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Aula 02
Medicina Legal p/ PC-MS (Delegado) - Com videoaulas
Professor: Alexandre Herculano
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Teoria e Exercícios
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Aula 02 - Perícia e Peritos. Corpo de delito. Disposições
do Código de Processo Penal. Manifestação dos peritos.
Assistentes técnicos no processo penal
SUMÁRIO PÁGINA
1. Introdução 1
2. Perícia médico-legal: perícias e peritos. 4
3. Questões propostas 29
4. Questões comentadas 36
5. Gabaritos 51
Olá, meus amigos!
Então, hoje, vou abordar o seguinte tópico do edital: Corpo de
Delito, perícia e peritos em Medicina Legal.
Perícia médico-legal
Introdução
Segundo a doutrina “todo procedimento médico (exames clínicos, 
laboratoriais, necroscopia, exumação) promovido por autoridade policial
ou judiciária, praticado por profissional de Medicina visando prestar
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esclarecimentos à Justiça, denomina-se perícia ou diligência médico-
legal”.
Perícias são diligências que possuem a finalidade de estabelecer a
veracidade ou a falsidade de situações, fatos ou acontecimentos, de
interesse da justiça por meio de provas. São verificações (análises) de
todo o vestígio de uma infração, cabe lembrar aqui, que vestígio e
indícios não são sinônimos, ok? Qualquer marca, fato, sinal que seja
detectado em local onde tenha sido praticado fato delituoso é, em tese,
um vestígio. Agora, após esse ser devidamente analisado, interpretado e
associado com os exames laboratoriais e dados da investigação policial
daquele fato, enquadrando-se em toda sua moldura, tiver
estabelecida sua inequívoca relação com o fato delituoso e com as
pessoas com esse relacionadas, aí ele terá se transformado em um
indício.
Seguindo pessoal, é de suma importância vocês saberem que o
Código de Processo Penal, diz que sempre que uma infração deixar
vestígios é indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo suprimi-lo a confissão do acusado. As perícias devem ser
realizadas por peritos oficiais, portadores de diploma de curso
superior e que na falta de perito oficial, o exame deve ser feito por
duas pessoas idôneas portadoras de diploma de curso superior e de
preferência na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica
relacionada com a natureza do exame. E, caso tenha desaparecido os
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vestígios, o exame não poderá ser realizado, contudo a prova
testemunhal poderá suprir a falta daquele.
Então, uma perícia pode ser realizada direta e indiretamente. O
exame direto é aquele feito pessoalmente pelo perito sobre o
objeto a ser examinado. Já o indireto é feito sobre documentos ou
outros elementos que se refiram ao objeto a ser analisado, ou,
ainda, que guardem relação com ele.
As perícias se materializam por meio dos laudos periciais, mais a
frente eu vou falar sobre documentos legais, são muito cobrados nos
concursos - os laudos são constituídos de peça escrita, contendo a
descrição minuciosa do que foi examinado, as respostas aos quesitos
formulados, além de outras provas. É importante também saber, que
quando existir divergências entre dois peritos a respeito da
mesma matéria, a perícia é denominada contraditória; sendo assim,
o magistrado pode aceitar o que julgar conveniente ou nomear um
terceiro perito.
Assim, faz-se necessário estudarmos uma parte do Código de
Processo Penal, o qual contemplou um conjunto de regras que
regulamentam a produção de provas no âmbito do processo criminal.
Dessa forma, estabeleceu normas gerais relacionadas aos requisitos a
serem utilizados pelo magistrado na valoração dos elementos de
convicção carregados ao processo e ao ônus probante, bem como
disciplinou determinados meios específicos de prova, ou seja,
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elementos trazidos ao processo capazes de orientar o juiz na busca da
verdade dos fatos.
Muito importante para sua prova e para o entendimento desta
aula é o conceito e finalidade da prova. Vejamos o que diz o grande
mestre Guilherme de Souza Nucci:
“Prova é o conjunto de elementos produzidos pelas partes ou 
determinados pelo juiz visando à formação do convencimento quanto a
atos, fatos e circunstâncias, assim, o termo prova deriva do latim
probatio, que significa ensaio, verificação, inspeção, exame, argumento,
razão, aprovação ou confirmação”
No processo penal, a produção da prova objetiva auxiliar na
formação do convencimento do juiz quanto à veracidade das afirmações
das partes em juízo. Não se destina, portanto, às partes que a produzem
ou requerem, mas ao magistrado, possibilitando, destarte, o julgamento
de procedência ou improcedência da ação penal.
Antes de entrar na legislação, vou abordar recentes
jurisprudências sobre o tema, pois, o nível dos concursos vem
aumentando e não sabemos o que a banca poderá cobrar. Vejamos:
O reconhecimento da existência de irregularidades no laudo
pericial que atesta a natureza das lesões sofridas pela vítima de
tentativa de latrocínio (157, § 3º, parte final, do CP) não resulta
na desclassificação da conduta para alguma das outras
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modalidades de roubo prevista no art. 157 do CP. Isso porque, para
a configuração daquele delito, é irrelevante se a vítima sofreu lesões
corporais. Efetivamente, a figura típica do latrocínio se consubstancia no
crime de roubo qualificado pelo resultado, em que o dolo inicial é de
subtrair coisa alheia móvel, sendo que as lesões corporais ou a morte são
decorrentes da violência empregada, atribuíveis ao agente a título de
dolo ou culpa. Desse modo, embora haja discussão doutrinária e
jurisprudencial acerca de qual delito é praticado quando o agente logra
subtrair o bem da vítima, mas não consegue matá-la, prevalece o
entendimento de que há tentativa de latrocínio quando há dolo de
subtrair e dolo de matar, sendo que o resultado morte somente não
ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente. Por essa razão, a
jurisprudência do STJ pacificou-se no sentido de que o crime de latrocínio
tentado se caracteriza independentemente de eventuais lesões sofridas
pela vítima, bastando que o agente, no decorrer do roubo, tenha agido
com o desígnio de matá-la. HC 201.175-MS, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 23/4/2013 (Informativo nº 0521).
Para embasar a denúncia oferecida, é possível a utilização do
reconhecimento fotográfico realizado na fase policial, desde que
este não seja utilizado de forma isolada e esteja em consonância com os
demais elementos probatórios constantes dos autos. Precedentes
citados: HC 186.916-SP, DJe 11/5/2011, e HC 105.683-SP, DJe
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3/5/2011. HC 238.577-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em
6/12/2012 (Informativo nº 0514).
Pode ser deferida produção antecipada de prova testemunhal –
nos termos do art. 366 do CPP – sob o fundamento de que a
medida revelar-se-ia necessária pelo fato de a testemunha
exercer função de segurança pública. O atuar constante no combate
à criminalidade expõe o agente da segurança pública a inúmeras
situações conflituosas com o ordenamento jurídico, sendo certo que aspeculiaridades de cada uma acabam se perdendo em sua memória, seja
pela frequência com que ocorrem, ou pela própria similitude dos fatos,
sendo inviável a exigência de qualquer esforço intelectivo que ultrapasse
a normalidade para que estes profissionais colaborem com a Justiça
apenas quando o acusado se submeta ao contraditório deflagrado na
ação penal. Esse é o tipo de situação que justifica a produção antecipada
da prova testemunhal, pois além da proximidade temporal com a
ocorrência dos fatos proporcionar uma maior fidelidade das declarações,
possibilita o registro oficial da versão dos fatos vivenciados pelo agente
da segurança pública, o qual terá grande relevância para a garantia da
ampla defesa do acusado, caso a defesa técnica repute necessária a
repetição do seu depoimento por ocasião da retomada do curso da ação
penal. Precedente citado: HC 165.659-SP, Sexta Turma, DJe 26/8/2014.
RHC 51.232-DF, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 2/10/2014
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(Informativo nº 549).
Na verificação da materialidade delitiva do crime de violação de direito
autoral (art. 184, § 2º, do CP), admite-se perícia realizada com base
nas características externas do material apreendido, não sendo
necessária a catalogação dos CDs e DVDs, bem como a indicação de
cada título e autor da obra apreendida e falsificada. A Lei 10.695/2003 –
que incluiu os arts. 530-A a 530-G no CPP – previu novas regras para a
apuração nos crimes contra a propriedade imaterial. Em face disso, a
realização do laudo pericial agora prescinde de maiores formalidades.
Ademais, não é necessária a catalogação dos CDs e DVDs, bem como a
indicação de cada título e autor da obra apreendida e falsificada,
porquanto a persecução do delito se procede mediante ação penal
pública incondicionada. Precedente citado: AgRg no REsp 1.469.677-MG,
Sexta Turma, DJe 19/9/2014. AgRg no AREsp 276.128-MG, Rel. Min.
Walter de Almeida Guilherme (Desembargador Convocado do TJ/SP),
julgado em 2/10/2014 (Informativo nº 549).
Perícias e peritos.
Então, nessa aula vou explorar os artigos do CPP, que abordam a
legalidade das perícias e peritos. Iniciando, vejamos o artigo 158 do CPP:
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“Art. 158. Quando a infração deixar vestígios será
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou
indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.”
Pessoal, o exame de corpo de delito compreende-se a perícia
destinada à comprovação da materialidade das infrações que deixam
vestígios (Ex: lesões corporais, furto qualificado pelo arrombamento,
dano etc.). A própria nomenclatura utilizada – corpo de delito – sugere
o objetivo dessa perícia. Assim, não se pode falar em exame de corpo de
delito quando ausente um vestígio em consequência da prática delituosa.
Observe-se que o referido art. 158 refere-se a exame de corpo de delito
direto e indireto. Assim, considera-se direto quando realizado pelo expert
diante do vestígio deixado pela infração penal, por exemplo, a necropsia
no cadáver. Por outro lado, o exame indireto é aquele realizado com
base em informações verossímeis fornecidas aos peritos quando não
dispuserem estes do vestígio deixado pelo delito. Imagine-se um delito de
estupro, sendo submetida a vítima à perícia de conjunção carnal ocorrida
um mês antes. Não mais sendo constatado o vestígio em face do tempo
decorrido, poderão os experts elaborar laudo indireto, a partir, por
exemplo, de atestado do médico particular da vítima que a tenha
examinado logo após a ocorrência. Nesse caso, o laudo indireto limitar-
se-á a um juízo de compatibilidade, vale dizer, a afirmar que a realidade
constatada é compatível com as referências constantes no documento que
lhes foi apresentado.
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É muito comum, na doutrina, a confusão entre o exame de corpo
de delito indireto e a possibilidade de suprimento da perícia pela prova
testemunhal em razão do desaparecimento do vestígio. É que, apesar da
obrigatoriedade da perícia determinada pelo art. 158 quando se tratar de
crime que deixa vestígios, o Código de Processo Penal, estabeleceu que,
quando o vestígio houver desaparecido, a prova testemunhal poderá
suprir-lhe a falta. Esta possibilidade de suprimento não se confunde com
o chamado exame indireto, ok? No exame indireto há um laudo, firmado
por peritos. Diferente é a situação de suprimento da perícia com base em
testemunhas que vierem a prestar depoimento em juízo a respeito do
vestígio do crime que tenham presenciado, caso em que se estará não
diante de uma prova pericial indireta, mas sim de uma prova
testemunhal. Essa a conjugação dos arts. 158 e 167, o primeiro
classificando o exame de corpo de delito como direto ou indireto, e o
segundo tratando da impossibilidade de realização do exame de corpo de
delito, caso em que seria possível o suprimento pela prova testemunhal.
O art. 158 do CPP, como já dissemos, determina que, quando a
infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito,
direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Esta
regra guarda simetria com o art. 564, III, b, do CPP, dispondo que
constitui nulidade a falta do exame de corpo de delito, salvo o disposto no
art. 167 do mesmo Código. Este, por sua vez, refere a possibilidade de
suprimento do exame de corpo de delito pela prova testemunhal quando
o vestígio houver desaparecido.
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“Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão 
realizados por perito oficial, portador de diploma de curso
superior.
§ 1º Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2
(duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso
superior preferencialmente na área específica, dentre as
que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do
exame.
§ 2º Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de
bem e fielmente desempenhar o encargo.”
“§ 3º Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente
de acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a
formulação de quesitos e indicação de assistente técnico.
§ 4º O assistente técnico atuará a partir de sua admissão
pelo juiz e após a conclusão dos exames e elaboração do
laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes intimadas desta
decisão.
§ 5º Durante o curso do processo judicial, é permitido às
partes, quanto à perícia:
I - requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova
ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de
intimação e os quesitos ou questões a serem esclarecidas
sejam encaminhados com antecedência mínima de 10
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(dez) dias, podendo apresentar as respostas em laudo
complementar;
II - indicar assistentes técnicos que poderão apresentar
pareceres em prazo a ser fixado pelo juiz ou ser inquiridos em
audiência.
§ 6º Havendo requerimento das partes, o material probatório
que serviu de base à perícia será disponibilizado no ambiente
do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e na
presença de perito oficial, para exame pelos assistentes,
salvo se for impossível a sua conservação.
§ 7º Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de
uma área de conhecimento especializado, poder-se-á designar
a atuaçãode mais de um perito oficial, e a parte indicar mais
de um assistente técnico.”
Continuando, o art. 159, caput, estabelece que o exame de corpo
de delito deverá ser realizado por perito oficial portador de curso superior.
Perito oficial é aquele que pertence aos quadros do Estado. Ao empregar
a palavra “perito” no singular, o CPP aboliu a exigência de dois peritos 
para a realização do exame. Sendo oficial, portanto, basta um perito,
ressalvada a hipótese de perícia que abranja mais de uma área do
conhecimento, caso em que poderá ser designada a atuação de mais de
um perito. Outra coisa, o CPP prevê que, na falta de perito oficial, poderá
a perícia ser realizada por dois peritos não oficiais (peritos leigos),
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como tal consideradas as pessoas idôneas, portadoras de curso superior
preferencialmente na área que constitui o objeto da perícia, que possuam
habilitação técnica relacionada à natureza do exame e que, nomeadas
pelo Delegado de Polícia ou pelo juiz, prestem o compromisso de bem e
fielmente desempenharem a função para a qual encarregados.
E no caso de divergência entre os peritos? Sabemos que existem
determinadas hipóteses em que persiste a obrigatoriedade de ser a
perícia executada por mais de um especialista. É o caso, por exemplo, da
perícia efetuada por peritos não oficiais, exigindo o art. 159, § 1.º, do CPP
o mínimo de dois profissionais na sua efetivação; também assim o laudo
toxicológico definitivo, sugerindo a redação do art. 50, § 2.º, da Lei
11.343/2006 a necessidade de que seja confeccionado por mais de um
perito (refere o dispositivo que o perito que subscrever o laudo provisório
não ficará impedido de participar do laudo definitivo, não sendo
concebível que alguém participe de uma atividade sozinho); e, ainda, a
perícia realizada para fins de materialização dos crimes contra a
propriedade imaterial de ação penal privada, referindo-se o art. 527 do
CPP, expressamente, a “dois peritos”.
Dessa forma, ficou notório que podem determinar a realização de
perícias, o Promotor de Justiça e o Juiz. Entretanto, na grande maioria
das ocorrências, onde o Delegado de Polícia primeiro toma conhecimento
e por ser o presidente do inquérito, é quem mais exerce essa
prerrogativa. Salienta-se, ainda, que também as partes, especialmente
por intermédio dos advogados que lhe representam, poderão requerer
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exames periciais, na fase processual, diretamente ao juiz. No entanto,
não poderá requerer na fase inquisitorial a revisão ou complementação de
exames periciais, uma vez que essa prerrogativa é exclusiva do
magistrado. Esta prerrogativa caracteriza-se pela ausência de dispositivo
contrário a esse procedimento e, em especial, pelo que orienta o Art. 184
(“Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade”). 
No art. 159, § 3.º, do CPP contém regramento cogente, alertando
que serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e a
indicação de assistentes. Assim, a ausência de notificação destes sujeitos
processuais poderá acarretar nulidade processual, cuja natureza
reputamos, ser relativa, sujeitando-se à demonstração de prejuízo para
que seja declarada. Difere o regramento citado § 3.º daquele incorporado
ao art. 176 do CPP, pois este último é restrito a disciplinar que as partes
poderão formular quesitos até o ato da diligência, estatuindo simples
faculdade às partes que poderá ser exercida também na fase do inquérito
policial.
“Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde 
descreverão minuciosamente o que examinarem, e
responderão aos quesitos formulados.
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Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo
máximo de 10 (dez) dias, podendo este prazo ser prorrogado,
em casos excepcionais, a requerimento dos peritos.”
Muitas perícias requerem exames complementares, que são
necessárias para a análise e conclusão do laudo pericial, demandando
assim dilação do prazo previsto. Observe-se que, de acordo com o
constante no art. 160, parágrafo único, o laudo pericial deve ser concluído
no prazo de dez dias.
“Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em 
qualquer dia e a qualquer hora.
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas
depois do óbito, salvo se os peritos, pela evidência dos
sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele
prazo, o que declararão no auto.
Parágrafo único - Nos casos de morte violenta, bastará o
simples exame externo do cadáver, quando não houver
infração penal que apurar, ou quando as lesões externas
permitirem precisar a causa da morte e não houver
necessidade de exame interno para a verificação de alguma
circunstância relevante.”
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A regra estabelecida pelo Código de Processo Penal é a de que o
exame de corpo de delito possa ser feito em qualquer dia e hora, sem
restrições quanto aos feriados e períodos noturnos (art. 161). Uma
primeira exceção, contudo, existe em relação ao exame interno do
cadáver (necropsia ou autópsia), o qual deverá ser feito no mínimo seis
horas após a morte, segundo dispõe o art. 162 do CPP. Como o risco de
morte aparente, na atualidade, é improvável em face do avanço
tecnológico, na prática esse tempo não tem sido observado, mesmo
porque o próprio dispositivo citado ressalva a possibilidade de efetivação
do exame antes do interregno lá previsto quando induvidosa a morte do
indivíduo.
Trata-se de medida de cautela, que objetiva impedir a realização
do exame em um corpo onde ainda haja possibilidade de vida. Note-se
que a Lei refere-se à autópsia, quando tecnicamente deveria indicar
“necropsia”. O tempo de seis horas, baseia-se no fato que se evite que o
exame seja realizado com a vítima viva. Consoante dispõe o artigo 162,
parágrafo único, nem sempre será necessário o exame interno. Basta o
exame externo do cadáver nos casos de morte violenta em que não
houver infração penal para apurar como é o caso de morte acidental.
Considera-se ainda desnecessária quando as lesões externas permitirem
precisar a causa da morte e não houver exame interno para averiguar
alguma circunstância relevante.
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“Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a 
autoridade providenciará para que, em dia e hora
previamente marcados, se realize a diligência, da qual se
lavrará auto circunstanciado.
Parágrafo único - O administrador de cemitério público ou
particular indicará o lugar da sepultura, sob pena de
desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem
indique a sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar
não destinado a inumações, a autoridade procederá às
pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto.”
Evidentemente, a autoridade a que faz referência o dispositivo é a
policial, que é a quem compete determinar as providências necessárias
para a necropsia (art. 6.º, VII, do CPP). Nada providenciando a
autoridade policial, poderão os interessados (o Ministério Público, o
assistente de acusaçãoe o advogado do réu) requerer ao juiz que
determine a exumação. Assim, as exumações podem ser requeridas
administrativamente ou judicialmente, pelos herdeiros ou pelas
autoridades.
“Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição
em que forem encontrados, bem como, na medida do
possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no
local do crime.”
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Embora as fotografias não sejam prova única, elas contribuem
para a formação da convicção das autoridades que analisarem os
inquéritos.
“Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver,
os peritos, quando possível, juntarão ao laudo do exame
provas fotográficas, esquemas ou desenhos, devidamente
rubricados.
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver
exumado, proceder-se-á ao reconhecimento pelo Instituto de
Identificação e Estatística ou repartição congênere ou pela
inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de
reconhecimento e de identidade, no qual se descreverá o
cadáver, com todos os sinais e indicações.
Parágrafo único - Em qualquer caso, serão arrecadados e
autenticados todos os objetos encontrados, que possam ser
úteis para a identificação do cadáver.”
Os parentes poderão fazer o reconhecimento do morto, assim
como outras pessoas que o conheciam. Será lavrado um auto de
reconhecimento.
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“Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por 
haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal
poderá suprir-lhe a falta.”
Mais a frente, vamos ver o que, realmente, são vestígios. A Lei diz
que não sendo possível a realização do corpo de delito por haverem
desaparecido – e não por não terem sido realizados em prazo adequado –
a prova testemunhal poderá, então, suprir tal hipótese.
“Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame 
pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame
complementar por determinação da autoridade policial ou
judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público,
do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
§ 1º - No exame complementar, os peritos terão presente o
auto de corpo de delito, a fim de suprir-lhe a deficiência ou
retificá-lo.
§ 2º - Se o exame tiver por fim precisar a classificação do
delito no Art. 129, § 1º, I, do Código Penal, deverá ser feito
logo que decorra o prazo de 30 (trinta) dias, contado da
data do crime.
§ 3º - A falta de exame complementar poderá ser suprida
pela prova testemunhal.”
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Tratando-se do crime de lesões corporais, a fim de evitar o
desaparecimento dos vestígios, normalmente é o ofendido submetido ao
exame de corpo de delito logo depois do fato. Neste exame deverão
constar os esclarecimentos necessários para que possa o Ministério
Público identificar a natureza da lesão praticada de modo a enquadrá-la
no caput (lesão corporal leve) ou nos §§ 1.º e 2.º do art. 129 (lesão
corporal grave ou gravíssima, respectivamente). Na verdade, o exame de
corpo de delito no crime de lesões corporais compõe-se da resposta a
determinados quesitos que, por sua vez, correspondem ao que dispõem o
art. 129 e seus parágrafos.
Para entender melhor essa parte, faz-se necessário ver o tipo do
Art. 129, vejamos:
“Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Lesão corporal de natureza grave
§ 1º - Se resulta:
I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais
de 30 (trinta) dias;
II - perigo de vida;
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV - aceleração de parto:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos.”
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O art. 168, § 2.º, como se vê, exige que a perícia seja feita “logo 
que decorra o prazo de 30 (trinta) dias”. Muito embora não seja 
explicitado qual seja esse prazo, os termos incorporados ao dispositivo
em comento sugerem que o exame deva ser feito nos primeiros dias que
se seguirem ao final do trintídio, sob pena de inviabilizar a constatação
quanto a ter ficado ou não a vítima, efetivamente, incapacitada.
Seguindo, vamos ao art. 169:
“Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido
praticada a infração, a autoridade providenciará
imediatamente para que não se altere o estado das
coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir
seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas
elucidativos.
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as
alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, as
consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos."
Quando estudarmos local de crime, vão ver o quanto é importante
a preservação daquele, pois, caso seja diferente teremos uma local
inidôneo, o qual poderá prejudicar a perícia local.
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"Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão
material suficiente para a eventualidade de nova perícia.
Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com
provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou
esquemas."
"Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou
rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio
de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios,
indicarão com que instrumentos, por que meios e em que
época presumem ter sido o fato praticado."
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de
coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do
crime.
Parágrafo único - Se impossível a avaliação direta, os peritos
procederão à avaliação por meio dos elementos existentes
nos autos e dos que resultarem de diligências.
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e
o lugar em que houver começado o perigo que dele tiver
resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão
do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que
interessarem à elucidação do fato."
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O art. 171 do CPP dispõe que, “nos crimes cometidos com 
destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio
de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com
que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o
fato praticado”. A despeito dessa previsão, há controvérsias quanto à 
possibilidade de suprimento da perícia por outro meio de prova para fins
de comprovação dessa qualificadora. Assim, desde que desaparecidos os
vestígios, é possível, aplicando-se o art. 167 do CPP, reconhecer a
qualificadora do rompimento de obstáculo a partir da prova testemunhal
(ou de outras provas). Este é o entendimento dominante, compreendendo
o STJ que “para a incidência da qualificadora prevista no art. 155, § 4.º, 
I, do Código Penal, é necessária a comprovação do rompimento de
obstáculo, por laudo pericial, salvo em caso de desaparecimento dos
vestígios, quando a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.” 
Por outro lado, em relação à escalada, esta pressupõe o acesso ao
local do furto por via anormal e com o emprego de meios artificiais, de
particular agilidade ou de esforço sensível, reveladoresda obstinação do
agente em vencer as cautelas postas pelo ofendido para a defesa do seu
patrimônio, bem como da sua maior capacidade de delinquir. Caracteriza-
se, por exemplo, na transposição de janelas, telhados, muros, portões,
túneis etc.
O art. 173 do CPP estabelece que, “no caso de incêndio, os peritos 
verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que dele
tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do
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dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à
elucidação do fato”. Aqui, temos o crime de incêndio, tipificado no art. 
250 do Código Penal. As questões mencionadas no art. 173 do CPP e que
devem ser respondidas pelos peritos (se possível) tendo em vista as
peculiaridades do delito, cujas circunstâncias podem conduzir uma maior
ou menor punição, dependendo tenha ocorrido em casa habitada ou não,
dos instrumentos utilizados para provocar o fogo, do material ígneo
empregado, das consequências e demais elementos que podem
evidenciar o agir doloso ou culposo do agente.
"Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por
comparação de letra, observar-se-á o seguinte:
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito
será intimada para o ato, se for encontrada;
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos
que a dita pessoa reconhecer ou já tiverem sido judicialmente
reconhecidos como de seu punho, ou sobre cuja autenticidade
não houver dúvida;
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o
exame, os documentos que existirem em arquivos ou
estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se
daí não puderem ser retirados;
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem
insuficientes os exibidos, a autoridade mandará que a pessoa
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escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a pessoa,
mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por
precatória, em que se consignarão as palavras que a pessoa
será intimada a escrever."
O art. 174 do CPP trata do exame grafotécnico. Esta prova
pretende, mediante comparação da grafia aposta em documento escrito
com a grafia do investigado ou do acusado, afirmar ou afastar a sua
autoria em relação a determinado texto ou assinatura. Tratando-se de
prova técnica, o exame constitui importante instrumento de convicção à
autoridade policial, no curso das investigações, e ao juiz, no decorrer da
instrução criminal. Sua utilização é bastante comum na apuração de
crimes relacionados à falsificação de documentos públicos ou particulares,
falsidade ideológica e estelionato. Sem embargo, também pode ser
realizado na identificação da autoria de documentos relevantes para a
comprovação de qualquer outro crime, como por exemplo, de homicídio
previamente anunciado ao ofendido por meio de carta anônima
supostamente enviada pelo acusado.
Com a finalidade de efetuar a comparação, pode ser utilizado
qualquer documento licitamente obtido, desde que comprovada sua
autenticidade, o que pode ocorrer: por meio do reconhecimento do
acusado de que a grafia lhe pertence; por meio de reconhecimento
judicial, como por exemplo o documento produzido em processo cível
reconhecidamente escrito pelo acusado; e por qualquer outro meio de
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prova hábil à afirmação da autoria do texto ou assinatura sob
comparação.
"Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos
empregados para a prática da infração, a fim de se Ihes
verificar a natureza e a eficiência."
A obrigatoriedade do exame a que alude o art. 175 do CPP
depende da hipótese concreta. Observe-se, por exemplo, a hipótese de
um homicídio provocado por arma de fogo. Alegando o imputado, como
defesa, disparo acidental, é importante que se faça a perícia para
comprovar a viabilidade da versão apresentada. Diferentemente, sendo
hipótese de imputação de homicídio doloso, em que alega o acusado, por
exemplo, ter agido em legítima defesa ao desferir um tiro contra a vítima,
a perícia no revólver apreendido é totalmente desnecessária. Suponha-se,
agora, que o delito imputado seja o de disparo de arma de fogo. Neste
caso, tratando-se de crime que se pode comprovar mediante prova
testemunhal quanto à efetiva ocorrência da conduta, é absolutamente
dispensável a perícia.
"Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos
até o ato da diligência.
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos
far-se-á no juízo deprecado. Havendo, porém, no caso de
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ação privada, acordo das partes, essa nomeação poderá ser
feita pelo juiz deprecante.
Parágrafo único - Os quesitos do juiz e das partes serão
transcritos na precatória.
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela
autoridade ao diretor da repartição, juntando-se ao processo
o laudo assinado pelos peritos.
Art. 179. No caso do § 1º do Art. 159, o escrivão lavrará o
auto respectivo, que será assinado pelos peritos e, se
presente ao exame, também pela autoridade.
Parágrafo único - No caso do Art. 160, parágrafo único, o
laudo, que poderá ser datilografado, será subscrito e
rubricado em suas folhas por todos os peritos.
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão
consignadas no auto do exame as declarações e respostas de
um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu
laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir
de ambos, a autoridade poderá mandar proceder a novo
exame por outros peritos.
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no
caso de omissões, obscuridades ou contradições, a autoridade
judiciária mandará suprir a formalidade, complementar ou
esclarecer o laudo.
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Parágrafo único - A autoridade poderá também ordenar que
se proceda a novo exame, por outros peritos, se julgar
conveniente.
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo
aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo ou em parte.
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública,
observar-se-á o disposto no Art. 19 (“Art. 19 - Nos crimes em
que não couber ação pública, os autos do inquérito serão
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa
do ofendido ou de seu representante legal, ou serão
entregues ao requerente, se o pedir, mediante traslado.”).
Art. 184 Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a
autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes,
quando não for necessária ao esclarecimento da
verdade.” 
Ao participar mais de um profissional no exame pericial, é possível
que venham eles a divergir nas respectivas conclusões. Para solucionar o
impasse daí decorrente, prevê o art. 180 que, “se houver divergência 
entre os peritos, serão consignadas no auto do exame as declarações e
respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o seu
laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a
autoridade poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos”. 
Sintetizando, três são as possibilidades que podem surgir da análise
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judicial de laudo elaborado por mais de um perito, quando assim for
exigido pela lei:
✓ Peritos convergem nas conclusões e o juiz concorda
integralmente com o resultado do laudo: a decisão será
proferida em acordo com a perícia;
✓ Peritos convergem nas conclusões e o juiz discorda com
o resultado do laudo: o juiz proferirá decisão contrária ao
laudo, fundamentando-a, porém, em outros elementos
de prova coligidos ao processo;
✓ Peritos divergem nas conclusões, caso em que o juiz:
• Poderá optar por uma das soluções apontadas,
discordando da remanescente e fundamentando esse
seu entendimento;
• Poderá nomear terceiro perito – chamado de
“desempatador” – para indicar qual sua posição em
face das conclusões contraditórias dos peritos que o
antecederam no exame, guiando-se o magistrado,
neste caso, pelo resultado das observações desse
último expert;
• Se o perito desempatador divergir das conclusões dos
peritos que realizaram o primeiro laudo, poderá o juiz
determinar nova perícia, a ser realizada por dois
outros peritos, ignorando, então, a primeira
realizada.
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Vamos fazer algumas questões para ver como essa parte é
abordada em prova. Até a próxima aula!
Grande abraço e bons estudos!
Questões propostas
1) (ACAFE - 2014 - PC-SC - Agente de Polícia) Considerando as
disposições do Código de Processo Penal relativas à prova,
assinale a alternativa correta.
A) Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a
prática da infração, a fim de se lhes verificara propriedade.
B) Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver
sido incompleto, proceder-se-á a exame complementar por
determinação da autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a
requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado,
ou de seu defensor.
C) Proceder-se-á, necessariamente e em qualquer hipótese, a
avaliação de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam
produto do crime.
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D) O juiz que não possuir conhecimento específico quanto ao
objeto da perícia ficará adstrito ao laudo elaborado pelo perito
oficial.
E) O juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas
partes quando não for necessária ao esclarecimento da verdade,
inclusive no caso de exame de corpo de delito.
2) (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área
Judiciária) No tocante à prova, de acordo com o Código de
Processo Penal,
A) durante o curso do processo, é vedada às partes a indicação de
assistentes técnicos.
B) o exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados
sempre por dois peritos oficiais, portadores de diploma de curso
superior.
C) durante o curso do processo judicial, quanto à perícia, é
permitido às partes requerer a oitiva dos peritos para
esclarecerem a prova, mas não para responderem a quesitos.
D) quando a infração deixar vestígios, será necessário o exame de
corpo de delito, mas a confissão do acusado pode supri-lo.
E) o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar
sua decisão, exclusivamente, nos elementos informativos colhidos
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na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis
e antecipadas.
3) (Aroeira - 2014 - PC-TO - Escrivão de Polícia Civil) Nos termos
do Código de Processo Penal, os peritos elaborarão o laudo
pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e
responderão aos quesitos formulados. Ressalvada a possibilidade
de prorrogação, em casos excepcionais, a requerimento dos
peritos, o laudo pericial será elaborado no prazo máximo de
A) 05 dias.
B) 10 dias.
C) 15 dias.
D) 30 dias.
4) (VUNESP - 2014 - TJ-RJ - Juiz Substituto) No processo penal, o
perito
A) deve prestar compromisso para cada trabalho, ainda que seja
perito oficial.
B) deve, quando trabalha em dupla, chegar a um consenso com
seu colega acerca do objeto da perícia, não podendo apresentar
laudo divergente em separado.
C) pode ser ouvido em audiência e pode, inclusive, ter
determinada sua condução coercitiva.
D) pode ser considerado suspeito, mas nunca impedido.
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5) (Perito Criminal - PI - 2008) - Entre as alternativas abaixo,
assinale a correta:
A) Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos
não poderão juntar ao laudo do exame provas fotográficas,
esquemas ou desenhos, devidamente rubricados, mas tão
somente se ater à descrição precisa das lesões.
B) Nos casos de morte violenta, conforme a legislação processual
penal, não bastará o simples exame externo do cadáver, os
legistas deverão realizar a necropsia com a abertura das três
cavidades.
C) O laudo pericial de necropsia será elaborado no prazo máximo
de 10 (dez) dias, não podendo este prazo ser prorrogado, em
casos excepcionais, mesmo a requerimento dos peritos.
D) O exame de corpo de delito relativo à morte violenta não
poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer hora, mas tão
somente no período diurno.
E) A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito,
salvo se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem
que possa ser feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
6) (Perito Criminal - Policia Civil - PB - 2009) Com relação à forma
das provas, assinale a opção correta.
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A) Considere que um projétil foi, comprovadamente, expelido pelo
cano de uma arma de fogo, tendo sido tal arma apreendida pela
polícia. Seguramente, a identificação do proprietário dessa arma
indica o autor do disparo.
B) Vestígio é a circunstância conhecida e provada, que, tendo
relação com o fato, autoriza, por indução, concluir-se a existência
de outra ou outras circunstâncias.
C) Uma impressão digital presente e registrada em um copo
localizado sobre uma mesa em um prédio onde foi cometido um
homicídio, identificada como tendo sido ali deixada pelo dedo da
mão de determinada pessoa, é um indício que faz
necessariamente prova de que essa pessoa foi a autora desse
crime.
D) Presunção é o juízo, a opinião pessoal, a convicção ou a
suspeita que se formam em nossa consciência, da existência real
de um fato, ou circunstância, desconhecidos, ante outros fatos ou
circunstâncias conhecidos, que, por sua natureza, devam ou
possam estar relacionados com o fato que se desconhece.
E) Sob o ponto de vista criminalístico e processualístico, indícios e
vestígios são palavras sinônimas.
7) (Fotógrafo Criminalístico PCGO - 2011) A prova pericial é uma
prova técnica, uma vez que pretende atestar a existência de fatos
cuja certeza, segundo a lei, somente seria possível a partir de
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conhecimentos específicos. Acerca da prova pericial, é correto
afirmar que
A) deverá ser produzida por pessoas treinadas, sem a
necessidade de habilitação na área.
B) a prova pericial é um meio utilizado para o esclarecimento dos
fatos, tanto na demonstração da própria materialidadeda infração
penal por meio do exame de corpo de delito, como também na
comprovação de outros dados importantes na apuração da
verdade.
(C) corresponde aos modos pelos quais as provas praticamente
se produzem.
(D) a prova consiste na demonstração de inexistência daquilo que
se alega como fundamento do direito que se defende ou que se
contesta.
(E) para auxiliar as partes em um processo, nas questões
técnicas, poderá haver o profissional denominado auxiliar pericial.
8) (Universa - Perito Criminal - GO - 2010) Provar se houve ou
não a infração penal, demonstrar a ação do sujeito ativo na ação
penal, fornecer subsídios de conhecimento técnico, científico e
artísticos necessários à tipificação penal, comprovar o nexo de
causalidade entre o sujeito ativo e a infração penal trata-se de
(A) requisição de exames de corpo de delito.
(B) modalidades de exames de corpo de delito.
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(C) isolamento e preservação de local de crime.
(D) importância do exame de corpo de delito.
(E) classificação de local de crime.
9) (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Perito em Telecomunicação) Exceto
quando os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem
que possa ser feita antes deste prazo, a autópsia deverá ser
realizada pelo menos:
A) 4 (quatro) horas após o óbito.
B) 6 (seis) horas após o óbito.
C) 8 (oito) horas após o óbito.
D) 12 (doze) horas após o óbito.
E) 24 (vinte e quatro) horas após o óbito.
10) (PC-MG - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) Sobre a prova
pericial é INCORRETO afrmar:
A) O exame de corpo de delito deverá ser assinado por 2 (dois)
peritos ofciais, portadores de diploma de curso superior.
B) O exame de corpo de delito poderá ser realizado qualquer dia e
horário, inclusive aos domingos.
C) A autópsia será realizada, em regra, 6 (seis) horas após o
óbito.
D) Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material
sufciente para a eventualidade de nova perícia.
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Questões comentadas
1) (ACAFE - 2014 - PC-SC - Agente de Polícia) Considerando as
disposições do Código de Processo Penal relativas à prova,
assinale a alternativa correta.
A) Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da
infração, a fim de se lhes verificara propriedade.
B) Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da
autoridade policial ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério
Público, do ofendido ou do acusado, ou de seu defensor.
C) Proceder-se-á, necessariamente e em qualquer hipótese, a avaliação
de coisas destruídas, deterioradas ou que constituam produto do crime.
D) O juiz que não possuir conhecimento específico quanto ao objeto da
perícia ficará adstrito ao laudo elaborado pelo perito oficial.
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E) O juiz ou a autoridade policial negará a perícia requerida pelas partes
quando não for necessária ao esclarecimento da verdade, inclusive no
caso de exame de corpo de delito.
Comentários:
Segundo o art. 168 do CPP, em caso de lesões corporais, se o
primeiro exame pericial tiver sido incompleto, proceder-se-á a exame
complementar por determinação da autoridade policial ou judiciária, de
ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do
acusado, ou de seu defensor. Outra coisa, o Juiz não ficará adstrito ao
laudo elaborado pelo perito oficial.
Gabarito: B.
2) (FCC - 2014 - TRF - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área
Judiciária) No tocante à prova, de acordo com o Código de
Processo Penal,
A) durante o curso do processo, é vedada às partes a indicação de
assistentes técnicos.
B) o exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados sempre
por dois peritos oficiais, portadores de diploma de curso superior.
C) durante o curso do processo judicial, quanto à perícia, é permitido às
partes requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova, mas não
para responderem a quesitos.
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D) quando a infração deixar vestígios, será necessário o exame de corpo
de delito, mas a confissão do acusado pode supri-lo.
E) o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão,
exclusivamente, nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
Comentários:
A primeira está errada, pois as partes podem indicar assistentes
técnicos. A segunda também, já que o exame de corpo de delito e
perícias em geral serão realizados por um perito oficial ou, não havendo
este, por dois peritos não oficiais. O erro da terceira é que as partes
também poderão requerer que os peritos respondam aos quesitos por
elas formulados.
Seguindo, o juiz formará sua convicção pela livre apreciação da
prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua
decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na
investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
Gabarito: E.
3) (Aroeira - 2014 - PC-TO - Escrivão de Polícia Civil) Nos termos
do Código de Processo Penal, os peritos elaborarão o laudo
pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e
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responderão aos quesitos formulados. Ressalvada a possibilidade
de prorrogação, em casos excepcionais, a requerimento dos
peritos, o laudo pericial será elaborado no prazo máximo de
A) 05 dias.
B) 10 dias.
C) 15 dias.
D) 30 dias.
Comentários:
Essa ficou bem tranquila, nos termos do art. 160 Parágrafo
único - O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias,
podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a
requerimento dos peritos.
Gabarito: B.
4) (VUNESP - 2014 - TJ-RJ - Juiz Substituto) No processo penal, o
perito
A) deve prestar compromisso para cada trabalho, ainda que seja perito
oficial.
B) deve, quando trabalha em dupla, chegar a um consenso com seu
colega acerca do objeto da perícia, não podendo apresentar laudo
divergente em separado.
C) pode ser ouvido em audiência e pode, inclusive, ter determinada sua
condução coercitiva.
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D) pode ser considerado suspeito, mas nunca impedido.
Comentários:
Aqui temos a combinação dos art.159, § 5o e art. 278 do CPP,
pois, durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à
perícia: requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para
responderem a quesitos, desde que o mandado de intimação e os
quesitos ou questões a serem esclarecidas sejam encaminhados com
antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo apresentar as respostas
em laudo complementar. E no caso de não comparecimento do perito,
sem justa causa, a autoridade poderá determinar a sua condução.
Gabarito: C.
5) (Perito Criminal - PI - 2008) - Entre as alternativas abaixo,
assinale a correta:
A) Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos não
poderão juntar ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas oudesenhos, devidamente rubricados, mas tão somente se ater à descrição
precisa das lesões.
B) Nos casos de morte violenta, conforme a legislação processual penal,
não bastará o simples exame externo do cadáver, os legistas deverão
realizar a necropsia com a abertura das três cavidades.
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C) O laudo pericial de necropsia será elaborado no prazo máximo de 10
(dez) dias, não podendo este prazo ser prorrogado, em casos
excepcionais, mesmo a requerimento dos peritos.
D) O exame de corpo de delito relativo à morte violenta não poderá ser
feito em qualquer dia e a qualquer hora, mas tão somente no período
diurno.
E) A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo
se os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser
feita antes daquele prazo, o que declararão no auto.
Comentários:
O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias,
podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a
requerimento dos peritos e o exame de corpo de delito poderá ser feito
em qualquer dia e a qualquer hora. É preciso saber que a autópsia
será feita pelo menos seis horas depois do óbito, salvo se os peritos,
pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes
daquele prazo, o que declararão no auto. Nos casos de morte violenta,
bastará o simples exame externo do cadáver, quando não houver
infração penal que apurar, ou quando as lesões externas permitirem
precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno
para a verificação de alguma circunstância relevante. E em caso de
exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará para
que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual
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se lavrará auto circunstanciado. Os cadáveres serão sempre
fotografados na posição em que forem encontrados, bem como, na
medida do possível, todas as lesões externas e vestígios deixados no local
do crime.
Gabarito: E.
6) (Perito Criminal - Policia Civil - PB - 2009) Com relação à forma
das provas, assinale a opção correta.
A) Considere que um projétil foi, comprovadamente, expelido pelo cano
de uma arma de fogo, tendo sido tal arma apreendida pela polícia.
Seguramente, a identificação do proprietário dessa arma indica o autor do
disparo.
B) Vestígio é a circunstância conhecida e provada, que, tendo relação com
o fato, autoriza, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias.
C) Uma impressão digital presente e registrada em um copo localizado
sobre uma mesa em um prédio onde foi cometido um homicídio,
identificada como tendo sido ali deixada pelo dedo da mão de
determinada pessoa, é um indício que faz necessariamente prova de que
essa pessoa foi a autora desse crime.
D) Presunção é o juízo, a opinião pessoal, a convicção ou a suspeita que
se formam em nossa consciência, da existência real de um fato, ou
circunstância, desconhecidos, ante outros fatos ou circunstâncias
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conhecidos, que, por sua natureza, devam ou possam estar relacionados
com o fato que se desconhece.
E) Sob o ponto de vista criminalístico e processualístico, indícios e
vestígios são palavras sinônimas.
Comentários:
Pessoal, vejamos a diferença entre presunção e indícios
(estudaremos melhor mais a frente): presunção é o juízo, a opinião
pessoal, a convicção ou suspeita que se formam em nossa consciência,
da existência real de um fato ou circunstâncias desconhecidos, face a
outros fatos ou circunstâncias conhecido, que por sua natureza, devam,
ou possam estar relacionados com o fato que se desconhece. Já o
indício é qualquer fato, sinal ou marca, conhecido e provado, que por
sua relação necessária ou possível com outro fato, que se desconhece,
prova ou leva a presumir a existência.
Para ajudar a entender as respostas erradas nas letras A e C,
vamos fazer um breve comentário, pois a letra B e E, estão fáceis de
visualizar os erros, uma vez que comentamos anteriormente, vamos ver
aquelas: verifica-se, então, que, num local de crime, em tese, todos
os fatos, marcas e sinais, vestígios, não podem de início, serem
desprezados; poderão ser, na sequência, de utilidade, ou não, para o
esclarecimento do fato e colaborar com a determinação da autoria; se
estiverem relacionados com o fato e devidamente interpretado com
precisão, constituirão a prova por indícios.
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Assim, objetiva-se que um indício não prova necessariamente a
autoria material de um fato delituoso, por exemplo, na nossa questão
quando diz que um impressão digital num copo localizado em um local de
crime, identificada como tendo sido ali deixada pelo dedo da mão de
determinada pessoa, não faz, necessariamente, prova de que esta pessoa
tenha sido a autora deste crime, mas apenas que, em determinado
momento, ela ali esteve presente. Mesma coisa pensa-se no caso da
arma, naquele caso, não faz, seguramente, prova de que o proprietário
daquela arma seja o autor do disparo da arma de fogo!
Gabarito: D.
7) (Fotógrafo Criminalístico PCGO - 2011) A prova pericial é uma
prova técnica, uma vez que pretende atestar a existência de fatos
cuja certeza, segundo a lei, somente seria possível a partir de
conhecimentos específicos. Acerca da prova pericial, é correto
afirmar que
A) deverá ser produzida por pessoas treinadas, sem a necessidade de
habilitação na área.
B) a prova pericial é um meio utilizado para o esclarecimento dos fatos,
tanto na demonstração da própria materialidade da infração penal por
meio do exame de corpo de delito, como também na comprovação de
outros dados importantes na apuração da verdade.
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(C) corresponde aos modos pelos quais as provas praticamente se
produzem. Tomando-se por base os gêneros de provas, constituem prova
pericial de sua concretização: a prova oral ou vocal; a pessoa
testemunhal; o depoimento pessoal; a prova literal ou escrita; a
documental (documentos públicos e privados); a pericial (exames,
vistorias e arbitramento); a prova circunstancial (direta e indireta); as
presunções; os indícios.
(D) a prova consiste na demonstração de inexistência daquilo que se
alega como fundamento do direito que se defende ou que se contesta.
(E) para auxiliar as partes em um processo, nas questões técnicas,
poderá haver o profissional denominado auxiliar pericial.
Comentários:
Como vimos, a perícia é muito importante dentro do conjunto
probante. Assim, o judiciário não pode analisar os fatos sem a
contribuição dos técnicos ou pessoas especializadas em determinado
assunto, razão pela qual são solicitados as perícias, mas do que se trata
essas?
Perícias são diligências que possuem a finalidade de estabelecer a
veracidade ou a falsidade de situações, fatos ou acontecimentos, de
interesse da justiça por meio de provas. São verificações (análises) de
todo o vestígio de uma infração, cabe lembrar aqui, que vestígio e
indícios não são sinônimos, ok? Qualquer marca, fato, sinal que seja
detectado em local onde tenha sido praticado fato delituoso é, em tese,
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um vestígio. Agora, após esse ser devidamente analisado, interpretado e
associado com os exames laboratoriais e dados da investigação policial
daquele fato, enquadrando-se em toda sua moldura, tiver
estabelecida sua inequívoca relação com o fato delituoso e com as
pessoas com esse relacionadas, aí ele terá se transformado em um
indício.
Seguindo pessoal, é de suma importância vocês saberem que o
Código de Processo Penal, diz que sempre que uma infração deixar
vestígios é indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto,
não podendo suprimi-lo a confissão do acusado. As perícias devem ser
realizadas por peritos oficiais, portadores de diploma de curso
superior e que na falta de perito oficial, o exame deve ser feito por
duas pessoas idôneas portadoras de diploma de curso superior e de
preferência na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica
relacionada com a natureza do exame. E, caso tenha desaparecido os
vestígios, o exame não poderá ser realizado, contudo a prova
testemunhal poderá suprir a falta daquele.
Então, uma perícia pode ser realizada direta e indiretamente. O
exame direto é aquele feito pessoalmente pelo perito sobre o
objeto a ser examinado. Já o indireto é feito sobre documentos ou
outros elementos que se refiram ao objeto a ser analisado, ou,
ainda, que guardem relação com ele.
As perícias se materializam por meio dos laudos periciais, mais a
frente falaremos sobre documentos legais, são muito cobrados nos
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concursos - os laudos são constituídos de peça escrita, contendo a
descrição minuciosa do que foi examinado, as respostas aos quesitos
formulados, além de outras provas. É importante também saber, que
quando existir divergências entre dois peritos a respeito da
mesma matéria, a perícia é denominada contraditória; sendo assim,
o magistrado pode aceitar o que julgar conveniente ou nomear um
terceiro perito.
Gabarito: B.
8) (Universa - Perito Criminal - GO - 2010) Provar se houve ou
não a infração penal, demonstrar a ação do sujeito ativo na ação
penal, fornecer subsídios de conhecimento técnico, científico e
artísticos necessários à tipificação penal, comprovar o nexo de
causalidade entre o sujeito ativo e a infração penal trata-se de
(A) requisição de exames de corpo de delito.
(B) modalidades de exames de corpo de delito.
(C) isolamento e preservação de local de crime.
(D) importância do exame de corpo de delito.
(E) classificação de local de crime.
Comentários:
A partir da instauração do Inquérito Policial a autoridade policial
(delegado) deverá tomar providência no sentido de obter provas materiais
(exame de corpo de delito que é realizada pelo perito oficial) e
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imateriais (assentadas, termos de declarações etc), para que o ato
delituoso possa ser descrito em todas as suas circunstâncias, e se
possível determinar a sua autoria. Dessa forma, vejamos a importância
do exame de corpo de delito:
✓ Provar se houve ou não a infração penal.
✓ Demonstrar a ação do sujeito ativo na ação penal.
✓ Fornecer subsídios de conhecimento técnico, cientifico e
artísticos necessários à tipificação penal.
✓ Comprovar o nexo de casualidade entre o sujeito ativo e a
infração penal.
✓ Perpetualizar o corpo de delito.
Gabarito: D.
9) (FUNCAB - 2013 - PC-ES - Perito em Telecomunicação) Exceto
quando os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem
que possa ser feita antes deste prazo, a autópsia deverá ser
realizada pelo menos:
A) 4 (quatro) horas após o óbito.
B) 6 (seis) horas após o óbito.
C) 8 (oito) horas após o óbito.
D) 12 (doze) horas após o óbito.
E) 24 (vinte e quatro) horas após o óbito.
Comentários:
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A regra estabelecida pelo Código de Processo Penal é a de que o
exame de corpo de delito possa ser feito em qualquer dia e hora, sem
restrições quanto aos feriados e períodos noturnos. Uma primeira
exceção, contudo, existe em relação ao exame interno do cadáver
(necropsia ou autópsia), o qual deverá ser feito no mínimo seis horas
após a morte. Como o risco de morte aparente, na atualidade, é
improvável em face do avanço tecnológico, na prática esse tempo não
tem sido observado, mesmo porque o próprio dispositivo citado ressalva a
possibilidade de efetivação do exame antes do interregno lá previsto
quando induvidosa a morte do indivíduo. Outra ressalva em relação ao
tempo da perícia são os exames a serem realizados por eventuais
assistentes técnicos indicados pelas partes à prévia conclusão da perícia
oficial e elaboração do respectivo laudo.
Gabarito: B.
10) (PC-MG - 2011 - PC-MG - Delegado de Polícia) Sobre a prova
pericial é INCORRETO afrmar:
A) O exame de corpo de delito deverá ser assinado por 2 (dois) peritos
ofciais, portadores de diploma de curso superior.
B) O exame de corpo de delito poderá ser realizado qualquer dia e
horário, inclusive aos domingos.
C) A autópsia será realizada, em regra, 6 (seis) horas após o óbito.
D) Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material sufciente
para a eventualidade de nova perícia.
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Comentários:
O art. 159, caput, estabelece que o exame de corpo de delito
deverá ser realizado por perito oficial portador de curso superior. Perito
oficial é aquele que pertence aos quadros do Estado. Ao empregar a
palavra “perito” no singular, o CPP aboliu a exigência de dois peritos para 
a realização do exame. Sendo oficial, portanto, basta um perito,
ressalvada a hipótese de perícia que abranja mais de uma área do
conhecimento, caso em que poderá ser designada a atuação de mais de
um perito. Outra coisa, o CPP prevê que, na falta de perito oficial, poderá
a perícia ser realizada por dois peritos não oficiais (peritos leigos), como
tal consideradas as pessoas idôneas, portadoras de curso superior
preferencialmente na área que constitui o objeto da perícia, que possuam
habilitação técnica relacionada à natureza do exame e que, nomeadas
pelo Delegado de Polícia ou pelo juiz, prestem o compromisso de bem e
fielmente desempenharem a função para a qual encarregados.
Gabarito: A.
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1-B 2-E 3-B
4-C 5-E 6-D
7-B 8-D 9-B
10-A

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