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- -1 ESTRUTURA E FUNÇÃO HUMANA BÁSICA UNIDADE 1 - O QUE É A ESTRUTURA E FUNÇÃO HUMANA? Vivian Alessandra Silva - -2 Introdução Seja bem-vindo(a) ao estudo do corpo humano. Você sabe o significa o título de nossa disciplina? É um estudo integrado de três ciências básicas: anatomia, histologia e fisiologia humana. Você sabia que anatomia é a ciência que estuda a organização estrutural do corpo humano? Já a histologia estuda os tecidos que compõem as estruturas do corpo humano. Por sua vez, a fisiologia é o estudo da função das estruturas e tecidos que compõem o corpo humano. Nesta primeira unidade, vamos usar de três tópicos de estudo para nivelar conhecimentos, ou seja, para saber de que maneira nosso organismo funciona e como se organiza, do que ele é constituído e algumas nomenclaturas que são utilizadas de maneira geral no mundo científico. Também daremos início à nossa aventura pelo corpo humano, por um sistema de grande complexidade por dominar o funcionamento de todos os restantes: o sistema nervoso. Fique atento(a) ao material apresentado e bons estudos! 1.1 Mecanismos homeostáticos Você já percebeu que sua frequência respiratória ou frequência cardíaca se alteram durante uma prática esportiva? E quando você faz uma pausa para descansar, essas mesmas frequências retornam ao estado inicial? Ou, ainda, você já notou como seu corpo se comporta diferente dependendo do clima? Em um dia quente, você transpira. Já em um dia frio, você treme. Já parou para pensar em por que ou em como seu corpo faz isso? 1.1.1 Homeostase e a membrana plasmática Nosso organismo tem a capacidade de se adaptar às mudanças que ocorrem no ambiente e meio interno, de tal maneira que as funções orgânicas acontecem de maneira eficiente, independentemente da situação. A essa característica do nosso organismo chamamos de homeostase. Você será um futuro profissional da saúde e por isso precisa compreender de que maneira o nosso organismo funciona e como mantém a homeostase, para que nossas intervenções profissionais promovam a saúde, previnam e tratem as condições e doenças de nossos clientes e pacientes. Para aprender mais sobre o tema, clique nas setas abaixo. Muitos autores definem homeostase como equilíbrio. Porém, não é tão simples assim, pois vivemos em um ambiente totalmente dinâmico. O conceito correto seria a “manutenção da constância do ambiente interno independentemente de qualquer condição. Você dorme, acorda, trabalha, estuda; além disso, as temperaturas oscilam ao longo do dia, sua alimentação muda, estresse etc., mas o seu meio interno permanece sempre constante”. Homeostase, do grego, homeo, significa parecido ou similar e stase significa condição. Perceba que nosso organismo não é estático. Toda vez que algo perturba o equilíbrio, a homeostase, rapidamente o organismo se ajusta e retorna ao estado de equilíbrio. A capacidade que nosso organismo tem de manter a homeostase é realmente incrível, mas, para que isso aconteça, é preciso de uma comunicação íntima entre todos os sistemas que compõem nosso organismo. Conforme formos aprofundando nosso estudo sobre o corpo humano, você perceberá que sempre existe a presença de um receptor, um centro integrador e um efetor responsáveis pela manutenção da homeostase. O receptor será aquele que perceberá a quebra da homeostase; o centro integrador será o responsável pela tomada de decisão necessária ao restabelecimento do equilíbrio corporal; e o efetor será aquele que responderá ou efetuará o comando do centro integrador. Por exemplo, a temperatura ideal para o funcionamento do nosso corpo fica em torno de 36,5 °C ou 37 °C. - -3 Por exemplo, a temperatura ideal para o funcionamento do nosso corpo fica em torno de 36,5 °C ou 37 °C. Imagine que hoje está fazendo 20 °C lá fora e você não imaginava que teria tal queda de temperatura, saiu de casa vestindo apenas uma bermuda e uma regata. Imediatamente a temperatura do ambiente começa a influenciar sua temperatura corporal, porém, para que os nossos órgãos funcionem de maneira adequada, precisamos mantê-los a 36,5 ºC. Receptores localizados na superfície de nosso corpo percebem a temperatura ambiente, enviam essa mensagem para o sistema nervoso, nosso centro integrador, que compreende que se a temperatura corpórea diminuir, nossos órgãos poderão sofrer danos. A estratégia tomada, então, é enviar um comando aos músculos (efetores), para que contraiam repetidamente (tremor), gerando calor. Obviamente, não é somente esse comando, muitos outros são enviados, mas conseguem compreender a intima relação que há entre os sistemas? Todos com o mesmo objetivo: garantir a homeostase. Essa íntima comunicação entre os sistemas recebe o nome de feedback ou retroalimentação. Trata-se de uma conversa entre receptores, centro integrador e efetores a fim de garantir a homeostase momento a momento. Existem dois tipos de feedback: negativo e positivo. O negativo é o mais comum e consiste na reversão de uma variação, por exemplo, a pressão arterial deve ser mantida dentro de um limiar para que todo o corpo receba os nutrientes provindos do sangue de maneira adequada. Vamos supor que a sua pressão arterial se eleve ou reduza por algum estímulo, isso pode gerar prejuízos sérios na nutrição tecidual. Nesse caso, terminações nervosas localizadas em algumas artérias (barorreceptores) terão a função de receptores, ou seja, serão os responsáveis por perceber se o fluxo sanguíneo está passando com a pressão adequada. Essa informação é constantemente enviada para um centro integrador, no caso, é o sistema nervoso. Ele interpreta a mensagem e responde ao coração e aos vasos sanguíneos (efetores), que gerarão diminuição ou aumento da frequência cardíaca, vasoconstrição ou vasodilatação, de acordo com a necessidade. Ou seja, se a pressão arterial está elevada, por meio do feedback negativo, essa pressão diminuirá até os valores normais para aquele indivíduo. Porém, se a pressão arterial diminuiu, por meio do feedback negativo, os valores da pressão arterial se elevarão até atingir a normalidade daquele indivíduo. Por outro lado, o feedback positivo reforça a variável. Funciona da mesma forma que o feedback negativo, porém, agora, o comando enviado para o efetor é de intensificação, ou seja, aquela variável vai ser ainda mais estimulada. Vamos imaginar uma situação de parto. Por meio do feedback negativo, as contrações uterinas seriam anuladas, mas se isso acontecer o feto não irá nascer, já que são as contrações uterinas que favorecem a saída do feto do útero. Com o feedback positivo, quanto mais contrações e estiramentos, mais contrações uterinas irão acontecer até que o feto nasça. Aprofundando um pouco mais nosso conhecimento, o conceito de homeostase é aplicado ao funcionamento celular. A membrana plasmática é uma bicamada de fosfolipídeos que garante proteção às organelas internas. VOCÊ O CONHECE? Robert Hooke foi um cientista e monge inglês da Universidade de Oxford, que viveu no século XVII, o primeiro a descrever a existência das células. Fez isso a partir da análise de cortiça, a casca de uma árvore, e observou que ela era formada por “pequenas celas”, como as celas do monastério em que vivia, e por isso as chamou de células. - -4 Figura 1 - Membrana plasmática. Fonte: magnetix, Shutterstock, 2019. Ela será o meio de seleção e transporte entre o meio intracelular (MIC) e o meio extracelular (MEC). Figura 2 - Meio Intracelular (MIC)/Meio Extracelular (MEC). Fonte: sciencepics, Shutterstock, 2019. Íons, como sódio, potássio, cálcio, ferro, oxigênio; moléculas, como água, glicose; proteínas e hormônios necessários para a vida da célula, serão transportados para o MIC ou excretados para o MEC, por meio da membrana plasmática. - -5 Figura 3 - Molécula do oxigênio. Fonte: Anusorn Nakdee, Shutterstock, 2019. Enquanto a membrana plasmática das nossas células for capaz de exercer a função de selecionar os nutrientes adequados que devem ser mantidos dentro da célula e, ao mesmo tempo, excretar aquilo que não é mais necessário,nossas células estarão em homeostase e, por consequência, nosso corpo estará em equilíbrio. Para complementar seus estudos, conheça, a seguir, o caso de José. VOCÊ SABIA? Você sabia que a diabetes é uma doença das células? A glicose provinda da alimentação é a principal matéria-prima para a produção de ATP, porém ele só será produzido a partir do momento que a glicose for transportada do sangue para dentro das células. A insulina (hormônio produzido pelo pâncreas) atua facilitando a entrada da glicose nas células. Existem diversos tipos de diabetes, as mais comuns são a “tipo 1” e a “tipo 2”. Na diabetes tipo 1, a pessoa não produz insulina (é uma doença autoimune, em que o próprio corpo destrói as células pancreáticas produtoras de insulina). Já na diabetes tipo 2, a pessoa tem deficiência nas proteínas celulares que se ligam à insulina. Seja a tipo 1 ou a 2, a pessoa tem dificuldades em fazer a glicose sanguínea entrar no meio intracelular e, por isso, ela se acumula no sangue. - -6 Na sequência, vamos estudar sobre os níveis organizacionais de diferentes tecidos. Acompanhe! 1.2 Como o organismo humano está organizado? Cada indivíduo é formado por (nervoso, respiratório, cardiovascular, urinário, endócrino, digestório,sistemas esquelético e genital). Cada sistema é formado por um conjunto de órgãos e os órgãos são formados por tecidos, que, por sua vez, são formados por células. CASO Caso clínico: José, homem, 54 anos, obeso, hipertenso e diabético tipo 2 há 20 anos, procurou o hospital. Ao exame físico, observou-se ferida no pé esquerdo, rarefação de pelos e perda da sensibilidade nas pontas dos dedos. Quando o médico perguntou sobre a ferida, José disse que nunca tinha percebido a presença dela. O médico tratou a ferida e orientou José em relação à doença. Vamos entender o que aconteceu com José? Em uma situação normal, o açúcar (glicose) ingerido na dieta é absorvido e cai na corrente sanguínea, aumentando a glicemia (quantidade de glicose no sangue). O aumento da glicemia sinaliza para o pâncreas produzir mais insulina, aumentando a capacidade de captação da glicose pelas células. Com a entrada da glicose nas células, a glicemia diminui. A redução da glicemia sinaliza para o pâncreas reduzir a produção da insulina, formando uma alça de feedback. No caso de José, diabetes tipo 2, as células podem adquirir resistência à insulina, destruindo ou não produzindo os receptores de insulina da membrana celular e impedindo a entrada da glicose. Dessa maneira, a glicose fica livre no sangue e acaba se acumulando em alguns tecidos, principalmente nas extremidades do corpo. No caso de José, a glicose se acumulou no pé esquerdo e levou à formação da ferida. A produção da insulina é um exemplo muito claro de feedback negativo, pois a redução da glicemia sinaliza para o pâncreas que a produção de insulina deve ser inibida. O feedback é negativo porque tem uma ação reversa ao estímulo inicial. As alças de feedback negativo são homeostáticas, pois mantêm em equilíbrio dinâmico o funcionamento do organismo. Veja que assim que a glicemia baixar, o feedback negativo fará com que o pâncreas produza menos insulina, já que ela não será mais necessária. No caso de José, a fase do controle da glicemia que está em desequilíbrio é a etapa em que a insulina será transportada para o MIC, por meio uma proteína de membrana (receptor), já que as células do corpo destroem ou deixam de fabricar esses receptores, pois adquiriram resistência à insulina. - -7 Figura 4 - Constituição corporal humana e seus constituintes celulares. Fonte: TORTORA; DERRICKSON, 2016; GrapphicsRF, Shutterstock, 2019. Os sistemas corporais não trabalham de maneira individual, mas exercem grande influência e até mesmo manutenção no funcionamento dos demais sistemas. Figura 5 - Constituição corporal humana. Fonte: Macrovector, Shutterstock, 2019. A homeostase começa em nível celular. Se as células estão exercendo bem suas funções, logo o tecido também está. Consequentemente, o órgão funciona de maneira adequada e assim os sistemas corporais também. - -8 Nosso organismo é formado por quatro tecidos fundamentais: tecido epitelial, tecido muscular, tecido nervoso e tecido conjuntivo. Cada um desempenha um papel fundamental à nossa existência, porém com características diferentes. Clique nas abas abaixo e conheça mais detalhes sobre cada um deles. Tecido epitelial O tecido epitelial é responsável pelo revestimento de superfícies externas (como a pele, por exemplo) e internas dos nossos órgãos e protege as superfícies internas e externas do corpo ou faz a absorção de elementos. Ainda existe uma forma especializada de tecido epitelial, com a capacidade de secreção, chamado tecido epitelial glandular. Tecido muscular O tecido muscular é composto por células com capacidade contrátil. Essas células apresentam formato alongado e delgado e, por isso, recebem o nome de fibra muscular. Temos três tipos de tecido muscular: tecido muscular estriado esquelético, tecido muscular estriado cardíaco e tecido muscular liso. Tecido nervoso O tecido nervoso é um tecido especializado na condução de informações, na comunicação entre os demais tecidos e sistemas. Tecido conjuntivo O tecido conjuntivo se encontra associado a todos os demais, conectando cada um e dando conjunto aos órgãos. É o único tecido vascularizado do corpo humano, sendo responsável por conduzir os vasos sanguíneos aos nossos órgãos. Os quatro tecidos fundamentais formam os órgãos do corpo humano. Alguns órgãos com funções semelhantes se agrupam formando os sistemas orgânicos. Aprenda mais sobre os sistemas orgânicos, clicando nas abas abaixo. • Sistema esquelético O sistema esquelético é formado por ossos e cartilagens e sua função é dar sustentação e forma ao organismo. • Sistema articular O sistema articular é formado pelas articulações, cuja função é unir segmentos do corpo humano. • Sistema muscular O sistema muscular é formado pelos músculos associados ao esqueleto, coração e órgãos de músculo liso. VOCÊ SABIA? Uma das maiores causas de mortes no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o Infarto Agudo do Miocárdio. Muitos acreditam que a causa dessa morte é o “entupimento” de algumas artérias cardíacas, as artérias coronárias. No entanto, o problema em si não é a obstrução das artérias, mas o fato de haver um bloqueio na passagem do sangue (que leva os nutrientes e gases necessários para a vida celular), as células cardíacas morrem (necrose). Se as células do coração sofrem necrose, logo, o órgão para de funcionar. O procedimento conhecido como revascularização do miocárdio, com a implantação de stent, desobstrui a artéria e restabelece o fluxo sanguíneo, podendo salvar a vida de quem sofre o infarto. • • • - -9 O sistema muscular é formado pelos músculos associados ao esqueleto, coração e órgãos de músculo liso. A função desse sistema é a geração de movimento. • Sistema nervoso O sistema nervoso é formado pelo encéfalo, medula espinal, nervos e gânglios e tem a função de percepção do ambiente interno e externo, compreender e gerar respostas para a manutenção da homeostase e gerar comportamentos. • Sistema circulatório O sistema circulatório é formado pelo coração e vasos sanguíneos. Tem a função de conduzir o sangue para todo o corpo a fim de serem distribuídos os nutrientes e materiais adequados para a sobrevivência celular. • Sistema respiratório O sistema respiratório é formado pelo nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e pulmões. É responsável por fazer a troca gasosa, filtrar, aquecer e umidificar o ar inspirado. • Sistema digestório O sistema digestório tem a função de captar o alimento, digeri-lo e a partir daí absorver os nutrientes necessários para o corpo e excretar aquilo que não pudemos digerir. É formado pela boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso, além de algumas glândulas anexas, como o fígado, o pâncreas e as glândulas salivares. • Sistema urinário O sistema urinário é formadopelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. É responsável pela filtração do sangue e formação da urina, pela manutenção do volume plasmático, bem como a manutenção iônica plasmática. • Sistema linfático O sistema linfático é formado pelos vasos linfáticos e linfonodos. Faz o recolhimento do líquido que se acumula entre os tecidos (líquido intersticial) e forma a linfa, faz a absorção dos lipídeos no intestino formando o quilo e ainda pode atuar na defesa do organismo, eliminando possíveis patógenos. • Sistema genital O sistema genital masculino é formado pelo testículo, epidídimo, ducto deferente, glândula seminal, ducto ejaculatório, próstata, uretra, glândula bulbouretral, pênis e escroto. Já o sistema genital feminino é formado pelos ovários, tuba uterina, útero, vagina e genitália externa, também chamada de vulva, formada por monte do púbis, lábios maiores, lábios menores, clitóris e glândulas vestibulares. Ambos os sistemas são responsáveis pela formação e manutenção dos gametas (espermatozoide e ovócito) e produção de hormônios. Alguns sistemas podem ser agrupados e formar aparelhos. É o caso dos sistemas esquelético, articular e muscular, que se juntos permitem a locomoção e, por isso, formam o aparelho locomotor. É também o caso do aparelho urogenital, formado pelos sistemas urinário e genital (masculino e feminino). • • • • • • • - -10 Agora, para continuar seus estudos, no próximo tópico, você verá a terminologia anatômica. Mantenha-se concentrado! 1.3 Como me comunicar na vida profissional utilizando os termos adequados? Os profissionais de saúde utilizam uma linguagem científica com termos próprios para descrever as estruturas anatômicas e suas funções. Esses termos permitem que a comunicação seja mais eficaz e precisa. A partir deste momento, vamos discutir alguns termos e normas para que possamos adequar nossa linguagem ao contexto profissional. Os primeiros termos a serem discutidos são: e . Consideramos que a anatomia de um órgão ounormal anomalia parte do corpo é normal quando a anatomia está presente na maior parte dos indivíduos. Por exemplo, é normal ter cinco dedos em cada mão, é normal ter o nariz entre os olhos e apenas um coração dentro do tórax. Será que todos os indivíduos possuem as características corporais normais? A resposta é: não. Quando um indivíduo apresenta alguma característica que fuja dos padrões normais da anatomia, mas isso não interfere no funcionamento daquela estrutura, atribuímos o nome de . Portanto, variação anatômica évariação anatômica uma característica interna ou externa que não é normal, mas que mantém a função do órgão íntegra. Por exemplo, no Brasil, o normal é que os homens apresentem uma estatura média de 1,73 m. Joaquim é um - -11 Por exemplo, no Brasil, o normal é que os homens apresentem uma estatura média de 1,73 m. Joaquim é um rapaz de 23 anos e tem 2,04 m. Considerando-se a população brasileira, a estatura de Joaquim é normal? Do ponto de vista anatômico, um indivíduo com 2,04 m não é normal, pois difere da maioria. Do ponto de vista anatômico, diríamos que Joaquim apresenta uma variação anatômica, pois, embora a estatura difira da maioria, ela não traz prejuízos funcionais ao Joaquim. Veja que todos somos portadores de variações anatômicas e precisamos que você se lembre disso quando estiver examinando ou avaliando seus pacientes e clientes. Quando a morfologia diferente gerar algum tipo de prejuízo na função da estrutura anatômica, dizemos que é uma . Por exemplo, a fissura labiopalatina é uma anomalia anatômica, pois o indivíduo apresenta osanomalia lábios e o palato fendidos, impedindo a adequada função alimentar e de fala. Figura 6 - Anomalia: fissura labiopalatina. Fonte: malost, Shutterstock, 2019. Em nossos estudos sobre o corpo humano, vamos priorizar aquilo que é normal, mas sempre trazer algum exemplo ou caso de anomalia ou variação anatômica para que possamos discutir. O corpo humano é dividido em regiões, que você pode ver na imagem abaixo: - -12 Fonte: CLIPAREA l Custom media, Shutterstock, 2019. Para estudar o corpo humano, é preciso que alguns padrões anatômicos sejam estabelecidos para que, ao se descrever a localização de determinada estrutura, todos compreendam da mesma forma. Observe as imagens a seguir. - -13 Figura 7 - Corpo humano e suas posições. Fonte: MarcusVDT; Africa Studio; Elena Efimova, Shutterstock, 2019. Será que, independentemente da posição que a pessoa se encontre, podemos afirmar que ela tem a cabeça acima do pescoço? Por isso foi estabelecida a Posição Anatômica. Todo o estudo corporal será baseado nessa posição que você pode ver na imagem a seguir: - -14 Fonte: CLIPAREA l Custom media, Shutterstock, 2019. - -15 Somos indivíduos tridimensionais, isso significa que possuímos profundidade. Como, então, descrever as estruturas que estão mais atrás ou mais à frente? Ou mais acima e mais abaixo? Mais de um lado ou mais no meio? Isso também foi padronizado, são os Termos Direcionais. Para conhecer os principais, clique nos itens abaixo. Superior Para se referir a alguma estrutura que esteja acima de outra. Inferior Para se referir a alguma estrutura que esteja abaixo de outra. Anterior Para se referir a alguma estrutura que esteja mais à frente de outra. Posterior Para se referir a alguma estrutura que esteja mais atrás de outra. Medial Para se referir a alguma estrutura que esteja localizada mais ao centro do corpo, comparada a outra. Lateral Para se referir a alguma estrutura que esteja localizada mais à lateral (direita ou esquerda) do que outra. Superficial Para se referir a alguma estrutura que esteja mais próxima à superfície do corpo do que comparada a outra. Profundo Para se referir a alguma estrutura que esteja mais distante da superfície do corpo quando comparada a outra. Proximal Utilizado apenas para os membros superiores e inferiores, para estruturas que estejam mais próximas da região do tronco, quando comparado a outra. Distal Utilizado apenas para os membros superiores e inferiores, para estruturas que estejam mais distantes da região do tronco, quando comparado a outra. Agora, confira alguns exemplos de uso dos principais Termos Direcionais: • os olhos são superiores ao nariz; • a boca é inferior ao nariz; • o osso esterno é anterior às vertebras torácicas; • o osso ulna é medial em relação ao osso rádio; • o músculo oblíquo externo é superficial em relação ao músculo oblíquo interno; • as falanges são distais em relação aos ossos do carpo. VOCÊ QUER LER? A anatomia é uma ciência muito antiga e há registros de que vem sendo estudada desde antes de Cristo, na Idade Antiga. Durante todos esses séculos de estudo anatômico, essa ciência se modernizou, mas algumas coisas permanecem as mesmas desde os tempos antigos. Você quer saber mais sobre como os primeiros anatomistas criaram essa ciência e a terminologia que descreve o corpo humano? Leia Anatomia humana: texto e atlas (LAROSA, 2018). • • • • • • - -16 Por fim, precisaremos cortar ou seccionar o corpo humano para ver os órgãos e estruturas que estão dentro dele. A maneira de cortar o corpo humano foi padronizada e chamamos de Sãoplanos de secção do corpo humano. quatro: plano sagital paramediano (divide o corpo humano em partes direita e esquerda); plano sagital mediano (divide o corpo humano exatamente ao meio, em metades direita e esquerda; plano horizontal (divide o corpo humano em partes superior e inferior) e plano frontal (divide o corpo humano em partes anterior e posterior). Figura 8 - Planos de secção. Fonte: Blamb, Shutterstock, 2019. Esses planos nos ajudarão a compreender e visualizar as estruturas como elas são internamente. VOCÊ QUER VER? Estamos aprendendo os planos tradicionais de secção do corpo humano e os que são utilizados nos livros técnicos e exames de imagem. Mas há quem inove e prepare o corpo humano para estudo de formas diferentes. Um deles é o Dr. Gunther Von Hagens, que viaja o mundo com exposições de ‘arte’ que mostram o corpo humano em posiçõespouquíssimo convencionais. Assista ao vídeo (2009) e tire suas próprias conclusões! Disponível em: https://youtu.be /yEutJeER0XE. - -17 1.4 Como o sistema nervoso funciona como centro integrador? O sistema nervoso (SN) é um dos mais complexos e o principal centro integrador para a manutenção da homeostase. Seu funcionamento influencia todos os demais sistemas orgânicos. O sistema nervoso é responsável por receber estímulos do ambiente ou da periferia do corpo, interpretá-los e gerar respostas adequadas. É dessa maneira que o sistema nervoso controla o funcionamento de todos os órgãos do corpo e gera comportamentos. A unidade funcional do SN é uma célula chamada neurônio, especializada na transmissão de mensagens. Existem milhões de neurônios espalhados por todo o corpo, formando o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). As partes que compõem um neurônio são o corpo celular, onde situa-se o núcleo da célula e suas principais organelas; os dendritos, pequenas ramificações que partem do corpo do neurônio; o axônio, ou fibra nervosa, pela qual o impulso elétrico será conduzido e as terminações nervosas. Figura 9 - Neurônio. Fonte: gritsalakkaralak, Shutterstock, 2019. A seguir, encontramos as células da glia. São elas: células de Schwann, oligodendrócitos, astrócitos, microglias e células ependimárias. - -18 Figura 10 - Planos de secção das células de glia. Fonte: Vector_mine, Shutterstock, 2019. Vamos destacar as células de Schwann e os oligodendrócitos. São duas células que têm a mesma função, porém estão em locais diferentes. Para conhecê-las, clique nas abas abaixo. Células de Schwann As células de Schwann encontram-se no SNP, enrolando-se ao redor dos axônios dos neurônios, formando a bainha de mielina. Oligodendrócitos Os oligodentrócitos se encontram no SNC e são responsáveis pela formação da bainha de mielina, que aumentará a velocidade da propagação do impulso nervoso. As demais células irão trabalhar na manutenção das condições adequadas para que esses neurônios sobrevivam e exerçam suas funções de maneira adequada. E você sabe como os neurônios funcionam? Todos os neurônios do nosso corpo são capazes de produzir atividade elétrica e chamamos essa habilidade de .potencial de ação O potencial de ação é iniciado diante de um estímulo que pode ser temperatura, dor, luz, alteração de glicose sanguínea, pressão arterial etc. Na ausência de estímulo, dizemos que o neurônio está em estado de repouso. Nossos neurônios produzem grandes proteínas carregadas com carga negativa, os ânions. No estado de repouso, o meio intracelular (MIC) do neurônio acaba ficando negativo por causa desses grandes ânions de proteína. No repouso, também ocorre entrada livre do íon potássio (K+) para o interior da célula. A chegada de um estímulo faz com que canais iônicos sejam ativados na membrana celular do neurônio. Os canais de sódio, por exemplo. Como o sódio (Na+) está mais concentrado no meio extracelular, ele tende a entrar no meio intracelular. A entrada de uma alta quantidade de íons Na+ no MIC faz com que o interior do neurônio deixe de ser negativo e fique positivo, invertendo a sua polaridade. A inversão de carga elétrica negativa para positiva é chamada de .despolarização Lembrando que no MIC temos íons com cargas positivas e negativas, porém, em proporção, no estado de - -19 Lembrando que no MIC temos íons com cargas positivas e negativas, porém, em proporção, no estado de repouso, temos muito mais cargas negativas do que positivas quando comparamos com o MEC. Por isso, muitos autores descrevem o MIC como um ambiente mais negativo no repouso. Com a despolarização, a célula terá no seu interior os grandes ânions de proteína, os íons de Na+ e os íons de K+. Para voltar ao seu estado normal de negatividade, o neurônio precisa remover a carga positiva. Ele começa fazendo isso pelo K+, pois esse íon entra e sai do neurônio por transporte passivo, sem gasto energético. Com a abertura dos canais de potássio, a célula vai deixando de ter uma carga tão positiva e vai voltando à negatividade. Essa nova etapa é denominada .repolarização Com isso, aquele ambiente interno que estava positivo começa a se tornar negativo mais uma vez e, lentamente, com gasto energético, o Na+ vai sendo bombeado para fora da célula. A questão é que os canais de potássio são muito mais permeáveis do que os canais de sódio, portanto, mesmo após o neurônio já ter atingido a voltagem interna necessária, os íons de potássio continuam a sair. O MIC do neurônio, que deveria estar em torno de -65mV, agora fica bem mais negativo. A essa fase denominamos .hiperpolarização A célula agora encontra dois problemas: além de estar muito mais negativa do que deveria estar, o MIC ainda está concentrado em sódio, e o MEC está concentrado em potássio, quando, na realidade, para a célula estar em repouso, isso deveria ser ao contrário. Nesse momento, entra em ação a bomba de sódio e potássio, que terá por responsabilidade o restabelecimento do equilíbrio. Porém, para fazer isso, ela fará o uso de ATP (energia). A bomba de Na+/K+ devolverá os íons para seus meios de origem, mas não na mesma proporção, pois não podemos esquecer que ela precisa deixar o MIC mais negativo do que o MEC. Então, serão três Na+ para o MEC e dois K+ para o MIC. Assim acontecerá até que as concentrações e cargas iônicas estejam novamente restabelecidas e o neurônio volte ao estado de repouso e esteja pronto para receber um novo estímulo. Resumindo, o potencial de ação do neurônio é composto pelas fases de repouso, despolarização, repolarização e hiperpolarização. VOCÊ O CONHECE? Henry Dale foi um farmacologista britânico que viveu de 1875 a 1968. Recebeu o prêmio Nobel de 1936, por fazer descobertas sobre as comunicações químicas entre neurônios, que hoje chamamos de sinapses. - -20 Figura 11 - Hiperpolarização Fonte: extender_01, Shutterstock, 2019. A imagem acima representa o meio intracelular (laranja) e o meio extracelular (azul) de um axônio. No primeiro quadro da esquerda, o neurônio está em estado de repouso. Veja que o meio extracelular (azul) tem maior concentração de cargas positivas, quando comparado ao meio intracelular (laranja) que é mais negativo. Os íons de sódio estão mais concentrados no meio extracelular (azul) e os íons de potássio, no meio intracelular (laranja). No segundo quadro, o neurônio está em estado de despolarização. Após receber estímulos, perceba que os canais de sódio específicos da membrana plasmática se abrem. Como o sódio está mais concentrado no meio extracelular, por difusão simples, veja como ele entra na célula. Fazendo isso, ele torna o meio interno mais positivo. Na terceira etapa, agora na repolarização, observe que os canais de sódio se fecham e os canais de potássio se abrem. Como a concentração de K+ é maior no meio interno, o potássio migra para o meio extracelular por difusão simples. Veja que a negatividade celular começa a ser retomada. Na quarta etapa, de hiperpolarização, o meio intracelular estará muito mais negativo do que deveria estar. Perceba que, ao mesmo tempo, os íons estão invertidos. A bomba de sódio e potássio tem por objetivo retomar a negatividade correta celular e ao mesmo tempo trazer os íons de volta aos seus meios de origem. Esse processo acontece por transporte ativo até se restabelecer o estado de repouso. - -21 Fonte: Anya Ku, Shutterstock, 2019. As etapas do potencial de ação podem ser representadas graficamente. Veja que, inicialmente, o neurônio encontra-se em estado de repouso, com carga negativa de -70mV. Depois, ocorre a despolarização e a entrada de íons positivos na célula faz com que a carga elétrica do neurônio suba para cerca de +40 mV. Então, chega o momento de o neurônio voltar ao seu estado de negatividade, com a saída de cargas positivas da célula. É a fase da repolarização. Veja no gráfico como a voltagem vai caindo de +40mV até ficar negativa. Observe que a carga não para de cair ao chegar em -70mV, a voltagem inicial do neurônio.Ela continua a cair e chega até cerca de -100 mV. Chamamos essa etapa de hiperpolarização. Para que o neurônio possa receber um novo estímulo e transformá-lo em atividade elétrica, ele precisa conter carga negativa dentro dele. Por isso, dizemos que enquanto o neurônio não retorna ao estado de repouso inicial, ele se encontra em um período refratário para os novos estímulos. Sem dúvida alguma, o neurônio é fundamental para o funcionamento do SN. Mas a velocidade de propagação desse impulso nervoso depende de algumas células da glia. Você sabe como ocorre esse processo? Bem, para que uma corrente elétrica seja propagada, precisa de um meio condutor. Por exemplo, se você estiver descalço em um piso úmido e uma descarga elétrica atingir o piso, a chance de você ser eletrocutado é grande, pois a água é condutora de eletricidade. Porém, se você estiver dentro de um carro, a chance é menor, isso porque a borracha dos pneus é isolante elétrica. - -22 A bainha de mielina é a própria membrana plasmática da célula de Schwann e do oligodendrócito, envolvida sobre o axônio do neurônio. Como já vimos, a composição da membrana plasmática é fosfolipídica, portanto, isolante elétrica. Isso aumenta a velocidade da propagação do impulso nervoso, pois aquele potencial de ação que percorreria todo o axônio, agora acontecerá pontualmente entre uma bainha e outra, região que chamaremos de ou . Além disso, há economia de ATP, pois a bomba de sódio e potássionós nodos de Ranvier será ativada apenas em alguns momentos. Figura 12 - Células formadoras da bainha de mielina. Fonte: Designua; Pikiru, Shutterstock, 2019. VOCÊ SABIA? É possível simular os impulsos elétricos produzidos pelo sistema nervoso para estimular os músculos e aumentar o tônus muscular reduzindo a flacidez. Os aparelhos que fazem isso emitem uma microcorrente e são utilizados nos tratamentos estéticos contra o envelhecimento, resultando em uma pele mais firme. - -23 Na imagem acima, podemos ver as células responsáveis pela produção da bainha de mielina. Também observe que forma a bainha de mielina aumenta a velocidade de propagação do impulso nervoso. Lembre-se de que as etapas acontecem de maneira completa apenas nos nós de Ranvier. E você sabe como os neurônios se comunicam? Por meio de sinapses. Sinapse é a comunicação entre os neurônios. No sistema nervoso humano, a maior parte das sinapses é do tipo química, ou seja, os neurônios utilizam substâncias químicas para se comunicar. Essas substâncias químicas são chamadas de neurotransmissores. Os neurotransmissores mais conhecidos são a adrenalina e a acetilcolina. Essas substâncias químicas são produzidas pelos neurônios e ficam armazenadas em seu interior em pequenas bolsas, chamadas de vesículas sinápticas. As vesículas sinápticas liberam os neurotransmissores no momento certo para que a sinapse possa acontecer. De maneira geral, para que uma sinapse aconteça, precisamos de dois neurônios, sendo um pré-sináptico e um pós-sináptico. Entre esses dois neurônios, há um pequeno espaço que os separa chamado de fenda sináptica. Durante a sinapse, o neurônio que recebe o estímulo e está despolarizando é o neurônio pré-sináptico. Durante a despolarização, íons de cálcio entram no neurônio pré-sináptico e promovem a migração das vesículas sinápticas para a área de sinapse e a liberação dos neurotransmissores na fenda sináptica. Esse neurotransmissor atua sobre o neurônio seguinte, o pós-sináptico. Assim, um estímulo percebido pode ser passado adiante entre os neurônios. natomicamente, o sistema nervoso pode ser dividido em Sistema Nervoso Central e Sistema Nervoso Periférico. Recebem esses nomes pela sua localização em nosso corpo, um mais central, protegido pelos ossos do crânio e da coluna vertebral, e outro espalhado por toda a periferia do corpo, desprotegido por ossos. O sistema nervoso central (SNC) é formado por: Encéfalo e Medula Espinal, como mostra a imagem abaixo. VOCÊ SABIA? A esclerose múltipla é uma doença degenerativa das células da glia, que formam a bainha de mielina. Dessa maneira, os impulsos nervosos vão perdendo a velocidade de propagação de maneira progressiva até que o controle neural sobre os órgãos alvos se torna inefetivo. - -24 Figura 13 - Partes do sistema nervoso central (SNC). Fonte: takito, Shutterstock, 2019. Já o sistema nervoso periférico (SNP) é formado por nervos e gânglios e terminações nervosas, como visto na imagem abaixo. - -25 Figura 14 - Sistema nervoso periférico (SNP). Fonte: Blamb, Shutterstock, 2019. Agora, para saber mais sobre o SNP, clique nas abas abaixo. Nervos Nervos são conjuntos de axônios. Gânglios Gânglios são conjuntos de corpos celulares. As terminações nervosas do SNP são capazes de perceber qualquer alteração no ambiente externo ou interno ao corpo. Essas terminações são chamadas de receptores e são específicas e especializadas em visão, olfato, tato, dor, temperatura, pressão etc. Assim que percebe qualquer estímulo, o neurônio é despolarizado e a informação, transformada em um sinal elétrico, é conduzida ao SNC. Os neurônios que desempenham essa função são chamados de aferentes ou sensitivos. No SNC, o sinal elétrico será interpretado e lá a decisão sobre o que deve ser feito diante desse estímulo é tomada. Essa resposta será conduzida para a periferia do corpo por um neurônio eferente ou motor. Por exemplo: ao escutar o telefone tocando, você estica a mão para atendê-lo, certo? Os neurônios que conduziram a informação do som ao SNC são aferentes e o impulso elétrico sai da periferia e vai para o centro. Os neurônios que conduziram a resposta, esticar a mão para atender, são eferentes e o impulso nervoso vai do centro para a periferia do corpo. - -26 O SNC, como já foi dito anteriormente, está dividido em encéfalo e medula espinal. Existem ainda algumas subdivisões anatômicas importante de você estudar. O encéfalo é dividido em: cérebro, cerebelo e tronco Por sua vez, o cérebro é subdividido em t e o tronco encefálico em encefálico. elencéfalo e diencéfalo, Confira no esquema a seguir.mesencéfalo, ponte e bulbo. Figura 15 - Divisão do sistema nervoso central. Cada uma dessas regiões tem funções especializadas na manutenção da homeostase. No entanto, é importante conhecer mais sobre o tema, por isso observe a figura abaixo. VOCÊ SABIA? Você sabe a diferença principal em um indivíduo tetraplégico e outro paraplégico? O primeiro é aquele que teve perda de mobilidade e da sensibilidade nos quatro membros. Já o segundo diz respeito a quem teve perda de mobilidade e sensibilidade nos membros inferiores. E você sabe o que determina essa diferença? O local da lesão medular. Como a medula espinal, obrigatoriamente, é o trajeto a ser percorrido pelos neurônios que vão ou vêm do encéfalo, e ela está inserida na coluna vertebral, qualquer lesão mais grave na coluna pode interferir no funcionamento do sistema nervoso. Uma pessoa que teve uma lesão cervical, ou seja, na região do pescoço, terá grandes chances de se tornar um tetraplégico, pois as informações não conseguem passar do pescoço. Porém, uma pessoa que teve uma lesão medular na região do tronco, terá mais chances de se tornar um paraplégico. - -27 Figura 16 - Planos de secção. Fonte: Adaptada de Sebastian Kaulitzki, Shutterstock, 2019. Veja as imagens a seguir, e conheça mais sobre essas importante partes do encéfalo. CASO Recentemente, em nosso país, a epidemia do zika vírus causou o nascimento de muitas crianças portadoras de microcefalia. O vírus da zika ataca justamente os neurônios em formação durante a gestação, impedindo que o telencéfalo se forme adequadamente. Essas crianças poderão apresentar algumas dificuldades motoras, do raciocínio e da linguagem. - -28 Fonte: Sebastian Kaulitzki, Shutterstock, 2019. - -29 Fonte: Sebastian Kaulitzki, Shutterstock, 2019. - -30 Fonte: ilusmedical, Shutterstock, 2019. Síntese Vimos em nossos estudos que o organismo está em uma busca constante pela homeostase, e que ela é regida pelo sistemanervoso. Além disso, você pôde entender os principais constituintes corporais e estudar sobre os principais sistemas do nosso corpo. Neste capítulo, você teve a oportunidade de: Nesta unidade, você teve a oportunidade de: • conhecer as estruturas anatômicas que compõem o SNC e o SNP; • compreender de que forma eles se integram e suas principais funções; • • - -31 • compreender de que forma eles se integram e suas principais funções; • aprender de que forma os neurônios se comunicam e quais as células responsáveis pela manutenção deste tecido. Bibliografia DR. GUNTHER von Hages - History Channel Brasil. 2009. 1 vídeo (7 min 3 s). Publicado no canal Alberto Hermanny Filho. Disponível em: Acessohttps://www.youtube.com/watch?v=yEutJeER0XE&feature=youtu.be. em: 8 ago. 2019. GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011. JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. Histologia básica: Texto e Atlas. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: Texto e Atlas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo Humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2016. • •
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