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FAVENI- FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
ESPECIALIZAÇÃO EM HISTORIA
 
 SAID DE SOUZA PEREIRA
 ARIPUANÃ
 2020
FAVENI-FACULDADE DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE
 ESPECIALIZAÇÃO EM HISTORIA
AUTOR: SAID DE SOUZA PEREIRA
EVASÃO ESCOLAR NA ESCOLA PÚBLICA
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial a obtenção do titulo especialista em História. Orientador:
 ARIPUANÃ
 2020
 EVASÃO ESCOLAR NA ESCOLA PÚBLICA
 
 AUTOR: SAID DE SOUZA PEREIRA
Declaro que sou autora deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho. 
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Clausula, § 4º do Contrato de Prestação de Serviços).
	 RESUMO
Entende-se que a educação é um processo vital para a cidadania. Assim o presente trabalho tem por objetivo compreender as causas que contribuem para evasão escolar em nível de Ensino Médio numa escola pública na cidade de Aripuanã- MT. A partir de aplicações de instrumentos de pesquisas, o estudo aborda junto aos segmentos gestores, docentes e discentes, à evasão como quadro que aflige nas series de 1ª a 3ª do Ensino Médio. Desta forma, procurou-se identificar as dificuldades que a escola pública enfrenta em permanecer com o aluno no ambiente escolar, portanto o estudo procura compreender tais causas e passa oferecer subsídios que possam amenizar o quadro da evasão escolar que ora aflige a referida escola. Teve como fundamentos os seguintes autores que tratam a problemática evasão escolar: Bossa (2002), Estebam (1992), Fini (1996), entre outros. Essa análise pretende se debruçar sobre as causas da evasão escolar no ensino médio. De acordo com a literatura já existente, as causas para a evasão escolar são diversas, como: a necessidade de trabalhar falta de interesse pela escola, entre outros motivos. Considerando que no ensino médio a evasão escolar torna-se maior do que nas outras fases do ensino básico. Pensar sobre os motivos pelos quais os jovens decidem parar de estudar é o primeiro passo para formulação de respostas desse problema atual da educação brasileira.
Palavras-chave: Evasão escolar, Defasagem, Abandono escolar, Educação brasileira e Ensino Médio.
 E-mail do autor:
1 INTRODUÇÃO
 A evasão escolar é um fenômeno que tira da escola milhares de alunos que poderão vir a se tornar os futuros excluídos da sociedade e do mercado de trabalho. No Brasil o abandono e a evasão escolar são importantes problemas enfrentados por gestores e educadores e, por conseguinte, pela sociedade.
Os sujeitos que por um motivo ou outro abandonam ou evadem-se da escola farão parte de um grande contingente de cidadãos com má formação educacional, com dificuldades de assumir questões fundamentais de uma vida em sociedade tanto na esfera pessoal, profissional ou no que tange à cidadania. Em âmbito pessoal a baixa escolaridade pode comprometer a consciência de direitos e deveres. Profissionalmente podem encontrar limitações para assumir cargos que exigem formação acadêmica. A baixa escolaridade pode também dificultar ou comprometer a escolha com discernimento de governantes e a compreensão de que podem ter papel importante na estruturação da sociedade.
 Evasão e abandono escolar culminam num problema nacional devido às consequências para a sociedade como um todo. É fundamental, portanto, que os fatores que influenciam na incidência e na manutenção de tais problemas em ambiente escolar sejam diagnosticados e tratados para que cada vez mais jovens concluam a educação básica.
 Estudiosos da evasão e abandono costumam diferenciar abandono de evasão escolar, para Gomes (1999), Maitê e Arraes (2015) abandonar é deixar de estudar por um determinado período e retornar aos estudos, evadir é deixar os estudos não retornando nos anos seguintes.
 O direito à educação é uma conquista obtida por toda sociedade ao longo de décadas por diversas regiões do mundo após muita luta, vindo a se despertar quanto à essencialidade deste direito e passando a ser alvo de correntes debates após a segunda guerra mundial. Houve um reconhecimento global de sua importância como instrumento de desenvolvimento humano, constatando tratar-se de um auxílio na produção e como mola mestra da estabilidade de uma na.
 As discussões em torno do ensino brasileiro têm mostrado que os problemas velhos sempre vêm a tona no âmbito escolar. Fato esse que por mais que as discussões gerem pesquisas, que se depara e a escola em uma realidade que apesar de cruel, denota um crescimento na solução dos mesmos. Dentre os problemas que mais tem afetado o processo de ensino aprendizagem, um deles merece o tratamento em especial, por se tratar do abandono por parte de alunos da escola. Este sujeito ativo ou passivo da educação, por vezes não encontra o espaço que ele deseja na instituição – a escola evade por vários motivos.
 
 Com essa preocupação, despertou-me o interesse de realizar o presente estudo, a qual busca resgatar novos conhecimentos e aprendizados a cerca da problemática da evasão escolar. Assim, o estudo tem como objetivo analisar a evasão escolar tendo parâmetros motivos que levam os jovens a abandonar o ambiente escolar, assim como, pretende-se deixar transparente o quadro que se encontram as series do Ensino Médio, bem como, conhecer os fatores favorecem a esse abandono. A educação básica brasileira, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB – 9.394/96) compreende a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio. Observando os indicadores desta etapa da formação acadêmica, é possível identificar a ocorrência do fenômeno da evasão escolar. De acordo com a Emenda Constitucional nº. 59, de 11/11/2009 a obrigatoriedade da educação básica compreende a faixa de 4 a 17 anos de idade. Ou seja, todos que estejam nessa faixa etária devem estar matriculados e frequentando uma instituição regular de ensino.
 Desta forma, por entender que a ‘Escola’ enquanto a instituição pública tem como função primordial oferecer um ambiente onde o jovem-adolescente se sinta feliz e prazerosa pelo estudo, pois só assim ela se encontra com sua realidade de mundo e o poder de produzir o conhecimento desejado. 
Sendo assim, pode-se afirmar que a evasão escolar é um problema que perdura há algum tempo na educação brasileira. Isso significa que crianças e adolescentes em idade escolar, por motivos diversos, não estão recebendo o ensino regular e obrigatório. Portanto, os indicadores que foram apresentados evidenciam a necessidade de se pensar sobre as causas para evasão escolar no ensino médio. Um dos possíveis motivos para o jovem desistir de cursar essa fase do ensino pode ser o seu próprio atraso escolar. Conforme mostram, um percentual significativo de adolescentes que deveriam cursar o ensino médio encontra-se ainda fazendo o ensino fundamental “Diversos estudos indicam que o atraso escolar é um dos grandes motivadores da evasão definitiva. Logo, a regularização do fluxo escolar é considerada um importante mecanismo de redução do abandono escolar.”(RIBEIRO, 1991). Esse atraso escolar acaba sendo uma fonte geradora para a vontade de não concluir a educação básica.Assim sendo, as inúmeras reprovações dos alunos do ensino fundamental é um tema importante para ser trabalhado pela política de educação brasileira.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
 A evasão e a repetência são problemas que sempre estiveram presentes na história da educação escolar brasileira tornando-se crônicos e assumindo proporções inaceitáveis em pleno século XXI. 
Alguns fatores são analisados em relação ao abandono e à evasão escolar, surgindo classificações dos mesmos em fatores endógenos e exógenos. As causas exógenas são defendidas por autores como Brandão (1983), Arroyo (1993) Janosz (1997), Queiróz (2002) , Zago (2011) argumentando que o abandono se alicerça na má condição familiar, na necessidade de trabalhar para auxiliar os pais no sustento da família e na diferença de classes que alteram as relações sociais. Segundo os autores mencionados, por mais que se tente solucionar o problema com políticas públicas regionais e locais inclusivas, o problema persiste. As causas endógenas do abandono e da evasão escolar também receberam destaque no meio acadêmico. Estudos comprovam que as mesmas podem ser endógenas ao aluno, ao professor ou à escola. Autores como Cunha (1997), Rosenthal e Jacobson (1994), (SOUZA, A. P.; POCZEK, V. P.; OLIVA, B. T.; TAVARES, P. A. (2012), realizaram estudos sobre essas causas, apontando diferentes fatores como predominantes ao problema, como o fato de recair sobre o aluno a responsabilidade pelo abandono e, por conseguinte o fracasso escolar, ou que o problema está no professor e em suas expectativas em relação ao aluno, sendo que na maioria das vezes colocam o aluno como alguém incapaz de compreender os conteúdos abrangentes, acreditando que é preciso simplificá-los para que possam aprender. Essa atitude se transforma em um círculo vicioso e quem perde é sempre o aluno. A má relação entre professor e aluno, muitas vezes fria, mecânica e distanciada, ou a forma como a escola se organiza, principalmente dos curtos tempos de aula que cada professor tem em determinadas turmas, o qual é insuficiente para trabalhar conteúdos em sala, são outros fatores apontados como prejudiciais para a continuidade dos estudos dos jovens.
 A finalidade da escola é ser um centro de reflexão, construção e transformação do conhecimento produzido historicamente pelos homens em suas relações com o meio. Trabalhar com o processo ensino-aprendizagem sistematizado e organizado, mas tendo este como ferramenta para a concretização do ideal de cidadania plena e consciente, sendo que cidadania é a ação consciente do indivíduo na sociedade, ação esta que deverá buscar a felicidade do indivíduo, sem esquecer ou subjugar o coletivo. Dentro das diretrizes estabelecidas estão: a política e a pedagógica.
POLÍTICA: Desenvolver um trabalho que leve à transformação da sociedade. Buscando a construção de um homem que saiba planejar, superar obstáculos, compreender e transformar a sociedade, que transite com segurança e competência pelo mundo do trabalho, mas que acima de tudo tenha sensibilidade para se perceber como um ser, que é obra divina, buscando a reflexão dentro dos preceitos da igualdade fraternidade e solidariedade.
PEDAGÓGICA: É o desenvolvimento de um processo ensino-aprendizagem,
que vise alicerçar-se no trabalho interdisciplinar, que busque estar dentro do
 contexto sócio-cultural, não só local, mas global e que prima pelo conhecimento. 
 Mais do que buscar as diferentes razões sociais, culturais, econômicas e
estruturais que explicam os alarmantes índices da evasão escolar esvaziam as salas de aula, as discussões atuais têm buscado compreender a juventude, suas necessidades nas sociedades em constante modificação onde o próprio conceito de “jovem” que passou a ser uma síntese de muitos fatores divergentes e contraditórios entre si. 
3 CAMINHOS PARA EVASÃO ESCOLAR
 
 A problemática da evasão escolar nos dias atuais é bastante discutida levando-se em consideração alguns aspectos, tais como: sociais, econômicos, culturais, psicológicos e biológicos. Mesmo sendo dada ênfase ao processo educativo desenvolvido em sala de aula, no qual temos como principal entrave a falta de relacionamento professor-aluno e conhecimento por eles vivenciado, que chega muitas vezes apresentar um rendimento insatisfatório.
 
 Fini, (1996,p.66) comenta sobre o sucesso e insucesso do aluno, mostrando que:
 Enfim, existem inúmeros trabalhos sobre os temas, mas muitas vezes tais investigações (re) caem na culpabilidade de uns e de outros, evidenciando articulações entre o discurso científico e o discurso moral, mas sem respaldo ou elenca mento de soluções. Alguns centram a questão da evasão no aluno e no seu seio familiar, para outros se deve a um sistema social, educacional e cultural. Surgem ainda outras explicações tais como: privações nutricionais, incompetência dos professores, formação inicial deficitária, desmotivação dos alunos que têm baixa autoestima, dentre outras explicações alicerçadas em constatações do senso comum. Muitos pesquisadores dentre as quais se destaca Patto (1997, p.237) inferem que a evasão está ligada diretamente à questão do fracasso escolar, constatando–se que: “Este constitui um dos mais graves problemas sociais do Brasil.” Nisto se explicita que a evasão estaria como uma consequência, sendo o produto de um processo histórico amplo, que engendra o funcionamento da sociedade brasileira. Nas palavras da autora:
“Neste contexto sem ignorar as questões extraescolares não se pode deixar de enfrentar que o fracasso escolar, bem como a evasão, constitui um problema pedagógico. É no estudo do cotidiano da escola que vários autores têm apontado possibilidades concretas de transformação de suas práticas, como forma de enfrentamento problema. (PATTO, 1997 p.238)”
A escola é uma instituição que surgiu para ser igualitária, oferecer educação para todos e ser ela a responsável pela reprodução e transformação das condições de produção, alimentando contradições, já que o aluno terá sempre a possibilidade de ter sucesso ou não no processo de escolarização.
Esse aluno que abandona a escola geralmente pertence a uma classe econômica menos favorecida. A mediação que o professor pode fazer entre ele e o conhecimento a médio e longo prazo. Nisso o aluno se impacienta busca um atalho, como: as drogas e a violência.
 A escolarização não é passaporte para a honestidade, mas sem dúvida o contato com o conhecimento abre portas e janelas para a pessoa enxergar outras possibilidades de vida. Não podemos ser ingênuos em relação a tudo isso e pensar que, em algum momento ou em algum lugar, não haverá excluídos do sistema, ou que a escola é uma instituição injusta e falha que acaba sempre por reproduzir o fracasso. A escola, os professores, os alunos são parte integrante de toda uma estrutura da sociedade, que se estabeleceram historicamente pelas desigualdades, que sempre gerou e gera uma produção de excedentes e excluídos. A escola é a única instituição que está com as portas abertas para receber todos, independente de classe, gênero e cor. É tarefa essencial de a Educação escolar superar e afastar todos os dias as ideias obscurantistas contidas no preconceito, nas discriminações raciais, sociais, de gênero e orientação sexual e na busca de soluções mágicas para os problemas reais.
 Desta forma, o desestimulo no processo cognitivo é resultado também da má qualidade de ensino, que a escola evidencia como problema exclusivo do aluno para esconder o seu próprio fracasso, como bem esclarece Perrenoud (1999).
É reforçado por Weiss (1992, p.2), quando afirma que: “o fracasso escolar é uma resposta insuficiente do aluno a uma exigência ou demanda da escola”. A escola tende a culpar o aluno pelo próprio fracasso, isentando-se da parcela de culpa que lhe é atribuída através, em especial pela prática mal conduzida pelos professores, que não contribuem para o desempenho escolar satisfatório, como assinala a psicopedagoga Beatriz Scoz, (2001, p.7).
A culpa ainda é, em grande parte,atribuída a problemas individuais dos alunos, que haja vista a reação dos professores a algumas questões especifica do ensino nas escolas, onde predomina o padrão conservador que se utiliza de estratégias de culpar a vitima pelo fracasso.
 A educação pode contribuir para diminuir as desigualdades sociais, e para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Os novos paradigmas da educação colocam os alunos como autores e sujeitos do mundo, no centro do conhecimento. Conforme corrobora Paro (1996, p.141) “é próprio da atividade educativa o fato de ela não poder realizar-se a não ser com a participação do aluno” e esta participação é concretizada na medida em que o aluno entra no processo e assume seu o papel de objeto e sujeito da educação. É desta forma que a escola, apesar dos resquícios tradicionais precisa ampliar sua visão e se adequar às diversidades culturais e tecnológicas, se abrir para as modificações nos seus currículos, elaborando e executando novos projetos.
Assim, a desigualdade social, por vezes reproduzida seja no ambiente escolar (sala de aula) pode justificar ao fracasso dos alunos de classes sociais populares. Nesse contexto, Scoz (2000, p.7), faz o seguinte argumento.
As desigualdades sociais, dissimuladas sob o véu das supostas desigualdades pessoais, colocavam a psicologia em destaque, subsidiando as escolas para justificar o acesso desigual dos alunos a graus mais avançados.
 Abandono e a evasão escolar são problemas presentes para todos e que as escolas em que esses profissionais trabalham vem há muito tempo empreendendo ações para combatê-lo, tendo sucesso em alguns casos, mas a maioria relata que os resultados observados são mínimos. As causas do abandono e da evasão descritas pelos participantes se mantêm como aponta o relato abaixo:
São vários e variados os fatores que levam alunos a abandonar a escola: socioeconômicos, culturais, geográficos, ou mesmo questões referentes aos encaminhamentos, didático-pedagógicos e a baixa qualidade do ensino, falta de interesse, falta de transporte escolar, não ter o adulto que leva a escola e ainda necessidades de trabalhar. (PROFESSORA).
 Em relação às ações desenvolvidas nas escolas para combater o abandono e a evasão todos os professores relataram que vem empreendendo ações buscando a solução do problema, conforme aponta o professor B:
A auto avaliação nos permite identificar as possíveis causas de desinteresse dos alunos pelo estudo e melhorar a prática pedagógica, através de questionamentos e reflexões pontuais e constantes. Deve ser uma ação desenvolvida ao final de cada bimestre, antes da realização do Conselho de Classe, e levar os resultados para as discussões no momento do Conselho, não ficando limitado em falar apenas do aluno, mas também da prática pedagógica adotada pelos professores.
Quanto à proposta de implantar as ações sugeridas pelo professor PDE em suas escolas todos os participantes disseram ser possível e viável desde que respeitado suas realidades. Alguns professores proporam expandir o projeto realizando pesquisa com os responsáveis pelos alunos e conscientizando professores da importância de resgatar os que se evadem trazendo-os de volta a escola.
Vimos que a escola possui ferramentas para fixar o aluno em seus bancos escolares. Mas, vimos também, que a mesma não emprega todas essas ferramentas na mitigação desse fenômeno. Outro fator está na motivação desse aluno a permanecer nas escolas. A oferta de um ensino que seja capaz de motivar esse jovem, despertando o interesse e o prazer em frequentar a escola, tornando o ensino menos aversivo, em concordância, também, com o que está previamente prescrito nessa nova Base Nacional Comum Curricular, uma vez que o desafio de oferecer uma educação básica de qualidade para a inserção do aluno, o desenvolvimento do país e a consolidação da cidadania é tarefa de todos. Os documentos legais consultados para embasamento deste trabalho ancoram-se nas Leis Educacionais que dispõem, sobre a organização e o funcionamento do ensino, regulamenta a organização curricular e dos mecanismos de apoio escolar para as escolas estaduais e municipais.
 
Pesquisas já realizada sobre o assunto apontam que a burocracia das normas do sistema escolar dificulta a permanência dos alunos em um momento em que este precisava de todo apoio possível e tratamento diferenciado. Tal postura torna a escola muitas vezes uma instituição limitadora e incapaz de cumprir, de fato, seu papel de promover o desenvolvimento integral do educando, conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9394/96) em seu artigo 2º. A ideia de um ensino uniforme e monótono ao passo que quando há alguma diversificação e aplicabilidade os conteúdos passam a fazer sentido, despertando o interesse e a atenção dos alunos. Segundo Valente (1998):
 
O principal objetivo da escola compatível com a sociedade do conhecimento é criar ambientes de aprendizagens que deem oportunidade às pessoas para compreenderem o que fazem e perceberem que são capazes de produzir algo que era considerado impossível, pois as experiências comprovam que em um ambiente rico, desafiador e estimulador, qualquer indivíduo será capaz de assimilar determinados conteúdos (VALENTE, 1998, p. 42).
Com relação aos motivos apontados por esses professores, no que se refere à evasão escolar, é um fator da repetência de ano letivo. Motivo este que está presente em toda a escola desde as séries iniciais do Ensino Médio.
Quanto a responsabilidade desse índice de evasão escolar, os professores, enfatizam que tanto a família como a escola e o próprio aluno, tem sua parcela de culpa. Cabe, portanto, ‘rever onde o problema que se encontra e procurar resolver’, assim comentou um dos professores investigados.
 
Em conversas com os professores, os mesmo chegam a enfocar que a responsabilidade da evasão escolar nessa instituição de ensino estar atrelada a falta de incentivos dos podres públicos, a falta de condições para que os alunos permaneçam na escola até a conclusão de seu curso; atribui também a responsabilidade dos segmentos escolar (pais, alunos, professores e gestão). Assim, a escola, apresenta um percentual de evasão de 13% conforme CENSO ESCOLAR DE 2012.
 Um fato interessante nessa investigação é no que diz respeito à reprovação que em todas as salas o problema foi abordado, onde em cada sala de 1ª a 3ª ano do Ensino Médio tem entre um e três alunos que foram reprovados. Para eles, apontar de quem realmente foi à culpa da reprovação, os mesmos afirmam ser eles os verdadeiros culpados pela sua reprovação. Mas, os mesmo deixam claro que se um dia fosse preciso desistir por algum motivo, voltaria a sua escola para estudar. Pois, no conjunto, sua escola é a sua segunda família e, sem ela ‘fica difícil viver’ assim afirmaram.
3 CONCLUSÃO
 No universo da pesquisa pode-se verificar que a instituição publica escolar oferece um bom estado físico, um quadro de professoras de boa qualidade e uma administração que merece destaque pela sinceridade. Mas, nela há a problemática da evasão escolar.
 Ressaltando o objetivo do estudo sobre a evasão escolar, verifica-se que o abandono do jovem-adolescente na Escola campo de estudo, esta relacionado com a problemática da participação dos segmentos que constituem essa entidade de ensino como um todo, o qual a escola no seu conjunto deverá motivar este aluno de modo que ele sinta que ali é o espaço que pode lhe oferecer uma oportunidade de viver melhor, seja o lado social, amoroso, intelectual e profissional.
 Nesse sentido, após análise dos questionários e das leituras realizadas sinaliza-se que a família é a primeira célula social, nela que se iniciam os processos de aprendizagens. Cabe à escola contribuir para a formação integral do educando, bem como desenvolver parcerias com a comunidade para gestar uma educação de qualidade.
 
 Assim, a atuação deve contribuir para a gestão participativa, a gestão da escola precisa estar aberta ao compartilhamento de decisões a ações coletivas, em que a participaçãode todos poderá contribuir para melhorias na comunidade escolar. Estas ações permitem estabelecer metas e realizar levantamentos das dificuldades a ser superada, como defasagem idade/ano mencionada acima.
Ressalta-se, portanto, que a problemática da evasão escolar é uma realidade da educação pública, apesar de alguns programas educacionais tenham sido de fundamental importância para combatê-la, os índices de evadidos não revelam sua eficácia, pois a maioria deles não sai nem se quer do papel.
Trabalhar a realidade dos alunos será uma estratégia que pode facilitar a construção do conhecimento do aluno em diversas áreas do saber; resgatar e estudar a cultura que os cercam; promover uma melhor relação entre professor e aluno e trabalhar a autoestima do jovem para que os mesmo permaneçam em sua escola durante toda a sua formação básica.
 
Ao concluir tem-se a certeza de que é ousando que se descobrem métodos de aprender e ensinar, pois a informação é primordial na sociedade que se vive, tudo anda a passos muitos rápidos e a escola enquanto instituição não pode ficar para trás, pois, as mídias estão cada vez mais chamando a atenção para as diversidades de informações.
 O Gestor deve ser o incentivador para que a escola organize como um todo, tendo perspectivas de cada vez mais melhorar e avançar em qualidade de educação, que é o que resume todos os entraves da vida escolar e com respeito ao outro, motivando, fazendo correspondências entre as ideias da equipe gestora e comunidade escolar é o que vem a responder ao problema que levou a esta pesquisa, que é qual a atuação do gestor na correção do fluxo da defasagem idade/ ano na escola pesquisada.
4 REFERÊNCIAS
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