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Peça Prática Civil - Mandado de Segurança (1)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR VICE-PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. 
URGENTE: PEDIDO DE LIMINAR
JOSÉ DA SILVA, brasileiro, casado, advogado, portador da Cédula de Identidade RG n° 45.456.876-8 SSP/SP, inscrito no CPF MF sob o n°164.895.987-55, residente e domiciliado na Rua Santos, n° [...], bairro [...], CEP [...], São Sebastião/ SP, endereço eletrônico [...], vem, por meio de seu advogado e procurador que esta subscreve (doc. 01), nos termos do art. 5º, LXIX, da Constituição Federal c.c art. 1º da Lei nº. 12.016 de 2009, impetrar o presente:
MANDADO DE SEGURANÇA
C/C PEDIDO DE LIMINAR
Contra ato praticado pelo SR. DESEMBARGADOR ASTOLFO NUNES, nacionalidade [...], estado civil [...], RG nº [...], CPF nº [...] vinculado ao TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO, localizado no estado de São Paulo na Rua [...], nº [...], bairro [...], CEP nº[...], o que faz com fundamento nos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
I. Da Competência
1. De início cabe ressaltar que, de acordo com o Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (doc.02), nos casos de urgência, compete ao Vice-Presidente do Tribunal despachar Mandado de Segurança contra ato do Presidente.
Art. 27. Compete ao Vice-Presidente do Tribunal:
 I - Em matéria jurisdicional: 
[...]
c) em caso de urgência, despachar, até a distribuição, mandados de segurança, habeas corpus e habeas data contra ato do Presidente do Tribunal e do Corregedor Geral da Justiça;
2. Portanto, corretamente endereçado o presente Mandado de Segurança, visto que, no XXXIX Concurso Público, o ato foi praticado pelo Presidente do Tribunal de Justiça.
II. Dos Fatos.
3. O impetrante foi candidato inscrito no XXXIX Concurso Público para o provimento de Cargos de Juiz Substituto do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (doc.03). Em decorrência disso, foi aprovado em todas as etapas da prova, sendo estas: (i) a objetiva, (ii) a discursiva e (iii) de sentença (doc.04).
4. Posteriormente, todos os candidatos aprovados nas etapas anteriores foram convocados por meio de edital para a próxima fase (doc.05), momento em que José, ora Impetrante, providenciou o denominado “Requerimento de Inscrição Definitiva”(doc.06), apresentando todos os documentos solicitados no edital, até mesmo as declarações de três autoridades, que atestaram sua idoneidade e retidão de conduta detalhadamente (doc.07).
5. Ato continuo, o Impetrante apresentou a Declaração de Antecedentes Criminais (doc.08), na qual, agindo com total boa-fé, trouxe ao conhecimento da Comissão do concurso, a existência de um Inquérito Policial em seu nome, ocorrido há mais de 10 (dez) anos, que tratava sobre uma colisão de veículos, ressaltando, porém, que não houve prosseguimento de qualquer ação penal. 
6. Diante de tais fatos, a Comissão do XXXIX Concurso Público para Provimento de Cargos de Juiz Substituto do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, instituída pelo Conselho Superior da Magistratura e presidida pelo Presidente do Tribunal, Desembargador Astolfo Nunes, tomou a decisão de excluir o Impetrante, restando pendente apenas a última fase, de prova oral, com base no seguinte argumento: 
“Tendo em consideração a gravidade dos fatos ocorridos e relatados pelo próprio candidato, tem-se como comprovada a falta de requisitos de bons antecedentes morais e sociais, impostos pelo item 1.7.7 do Edital, razões pelas quais fica indeferida a inscrição definitiva do candidato.”
7. Assim, tal notícia foi devastadora para o Impetrante, que prosseguiu apresentando Recurso Administrativo (doc.09) ao Conselho Superior de Magistratura, contra tal ato, reiterando sua inocência e o não prosseguimento da ação penal após o Inquérito Policial realizado há mais de 10 anos. 
8. Todavia, o recurso em questão acabou por ser improvido com base na mesma fundamentação utilizada para a exclusão do mesmo, pelo descumprimento de um dos requisitos básicos para o ingresso na carreira, qual seja, a ausência de antecedentes criminais, restando ao Impetrante o ajuizamento da presente ação, para requerer os seus direitos.
III. Da Tempestividade.
9. Cumpre ressaltar que a presente demanda se iniciou no prazo correto, uma vez que postulada após a resposta de Recurso Administrativo, observando o prazo de 120 (cento e vinte) dias determinado pelo artigo 23, da lei 12.016 de 2009[footnoteRef:1]. [1: Art. 23.  O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. ] 
10. Portanto, resta comprovada a tempestividade do presente Mandado de Segurança.
IV. Do Cabimento
11. Com efeito, anteriormente a impetração do presente Mandado de Segurança, o Impetrante apresentou Recurso Administrativo para o Conselho Superior de Magistratura, reiterando sua inocência e sobre a ausência de início da ação penal.
12. No entanto, o Recurso não foi provido, motivo pelo qual resta comprovado o esgotamento dos devidos recursos antes da impetração do presente Remédio Constitucional, sendo que o presente caso não se enquadra em uma das vedações do art. 5º da Lei 12.016/09[footnoteRef:2]. [2: Art. 5. Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
] 
V. Do Direito Líquido e Certo.
13. O artigo 5º da Constituição Federal, no inciso LXIX[footnoteRef:3], determina que será concedido o mandado de segurança quando o mesmo proteger direito líquido e certo, cujo cabimento de habeas corpus ou habeas data não seja possível, além do requisito de que a ilegalidade tenha sido causada por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do poder público. [3: Art.5, inciso LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
] 
14. No mesmo sentido é a disposição do artigo 1° da lei do mandado de segurança[footnoteRef:4], ao proteger o Impetrante que possua direito líquido e certo. [4: Art. 1o  Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem às funções que exerça.] 
15. Por conseguinte, o Impetrante possui todas os requisitos colocados pelas leis supramencionadas, uma vez que, como será demonstrado, apresentou todos os fatores necessários para o ingresso no concurso ora impugnado. 
16. Direito líquido e certo, nas palavras do mestre Hely Lopes Meirelles:
 “é o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração” (in Direito Administrativo Brasileiro, 29ª edição, pág. 689, editora Malheiros Editores).
17. No presente caso, resta claro que o Impetrante possui tal direito, uma vez que quando apresentou a documentação que seria necessária para sua aprovação em fase posterior do concurso (declaração de antecedentes criminais), o fez de maneira correta, agindo de boa-fé ao colacionar a informação de que possuía um Inquérito Policial em seu cadastro, mas ressaltando que o mesmo não chegou se quer a ser prosseguido de Ação Penal, por falta dos requisitos para o início da mesma (doc. 07 e doc.08).
18. Ademais, mesmo diante de todos os documentos anteriores o Presidente do Tribunal de Justiça desconsiderou que não houve ação penal e, consequentemente, violou a presunção de inocência que é protegida pela Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso LVII[footnoteRef:5],no sentido de que ninguém poderá ser considerado culpado se não possuir uma sentença condenatória transitada em julgado. [5: Art. 5º, inc. LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.
] 
19. Logo, não é possível considerar correto que o Impetrante seja retirado do Concurso pelo Impetrado, pois seria como considerar que o Inquérito sem continuidade fosse tido como uma sentença transitada em julgado, fazendo com que tal condenação infundada retire a chance do Impetrante.
20. No mesmo sentido é o entendimento jurisprudencial, corroborando o Princípio da Presunção de Inocência, quando ocorre a exclusão de candidato de concurso público, em etapa de investigação social, por ter respondido a processo penal do passado, afastando tais critérios para o reconhecimento de maus antecedentes, senão vejamos:
“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PÚBLICO. AGENTE PENITENCIÁRIO DO DF. INVESTIGAÇÃO SOCIAL E FUNCIONAL. SENTENÇA PENAL EXTINTIVA DE PUNIBILIDADE. OFENSA DIRETA AO PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. MATÉRIA INCONTROVERSA. NÃO INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279.AGRAVO IMPROVIDO.I – Viola o princípio constitucional da presunção de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da Constituição Federal a exclusão de candidato de concurso público que foi beneficiado por sentença penal extintiva de punibilidade. II - A Súmula 279 revela-se inaplicável quando os fatos da causa são incontroversos, tendo o Tribunal ‘a quo’ atribuído a eles conseqüências jurídicas discrepantes do entendimento desta Corte. III - Agravo regimental improvido.”(RE 450.971-AgR/DF, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI - grifei).
21. Assim, fica comprovado que o Impetrante traz à presente peça toda a documentação que lhe foi exigida, com a comprovação de sua aprovação nas etapas anteriores, além da declaração de autoridades sobre sua idoneidade e retidão de conduta, que foram apresentadas de forma detalhada, restando evidente que possui direito líquido e certo amplamente comprovado e que não há duvidas nos fatos aqui apresentados. 
22. Tal negativa para a continuidade no concurso foi feita por meio de fato que sequer existiu, prejudicando o Impetrante demasiadamente, sendo necessária a impetração do presente Mandado de Segurança para a proteção de seus direitos. 
VI. Do Pedido de Liminar.
23. Segundo o artigo 7, inciso II da lei 12.016 de 2009[footnoteRef:6], o pedido de Liminar em caso de mandado de segurança deve ser postulado quando haja perigo de que a medida judicial se concedida apenas ao final da demanda, seja ineficaz ao Impetrante. [6: Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 
] 
24. O impetrante que vinha tendo sucesso em todas as fases a ele impostas para a possível vaga ora pleiteada, tem tal chance retirada apenas por Inquérito Policial o qual não foi seguido de Ação Penal.
25. Todavia, o concurso seguirá suas etapas, com a prova oral acontecendo em 10 (dez) dias, motivo pelo qual, deve ser deferida tal liminar, para que não seja tirada do Impetrante sua possível vaga ao ingresso da magistratura. 
26. Assim como restam evidentes a probabilidade do direito, uma vez que há vasta comprovação probatória do direito do Impetrante, que não possui impedimentos para o ingresso no concurso, assim como o perigo de dano ao resultado útil do processo, já que a não concessão desta tutela resultaria na impossibilidade de execução da prova oral, que é imprescritível para a aprovação no concurso, ambos os requisitos determinados pelo artigo 300, do Código de Processo Civil[footnoteRef:7]. [7: Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
] 
27. Diante disto, postula-se liminarmente pela suspensão do ato administrativo que excluiu o Impetrante do processo seletivo
VII. Dos Pedidos e dos Requerimentos. 
28. Ante o exposto, requer: 
a) A concessão de medida liminar para determinar que a autoridade coatora se abstenha da exclusão do Impetrante ao XXXIX Concurso Público para Provimento de Cargos de Juiz Substituto do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, sob pena dos efeitos previstos no art. 77, §2º, do CPC.
b) Requer que, ao final seja confirmada a liminar anteriormente requerida, com a procedência do pedido de concessão da segurança para retirar a exclusão do Impetrante ao XXXIX Concurso Público para Provimento de Cargos de Juiz Substituto do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
c) Seja notificada a autoridade coatora, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações que se acharem necessárias, bem como a cientificação do representante judicial do Tribunal Regional de São Paulo, nos termos do artigo 6[footnoteRef:8], da Lei do Mandado de Segurança, sob pena da aplicação de sanções administrativas e criminais. [8: Art. 6o  A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. 
] 
d) Seja intimado o ilustre representante do Ministério Público Estadual para se manifestar, tendo em vista a presença de interesse público, conforme estabelece o artigo 12[footnoteRef:9]. [9: Art. 12.  Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias.] 
e) Requer a Juntada da Guia de Recolhimento pertinente as custas iniciais, devidamente quitada;
f) Solicita-se ainda que todas as comunicações, intimações e demais atos processuais atinentes a este feito, sejam direcionados aos advogados [...], inscritos na OAB/___ sob o nº [...], sob pena de nulidade dos atos praticados sem a observação deste pleito, nos termos do art. 272, §5º do NCPC; o endereço do advogado do Impetrante onde deverá receber as intimações, é [...].
g) Por derradeiro, atribui-se a causa o montante de [...].
Nestes termos, 
Pedem deferimento.
São Paulo, 28 de maio de 2020.
Advogados
OAB/__ nº

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