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POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL Sistemas de saúde são sistemas montados em sociedades pós industrialização que visavam garantia de recursos para determinados riscos sociais. De um ponto de vista econômico, os riscos sociais são adoecimento e morte. A partir dessa noção de risco, foram-se desenvolvendo sistemas de proteção para esses riscos. Apoios aos indivíduos quando tiverem doentes/incapacitados ou quando aposentados. Sistemas de saúde, então, assim como o sistema previdenciário, são sistemas que estão ligados dentro desse grande sistema de proteção social. Para entender os sistemas de saúde temos que entender: qual o objetivo do sistema de saúde? A função do sistema de saúde é articular as necessidades de saúde da população (dai a necessidade de conhecer a população – políticas de saúde) e a oferta de ações e serviços de saúde. A história dos sistemas de saúde estão relacionadas justamente a articulação dessa oferta e demanda. PORTANTO, o grande objetivo de um sistema de saúde é a garantia do ACESSO. SISTEMAS E POLÍTICAS DE SAÚDE: RELAÇÃO ENTRE SETOR PUBLICO E PRIVADO Conceito de Proteção Social Sistemas e Políticas de Saúde Sistemas de Saúde no Brasil Reforma Sanitária SUS Políticas Públicas em Saúde Estratégia de Saúde da Família Financiamento de Saúde no Brasil M E D I C I N A P R E V E N T I V A Começamos a falar sobre sistema de saúde no Brasil no início do século XX, momento da ndustrialização do país foi o ponto de partida para isso. Portanto a discussão inicia a partir de centros urbanos por reivindicação de trabalhadores por acesso a determinados recursos sociais – condições de trabalho, direito de aposentadoria, auxílio de doenças. Junto com isso, a necessidade dos estados de adotar medidas sanitárias – erradicar doenças para poder exportar o café na época. A 3a Conferência Nacional de Saúde, ocorrida em dezembro de 1963 se caracterizou por propor a incorporação dos municípios em uma rede básica de serviços médicosanitários. SISTEMAS DE SAÚDE NO BRASIL História Então temos de um lado a formação de um modelo médico-assistencial privatista – garantia para trabalhadores (voltado para um grupo específico) e de um outro lado um modelo sanitarista campanhista – ações de vacinação, higiene, erradicação de doenças etc. (visa toda a população!) O Conselho Consultivo da Administração de Saúde Previdenciária (CONASP) propôs em 1982 as Ações Integradas de Saúde (AIS). As AIS levaram à racionalização da atenção médica previdenciária Em que momento da história esses dois lados se juntaram? Somente com o SUS! – reforma sanitária foi justamente a tentativa de juntar essas lógicas em um sistema nacional – transformar o acesso em um direito. Assim, antes da constituição de 88, o modelo se caracterizava por restrição do direito a saude à população trabalhadora com vínculo formal de emprego. Modelos diferentes de sistemas de saúde versam sobre os diferentes modelos de ACESSO – privados, universais, mistos. Cada sistema de saúde é específico para seu contexto social, político e econômico. Primeira coisa que nos ajuda a entender os diferentes modelo: quem financia?Segunda coisa que ajuda: como se da o acesso ao serviço de saúde? Terceira: quem são os prestadores? Sistemas Nacionais de Saude: financiamento publico (o recurso financeiro do sistema de saúde vem de fontes coletivas – impostos), acesso universal, prestador publico – em sua maioria. Ex: Inglaterra – o primeiro com essas características – modelo Beveregiano! Sistemas de Mercado: financiamento privado, acesso condicionado a capacidade de pagamento, prestador privado Ex: EUA Sistemas baseados no Seguro Social: financiamento coletivizado – mas não por impostos – por contribuição social, acesso é um benefício – carteirinha de contribuição, prestador misto Ex: Alemanha – modelo Bismarkiano Brasil HOJE – sistema misto: temos o SUS como modelo de sistema nacional e temos os sistemas de mercado – privado. Portanto: conceito de seguridade social – acesso como direito de cidadania conceito de seguro social – logica contributiva – acesso como um benefício (entendido pela logica privada, por exemplo) Modelos de Sistemas de Saúde Política publica de acesso universal aos serviços de saúde – definida na constituição brasileira. Base normativa – que vem desde a constituição de 88 – e depois as leis infraconstitucionais SUS foi constituído formalmente pela constituição de 88 e regulamentado pelas leis orgânicas da saúde. - Constituição 88 – define o que é o SUS – prevenção, promoção e recuperação de saúde. “A saúde é direito de todos e dever do Estado” Em outubro de 1988, com a promulgação da nova Constituição Federal, completa-se o processo de retorno do país ao regime democrático. No contexto de busca de implantação de um estado de bem-estar social, a nova carta constitucional transformava a saúde em direito de cidadania e dava origem ao processo de criação de um sistema público, universal e descentralizado de saúde. Transformava-se, então, profundamente a organização da saúde pública no Brasil. Velhos problemas, como a tradicional duplicidade que envolvia a separação do sistema entre saúde pública e previdenciária, passaram a ser estruturalmente enfrentados. SUS Introdução e Base Normativa SUS – importante do ponto de vista de: atenção primária e a alta complexidade (isso para a população toda!) Subsistema privado – média complexidade – serviços diagnósticos e especialidades *rede hospitalar Sistema de saúde brasileiro é esse conjunto todo! Se da em um contexto de redemocratização A Carta de Ottawa de 1986 teve como foco principal a promoção da saúde e se preocupou com o fato de que era necessário revalorizar as questões so- ciais e culturais como determinantes do processo saúde e doença 8ª conferência nacional de saúde em 1986 – foi uma das maiores da história e foi um momento em que se propôs os anseios para uma mudança do sistema de saúde. REFORMA SANITÁRIA Contexto Representou uma mudança de acesso – INAMPS tinha a lógica beneficiaria – para uma lógica de seguridade – acesso como direito social. Sistema publico – sus – acesso universal – financiado por impostos – prestadores mistos (exemplo: mamografia no sus é feita por serviços privados) – privado contratado = seguridade Subsistema privado – benefício = seguro Lei 8080 – Regulamenta a estrutura e funcionamento do SUS - Princípios doutrinários: universalidade (é para todos), equidade (necessidade), integralidade (dimensões do cuidado)- - Princípios organizativos: regionalização (região de saúde é um espaço territorial com os 3 níveis de atenção), hierarquização (vai seguir uma logica de prioridade nos níveis de atenção), descentralização, atendimento integral, participação da comunidade, resolutividade, intersetoriedade, complementariedade do setor privado - Lei 8142 – Participação da Comunidade na gestão do SUS e transferência de recursos financeiros - Conselhos de saúde – funções deliberativas – define políticas de saúde, fiscalizatória – orçamento, e consultiva. Dividido de maneira paritária (população (50%), profissionais de saúde, prestadores de serviços de saúde e gestores). Existem conselhos federais, estudais e municipais. - - Conferencias de saúde – realizadas a cada 4 anos - NOB e NOAS - Pacto pela saúde - FINANCIAMENTO DO SUS - Portaria GM/MS no. 204/07, IN/SRF/RFB no. 748/2007 e Resolução CNS no. 322/03, o recurso referente a saúde repassados aos municípios somente se darão através do Fundo Municipal de Saúde. Deverá seguir a mesma sistemática da administração pública imposta depois da constituição de 1988, que passou a contar com os seguintes instrumentos de gestão: Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual. Se o fundo de saúde não estiver previsto na Lei Orçamentária Anual ou não tiver crédito adicional financiável,mesmo dispondo de dinheiro em caixa, o Gestor Público não poderá gastar. -Emenda constitucional 2012 Com o objetivo de definir fontes seguras de financiamento da saúde e participação efetiva das três esferas de Governo, foi aprovada, em 2000, a Emenda Constitucional no 29 (EC 29/2000). A aprovação da EC 29/2000 foi, sem dúvida, um avanço na definição das fontes de finan- ciamento do SUS, pois além de definir a participação de cada esfera de governo, garantia um mínimo de recursos. A EC 29/2000 foi recentemente regulamen- tada pela Lei Complementar no 141 de 13 de janeiro de 2012 (LC 144/12), o que definiu para os gestores do SUS quais tipos de ações e serviços podem ser considerados como de saúde. Estrutura Organizacional do SUS A promoção da saúde vai muito além de escolhas e práticas individuais e não está relacionada somente às responsabilidades do setor saúde, passa necessariamente pela garantia de condições sociais e econômicas que criem uma base favorável à adoção de estilos de vida saudável. Nesse sentido, a Organização Mundial da Saúde tem ressaltado a necessidade de que os países adotem a abordagem de Saúde em Todas as Políticas, na qual estabeleçam uma articulação entre todos os seus setores, para ampliar o desenvolvimento humano, a sustentabilidade e a equidade, assim como melhorar as condições de saúde. No Brasil, a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) reconhece a impossibilidade do setor saúde de responder sozinho à transformação dos determinantes e condicionantes para garantir opções saudáveis para a população e aponta o desafio da sua participação na construção de estratégias e ações intersetoriais que propiciem uma articulação das responsabilidades dos distintos seto- res sobre a complexa determinação da saúde. A alimentação é um dos determinantes e condicionantes da saúde e um direito inerente a todas as pessoas. A promoção e garantia de uma alimentação adequada e saudável tem mobilizado historicamente esforços de diferentes setores do governo brasileiro e também de entidades e movimentos da sociedade civil, mas que nem sempre apresentaram os mesmos objetivos ou foram complementares. Programas de distribuição de alimentos, por exemplo, estiveram por vezes des- conectados de estratégias estruturantes de melhoria das condições socioeconômicas da população, para que esta obtivesse os meios necessários para acessar os alimentos de forma autônoma. Com grande envolvimento da sociedade civil organizada e uma abertura na agenda política no âmbito do governo federal, o Brasil vem consolidando na última década a gestão intersetorial de políticas públicas, com o objetivo comum de promover a Segurança Alimentar e Nutricional - SAN, compreendida como a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam am- biental, cultural, econômica e socialmente sustentáveis. POLÍTICAS PÚBLICAS EM SAÚDE Política Nacional de Alimentação e Nutrição Os projetos de reforma do setor saúde no Brasil, nas últimas duas décadas, têm sido baseados em modelos teóricos, cuja diversidade de propósitos e objetivos políticos-institucionais têm provocado intenso debate e significativas mudanças estruturais no Sistema Único de Saúde. As Organizações Sociais em Saúde (OSSs) são definidas como entidades de interesse e de utilidade pública, associação sem fins lucrativos, surgidas da qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, nas atividades de ensino, pesquisa tecnológica, desenvolvimento tecnológico, proteção e preservação do meio-ambiente. Os gestores estaduais se mostram mais favoráveis e defensores do modelo de gestão baseado na transferência da administração dos serviços para as OSSs; enquanto o discurso dos gestores municipais apresenta vários aspectos críticos. Essas críticas estão relacionadas tanto ao processo de implementação, como ao modelo de gestão em si. Essas divergências de opiniões justificam os conflitos observados nos espaços de governança do SUS no Estado e, provavelmente, dificuldades na sua imple- mentação. Ao que parece, apesar dos processos de resistência e divergência de opinião, de acordo com o lócus de gestão do SUS, há evidências, elementos estruturais e aspectos centrais da Reforma do Estado que induzem a adoção desse modelo, sobretudo, quanto às diretrizes consubstanciadas em leis que impõem limites para a administração direta dos serviços de saúde no SUS. Organizacões Sociais em Saúde Atenção primária se define a partir de alguns atributos: essenciais e derivados. Essenciais: acesso primeiro contato (porta de entrada), continuidade (ou longitundinalidade - o paciente não tem alta), coordenação (encaminhamento dos indivíduos no sistema de saúde, ou seja, referencia e contrarreferencia) e integralidade (pensa em todas as etapas do cuidado - prevenção, promoção e recuperação). Derivados: orientação familiar, orientação comunitária e competência cultural ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA Atenção primária Entender as necessidades dos indivíduos no seu contexto social e familiar. A dinamica da vida familiar será avaliada com o respeito e valorização das caraterísticas do convívio familiar. FERRAMENTAS: - APGAR - trata do funcionamento das relações famíliares - PRACTICE - instrumento focado no conflito entre os membros da família - FIRO - teoria de necessidades, reconhecimentos de padrões INSTRUMENTOS DE REGISTRO: - GENOGRAMA - entender os ciclos de vida da família: famílias compostas por jovens adultos, famílias com filhos pequenos e famílias no estágio tardio. - símbolos usados no genograma: genero, tipo de relação. Pintamos os elementos gráficos de acordo com características que queremos ressaltar. - é dinamico - deve-se acompanhar sua evolução - ECOMAPA Abordagem Familiar Duas características: baseada em um modelo de equipes multiprofissionais e um sinergismo entre as atividades dessas equipes (os trabalhos se sobrepõe). Equipes de saúde: no mínimo 1 médico de família, 1 enfermeiro, 2 auxiliares de enfermagem e 6 agentes de saúde = cada equipe no máximo 4 mil habitantes. Atuam na UBS, nos domicílios e na mobilização da comunidade. Pode ter também formada uma equipe de saúde bucal. NASF – profissionais de outras categorias (psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, ed. Físico + outros médicos especialistas) = isso reforça os atributos da atenção primária. Equipes de Saúde Territorialização = a atenção primária opera em um território. Área geográfica de responsabilidade de uma equipe. - Adscrição de clientela – agente comunitário de saúde cadastra as pessoas no território. Temos então, ali, os dados da família. Território Aumento de rastreamento - aumento do diagnóstico. O impacto será um aumento de incidência (numero de casos novos). O aumento de uma sobrevida, e portanto, de um tratamento, o impacto será um aumento de prevalência (numero de casos existentes). Impactos da Atenção Primária O financiamento se da a partir de duas lógicas. Uma vai pensar o financiamento a partir de uma pespectiva de equivalência: o indivíduo pagará por aquilo que ele consome. Por outro lado, temos a logica da solidariedade, assim,há a disjunção do financiamento com a capacidade de uso. FINANCIAMENTO DE SAÚDE NO BRASIL As duas lógicas de financiamento O financiamento e a provisão de serviços de saúde podem ser entendidos, de modo simplificado, como uma ‘troca’ ou uma ‘transferência de recursos’ entre provedores, usuários e terceiros. Os provedores ‘transferem’ recursos de Atenção à saúde aos usuários e estes, ou uma terceira parte, transferem recursos financeiros aos provedores. A forma mais simples de transação é o chamado pagamento direto, isto é, o usuário, a ‘primeira parte’, paga diretamente para o provedor, ‘a segunda parte’, pelo bem ou serviço consumido. Entretanto, os sistemas de saúde foram desenvolvidosde modo que uma ‘terceira parte’ ofereça proteção a um grupo populacional contra o risco financeiro deuma possível doença ou agravo.Essa ‘terceira parte’, que pode ser pública (governos) ou privada (associações de voluntários, seguradoras de saúde,etc.), deve arrecadar receitas da população a ser protegida, de forma direta ou indireta,possibilitando realizar os pagamentos e transferências para os provedores, assim como reembolsar os usuários em situações específicas. Financiamento Como mostra o triângulo da provisão e financiamento da atenção à saúde, os recursos financeiros podem ser públicos ou privados. Recursos públicos são aqueles provenientes de tributos pagos pela sociedade no seu conjunto e incluem os impostos diretos, os impostos indiretos e as contribuições sociais que incidem sobre a folha de salários ou outros fatos geradores, como o lucro e o faturamento das empresas. Esses recursos representam pagamentos compulsórios e são administrados pelo governo, seja no nível central (União), regional (Estados) ou local (Municípios) Recursos Públicos Já os recursos privados são pagamentos voluntários realizados diretamente pelas empresas, famílias e indivíduos. A rigor, tantos os recursos públicos quanto os recursos privados são pagos pelos membros da sociedade (empresas, famílias e indivíduos).A diferença é que os recursos públicos são de arrecadação compulsória e devem ser aplicados no desenvolvimento de políticas e serviços que beneficiam o conjunto da população ou parte dela, ao passo que os recursos privados são utilizados para beneficiar aqueles que possuem capacidade de pagamento para acessar os bens e serviços de saúde Recursos Privados Nas últimas décadas, o crescimento contínuo dos gastos com bens e serviços de saúde é um fenômeno que passou a caracterizar todos os sistemas de saúde.A expansão horizontal e vertical da cobertura, a incorporação de inovações tecnológicas, a transição demográfica e a transição epidemiológica estão entre as principais causas responsáveis por esse crescimento. O que impacta no gasto em saúde? - tecnologia - modelo assistencial - critérios e políticas de saúde Gasto em Saúde A partir da Constituição Federal de 1988, a saúde passou a ser entendida como “direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.Essa mudança sinalizou a substituição de um modelo contributivo (previdenciário) de sistema de saúde por um modelo universalista, financiado com recursos fiscais gerais. De acordo o texto constitucional, a saúde é uma das três áreas que integram a seguridade social, que deve ser financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos das três esferas de governo e de um conjunto de contribuições sociais que incidem sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho, o faturamento e o lucro das empresas, a receita de concursos de prognósticos e a importação de bens e serviços do exterior, a partir de 2003. Na primeira metade da década de 1990, dois acontecimentos contribuíram para agravar a situação do financiamento das ações e serviços públicos de saúde no Brasil. Em primeiro lugar, a principal contribuição social em termos de magnitude de arrecadação, a contribuição sobre a folha de salários, passou a ser de exclusivo da previdência, reduzindo a parcela do orçamento da seguridade social disponível para as demais áreas.Em segundo lugar, a instituição do Fundo Social de Emergência permitiu que o governo federal pudesse utilizar 20% do produto da arrecadação de todos os impostos e contribuições da União para garantir a estabilização econômica do país e o saneamento financeiro da fazenda pública federal, o que representou nova redução dos recursos disponíveis para serem aplicados na saúde. Se é verdade que os critérios atualmente adotados para o cálculo do repasse de recursos ainda estão longe de levar em conta as reais necessidades de saúde da população em cada localidade, é importante registrar o avanço obtido na forma como as transferências têm sido efetuadas, mediante o estabelecimento do repasse “fundo a fundo”.Esse tipo de repasse consiste na transferência, regular e automática, de valores do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para os fundos estaduais e municipais, independentemente de convênios ou instrumentos similares. Desde 2007, as transferências de recursos para estados e municípios são feitas em cinco blocos de financiamento.Espera-se, com isso, que os gestores de saúde dos estados e municípios tenham maior autonomia na aplicação de recursos, a partir do plano de saúde estabelecido e aprovado pelo respectivo conselho de saúde. Isso significa, por exemplo, que dentro do bloco de recursos da atenção básica, o gestor tem autonomia para destinar recursos para as ações estabelecidas de acordo com as necessidades locais. Entretanto, trata-se de autonomia relativa, na medida em que a transferência de recursos entre os blocos não é permitida. Lei complementar 141 estabeleceu o patamar mínimo de recursos a serem aplicados pelas três esferas de governo para financiar as ações e serviços públicos de saúde, da seguinte forma:- No caso da União: valor apurado no anoanterior, corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB);- No caso dos Estados e do Distrito Federal: 12% do produto da arrecadação de impostos e transferências constitucionais; e- No caso dos Municípios: 15% do produto da arrecadação de impostos e transferências constitucionais. Financiamento e Gasto Público
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