente o comunicar, mas, sim, transmitir uma 
informação. Só haverá uma comunicação completa se, de alguma forma, o receptor indicar ao 
emissor que recebeu a informação que lhe foi emitida. E isso só acontecerá caso uma nova 
ação desencadeie significação, ou seja, um sinal de retorno for identificado. 
A linguagem é um elemento essencial para que o processo de interação aconteça, 
pois é a partir do significado dos sinais que as pessoas atribuem sentido às atividades. Desse 
modo, o processo de comunicação implica retorno ou feedback para as interações sociais. 
O resultado da comunicação pode ser aquele que o emissor pretendia (ou não). Se for o que 
pretendia, houve comunicação eficaz. E, como processo interativo de troca de mensagens, o 
emissor atua sempre simultaneamente com o receptor e vice-versa.
ATEN
ÇÃO!
Afinal, você sabe o que é feedback? É uma palavra de origem inglesa, 
que já pertence ao nosso idioma, isto é, ela foi aportuguesada e, 
segundo o Dicionário Houaiss (2009), significa a informação que o 
emissor (o que envia a mensagem) obtém da reação do receptor, 
e que serve para avaliar os resultados da transmissão.
No entanto, os significados atribuídos a uma mensagem dependem das características 
pessoais de quem a envia, de quem a recebe e do contexto da interação social. A cada 
mensagem o receptor agrega determinado significado, o qual poderá ou não corresponder à 
intenção do emissor. Assim, constata-se que a comunicação tem um procedimento imperfeito, 
dependendo do grau de eficácia com as variáveis que intervêm na interpretação de significados. 
Além disso, devemos ter em mente que, nas relações interpessoais, a comunicação 
está, também, atrelada aos movimentos corporais que podem exprimir o positivo ou o negativo 
do que se sente em relação ao outro. Conforme Parry (1976), os gestos que desenvolvemos 
podem transmitir muitas informações, principalmente relativas ao nível social, à competência, 
à segurança e à franqueza.
 Entretanto, acredita-se que a maior barreira para a comunicação interpessoal é a nossa 
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tendência automática de julgar, avaliar, aprovar ou não o comportamento ou a opinião de outra 
pessoa ou de um grupo. 
Então, acadêmico(a), você acredita que exista alguma maneira de solucionar ou 
amenizar esta barreira? Certamente há! Quando ouvimos com atenção, esta tendência é 
minimizada. Isto significa que devemos analisar a ideia expressa e a atitude de interpretação 
da outra pessoa, devemos perceber como ela aborda o assunto do qual se está falando. 
Você precisa ser capaz de ver o ponto de vista do outro, assim os seus próprios conceitos 
serão reavaliados. Agindo desta maneira, a emoção não será mais o ápice da discussão, as 
diferenças serão diminuídas e aquelas que permanecerem serão racionalmente compreensíveis, 
e a comunicação se estabelecerá.
A clara e efetiva comunicação é essencial para os relacionamentos e em muitas outras 
realizações humanas. Comunicar-se bem e de forma favorável é uma questão de prática diária. 
A falta ou deficiência de comunicação nos relacionamentos, sejam pessoais, profissionais ou 
sociais, pode afetar em níveis variados todas as áreas da vida ou ocasionar desgaste e até 
angústia. Praticar a arte da boa comunicação é valioso: é, acima de tudo, agregar maturidade 
pessoal que trará bons resultados para muitos segmentos de sua vida. 
2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), vimos a importância da comunicação para a sobrevivência de 
uma organização e/ou instituição. Entretanto, para que esta tenha sucesso, é necessário que 
os tipos de comunicação sejam entendidos com atenção, pois, como você já estudou até 
aqui, a comunicação é um processo de interação no qual compartilhamos mensagens, ideias, 
sentimentos e emoções, podendo influenciar o comportamento das pessoas que, por sua vez, 
reagirão a partir de suas vivências, crenças, valores, história de vida e cultura.
No cotidiano profissional utilizamos a comunicação para o desempenho de nossas 
atividades, o que nos traz muitos benefícios se seu uso for consciente, pois a boa comunicação 
tende a facilitar o alcance dos nossos objetivos, independente da área em que atuamos.
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As pessoas podem comunicar-se pelo Código Morse, pela escrita, 
por gestos, pelo telefone, e-mail, internet etc.
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Assim, você pode notar que existem vários tipos de comunicação. Ela pode ser direta, 
indireta, formal ou não, unilateral ou bilateral. Vamos observar alguns conceitos: 
A comunicação formal, segundo Rüdiger (1998), é uma transmissão oficial feita através 
das vias de diálogo que existem no organograma de uma empresa e/ou instituição. Geralmente 
é feita por escrito e devidamente documentada através de correspondências ou formulários.
Já a comunicação informal é a desenvolvida espontaneamente através da estrutura 
sem formalidades e fora dos canais de comunicação estabelecidos pelo organograma de uma 
empresa e/ou instituição. Segundo Gomes, Cardoso e Dias (2011), esta conduz mensagens 
que podem ou não ser relativas às atividades profissionais. Através dela pode-se conseguir 
mais rapidamente mensurar opiniões e insatisfações dos colaboradores, ao ter uma ideia mais 
ampla do clima organizacional e da reação das pessoas aos processos de mudança.
Quando pensamos na comunicação unilateral, temos que ter em mente que é 
estabelecida de um emissor para um receptor, e este último é passivo. Como deixam claro 
Gomes, Cardoso e Dias (2011), pertencem a este grupo os locutores de uma rádio, da televisão, 
o cartaz de parede com mensagens publicitárias e de propaganda ou aquele que pronuncia 
uma palestra ou um discurso. 
A comunicação bilateral exige reciprocidade entre o emissor e o receptor. É o 
que acontece nas conversas, nos diálogos, nas entrevistas, enfim, onde há uma troca de 
mensagens, mencionam Gomes, Cardoso e Dias (2011). Este tipo de comunicação permite 
que se estabeleça, entre emissor e receptor, uma troca de papéis.
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TA! �
 Existe ainda a comunicação direta, na qual duas ou mais pessoas 
estão cientes do que se quer fazer; está muito claro o que se 
pretende.
A comunicação indireta pode ser definida como a que o emissor 
está consciente do que pretende, embora o receptor não esteja. 
Neste tipo de comunicação há a persuasão, que influi no pensamento 
do outro sem que este perceba.
Há de se considerar que a utilização dos diversos tipos de comunicação em uma 
empresa e/ou instituição nãogarante a sua eficácia. Portanto, antes de iniciar um comunicado, 
é sensato perguntar-se: 
• O que e a quem quero comunicar? 
• Que causas e finalidades tenho ao transmitir este conteúdo?
• Este conteúdo é justo para que eu consiga persuadir o receptor?
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Partindo destas questões, observe o esquema a seguir elaborado por Harold Lasswell 
(1902-1978), que representa o ato comunicativo:
FIGURA 15 – ESQUEMA LINEAR DE COMUNICAÇÃO DE LASSWELL
FONTE: Disponível em: <http://raquelcamargo.com/blog/tag/lasswell/>. Acesso em: 19 dez. 2011.
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A diretora-geral de informação da Agência Angola Press (ANGOP), 
Luísa Damião, afirmou em entrevista à Rádio Luanda em 30 de 
março de 2011 que “o uso correto da comunicação, através da 
transmissão de mensagens adequadas e eficazes, é capaz de 
promover mudanças de atitudes na sociedade”.
Caro(a) acadêmico(a), existem alguns elementos que são fundamentais para que haja 
comunicação. Assim, podemos afirmar que estes elementos, na maioria das vezes, são utilizados 
sem que nós percebamos, alguns; porém, são identificados, pois sem eles não haveria como 
comunicar-se. Quer saber como? É o que veremos a seguir.
3 ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Nas diversas situações de comunicação, seja falada, escrita ou até mesmo nos sinais 
de trânsito, você está interagindo com o mundo e com os demais à sua volta. Assim, o ato 
comunicativo engloba alguns elementos básicos, tais como: emissor, receptor, mensagem, 
canal de comunicação, código e referente.
3.1 EMISSOR
É o remetente, ou seja, o que envia uma mensagem, e pode ser uma pessoa ou um 
grupo, um órgão, uma empresa, um canal de televisão, um site na internet e assim por diante.
Em conformidade com Penteado (1997, p. 4):
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Ninguém se comunica consigo mesmo. O clássico exemplo do faroleiro ilustra 
esse princípio: – Na solidão em que vive, o processo da comunicação humana 
somente se completa quando o facho de luz – transmissor – atinge o navio 
que passa – receptor. Enquanto o facho de luz não é percebido de bordo, não 
existe comunicação humana.
 Cabe, ainda, lembrar que geralmente o emissor analisa o nível de conhecimento de 
seu público-alvo antes de emitir uma mensagem.
3.2 RECEPTOR
É o destinatário da mensagem, isto é, para quem a mensagem foi ou será enviada. 
Pode ser para uma pessoa ou para um público-alvo, ou ainda um animal ou uma máquina, 
como o computador.
3.3 MENSAGEM
É o objeto de comunicação, ela é estabelecida pelo conteúdo das informações 
transmitidas. A mensagem é o elo dos dois pontos do circuito; é o objeto da comunicação 
humana e sua finalidade (PENTEADO, 1997). Chamamos ainda de mensagem o que o emissor 
transmite e o que o receptor recebe.
3.4 CANAL DE COMUNICAÇÃO 
Meio pelo qual a mensagem pode circular: jornal, revista, televisão, rádio, folheto, fôlder, 
outdoor e o próprio ar. 
Concordamos com Penteado (1997, p. 5) quando menciona o exemplo: “Suponhamos 
que alguém – o receptor – encontre uma garrafa numa praia deserta e que dentro dessa garrafa 
exista uma mensagem [...]”. Nesta situação, percebemos um canal de comunicação, pois o 
mesmo cumpriu seu papel, que é o de transportar uma mensagem.
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3.5 CÓDIGO
O código é o meio através do qual a mensagem é transmitida, isto é, através da fala, da 
escrita, dos gestos ou das imagens. De acordo com Penteado (1997, p. 5), “[...] um pedaço de 
papel coberto de rabiscos não é uma mensagem, porque é ininteligível, não pode ser percebido 
pela inteligência”. Em suma, pode-se dizer que é o conjunto de elementos com significado 
aceitos pelo emissor e receptor.
3.6 REFERENTE
O referente é o contexto ou a situação a que a mensagem remete ou, ainda, é a situação 
na qual emissor e receptor estão inseridos. Assim, a linguagem irá adquirir diversas funções, 
como a de emocionar, informar, persuadir, fazer refletir, entre outras.
Existem dois tipos de referente: o situacional, formado pelos elementos que situam o 
emissor e o receptor e pelas circunstâncias da transmissão da mensagem; e o textual, formado 
pelos elementos de todo o contexto linguístico. 
Agora que você conhece os elementos da comunicação, veja como eles podem ser 
representados, observando o esquema a seguir:
FIGURA 16 – ESQUEMA DA COMUNICAÇÃO
FONTE: Disponível em: <http://www.ggte.unicamp.br/minicurso/video/texto/Modulo1/mod001tela001.
htm>. Acesso em: 23 ago. 2011.
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É importante ressaltar, portanto, que a comunicação deve ser simples, direta, lógica 
e adaptada ao público-alvo, pois só se sabe verdadeiramente o que se disse depois de ouvir 
a resposta ao que se disse. Para que isto aconteça, o emissor deve ser um bom observador 
e ouvinte; a mensagem deve ser clara, precisa e com uma informação de retorno, já que 
a comunicação serve para informar, persuadir, motivar, educar, integrar os indivíduos na 
sociedade, distrair, divertir e muito mais.
4 BARREIRAS A UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ
Conforme vimos, se analisarmos o ato da comunicação, vale ressaltar que ela é um tanto 
dificultada já entre pessoas próximas, com laços afetivos, pois há uma tendência de dispensar 
tolerância, paciência e cuidado com o que vai ser falado ou ouvido.
Em uma instituição ou empresa, onde a afetividade é praticamente imperceptível ou, 
por muitas vezes, inexistente, conclui-se que a comunicação tende a ser mais complexa ainda. 
Entretanto, Pimenta (2004) diverge deste ponto de vista. No seu entender, a neutralidade e 
a racionalidade, características do ambiente empresarial, tendem a facilitar a comunicação, 
uma vez que as emoções e a passionalidade, às vezes exageradas das relações familiares, 
podem servir como empecilhos.
Em muitas situações os deslizes que suscitam estes problemas são involuntários, 
os indivíduos os cometem sem perceber, seja por uma questão de hábitos adquiridos ou 
por referências culturais e familiares. É imprescindível pensar bem antes de falar, agir e ter 
sempre em mente que, em uma empresa ou instituição, as opiniões e percepções serão 
sempre suscetíveis a discussões e confusão, principalmente quando se trabalha com grupos 
heterogêneos. Então, conhecer alguns tipos de barreiras, segundo Rüdiger (1998), que podem 
gerar falhas à boa comunicação é essencial. Vejamos: 
A distração é um elemento de alta capacidade de embaralhar a recepção correta de 
uma informação, é uma ligação inesperada. 
A presunção não enunciada acontece quando o emissor pressupõe que o receptor já 
saiba o significado, porém não o sabe. Assim, as informações são perdidas.
A apresentação confusa é a falta de ordem e coerência que dificultam o entendimento 
das informações. 
A representação mental pode causar confusão, pois o receptor obtém os dados e 
constrói uma imagem do que está sendo dito. Uma voz carinhosa, por exemplo, chama a 
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atenção do receptor, o que pode distorcer a mensagem. 
A credibilidade, que é a autoridade das pessoas, tem um peso muito grande na hora 
do recebimento de uma informação.
A distância física é a probabilidade decrescente de as pessoas se comunicarem quando 
a distância é significativa entre elas. 
A defensidade acontece quando temos um conceito sobre o emissor e a defensiva 
impede a comunicação.
A limitação do receptor, que é o grau cultural ou a forma de encarar situações e os 
interesses que temos, limita a capacidade de entender o que é proposto. 
Diante do exposto, ainda se pode acrescentar um último tipo de barreira que efetivamente 
dificulta a condição de uma boa comunicação, a autossuficiência. E podemos concordar com 
Penteado (1997, p. 71) quando diz:
Para a comunicação humana, a autossuficiência, com todas as suas con-
sequências, significa obstáculo por vezes intransponível: é impossívelpara 
qualquer pessoa começar a aprender o que ela julga que já sabe. O sucesso 
do aprendizado depende da disposição em se admitir que não se sabe (PEN-
TEADO, 1997, p. 71).
Além destes, podemos ainda destacar outros tipos de barreiras que podem gerar falhas 
à boa comunicação: a redundância e o ruído.
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Quem tem autossuficiência é autossuficiente. Mas, afinal, caro(a) 
acadêmico(a), você sabe o que é ser uma pessoa autossuficiente? 
Segundo o Dicionário Houaiss (2009), é aquele que tem a capacidade 
de viver sem depender de outrem; independente, ou capaz de 
atender às próprias necessidades de consumo, sem necessitar de 
recorrer à importação de produtos.
4.1 REDUNDÂNCIA
A redundância na comunicação acontece quando o emissor transmite uma informação 
repetindo-a. Se você prestar atenção, muitas informações retratam redundâncias sintáticas, 
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quando falamos “subir para cima”, por exemplo; redundâncias gestuais, quando apontamos 
o polegar para cima para dizer positivo, ou redundâncias tonais, quando exclamamos: “Estou 
morto de fome!”, entre outras. Por vezes, a redundância se faz necessária para que uma 
mensagem mostre perceptibilidade, como também para nos livrarmos de possíveis ruídos. 
Bem, estes você estudará logo mais. 
Pode-se dizer, então, que redundância é toda a parte da mensagem que não traz 
nenhuma informação nova, isto é, refere-se a um excesso ou a um pleonasmo. A redundância 
se associa à contenção da informação. 
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Ei, você lembra o que é pleonasmo?
O pleonasmo pode ser tanto uma figura quanto um vício de 
linguagem. Ele é uma redundância, proposital ou não, numa 
expressão, enfatizando-a. Mas não se preocupe, no Tópico 3 da 
Unidade 3, Língua Portuguesa: dúvidas pertinentes na escritura de 
um texto, você encontrará uma explicação completa, ok?
4.2 RUÍDO
De modo mais informal, o ruído ou a interferência é tudo o que afeta a transmissão 
da mensagem. São fatores que surgem ou que se colocam entre o emissor e o receptor no 
processo de comunicação. 
 
A interferência ou ruído é criado por todos os fatores que, embora não pretendidos pela 
fonte, acrescentam-se ao sinal durante o processo de transmissão (RÜDIGER, 1998). 
Se você falar em voz muito baixa, se efetuar erros de codificação, se você estiver 
nervoso, se faltar com a atenção, se faltar energia elétrica, se manchar o papel que contém a 
informação, certamente ocorrerão ruídos num contexto de comunicação. Para que todas essas 
informações fiquem claras, observe o esquema a seguir:
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FIGURA 17 – ESQUEMA DE RUÍDO NA COMUNICAÇÃO
FONTE: Adaptado de: <http://www.ceismael.com.br/oratoria/Importancia-da-comunicacao.
htm>. Acesso em: 20 ago. 2011.
Então, o bom senso é palavra de ordem dentro das relações comunicativas profissionais. 
Para tanto, cabe a cada um a constante autoanálise com relação ao comportamento e à postura 
diante do grupo e das situações comunicativas que exercemos.
Caro(a) acadêmico(a), após esta etapa de estudos, quando você se comunicar, tente 
minimizar as barreiras para uma comunicação eficaz. E para tanto, observe algumas dicas: 
• utilize uma linguagem apropriada e direta; 
• forneça informações claras e completas;
• use canais múltiplos para estimular os vários sentidos do receptor; 
• comunique-se face a face;
• ouça ativamente; e 
• tenha empatia. 
Para você visualizar como a comunicação funciona, observe o esquema de Shannon 
e Weaver: 
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FIGURA 18 – O MODELO DE SHANNON-WEAVER DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO 
FONTE: Adaptado de: SHANNON, C. E.; WEAVER, W. The mathematical theory of communication. 
Urbana: University of Illinois Press, 1949. p. 5, 98. Disponível em: <http://www.ceismael.com.
br/oratoria/comunicacao-interpessoal.htm>. Acesso em: 25 ago. 2011.
ATEN
ÇÃO!
Para você aprofundar seus conhecimentos com relação à 
comunicação e sentir-se mais autoconfiante nesse processo, leia: 
RIBEIRO, Lair. Comunicação global: a mágica da influência. Rio 
de Janeiro: Objetiva, 1993. Você vai aprender muito numa leitura 
divertida e de fácil acesso!
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você estudou que:
• A comunicação não pode ser confundida com a simples transmissão unilateral de informações, 
ela só existe quando se estabelece entre duas ou mais pessoas.
• Todas as relações humanas e interpessoais abrangem comunicação, pois ela é um veículo 
de significados que pode, inclusive, influenciar nossos comportamentos.
• A comunicação nas relações interpessoais pode ser entendida, de uma forma mais 
simplificada, como uma atividade caracterizada pela transmissão e recepção de informações 
entre indivíduos.
• A comunicação formal é a comunicação oficial endereçada através dos canais de diálogo 
existentes no organograma de uma empresa ou de uma instituição.
• A comunicação informal é aquela desenvolvida espontaneamente através da estrutura sem 
formalidades e fora dos canais de comunicação.
• Há seis elementos no processo de comunicação, que são: o emissor (remete a informação); 
o receptor (o destinatário da mensagem); a mensagem (o objeto de comunicação); o canal 
de comunicação (o meio pelo qual a mensagem pode circular); o código (o meio através do 
qual a mensagem é transmitida) e o referente (o contexto, a situação e os objetos reais a 
que a mensagem remete).
• A comunicação deve ser simples, direta, lógica e adaptada ao público-alvo, pois só se sabe 
verdadeiramente o que se disse depois de ouvir a resposta ao que se disse, o chamado 
feedback.
• A redundância acontece quando o emissor transmite uma informação repetindo-a, em vez 
de transmiti-la com clareza.
• O ruído ou a interferência é tudo o que afeta a transmissão de uma mensagem.
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1 Duas pessoas conversam ao telefone celular. A pessoa que está ouvindo, porém, 
não consegue entender o que a outra está dizendo, pois o seu aparelho apresenta 
um pequeno defeito. O ruído, neste processo de comunicação, está no:
a) ( ) Código.
b) ( ) Canal.
c) ( ) Emissor.
d) ( ) Receptor.
e) ( ) Mensagem.
2 Observe e responda:
FIGURA 19 – CASCÃO E CEBOLINHA
FONTE: SOUSA, Maurício de. 2003. Disponível em: <http://enadepucrs.uni5.net/enadepucrs/
wpcontent/uploads/2006/COMUNICACAO_SOCIAL.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2011.
A tirinha ilustra elementos do processo de comunicação que você já estudou. A 
partir do que foi visto, e com relação à tirinha, julgue os itens a seguir.
I- A voz da personagem Cascão é um canal de comunicação.
II- A personagem Cebolinha desempenha o papel de receptor da mensagem.
III- A forma como o diálogo entre Cascão e Cebolinha se desenvolveu indica que houve 
um ruído no processo de comunicação.
IV- É possível encontrar na tirinha os seguintes elementos: fonte, código, mensa gem, 
canal e receptor. 
Estão corretos apenas os itens:
a) ( ) I e III.
b) ( ) I e IV.
c) ( ) II e III.
d) ( ) II e IV.
e) ( ) III e IV.
3 Diga quais são as barreiras para uma comunicação eficaz e explique-as.
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A LINGUAGEM E SUAS 
PARTICULARIDADES
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 3
UNIDADE 1
Abordamos no Tópico 1 que a linguagem possui peculiaridades. A língua é de domínio 
público e concretiza-se através do uso individual da fala. 
Cada falante a utiliza conforme suas necessidades de comunicação, seu grau de 
escolaridade, sua faixa etária, ou sua região, daí a dizer que a língua possui variedades. 
Você, ao imitar alguém, já acabou por reproduzir algumas palavras que são características 
da pessoa imitada? Podemos dizer que a diversidade dessa utilização ocorre devido a inúmeros 
fatores ou níveis, assunto a ser abordado neste tópico.
2 NÍVEISDE LINGUAGEM
Uma das variantes a ser estudada diz respeito aos níveis de linguagem. No processo 
de comunicação torna-se imprescindível que o falante (emissor) faça a seleção das variantes 
da língua, ou seja, as formas adequadas para cada situação, considerando alguns aspectos, 
tais como: o que dizer, para quem dizer, em que lugar e como dizer. 
A partir disso, analisaremos distintos níveis de linguagem. Vamos conhecer quais são 
e em que momento utilizar cada um?
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Esse nível de fala, como o próprio nome sugere, é utilizado em situações formais. A 
linguagem culta deve ser utilizada pelos meios de comunicação escrita, como jornais, revistas, 
livros etc. O nível culto se caracteriza pelo uso mais apurado do vocabulário e o cuidado com 
as regras gramaticais. Em situações de cerimônia, também deve ser usada a linguagem formal. 
O fragmento a seguir apresenta linguagem em nível formal.
A memória paulista está em risco. Um levantamento inédito produzido pelo Sistema 
Estadual de Museus (SISEM), órgão ligado à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, 
mostra que 86% dos 415 museus paulistas têm, ao menos, um problema grave.
Faltam políticas de conservação do acervo, cuidados de climatização, reservas 
técnicas, funcionários e, em alguns casos, visitantes – porque há instituições fechadas 
ao público. O diagnóstico mostra a situação em que se encontram documentos e peças 
importantes para a história de São Paulo. Se bem utilizado [o levantamento], pode indicar 
quais medidas urgentes devem ser tomadas pelos responsáveis dos museus.
FONTE: Disponível em: <http://noticias.r7.com/sao-paulo/noticias/86-dos-museus-paulistas-tem-
problemas-20110918.html>. Acesso em: 22 set. 2011.
2.2 NÍVEL INFORMAL
A espontaneidade é característica presente neste nível de linguagem. No dia a dia, 
em situações informais, as pessoas não estão atentas ao que é certo ou errado, segundo a 
linguagem padrão. Elas se comunicam com maior liberdade e necessitam, muitas vezes, de 
agilidade na transmissão da mensagem. 
Geralmente nos diálogos encontramos exemplos da linguagem coloquial. O texto que 
segue, O Poeta na Roça, de Patativa do Assaré, reproduz o nível informal. Observe:
O poeta da roça
Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabaio na roça, de inverno e de estio.
A minha chupana é tapada de barro,
2.1 NÍVEL CULTO OU FORMAL
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Só fumo cigarro de paia de mio.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Não tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o meu nome assiná.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estudá.
Meu verso rastero, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu verso só entra no campo e na roça
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida pesada, das roça e dos eito.
E às vez, recordando a feliz mocidade,
Canto uma sodade que mora em meu peito.
Eu canto o caboco com suas caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando as visage chamada caipora.
Eu canto o vaquero vestido de coro,
Brigando com o toro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo novio,
Ganhando lugio do dono do gado.
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem casa e sem pão.
E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade.
Cantando as verdade das coisa do Norte.
FONTE: ASSARÉ, Patativa do. Cante lá que eu canto cá. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 1984. p. 20-21.
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2.3 ADEQUAÇÃO NO USO DAS VARIEDADES LINGUÍSTICAS 
Quando pensamos em que roupa colocar para ir ao escritório, por exemplo, certamente 
bermuda e camiseta não estão em nossa lista, não é? Com a linguagem não é diferente, 
devemos adequá-la conforme o uso que faremos dela, ou seja, conforme a situação, o lugar 
e as pessoas com que vamos nos comunicar.
Um diálogo entre amigos sugere uma situação de informalidade, sendo possível utilizar 
a língua de forma espontânea, sem preocupação com as regras de gramática normativa. Caso 
diferente é um discurso de formatura. Assim como há a preocupação com a vestimenta, deve 
haver com a linguagem utilizada. Nesta situação não seria adequada a linguagem coloquial, 
e sim a formal.
2.4 GÍRIAS
Apesar de muitas pessoas pensarem que a gíria é um desvio da linguagem, a maioria 
já pronunciou palavras como: bacana, cara, cuca, entre outras, não é mesmo? O que não 
podemos esquecer é que a gíria não pertence à linguagem padrão, não é aceita em situações 
de formalidade, como, por exemplo, redações de vestibular, ofícios, preenchimento de relatórios, 
e-mails, textos acadêmicos, artigos científicos etc. 
Sendo assim, podemos afirmar que a língua formal não aprova o uso de gírias, salvo 
em reprodução de falas de personagens. Quando usada em momento oportuno, ela cumpre 
o papel de denotar expressividade, podendo revelar grande criatividade do emissor, à medida 
que esteja adequada à situação: adaptada ao meio, à mensagem e a quem a receber.
A gíria, portanto, é característica da linguagem informal. Para Terra (1997, p. 66), “[...] a 
gíria é uma variante da língua padrão utilizada por indivíduos de um grupo social ou profissional 
em circunstâncias especiais”. Muitas vezes utilizamos algumas delas sem perceber que não 
estamos fazendo uso da linguagem formal, pois encontramos gírias diferenciadas, como, por 
exemplo: a dos jovens, a dos surfistas, a dos jogadores de futebol, entre outras. 
Constantemente surgem novas gírias e outras caem em desuso, isso porque a gíria, 
como já mencionado, é uma variante da língua, e esta, por sua vez, está em constante evolução 
e/ou reformulação. 
Leia agora um pequeno texto sobre o assunto.
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GÍRIA: O LADO jOVEM E TRANSITÓRIO DA LINGUAGEM
Da festa do balacobaco à reúna onde se descolava aquela mina até o “ficar” de hoje, os 
jovens de todas as épocas reinventam a língua portuguesa. A juventude principalmente, mas 
todos os grupos de interesse e vivências particulares criam seu próprio modo de expressão 
e identidade, enriquecendo e dando gosto e graça ao vocabulário.
Perseguida pelos puristas, sempre provocadora de polêmicas entre os gramáticos, 
escolas e redações de jornais, a gíria, na verdade, inova e renova a linguagem. Chamar 
alguém de bacana anos atrás era um elogio e linguagem de quem estava “por dentro”. Agora, 
a mesma palavra pode ser classificada como uma expressão típica de um “mauricinho”. Com 
humor e criatividade, as gírias são fugazes e estão sempre se renovando.
Recentemente, foi lançado em Brasília, pelo jornalista e professor universitário, João 
Bosco Serra e Gurgel, o Dicionário de Gíria; modismo linguístico e equipamento falado do 
brasileiro. Serra e Gurgel defende que a disseminação da gíria pode estar levando o português 
a se tornar uma língua ágrafa, sem representação gráfica para sua manifestação sonora.
O uso da gíria pela juventude e pelos meios de comunicação sempre gerou polêmica. 
Serra e Gurgel diz que 90% dos jovens adotam a gíria e desprezam a estruturação de sujeito, 
verbo e complemento. “Suas frases são vagas, carregadas de sons que nada significam.” 
Celso Luft afirma que a gíria é própria da juventude e da linguagem coloquial, informal.
Descontraída, debochada ou crítica, a gíria tem contribuído para dar um colorido 
próprio à linguagem. Sem ela, sem o recurso de regionalismo, acredita Luft, a linguagem 
corre o risco de empobrecer pela padronização, ficando sem vida. “Por trás do preconceito 
contra a gíria há sempre um conflito entre conservadores e juventude, grupo social contra 
grupo social.

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