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8ºAula Princípios e convenções contábeis Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: • entender os princípios contábeis; • compreender as convenções contábeis; • conhecer a aplicação dos princípios e das convenções contábeis. Olá, pessoal! Na aula anterior, tratamos das demonstrações contábeis. Nesta aula, estudaremos os princípios e convenções contábeis. Os princípios de contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à ciência da contabilidade direcionada ao universo científico profissional. Diante de uma evolução contínua, houve a necessidade de propor diretrizes para registro de transações direcionadas à comparação e integridade das demonstrações contábeis, ou seja, os princípios contábeis direcionam critérios uniformes para o registro de toda a estrutura teórica para a escrituração e análise contábil. As convenções contábeis são consideradas restrições aos princípios contábeis, diante da grande margem de liberdade dos princípios contábeis as convenções são mais objetivas e regram a conduta que deve ser tomada pelo profissional de contabilidade, as convenções restringem a abrangência dos princípios contábeis. Queridos(as) alunos(as), esta é a nossa última aula. Espero que estejam preparados(as) para desenvolver atividades financeiras e, também, a frente de um setor da área nas suas empresas ou no seu trabalho. Este é o primeiro passo de um longo caminho para essa deslumbrante área de atuação tão importante para as empresas e, também, para as pessoas. Por meio dessa fundamentação teórica, vocês estarão preparados para entender a contabilidade e o trabalho do contador. Vamos lá? Bons estudos! Contabilidade 64 1 - Princípios de Contabilidade 2 - Convenções Contábeis 1 - Princípios de contabilidade A Resolução CFC nº 750, de 29 de dezembro de 1993 (alterada pela Resolução CFC nº 1.282/10) estabelece a obrigatoriedade do exercício da profi ssão contábil da observância dos Princípios de contabilidade. Os princípios de contabilidade são: • Princípio da Entidade; • Princípio da Continuidade; • Princípio da Oportunidade; • Princípio do Registro pelo Valor Original; • Princípio da Competência; • Princípio da Prudência. * O princípio da Atualização Monetária foi revogado pela Resolução CFC nº1.282/10, portanto não está em utilização. Após a apresentação dos princípios de contabilidade, analisaremos cada um deles diante da sua especifi cidade e, também, analisaremos a sua aplicação. Mas antes disso vamos ver como os princípios de contabilidade são utilizados no universo contábil de forma geral. Os Princípios Fundamentais de Contabilidade, como era disposto antes da Resolução CFC nº1.282/10, agora descrito como “Princípios de Contabilidade”, tem grande importância para a Ciência da Contabilidade, pois esses regram a aplicação, demonstração e estruturação da escrituração e análise contábil. Ou seja, diante da grandiosidade dessa ciência chamada contabilidade, são necessários princípios para direcionar critérios que possam operar através de diretrizes regrando estes procedimentos. 1.1 Princípio da Entidade Esse princípio deixa claro que a contabilidade é realizada para as entidades, como pessoas distintas dos sócios ou proprietários, ou seja, esse princípio declara autonomia patrimonial. Nesse sentido, o patrimônio de uma entidade não se confunde ao patrimônio de seus sócios ou proprietário. De acordo com a Resolução CFC nº 750, de Dezembro de 1993, Art. 4º: O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afi rma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou fi nalidade, com ou sem fi ns lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde Seções de estudo com aquele dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo Único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil dos patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. Vamos ver um exemplo deste princípio na empresa de Pedro? Lembrem-se da empresa de material de limpeza em que trabalhamos nas primeiras aulas. Exemplo: Pedro, proprietário da loja de material de limpeza, tem uma conta particular no Banco InvestMS. Ele a utiliza para realizar todas as transações pessoais e também da empresa. No último dia 10 ele efetuou um depósito no valor de R$4.000,00. Desse valor, R$2.000,00 pertence à empresa e R$2.000,00 pertence às suas receitas pessoais. Sendo assim, nem Pedro deve lançar mão, para fi ns particulares, do dinheiro de sua empresa nem vice-versa. Nesse caso, o ideal é que, assim que possível, Pedro faça a distinção da conta pessoal e da empresa, ou seja, realize a abertura de uma conta para a empresa e continue utilizando a sua para fi nanças pessoais. 1.2 Princípio da Continuidade No princípio da continuidade, a empresa deve ser avaliada e escriturada na hipótese de que a entidade nunca irá se extinguir, estando em funcionamento contínuo. Esse princípio está ligado diretamente à avaliação dos ativos e passivos da empresa, sendo que todo ativo fi cará registrado pelo valor de entrada. Em caso de extinção, quando é constatado que a empresa não tem condições de prosseguir com sua existência, passam a interessar os valores de realização do ativo e da liquidação do passivo, sendo que os ativos são estimados pelo seu valor de saída, ou seja, valor de mercado, sendo uma expectativa futura de recebimentos fundamentada no preço de venda. De acordo com a Resolução CFC nº 750, de Dezembro de 1993, Art. 5º: Art. 5º O princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10). Exemplo: Pedro, quando montou sua empresa de material de limpeza, comprou algumas prateleiras no valor de R$10.000,00 e uma motocicleta para realizar entregas no valor de R$7.000,00. Dez meses mais tarde, a empresa de Pedro passou por difi culdades e acabou quebrando. Quando os ativos foram liquidados, as prateleiras e a motocicleta tinham perdido valor. Pedro conseguiu vender as prateleiras por R$6.000,00 e a motocicleta por R$6.500,00. Dessa forma, podemos ver que o valor de realização foi menor do que o custo original. 1.3 Princípio da Oportunidade Nesse princípio, as informações contábeis precisam 65 ser tempestivas e íntegras, ou seja, “simultaneamente, à tempestividade e à integridade do registro do patrimônio e das suas mutações, determinando que este seja feito de imediato e com a extensão correta, independentemente das causas que os originaram”. (Resolução CFC nº 750, de Dezembro de 1993, Art. 6º De acordo com a Resolução CFC nº 750, de Dezembro de 1993, Art. 6º: O princípio da oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integralidade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10). Exemplo: Na empresa de material de limpeza de Pedro, todas as mutações ocorridas no patrimônio são registradas e relatadas no momento em que acontecem, sendo assim, a empresa de Pedro atende a exigência deste princípio. Ou seja, Pedro preza pela tempestividade e a integridade do registro do patrimônio e das suas mutações. 1.4 Princípio do Registro pelo Valor Original No princípio do Registro pelo Valor Original,determina- se que os componentes patrimoniais devam ser registrados pelos valores originais das operações. Nesse princípio, quando um ativo é adquirido, ele deve ser contabilizado pelo valor histórico, ou seja, pelo valor de sua compra ou aquisição dos insumos para produzir tal produto. De acordo com a Resolução CFC nº 750, de Dezembro de 1993, Art. 7º: Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. § 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. § 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10). Exemplo: Pedro, quando constituiu sua empresa, comprou um veículo no valor de R$ 30.000,00. Ele pretende vender esse veículo pelo valor de R$ 35.000,00, porém, diante desse princípio, o contador de Pedro irá lançar na contabilidade o valor da compra. Agora, se Pedro, para Contabilidade 66 vender o veículo, precisar fazer algum desembolso para colocar o ativo em questão em condições de venda, este deverá ser incorporado nos registros contábeis. 1.5 Princípio da Competência Para que possamos entender esse princípio, vamos tratar sobre dois regimes contábeis: Regime de Caixa: executa o registro contábil no momento da efetivação do pagamento ou recebimento. Regime de Competência: executa o registro contábil no momento que ocorre independentemente se existe efetivação do pagamento ou recebimento. Sendo assim, esse princípio, baseado no regime de competência, estabelece que as receitas e despesas devam ser registradas durante o exercício social que ocorrem, sendo assim é determinado pela data do fato gerador e não quando existe pagamento ou recebimento. Vocês devem estar se perguntando: o que é exercício social? Conceito: é o período determinado pela contabilidade para demonstrar a situação patrimonial e fi nanceira de uma empresa, geralmente é um ano e pode coincidir com o ano calendário ou não. De acordo com a Resolução CFC nº 750, de Dezembro de 1993, Art. 9º: O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10). Exemplo: Pedro, em sua empresa de material de limpeza, teve despesas com as contas de energia e água referente ao mês de agosto. Porém, ele pagou essas contas no mês subsequente, ou seja, em setembro. Dessa forma, essas despesas serão registradas no mês de agosto, de acordo com o princípio da competência, que diz que o fato gerador é a data que o serviço foi prestado e não a data em que irá ocorrer o pagamento do serviço. 1.6 Princípio da Prudência Este princípio determina adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior para os componentes do passivo sempre que apresentem alternativas igualmente válidas para a quantifi cação das mutações patrimoniais que alterem o Patrimônio Líquido. De acordo com a Resolução CFC nº 750, de Dezembro de 1993, Art. 10º: O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantifi cação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confi abilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10). Exemplo: Pedro tem um montante de R$70.000,00 na conta clientes pelo total de venda na sua loja em determinado período. Porém, ele sabe que, desse valor, 3% não serão recebíveis, ou seja, por algum motivo, deixaram de realizar o pagamento, de acordo com o princípio da prudência, deve-se fazer esta estimativa de perda adequada. Nesta seção, tratamos os princípios contábeis, agora, estudaremos a respeito das convenções contábeis, assunto de muita importância para a contabilidade. Seguimos em frente! 2 - Convenções contábeis De acordo com Iudícibus (2010 p.292), as Convenções Contábeis “Dentro da ampla margem de liberdade que os princípios permitem ao contador, no registro das operações, as convenções vêm restringir ou limitar ou mesmo modifi car parcialmente o conteúdo dos princípios, defi nindo mais precisamente seu signifi cado”. As convenções contábeis restringem os princípios contábeis porque, muitas vezes, são amplas e também propõem algumasabertura para interpretações e fl exibilizações em que o contador possa tomar decisões amplas diante desta abertura. Sendo assim, as convenções propõem limites e modifi cações diante dos princípios contábeis. As convenções contábeis são divididas em: • Convenção da Consistência; • Convenção do Conservadorismo; • Convenção da Materialidade; • Convenção da Objetividade. 2.1 Convenção da Consistência Para Iudícibus (2010 p.292): A convenção da consistência diz-nos que, uma vez adotado determinado processo, entre os vários possíveis que podem atender a um mesmo princípio geral, ele não deverá ser mudado com demasiada frequência, pois assim estaria sendo prejudicada a comparabilidade dos relatórios contábeis. Essa convenção determina que, após utilizarmos algum processo ou procedimento, ele deve ser mantido, ou seja, 67 após adotar um critério dentro da contabilidade, ele deve prevalecer e, em caso de necessidade inadiável de se adotar outro critério, essa adoção deve constar juntamente com seus efeitos no resultado como nota explicativa. Exemplo: Pedro, na sua loja, utilizou o método de avaliação de estoque PEPS (primeiro que entra primeiro que sai) para avaliar seu estoque no último mês. No próximo mês, Pedro deve utilizar o mesmo método. Por mais que outros métodos possam atender suas necessidades, de acordo com esta convenção, ele deve adotar o mesmo método. 2.2 Convenção do Conservadorismo De acordo com Iudícibus (2010 p.293): Esta convenção consiste em que, por motivos de precaução, sempre que o contador defrontar com alternativas igualmente válidas de atribuir valores diferentes a um elemento do ativo (ou do passivo), deverá optar pelo mais baixo para o ativo e pelo mais alto para o passivo. Essa convenção propõe que sempre que o contador defrontar alternativas válidas deve se elevar o passivo e diminuir o ativo, ou seja, em casos de avaliação de inventário quando os valores de mercado forem menores que o valor de custo deve se utilizar o valor de mercado. Exemplo: Pedro tem uma dúvida, e chegou a dois valores referentes às dívidas com terceiros (passivo), ou seja, Pedro tem uma dívida com terceiros, porém, diante de um levantamento, ele chegou a dois valores. Neste caso, Pedro deve considerar o maior valor. Sendo assim, ele irá elevar o seu passivo. 2.3 Convenção da Materialidade Iudícibus (2010) afi rma que: “Esta convenção reza que, a fi m de evitar desperdícios de tempo e de dinheiro, deve-se registrar na Contabilidade apenas eventos dignos de atenção e na ocasião oportuna” A convenção da materialidade determina que o contador não deve se preocupar com irrelevantes, tanto no registro deste ou no controle. O contador deve levar em conta a relação custo benefício evitando assim custo e tempo diante de fato em que deverá ou não ser registrado. Exemplo: Na empresa de Pedro, no setor administrativo, são utilizados papéis, canetas e lápis, esses fatos geram uma diminuição do ativo, porém, diante de valores mínimos, como exemplo utilização de uma folha de papel A4, esse fato não deve ser registrado imediatamente no momento em que esta ocorrendo. É considerado um fato irrelevante diante do seu valor, mas, deve ser apurado no fi nal do período. 2.4 Convenção da Objetividade Para Iudícibus (2010 p.294): Esta convenção pode ser explicada da melhor forma possível pelo exemplo que, a seguir, será relatado. Suponha-se que o contador, para a avaliação de um bem, dispusesse de duas fontes, a saber: a fatura relativa à compra do bem e o laudo do maior especialista mundial em avaliação. Deverá escolher, como valor de registro, o indicado na fatura. Entre um critério subjetivo de valor, mesmo ponderável e outro objetivo, o contador deverá optar pela hipótese mais objetiva. A fi nalidade desta convenção é eliminar ou restringir áreas de excessivo liberalismo na escolha de critérios, principalmente de valor. Em tese, é uma convenção que contém seus méritos. Entretanto, seria necessário defi nir de forma mais precisa o que vem a ser objetivo. Essa convenção propõe, acima de tudo, a objetividade, ou seja, o contador, diante de uma situação onde tem um documento probatório e um laudo de um especialista, deve sempre optar pelo mais objetivo. Nesse caso, o documento. De acordo com essa convenção, o contador não se deve levar por infl uências internas ou externas, seja de trabalhadores, empresário, clientes, dentre outros. O contador deve sempre registrar um fato de acordo com documentos que comprovam tal. Caso não haja documentos, ele deve se basear em avaliação e laudos concretos. Exemplo: Pedro precisa avaliar os bens da sua loja. Como é muito organizado, ele tem todas as notas fi scais. Pedro, então, pede ao seu contador que realize esta avaliação, seu contador então fez o levantamento de todos os bens da empresa e chegou ao seguinte valor R$ 150.000,00. Porém, o Administrador da empresa de Pedro, o Rogério, propõe que o patrimônio da empresa vale muito mais que R$150.000,00 ele afi rma que o valor do patrimônio é R$250.000,00. Nesse caso, o que o contador deve fazer de acordo com a convenção da objetividade? O contador vai optar pelos documentos probatórios, ou seja, eles são mais objetivos que a avaliação do administrador Rogério. Retomando a aula Chegamos a nossa oitava e última aula, vamos recordar sobre o que aprendemos até aqui. 1 - Princípios de contabilidade A Resolução CFC nº 750, de 29 de dezembro de 1993 (alterada pela Resolução CFC nº 1.282/10) estabelece a obrigatoriedade do exercício da profi ssão contábil da observância dos Princípios de contabilidade. Os princípios de contabilidade são: • princípio da entidade; • princípio da continuidade; • princípio da oportunidade; • princípio do registro pelo valor original; Contabilidade 68 • princípio da competência; • princípio da prudência. 2 - Convenções Contábeis De acordo com Iudícibus (2010 p.292), as Convenções Contábeis “Dentro da ampla margem de liberdade que os princípios permitem ao contador, no registro das operações, as convenções vêm restringir ou limitar ou mesmo modifi car parcialmente o conteúdo dos princípios, defi nindo mais precisamente seu signifi cado”. As convenções contábeis restringem os princípios contábeis, mesmo porque, muitas vezes, são amplas e também propõem algumas abertura para interpretações e fl exibilizações em que o contador possa tomar decisões amplas diante desta abertura, sendo assim as convenções propõem limites e modifi cações diante dos princípios contábeis. As convenções contábeis são divididas em: • convenção da consistência; • convenção do conservadorismo; • convenção da materialidade; • convenção da objetividade. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. 29 ed. São Paulo: Saraiva, 2013. IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Contabilidade Introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades: de acordo com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2010. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, Resolução CFC nº750/93 de 29 de dezembro de 1993, publicada no DOU de 31.12.1993. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, Resolução CFC nº1.282/10 de 28 de maio de 2010, publicada no DOU de 02.06.2010. Vale a pena ler Portal da Contabilidade. Disponível em: http://www. portaldecontabilidade.com.br/. Acesso em: 29 abr. 2019. Revista Brasileira de Contabilidade. Disponível em: http://rbc.cfc.org.br/index.php/rbc. Acesso em: 30 abr. 2019. Classe Contábil. Disponível em: https://classecontabil. com.br/. Acesso em: 13 mai. 2019. Vale a pena acessar Vale a pena GONÇALVES, Eugênio Celso; BAPTISTA, Antônio Eustáquio. Contabilidade Geral. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011. FERRARI, Ed. Luiz. Contabilidade Geral: teoria e 1.000 questões. 12. ed. rev. Rio de Janeiro: Impetus, 2012.RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. 7. ed. Sã Paulo: Saraiva, 2010. EQUIPE DE PROFESSORES DA FEA/USP. Contabilidade Introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012. IUDÍCIBUS, Sérgio de et al. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades: de acordo com as normas internacionais e do CPC. São Paulo: Atlas, 2010. RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade geral fácil. 29 ed. São Paulo: Saraiva, 2013. Referências Minhas anotações