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Adminstração de 
Sistemas de Informação
1ª edição
2017
Administração de 
Sistemas de Informação
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Unidade 2
A importância dos Sistemas 
de Informação
Para iniciar seus estudos
Nesta unidade vamos falar sobre a emergência da empresa digital, bem 
como lhe mostrar a importância dos sistemas de informação, tanto para as 
pessoas como para as organizações. Para reforçar, vamos mostrar alguns 
exemplos práticos nas empresas de pequeno, médio e grande porte.
Objetivos de Aprendizagem
• Mostrar ao aluno a importância dos sistemas de informação, 
tanto para as pessoas como para as organizações, com exemplos 
práticos nas empresas de pequeno, médio e grande porte.
• Compreender o nascedouro da empresa digital.
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Administração de Sistemas de Informação | Unidade de Estudo 2 – A importância dos Sistemas 
de Informação
2.1 Emergência da empresa digital
Define-se empresa digital como aquela que tem por base o uso em massa dos recursos da tecnologia da infor-
mação (TI), em que “praticamente todos os processos de negócio e relacionamentos com parceiros, clientes e 
funcionários são realizados por meio digital”, esclarecem Laudon e Laudon (2001, p. 6). 
Como vimos na Unidade 1, ambiente empresarial é formado por componentes que afetam o comportamento 
da empresa, parcial ou totalmente, alimentando o sistema de informação em seus diversos subsistemas como 
recursos humanos, gestão de negócios, marketing, logística, financeiro, entre outros. Na mesma Unidade 1, vimos 
que são quatro as mudanças no cenário mundial, ocorridas nas últimas décadas, e que provocaram alterações 
no ambiente empresarial. São elas a globalização; a transformação das economias industriais em economias de 
serviço; a transformação do empreendimento empresarial; e a emergência da empresa digital. 
Esta última ocorreu com o surgimento da internet e através desta com as possibilidades de relacionamentos 
digitais da empresa com seus clientes, fornecedores e funcionários, bem como a condução de processos de 
negócios pelas redes digitais, a gestão através dos sistemas de informação dos principais ativos da empresa e 
rapidez no monitoramento e tomadas de decisão relativos às mudanças ambientais. 
São vários os desafios impostos às empresas neste novo ambiente de negócios como a adoção o uso da tecno-
logia de informações na solução de problemas organizacionais e administrativos baseada no uso de computa-
dores; capacitação em sistemas de informação (compreensão pelos dirigentes e colaboradores sobre o uso dos 
sistemas de informação, incluindo o conhecimento dos impactos da implementação dos sistemas de informação 
sobre a organizações e os indivíduos); capacitação no uso de computadores e de outras ferramentas disponibili-
zadas pela tecnologia da informação e comunicação. 
É comum encontrarmos empresas onde funções como vendas, marketing, produção, finanças, contabilidade e 
recursos humanos estejam interligadas por computador. O grande problema para as organizações, é que após 
a adoção desta tecnologia, entende-se que os usuários passam depender de elementos-chave como pessoal 
especializado (gerentes de TI, analistas, programadores, trabalhadores do conhecimento etc.), serviços, equi-
pamentos, além de mudanças muitas vezes profundas nos procedimentos e nas estruturas organizacionais. Isto 
certamente gerará resistência às mudanças, incompreensões e insatisfações (afinal, a empresa estará contra-
tando novos profissionais, na sua maioria com salários superiores de funcionários antigos) que podem levar a 
uma piora do clima organizacional.
Entretanto, não há como negar os enormes benefícios que a TI propicia às empresas. Laudon e Laudon (2010, p. 
5) citam que
Apesar da crise econômica de 2008, somente nos Estados Unidos, A FedEx transportou mais de 
200 milhões de encomendas, a maior parte de um dia para outro, e a United Parcel Service (UPS), 
mais de 600 milhões. Com isso, elas ajudaram as empresas a responder a uma demanda em 
rápida transformação, a minimizar estoques e a operar de maneira mais eficiente. As cadeias de 
abastecimento tornaram-se mais rápidas e empresas de todos os portes passaram a depender de 
entrega imediata de seu estoque para ajudá-los a competir.
Com a adoção pela empresa dos grandes sistemas, os chamados Enterprise Resource Planning (ERPs - Plane-
jamento dos Recursos Empresariais) passará a haver uma interdependência cada vez maior entre estratégia 
empresarial, regras e processos organizacionais com os sistemas de informações. Mudanças tecnológicas ou 
na estratégia, regras e processos exigem cada vez mais investimentos em equipamentos, programas, banco de 
dados e telecomunicações. Os novos sistemas podem funcionar como um fator de limitação para as organiza-
ções, pois nem tudo que esta necessita é possível porque às vezes os sistemas não foram habilitados para tal.
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de Informação
Dentre os principais desafios para a implantação e utilização de sistemas de informação nas empresas, podemos 
citar que sem dúvida a luta da organização tradicional para se tornar uma empresa digital, competitiva, efetiva e 
capaz digitalmente, tendo que compreender as exigências de um negócio eletrônico e sistemas em um ambiente 
econômico globalizado, e para isso, desenvolver a infraestrutura tecnológica que possa apoiar os objetivos 
empresariais em pleno estado de mudança tecnológica e de processos (não se esquecendo que as mudanças 
tecnológicas ocorrem com bastante frequência) apesar do valor investido em sistemas de informação (sempre 
alto), valor este que poderia estar sendo direcionada a atividades fim da organização. Além disso tudo, a empresa 
deve se preocupar com novos problemas como o uso ético e socialmente responsável dos sistemas de infor-
mações. Este aliás, é um novo componente nas relações entre a empresa e a sociedade, pois, como veremos na 
próxima unidade, existem dimensões morais, legais, mas não eticamente indefensáveis, que a empresa deverá 
ter presente em suas preocupações institucionais.
Figura 2.1 Marketing Digital
Legenda: Marketing digital é o marketing que faz uso de dispositivos eletrônicos para 
se envolver com as partes interessadas
Fonte: 123RF. 
As mudanças de âmbito mundial ocorridas nas últimas décadas levaram ao achatamento de estruturas, à 
descentralização de decisões, flexibilidade de processos, diminuição dos custos das transações e fortalecimento 
do trabalho em equipes. Dessa forma, o surgimento das empresas digitais aconteceu por meio dos intercâmbios 
por meio das redes entre clientes, fornecedores e colaboradores via internet. Esta funciona como uma rede de 
comunicação de sistemas de informação permitindo a todos se comunicarem entre si e a trabalhar de forma 
colaborativa com a empresa. Por sua vez, a empresa oferece ambiente de negócios que favorece a competição e 
propicia mudanças nas organizações e na administração por meio do uso de sistemas de informação interdepen-
dentes entre si. Assim, diríamos que a emergência da empresa digital trouxe consigo os seguintes aspectos para 
a organização: relacionamento com clientes, fornecedores e funcionários habilitados digitalmente; processos 
centrais de negócios realizados via redes digitais; administração digital dos principais ativos corporativos; e, 
percepção e respostas rápidas às mudanças ambientais. 
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De acordo com Laudon e Laudon (2001), as empresas estão usando sistemas de informação para coordenar 
atividades e decisões por toda a organização. Por exemplo, os sistemas para gerenciamento das relações com 
clientes (CRM) e da cadeia de suprimento (SCM) podem ajudar a coordenar processos que abrangem múltiplas 
funções empresariais, inclusive as compartilhadas com clientes e outros parceiros da cadeia de suprimentos. Já 
os sistemas integrados podem automatizar o fluxo de informaçõesem toda a empresa por meio dos processos. 
Quantos sistemas de informações nos cercam? 
Hoje é impossível pensarmos em uma empresa que não desenvolva suas atividades através de sistemas de infor-
mações. Mesmo os pequenos estabelecimentos utilizam seus conceitos para executarem as tarefas do dia a dia, 
por exemplo, a caixa registradora em uma farmácia ou posto de gasolina. Essas caixas registradoras possuem um 
sistema de informação que recebe os dados de entrada como as vendas de remédios ou de gasolina, processa o 
valor total a ser pago, e emite a nota fiscal ao consumidor. Em um extremo, podemos dizer que trabalhar através 
de sistemas de informações prescinde até mesmo do uso de equipamentos de informática. Afinal, todos nós 
conhecemos algum estabelecimento, como um mercadinho de bairro, uma lanchonete de pequeno porte, que 
controla suas contas a pagar e a receber usando anotações manuais. É óbvio que, à medida em que cresça, estas 
empresas acabarão aderindo à informatização dos processos. Também é óbvio que grandes estabelecimentos 
não podem mais prescindir o uso de sistemas informatizados, isto é, sistemas de informação com as atividades 
executadas mediante o uso de equipamentos da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC).
2.2 A TI e a criação de valor para as empresas
Hu e Quan (2005 apud ZWICKER, 2007, p. 1) afirmam que o uso intensivo da TI propicia a criação de valor nas 
organizações, porque maximiza os retornos de outros investimentos; aumenta a eficiência operacional, gerando 
vantagens competitivas; melhora a capacidade de enxergar cenários e usar os recursos estratégicos; e, fornece 
opções de soluções e flexibilidade de aplicação das TIs em contextos cada vez mais complicados e competitivos. 
Durante as etapas de análise e desenvolvimento de um Sistema de Informação, é importante que os processos 
organizacionais sejam repensados e reelaborados, se for necessário. Isto porque, ao desenvolver um sistema 
informatizado, o sistema refletirá exatamente os processos organizacionais da empresa naquele momento. Se os 
processos estiverem equivocados, redundantes ou dispendiosos, estas características serão vistas, também, no 
Sistema de Informação. Por isso, é muito importante que os gestores, analistas e programadores repensem todos 
os processos organizacionais antes do desenvolvimento do Sistema de Informação.
Nos dias atuais, com a globalização, as organizações buscam e necessitam obter vantagem competitiva para 
sobreviver em uma sociedade que muda todos os dias. As Tecnologias da Informação com apoio dos Sistemas de 
Informações são utilizadas como ferramentas que agregam um diferencial competitivo no mercado atual.
Os recursos das Tecnologias da Informação oferecem apoio às decisões estratégicas da organização; apoio ao 
controle de produção e da qualidade dos serviços. Com o surgimento da automação industrial e o aumento do 
fluxo de informações internas nas organizações, as Tecnologias da Informação estão cada vez mais presentes no 
ambiente corporativo.
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Dessa forma, a inserção das Tecnologias da Informação como apoio à gestão corporativa agrega valor aos 
negócios. Um dos maiores desafios que as organizações enfrentam no mercado atual é a gestão das informa-
ções recebidas.
Para que a organização consiga fazer a gestão dessas informações é necessário a implantação do que se chama 
de Gestão do Conhecimento. A Gestão do Conhecimento oferece um direcionamento para o conhecimento 
produzido na organização com a ajuda dos fluxos de informação e das tecnologias que a acompanham.
A organização precisa criar subsídios e espaços para que as pessoas possam utilizar e administrar esse conheci-
mento no ambiente corporativo.
As Tecnologias da Informação auxiliam as empresas na Gestão do Conhecimento produzido dentro da organi-
zação, o que reflete nas tomadas de decisões mais importantes. Exemplos dessa Gestão do Conhecimento são 
visualizados com Sistemas de ERP que armazenam e processam todos os dados e informações de uma orga-
nização; Sistemas de Marcação de Consultas Médicas Online de um plano de saúde; Sistemas de Controle do 
Tráfego Aéreo, são alguns exemplos de sistemas computacionais que tratam os dados recebidos e geram infor-
mações estratégicas para tomadas de decisão.
 Quais destas ferramentas da TI você utiliza no seu trabalho?
Esta última, ainda tem uso um tanto quanto incipiente, uma vez que apenas algumas grandes empresas têm 
utilizado ferramentas de pesquisa e análise e dados. A maioria das empresas ainda utilizam a TI como ferramenta 
de agilização de processos.
Figura 2.5 Criação de Valores para a empresa meio da TI
Gestão de TI
Conversão Uso Competição
Uso adequado Dinâmica 
competitiva
Gestão
de TI
Ativos
de TI
Impactos
de TI
Desempenho
da Organização
Legenda: Como uma boa gestão dos recursos de TI pode melhorar o desempenho da Empresa
Imagem: Soh; Markus (1995 apud ZWICKER ET AL., 2007, p. 1)
Fonte: Adaptada pelo autor, a partir de Soh; Markus (1995 apud ZWICKER et al. 2007, p. 1.
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A gestão de ativos evita o desperdício com investimentos inapropriados, otimiza as atividades dos negócios; 
permite a adesão aos controles de normas de gestão; garante a qualidade e a segurança; contribui para a divul-
gação da marca da organização; contribui com a reputação da organização, entre outros. Segundo a Norma 
ABNT NBR ISO/IEC 27002 (Código de Prática para a Gestão de Segurança da Informação), um ativo é qualquer 
coisa que tenha valor para a organização e pode ser classificado como: 
• Ativos de informação: base de dados e arquivos, contratos e acordos, documentação de sistema, infor-
mações sobre pesquisa, manuais do usuário, material de treinamento, procedimentos de suporte ou 
operações, planos de negócio, procedimentos de auditoria e informações.
• Ativos de software: programas de computador, sistemas, ambientes de desenvolvimento de sistemas e 
sistemas utilitários.
• Ativos físicos: equipamentos de computador, equipamentos de comunicação, mídias removíveis.
• Serviços: de computação e comunicação, serviços de iluminação, eletricidade, refrigeração, serviços gerais.
• Recursos humanos: qualificação e experiência dos colaboradores.
• Intangíveis: reputação, capital social, imagem da organização.
Para que se entenda a importância do uso da TI nas organizações, devemos falar sobre a criação de ativos propi-
ciados pela TI que consiste no conjunto formado pelos bens tangíveis (hardware, software) e intangíveis (conheci-
mento, relacionamento). Soh e Markus (1995 apud ZWICKER et al., 2007, p. 1) sintetizaram na Figura 2.5 , como 
uma boa gestão de TI pode melhorar o desempenho da empresa. Na figura vimos representada a sequência 
de eventos (Conversão, Uso e Competição) e resultados (Gestão de TI, Uso Adequado e Dinâmica Competitiva) 
relacionados à obtenção de benefícios organizacionais a partir de investimentos em TI. Como os eventos são 
sempre dependentes do sucesso do anterior, para que a TI resulte em alguma melhoria no desempenho da orga-
nização, é necessário que o uso da TI tenha provocado impactos nos processos da organização. Entretanto, esta 
não é uma condição suficiente para que ocorram melhorias na performance organizacional, pois, isso também 
depende de fatores fora do controle da organização como a economia e a concorrência. Estes fazem parte do 
processo competitivo do modelo, e devem considerar a dinâmica competitiva do ambiente no qual a empresa 
está inserida.
Outro fator importante para que estes impactos da TI sejam relevantes, são os ativos de TI que, de acordo com 
Zwicker et al. (2007, p. 6), são compostos por:
(a) uma infraestrutura de TI flexível e adequada; (b) um conjunto de aplicações claramente 
integrado às necessidades e estratégias da empresa, possibilitando a troca de informaçõese a 
coordenação entre as diversas atividades empresariais; (c) capacitação de pessoas, representada 
pelo conhecimento e experiência dos profissionais de TI e pelo conhecimento e habilidades dos 
usuários na utilização das aplicações. A simples existência de ativos de TI não implica, necessa-
riamente, a obtenção dos impactos de TI. É necessário considerar o efetivo uso desses ativos, o 
que compõe o “processo de uso da TI”, e o atendimento dos requisitos de “uso adequado” desses 
ativos. O processo de uso da TI deve contemplar os objetivos da organização de maneira que a 
sua performance seja melhorada. Já o uso adequado da TI deve considerar a sua extensão (abran-
gência de tarefas empresariais realizadas com apoio da TI), a sua intensidade (volume do uso) e o 
seu grau de dependência imposto à empresa.
Finalmente, para assegurar o uso adequado dos ativos de TI (recursos humanos, hardware, software, bancos de 
dados, sistemas de comunicação, entre outros), os gestores precisam analisar, minuciosamente, os investimentos 
necessários de acordo com as reais necessidades da organização. É muito comum a aquisição de softwares e 
hardwares sem uma análise prévia da necessidade de tal infraestrutura e os mesmos ficarem sem uso, acarre-
tando em prejuízo para a organização.
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Toda demanda de investimentos deve ser muito bem analisada de acordo com as necessidades da organização. 
Ainda para Zwicker e outros (2007, p. 6),”é importante questionar se ela (TI) está sendo adequadamente utilizada 
para a geração de valor, isto é, se ela efetivamente traz benefícios para os negócios da empresa”. Afinal, para que 
a tecnologia de informações contribua significativamente para a melhoria do desempenho da organização, é 
importante que se faça uso adequado da mesma.
Outra questão que se levanta é se a TI é investimento ou custo? A quem devem ser contabilizadas as despesas 
efetuadas na tecnologia de informação? Para tentar dirimir estas questões, vamos primeiro definir o que são 
investimento e custo.
Investimento é gasto que se faz em determinado ativo esperando que este gere um fluxo de caixa, que ao ser 
descontado por uma taxa que leva em conta o risco do projeto, tenha um valor presente líquido maior que o 
valor investido. Já os custos são os valores despendidos com a criação, produção ou comercialização de produtos 
e/ou serviços da empresa. Ora, como os gastos em TI são feitos com determinados objetivos como incremento 
nas vendas, redução de custos, otimização de recursos, podemos afirmar que se trata de um investimento da 
empresa, considerando que esta é a principal beneficiária do uso da tecnologia da informação.
Valor Presente Líquido é uma técnica de análise de investimentos que consiste em concen-
trar todos os valores esperados de um fluxo de caixa no período zero.
Glossário
Na Unidade 3, teremos a oportunidade de discutir mais detalhadamente a análise de custo e benefícios, mas 
antecipando, pode-se afirmar que qualquer investimento feito com planejamento cuidadoso tende a ser lucra-
tivo, mesmo considerando as instabilidades econômicas típicas de nosso país. Estas instabilidades por certo vão 
exigir a criação de diversos cenários para subsidiar o processo de análise.
2.3 A TI e a gestão do conhecimento
A Gestão do Conhecimento é um conjunto de atividades destinada a criar, armazenar, disseminar e utilizar eficien-
temente o conhecimento na organização, principalmente em seu aspecto estratégico. Os Princípios Funda-
mentais da Gestão do Conhecimento são: o conhecimento está e é originado individualmente nas pessoas; o 
desenvolvimento de confiança, estímulos e recompensas são condições que favorecem o compartilhamento do 
conhecimento; a tecnologia possibilita novos comportamentos ligados ao conhecimento; e, o conhecimento é 
criativo e deve ser estimulado a se desenvolver de formas inesperadas.
O uso puro e simples da TI não é suficiente para a gestão do conhecimento, pois existe uma rede de interações e rela-
cionamentos que propiciam o desenvolvimento e a captação do conhecimento. O ser humano é um fator essencial 
na transmissão do conhecimento, uma vez que é responsável pela sua geração e transferência e não apenas mero 
usuário. Davenport e Prusak (1998) afirmam que o valor agregado pelas pessoas – contexto, interpretação e expe-
riência – são os fatores que transformam dados e informações em conhecimento. Em complementação, autores 
como Nonaka e Takeuchi fizeram um estudo mais detalhado e mostraram de forma categórica como a informação 
se torna conhecimento e a forma como esta se replica, criando novos conhecimentos. Hoje, muitas empresas de 
portes diversos estão investindo na gestão do conhecimento, principalmente para “ouvir” o mercado.
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Figura 2.6 TripAdvisor
Legenda: HIANGMAI, TAILÂNDIA - 26 de fevereiro de 2015: homepage TripAdvisor através de uma lupa glass.TripAdvisor.
com é um site de viagens fornecendo informações de diretório e opiniões de conteúdos relacionados com viagens.
Imagem:42840545
Fonte: 123RF.
Existem empresas que se dedicam apenas à venda de conhecimento a partir de dados coletados junto ao mercado, 
como é o caso do site de viagens TripAdvisor, que fornece informações e opiniões de conteúdos relacionados ao 
turismo. Por algum algoritmo que não divulga, o aplicativo faz uma seleção prévia das pessoas que frequentaram 
determinado restaurante ou se hospedaram em um hotel e pelas redes sociais solicita a avaliação do usuário. A 
cada avaliação, o avaliador recebe uma pontuação que poderá gerar algum benefício para si. Dentre os usuários 
das informações do TripAdvisor estão hotéis, restaurantes, agências de turismo e agências governamentais de 
divulgação turística.
2.4 Evolução das tecnologias da informação
As tecnologias da informação evoluíram muito rápido ao longo dos últimos anos. Foi a partir da Segunda Guerra 
Mundial que surgiram as descobertas tecnológicas mais surpreendentes em âmbito mundial e que perduram até 
os dias atuais. O primeiro computador programável e o primeiro transistor foram os responsáveis pela evolução 
da tecnologia da informação no século XX.
A partir da década de 1970 as tecnologias da informação difundiram-se amplamente pelo mundo com a invenção 
de semicondutores, chips, circuitos integrados, e microprocessadores que é o computador em um único chip. A 
evolução das tecnologias da informação muito se deve à evolução da microeletrônica.
Em 1946, na Pensilvânia, surgiu o primeiro computador para uso popular chamado de ENIAC. Em 1975, nos 
Estados Unidos, surgia o primeiro microcomputador chamado de Altair e, em 1977, também nos Estados Unidos, 
surge o primeiro produto comercial de sucesso, o Apple II.
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De 1946, até os dias de hoje, as tecnologias da informação evoluíram tanto em questões que dizem respeito ao 
hardware, quanto ao software. Computadores e programas de computadores são aperfeiçoados e desenvolvidos 
cada vez mais com recursos e tecnologias de última geração.
A partir de 1981, tem início a era da disseminação dos computadores pessoais, os chamados Personal Computers 
(PCs) que qualquer pessoa poderia adquirir sem necessitar de muito conhecimento em computação e informática.
A década de 1990 é caracterizada pelo processamento e armazena mento de dados em redes de computadores.
O avanço das tecnologias de informação contribui para que, administradores e suas empresas possam gerenciar 
a quantidade excessiva de dados e informações disponíveis no mundo atual. O processo de decisão dos gestores 
envolve o estabelecimento de metas e critérios, a assimilação de informação relevante para essas metas e crité-
rios, e a análise com base nas suas experiências profissionais.As tecnologias da informação alteraram o mundo dos negócios de forma irreversível. Desde que as tecnolo-
gias da informação foram inseridas na sociedade em meados da década de 1950, muitas mudanças alteraram a 
forma como as organizações operam, criam e comercializam os seus produtos. Por exemplo, muitas lojas estão 
anunciando os seus produtos e serviços com maior frequência em sites de redes sociais, e com menos frequência 
em jornais e revistas impressos. 
Fora do mundo dos negócios, as tecnologias da informação alteraram as formas, processos e, o nosso próprio 
estilo de vida. No mundo desenvolvido, as crianças aprendem noções de programação e de computadores ainda 
bem pequenos. As pessoas interagem em aplicativos a partir de dispositivos móveis com muito mais frequência 
do que anos atrás. As tecnologias da informação alteraram o modo como as pessoas trabalham, estudam e se 
relacionam socialmente.
Um exemplo de como aconteceram mudanças no mundo dos negócios com a chegada das tecnologias da infor-
mação, é a área da logística. A logística é o setor dentro de uma empresa que faz a gestão do movimento de 
cargas, pessoas e documentos de forma adequada. A logística existe no nível do suprimento da organização, no 
processo produtivo e no nível das vendas e distribuição com o objetivo único de que tudo funcione como tem que 
funcionar, no tempo e local adequados, com o uso de equipamentos corretos e com pessoal qualificado.
No passado, o conhecimento logístico foi utilizado de forma mais sistemática, tornando-se um diferencial para 
quem conseguia implementar estratégias eficientes de movimentação e deslocamento de pessoas, suprimentos 
e equipamentos. Antes as empresas percebiam que bastava apenas vender o produto e estava liberada das suas 
obrigações para com o cliente. Hoje sabe-se que vender e colocar o produto em tempo hábil, com menor custo 
possível, disponível no mercado, é um ponto muito importante que determinará o sucesso ou fracasso de uma 
empresa. Trabalhar a logística é conhecer todas as suas variáveis e controlá-la de forma que se ajustem ao tipo de 
serviço, produto ou mercadoria que se está gerenciando.
Hoje, é necessária uma logística eficiente que deve estar atenta para o gerenciamento das informações a fim de 
conseguir os melhores resultados possíveis. Para isso, há o apoio de softwares e hardwares para a gestão da área 
da logística. O maior problema está na alimentação dos sistemas de informação com dados e informações válidas 
para que possam ser processadas em tempo hábil e gerar informações úteis para o negócio. Um sistema de infor-
mação é composto por um banco de dados, procedimentos para recuperá-los, programas de processamento de 
dados e programas capazes de analisá-los.
Assim como em outras áreas, os dados para fins logísticos podem vir de diversas fontes, sendo que o maior desafio 
da gestão de informações é justamente, organizá-los e armazená-los em um único banco de dados.
12
Considerações finais
Iniciou-se a unidade conceituando a empresa digital, discutindo as 
condições que favorecerem sua expansão. No tópico Emergência da 
Empresa Digital, vimos os desafios que as empresas vão encontrar no 
processo de conversão para as plataformas digitais e evolução no uso 
das ferramentas digitais.
O tópico A Ti e a Criação de Valor para as Empresas abordou as principais 
contribuições que a tecnologia da informação pode trazer para a criação 
de ativos da empresa.
Na seqüência, no tópico A TI e a Gestão do Conhecimento, falamos um 
pouco sobre esta importante questão, que está na ordem do dia das 
empresas mundo afora e está bastante conectada com a geração de 
inovações nas empresas. Este assunto é tão importante que voltaremos a 
falar dele em outra unidade.
No último tópico desta unidade, Evolução das Tecnologias da Infor-
mação, abordamos um tema bastante atual que é o fato das empresas 
trabalharem em workflow através das redes de comunicações de dados. 
Falamos também um pouco sobre as tendências da tecnologia, como um 
novo super chip que está sendo projetado.
Como dissemos na abertura da unidade anterior, o tema Tecnologia de 
Informações é bastante extenso e não pode ser esgotado em algumas 
poucas páginas. Outro fator complicador é que a tecnologia de uma 
forma geral avança a passos tão largos que é impossível determinar o que 
é o mais atual. Nós sentimos isso nas coisas mais corriqueiras, como na 
compra de um carro ou de um celular.
Referências bibliográficas
13
DAVENPORT, T. H.; PRUSAK, L. Working knowledge: how organizations 
manage what they know. Boston: Harvard Business School Press, 1998.
MASUDA, Y., A Sociedade da Informação como sociedade pós indus-
trial. Kival Charles Weber e Ângela Melim (trad.). Rio de Janeiro: Rio, 1982.
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de Conhecimento na Empresa: como 
as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Ana Beatriz Rodri-
gues e Priscila Martins Celeste (trad.). Rio de Janeiro: Elsevier, 1997.
LASTRES, H. M. M.; ALBAGLI, S. Informação e globalização na era do 
conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1999.
LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Gerenciamento de Sistemas de Infor-
mação. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 2001.
_____. Sistemas de informação gerenciais. 7. ed. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2010.
ZWICKER, R. et. al. Grau de informatização de empresas: um modelo 
estrutural aplicado ao setor industrial do estado de São Paulo. RAE Eletrô-
nica, São Paulo, v. 6, n. 2, jul./dez. 2007.

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