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CGF_Unidade 04

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DECISÕES DE 
FINANCIAMENTO DA EMPRESA
Professor:
Me. Julyerme Tonin
Diretoria Executiva Pedagógica Janes Fidelis Tomelin
Diretoria Operacional de Ensino Kátia Coelho 
Diretoria de Planejamento de Ensino Fabrício Lazilha
Head de Projetos Educacionais Camilla Barreto Rodrigues Cochia Caetano
Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho
Gerência de Produção de Conteúdos Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey
Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila de Almeida Toledo
Projeto Gráfico Thayla Guimarães 
Designer Educacional Giovana Vieira Cardoso 
Editoração Flávia Thaís Pedroso
DIREÇÃO
Reitor Wilson de Matos Silva 
Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho 
Pró-Reitor de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva 
Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 
Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360
As imagens utilizadas neste livro foram 
obtidas a partir do site shutterstock.com
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação 
a Distância; TONIN, Julyerme.
 
 Conceitos de Gestão Financeira. Julyerme Tonin.
 Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 
 35 p.
“Pós-graduação Universo - EaD”.
 1. Gestão 2. Financeira 3. EaD. I. Título.
 ISBN 978-85-459-0014-6
CDD - 22 ed. 352.4 
CIP - NBR 12899 - AACR/2
01
02
03
sumário
06| ESTRUTURA E CUSTO DE CAPITAL
13| VALORES MOBILIÁRIOS: TÍTULOS EMITIDOS POR 
COMPANHIAS
21| POLÍTICA DE DIVIDENDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 • Definir os conceitos de estrutura de capital, custo de capital próprio, custo 
de capital de terceiro, custo médio ponderado de capital e custo marginal 
de capital.
 • Apresentar o conceito de empréstimo a prazo, títulos e valores mobiliários, 
bem como apresentar as alternativas de financiamento disponíveis no 
mercado de valores mobiliários.
 • Apresentar as formas de distribuição de dividendos e as principais alternativas 
para distribuição de lucros das empresas.
PLANO DE ESTUDO
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
 • Estrutura e Custo de Capital
 • Valores Mobiliários: Títulos Emitidos por Companhias
 • Política de Dividendos
DECISÕES DE FINANCIAMENTO DA EMPRESA
INTRODUÇÃO
introdução
Vimos alguns conceitos relacionados com as decisões de investimento da 
empresa, como as técnicas de análise de investimento e a adoção de políticas 
de governança corporativa e relação com investidores. Pretendemos analisar 
as decisões de financiamento da empresa. 
O modo como uma empresa se financia tem um impacto direto no retorno 
que ela oferece aos seus colaboradores e acionistas. Normalmente, quando 
se pensa em elaborar um projeto de investimento empresarial, verifica-se 
inicialmente a disponibilidade de capitais próprios. No entanto, é necessário 
ter em conta que o capital de terceiros permite a “alavancagem” dos capitais 
próprios, isto é, aumenta o seu risco e também o seu retorno potencial.
Então, mesmo antes de avaliar quais as ferramentas ou instrumentos 
disponíveis para o financiamento da empresa, é necessário avaliar a combinação 
adequada de capital próprio e capital de terceiro. 
Desse modo, vamos avaliar a estrutura de capital da empresa, ou seja, a 
forma pela qual a empresa se financia e a maneira pela qual ela pode combinar 
diferentes fontes de recursos. O objetivo é que você seja capaz de responder 
a perguntas como: Qual o montante de recursos que deve ser captado? Quais 
os tipos de títulos e valores mobiliários serão utilizados? Qual o mix adequado? 
Quais os custos envolvidos?
Inicialmente você irá conhecer os fatores determinantes na escolha da 
estrutura de capital, a saber: condições gerais da economia, condições do 
mercado, decisões operacionais e financeiras, e volume de recursos a serem 
financiados. Em seguida, estudaremos a questão do custo de capital, que é um 
parâmetro que representa a taxa mínima de retorno que novos investimentos 
devem proporcionar, considerando os custos incorridos nesses investimentos. 
Por fim, apresentaremos os principais títulos que podem ser emitidos por 
companhias e os impactos da abertura de capital e a política de dividendos da 
empresa.
Pós-Universo 6
A estrutura de capital é uma área complexa na tomada de decisões financeiras. Apesar 
da teoria de Modigliani-Miller ressaltar que o valor de mercado de uma empresa 
é independente da maneira como ela se financia, a forma com que as empresas 
captam recursos é amplamente debatida. Muitos analistas primam pela prudência 
na alavancagem e endividamento das empresas. Outros analistas afirmam que a 
dívida constitui a fonte mais barata de capital e que o aumento da competitividade 
está associado à captação de recursos financeiros.
Para Megliorini e Vallim (2009), a estrutura de capital de uma empresa corresponde 
aos fundos de longo prazo oriundos de fontes de capitais próprios e de terceiros. 
No Balanço Patrimonial, esses fundos integram as contas que compõem o exigível a 
longo prazo e o Patrimônio Líquido (Figura 1).
ESTRUTURA 
E CUSTO DE 
CAPITAL
Pós-Universo 7
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Permanente Exigível a longo prazo
• Empréstimo
• Debêntures
Patrimônio Líquido
• Ações Ordinárias
• Ações Preferenciais
• Reservas de Lucros
Capital de 
Terceiros
Capital 
Próprio
Figura 1: Balanço Patrimonial: fundos de longo prazo
Fonte: Migliorini e Vallim (2009, p. 91)
A estrutura de capital da empresa resulta da política financeira que descreve o mix 
de instrumentos financeiros que serão utilizados pela empresa. As alternativas de 
captação de recursos são capital interno, em que as empresas retêm seus lucros, 
e capital externo, com dívidas ou ações. Para Damodaran (2004), dívida é definida 
como qualquer instrumento de financiamento que possui um direito contratual sobre 
os fluxos de caixa e ativos da empresa, tanto em períodos operacionais quanto na 
falência. Por sua vez, ação é definida como qualquer instrumento de financiamento 
que possui um direito residual sobre a empresa, não cria vantagens tributárias a partir 
dos seus pagamentos, e tem uma vida infinita.
A busca por capital externo envolve a decisão de aceitar um endividamento 
maior (dívida) e os riscos associados ou a abertura de capital (ações). Mesmo 
se o gestor optar pelas ações há riscos, sendo que o principal deles é a perda 
do controle administrativo. Damodaran (2004, p. 429) utiliza como exemplo 
o caso da Apple Computers, em que os dois fundadores, Steve Jobs e Steve 
Wozniak, foram destituídos das suas posições de administração, em grande 
parte por consequência da desaprovação dos acionistas em relação às suas 
iniciativas.
saiba mais 
Pós-Universo 8
Para Weston e Brigham (2004), a utilização de mais dívida eleva o risco, porém um 
índice mais elevado de endividamento geralmente leva a uma taxa de retorno 
esperada mais alta, logo, a definição da estrutura de capital é um trade off entre 
risco e retorno. Para Damodaran (2004), a busca por fundos de recursos ocorre em 
diferentes estágios de desenvolvimento de uma empresa. Inicialmente a empresa 
prospecta o capital de risco inicial, para desenvolver um produto, testar um novo 
conceito. Na sequência, vem o capital de risco de desenvolvimento, no qual as 
empresas já têm produtos e conceitos estabelecidos e o capital vem para possibilitar 
o desenvolvimento de novos produtos ou de atuar em novos mercados.
Weston e Brigham (2004) destacam que há quatro principais fatores que influenciam 
as decisões sobre estrutura de capital. Esses quatro aspectos são importantes para 
definir a estrutura alvo de capital, porém, também é necessário levar em conta 
condições operacionais e mercadológicas.
Do conceito de estrutura de capital, partimos para o conceito de custode capital. 
Segundo Megliorini e Vallim (2009), o custo de capital é um parâmetro que representa 
a taxa mínima de retorno que novos investimentos devem proporcionar, considerando 
os custos incorridos nesses investimentos. Para os autores, o custo de capital de 
terceiro é formado por empréstimos e financiamentos contraídos em instituições 
financeiras e pelas obrigações emitidas pelas empresas. Para Megliorini e Vallim 
(2009, p. 92) “os juros pagos às fontes de capital de terceiros são dedutíveis da base 
de cálculo do imposto de renda, o que torna o custo dessas fontes menor que os 
juros contratuais correspondentes”.
Por sua vez, o custo de capital próprio corresponde aos recursos investidos 
pelos proprietários da empresa e de lucros retidos. Ou seja, o custo de capital próprio 
deve corresponder à remuneração da menor alternativa de investimento disponível, 
a qual os investidores abriram mão para realizar o investimento na empresa.
Enfim, a empresa deve analisar tanto os participantes do mercado quanto os 
instrumentos disponíveis para definir uma estrutura-alvo ou estrutura ótima de capital. 
Para Weston e Brigham (2004), para dimensionar a estrutura de capital de uma maneira 
adequada, os gestores devem levar em conta fatores, como: estabilidade das vendas, 
estrutura de ativos, alavancagem operacional, taxa de crescimento, lucratividade, 
atitudes do administrador, atitudes do emprestador e da agência de classificação 
de risco (quando houver), condições de mercado, condições internas da empresa e 
flexibilidade financeira.
Pós-Universo 9
Em seu estudo, Genz, Bagetti e Oro (2011) avaliaram qual a relação entre a estrutura 
de capital e o Custo Médio Ponderado de Capital (CMPC) das empresas do setor de 
Siderurgia e Metalurgia de capital aberto que integram a lista das 500 maiores empresas 
do Brasil, conforme estudo divulgado pela Revista Exame – Maiores e Melhores de 
2009, ano base 2008.
Com base nos resultados apontados pelos autores, é possível avaliar o custo 
médio ponderado do capital, conforme segue:
Empresa Capital Próprio %
Capital 
Terceiros %
Custo Capital 
Próprio
Custo Capital 
Terceiros
Alíquota Imposto 
de Renda
CMPC - 
Custo Médio
CSN 17,7% 82,3% 14,09% 9,76% 34% 13,71%
Gerdau 73,9% 26,1% 13,56% 10,43% 34% 11,84%
Usiminas 65,8% 34,2% 13,35% 45,22% 34% 15,50%
Paranapanema 89,5% 10,5% 11,81% 343,30% 34% 24,69%
Aços Villares 49,4% 50,6% 11,61% 46,32% 34% 13,25%
Confab 
Industrial
59,4% 40,6% 9% 44,14% 34% 9,39%
Vale 55,9% 44,1% 13,46% 29,53% 34% 19,87%
Tupy 38,1% 61,9% 9% 9,35% 34% 17,73%
Ferbasa 85,7% 14,3% 9% 56,94% 34% 9,25%
Eluma 53% 47% 9% 135,54% 34% 65,12%
Mangels 
Industrial
98,7% 1,3% 9% 0% 34% 9%
Média 62,46% 37,54% 11,17% 66,41% - 19,03%
Mediana 59,40% 40,60% 11,61% 44,14% - 13,71%
Desvio Padrão 23,74% 23,74% 2,20% 99,12% - 16,04%
Fonte: GENZ, BAGETTI, ORO (2014)
Pós-Universo 10
Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), a busca por uma estrutura ótima de 
capital é contínua, pois o mercado é dinâmico e as condições de negócio mudam 
constantemente. Desse modo, os autores sintetizam no Quadro 1 os principais fatores 
que influenciam essa busca pela estrutura ótima de capital
Condições Gerais da Economia Condições de Oferta e Demanda, Crescimento 
do Produto Interno Bruto, Política Fiscal, Política Cambial, Nível de Desemprego, Saldo 
da Balança Comercial, Inflação.
Quadro 1: Fatores determinantes na escolha da estrutura de capital
Condições Gerais da 
Economia
Condições de Oferta e Demanda, Crescimento do Produto 
Interno Bruto, Política Fiscal, Política Cambial, Nível de 
Desemprego, Saldo da Balança Comercial, Inflação.
Condições do 
Mercado
Restrições Contratuais, Políticas Empresariais, Contratação 
de novas dívidas, Retenção de lucros, Diluição do controle 
acionário.
Decisões Operacionais 
e Financeiras
Risco do Negócio, Risco Financeiro, Posição Tributária, 
Informações, Sincronia, Vontade do Acionista Controlador.
Volume de recursos a 
serem financiados Demanda de recursos e sinalização ao mercado.
Fonte: baseado em Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010, p. 221-222)
Constantes tomadas de recursos podem sinalizar ao mercado dificuldades 
financeiras, ao invés de sinalizar que a empresa está aproveitando eventuais 
oportunidades de negócio. Além da forma, a quantidade de vezes que a 
empresa capta recursos é um importante indicativo da situação financeira 
da empresa. Nesse contexto, como a Relação com Investidores e as boas 
práticas da governança corporativa podem ser úteis para que a empresa 
possa se financiar sem passar a impressão de que está com problemas de 
endividamento?
reflita
Pós-Universo 11
O endividamento acrescenta a avaliação de novos riscos na tomada de decisão do 
gestor financeiro. Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), além do risco de negócio 
- risco de não gerar receitas suficientes para pagar os custos operacionais, há o risco 
financeiro - risco de não gerar recursos para pagar compromissos financeiros.
Enfim, para tomar decisões financeiras de longo prazo, é preciso conhecer o custo 
de capital, sendo que geralmente esse cálculo requer informações sobre as diferentes 
fontes de financiamento utilizadas. Para Megliorini e Vallim (2009, p. 101), o custo 
médio ponderado de capital (CMPC), ou Weighted Average Cost of Capital (WACC), 
como também é conhecido, representa o custo dos financiamentos a longo prazo 
da empresa, isto é, corresponde à média dos custos das fontes de capital - próprio e 
de terceiros - ponderados pela participação relativa de cada uma delas na estrutura 
de capital da empresa, podendo ser representado por:
CMPC=(Wd x Kd)+(We x Ke)+(Wao x Kao) + (Wap x Kap) + (Wlr x Klr) 
em que,
Wd e Kd são a proporção e o custo das debêntures, respectivamente;
We e Ke são a proporção e o custo dos empréstimos, respectivamente;
Wao e Kao são a proporção e o custo das ações ordinárias, respectivamente;
Wap e Kap são a proporção e o custo das ações preferenciais, respectivamente;
Wlr e Klr são a proporção e o custo dos lucros retidos, respectivamente.
Pós-Universo 12
No Quadro 2, Megliorini e Vallim (2009) apresentam um exemplo de cálculo do CMPC.
Quadro 2: Estrutura de Capital da empresa Rio Pequeno S.A.
Classificação Valor Contábil Proporção de cada Fonte (W) Custo (K)
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
• Debêntures R$100.000,00 13,33% 14,06%
• Empréstimos R$200.000,00 26,67% 14,61%
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
• Ações Ordinárias R$300.000,00 40,00% 18,50%
• Ações Preferenciais R$150.000,00 20,00% 16,50%
TOTAL R$750.000,00 100,00% ?
Fonte: Megliorini e Vallim (2009, p.102)
Logo, temos:
CMPC= (13,33% x 0,1406) + (26,67% x 0,1461) + (40% x 0,1850) + (20% x 0,1650)
CPMC=16,47
Temos também o conceito de custo marginal de capital quem, segundo Lemes 
Junior, Rigo e Cherobim (2010), é o custo médio ponderado de capital associado 
à próxima unidade monetária do novo financiamento da empresa. É importante 
estudar o custo marginal de capital, porque à medida que se capta mais recursos no 
mercado, os agentes tendem a exigir taxas crescentes de juros.
Pós-Universo 13
Avaliamos aspectos relacionados com o custo de capital e a estrutura de capital. 
Vamos agora discorrer sobre as principais fontes de financiamento de longo prazo 
disponíveis no Brasil. A ideia é discorrer sobre o mercado de crédito de longo prazo no 
Brasil bem como apresentar os títulos que são reconhecidos como valores mobiliários, 
ou seja, sujeitos às regras e fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), a dificuldade dos bancos em captar 
recursos de longo prazo dos aplicadores e a possibilidade de praticar elevadas taxas 
de juros no curto prazo desestimula a destinação de recursos para longo prazo. Ou 
seja, a elevada taxa de juros presente na economia brasileira afeta os investimento e 
financiamento de longo prazo.
VALORES 
MOBILIÁRIOS: 
TÍTULOS 
EMITIDOS POR 
COMPANHIAS
Pós-Universo 14
Uma exceção à regraé o BNDES, o qual surgiu como um banco de fomento, 
possibilitando investimentos de longo prazo do Brasil. Por que então o BNDES 
consegue cobrar taxas de juros diferenciadas? Porque obtém recursos do Fundo de 
Amparo ao Trabalhador (FAT). Segundo Araujo e Cintra (2011), o FAT consolidou as 
contribuições provenientes do Programa de Integração Social (PIS) e do Programa 
de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP), alterando o propósito das 
referidas contribuições sociais. Passou a constituir um fundo especial, de natureza 
contábil-financeira, vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), destinado 
ao custeio do Programa do Seguro-Desemprego, do Abono Salarial e, pelo menos, 
40% ao financiamento de programas de desenvolvimento econômico a cargo do 
BNDES. 
Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), o BNDES apoia os projetos que tenham 
como objetivos: implantação, expansão, modernização, capacitação tecnológica, 
exportação de máquinas e equipamentos, melhoria da qualidade e aumento da 
produtividade, reestruturação e racionalização empresarial, conservação do meio 
ambiente, energia e gastos com infraestrutura econômica e social. Apesar da expansão 
da atuação do BNDES, a maior parte do financiamento das empresas no Brasil origina-
se do crédito bancário (bancos múltiplos, bancos financeiros).
Caso a empresa não tenha como depender da retenção de seus resultados 
(reinvestimento de lucros) ou não esteja em um estágio que possa emitir ações, o 
caminho é o endividamento por capital de terceiros. Nesse contexto, Assaf Neto 
(2007) destaca que as principais modalidades são: empréstimos e financiamentos 
diretos, repasses de recursos internos, repasses de recursos externos, subscrição de 
debêntures e arrendamento mercantil.
Para Weston e Brigham (2004), os empréstimos e financiamentos são operações 
de captação de recursos, na qual firma-se um contrato sob o qual o tomador concorda 
em fazer uma série de pagamentos de juros e do principal em datas específicas ao 
tomador. A rapidez, a flexibilidade e os baixos custos de emissão são descritos como 
vantagem dessa modalidade de captação de recursos, as elevadas taxas de juros 
podem ser descritas como uma desvantagem. Os empréstimos a prazo são geralmente 
negociados diretamente entre a empresa demandante e uma instituição financeira.
Pós-Universo 15
Como exemplo, podemos utilizar o caso do financiamento do capital de giro. 
Para Assaf Neto (2007), essa modalidade de financiamento é praticada por bancos de 
investimentos e bancos comerciais/múltiplos, sendo lastreada em recursos próprios. 
O critério de pagamento costuma ser pós-fixado, sendo seus encargos financeiros 
calculados sobre o saldo devedor corrigido.
Os repasses de recursos internos identificam os recursos oficiais alocados para 
o financiamento de atividades consideradas de interesse econômico e social. Um 
exemplo seria o FINAME. Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), a Agência Especial 
de Financiamento Industrial (FINAME) tem o objetivo de promover o desenvolvimento 
e a consolidação do parque nacional, por meio do financiamento para aquisição de 
máquinas e equipamentos para esse fim. Outros exemplos seriam o crédito rural, o 
crédito habitacional, a atuação dos bancos de desenvolvimento e demais agências 
de fomento.
Os repasses de recursos externos, segundo Assaf Neto (2007), são poupanças 
captadas no exterior, por instituições financeiras nacionais, e, posteriormente, 
repassadas ao mercado interno para as várias empresas domésticas interessadas. As 
debêntures e o arrendamento mercantil serão analisados com mais detalhes mais 
adiante.
Mas antes, é necessário analisar alguns conceitos, como é o caso dos títulos. Para 
Weston e Brigham (2004), os títulos são semelhantes a empréstimos a prazo, mas 
uma emissão de títulos é geralmente anunciada, oferecida ao público e efetivamente 
vendida a muitos investidores diferentes. Nesse ínterim, entramos na análise dos 
valores mobiliários. Segundo CVM (2013), valores mobiliários são títulos ou contratos 
de investimento coletivo ofertados publicamente que gerem direito de participação, 
de parceira ou remuneração, inclusive, resultante da prestação de serviços, cujos 
rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros.
Pós-Universo 16
Segundo o artigo 2o da lei 10.303, de 31 de outubro de 2001, são valores 
mobiliários:
I. As ações, debêntures e bônus de subscrição;
II. Os cupons, direitos, recibos de subscrição e certificados de desdobramento 
relativos aos valores mobiliários referidos no inciso II;
III. Os certificados de depósito de valores mobiliários;
IV. As cédulas de debêntures;
V. As cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes 
de investimento em quaisquer ativos;
VI. As notas comerciais;
VII. Os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos 
subjacentes sejam valores mobiliários;
VIII. Outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; 
e Quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratos 
de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria 
ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos 
rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros.
§ 1o Excluem-se do regime desta Lei:
I - os títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal;
II - os títulos cambiais de responsabilidade de instituição financeira, exceto 
as debêntures.
Fonte: BRASIL (2001)
saiba mais 
De modo geral, a Lei 10.303, de 31 de outubro de 2001, altera diversos artigos da lei 
societária brasileira. E ao definir o conceito de Valores Mobiliários, elenca uma série 
de títulos que podem ser emitidos por companhias. Ou seja, as empresas que utilizavam 
empréstimos a prazo, negociando diretamente com as instituições financeiras, agora 
também podem negociar títulos, valores mobiliários que são títulos ofertados 
publicamente.
Pós-Universo 17
Para CVM (2013), as ações são um dos valores mobiliários que podem ser emitidos 
pelas empresas para captação de recursos. Nesse contexto, ação é a menor parcela 
do capital social das companhias ou sociedades por ações. É, portanto, um título 
patrimonial e, como tal, concede aos seus titulares, os acionistas, todos os direitos 
e deveres de um sócio, no limite das ações possuídas. Os acionistas ganham com 
a participação no lucro da empresa (dividendos), com a valorização do preço da 
ação no mercado ou quando a companhia emite novas ações no mercado (direito 
à subscrição).
Uma ação é um valor mobiliário, porém somente as ações das “companhias 
abertas”, as quais são registradas na CVM, podem ser negociadas publicamente 
no mercado de valores mobiliários (CVM, 2013).
atenção
As empresas podem captar recursos pela subscrição de debêntures. Para Assaf 
Neto (2007), debêntures são títulos privados de créditos de renda fixa, emitidos 
exclusivamente por companhias de capital aberto e colocados no mercado à disposição 
de investidores interessados. Os debenturistas são credores e esperam receber juros 
periódicos e o pagamento do principal no vencimento. Existem as debêntures simples 
(não conversíveis) e as conversíveis, as quais, na ocasião do resgate, podem ter o seu 
valor convertido em ações da empresa.
Para Weston e Brigham (2004), as debêntures diferentes de um título hipotecário 
não precisam ser garantidas por uma hipoteca sobre uma propriedade específica. Os 
autores também citam os títulos conhecidos como warrants, que são semelhantes 
aos títulos conversíveis. Warrants são opções que permitem ao seu detentor adquirir 
ações a um preço declarado.
Pós-Universo 18
Por sua vez, bônus de subscrição são títulos negociáveis emitidos mediante 
sociedades por ações que conferem aos seus titulares, nas condições constantes 
do certificado, o direito de subscrever ações do capital social da companhia, dentro 
do limite de capital autorizado no estatuto. Enquantoque a nota promissória, ou 
commercial paper, é um título de crédito de curto prazo que representa uma promessa 
de pagamento, do emissor (devedor), a determinado favorecido ou beneficiário 
(credor), de certo valor, em certa data. É um documento negociável, representativo 
de uma dívida ou direito a receber. Podem ser emitidas como simples promessas de 
pagamento de uma dívida, ou como garantia de contratos de empréstimos, mas são 
também utilizadas para captação de recursos financeiros pelas empresas (CVM, 2013).
A Letra Financeira é um título de crédito, de emissão exclusiva de instituições 
financeiras, “que consiste em promessa de pagamento em dinheiro, nominativo, 
transferível e de livre negociação”, como definido na Lei nº 12.249/2010. Para CVM 
(2013, p. 63), “a Letra Financeira apresenta também atributos jurídicos que permitem 
o seu uso como instrumento de captação especial, em que poderá ser utilizada 
para fins de composição do capital do emissor”. Devido às suas características, a 
Letra Financeira apresenta contornos semelhantes aos das debêntures, razão pela 
qual é informalmente chamada de “debênture dos bancos”, já que essas instituições 
financeiras não podem emitir tais títulos.
Por sua vez, Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010) destacam que o arrendamento 
mercantil (leasing) constitui-se como um contrato pelo qual uma empresa cede 
à outra, por um determinado período, o direito de usar e obter rendimentos com 
bens de capital de sua propriedade. Para Assaf Neto (2007), ao final do contrato, o 
cliente (arrendatário) pode comprar o bem por um valor previamente contratado, 
denominado Valor Residual Garantido, não exercer a opção de compra ou renovar o 
contrato de arrendamento por um novo prazo. Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim 
(2010), a ideia do leasing é fundamentada na concepção econômica de que o fator 
propulsor de rendimentos da empresa é a utilização, e não a propriedade, de um bem.
Pós-Universo 19
Segundo Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010, p.270), o leasing foi introduzido 
nos Estados Unidos por volta de 1700, pelos colonos ingleses, porém, sua 
real expansão ocorreu a partir de 1941, com a promulgação de legislação 
sobre a atividade. No Brasil, as primeiras operações de leasing, referentes ao 
arrendamento de máquinas de escrever, foram realizadas em 1967.
fatos e dados
No cenário internacional, as empresas também podem contar com financiamentos 
externos. Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010) destacam a importância do Banco 
Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da International Finance Corporation 
(IFC), braço financeiro do Banco Mundial. Nesse contexto, as operações de financiamento 
no exterior são realizadas a partir de taxas básicas de juros internacionais como a 
London Interbank Offered Rate (LIBOR), na Europa, e a Prime Rate, nos Estados Unidos.
Outra alternativa são os Brazilian Depositary Receipts (BDR) que, segundo CVM 
(2013), são certificados de depósito de valores mobiliários, um valor mobiliário emitido 
no Brasil que representa outro valor mobiliário emitido por companhias abertas (ou 
assemelhadas) com sede no exterior.
Por fim, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) são títulos de crédito 
nominativos, escriturais e transferíveis, lastreados em créditos imobiliários, e estão 
previstos na Lei 9.514/97, que disciplina o Sistema de Financiamento Imobiliário 
(CVM, 2013). Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), securitização de recebíveis 
é uma operação financeira que consiste na antecipação de fluxos de caixa futuros 
provenientes de contas a receber de uma empresa, sem comprometer seu limite de 
crédito e sem prejudicar seu índice de endividamento.
O Conselho Monetário Nacional, pela resolução CMN 2517/98, expressamente 
considerou os CRIs como valores mobiliários e, portanto, sujeitos à 
regulamentação e fiscalização da CVM.
saiba mais 
Pós-Universo 20
Por fim, dependendo do porte da empresa, a captação de recursos de longo prazo 
pode ocorrer junto a fundos de pensão ou fundos de capital de risco, também 
conhecidos como private equity. Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), fundos de 
pensão são uma forma de previdência por regime de capitalização de contribuições 
coletivas, organizado sob a forma de entidade civil sem fins lucrativos. Enquanto que 
os private equity são fundo de capital de risco constituídos em acordo contratual 
privado entre investidores e gestores, não sendo oferecidos abertamente no mercado 
e sim por meio de colocação privado.
A combinação dessas diferentes fontes, fontes de captação de recursos, 
a engenharia econômica e financeira, e a proporção que alguns fundos 
de investimentos alcançaram ao invés de contribuir para reduzir os riscos 
aumentou os riscos (risco sistêmico). Nesse contexto, como mitigar os riscos 
presentes na prática de captação de recursos?
reflita
Até aqui vimos que as empresas contam com uma vasta gama de alternativas de 
captação de recursos. No Brasil, as altas taxas de juros limitam as operações de longo 
prazo e o BNDES atua em vários segmentos importantes da economia. E com a 
atuação da CVM na fiscalização e registro dos contratos, há uma redução do risco na 
utilização de instrumentos como ações, debêntures, warrants, bônus de subscrição, 
commercial paper ou letras financeiras. As empresas também podem contar com 
o leasing, BDRs, recebíveis etc. Desse modo, cabe ao gestor determinar o mix de 
recursos adequados à sua empresa.
Pós-Universo 21
Vimos que a definição do mix de instrumentos financeiros que serão utilizados 
no financiamento da empresa é uma importante política financeira. Inicialmente 
a empresa pode se financiar via capital interno, reinvestindo seus lucros, porém, 
dependendo do plano de expansão da empresa, essa fonte de capital torna-se 
insuficiente. Desse modo, o caminho é utilizar o capital externo e suas implicações 
para o futuro da empresa. Também é necessário definir qual tipo de capital externo: 
dívida ou ações.
Já elencamos uma série de valores mobiliários que podem ser úteis para as 
empresas diversificarem suas dívidas de maneira a gerirem da melhor forma possível 
seu endividamento. Além dos conceitos de estrutura de capital, custo de capital, 
fontes de financiamento, vimos também os conceitos sobre governança corporativa 
e relação com investidores.
Nesta unidade, vamos analisar as empresas que optam por ações e, como resultado, 
a necessidade de delinear uma política de dividendos. Como vimos anteriormente, 
ação é um título patrimonial que representa a menor parcela do capital social das 
companhias ou sociedades por ações.
POLÍTICA DE 
DIVIDENDOS
Pós-Universo 22
Porém não existe somente um tipo de ação. Segundo CVM (2013), existem as 
Ações Ordinárias (ON), em que sua principal característica é a de conferir ao seu titular 
direito a voto nas Assembleias de acionistas. Existem também as Ações Preferenciais 
(PN), as quais têm prioridade na distribuição de dividendos ou no reembolso de 
capital, podendo ainda possuir prioridades específicas, se admitidas à negociação 
no mercado, porém não têm direito a voto. Então, em algum momento, a empresa 
de capital aberto terá que pensar acerca dos dividendos. 
Mas o que são dividendos? Para Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), dividendo 
é a distribuição em dinheiro de parte de todo o lucro auferido pela empresa em um 
exercício social, ou de saldos de lucros acumulados, aos seus acionistas. Para Megliorini 
e Vallim (2009, p.116), uma política de dividendos é influenciada por diversos fatores 
que dependem das características das empresas e dos mercados em que elas atuam. 
Os autores elencam os principais fatores:
 • Oportunidades de investimento da empresa: setores em fase de 
crescimento acelerado ou períodos de expansão econômica fazem com 
que as empresas encontrem boas oportunidades de investimento, o que 
faz com que adotem uma política de dividendos restritiva.
 • Situação de liquideze acesso a fontes de recursos: baixa disponibilidade 
de caixa, acesso a recursos externos e grau de endividamento são fatores 
que afetam a distribuição de dividendos.
 • Controle: os acionistas controladores podem afetar a condução da política 
de dividendos.
 • Política de dividendos de empresas similares: se as empresas do 
mesmo setor estão adotando uma determinada política de dividendos, 
essa informação é levada em conta na estratégia adotada pela empresa.
Pós-Universo 23
A política de dividendos não é uma coisa totalmente nova para as empresas. Lemes 
Junior, Rigo e Cherobim (2010) destacam que, na teoria de Modigliani e Miller (MM), 
aceitando os pressupostos de um mercado livre de risco, sem impostos e sem custos 
de transação, a política de dividendos não afetaria o valor da empresa. O valor da 
empresa seria determinado em última instancia pela sua capacidade de geração de 
lucros e pelo risco de seus ativos.
Porém as suposições de Modigliani e Miller simplificam a realidade, na medida 
em que risco, impostos e custos de transações são importantes na análise do gestor 
público. Porém, ao longo dos anos, desenvolveram-se novas abordagens para analisar 
a teoria dos dividendos. Weston e Brigham (2004) citam a teoria do “pássaro na mão”, 
desenvolvida por Gordon e Litner. O velho ditado popular já postulava “melhor um 
pássaro na mão do que dois voando”. Então, o pássaro na mão seria os dividendos 
que o acionista receberia, em detrimento dos possíveis ganhos de capital decorrentes 
do reinvestimento desses recursos. Assim, para esses autores, há uma relação entre 
a política de dividendos e o valor da empresa, na medida em que quanto mais 
dividendos são distribuídos, menores são as incertezas dos investidores, com menos 
incertezas, os investidores planejam reinvestir seus dividendos nas ações das mesmas 
empresas, criando assim um ciclo virtuoso que é benéfico para a empresa.
Para Weston e Brigham (2004), a partir dessas considerações, os dividendos 
carregam um conteúdo informacional, conhecido também como hipótese de 
sinalização. Nessa teoria, um aumento dos dividendos acima do esperado pelos 
investidores dá um sinal de que a administração prevê lucros futuros maiores, o que 
contribui para o aumento do preço das ações. A recíproca é verdade, de modo que 
muitas empresas relutam em reduzir os dividendos para evitar um efeito negativo 
sobre o preço das ações.
Weston e Brigham (2004) também citam a teoria da preferência tributária, a 
qual postula que em virtude de os ganhos de capital de longo prazo estarem sujeitos 
a impostos menos onerosos do que os dividendos, os investidores preferem que as 
empresas retenham lucros em lugar de distribuí-los como dividendos. Assaf Neto 
(2007) ressalta que existe um efeito clientela, no qual as empresas sempre procuram 
ajustar uma política de dividendos visando atender às preferências de seus acionistas.
Pós-Universo 24
De acordo com Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010), testes empíricos 
sugerem que: ainda não é possível encontrar um conjunto de empresas 
que difiram apenas em suas políticas de dividendos; não é possível obter 
estimativas sobre o custo de capital próprio; e ainda não se sabe de que modo 
a política de dividendos afeta os preços das ações e o custo de capital. Todos 
esses fatos fazem da política de dividendos um ponto ainda controverso 
da gestão financeira.
saiba mais 
Então, não há de fato um consenso na literatura, porém é importante ressaltar que essas 
contribuições teóricas mostraram que a política de dividendos afeta as expectativas 
dos agentes, bem como está relacionada com aspectos tributários. Lemes Junior, 
Rigo e Cherobim (2010) também destacam que além do conteúdo informacional 
dos dividendos, dos impostos pagos pelo investidor, uma política de dividendos 
deve levar em conta os custos de lançamento, os custos de transação, as possíveis 
restrições institucionais, a liquidez da empresa, as perspectivas de crescimento, as 
avaliações de mercado, entre outros aspectos.
Nesse ínterim, Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010, p. 347) destacam que a 
política de dividendos é uma importante decisão do gestor financeiro, sendo uma 
decisão basicamente sobre “reter ou distribuir lucros”.
Uma das mais controversas decisões financeiras diz respeito ao destino 
dos lucros gerados. Eles podem ser distribuídos, no todo ou em parte, na 
forma de dividendos, reinvestidos na empresa, ou utilizados para recompra 
de ações pela empresa. Como essas decisões (distribuição de dividendos 
ou recompra de ações) podem impactar o preço das ações e a expectativa 
dos investidores?
reflita
Pós-Universo 25
As decisões quanto ao destino do lucro gerado terão impacto sobre o preço da ação, 
sendo que tal efeito pode ser analisado por meio da fórmula:
P0 = 
D1
(Kao - c)
em que,
Kao representa o custo da ação ordinária
D1 é o dividendo esperado no ano 1
P0 é o preço atual da ação
c é uma taxa de crescimento esperado dos dividendos
Essa fórmula evidencia um importante dilema na política de dividendos das empresas. 
Se a empresa adotar uma política de pagar mais dividendos (D1 se elevará), tudo o 
mais terá um efeito positivo sobre o preço da ação. Por outro lado, com essa política, 
haverá menos recursos para novos investimentos, fato que pode reduzir as expectativas 
de maiores dividendos do futuro (c deve cair), fato que terá um efeito negativo sobre 
o preço das ações.
Esta nossa última aula apresenta uma certa complexidade. Até então o gestor já 
tem noção dos riscos existentes em seu empreendimento, tem um noção sobre os 
instrumentos de planejamento e controle financeiro, bem como sabe quais os aspectos 
institucionais relevantes para realizar seus investimentos. Porém em uma empresa que 
chegou ao estágio de transacionar ações, a política de dividendos envolve lidar com 
as expectativas dos agentes. Qualquer decisão na atualidade envolve rever projeções 
de investimento e de novos dividendos no futuro. Então, o que aprendemos sobre 
cálculos financeiros (juros, TIR, VPL) também pode ser empregado aqui, porque o 
valor do dinheiro no tempo também é importante nessa análise.
Pós-Universo 26
Levando em conta esses aspectos, Megliorini e Vallim (2008) destacam que as 
empresas podem estabelecer diferentes políticas de dividendos. Nesse contexto, a 
política de dividendos de valor estável baseia-se na distribuição de dividendos 
fixos em moeda, independente do lucro apurado em cada período. Enquanto que 
a política de dividendos de taxa estável baseia-se na distribuição de dividendos 
em uma porcentagem constante dos lucros. E, por fim, dividendos regulares mais 
dividendos extraordinários combinam as duas políticas anteriores. A ideia aqui 
é definir, a priori, um montante ou uma taxa tentando assim minorar os efeitos da 
política de dividendos sobre as expectativas dos agentes.
Segundo Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010, p.352), a Lei das Sociedades 
Anônimas determina que pelo menos 25% do lucro líquido seja distribuído 
a título de dividendos aos detentores de ações tanto ordinárias quanto 
preferenciais, depois de realizados os seguintes ajustes:
a. Parcela destinada à formação de reserva legal;
b. Parcela destinada à formação de reservas para contingências e reversão 
das mesmas, quando formadas em exercícios anteriores; e
c. Lucros a realizar, transferidos para a respectiva reserva e lucros 
anteriormente registrados nessa reserva que tenham sido realizados no 
exercício findo.
saiba mais 
Megliorini e Vallim (2008) destacam que as empresas também podem distribuir 
dividendos em ações. Nesse caso, ao invés de distribuir os valores em dinheiro, são 
distribuídas frações de capital, ou seja, o equivalente em ações da empresa, como 
também a recompra de ações pela própria empresa pode ser considerada parte de 
uma política de dividendos. 
Pós-Universo 27
Siemens inicia programa de recompra de ações de até € 4 bi
A alemã Siemens dissenesta segunda-feira que está iniciando um programa 
de recompra de ações de até 4 bilhões de euros (5,5 bilhões de dólares). A 
recompra de ações foi anunciada em novembro do ano passado, mas foi 
colocada em espera enquanto a gigante de engenharia desenvolvia um 
programa de reestruturação para alcançar rivais mais rentáveis. A Siemens 
irá recomprar até 47,8 milhões de ações até 31 de outubro de 2015, disse a 
empresa. “A recompra tem o único objetivo de cancelamento e redução do 
capital acionário, emitindo ações para funcionários, membros do Conselho de 
empresas afiliadas e membros da diretoria da Siemens AG assim como para 
a conversão de bônus e garantia de bônus”, disse o grupo em comunicado.
Fonte: VILLAGRAN (2014)
saiba mais 
Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2010, p. 347) destacam também a prática de 
desdobramento de ações (splits), nesse caso, as empresas “aumentaram o bolo”, 
ou seja, houve o aumento do número de ações, agora com um menor preço. Assim, 
com preços mais baixos e mais liquidez (quantidade maior de ações), pode haver 
um estímulo psicológico para que os investidores adquiram essas ações. O oposto 
também é possível, o agrupamento de ações pode elevar o preço a um patamar 
considerado adequado pelos gestores da empresa, é o chamado de inplit. 
Pós-Universo 28
Segue abaixo um exemplo de divulgação de Fato Relevante por parte de uma 
empresa de capital aberto. Esse fato relevante versa sobre o desdobramento 
de ações, e serve também como exemplo de como é desempenhada a 
“Relação com Investidores”.
A Cia. Hering (“Companhia”), em cumprimento às disposições da Instrução 
CVM nº 358/2002, comunica aos Senhores Acionistas e ao mercado, que, 
em Assembleia Geral Extraordinária realizada em 29/10/2010, foi aprovado o 
desdobramento das ações representativas do capital social da Companhia, 
mediante a emissão de 02 (duas) novas ações ordinárias nominativas 
escriturais, sem valor nominal, para cada ação existente, passando o capital 
social a ser representado por 162.722.079 (cento e sessenta e dois milhões, 
setecentas e vinte e duas mil e setenta e nove) ações ordinárias, sem valor 
nominal.
Terão direito ao recebimento das ações advindas do desdobramento, os 
acionistas detentores de ações no dia 29/10/2010. A partir do dia 01/11/2010, 
as ações da Companhia serão negociadas “ex-desdobramento”.
O crédito das ações provenientes do desdobramento será efetuado em 
05/11/2010. As ações advindas do desdobramento participarão em igualdade 
de condições a todos os benefícios, inclusive a dividendos e eventuais 
remunerações de capital, que vierem a ser distribuídos por essa Companhia, 
a partir do dia 01/11/2010.
Disponível em: <http://www.pefran.com.br/empresas2012/
hering%5Clegal%5C[20678]-hering_legal_frv_fato_relevante_29-10-10_
doesc_jrsc_oesp%5Cinternet%5Carte%5C[20678]-hering_legal_frv_Fato_
Relevante_29-10-10_doesc_jrsc_oesp.pdf>. Acesso em: 10 out. 2014.
fatos e dados
Essa prática, assim como as diferentes formas de distribuição de dividendo, busca 
também afetar as expectativas dos agentes. Segundo Weston e Brigham (2004), a 
ideia é levar o preço das ações para uma “faixa ótima” de preços das ações. Porém, 
ao mudar a quantidade e preço das ações, essa prática tem um efeito tanto sobre o 
balanço da empresa quanto aos dividendos futuros que serão distribuídos por ela.
atividades de estudo
1. Um aumento dos dividendos acima do esperado pelos investidores dá um sinal de 
que a administração prevê lucros futuros maiores, o que contribui para o aumento 
do preço das ações. Tal afirmação condiz com a teoria:
a) Teoria da Preferência Tributária.
b) Efeito Clientela.
c) Teorema Modigliani-Miller.
d) Teoria Residual.
e) Hipótese da Sinalização.
2. O instrumento de financiamento que possui um direito contratual sobre os fluxos 
de caixa e ativos da empresa, tanto em períodos operacionais quanto na falência, é 
conhecido como:
a) Capital Próprio.
b) Capital de Terceiro.
c) Ação.
d) Dívida.
e) Reserva de Lucro.
3. A teoria que postula que, em virtude de os ganhos de capital de longo prazo estarem 
sujeitos a impostos menos onerosos do que os dividendos, os investidores preferem 
que as empresas retenham lucros em lugar de distribuí-los como dividendos, é 
conhecida como:
a) Teoria da Preferência Tributária.
b) Efeito Clientela.
c) Teorema Modigliani-Miller.
d) Teoria Residual.
e) Hipótese da Sinalização.
atividades de estudo
4. Os títulos privados de créditos de renda fixa, conversíveis ou não em ações, emitidos 
exclusivamente por companhias de capital aberto e colocados no mercado à disposição 
de investidores interessados, são conhecidos como:
a) Debêntures.
b) Warrants.
c) Bônus de Subscrição.
d) Commercial Paper.
e) Private Equity.
resumo
A estrutura de capital de uma empresa corresponde aos fundos de longo prazo oriundos de 
fontes de capitais próprios e de terceiros. As alternativas de captação de recursos são capital 
interno, em que as empresas retêm seus lucros, e capital externo, com dívidas ou ações. O custo 
de capital é um parâmetro que representa a taxa mínima de retorno que novos investimentos 
devem proporcionar, considerando os custos incorridos nesses investimentos. O custo médio 
ponderado de capital representa o custo dos financiamentos a longo prazo da empresa, isto é, 
corresponde à média dos custos das fontes de capital - próprio e de terceiros - ponderados pela 
participação relativa de cada uma delas na estrutura de capital da empresa.
Os empréstimos e financiamentos são operações de captação de recursos nas quais firma-se 
um contrato sob o qual o tomador concorda em fazer uma série de pagamentos de juros e do 
principal em datas específicas ao tomador. Os títulos são semelhantes a empréstimos a prazo, mas 
uma emissão de títulos é geralmente anunciada, oferecida ao público e efetivamente vendida a 
muitos investidores diferentes. São exemplos de títulos ou valores mobiliários (sob a supervisão 
da CVM): ações, debêntures, BDRs, warrants, bônus de subscrição, letras financeira, recebíveis etc. 
Outras alternativas de financiamento são o arrendamento mercantil e a busca de recursos em 
fundos de pensão e/ou private equity.
Uma empresa aberta que negocia ações no mercado de capitais tem como preocupação adicional 
a política de dividendos. Uma política de dividendos deve levar em conta as oportunidades de 
investimento, a liquidez, a manutenção do controle, a política de dividendos adotada em outras 
empresas. A forma com que é feita essa política pode afetar a expectativa dos agentes e influenciar 
o preço das ações, por isso geralmente as empresas distribuem dividendos determinando um 
valor estável ou uma taxa estável. Outras alternativas são a distribuição de dividendos em ações, 
a recompra das ações e o split de ações.
material complementar
Na Web
A Associação Brasileira das Empresas de Leasing desenvolveu um guia prático de arrendamento 
mercantil, disponível em: 
<http://www.leasingabel.org.br/site/Adm/userfiles/guiapratico.pdf>.
Inside Job / Trabalho Interno
Ano: 2010
Diretor: Charles Ferguson
Sinopse: Trabalho interno é um documentário de 2010 acerca da crise 
financeira global de 2007-2012, dirigido por Charles H. Ferguson. O filme 
é descrito por Ferguson como sendo sobre “a corrupção sistêmica dos 
Estados Unidos pela indústria de serviços financeiros e as consequências 
da corrupção sistêmica. O documentário está dividido em cinco partes. Ele começa examinando 
como a Islândia estava altamente desregulada em 2000 e a privatização de seus bancos. 
Quando o Lehman Brothers foi à bancarrota e o AIG entrou em colapso, a Islândia e o resto 
do mundo entraram em uma recessão global.
Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=5nCvO6qEbJw>. Acesso em: 10 out. 2014.
referências
ARAUJO, V. L.; CINTRA, M. A. M. O papel dos bancos públicos federais na economia brasileira. 
Texto para discussão Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA, Brasília, abr.2011.
ASSAF NETO, A. Finanças coorporativas e valor. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
BRASIL. Lei nº 10.303, de 31 de outubro de 2001. Disponível em: <http://www.cvm.gov.br/port/
atos/leis/lei10303.asp>. Acesso em: 10 out. 2014.
COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS - CVM. O Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro. Rio 
de Janeiro: CVM, 2013.
DAMODARAN, A. Finanças Corporativas: teoria e prática. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004.
GENZ, Dariz; BAGETTI, Fábio Luiz; ORO, Ieda Margarete. Análise da relação entre a estrutura de capital 
e o custo médio ponderado de capital (CMPC): um estudo no setor de siderurgia e metalurgia. 
Disponível em: <http://editora.unoesc.edu.br/index.php/acsa/article/download/1303/pdf_226>. 
Acesso em: 10 out. 2014.
LEMOS JUNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. P. M. Administração Financeira: princípios, 
fundamentos e práticas brasileiras. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
MEGLIORINI, E.; VALLIM, M. A. Administração Financeira: uma abordagem brasileira. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2009.
SOUZA CRUZ: relatório anual 2011. Disponível em: <http://www.souzacruz.com.br/br/ar/2011/
download/souza_cruz_2011.pdf>. Acesso em: 10 out. 2014.
VILLAGRAN, Miguel. Siemens inicia programa de recompra de ações de até € 4 bi. Disponível em: 
<http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/siemens-inicia-programa-de-recompra-de-acoes-
de-ate-4-bi>. Acesso em: 10 out. 2014.
WESTON. J. F.; BRIGHAM, E. F. Fundamentos da Administração Financeira. São Paulo: Pearson 
Makron Books, 2000.
resolução de exercícios
1. e) Hipótese da Sinalização.
2. d) Dívida.
3. a) Teoria da Preferência Tributária.
4. a) Debêntures.
	Estrutura e Custo de Capital

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