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Direito Ambiental 2

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Aula 02
Direito Ambiental p/ AGU - Procurador Federal
Professor: Thiago Leite
 
 
 
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DIREITO AMBIENTAL – PROCURADOR FEDERAL 
Teoria, jurisprudência e questões 
Aula 02 – Prof. Thiago Leite 
 
 
AULA 02 
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO 
AMBIENTE (PNMA) E NORMAS 
DE COOPERAÇÃO EM MATÉRIA 
AMBIENTAL 
Sumário 
1 – PNMA - Introdução .............................................................................. 2 
2 – Princípios da PNMA .............................................................................. 2 
3 – Objetivos da PNMA .............................................................................. 6 
4 – Instrumentos da PNMA ........................................................................ 7 
5 – Normas de cooperação em matéria ambiental ....................................... 29 
6 – Jurisprudência correlata ..................................................................... 41 
7 - Questões .......................................................................................... 47 
8 – Resumo da aula ................................................................................ 68 
 
 
 
 
 
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DIREITO AMBIENTAL – PROCURADOR FEDERAL 
Teoria, jurisprudência e questões 
Aula 02 – Prof. Thiago Leite 
 
AULA 02 - Política Nacional do Meio Ambiente 
(PNMA) e normas de cooperação em matéria 
ambiental 
1 – PNMA - Introdução 
 
A Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), entendida como um conjunto coeso 
e coerente de princípios, valores, objetivos e normas voltados à tutela do meio 
ambiente, foi estabelecida em nosso país com a publicação da Lei 6.938/81, que 
foi praticamente toda recepcionada pela Carta de 88. 
O pioneirismo da referida Lei deve-se ao fato dela inaugurar um microssistema 
legal de tutela do meio ambiente, composto não só de princípios norteadores, 
mas também de instrumentos eficazes na defesa do ecossistema. Seu escopo foi 
o de trazer equilíbrio entre a proteção do meio ambiente e o desenvolvimento 
econômico (na esteira do desenvolvimento sustentável). 
De forma didática, podemos afirmar que a Lei da Política Nacional do Meio 
Ambiente traz a seguinte estrutura: 
 
 Princípios da PNMA; 
 Objetivos da PNMA; 
 Previsão do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA); 
 Previsão do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA); e 
 Instrumentos da PNMA. 
 
 
 2 – Princípios da PNMA 
 
O artigo 2º da Lei da PNMA traz um rol exemplificativo de princípios ambientais 
(que na verdade são medidas a serem adotadas) que devem ser observados para 
a garantia da preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental, quais 
sejam: 
 
I – ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico, 
considerando o meio ambiente como um patrimônio público a 
ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o 
uso coletivo; 
 
 
 
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DIREITO AMBIENTAL – PROCURADOR FEDERAL 
Teoria, jurisprudência e questões 
Aula 02 – Prof. Thiago Leite 
 
A base constitucional dessa norma encontra-se, como já vimos em aula passada, 
no art. 225 da CF/88, que impõe ao Poder Público o dever de garantir um 
ecossistema equilibrado, que é bem difuso e de uso comum do povo. 
 
II – racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar; 
O uso racional dos microbens ambientais (a maioria deles limitados) está fundado 
nos princípios do desenvolvimento sustentável e do usuário-pagador. 
 
III – planejamento e fiscalização do uso dos recursos 
ambientais; 
É decorrência lógica do inciso anterior, já que o uso racional de recursos naturais 
necessita ser garantido por meio de ações eficazes de fiscalização (poder de 
polícia) e planejamento. 
 
IV – proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas 
representativas; 
Insere-se na obrigação geral de garantir o equilíbrio do meio ambiente, com a 
instituição de espaços especialmente protegidos (em decorrência de 
características que lhe são peculiares), como as unidades de conservação, áreas 
de preservação permanente, áreas de reserva legal, conforme preceitua o art. 
225, §1º, III, CF/88. 
 
V – controle e zoneamento das atividades potencial ou 
efetivamente poluidoras; 
A administração pública controlará a poluição através de instrumentos, como o 
licenciamento ambiental, ordenando o território para a proteção dos ecossistemas 
por meio do zoneamento ambiental. 
 
VI – incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias 
orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos 
ambientais 
A implementação dessa medida é a materialização do princípio da educação 
ambiental, que se irradia não só no campo teórico (pesquisa), mas principalmente 
no campo prático, com o uso de tecnologias limpas, diminuindo o impacto da 
ação humana sobre a natureza. 
 
VII – acompanhamento do estado da qualidade ambiental; 
Integra a função fiscalizatória do Estado (princípio da precaução/prevenção, e, 
em caso de dano ambiental, responsabilização) 
 
 
 
 
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Teoria, jurisprudência e questões 
Aula 02 – Prof. Thiago Leite 
 
VIII – recuperação de áreas degradadas; 
Dever de todo aquele que deu causa ao dano ambiental, direta ou indiretamente, 
bem como do proprietário/possuidor de imóvel onde se encontre a área 
degradada, haja vista a obrigação ser propter rem. 
 
IX – proteção de áreas ameaçadas de degradação; 
Objetivo nuclear do direito ambiental. 
 
X – educação ambiental a todos os níveis de ensino, inclusive a 
educação da comunidade, objetivando capacitá-la para 
participação ativa na defesa do meio ambiente; 
A Educação ambiental é um dos instrumentos mais eficazes na preservação do 
meio ambiente, haja vista que faz parte da formação de uma consciência capaz 
de mudar atitudes e comportamentos. Vide Lei 9.795/99 e o que falamos na aula 
sobre princípios do direito ambiental. 
 
A Lei da PNMA, no seu artigo 3º, traz conceitos importantes em matéria 
ambiental, quais sejam: 
 
 
Meio ambiente: o conjunto de condições, leis, influências e interações de
ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as
suas formas.
Degradação da qualidade ambiental: a alteração adversa das características
do meio ambiente.
Poluição: a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que
direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da
população, criem condições adversas às atividades sociais e econômicas, afetem
desfavoravelmente a biota, afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio
ambiente ou lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões
ambientais estabelecidos.
Poluidor: a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável,
direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
Recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos da
biosfera, a fauna e a flora.
 
 
 
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Teoria, jurisprudência e questões 
Aula 02 – Prof. Thiago Leite 
 
Note que o conceito de meio ambiente hoje aceito pela comunidade e pelos 
tribunais é mais amplo do que este trazido pela Lei 6.938/81, abarcando o meio 
ambiente cultural, urbanístico, do trabalho, artificial, conforme a Resolução 
306/2002, item XII do anexo I. 
 
Direito Ecológico Direito Ambiental 
Abarca apenas o meio ambiente 
natural 
Além do meio ambiente natural, 
abarca o meioambiente artificial, do 
trabalho, cultural, urbanístico. 
 
Como visto, o conceito de degradação ambiental é mais amplo do que o de 
poluição, haja vista ser qualquer tipo de alteração adversa do meio ambiente, 
enquanto que poluição é um tipo de degradação ambiental que se enquadra nas 
alíneas do inciso III, do artigo 3º da Lei 6.938/81. 
 
 
 
A poluição pode ser LÍCITA ou ILÍCITA, a depender da 
observância ou não das normas ambientais. Portanto, um proprietário que 
desmata parte de sua propriedade com base em plano de manejo aprovado está 
causando uma poluição (tipo de degradação ambiental), mas essa poluição será 
considerada legal. Contudo, se a poluição lícita causar dano ambiental o agente 
deverá ser responsabilizado civilmente, pois a responsabilidade ambiental é 
objetiva e pelo risco integral. 
A evolução do homem gera, invariavelmente, o efeito colateral da poluição, mas 
essa poluição precisa ser sustentável, de modo a possibilitar que o ecossistema 
absorva as alterações sem que perca suas características essenciais. 
Os recursos ambientais são elementos da natureza que possuem utilidade para o 
homem, podendo ser renováveis (fauna, flora) ou não renováveis (recursos 
minerais), como bem ponderou Frederico Amado1. 
 
 
1 AMADO, Frederico. Legislação Comentada para Concursos. São Paulo: Método, 2015. 
• O STJ já reconhece a emissão de sons
e ruídos em desacordo com os
padrões ambientais como POLUIÇÃO
SONONA (REsp 1.051.306)
a
 
 
 
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Teoria, jurisprudência e questões 
Aula 02 – Prof. Thiago Leite 
 
3 – Objetivos da PNMA 
 
O artigo 4º da Lei 6.938/81 traz os objetivos da Política Nacional do Meio 
Ambiente. 
 
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará: 
 
I – à compatibilização do desenvolvimento econômico-social 
com a preservação da qualidade do meio ambiente e do 
equilíbrio ecológico; 
Este inciso materializa, em sua inteireza, o princípio do desenvolvimento 
sustentável, ou seja, a compatibilização do crescimento econômico, distribuição 
de renda e a preservação do meio ambiente, garantindo as condições para as 
presentes e futuras gerações se desenvolverem. 
 
II – à definição de áreas prioritárias de ação governamental 
relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo aos 
interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Territórios e dos Municípios; 
Possui como base axiológica o artigo 225, §1º, III, da Constituição Federal e 
preconiza a necessidade de se criar espaços especialmente protegidos em virtude 
de características peculiares e importantes para a preservação do ecossistema. 
 
III – ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade 
ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de recursos 
ambientais; 
O uso eficiente dos recursos ambientais é etapa necessária para a garantia da 
manutenção de um meio ambiente equilibrado. 
 
IV – ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias 
nacionais orientadas para o uso racional de recursos 
ambientais; 
O Poder público deve fomentar atividades voltadas para a ciência e tecnologia, a 
fim de possibilitar o aumento da eficiência ambiental (produzir mais com menos 
impacto ambiental). É o que chamamos hoje de ECONOMIA VERDE, que é 
sustentada por três grandes pilares: baixa emissão de carbono, eficiência no uso 
de recursos e busca pela inclusão social. 
 
 
 
 
 
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V – à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à 
divulgação de dados e informações ambientais e à formação de 
uma consciência pública sobre a necessidade de preservação 
da qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico; 
Uma consciência voltada para a preservação do meio ambiente é forjada em meio 
a uma forte política de educação ambiental, que deve começar desde cedo e é 
responsabilidade não só do Poder público, mas também de toda a sociedade. 
 
VI – à preservação e restauração dos recursos ambientais com 
vistas à sua utilização racional e disponibilidade permanente, 
concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico 
propício à vida; 
Estas são as linhas mestras do Direito Ambiental: preservação e reparação do 
meio ambiente, com o uso racional dos bens ambientais. 
 
VII – à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de 
recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da 
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins 
econômicos; 
Materialização dos princípios do poluidor-pagador e usuário/pagador, vistos em 
aula anterior. 
 
4 – Instrumentos da PNMA 
 
O artigo 9º da Lei 6.938/81 traz os instrumentos da Política Nacional do Meio 
Ambiente. Estes instrumentos são ferramentas à disposição do Poder Público e 
da sociedade necessárias à implementação da preservação do meio ambiente. 
Referidos instrumentos podem ser jurisdicionais (envolvem a atuação do Poder 
Judiciário) ou administrativos (envolvem a atuação da Administração Pública), 
além de preventivos (visam evitar o dano ambiental) ou repressivos (visam punir 
os responsáveis pela degradação ambiental). 
Os instrumentos preventivos estão arrolados no artigo 9º. 
• O Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente conceitua a economia
verde como "uma economia que resulta
em melhoria do bem-estar da
humanidade e igualdade social, ao
mesmo tempo em que reduz os riscos
ambientais e a escassez ecológica"
a
 
 
 
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Art 9º - São instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente: 
 
I – o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental; 
O controle e a prevenção do meio ambiente requerem o estabelecimento de 
padrões mínimos de qualidade ambiental, que reflitam o estado ambiental de 
determinado recurso natural. 
Estes padrões de qualidade são fixados pelo CONAMA, órgão que detém a 
competência legal e técnica para tanto, conforme preconiza o art. 8º, VI e VII da 
Lei 6.938/81 (o CONAMA será objeto de aula específica), in verbis: 
 
 Lei 6.938/81 
Art. 8º Compete ao CONAMA: 
... 
VI – estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da 
poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência 
dos Ministérios competentes. ... 
 VII - estabelecer 
normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do 
meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente 
os hídricos. 
 
Os padrões de qualidade ambiental servem como parâmetros dentro dos quais a 
Administração Pública deve nortear sua atividade, estabelecendo metas e 
objetivos, bem como servem de marco para que a sociedade fiscalize o 
cumprimento de tais metas. O próprio conceito de poluição leva em conta o 
lançamento de matérias ou energia em desacordo com os padrões 
ambientais estabelecidos. 
O estabelecimento de padrões de qualidade ambiental propicia, ainda, 
previsibilidade aos agentes econômicos quanto à viabilidade do empreendimento, 
gerando segurança jurídica. 
Importante frisar, ainda, que ante a alta sensibilidade dos bens ambientais 
(sujeitos a alteração por fatores climáticos, termológicos, geológicos, etc.) é 
necessária a fixação de padrões ambientais por normas administrativas, menos 
burocráticas se comparadas com as leis em sentido formal, permitindo uma 
adaptação quase que instantânea dos referidos padrões com a nova realidade 
ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
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II – o zoneamento ambiental; 
A preservação do meio ambiente não pode abrir mão de uma política adequada 
e racional de ocupação e distribuição do uso do solo, haja vista que ele [o meio 
ambiente] é sensivelmente afetado pela maneira como a população humana 
ocupa e usa o espaço territorial. 
Atento a este fato o constituinte delegou à União a competência de “elaborar e 
executar planos nacionais e regionais de ordenação do território...”, nos termos 
do art. 21, IX, da Carta Magna. Mais a frente, no art. 182, §2º, estabelece que a 
propriedade urbana cumpra sua função social quando ela atende às exigências 
de ordenação insculpidas no plano diretor do Município. 
 
 
 
Como cada zona possui características ambientais, culturais, sociais, econômicas 
próprias, vulnerabilidades e potencialidades peculiares, cada uma delas terá 
um padrão de desenvolvimento próprio, e o ZEE contribuirá para isso através da 
observância dessas características. 
O Decreto nº 4.297/2002 regulamenta o ZEE. O artigo 2º conceitua-o como 
sendo o “instrumento de organização do território a ser obrigatoriamente 
seguido na implantação de planos, obras e atividades públicas e 
privadas, estabelece medidas e padrões de proteção ambiental 
destinados a assegurar a qualidade ambiental, dos recursos hídricos e 
do solo e a conservação da biodiversidade, garantindo o 
• O PRONAR (Programa Nacional de
Controle de Qualidade do Ar) foi criado
pela Resolução CONAMA nº 5/89 e
complementada pela de nº 3/90, que
estabeleceu limites nacionais para a
emissão de poluentes por fontes de
poluição atmosférica
a
O zoneamento ambiental, também chamado de Zoneamento
Ecológico-Econômico – ZEE, é um instrumento de planejamento
territorial, no qual se busca viabilizar o desenvolvimento sustentável
através da delimitação de áreas (zonas) ambientais e atribuições de uso
e atividades específicas compatíveis com as características
(potencialidades e restrições) de cada uma delas.
 
 
 
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desenvolvimento sustentável e a melhoria das condições de vida da 
população”. 
 
 
 
O conteúdo do ZEE é dado pelo artigo 11 do Decreto nº 4.297/2002, in verbis: 
 
 
 
Em relação ao tempo mínimo para se alterar o ZEE o artigo 19 do referido Decreto 
regulamentador impõe: 
 
Art. 19. A alteração dos produtos do ZEE, bem como mudanças nos limites das 
zonas e indicação de novas diretrizes gerais e específicas, poderão ser realizadas 
após decorridos prazo mínimo de dez anos de conclusão do ZEE, ou de sua última 
modificação, prazo este não exigível na hipótese de ampliação do rigor da proteção 
ambiental da zona a ser alterada, ou de atualizações decorrentes de 
aprimoramento técnico-científico. 
• O zoneamento ambiental (ZEE) não
poderá se sobrepor ao Plano Diretor ou
às leis de ordenamento territrial do
Municíio, pois visa apenas estabelecer
normas gerais, diretrizes e objetivos a
serem perseguidos pelo administrador.
a
CONTEÚDO 
DO ZEE
O ZEE dividirá o território em zonas, de
acordo com as necessidades de proteção,
conservação e recuperação dos recursos
naturais e do desenvolvimento sustentável.
A instituição de zonas orientar-se-á pelos
princípios da utilidade e da simplicidade, de
modo a facilitar a implementação de seus
limites e restrições pelo Poder Público, bem
como sua compreensão pelos cidadãos.
PRAZO DE 
ALTERAÇÃO DO 
ZEE
REGRA Prazo mínimo de 10 anos
EXCEÇÃO
Pode ser antes, desde que seja 
para ampliar o rigor na proteção 
ambiental ou para atualizações 
decorrentes do avanço da 
tecnologia.
 
 
 
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Como bem apontado por Frederico Amado2 o zoneamento ambiental deverá ser 
aprovado por lei, observada a seguinte divisão: 
 
 
 
Para a localização de uma zona de uso estritamente industrial deverá ser levado 
em conta uma área que tenha alta capacidade de absorção de poluição, aliado a 
um entorno composto de áreas verdes que sirvam como anéis de isolamento, 
protegendo as áreas circunvizinhas dos efeitos nocivos da atividade industrial. 
 
 
A autorização e delimitação de zonas de uso 
estritamente industrial destinada à indústria petroquímica, 
cloroquímica, carboquímica e instalações nucleares é de competência da 
União, que ouvirá os Estados e os Municípios envolvidos. 
 
 
 
As zonas de uso predominantemente industrial deverão se localizar em áreas 
cujas condições sejam favoráveis a instalação adequada de infraestrutura básica 
de serviços necessários a seu funcionamento e segurança. 
 
 
2 AMADO, Frederico. Legislação Comentada para Concursos. São Paulo: Método, 2015. 
•Zonas de uso estritamente industrial:
destinam-se, preferencialmente, à localização
de estabelecimentos industriais cujos
resíduos sólidos, líquidos e gasosos, ruídos,
vibrações, emanações e radiações possam
causar perigo à saúde, ao bem-estar e à
segurança das populações, mesmo depois da
aplicação de métodos adequados de controle
e tratamento de efluentes, nos termos da
legislação vigente (art. 2º, da Lei 6.803/80)
a
•Zonas de uso predominantemente industrial:
As zonas de uso predominantemente
industrial destinam-se, preferencialmente, à
instalação de indústrias cujos processos,
submetidos a métodos adequados de controle
e tratamento de efluentes, não causem
incômodos sensíveis às demais atividades
urbanas e nem perturbem o repouso noturno
das populações (art. 3º, da Lei 6.803/80)
a
 
 
 
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A legislação não concede à indústria o direito de pré-
ocupação, ou seja, lei posterior poderá definir uma área como sendo 
inadequada para uma indústria que já esteja instalada no local. Neste 
caso, o empreendimento deverá se adequar às limitações impostas, e, 
em último caso, ter que se realocar, a fim de observar as restrições 
indispensáveis à proteção do meio ambiente. 
 
III – a avaliação de impactos ambientais; 
A avaliação de impactos ambientais (AIA) é importante instrumento da Política 
Nacional do Meio Ambiente “que permite avaliar a qualidade e a quantidade 
de impacto ambiental a ser causado por uma obra ou empreendimento, 
a partir de uma série de procedimentos, como diagnostico, análises de 
risco, proposta de mitigação, de forma que se possam antever as 
consequências de uma dada atividade3”. 
Essa avaliação é materializada através de estudos ambientais, dentre os quais 
destacamos o Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Podemos dizer, portanto, que 
os estudos ambientais servem de apoio técnico e cientifico para as avaliações de 
impacto ambiental. 
 
3 Rodrigues, Marcelo Abelha. Direito Ambiental Esquematizado. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015 
p. 638. 
•Zonas de uso diversificado: As zonas de uso
diversificado destinam-se à localização de
estabelecimentos industriais, cujo processo
produtivo seja complementar das atividades
do meio urbano ou rural que se situem, e com
elas se compatibilizem, independentemente
do uso de métodos especiais de controle da
poluição, não ocasionando, em qualquer
caso, inconvenientes à saúde, ao bem-estar e
à segurança das populações vizinhas (art. 4º,
da Lei 6.803/80)
a
•Zonas de reserva ambiental: nas quais, por
suas características culturais,ecológicas,
paisagísticas, ou pela necessidade de
preservação de mananciais e proteção de
áreas especiais, ficará vedada a localização
de estabelecimentos industriais (art. 7º, da
Lei 6.803/80)
a
 
 
 
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O artigo 1º da Resolução CONAMA 01/86 conceitua impacto ambiental: 
 
“...considera-se impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, 
químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria 
ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, 
afetam: 
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II - as atividades sociais e econômicas; 
III - a biota; 
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V - a qualidade dos recursos ambientais”. 
 
Já a Resolução CONAMA 237/97 define, em seu artigo 1º, III, estudos 
ambientais: 
 
“Art. 1º Para efeito desta Resolução são adotadas as seguintes definições: 
... 
III - Estudos Ambientais: são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos 
ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma 
atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da 
licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle 
ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de 
manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco”. 
 
 
O instrumento da avaliação de impacto ambiental (AIA) 
teve sua origem nos Estados Unidos, com a criação do 
National Environmental Police Act, em que se previa o 
Environmental Impact Statement e foi utilizado pelo Brasil pela primeira vez em 
1972, quando da construção da barragem e da hidrelétrica de Sobradinho. Mas 
somente com a Lei 6.803/80 (artigos 9º e 10º) é que percebemos o surgimento 
da previsão da AIA de forma mais consistente no ordenamento jurídico, previsão 
essa que se consolidou com a Lei 6.938/81, que ora se estuda. 
 
• O Estudo de Impacto Ambiental (EIA)
é uma espécie do gênero Avaliação de
Impacto Ambiental (AIA)
a
 
 
 
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A Declaração do Rio trata do tema no princípio 17, in verbis: 
 
Princípio 17 - A avaliação do impacto ambiental, como instrumento nacional, será 
efetuada para as atividades planejadas que possam vir a ter um impacto adverso 
significativo sobre o meio ambiente e estejam sujeitas à decisão de uma 
autoridade nacional competente. 
 
IV – o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou 
potencialmente poluidoras; 
Como o bem ambiental (meio ambiente equilibrado) é bem de uso comum do 
povo, e compete ao Poder Público sua gestão (art. 225, §1º, CF), nada mais justo 
que se exigir uma autorização (licença) do estado para o uso atípico ou incomum 
desse bem (uso comercial, por exemplo). Daí nasce a necessidade e o conceito 
de licenciamento ambiental. 
O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo mediante 
o qual o órgão ambiental competente autoriza a exploração de atividades 
e empreendimentos utilizadores de recursos naturais, e que podem 
causar degradação ambiental. Ao final do procedimento, poderá resultar 
o ato administrativo de licença, no qual o órgão ambiental estabelecerá 
as condições, as restrições e as medidas de controle ambiental que 
deverão ser adotadas pelo interessado. 
 
Licenciamento ambiental Licença ambiental 
Procedimento administrativo Ato administrativo 
Procedimento administrativo pelo 
qual o órgão ambiental 
competente licencia a localização, 
instalação, ampliação e a 
operação de empreendimentos e 
atividades utilizadoras de 
recursos ambientais, 
consideradas efetiva ou 
Ato administrativo pelo qual o 
órgão ambiental competente 
estabelece as condições, 
restrições e medidas de controle 
ambiental que deverão ser 
obedecidas pelo empreendedor, 
pessoa física ou jurídica, para 
localizar, instalar, ampliar e 
• A AIA não se confunde com o
licenciamento ambiental, haja vista
que aquela (AIA) visa subsidiar o
gestor público com as informações e
dados necessários no momento de se
negar ou conceder a licença.
a
 
 
 
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potencialmente poluidoras, ou 
daquelas que, sob qualquer forma, 
possam causar degradação 
ambiental, considerando as 
disposições legais e 
regulamentares e as normas 
técnicas aplicáveis ao caso. 
(Artigo 1º, I, da Resolução 
CONAMA 237/97) 
operar empreendimentos ou 
atividades utilizadoras dos 
re4cursos ambientais 
consideradas efetiva ou 
potencialmente poluidoras ou 
aquelas que, sob qualquer forma, 
possam causar degradação 
ambiental. (Artigo 1º, II, da 
Resolução CONAMA 237/97) 
 
Como aponta Marcelo Abelha Rodrigues “A licença ambiental é o ato 
administrativo complexo que resulta de um procedimento administrativo 
com amplo contraditório (licenciamento), no qual são realizados estudos 
ambientais justamente para embasar a concessão ou a denegação do 
pedido”. 
O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo que deve ser 
público, fundamentado, imparcial, observando os princípios do contraditório, da 
ampla defesa e do devido processo legal. 
Caso uma determinada atividade/empreendimento venha a dar um uso atípico 
ou incomum ao bem ambiental (uso econômico, por exemplo) será necessário 
obter autorização estatal (licença ambiental). Portanto, a licença ambiental 
serve como um instrumento de gestão ambiental, permitindo prevenir, 
responsabilizar, compensar, proteger, enfim, controlar atividades que possam 
causar impacto ambiental. 
 
 
 
A licença ambiental, como licença que é, se constitui com um ato administrativo 
vinculado, unilateral e dotado de definitividade, estando o Poder Público 
atrelado a verificação ou não das exigências legais, o que não afasta o poder 
da Administração de ponderar o equilíbrio entre desenvolvimento e defesa do 
meio ambiente. 
 
4 Rodrigues, Marcelo Abelha. Direito Ambiental Esquematizado. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015 
p. 643. 
• A licença ambiental serve, também,
para fixar o custo de internalização
da degradação ambiental, bem como
para estabelecer um preço pelo uso
incomum do bem ambiental (princípio
do poluidor/usuário pagador)
 
 
 
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Segundo o artigo 7º da Resolução CONAMA 237/97 e artigo 13 da Lei 
Complementar 140/2011 o procedimento de licenciamento ambiental será 
realizado apenas por um único ente federativo, a ser definido pela 
predominância de interesse (nacional, regional ou local): 
 
Resolução CONAMA 2378/97 
Art. 7º Os empreendimentos e atividades serão licenciados em um único nível de 
competência, conforme estabelecido nos artigos anteriores. 
 
LC 140/2011 
Art. 13 Os empreendimentos e atividades são licenciados ou autorizados, 
ambientalmente, por um único ente federativo, em conformidade com as 
atribuições estabelecidas nos termos desta Lei Complementar. 
§ 1o Os demais entes federativos interessados podem manifestar-se ao órgão 
responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante, respeitados 
os prazos e procedimentos do licenciamento ambiental 
 
 
 
Como a competência administrativa em matéria ambiental é comum ou paralela, 
os órgãos ambientais dequalquer ente político poderão exercer o papel de 
fiscalização (poder de polícia), mas o auto de infração deverá ser lavrado pelo 
órgão responsável pelo licenciamento ambiental, conforme dispõe o artigo 17 da 
Lei Complementar 140/2011, in verbis: 
 
LC 140/2011 
Art. 17. Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, 
conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração 
ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à 
legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou 
autorizada. 
... 
§ 2o Nos casos de iminência ou ocorrência de degradação da qualidade ambiental, 
o ente federativo que tiver conhecimento do fato deverá determinar medidas para 
evitá-la, fazer cessá-la ou mitigá-la, comunicando imediatamente ao órgão 
competente para as providências cabíveis. 
• O STJ reconheceu que, tratando-se
de atividades realizadas em mais de
um estado federativo ou quando os
impactos ambientais ultrapassarem
os limites territoriais, somente o
IBAMA é competente para expedir a
respectiva licença ambiental. (RMS
41.551)
a
 
 
 
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§ 3o O disposto no caput deste artigo não impede o exercício pelos entes 
federativos da atribuição comum de fiscalização da conformidade de 
empreendimentos e atividades efetiva ou potencialmente poluidores ou 
utilizadores de recursos naturais com a legislação ambiental em vigor, 
prevalecendo o auto de infração ambiental lavrado por órgão que detenha a 
atribuição de licenciamento ou autorização a que se refere o caput. 
 
Importante frisar que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) só é exigido em 
licenciamentos de atividades que causem significativo impacto ambiental, 
conforme prevê o art. 225, §1º, IV, da CF/88 c/c art. 3º da Resolução CONAMA 
237/97: 
 
CF/88 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e 
futuras gerações. 
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
... 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente 
causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de 
impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
 
Resolução CONAMA 237/97 
Art. 3º. A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas 
efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio 
dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório 
de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual dar-se-á publicidade, 
garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a 
regulamentação. 
 
Caso o empreendimento ou a atividade não cause significativo impacto ambiental 
poderá ser exigido um Estudo Ambiental Simplificado – EAS (artigo 12, §1º 
da Resolução CONAMA 237/97). 
 
 
Estudo Ambiental 
Simplificado - EAS
É o estudo técnico, elaborado por
uma equipe multidisciplinar e
realizado antes da construção de
empreendimentos em áreas que já
sofreram influência humana, e que
fornece as informações necessárias
para a análise da viabilidade
ambiental do empreendimento.
 
 
 
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Com o fim de aumentar a eficiência do procedimento de licenciamento ambiental 
o legislador o dividiu em 03 (três) espécies distintas, a saber: 
 
 
 
 
 
 
 
Não esquecer que antes mesmo de ser concedida a licença prévia todos os 
estudos ambientais já devem constar no processo de licenciamento, o que não 
impede que seja necessária a juntada de novos estudos. 
Os prazos máximos de validade da LP, LI e LP estão previstos no artigo 18 
da Resolução CONAMA 237/97, e são: 
LICENÇA PRÉVIA 
(LP)
Concedida na fase preliminar do
planejamento do empreendimento
ou atividade aprovando sua
localização e concepção, atestando a
viabilidade ambiental e
estabelecendo os requisitos básicos
e condicionantes a serem atendidos
nas próximas fases de sua
implementaçao (art. 8º, I, da
Resolução CONAMA 237/97)
LICENÇA DE 
INSTALAÇÃO (LI)
Autoriza a instalação do
empreendimento ou atividade de
acordo com as especificações
constantes dos planos, programas e
projetos aprovados, incluindo as
medidas de controle ambiental e
demais condicionantes, da qual
constituem motivo determinante
(art. 8º, II, da Resolução CONAMA
237/97)
LICENÇA DE 
OPERAÇÃO (LO)
Autoriza a operação da atividade ou
empreendimento, após a verificação
do efetivo cumprimento do que
consta das licenças anteriores, com
as medidas de controle ambiental e
condicionantes determinados para a
operação (art. 8º, III, da Resolução
CONAMA 237/97)
 
 
 
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I - O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o 
estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e 
projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser 
superior a 5 (cinco) anos. 
 
II - O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no 
mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do 
empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 (seis) anos. 
 
III - O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar 
os planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 (quatro) anos e, 
no máximo, 10 (dez) anos. 
 
 
 
 
 
 
Importante ressaltar que “na renovação da Licença de Operação (LO) de 
uma atividade ou empreendimento, o órgão ambiental competente 
poderá, mediante decisão motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo 
de validade, após avaliação do desempenho ambiental da atividade 
ou empreendimento no período de vigência anterior, respeitados os 
limites estabelecidos no inciso III [mínimo de 4 e máximo de 10 anos]”. 
O Decreto 99.274/90, ao regulamentar a Lei 6.938/81, conferiu ao CONAMA a 
competência para fixar os prazos para a concessão das licenças. Tais prazos 
foram fixados pela Resolução CONAMA 237/97, nos artigos 14 e 15: 
• A LP e a LI poderão ter os seus
prazos de validade prorrogados,
desde que obedecidos os prazos
máximos. Já a LO não poderá ter seu
prazo de validade prorrogado (art.
18, §1º da Resolução CONAMA
237/97)
a
• O órgão ambiental competente poderá
estabelecer prazos de validade específicos
para a Licença de Operação (LO) de
empreendimentos ou atividades que, por
sua natureza e peculiaridades, estejam
sujeitos a encerramento ou modificação
em prazos inferiores (art. 18, §2º da
Resolução CONAMA 237/97)
a
 
 
 
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Esses prazos para concessão das licenças não correm durante a elaboração dos 
estudos ambientais complementares ou esclarecimentos do empreendedor, (art. 
14, §1º da Resolução CONAMA 237/97) e podem ser alterados, desde que 
justificados e haja acordo entre empreendedor e órgão ambiental (art. 14, §2º 
da Resolução CONAMA 237/97). 
 
 
 
A Lei Complementar 140/2011, em seu artigo 14, §4º, preceitua que “a 
renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência 
mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de 
validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente 
prorrogadoaté a manifestação definitiva do órgão ambiental 
competente”. 
Não podemos deixar de destacar que no processo de licenciamento ambiental é 
indispensável a presença de uma equipe multidisciplinar, que será responsável 
pela elaboração dos estudos necessários, que serão confrontados pelo corpo 
técnico que compõe o órgão ambiental. O custo de tais procedimentos 
(contratação de peritos, elaboração de laudos, testes, etc.) deverá ser arcado 
pelo empreendedor. 
A modificação, suspensão ou cancelamento de uma licença ambiental deverá 
ocorrer levando em conta as mudanças observadas no meio ambiente afetado 
pelo empreendimento objeto da licença, haja vista que o ecossistema varia 
conforme o tempo e a interação da atividade humana. Outros fatores podem 
servir de fundamento para a alteração da licença, tais como o avanço tecnológico, 
fatos novos, o erro na prestação de informações. Enfim, a licença ambiental 
Prazo para 
concessão das 
licenças (do 
protocolo do 
requerimento até 
seu deferimento ou 
indeferimento)
REGRA Prazo máximo de 06 meses
EXCEÇÃO
Prazo máximo de 12 meses 
quando houver EIA/RIMA 
e/ou audiência pública 
• O descumprimento dos prazos para a
emissão das licenças NÃO IMPLICA
EMISSÃO TÁCITA NEM AUTORIZA A
PRÁTICA DO ATO QUE DELA DEPENDA, mas
instaura a competência supletiva do ente
de maior grau! (art. 14, §3º, LC 140/2011)
a
 
 
 
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deverá adequar-se às mudanças ocorridas no ecossistema. É o que preconiza o 
artigo 19 da Resolução CONAMA 237/97, in verbis: 
 
Resolução CONAMA 237/97 
Art. 19 – O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá 
modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou 
cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: 
I - Violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais. 
II - Omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a 
expedição da licença. 
III - superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. 
 
 
 
O artigo 10 da Lei da PNMA, com a redação dada pela LC 140/2011, repete a 
exigência do licenciamento para a construção, instalação, ampliação e 
funcionamento de estabelecimentos e atividades que causem degradação 
ambiental, e determina a publicação dos pedidos de licenciamento, sua renovação 
e a respectiva concessão, in verbis: 
 
Lei 6.938/81 
Art. 10. A construção, instalação, ampliação e funcionamento de 
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou 
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação 
ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. 
§ 1o Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão 
publicados no jornal oficial, bem como em periódico regional ou local de grande 
circulação, ou em meio eletrônico de comunicação mantido pelo órgão ambiental 
competente. 
 
V – os incentivos à produção e instalação de equipamentos e a 
criação ou absorção de tecnologia, voltados para a melhoria da 
qualidade ambiental; 
O uso da tecnologia em prol do meio ambiente constitui um importante 
instrumento da PNMA, haja vista que vivemos em uma sociedade capitalista, que 
valoriza o consumo (onde cada vez mais produtos são produzidos, adquiridos, 
descartados), o que gera, invariavelmente, degradação ambiental. Para 
minimizar esse ciclo de degradação não podemos abrir mão dos recursos 
• A licença ambiental não exime o
empreendedor de obter as outras
licenças exigidas (de obra, por
exemplo), haja vista que o objeto de
tutela de cada uma é diferente.
a
 
 
 
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tecnológicos, e o Poder Público deverá incentivar o uso dessa tecnologia, seja 
através de incentivos fiscais (extrafiscalidade), seja através do investimento em 
ciência e tecnologia (pesquisas, estudos, premiações). Nasce aqui a noção da 
“Tecnologia limpa”. 
 
 
 
O próprio artigo 170, VI, da Constituição Federal, é claro em estabelecer como 
princípio da ordem econômica a defesa do meio ambiente através do tratamento 
diferenciado conforme o nível de impacto ambiental dos produtos e serviços, in 
verbis: 
 
Constituição Federal 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na 
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os 
ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
... 
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado 
conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de 
elaboração e prestação; 
 
 As tecnologias limpas não têm por objetivo impedir o 
desenvolvimento econômico, mas condicioná-lo à preservação do meio 
ambiente, materializando assim o princípio do desenvolvimento sustentável. 
Podemos citar como exemplos de tecnologia limpa os painéis de energia solar, os 
carros elétricos, sistemas de reciclagem de água, lâmpadas de LED (que 
consomem menos energia), etc. 
 
VI – a criação de espaços territoriais especialmente protegidos 
pelo Poder Público federal, estadual e municipal, tais como 
áreas de proteção ambiental, de relevante interesse ecológico 
e reservas extrativistas; 
Este inciso corrobora a determinação contida no artigo 225, §1º, III, da 
Constituição Federal, que impõe ao Poder Público a incumbência de definir 
espaços especialmente protegidos. 
TECNOLOGIA 
LIMPA
Conjunto de soluções voltadas para
um novo modo de pensar e de usar os
recursos naturais, de modo que haja
o menor impacto ambiental possível.
 
 
 
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A criação de espaços especialmente protegidos, como as unidades de 
conservação, áreas de preservação permanente, reserva legal, jardins botânicos, 
dentre outros, se constitui como instrumento fundamental na preservação do 
meio ambiente, haja vista que leva em conta as características e especificidades 
de cada espaço, aumentando a eficiência da tutela ambiental. 
Esses espaços especialmente protegidos serão estudados em aula própria, mas 
podemos adiantar que todos eles possuem as seguintes características5: 
 
 
 
VII – o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente 
- SINIMA; 
O Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente – SINIMA 
compõe o que pode ser chamado de sistema de tutela do direito à informação 
ambiental. Como o bem ambiental é de titularidade de todos, qualquer pessoa 
poderá exigir informações sobre esse bem, e o SINIMA visa subsidiar qualquer 
interessado com as informações relativas ao meio ambiente. Em contraponto ao 
direito do cidadão de exigir as informações relativas ao meio ambiente está o 
dever do Poder Público de prestar tais informações, haja vista que atua como 
 
5 5 Rodrigues, Marcelo Abelha. Direito Ambiental Esquematizado. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2015 
p. 665. 
Espaços territoriais 
especialmente protegidos 
(características)
Oficialidade: deve ser reconhecido pelo Poder Público como tal
Regime jurídico especial: cada espécie de espaço especialmente
protegido terá um regramento específico que o regula
Finalidade específica de proteção ambiental: cada espécie de
espaço especialmente protegido possui po finalidade específica
a garantia do equilíbrio ambiental
Delimitação territorial: todo espaço especialmente protegido
possui, em maior ou menor extensão, uma clara delimitação
legal de seu território, o qual se submete a um regramento
jurídicodiferenciado.
 
 
 
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gestor do bem ambiental. Além do mais, o conhecimento do bem ambiental é 
pressuposto lógico de sua proteção (não se protege o que não se conhece). 
Com a criação do SINIMA poderão ser acessados dados relativos a 
licenciamentos, estudos ambientais, auditorias, padrões de qualidade, cadastros 
de atividades poluidoras, além de permitir a troca de informações entre os 
diversos órgãos ambientais (conforme artigo 11, II, do Decreto 99.274/90). 
A organização e a manutenção do SINIMA ficam à cargo da União, com a 
colaboração dos Estados e Municípios, nos termos do art. 7º, VIII, da LC 
140/2011, in verbis: 
 
LC 140/2011 
Art. 7o São ações administrativas da União: 
... 
VIII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos e entidades da 
administração pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o Sistema 
Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima); 
 
A Lei 10.650/2003 trata do acesso público aos dados e informações existentes 
nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA. 
 
 
 
VIII – o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos 
de Defesa Ambiental; 
O Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa 
Ambiental, juntamente com o SINIMA, fazem parte o já citado sistema de tutela 
do direito à informação ambiental. Esse cadastro é administrado pelo IBAMA e é 
de registro compulsório para pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam à 
consultoria técnica sobre problemas ecológicos e à indústria e comércio de 
equipamentos, aparelhos e instrumentos destinados ao controle de atividades 
poluidoras (artigo 17, I, da Lei 6.938/81). A sua regulamentação se deu através 
da Instrução Normativa IBAMA 10/2001. 
 
IX – as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não 
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou 
correção da degradação ambiental; 
Qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de interesse
específico, terá acesso às informações relativas ao meio ambiente, no
qual assumirá a obrigação de não utilizar as informações colhidas
para fins comerciais, sendo assegurado o sigilo comercial, industrial,
financeiro, ou qualquer outro protegido por lei. (artigo 2º, §1º e §2º,
da Lei 10.650/2003)
 
 
 
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A imposição de penalidades disciplinares ou compensatórias em decorrência do 
cometimento de ilícito ambiental decorre do poder de polícia ambiental do 
Estado, e será objeto de estudo mais à frente (aula sobre a responsabilidade pelo 
dano ambiental). 
 
X – a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, 
a ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA; 
O Relatório de Qualidade do Meio Ambiente – RQMA é um documento 
técnico elaborado pelo IBAMA que busca apresentar um panorama completo 
sobre a qualidade do meio ambiente, sintetizando e analisando as informações 
correlatas, de forma a contribuir para a gestão dos recursos naturais e a 
preservação dos ecossistemas, além de dar subsídios para a criação de políticas 
públicas voltadas para a preservação do meio ambiente. 
 
XI – a garantia da prestação de informações relativas ao Meio 
Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando 
inexistentes; 
Essa garantia decorre do princípio da informação, por meio do qual o titular 
do direito (no caso o bem ambiental) pode exigir a prestação das informações 
relativas ao bem de sua titularidade. Vide Lei 10.650/2003. 
 
XII – o Cadastro Técnico Federal de atividades potencialmente 
poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos ambientais; 
O Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou 
Utilizadoras de Recursos Ambientais é administrado pelo IBAMA e torna 
obrigatório o registro de pessoas físicas ou jurídicas que se dedicam a atividades 
potencialmente poluidoras e/ou à extração, produção, transporte e 
comercialização de produtos potencialmente perigosos ao meio ambiente, assim 
como de produtos e subprodutos da fauna e flora (artigo 17, II, da Lei 6.938/81). 
A sua regulamentação se deu através da Instrução Normativa IBAMA 10/2001. 
 
XIII – instrumentos econômicos, como concessão florestal, 
servidão ambiental, seguro ambiental e outros; 
Os instrumentos econômicos podem ser definidos como um conjunto de medidas 
estatais na área econômica com o objetivo de estimular condutas voltadas para 
a redução da degradação ambiental. Dentre estes podemos destacar a concessão 
florestal, a servidão ambiental e o seguro ambiental. 
Concessão Florestal: é contrato de concessão firmado entre entes políticos e 
pessoas jurídicas, precedido de licitação na modalidade concorrência, em que 
se transfere ao concessionário o direito de explorar, de forma sustentável, os 
recursos florestais ou serviços florestais (como o turismo) por tempo 
 
 
 
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determinado. É regulado pela Lei 11.284/2006, em seu Capítulo IV. Poderá haver 
concessão de florestas públicas ou de floresta nacional, distrital, estadual ou 
municipal (tipo de unidade de conservação). Essa administração da floresta para 
fins comerciais, sociais ou ambientais é o que a lei chama de “manejo florestal 
sustentável”. A concessão não transfere a titularidade imobiliária, apenas o 
direito de uso dos recursos florestais. 
 
Lei 11.284/2006 
Art. 3o Para os fins do disposto nesta Lei, consideram-se: 
I - florestas públicas: florestas, naturais ou plantadas, localizadas nos diversos 
biomas brasileiros, em bens sob o domínio da União, dos Estados, dos Municípios, 
do Distrito Federal ou das entidades da administração indireta; 
II - recursos florestais: elementos ou características de determinada floresta, 
potencial ou efetivamente geradores de produtos ou serviços florestais; 
III - produtos florestais: produtos madeireiros e não madeireiros gerados pelo 
manejo florestal sustentável; 
IV - serviços florestais: turismo e outras ações ou benefícios decorrentes do 
manejo e conservação da floresta, não caracterizados como produtos florestais; 
... 
VI - manejo florestal sustentável: administração da floresta para a obtenção de 
benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de 
sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou 
alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras, de múltiplos 
produtos e subprodutos não madeireiros, bem como a utilização de outros bens e 
serviços de natureza florestal; 
VII - concessão florestal: delegação onerosa, feita pelo poder concedente, do 
direito de praticar manejo florestal sustentável para exploração de produtos e 
serviços numa unidade de manejo, mediante licitação, à pessoa jurídica, em 
consórcio ou não, que atenda às exigências do respectivo edital de licitação e 
demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo 
determinado; 
... 
 
 
 
O início da execução do objeto da concessão será precedido do Plano de Manejo 
Florestal Sustentável – PMFS, aprovado pelo órgão ambiental competente e 
Prazo da concessão 
florestal
uso de 
produtos 
florestais
Prazo mínimo: ciclo de corte
Prazo máximo: 40 anos
uso de 
serviços 
florestais
Prazo mínimo: 5 anos
Prazo máximo: 20 anos
 
 
 
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que consiste em um estudo voltado para o uso sustentável dos recursos 
florestais. 
 
Da área total concedida, excetuadas as áreas de preservação 
permanente – APP, pelo menos 5% será considerada área 
absoluta, onde será proibida a exploração econômica, 
sendo a área destinada à conservação da biodiversidade, avaliação e 
monitoramento do manejo florestal. 
 
 
 
Servidão Ambiental: está regulada no artigo 9º-A da Lei 6.938/81 e é uma 
espécie de servidão administrativa, na qual o proprietário rural (pessoa física ou 
jurídica) voluntariamente renuncia, em caráter permanente ou temporário, total 
ou parcialmente, a direito de uso, exploração ou supressão de recursos naturais 
existentes em seu domínio. Poderá ser onerosa ou gratuita e o seu 
aperfeiçoamento se dá com a averbação no cartório de registro de imóveis, 
sendo vedada, durante o período da servidão, a alteração da destinação da área, 
mesmo que haja transmissão de propriedade, desmembramento ou retificação 
de limites. 
O prazo mínimo da servidão ambiental temporário é de 15 anos e não poderá 
ser instituída em área de preservação permanente e de reserva legal, e a 
limitação não poderá ser menor do que aquela existente na reserva legal. 
 
 
 
 
Lei 6.938/81 
Art. 9o-A. O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou jurídica, pode, 
por instrumento público ou particular ou por termo administrativo firmado perante 
órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua propriedade ou de parte 
• O STF reconheceu, em sede de
liminar, qua a concessão de florestas
públicas com área acima de 2.500
hectares não necessita de
autorização do Congresso Nacional,
não se aplicando o artigo 49, XVII,
CF/88 (STA 235) .
• Por ser espécie de servidão
administrativa, a servidão ambiental
possue natureza de direito real sobre
coisa alheia.
a
 
 
 
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dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais existentes, 
instituindo servidão ambiental. 
... 
§ 2o A servidão ambiental não se aplica às Áreas de Preservação Permanente e à 
Reserva Legal mínima exigida. 
§ 3o A restrição ao uso ou à exploração da vegetação da área sob servidão 
ambiental deve ser, no mínimo, a mesma estabelecida para a Reserva Legal. 
§ 4o Devem ser objeto de averbação na matrícula do imóvel no registro de imóveis 
competente: 
... 
§ 6o É vedada, durante o prazo de vigência da servidão ambiental, a alteração da 
destinação da área, nos casos de transmissão do imóvel a qualquer título, de 
desmembramento ou de retificação dos limites do imóvel. 
... 
Art. 9o-B. A servidão ambiental poderá ser onerosa ou gratuita, temporária ou 
perpétua. 
§ 1o O prazo mínimo da servidão ambiental temporária é de 15 (quinze) anos. 
... 
 
Seguro Ambiental: é um instrumento que visa garantir a reparação dos danos 
ambientais causados, materializando o princípio da responsabilização. Constitui 
um contrato mediante o qual uma das partes (o segurador) se compromete a 
ressarcir terceiros, inclusive o Estado, pelos danos ambientais causados pela 
outra parte (o segurado). Normalmente as seguradoras exigem dos segurados 
um forte sistema de controle de danos ambientais, a fim de evitar acidentes 
ambientais ou, ao menos, minimizar seus efeitos. 
 
 
 
 
 
 5 – Normas de cooperação em matéria ambiental 
 
Como vimos em aula passada os entes federativos possuem competência 
material ambiental comum ou paralela, ou seja, todos eles possuem 
• A Lei 12.305/2010, que aprovou a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, trouxe a
possibilidade de se exigir, no licenciamento
ambiental que envolva resíduos perigosos, a
contratação de seguro de responsabilidade
civil por danos causados ao meio ambiente
ou à saúde públca.
a
 
 
 
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competência para tutelar o meio ambiente. E para definir a forma de cooperação 
dos referidos entes nessa árdua tarefa a CF/88 previu a edição de uma lei 
complementar da União. 
No ano de 2011 foi publicada a LC 140 com essa função: fixar normas para a 
cooperação entre os entes federativos nas ações administrativas decorrentes da 
competência comum em matéria ambiental. O principal objetivo dessa Lei é 
conferir segurança jurídica na seara ambiental, evitando que haja sobreposição 
de atuações dos diversos órgãos ambientais. Trocando em miúdos, referida lei 
diz o que cada ente compete fazer no exercício do poder de polícia ambiental. A 
Lei Complementar 140/2011 visa lançar a base do federalismo de cooperação 
em matéria ambiental. 
 
 
O artigo 2º da referida Lei Complementar traz importantes conceitos, quais 
sejam: 
 
 
Como se percebe, a atuação supletiva significa a substituição de um ente por 
outro, geralmente quanto há omissão do ente originalmente competente. As 
hipóteses de atuação supletiva estão elencadas no artigo 15, e são: 
• O federalismo cooperativo se caracteriza
pelo compartilhamento entre os entes
federados das competências constitucionais,
com atuação coordenada e equilibrada entre
eles, de modo que são criados laços de
colaboração e planejamento que aumentam
a eficiência da atuação estatal na resolução
dos problemas demandados pela sociedade.
a
Conceitos trazidos pelo 
artigo 2º da LC 140/2011
Licenciamento Ambiental: o procedimento administrativo
destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores
de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.
Atuação supletiva: ação do ente da Federação que se substitui
ao ente federativo originariamente detentor das atribuições, nas
hipóteses definidas nesta Lei Complementar.
Atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a
auxiliar no desempenho das atribuições decorrentes das
competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo
originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei
Complementar.
 
 
 
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I – Inexistência de órgão ambiental capacitado ou de conselho de meio 
ambiente no Estado ou no DF  A União deve desempenhar as ações 
administrativas estaduais ou distritais até a criação dos referidos órgãos. 
 
II – Inexistência de órgão ambiental capacitado ou de conselho de meio 
ambiente no Município  O Estado deve desempenhar as ações 
administrativas municipais até a criação dos referidos órgãos. 
 
III – Inexistência de órgão ambiental capacitado ou de conselho de meio 
ambiente no Estado e no Município  A União deve desempenhar as 
ações administrativas estaduais e municipais até a criação dos referidos 
órgãos. 
 
De acordo com o artigo 16 da Resolução CONAMA 237/97 o não cumprimento 
dos prazos estabelecidos para a concessão da licença ambiental trará as 
seguintes conseqüências: 
 
Para o órgão ambiental  atuação supletiva do ente de maior grau 
Para o empreendedor  arquivamento do pedido de licença 
 
Já a atuação subsidiária significa a colaboração de um ente para com outro 
ente em matéria ambiental, e se dá sempre por meio de solicitação do ente 
originalmente competente. Essa colaboração se expressa através de apoio 
técnico, científico, administrativo ou financeiro, in verbis: 
 
LC 140/2011 
Art. 16. A ação administrativa subsidiária dos entes federativos dar-se-á por meio 
de apoio técnico, científico, administrativo ou financeiro, sem prejuízo deoutras 
formas de cooperação. 
Parágrafo único. A ação subsidiária deve ser solicitada pelo ente originariamente 
detentor da atribuição nos termos desta Lei Complementar. 
 
O artigo 3º da LC 140/2011 elenca os objetivos fundamentais dos entes 
políticos no exercício da competência administrativa ambiental, que é comum. 
São eles: 
 
I - proteger, defender e conservar o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, promovendo gestão descentralizada, democrática e 
eficiente 
 
 
 
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II - garantir o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico com a 
proteção do meio ambiente, observando a dignidade da pessoa humana, 
a erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais e 
regionais 
 
III - harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a 
sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a evitar 
conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente 
 
IV - garantir a uniformidade da política ambiental para todo o País, 
respeitadas as peculiaridades regionais e locais 
 
O que a LC 140/2011 almeja, em síntese, é a preservação do meio ambiente 
através da atuação harmônica e cooperativa dos diversos entes federativos. 
 
Seguindo no estudo da Lei em comento vemos que o artigo 4º traz um rol 
exemplificativo de instrumentos de cooperação em matéria ambiental. São 
eles: 
Consórcios Públicos 
 
Convênios e acordos de cooperação técnica 
 
Comissão Tripartite Nacional, Comissões Tripartites Estaduais e 
Comissão Bipartite do Distrito Federal 
 
Fundos públicos e privados 
 
Delegação de atribuições de um ente a outro 
 
Delegação da execução de ações administrativas de um ente a outro 
 
 
COMISSÃO TRIPARTITE 
NACIONAL 
COMISSÕES TRIPARTITES 
ESTADUAIS 
COMISSÃO BIPARTITE DO 
DISTRITO FEDERAL 
Será formada, 
paritariamente, por 
Serão formadas, 
paritariamente, por 
Será formada, 
paritariamente, por 
 
 
 
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representantes dos 
Poderes Executivos da 
União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos 
Municípios, com o 
objetivo de fomentar a 
gestão ambiental 
compartilhada e 
descentralizada entre os 
entes federativos 
representantes dos 
Poderes Executivos da 
União, dos Estados e 
dos Municípios, com o 
objetivo de fomentar a 
gestão ambiental 
compartilhada e 
descentralizada entre os 
entes federativos 
representantes dos 
Poderes Executivos da 
União e do Distrito 
Federal, com o objetivo 
de fomentar a gestão 
ambiental compartilhada 
e descentralizada entre 
esses entes federativos 
 
O grande objetivo dessas comissões é formar um ambiente institucional de 
diálogo entre os entes federativos, a fim de fomentar uma gestão ambiental 
compartilhada. 
O artigo 5º permite que um ente federativo delegue, por meio de convênio, a 
execução de ações administrativas voltadas ao meio ambiente, mas para isso o 
ente destinatário da delegação deverá deter órgão ambiental com capacidade de 
executar o objeto da delegação, ou seja, que o órgão ambiental tenha técnicos 
próprios ou em consórcio em número suficiente para fazer frente à demanda 
advinda da delegação. 
 
LC 140/2011 
Art. 5o O ente federativo poderá delegar, mediante convênio, a execução de ações 
administrativas a ele atribuídas nesta Lei Complementar, desde que o ente 
destinatário da delegação disponha de órgão ambiental capacitado a executar as 
ações administrativas a serem delegadas e de conselho de meio ambiente. 
Parágrafo único. Considera-se órgão ambiental capacitado, para os efeitos do 
disposto no caput, aquele que possui técnicos próprios ou em consórcio, 
devidamente habilitados e em número compatível com a demanda das ações 
administrativas a serem delegadas. 
 
As diversas ações administrativas em matéria ambiental a serem exercidas pela 
União estão elencadas no artigo 7º, in verbis (destacamos as mais importantes): 
 
 
 
 LC 140/2011 
Art. 7o São ações administrativas da União: 
I - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito nacional, a Política Nacional do 
Meio Ambiente; 
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; 
 
 
 
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III - promover ações relacionadas à Política Nacional do Meio Ambiente nos 
âmbitos nacional e internacional; 
IV - promover a integração de programas e ações de órgãos e entidades da 
administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
relacionados à proteção e à gestão ambiental; 
V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio à Política 
Nacional do Meio Ambiente; 
VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção 
e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos; 
VII - promover a articulação da Política Nacional do Meio Ambiente com as de 
Recursos Hídricos, Desenvolvimento Regional, Ordenamento Territorial e outras; 
VIII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos e entidades da 
administração pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, o Sistema 
Nacional de Informação sobre Meio Ambiente (Sinima); 
IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito nacional e regional; 
X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente 
protegidos; 
XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a proteção do meio ambiente; 
XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente, na forma da lei; 
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja 
atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida à União; 
XIV - promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades: 
a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente no Brasil e em país limítrofe; 
b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental ou 
na zona econômica exclusiva; 
c) localizados ou desenvolvidos em terras indígenas; 
d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela 
União, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais Estados; 
f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos de 
ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças 
Armadas, conforme disposto na Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999; 
g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e 
dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear 
em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional 
de Energia Nuclear (Cnen); ou 
h) que atendam tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de 
proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um 
membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os 
critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou 
empreendimento; 
XV - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações 
sucessoras em: 
 
 
 
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a) florestas públicas federais, terras devolutas federais ou unidades de 
conservação instituídas pela União, exceto em APAs; e 
b) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, 
pela União; 
XVI - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção e 
de espécies sobre-explotadas no território nacional, mediante laudos e estudos 
técnico-científicos, fomentando as atividades que conservem essas espécies in 
situ; 
XVII - controlar a introdução no País de espécies exóticas potencialmente 
invasoras que possam ameaçar os ecossistemas, habitats e espécies nativas; 
XVIII - aprovar a liberação de exemplares de espécie exótica da fauna e da flora 
em ecossistemas naturais frágeis ou protegidos; 
XIX - controlar a exportação de componentes da biodiversidade brasileira na 
forma de espécimes silvestres da flora, micro-organismos e da fauna, partes ou 
produtos deles derivados; 
XX - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas; 
XXI - proteger a fauna migratória e as espécies inseridas na relação prevista no 
inciso XVI; 
XXII - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito nacional ou regional; 
XXIII - gerir o patrimônio genético e o acesso ao conhecimento tradicional 
associado, respeitadas as atribuições setoriais; 
XXIV - exercer o controle ambiental sobre o transporte marítimo de produtos 
perigosos; e 
XXV - exercer o controle ambiental sobre o transporte interestadual, fluvial ou 
terrestre, de produtos perigosos. 
Parágrafo único. O licenciamento dos empreendimentos cuja localização 
compreenda concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da zona 
costeira será de atribuição da União exclusivamente nos casos previstos em 
tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da 
Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do 
Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e considerados os critérios de 
porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Em âmbito nacional as ações administrativas em matéria ambiental serão 
exercidas pelo Ministério do Meio Ambiente – MMA, IBAMA ou ICMBio, a 
depender do tipo de atuação exigida. 
No Estado de São Paulo a entidade responsável pelo exercício do poder de polícia 
em matéria ambiental é a CETESB (Companhia Ambiental do Estado de São 
Paulo), sociedade de economia mista vinculada à Secretaria do Meio Ambiente. 
 
 
 
 
No STJ o entendimento prevalente é que o poder de polícia se divide 
em 4 ciclos, a saber: 
1) Legislação 
2) Consentimento 
3) Fiscalização 
4) Sanção 
• Muito se discute se uma pessoa jurídica
de direito privado (como a sociedade de
economia mista) pode exercer o poder de
polícia. O tema é controverso e o STF
reconheceu a repercussão geral da
matéria (ARE 662186 RG/MG)
 
 
 
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A delegação do poder de polícia para pessoas de direito privado estaria 
restrita aos ciclos 2 (consentimento) e 3 (fiscalização), sendo vedada 
a delegação da etapa de legislação e sanção (REsp 817.534) 
 
 
As diversas ações administrativas em matéria ambiental a serem exercidas pelos 
Estados estão elencadas no artigo 8º, in verbis (destacamos as mais 
importantes): 
 
Art. 8o São ações administrativas dos Estados: 
I - executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Nacional do Meio 
Ambiente e demais políticas nacionais relacionadas à proteção ambiental; 
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; 
III - formular, executar e fazer cumprir, em âmbito estadual, a Política Estadual 
de Meio Ambiente; 
IV - promover, no âmbito estadual, a integração de programas e ações de órgãos 
e entidades da administração pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, relacionados à proteção e à gestão ambiental; 
V - articular a cooperação técnica, científica e financeira, em apoio às Políticas 
Nacional e Estadual de Meio Ambiente; 
VI - promover o desenvolvimento de estudos e pesquisas direcionados à proteção 
e à gestão ambiental, divulgando os resultados obtidos; 
VII - organizar e manter, com a colaboração dos órgãos municipais competentes, 
o Sistema Estadual de Informações sobre Meio Ambiente; 
VIII - prestar informações à União para a formação e atualização do Sinima; 
IX - elaborar o zoneamento ambiental de âmbito estadual, em conformidade com 
os zoneamentos de âmbito nacional e regional; 
X - definir espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente 
protegidos; 
XI - promover e orientar a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a 
conscientização pública para a proteção do meio ambiente; 
XII - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente, na forma da lei; 
XIII - exercer o controle e fiscalizar as atividades e empreendimentos cuja 
atribuição para licenciar ou autorizar, ambientalmente, for cometida aos Estados; 
XIV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos 
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou 
capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, ressalvado o 
disposto nos arts. 7o e 9o; 
XV - promover o licenciamento ambiental de atividades ou empreendimentos 
localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo Estado, 
exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
 
 
 
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XVI - aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e formações 
sucessoras em: 
a) florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do Estado, exceto em 
Áreas de Proteção Ambiental (APAs); 
b) imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7o; e 
c) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, 
pelo Estado; 
XVII - elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção 
no respectivo território, mediante laudos e estudos técnico-científicos, 
fomentando as atividades que conservem essas espéciesin situ; 
XVIII - controlar a apanha de espécimes da fauna silvestre, ovos e larvas 
destinadas à implantação de criadouros e à pesquisa científica, ressalvado o 
disposto no inciso XX do art. 7o; 
XIX - aprovar o funcionamento de criadouros da fauna silvestre; 
XX - exercer o controle ambiental da pesca em âmbito estadual; e 
XXI - exercer o controle ambiental do transporte fluvial e terrestre de produtos 
perigosos, ressalvado o disposto no inciso XXV do art. 7o. 
 
 
 
 
As diversas ações administrativas em matéria ambiental a serem exercidas pelos 
Municípios estão elencadas no artigo 9º, in verbis (destacamos as mais 
importantes): 
 
Art. 9o São ações administrativas dos Municípios: 
I - executar e fazer cumprir, em âmbito municipal, as Políticas Nacional e Estadual 
de Meio Ambiente e demais políticas nacionais e estaduais relacionadas à proteção 
do meio ambiente; 
II - exercer a gestão dos recursos ambientais no âmbito de suas atribuições; 
III - formular, executar e fazer cumprir a Política Municipal de Meio Ambiente; 
IV - promover, no Município, a integração de programas e ações

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