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Processo Civil 1 - 2º Bimestre Henry Kaminski

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PROCESSO CIVIL 1 – 2º BIMESTRE 
Jurisdição 
+ início da “trilogia” 
- O Estado Democrático de Direito possui como característica a distribuição de poderes, respeito à lei e a 
Constituição Federal 
- Pode-se entender que a Jurisdição constitui uma função estatal, que tem por objetivo solucionar conflitos 
e interesses, em substituição às partes, mediante aplicação do ordenamento jurídico e respeito às 
garantias fundamentais 
- Geralmente, a função típica jurisdicional é exercida pelo Poder Judiciário – não é uma regra absoluta 
- O art. 92 da Constituição Federal apresenta todos os órgãos que compõe o Poder Judiciário 
- A Jurisdição é una, ou seja, toda a atividade jurisdicional é expressão de um mesmo e único poder 
decorrente da soberania do Estado 
- O compartilhamento do exercício jurisdicional entre os órgãos apresentados no art.92, CF chama-se 
distribuição funcional da jurisdição e possui finalidade organizacional 
- A ideia de que a jurisdição é um monopólio do Poder Judiciário já foi superada, uma vez que outros 
poderes e agentes também podem exercer essa função. Sendo assim, é importante atentar-se a 
literalidade empregada no Art.16, CPC – A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo 
o território nacional, conforme as disposições deste Código. 
- Cassio Scarpinella Bueno destaca que os poderes executivo e legislativo também desempenham atividade 
jurisdicional em determinados casos, no entanto, devem ser autorizados pela Constituição Federal, uma 
vez que é uma função atípica para essas esferas 
- O Poder Legislativo exerce a atividade jurisdicional no processo de impeachment, como está previsto no 
art. 86, CF. O julgamento, neste caso, é realizado pelo Senado Federal em única/ definitiva instância e 
presidido pelo STF. – O presidente do STF não profere sentença, apenas administra o processo. 
- O Poder Executivo exerce a atividade jurisdicional ao julgas seus agentes, como os funcionários públicos, 
pelo cometimento de alguma irregularidade cometida no exercício do cargo 
- A justiça desportiva, regulamentada no art. 217, CF., possui caráter administrativo, no entanto, possui 
atribuições para julgar questões relacionadas à disciplina desportiva. O §1º do mesmo artigo salienta que, 
o acesso ao judiciário só será possível após o exaurimento da vai administrativa. 
- O CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), assim como a arbitragem, exerce função 
jurisdicional 
- O Estado sempre desempenhará função jurisdicional mediante um processo, acompanhado pela garantia 
constitucional do devido processo legal 
 
Características da Jurisdição 
1. Substitutividade: 
- Substitui-se o interesse dos litigantes pela vontade funcional do Estado-juiz 
+ A vontade das partes pela vontade da lei no caso concreto 
- O Estado quando soluciona um conflito, promove uma sentença que regerá o caso concreto que, uma vez 
imutabilizada substituirá completamente a vontade das partes 
- A atividade jurisdicional se impõe a vontade dos litigantes 
 
- Normalmente a atividade jurisdicional é caracterizada pela substitutividade, recebendo a denominação 
de heterocomposição dos conflitos 
- Há casos em que as partes não estão em conflito, então a vontade é convergente/consensual. Nessas 
situações utiliza-se a atividade do Poder Judiciário, apenas, para atribuir eficácia jurídica ao acordo/ 
autocomposição estabelecida entre os interessados 
- A heterocomposição se contrapõe à autocomposição 
- Faz parte da essência da atividade jurisdicional ser exercida por alguém estranho ao conflito, um terceiro 
desinteressado. A imparcialidade é uma exigência legal presente nos artigos 144 e 145, CPC 
2. Lide: 
- Segundo a concepção clássica de Francisco Carnelutti, lide é o conflito de interesses qualificado por uma 
pretensão resistida 
+ Um sujeito pretende obter um bem de vida, no que é ou acaba sendo impedido por outro indivíduo que 
apresenta resistência a tal pretensão, ocasionando um conflito 
- A lide se origina anteriormente ao processo, é um fato jurídico 
3. Inércia/Princípio: 
- Os órgãos jurisdicionais são por suas próprias índoles inertes 
- A ideia é que as partes utilizem, primeiramente, outros métodos reconhecidos pelo Estado na solução de 
conflitos, caso não se obtenha sucesso através desses deve-se exercer o direito de ação e retirar a 
jurisdição de sua inércia 
- O mais correto é limitar o preceito da inércia da jurisdição ao princípio da demanda/ dispositivo, onde a 
movimentação inicial da jurisdição fica condicionada a provocação do interessado. Significa dizer que o 
juiz, em regra, não pode iniciar um processo de ofício pelas partes. A importância dessa garantia se da pelo 
fato de manter a imparcialidade do magistrado 
- Em regra, prevalece o princípio da inércia, no entanto, há em determinadas situações a instauração de 
incidentes que podem ser realizados de ofício. Por exemplo, em conflito de competência (art. 951, CPC), 
incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 976, CPC) e na arguição de inconstitucionalidade (art. 
1948, CPC) 
4. Definitividade: 
- Somente os atos jurisdicionais são suscetíveis a se tornarem imutáveis. Em regra, eles não podem ser 
revistos nem modificados, a não ser em situações muito específicas 
- É preciso relembrar o princípio fundamental presente no art. 5º, XXXVI, CF. “A lei não prejudicará o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada” 
- A definitividade refere-se à imutabilidade da decisão/ sentença proferida no litígio. Portanto, é necessário 
resgatar o instituto da coisa julgada, que possui a finalidade de proibir o Poder Judiciário, as partes ou, 
eventualmente, terceiros de rediscutir o objeto do litígio/ o pedido que foi feito. 
- Vinculado a definitividade há o trânsito em julgado. Quando se profere uma sentença, há a garantia do 
duplo grau de jurisdição, possibilitando que a parte, discordando da decisão, recorra a um órgão superior. 
O trânsito em julgado ocorre quando se exaurem todos os recursos disponíveis ou porque não foram 
utilizados pelo litigante. 
- Outro fenômeno vinculado à imutabilidade do ato jurisdicional é o instituto da coisa julgada, que 
proporciona maior estabilidade a definitividade da sentença determinada pelo magistrado 
- A coisa julgada é uma situação jurídica que se caracteriza pela proibição de repetição do exercício da 
mesma atividade jurisdicional sobre o mesmo objeto e pelas mesmas partes em processos futuros 
- O trânsito em julgado e a coisa julgada promovem segurança jurídica 
- A coisa julgada pode ser dividida em duas espécies: formal e material 
 
 Formal: SEMPRE um pressuposto da coisa julgada material, ou seja, antecede a outra espécie 
- Não é necessário que ocorra a coisa julgada material, mas a formal é essencial, sempre ocorrerá 
- É um fenômeno processual que atinge determinadas sentenças terminativas, isto é, sentenças que não 
contém a resolução do mérito da causa e estão previstas no artigo 485, CPC 
- Nos casos de sentenças terminativas, o juiz encerra o processo, mas não analisa o mérito, pois em 
algumas situações há um vício processual que acarretam a extinção do litigio. Em regra, os vícios podem 
ser sanados, tanto que no art. 4º, CPC está previsto o princípio da primazia do julgamento de mérito, onde, 
sempre que possível, o magistrado deve determinar que essa falha processual seja sanada 
- Caso o vício processual não possa ser sanado ou a parte permaneça inerte em relação à resolução da 
falha, o litigio será extinguido 
- Nos casos em que o processo se extingue pelo fato do vício não ser sanado pelas partes, há a 
possibilidade de se refazer o pedido, uma vez que o mérito da causa não chegou a ser analisado. 
- Art. 486, CPC: O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de 
novo a ação. 
 Material: possui maior estabilidade, ocorre quando se adentra ao mérito, ou seja,quando o 
magistrado analisa o pedido/ pretensão do autor e não existem vícios processuais 
- Chegando ao mérito, extingue-se o processo de acordo com o art. 487, CPC – através de uma sentença 
definitiva, impossibilitando a reapresentação do objeto futuramente 
- Os artigos 502, 503 e 505, CPC também se referem à definitividade do processo 
- Despachos e decisões interlocutórias não fazem coisa julgada 
- A coisa julgada material possui aspecto positivo e negativo: 
 Positivo: implica em respeito ao julgado 
 Negativo: impede a renovação da mesma demanda em um processo futuro 
- A coisa julgada possui limite objetivo e subjetivo 
 Objetivo: a coisa julgada vigora nos limites do pedido – art. 337, §1º, 2º e 4º, CPC 
- A análise será realizada de acordo com o pedido do litigante 
 Subjetivo: a coisa julgada possui a finalidade de vincular as partes do processo em que se 
estabeleceu – autor e réu ou autores e réis (litis consórcio – pluralidade de sujeitos no litigio) 
- O limite subjetivo da coisa julgada é proveniente do art. 506, CPC: A sentença faz coisa julgada às partes 
entre as quais é dada, não prejudicando terceiros. 
- Apenas os efeitos do resultado do processo podem atingir terceiros 
- Exemplo: um determinado apartamento é alugado e o inquilino subloca o imóvel a um terceiro. Sem 
realizar o pagamento dos aluguéis, o proprietário ajuíza uma ordem de despejo ao inquilino. Os efeitos do 
acolhimento do pedido trarão efeitos não só ao inquilino, mas também, ao terceiro que sublocou a 
propriedade. 
- Relativização da coisa julgada material: 
- O ordenamento jurídico traz nos 8 incisos do art. 966, CPC as possibilidades de ação rescisória da decisão 
de mérito. Esta deve ser proposta no prazo de 2 anos, após esse período é vedada a sua propositura 
- A doutrina entende que, caso a ação rescisória não possa ser proposta, pode-se utilizar a quarela 
nullitatis, que possui a mesma finalidade, mas não possui prazo prescricional ou decadencial 
 
Princípios Inerentes a Jurisdição Estatal 
1. Investidura: 
 
- Determina que a atividade jurisdicional, em regra, deve ser exercido por aquele que tenha sido, 
regularmente, investido/ empossado na autoridade de juiz togado/ de direito 
- O Estado avocou para si a atividade jurisdicional e por ser uma pessoa jurídica, precisa de pessoas 
naturais para exercerem essa função 
- O arbitro realiza atividade jurisdicional, mas não inerente ao Estado 
2. Aderência ao território ou Territorialidade 
- Previsto no art. 16, CPC: “A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território 
nacional” 
- Há uma limitação na área de atuação do juiz de direito, diretamente, ligada à soberania nacional – 
inerente ao território do país 
- Existe, também, divisão interna a partir da territorialidade. Cada estado do país possui um Código de 
Organização e Divisão Judiciárias (CODJ) 
- A partir da delimitação de atuação, surge a cooperação jurisdicional prevista nos art. 26 e 67, CPC 
- Para que ocorra a cooperação jurisdicional, é necessário que o magistrado utilize uma das seguintes 
modalidades de carta: precatória, rogatória, de ordem ou arbitral 
- A carta precatória é utilizada na cooperação jurisdicional nacional, entre juízes de mesma hierarquia 
- A carta rogatória é utilizada entre juízes de países diversos, ou seja, na cooperação jurisdicional de âmbito 
internacional 
3. Indelegabilidade 
- Não pode o órgão jurisdicional delegar função a outro sujeito ou órgão jurisdicional 
- A Constituição Federal cria e autoriza os órgãos estatais aptos a exercer a função jurisdicional – art. 92, CF 
4. Inevitabilidade 
- Este princípio se estende as partes envolvidas no litígio perante o Estado-juiz 
- A posição de ambas as partes perante o magistrado é de sujeição, a decisão final independe de suas 
vontades, o juiz é quem profere a decisão final 
- As partes não possuem o poder de evitar que o poder jurisdicional estatal seja exercido 
5. Inafastabilidade da Atividade Jurisdicional ou Acesso à Justiça 
- Previsto no art. 5º, XXXV, CF e art. 3º, CPC 
- Este princípio garante a todos, de maneira formal, o acesso ao Poder Judiciário 
- Assegura que o Poder Judiciário não pode se recusar a atender quem vem em juízo apresentar uma 
pretensão, fundada em um direito, e pedir uma solução 
- O Poder Judiciário não pode praticar o non liquet 
6. Juiz Natural 
- Previsto no art. 5º, XXXVII e LIII 
- Garante a inexiste de tribunais de exceção e o julgamento por uma autoridade competente e 
previamente estabelecida constitucionalmente 
 
Poderes Inerentes à Jurisdição 
- Existem dois poderes inerentes à Jurisdição: jurisdicional e de policia, sendo assim, o magistrado no 
exercício da sua função exercerá as duas atribuições 
 Poder de Policia: 
- Previsto no art. 139, VII e art. 360, CPC 
- É concedido ao juiz para que ele possa exercer com autoridade e eficiência o poder jurisdicional 
 Poder Jurisdicional: 
 
- Poder/ dever de se aplicar o direito ao caso concreto, solucionando o conflito, pacificando as partes e 
resguardando a autoridade da lei e do ordenamento jurídico 
 
 
 
Classificação da Jurisdição 
- Classificação de acordo com a competência 
+Cada órgão previsto no art. 92, CF possui poder jurisdicional/competência sobre um determinado assunto 
JURISDIÇÃO 
 ESPECIAL: TRABALHO, ELEITORAL E MILITAR 
 COMUM: PENAL E CIVIL 
 JUSTIÇA FEDERAL: SUBSEÇÕES 
 JUSTIÇA ESTADUAL: COMARCAS 
- Classificação de acordo com o objeto 
+Em todo processo a atividade jurisdicional exercida tem por objeto uma pretensão, que pode ser de 
natureza variada conforme o direito objetivo que se fundamenta 
JURISDIÇÃO 
 PENAL: POSSUI PRETENSÃO PUNITIVA 
 CIVIL: OUTRAS EXCETO ALIMENTOS 
- Assim como no direito romano, o que não faz parte da esfera penal, compete a civil 
- A esfera civil possui como exceção os casos de divida alimentícia, pois estas possuem caráter punitivo 
- Classificação de acordo com a hierarquia do órgão jurisdicional 
JURISDIÇÃO 
 INFERIOR – 1º GRAU DE JURISDIÇÃO/ INSTÂNCIA 
 SUPERIOR – 2º GRAU DE JURISDIÇÃO/ INSTÂNCIA 
- Retoma-se a discussão acerca do princípio do duplo grau de jurisdição, onde a parte, diante de uma 
decisão desfavorável, recorrer a um órgão hierarquicamente superior 
 -Inferior: Exercida pelos juízes que, ordinariamente, conhecem o processo desde o seu início até, em 
regra, o seu encerramento – essa não é uma regra absoluta, pois em algumas hipóteses os tribunais 
possuem competência originária para conhecer, processar e julgar ações 
- Superior: Exercida pelos órgãos jurisdicionais responsáveis pelo reexame das decisões proferidas em 1º 
instância 
- O Supremo Tribunal Federal (STF) é o órgão máximo na organização judiciária do país 
- Classificação de acordo com a fonte do direito que baseou e proferiu o julgamento 
JURISDIÇÃO 
 DIREITO: A DECISÃO É BASEADA EM CRITÉRIOS LEGAIS 
 EQUIDADE: O JUIZ NÃO POSSUI LIMITAÇÕES LEGAIS PARA PROFERIR A 
DECISÃO 
- A regra, de acordo com o CPC, é que se utilize a jurisdição de direito 
- Equidade: Prevista no art. 127, 140 p. único e 723, CPC. O magistrado pode proferir sua decisão de 
acordo com a sua convicção 
- Classificação de acordo com a soberania/territorialidade 
JURISDIÇÃO 
 INTERNA: NACIONAL 
 EXTERNA: INTERNACIONAL 
 
- O CPC trata dessa matéria em seus artigos 21, 22 e 23 
- Artigos 21 e 22 são concorrentes, ou seja, se referem ao âmbito nacional e internacional. Já o artigo 23 se 
refere, exclusivamente, ao território interno 
- Classificação de acordocom a substitutividade 
JURISDIÇÃO 
 CONTENCIOSA 
 VOLUNTÁRIA 
- O CPC distribui a jurisdição contenciosa do art. 539 ao 718, enquanto a voluntária é apresenta a partir do 
art. 719 ao 770 
- A maioria dos casos em tramitação são contenciosos, por isso, são a regra 
- A nomenclatura contenciosa provém do termo contenda/ litígio/ disputa 
- A jurisdição contenciosa é caracterizada pela presença de partes, substitutividade, lide e aplicação estrita 
da legalidade – jurisdição de direito 
- Há duas correntes (Clássica/ Administrativa e Jurisdicionalista) que possuem entendimentos distintos 
acerca da jurisdição voluntária 
 Corrente Clássica/ Administrativa: 
- Desenvolvida por Giuseppe Chiovenda, a partir desta corrente, entende-se que há uma divisão 
significativa entre jurisdição contenciosa e voluntária 
- Entende que as características da jurisdição voluntária são as circunstancias de ela dar tutela jurisdicional 
aos sujeitos do processo, já sabendo desde o inicio a qual deles poderá ser dada, uma vez que os mesmos, 
consensualmente, solucionaram o conflito e precisam, apenas, validar a ação perante o Estado-juiz 
- Na jurisdição voluntária a atividade do juiz se limita a integrar ou fiscalizar a manifestação de vontade dos 
particulares. O magistrado irá agir como um administrador público de interesses privados 
- A jurisdição voluntária se diferencia da contenciosa/litigiosa pelo fato de não haver substitutividade, já 
que existe consonância de interesses. Também não há lide, mas uma situação conflituosa, capaz de gerar 
insatisfação. Além disso, diferentemente da jurisdição contenciosa, não existem partes, há interessados e, 
por fim, pode se aplicar tanto a jurisdição de direito quanto a de equidade (art. 723, CPC) 
 Corrente Jurisdicionalista: 
- Desenvolvida por nomes como Calmon de Passos, Ovídio Batista e Leonardo Greco 
- Atribui natureza jurisdicional a espécie voluntária 
- É considerada uma evolução que se contrapõe a corrente clássica 
- Entende que a jurisdição voluntária reveste-se de feição jurisdicional, pois a existência de lide não é fator 
determinante para sua existência. Outra diferenciação é que existem partes no sentido processual do 
termo, além disso, o Estado age como um terceiro imparcial. Por fim, há como característica, coisa julgada. 
 
Estrutura do Poder Judiciário 
+Organização e Garantias/Gêneros 
 Garantias 
- Possui duas espécies: institucional e funcional 
 Institucional: 
- Prevista no art. 99, CF 
- Se estende ao Poder Judiciário com o objetivo de evitar o enfraquecimento da atuação do mesmo em 
relação ao Poder Legislativo e Executivo. Dessa forma, é assegurada, ao Poder Judiciário, autonomia 
administrativa e financeira – autogoverno 
 
> Autonomia Financeira: depois de realizada e aprovada sua proposta orçamentária, conforme 
apresenta o art. 99, §1º, CF., o Poder Judiciário é autônomo/ responsável por suas finanças 
> Autonomia Administrativa: os próprios tribunais elegem seus órgãos diretivos, sem a participação de 
outros poderes, além de também criarem seus regimentos e estruturas funcionais internas, 
caracterizando, assim, o autogoverno 
+Segue a ideia de freios e contrapesos 
 Funcional: 
- Previsto no art. 95, CF 
- Essa garantia revela uma proteção da principal perspectiva do Poder Judiciário, a atividade jurisdicional. 
Para evitar indesejadas interferências no Poder Judiciário, a Constituição Federal assegura ao magistrado 3 
garantias: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio. Desviando-se de interposições 
políticas, econômicas, externas e estranhas a justa convicção que o magistrado deve formar para solução 
do caso 
- No exercício da judicatura podem surgir interesses políticos e econômicos contrariando o magistrado, 
sendo assim, percebe-se a importância das garantias presentes no art. 95, CF 
- As garantias asseguram o princípio do juiz natural 
Inamovibilidade: 
- Propicia estabilidade geográfica 
- Limita a movimentação do magistrado, impedindo que o mesmo seja destituído, aleatoriamente, do 
cargo ou removido, contra sua vontade, de sua localidade, salvo por motivo interesse público – Art. 93, 
VIII, CF 
+O interesse público deve ser fundamentado em uma decisão por voto da maioria absoluta do respectivo 
tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, sempre assegurando a ampla defesa 
Vitaliciedade: 
- Propicia segurança que ultrapassa a estabilidade, não possui vencimento 
+Apesar de não possuir válida, ainda assim, pode haver a perda do cargo 
- Essa garantia é adquirida após 2 anos de exercício jurisdicional – após estagio probatório. Antes desse 
prazo, há a possibilidade de ser desapossado do cargo mediante sentença penal condenatória, transitada e 
julgada, ou por decisão administrativa do respectivo tribunal 
- Tornando-se vitalício, a perda do cargo pode ocorrer, apenas, por sentença penal condenatória transitada 
e julgada 
- Durante o estagio probatório, o tribunal realiza fiscalizações a fim de identificar características 
importantes como a responsabilidade funcional do magistrado. Não cumprindo-as de forma satisfatória, 
poderá haver perda do cargo 
+O estagio probatório do magistrado não se confunde com o do funcionário público 
- O CNJ (Conselho Nacional de Justiça), não possui poder para determinar a perda do cargo 
- Existe a possibilidade de ingressar na carreira da magistratura através de nomeação direta, como é o caso 
do quinto constitucional, previsto no art. 94, CF 
+Quando nomeado pelo quinto constitucional, não há necessidade dos 2 anos de estagio probatório, a 
vitaliciedade é adquirida no momento da posse do cargo 
- A vitaliciedade também traz consigo a ideia de aposentadoria compulsória – independente da vontade, 
que ocorre aos 75 anos de idade 
- Aprovado no concurso para magistratura, deve se realizar os cursos de preparação e aperfeiçoamento da 
escola judicial, previsto no art. 93, IV, CF 
Irredutibilidade de Subsídio 
 
- A remuneração do magistrado não pode ser reduzida, esta deve ser revisada dentro de critérios 
orçamentários adequados, para que não haja perda do poder aquisitivo ocasionado pela inflamação 
- A Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN) é a de numero 35/1979 
 
Organização Judiciária 
- Prevista no art. 92, CF 
- Apesar de a jurisdição ser una, a mesma pode ser distribuída entre os órgãos que compõem o Poder 
Judiciário. O Estado é responsável pela divisão e atribuição das funções específicas de cada membro que 
compõe a esfera judicial 
- Com exceção do CNJ, todos os outros órgãos do Poder Judiciário realizam atividade jurisdicional 
- O Estado realiza uma divisão na estrutura do Poder Judiciário visando maior eficácia 
 Supremo Tribunal Federal (STF) 
- Previsto no art. 101, CF 
- Representa o ápice da estrutura judiciária nacional 
- Art. 101. O Supremo Tribunal Federal compõe-se de onze Ministros, escolhidos dentre cidadãos com mais 
de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada. 
 Parágrafo único. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal serão nomeados pelo Presidente da 
República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal. 
+O presidente do STF entra na linha de sucessão presidencial, por isso seus membros precisam ser 
brasileiros natos 
- Não é possível ingressar ao SFT por carreira 
- Não se exige que o membro do SFT seja bacharel em Direito ou em ciências jurídicas 
- A competência do STF está prevista no art. 102, CF 
 Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
- Previsto no art. 104, CF 
- Surge com a Constituição de 1988, tendo a finalidade de “desafogar” o STF 
- Composto por no mínimo 33 ministros 
- Assim como no STF, os ministros do STJ serão nomeados pelo Presidente da República, depois de 
aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, dentre cidadãos com mais de trinta e cinco e 
menos desessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada 
+Os membros do STJ não precisam ser brasileiros natos, podem ser naturalizados 
- Possui como função uniformizar a interpretação da lei infraconstitucional – Art. 105, CF e SS 
- Ao STJ cabem causas regidas pelo direito material comum – civil, penal, empresarial, tributário, 
administrativo. 
+O direito material especial é tutelado por tribunais específicos – TST, STM e TSE 
- 1/3 das vagas do STJ é composto por juízes de tribunais regionais federais. 1/3 é designado para 
desembargadores e 1/3 para advogados e membros do Ministério Público 
- Assim que os membros do STJ são admitidos passam a usufruir das garantias previstas no art. 95, CF 
 Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 
- Previsto no art. 103-B, CF 
- Criado pela Emenda Constitucional 45/2004 
- Não realiza atividade jurisdicional. Segundo o STF, exerce jurisdição sensória 
- A jurisdição sensória seria uma espécie de fiscalização da atuação administrativa e financeira do Poder 
Judiciário, além de verificar o cumprimento dos deveres funcionais de magistrados 
 
- É composto por 15 membros, sendo estes bastante diversificados 
- O presidente do STF, também preside o CNJ 
- Os membros desde órgão possuem mandato de 2 anos. Admite-se, também, uma recondução 
- 2 dos 15 membros do CNJ são cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela 
Câmera dos Deputados e outro pelo Senado Federal – Art. 103-B, XIII, CF 
 Justiça Federal 
- Prevista do art. 106 ao 110, CF 
- A Justiça Federal está dividida em tribunais regionais federais e juízes federais 
- Há no país, ao todo, 5 tribunais regionais federais. 
TRF – 1º Região 
Sede Brasília 
Compreende Norte, Centro Oeste (exceto MS), MG, BA, MA, PI 
TRF – 2º Região 
Sede Rio de Janeiro 
Compreende RJ e ES 
TRF – 3º Região 
Sede São Paulo 
Compreende SP e MS 
TRF – 4º Região 
Sede Porto Alegre 
Compreende Sul 
TRF – 5º Região 
Sede Recife 
Compreende Nordeste (exceto BA, MA, PI) 
- A Justiça Federal é segmentada em seções e subseções. Cada estado representa uma seção, havendo 
subseções no interior do mesmo 
- A competência da Justiça Federal está elencada no Art. 109, CF 
+Ressalva-se o inciso I do mesmo artigo, que possui estreita relação com a matéria do Art. 45, CPC – 
Segundo a súmula 66 do STJ, o Conselho de Fiscalização de Atividade Profissional, tratado no CPC, é 
equiparado à Autarquia Federal 
 Justiça do Trabalho 
- Refere-se a assuntos pertinentes a relação de emprego 
- Prevista do Art. 111 a 117, CF 
- Os órgão que compõe a Justiça do Trabalho são: 
1)Tribunal Superior do Trabalho (TST) 
- Órgão máximo da Justiça do Trabalho 
- Composto por 27 ministros, sendo 1/5 oriundo da carreira da advocacia trabalhista, do Ministério Público 
do Trabalho e o restante por juízes de carreira dos TRTs, indicados pelo próprio tribunal 
- Os ministros do tribunal serão escolhidos pelo Presidente da República, sendo estes brasileiros com idade 
entre 35 e 65 anos, aprovados pela maioria absoluta do Senado Federal 
2)Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs); 
3)Juízes do Trabalho. 
- A competência da Justiça do Trabalho está prevista no Art. 114, CF e refere-se à ações oriundas da 
relação de trabalho 
 
 
** A Justiça Federal e do Trabalho são instituições mais regionalizadas, não existem em todas as 
localidades possíveis. Portanto, a Justiça Estadual possui competência para julgar casos desses órgãos, 
como dispõe o Art. 109, §3º, CF, denominando essa ação de COMPETÊNCIA POR DERIVAÇÃO** 
 Justiça Eleitoral 
- Prevista do Art. 118 a 121, CF 
- Composta pelos seguintes órgãos: 
1) Tribunal Superior Eleitoral (TSE) 
- Órgão máximo da Justiça Eleitoral 
- A composição do tribunal está disposta no Art. 119, CF 
Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: 
 I - mediante eleição, pelo voto secreto: 
 a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; 
 b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; 
 II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber 
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. 
2) Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) 
3) Juízes Eleitorais 
4) Juntas Eleitorais – colegiados provisórios, estabelecido por 2 ou 4 cidadãos e um juiz de direito, 
durante o pleito eleitoral 
- A Justiça Eleitoral possui como função tutelar o processo eleitoral seguindo o Código Eleitoral e outras leis 
complementares, garantindo, além da cidadania, a soberania popular 
+ Organiza o alistamento eleitoral, votação, apuração de votos, diplomação, etc. – Art. 40, CE 
- A Justiça Eleitoral é sazonal, portanto, seus membros magistrados não ingressam por meio da carreira. 
Candidatam-se magistrados/membros do MP estaduais ou federais – conforme as eleições – para serem 
membros da Justiça Eleitoral durante o período do pleito 
 Justiça Militar 
- É a mais antiga do país, uma vez que decorre das Forças Armadas, tendo mais de 200 anos. Passou a 
integrar o Poder Judiciário brasileiro a partir da Constituição de 1934 – período da Era Vargas 
- Seus julgamentos seguem a mesma sistemática do Poder Judiciário brasileiro 
- A Justiça Militar é composta da seguinte maneira: 
1) Superior Tribunal Militar (STM) 
- Órgão militar de instância máxima 
- A composição do STM está previsto no Art. 123, CF 
Art. 123. O Superior Tribunal Militar compor-se-á de quinze Ministros vitalícios, nomeados pelo Presidente 
da República, depois de aprovada a indicação pelo Senado Federal, sendo três dentre oficiais-generais da 
Marinha, quatro dentre oficiais-generais do Exército, três dentre oficiais-generais da Aeronáutica, todos da 
ativa e do posto mais elevado da carreira, e cinco dentre civis. 
Parágrafo único. Os Ministros civis serão escolhidos pelo Presidente da República dentre brasileiros 
maiores de trinta e cinco anos, sendo: 
I - três dentre advogados de notório saber jurídico e conduta ilibada, com mais de dez anos de efetiva 
atividade profissional; 
II - dois, por escolha paritária, dentre juízes auditores e membros do Ministério Público da Justiça 
Militar. 
2) Tribunais Militares 
3) Juízes Militares 
 
- A competência da Justiça Militar está previsto no Art. 124, CF, sendo esta julgar crimes militares previstos 
no Código Penal Militar 
 
 Justiça Estadual e do Distrito Federal 
- O Distrito Federal é um hibrido entre município e estado 
- A Justiça Estadual e do Distrito Federal está elencada no Art. 125 e 126, CF, sendo composta por: 
1) Tribunais de Justiça 
2) Juízes Estaduais 
3) Juizados Estaduais Civis, Criminais e da Fazenda Pública 
- Sua competência é residual, ou seja, matérias que não são tratados por outros órgãos do Poder Judiciário, 
são de sua responsabilidade 
- Ressalta-se o fato de cada Estado possuir sua própria Constituição 
 
Ministério Público 
- Previsto a partir do Art. 127, ss., CF e Art. 176, ss., CPC. Além disso, também possui uma Lei Orgânica 
Nacional (8695/93) 
- É uma instituição autônoma, não integra o Poder Judicial, Legislativo ou Executivo 
- Desenvolve sua função ao longo de litígios, mas não possui dependências ou subordinações em relação 
ao Judiciário 
- Possui, assim como o Poder Judiciário, garantia institucional e funcional, exercendo seu autogoverno 
+ Parágrafos do Art. 127, CF 
- De acordo com a Constituição Federal, esta é uma instituição permanente, essencial à função jurisdicional 
do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrática e dos interesses sociais e 
individuais indisponíveis – Art. 127, CF 
- Os membros do MP possuem como garantia: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios 
– Art. 128, §5º, CF 
- Em regra, o MP possui maior atuação perante a esfera penal, mas também atua civilmentede duas 
maneiras. Primeiramente, de acordo com o Art. 177, CPC o MP exercendo o direito de ação – sendo autor 
de litígios públicos e privados – e por fim, como prevê o Art. 178, CPC, intervindo como fiscal da ordem 
jurídica nos casos de: 
I - interesse público ou social; 
II - interesse de incapaz; 
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. 
+Neste casos, leva-se mais em conta a natureza dos casos, não seus titulares 
- Ao haver descumprimento de obrigação de atuação/intervenção do Ministério Público, o processo irá se 
tornar nulo, podendo haver ajuizamento de ação rescisória, como prevê o Art. 967, III, CPC 
- A estrutura do Ministério Público está disposta no Art. 128, CF da seguinte maneira: 
I - O Ministério Público da União, que compreende: 
a) o Ministério Público Federal 
b) o Ministério Público do Trabalho 
c) o Ministério Público Militar 
d) o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios 
 II - Os Ministérios Públicos Estaduais 
 Conselho Nacional do Ministério Público 
 
- Criado a partir da Emenda Constitucional nº45/2004 
- Semelhante ao CNJ, possui a função de fiscalizar a funcionalidade do MP 
 
Advocacia 
- É divida em: 
 Pública (Art. 131 e 132, CF): 
- O ingresso à carreira se da por meio de concurso público 
- Estabelece organização no âmbito da União e dos Estados 
- Pessoas de direito público precisam possuir seus próprios procuradores em juízo. Ex.: Advogado Geral da 
União, advogada para a União 
- Realiza a defesa do interesse de pessoas jurídicas de direito público – Art. 182, CPC 
- São órgãos da advocacia pública: Advocacia Geral da União, Procuradorias Federais, Estaduais e 
Municipais 
 Privada/Autônoma (Art. 133, CF): 
- O Art. 133, CF dispõe o seguinte: O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável 
por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei 
- A advocacia privada possui o Estatuto da OAB – Lei 8.906/94 
- Para a administração da justiça, o advogado possui capacidade postulatória plena, ou seja, possui o poder 
de representar um terceiro para legitimar a ação, como afirma o Art. 103, 104 e 105 do CPC 
+Em alguns casos, leigos podem propor ações, não havendo necessidade da presença de um advogado – 
como nos casos de habeas corpus, medidas protetivas, ação de alimentos e outros 
- Existem prerrogativas, condições mínimas para assegurar o exercício da atividade para a atuação do 
advogado, dispostas no Art, 7º do Estatuto da OAB 
+ Não há hierarquia entre advogados, juízes e membros do Ministério Público 
EXTRAS: Art. 183¹ e 184², CPC 
¹. Órgãos de Direito Público possuem prazo em dobro para qualquer manifestação processual 
². O membro da Advocacia Pública será civil e regressivamente responsável quando agir com dolo ou 
fraude no exercício de suas funções 
- Advogados possuem imunidade judiciária, como dispõe o Art. 142, I, CP e Art. 2º, §3º do Estatuto da OAB 
 
Defensoria Pública 
- Prevista no Art. 134, CF, a Defensoria Pública é uma instituição permanente e essencial à funcionalidade 
jurisdicional do Estado 
- Incumbe à Defensoria Pública a orientação e defesa, de forma gratuita, dos necessitados/carentes de 
recursos 
+Justiça Gratuita – Art. 98, CPC 
- Nem todas as comarcas estão munidas com a Defensoria. Na falta de um defensor, surge a figura de 
advogados dativos 
+Advogados Dativos: profissionais da esfera privada, nomeados pelo magistrado a partir de uma listagem 
da OAB, que terão seus honorários pagos pelo Estado e suprirão um defensor 
- A Defensoria Pública se divide em: 
 Defensoria Pública da União 
 Defensoria Pública do Estado/ Distrito Federal 
- O ingresso nas instituições se da por meio de carreira e concursos públicos distintos 
 
- Os membros da Defensoria possuem como garantia a inamovibilidade. Além disso, a estes é vedada a 
prática da advocacia fora de suas atribuições institucionais 
 
Auxiliares da Justiça 
- Elencados no Art.149, CPC, atuam no processo subordinados aos juízes 
- Art. 149, CPC. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas 
normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justiça, o perito, o 
depositário, o administrador, o intérprete, o tradutor, o mediador, o conciliador judicial, o partidor, o 
distribuidor, o contabilista e o regulador de avarias 
- São classificados como: 
 Auxiliares Permanentes: servidores do Judiciário (serventuários) 
 Auxiliares Eventuais: não são servidores, mas são intimados pelo magistrado para prestarem auxílio 
em caráter excepcional, como os peritos e interpretes 
Escrivão, Chefe de Secretaria e Oficial de Justiça 
- O Escrivão/Chefe de Secretária é o principal auxiliar do magistrado, uma que vez que os atos decisórios 
proferidos no processo, decorrem do trabalho do mesmo 
+Possuem auxiliares – escreventes – devido às várias atividades que incubem a esse profissional 
- As funções do Escrivão ou Chefe de Secretária estão dispostas no Art. 152 e 153, CPC 
- O Art. 154, CPC diz respeito ao Oficial de Justiça, longa manus do magistrado 
- O CPC de 2015 inova no inciso VI do Art. 154, ressaltando-o, também, no paragrafo 
 único do mesmo - Autocomposição 
- O escrivão, o chefe de secretaria e o oficial de justiça são responsáveis, civil e regressivamente, quando 
sem justo motivo, se recusarem a cumprir no prazo os atos impostos pela lei ou pelo juiz a que estão 
subordinados ou praticarem ato nulo com dolo ou culpa, como expõe o Art. 155, CPC 
+Nestas situações pode ser instaurado um processo administrativo 
Perito 
- Previsto do Art. 156 ao 158, CPC 
- O Juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico 
- Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados e os órgãos técnicos ou 
científicos devidamente inscritos em cadastro mantido pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado 
- Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo tribunal, a nomeação do perito é 
de livre escolha pelo juiz e deverá recair sobre profissional ou órgão técnico ou científico 
comprovadamente detentor do conhecimento necessário à realização da perícia 
- Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manutenção do cadastro, considerando a 
formação profissional, a atualização do conhecimento e a experiência dos peritos interessados 
- O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar o juiz, empregando toda sua 
diligência, podendo escusar-se do encargo alegando motivo legítimo 
- O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas responderá pelos prejuízos que causar à 
parte e ficará inabilitado para atuar em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, 
independentemente das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao respectivo 
órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis 
 
Depositário e Administrador 
 
- Responsáveis pela guarda e conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou arrecadados, 
como dispõe o Art. 159, CPC 
- O depositário ou o administrador responde pelos prejuízos que, por dolo ou culpa, causar à parte, 
perdendo a remuneração que lhe foi arbitrada, mas tem o direito a haver o que legitimamente despendeu 
no exercício do encargo 
- O depositário infiel responde civilmente pelos prejuízos causados, sem prejuízo de sua responsabilidade 
penal 
Intérprete e Tradutor 
- O juiz nomeará intérprete ou tradutor quando necessário para: 
I – traduzir documento redigido em língua estrangeira (os atos processuais devem estar escritos no idioma 
local) 
II – verter para o português as declarações das partes e das testemunhas que não conhecerem o idioma 
nacional; 
III – realizar a interpretação simultânea dos depoimentos das partes e testemunhas com deficiência 
auditiva que se comuniquem pormeio da Língua Brasileira de Sinais, ou equivalente, quando assim for 
solicitado. 
Conciliador e Mediador 
- Responsáveis por promover entre as partes a solução de conflitos, sem necessidade de provocar o 
Judiciário 
- Normalmente, atuam em CEJUSCs – mantidos por tribunais de Justiça –, mas também podem exercer 
suas atividades na esfera privada, desde que cadastradas em tribunais ou no CNJ 
 
Impedimento e Suspeição (Art. 144 a 148, CPC) 
- Do juiz e outros membros do Judiciário se exige a imparcialidade, ou seja, estes não podem ter interesse 
ou ligação na causa do processo. Dessa maneira, o Art. 144 e 145, CPC expõem os casos de impedimento e 
suspeição – situações em que o Código prevê parcialidade 
- O IMPEDIMENTO é um vício mais grave do que SUSPEIÇÃO 
+Tal percepção pode ser realizada ao analisar o Art. 966, II, CPC 
- Caso o juiz não se manifeste nessas situações, cabe ao advogado da parte instaurar um incidente de 
arguição de impedimento ou suspeição 
 
Ação 
Teorias da Ação 
 Imanentistas ou Civilista: 
- Não distinguia direito material e direito de ação 
- A evolução desta concepção ocorre por meio da polêmica entre os romanistas Muther e Windsheid 
 Teoria Concreta: 
- Idealizada pelo alemão Adolf Wach, reconhece a autonomia do direito da ação, mas não sua 
independência – o direito de ação dependeria do direito material 
- 2 questionamentos não são solucionados por essa teoria 
1º: Na hipótese de improcedência, além da inexistência do direito material, o direito de ação também 
não existiria? 
2º: Não haveria direito de ação quando a mesma fosse declarada negativa? 
 Teoria Abstrata Pura: 
 
- Idealizada por Degenkolb e Plósz, consentem com a autonomia e independência do direito de ação 
- Entende que o direito de ação é abstrato, amplo, genérico e incondicionado, nenhum requisito precisa 
ser preenchido para sua existência. Dessa maneira, admite qualquer tipo de ação, por mais absurda que 
seja 
 Teoria Eclética: 
- Idealizada por Liebman, pode ser compreendida como uma adaptação da Teoria Abstrata da Ação 
- Entende que o direito de ação é autônomo e independente, mas precisa preencher requisitos, as 
chamadas condições da ação: legitimidade, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido 
- Adotada pelo CPC 
 Teoria da Asserção: 
- Atualmente, ainda é aceita pelo STJ 
- Une a Teoria Eclética e Abstrata 
- Entende que o Judiciário deve acolher o pedido de ação confiando na existência de legitimidade e 
interesse do autor 
+A verificação das condições da ação ocorrerá durante o julgamento do mérito 
- A ação surgirá como um mecanismo que provocará o Judiciário para que este emita uma resposta – 
provimento/tutela jurisdicional – materializada em sentença 
- É importante não confundir o exercício do direito de ação com a petição inicial 
+A petição será o instrumento que iniciará a provocação do Poder Judiciário 
- Conceito de Ação: O direito de ação é uma garantia pública, subjetiva – recai em sujeitos – e de natureza 
constitucional, sendo regulado pelo Código de Processo Civil 
- A ação, sendo típica do Estado Democrático de Direito, será exercitada contra o Estado, pois este detém a 
jurisdição e emitirá o provimento jurisdicional 
Condições da Ação 
- De acordo com o Art. 17, CPC, para o exercício do direito de ação é necessário o preenchimento de dois 
requisitos: legitimidade e interesse de agir/processual 
 Interesse de Agir: 
- Está intimamente relacionado à utilidade da prestação jurisdicional que se pretende obter através da 
movimentação do Poder Judiciário 
- O interesse de agir se faz presente quando o bem da vida não pode ser adquirido sem a intervenção do 
Judiciário 
 Legitimidade: 
- Prevista no Art. 18, CPC 
- O contraditório foi travado entre as partes corretas/legitimas? 
- É subdividida em ordinária¹ e extraordinária² 
¹. A titularidade da ação vincula-se a titularidade do direito material subjetivo pretendido. É aquele que em 
juízo defende interesse próprio 
². Defende em nome próprio interesse alheio. O responsável pela ação não é titular do direito 
- Alguns autores entendem que a substituição processual, trazida pelo parágrafo único do Art. 18, é 
equivalente a legitimidade ordinária 
Elementos de identificação da Ação 
- São divididos em: subjetivos e objetivos 
 Subjetivos: 
- Refere-se às partes – autor e réu 
- Indivíduos que iram participar da relação jurídica processual integrando o contraditório 
- O fenômeno litisconsórcio autoriza a existência plural de autores ou réis 
 
+ litisconsórcio ativo – pluralidade de autores/ litisconsórcio passivo – pluralidade de réis 
+ a pluralidade de autores e réis é denominada de litisconsórcio misto 
- O autor é responsável por apresentar pretensão em face de algum sujeito 
- O réu se submete a relação jurídica processual estabelecida pelo autor 
- Há, também, a figura do terceiro, no entanto, ESTE NÃO É TIDO COMO PARTE 
- As partes estão em posição de sujeição à figura do juiz 
 Objetivo: 
- Trata-se de pedido e causa de pedido – Art. 319, CPC 
- Causa de Pedir: requisito da petição inicial, apresentando fatos e fundamentos jurídicos 
- Possui duas teorias: substanciação (requer fatos e fundamentos) e individuação (requer apenas 
fundamentos) 
- Os fundamentos jurídicos exigem a subsunção do fato à norma – diálogo entre os dois conceitos 
- A Causa de Pedir também se subdivide em: remota (fatos) e próxima (fundamentos jurídicos) 
- Outra subdivisão é: ativa (fatos constitutivos do direito do autor) e passiva (fatos do réu contrário ao 
direito) 
- O pedido trata da pretensão do indivíduo. Expõem-se os fatos junto dos fundamentos jurídicos e em 
seguida a pretensão, ou seja, o pedido 
- O pedido deve ser certo (expresso) e determinado (individuado quanto ao gênero e qualidade), como 
expõem os artigos 322 e 324, CPC 
- O pedido pode ser classificado como imediato (aspecto processual) e mediato (aspecto material) 
- O pedido imediato é a espécie da tutela jurisdicional que se pretende obter. Já o pedido mediato refere-
se ao bem da vida desejado. 
- O CPC estimula a cumulação de pedidos, para gerar eficácia processual 
- Art. 329, CPC: O autor poderá: 
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do 
réu; 
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do 
réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 
(quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. 
 
Classificação das Ações 
- A partir do critério da natureza do provimento jurisdicional pretendido 
- Existem os seguintes grupos de ação: cognição/ de conhecimento e execução 
Cognição/ de Conhecimento 
- Mais usual, tem por objetivo o acertamento do direito, ou seja, reconhecer a existência ou não do direito 
- Gera sentença de mesma natureza 
- Admite a subclassificação trinaria de Chiovenda, dividindo a ação em: declaratória, constitutiva e 
condenatória. Alguns doutrinadores admitem a classificação quinaria, desenvolvida por Pontes de 
Miranda, que inclui a ação mandamental e executiva lato sensu 
 Ação Declaratória: 
- Prevista no Art. 19 e 20, CPC 
- Tem por finalidade a declaração de existência ou inexistência da relação jurídica, ou seja, conferir certeza 
jurídica processual almejada por uma das partes. O Estado-juiz, responsável por mediar o conflito, irá 
declarar razão a um dos envolvidos 
- Pode ser pura/ meramente declaratória (Art. 20) ou poderá haver outra providência jurisdicional 
consequencial junto dela (Art. 19) 
+As subclassificações não são puras, poderá haver resquícios de outra espécie 
 Ação Constitutiva: 
- Tem o objetivo de criar, modificar ou extinguir um estado ou relação jurídica 
- Opera em mão dupla, ou seja, em um só tempo, desconstitui uma relação jurídica e constitui outra 
 
- Admite a seguinte subclassificação: positiva – cria a relação jurídica– ou negativa – extingue a relação 
jurídica 
- A ação constitutiva se relaciona, de maneira geral, com o direito potestativo (poder que uma das partes 
tem de impor a outrem a alteração, criação ou extinção de uma relação jurídica. Adentra a esfera jurídica 
de outra pessoa, sem que esta possa impedir) 
 Ação Condenatória: 
- Objetiva condenar o réu a prestar uma obrigação, trata-se do direito prestacional, poder de exigir de 
outro uma prestação 
 Ação Mandamental: 
- Possui como característica um provimento jurisdicional que determina/obriga algo, por exemplo o 
mandado de segurança 
 Ação Executiva lato sensu: 
- É a possibilidade de uma ação mesclar-se com processo de conhecimento e execução, por exemplo o 
despejo e a reintegração de posse 
 Ação Executiva: 
- Busca a satisfação/ realização de um direito por meio de um título executivo extrajudicial ou judicial 
- Através de um título executivo extrajudicial, ocorrerá por meio de um processo autônomo. Judicial, será 
pelo cumprimento de sentença – fase do processo de conhecimento 
Prescrição e Decadência 
- Tratados pelo Direito Material, está previsto no Art. 205 e 206 do CC 
- São prazos para que a parte possa exercer seu direito de ação 
- Em regra geral, a ação condenatória está sujeita a prescrição. Ações constitutivas estão sujeitas a 
decadência, em casos prescritos em lei. Já as ações declaratórias não são atingidas por esses fenômenos 
+Caso a decadência da ação constitutiva não esteja prevista em lei, esta também não será atingida pelos 
fenômenos 
 
Processo 
- Processo e Procedimento são objetos distintos 
- O Processo é um método de resolução de conflitos, em que deve participar as partes e o órgão 
jurisdicional, todos de maneira ativa e racional, cooperativamente 
- O processo irá oferecer instrumentos de proteção e realização do direito dos indivíduos e da coletividade 
- Será formado por uma série/conjunto de atos processuais ordenados, uma vez que há uma ordem lógica 
na prática destes, indicada pelos procedimentos 
- O processo pode ser entendido como imaterial 
- A natureza jurídica do processo é de relação processual, sendo inegável que o Estado e as partes estão 
interligados por uma série de liames jurídicos, que decorrem, para as partes, de poderes, deveres, 
faculdades e ônus – efeito negativo da prática de não realizar uma obrigação. O magistrado possui poderes 
e deveres 
- O procedimento é definido como a exteriorização do processo 
- O processo não vive sem procedimentos 
- O processo recebe a seguinte subdivisão: 
 Conhecimento (Art. 318 a 770, CPC) 
- O processo de conhecimento é utilizando em situações que é necessário reconhecer o direito 
- É caracterizado pela sentença de mérito, ampla cognição do juiz e produção de provas das partes 
 
- Tem como aptidão a produção de coisa julgada 
 Execução (Art. 771 a 925, CPC) 
- Caracterizado pela realização/satisfação 
- O comando deve ser satisfeito 
- Existem dois procedimentos: especial e comum/ordinário 
 Especial 
- Em regra geral, está previsto a partir do Art. 539 ao 770 
- Para o legislador, alguns processos que envolvem direitos materiais, precisam de regras específicas para 
tratar de situações peculiares, se contrapondo ao procedimento comum 
- É subdivido em: jurisdição voluntaria (responsável por questões públicas) e contenciosa (responsável por 
conflitos privados) 
 
Fases do Processo 
- É divido em: postulatória, ordinatória/saneatória, instrutória e decisória 
 Postulatória: 
- Espaço procedimental compreendido entre o ajuizamento da ação e a apresentação de resposta pelo réu 
– as mais tradicionais são contestação e reconvenção 
- Nessa fase os atos processuais das partes caracterizam-se pelo conteúdo postulatório 
 Ordinatória/ Saneatória: 
- Compreende a fase de encerramento do período postulatório até iniciar a fase probatória 
- Prevista no CPC a partir do Art. 347 até 353 
- A importância dessa fase se da pelo fato do magistrado examinar a existência de nulidades/vícios 
processuais para que assim possa julgar o mérito 
- Existem casos que não passam pela fase instrutória devido vícios processuais, sendo extinta sem a 
resolução do mérito, de acordo com o Art. 485, CPC 
 Instrutória/Probatória: 
- Após o saneamento do processo se inicia essa fase 
- Se faz precisa quando ainda existem provas a serem produzidas 
- Faculta-se as partes provar suas alegações por um dos meios de provas admitidos no CPC e por aqueles 
moralmente legítimos 
- Caso não haja mais provas, essa fase não é aberta 
 Decisória: 
- Fase em que o juiz irá analisar os fatos e proferir sentença 
- O magistrado pode protocolar em seu gabinete ou em audiência instrução-julgamento, como é previsto 
no Art. 366, CPC 
- Alguns autores incluem em suas doutrinas a fase recursal 
 
Relação Jurídica Processual 
- Em regra, formada pelo seguinte trio: autor, réu e magistrado (tríplice) 
- Excepcionalmente, pode haver casos em que a relação jurídica não possui autor – quando o juiz pode de 
ofício iniciar a demanda – ou réu – em casos de controle de constitucionalidade 
- A formação se da em 2 etapas distintas, inicialmente pela propositura da ação (Art. 312, CPC) e em 
seguida, se completa, pela citação válida do réu (Art. 240, CPC) 
 
- É importante ressaltar que, quando apresentada a petição inicial, já existirá uma relação jurídica, ainda 
que incompleta – relação linear: limitada ao autor e o juiz 
- O art. 330, CPC, admite que o magistrado profira sentença terminativa (sem julgar o mérito) em relações 
jurídicas lineares. Já o art. 332, permite a emissão de sentenças definitivas, onde há a resolução do mérito 
Características da Relação Jurídica Processual 
- Totalizam-se 5 características, sendo elas: autonomia, complexidade, dinamismo, unidade, natureza 
pública da relação 
1) Autonomia: 
- Mesmo não havendo relação jurídica de direito material, ainda existirá a de direito processual 
2) Complexidade: 
- Há diversas situações jurídicas ao longo do trâmite procedimental e as partes deverão exercer suas 
atribuições – ônus, faculdades, deveres e poderes – nestes casos 
3) Dinamismo: 
- A relação jurídica de direito processual é continuada, desenvolvida durante um lapso temporal, sendo 
assim, é assegurada a razoável duração do processo. O dinamismo busca manter o seguimento do 
dispositivo (não sendo instantâneo ou prolongado) 
4) Unidade: 
- Os atos praticados pelos sujeitos processuais estão interligados e sequenciados, havendo uma unidade 
entre eles 
+Um ato é dependente do outro 
5) Natureza Pública: 
- Além da participação do juiz como representante do Estado, o interesse na boa prestação jurisdicional 
aspirada pelo coletivo, torna indiscutível a natureza pública da relação jurídica processual 
Teorias da Natureza Jurídica do Processo 
- A primeira teoria entende o processo como um contrato, partindo das ideias de Ulpiano 
- A segunda teoria tem participação de Savigny 
- Entendia o processo como algo parecido com um contrato, havendo, igualmente, um acordo entre as 
partes 
- A terceira teoria, adotada atualmente, entende o processo como uma relação jurídica e foi desenvolvida 
por Oskar Von Bullow 
- A relação jurídica processual não deveria ser confundida com a relação jurídica de direito material 
- A última teoria, processo como situação jurídica, não foi recepcionada pela doutrina, mas possui 
observações válidas 
Pressupostos Processuais 
- Exigências que tornam a relação jurídica processual válida/possível 
- A doutrina clássica utiliza-se da classificação de pressupostos processuais de existência e de validade, 
sendo o último desdobrado em positivo e negativo 
- Pressupostos processuais de existência e de validade positiva, são essenciais. A ausência de algum 
componente dessas duas primeiras classes impede o julgamento do mérito 
- Havendo um dos requisitos que compõe a terceira classe (pressuposto processualde validade negativa) 
inibe que a tutela jurisdicional seja prestada 
Pressuposto Processual de Existência 
- Para que a relação jurídica possa se constituir, é necessária a existência dos seguintes requisitos: 
provocação inicial, jurisdição e citação/ possibilidade de participação do réu 
 
 
 
Pressuposto Processual de Validade 
 Positivo: 
- São requisitos que devem ser preenchidos, como os de existência, para que o processo seja regulado 
- Tem como requisitos: aptidão da provocação inicial/ petição inicial apta (Art. 319, CPC), competência do 
juízo e imparcialidade do juiz, citação válida e capacidade de ser parte, estar em juízo e postulatória 
 Negativo: 
- Impedem o julgamento do pedido 
- Denominado pela doutrina contemporânea de extrínseco 
- São eles: coisa julgada material (Art. 337, §4º, CPC), litispendência (Art. 337, §3º, CPC), perempção (Art. 
486, §3º, CPC), convenção de arbitragem – por alguns autores é entendido como impedimento e não como 
pressuposto negativo e ausência de pagamento de custas (Art. 486, §2º, CPC) 
Doutrina Contemporânea 
- Divide os pressupostos em: 
1) Subjetivos: 
- Admite classificação entre partes e juiz 
-Os pressupostos subjetivos das partes devem comprovar capacidade de ser parte, estar em juízo e 
postulatória. Já os pressupostos do juiz envolvem imparcialidade e investidura 
2) Objetivos: 
- Divide-se em extrínseco – analisado fora da relação processual – e intrínseco 
- O intrínseco envolve demanda, petição inicial apta, citação válida e regularidade formal. Já os extrínsecos, 
coisa julgada material, litispendência, perempção, convenção de arbitragem e ausência de pagamentos das 
demandas do processo

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