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Coleções Botânicas

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS 
INSTITUTO DE BIOLOGIA 
 
 
 
Ana Lívia de Pinho Barreto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO BAS – COLEÇÕES BOTÂNICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
 
 
Ana Lívia de Pinho Barreto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO BAS – COLEÇÕES BOTÂNICAS 
 
 
 
Trabalho substitutivo apresentado ao projeto 
Bolsa Auxílio Social da Universidade 
Estadual de Campinas, orientado pelo Prof. 
André Olmos Simões, como equivalente das 
atividades presenciais em laboratório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
 
 
Resumo 
 
O presente trabalho tem como propósito expor, de forma resumida, definição, 
métodos de coleta, preparo e conservação do material botânico e sua relevância para 
estudos científicos entre os diversos tipos de coleção. Para tal, foram consultados 
artigos e livros acadêmicos, entre outras plataformas de cunho técnico, visando obter 
informações que contribuíssem com o objetivo deste trabalho. Concluiu-se que as 
coleções botânicas, independente da sua finalidade, são ferramentas essenciais para 
o conhecimento da biodiversidade vegetal e, principalmente, para sua preservação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palavras-chaves: Coleções botânicas, Coleta, Montagem, Conservação. 
 
 
Abstract 
 
The present academic work aims to expose, briefly, definition, methods of 
collection, preparation and conservation of botanical material and its relevance in 
scientific studies, among the different types of collection. For this purpose, academic 
articles and books were consulted, in order to obtain information that would vouchsafe 
to the objective of the text. It concluded botanical collections, regardless of use, are 
essential tools for the knowledge of plant biodiversity and, mainly, for its conservation. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Keywords: Botanical collections, Collect, Assembling, Conservation. 
 
https://www.linguee.com.br/ingles-portugues/traducao/assembling+process.html
4 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. Introdução ........................................................................................................ 6 
2. Coleções taxonômicas .................................................................................... 7 
2.1. Coleções didáticas .......................................................................... 7 
2.2. Coleções de pesquisa .................................................................... 7 
2.2.1. Grandes coleções gerais .............................................................. 7 
2.2.2. Coleções particulares ................................................................... 8 
2.3. Coleções regionais ......................................................................... 8 
2.4. Coleções especiais ......................................................................... 9 
2.4.1. Coleções de interesse econômico .............................................. 9 
2.4.2. Coleções de identificação .............................................................. 9 
2.5. Coleções de tipos ......................................................................... 10 
3. Coleções botânicas ....................................................................................... 11 
3.1. Coleta e preparo do material botânico ........................................ 11 
3.1.1. Equipamento de coleta ............................................................... 11 
3.1.2. Pesquisa de campo..................................................................... 12 
3.1.3. Atividades de laborátorio ........................................................... 13 
3.1.3.1. Montagem .................................................................................... 13 
3.1.3.2. Identificação, registro, armazenamento e preservação..... ...... 14 
4. Tipos de coleções botânicas ........................................................................ 15 
4.1. Herbário ......................................................................................... 15 
4.1.1. Como realizar a consultar no herbário ........................................ 16 
4.2. Carpoteca ....................................................................................... 16 
4.2.1. Conservação em meio aquoso .................................................... 17 
4.3. Xiloteca .......................................................................................... 17 
4.4. Palinoteca ...................................................................................... 18 
4.5. Laminário de células e tecidos vegetais ..................................... 18 
 
 
4.5.1. Fixação, desidratação e armazenamento.....................................19 
4.5.2. Montagem das lâminas ................................................................. 19 
4.6. Bancos de germoplasma .............................................................. 20 
4.7. Horto botânico e Jardim botânico ............................................... 20 
5. Coleções virtuais ........................................................................................... 21 
6. Conclusão ...................................................................................................... 22 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 23 
 
 
6 
 
 
1. Introdução 
 
O mundo dos seres vivos possui grande vastidão, tornando impossível estudar, 
preservar e colecionar tudo. Nessas circunstâncias, cada tipo de pesquisa exige 
particularidades especificas para que tais processos sejam realizados devidamente 
(Papavero, 1994, p.19). A partir disso, surgiram as coleções biológicas, que nada 
mais são do que repositórios estáticos de informação usados para catalogar 
espécimes e realizar atividades de análise sistemática (Canhos et al, 2006, p.1). 
Cada uma dessas coleções recebe nome e lugar em uma determinada 
instituição de ensino ou pesquisa, tendo finalidades bem estabelecidas, pois 
necessitam de espaço físico, dedicação do corpo de pesquisadores associados e 
investimento para a sua correta manutenção (Fonseca & Vieira, 1984, p.6). Nestas 
coleções, pode-se colecionar um gama variável de organismos1, os quais são 
ferramentas fundamentais para o conhecimento e estabelecimento de diretrizes de 
conservação da biodiversidade remanescente (Rodrigues & Bononi, 2008, p.148). 
Tendo esses conceitos como referência, o foco desta pesquisa estará inserido nas 
coleções botânicas e seus tipos – herbário, carpoteca, xiloteca, etc –, buscando 
explicar e exemplificar definições, métodos de coleta, equipamentos, montagem, 
identificação, registro, armazenamento e preservação das amostras contidas em 
cada coleção. Desse modo, na expectativa de facilitar a compreensão, o texto foi 
elaborado pensando no Método Analítico, que constitui partir do assunto mais geral 
ao mais especifico (Frade, 2005), ou seja, partiu-se das coleções taxonômicas como 
um todo, seus aspectos de classificação que abrangem as coleções biológicas em 
sua totalidade, para posteriormente abordar os tipos de coleções botânicas e métodos 
de preparo. Dessa maneira, acredita-se que esse modelo de organização possibilita 
a ampla percepção do tema para especialistas ou leigos. 
 
 
 
 
 
 
1 Dividem-se em cinco tipos: coleções arqueopaleontológicas, coleções botânicas, coleções 
fitopatogênicas, coleções microbianas e coleções zoológicas (Portal Fiocruz, 2020). 
7 
 
 
2. Coleções taxonômicas 
 
As coleções taxonômicas são conjuntos de espécimes mortos ou partes 
corporais, devidamente preservados e documentados. A partir delas, são registradas 
variações morfológicas, genéticas, geográficas, entre outras. Constituindo, assim, 
uma fonte básica de informação para trabalhos de sistemática e biogeografia 
(Papavero, 1994). 
Essascoletâneas podem variar de acordo com a sua finalidade e, por isso, 
foram divididas em cinco grupos: Coleções didáticas, Coleções de pesquisa, 
Coleções regionais, Coleções especiais e Coleções de tipos (Ibidem, pp.19-27). 
 
2.1. Coleções didáticas 
 
As coleções didáticas reúnem materiais destinado ao ensino e possuem curta 
duração devido ao manuseio intenso, já que são utilizadas em demonstrações e em 
atividades de preparação para o trabalho docente e, por isso, são de renovação 
permanente (Marandino et al apud Marandino et al, 2009, p.5). Seus exemplares 
podem ser comuns e abundantes ou espécimes danificados ou sem informação de 
procedência, fazendo com que a amostra perca seu valor para pesquisas (Papavero, 
1994, p. 23). 
Nas coleções botânicas, onde seus constituintes costumam ser interligados, 
esse tipo de agrupamento é completamente independente e geralmente dissociado 
de um herbário (informação verbal) 2. 
 
2.2. Coleções de pesquisa 
2.2.1. Grandes coleções gerais 
 
As Grandes Coleções Gerais são responsáveis por abrigarem uma grande 
quantidade e diversidade de espécimes, com amostras de grandes regiões ou de todo 
o mundo (Papavero, 1994, pp.23-24). 
 
2 Informações fornecidas por André Olmos Simões, orientador deste trabalho, durante uma 
discussão sobre os pontos importante a serem abordados, em abril de 2020. 
Merli
Nota
Aqui foi feito este comentário: "Você pode explicar um pouco mais sobre o propósito de uma coleção didática. Por exemplo: fiz uma coleção de angiospermas, que tipo de material devo procurar e o que pretendo mostrar aos alunos? Quais partes da planta são importantes de serem preservadas?
Outro ponto que merece ser destacado: como preservar os materiais vegetais? Material fresco, fixado em álcool, desidratado na forma de exsicatas, carpoteca, laminários, etc?"
Merli
Nota
Eu tentei explicar melhor o propósito da coleção didática consultando outros materiais, mas as explicações que encontrei foram relativamente parecidas com o que já tinha escrito. 
Em relação as sugestões dadas no "[...]Por exemplo:fiz...", eu entendi pela leitura que as coleções didáticas recebem todo tipo de material e o que vai ser mostrado durante aulas etc, depende da aula que vai ser dada, então não acrescentei nada a respeito, já que não encontrei nada específico.
Por último, na parte sobre preservação, eu mencionei como as amostras devem ser preservador quando entrei no assunto dos tipos de coleções botânicas e por isso não achei relevante mencionar aqui também, já que existem tópicos para tratar com detalhes sobre o assunto de preservação. 
8 
 
 
No Brasil, tem-se como exemplo o Herbário do Jardim Botânico do Rio de 
Janeiro, o Museu de Zoologia da USP, o Instituto de Botânica de São Paulo, o Instituto 
de Pesquisa da Amazônia (INPA) (informação verbal)3, entre outros. 
 
2.2.2. Coleções particulares 
 
Outrora muito comuns, esses tipos de coleções eram feitas com recursos 
particulares por especialistas formados em determinada área do conhecimento. 
Normalmente, essas coleções eram restritas a um ou poucos grupos relevantes ao 
colecionador. Podiam ter um grande valor científico, tendo em vista que costumavam 
reunir amostras raras ou de áreas pouco representadas em coleções públicas. Às 
vezes, acabavam sendo doadas ou vendidas para instituições quando o dono morria 
ou perdia o interesse nos espécimes (Papavero, 1994). 
Vale mencionar que, mesmo na época em que eram usuais, não era apropriado 
que um pesquisador vinculado a qualquer instituição pública mantivesse uma coleção 
particular em paralelo, já que conflitos de interesse poderiam acontecer e a instituição 
em questão ser de alguma forma prejudicada (Ibidem, p. 24). 
Hoje, muitas dessas coleções particulares foram incorporadas ao acervo de 
museus e herbários (informação verbal)4. 
 
2.3. Coleções regionais 
 
Reúnem espécimes de determinada localidade, área ou região geográfica. São 
extremamente importantes, porque abrigam séries de espécies endêmicas, por vezes 
raras em outras coleções, além de contribuírem às pesquisas de conservação 
(Papavero, 1994, p. 24-25). 
No Brasil, são bastante habituais5, como o Museu Paraense Emilio Goeldi, 
dedicado à biota amazônica; o Centro de Coleções Taxonômicas da UFMG, com 
 
3 Informações fornecidas por André Olmos Simões, orientador deste trabalho, como correção 
dos dados antes apresentados nesse parágrafo, em maio de 2020. 
4 Informações fornecidas por André Olmos Simões, orientador deste trabalho, como 
complemento dos dados antes apresentados nesse parágrafo, em maio de 2020. 
5 Informações obtidas por meio do portal digital de cada instituição mencionada adiante no 
texto. 
9 
 
 
coleções significativas dos diversos domínios existentes no Estado de Minas Gerais; 
e o Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 
destinado ao estudo e conservação de espécies nativas do Estado. 
 
2.4. Coleções especiais 
 
Diferentemente das Coleções Regionais, esses tipos de coleção agregam 
material destinado a fundamentar estudos específicos6 (Papavero, 1994, p. 25). 
 
2.4.1. Coleções de interesse econômico 
 
Essas coleções abrangem vários aspectos e agrupam espécimes de 
importância a áreas especificas7, sendo dedicadas à pesquisa e resolução de 
problema de setores voltados à economia (Papavero, 1994, p. 25). 
 
2.4.2. Coleções de identificação 
 
Esses tipos de coleção servem de apoio à rotina de identificação de material 
biológico para as mais diversas finalidades e pertencem primordialmente a 
instituições de prestação de serviços (Papavero, 1994). 
Nessas coleções, não há a necessidade de uma série, pois bastam pequenas 
representações de cada espécie, podendo ser restrita a um casal que apresenta 
dimorfismo sexual. Em alguns casos, é desejável a existência de exemplares de 
formas jovens e imaturas (Ibidem). 
O material contido nessas coleções é usado para comparações com amostras 
coletadas ainda não reconhecidas – geralmente após aproximação efetuada pelo uso 
de chaves ou de diagnoses – e é fundamental que esteja corretamente determinado 
 
6 Muitas das Coleções Botânicas podem se enquadrar nessa categoria, como as carpotecas, 
xilotecas, palinotecas etc. Essa informação foi passada de forma verbal pelo orientador André Olmos 
Simões, como complemento do texto. 
7 Podem ser médicos-sanitários, agropecuários, alimentares, florestais, vigilância aduaneira 
etc. Para facilitar, vamos considerar o exemplo de Papavero (1994, p.25): “[...]coleções em instituições 
dedicadas à pesquisa e resolução de problemas médicos sanitários, colecionarão apenas grupos de 
importância para a sua área (vetores de doenças, hospedeiros intermediários etc.).”. 
10 
 
 
por especialistas ou por comparação com material-tipo para que erros sucessivos não 
ocorram (Ibidem, p. 26-27). 
 
2.5. Coleções de tipos 
 
Por fim, as amostras das coleções de tipos são exemplares nos quais se 
fundamentaram e fundamentam descrições de espécies e, geralmente, seu exame 
permite elucidar uma série de problemas taxonômicos (Papavero, 1994). 
São extremamente importantes e valiosas, por esse motivo, algumas 
instituições preferem manter todos os tipos primários (holótipos, lectótipos e 
neótipos)8 em coleções independentes, visando evitar a sua destruição no caso de 
catástrofes (Ibidem, p.27). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 As definições a seguir foram retiradas do Código Internacional de Nomenclatura Botânica 
para Algas, Fungos e Plantas (Melbourne Code, 2012, pp.16-18), tradução oficial por Bicudo & Prado 
(2013): 
- “Um holótipo de um nome de uma espécie ou táxon infra-específico é um espécime ou uma 
ilustração [...] utilizado(a) ou designado(a) pelo autor como o tipo nomenclatural. Enquanto existir o 
holótipo, ele fixa a aplicação do nome a que se refere [...].”. 
- “Um lectótipo é um espécime ou ilustração designado(a) [...], se não houvedesignação de 
holótipo na época da publicação, se o holótipo está desaparecido ou se for concluído que ele inclui 
mais de um táxon [...]. Para nomes sancionados, um lectótipo pode ser selecionado a partir dos 
elementos associados com um deles ou ambos protólogo e tratamento que sanciona [...].”. 
- “Um neótipo é um espécime ou ilustração selecionado para servir como tipo nomenclatural, 
se não existir material original ou desde que este esteja desaparecido [...].”. 
Merli
Nota
Esse tópico não existia na primeira versão. Quando fiz da primeira vez acabei me confundindo e não colocando, então inclui agora. 
Encontrei sobre essa coleção apenas no Papavero (1994) e tentei sintetizar o que estava escrito da forma mais clara possível. 
11 
 
 
3. Coleções botânicas 
 
Coleções botânicas são entendidas como bancos de armazenamento de 
espécimes vegetais – inteiros ou em partes – para fins científicos. Esses acervos são 
compostos de amostras vivas ou mortas, sendo ambas adequadamente preservadas 
(Fonseca & Vieira, 2015). 
Para armazená-las, as instituições precisam dispor de espaço físico em 
condições adequadas, dedicação por parte do corpo de pesquisadores associados e 
investimentos para correta manutenção (Ibidem, p.6). 
 
3.1. Coleta e preparo do material botânico 
 
A obtenção de material para coleções depende muito frequentemente da busca 
e captura dos espécimes, assim, são elaboradas expedições de coleta para que o 
procedimento seja bem realizado e, posteriormente, as amostras devidamente 
preparadas (Fonseca & Vieira, 2015, p.8). 
 
3.1.1. Equipamentos de coleta 
 
Para realizar a coleta dos exemplares botânicos, é preciso ter à disposição 
utensílios que garantam a execução9, tanto para espécimes de fácil acesso quanto 
para as mais dificultosas, como as arbóreas: 
▪ Binóculo: auxilia o profissional na localização de material fértil, bem 
como na própria identificação das espécies em campo; 
▪ Caderno de coleta: registro de informações essenciais de cada amostra 
coletada; 
▪ Caneta e lápis: utilizada tanto para anotação como para marcar os 
materiais vegetativos coletados; 
 
9 Foram utilizados trabalhos acadêmicos distintos para confecção desse parágrafo. Para as 
amostras consideradas de fácil acesso, foi usado o Manual de Instrução para Coleta, Identificação e 
Herborização de Material Botânico, escrito por Ivonei Wiggers e Carlos Eduardo Bittencourt Stange, 
2008; e para as arbóreas o Técnicas de Coletas, Herborização e Inventário Florístico de Arbóreas, 
escrito por Ana Patrícia Cota. 
Merli
Nota
Aqui foi feito este comentário: "Este parágrafo poderia estar dentro do tópico "coleções taxonômicas", como um parágrafo complementar."
Merli
Nota
Não adicionei as coleções taxonômicas porque eu montei o trabalho de acordo com o método analítico (explicado na introdução). Fiz assim justamento por eu própria não conhecer o assunto quando comecei a desenvolver o trabalho e isso facilita a compreensão para quem não tem um conhecimento prévio do assunto. 
Além disso, se eu alterasse, teria de repensar a montagem do trabalho, já que não faria sentido eu sair de coleções de tipos e entrar num assunto de coleta e preparo do material botânico.
12 
 
 
▪ Espingarda: para coletas a grandes alturas onde outros métodos não 
alcançam; 
▪ Esporão e escada de alumínio: utilizado para coletas em espécimes 
arbóreas; 
▪ Fita crepe: todo material botânico coletado deverá ser identificado com 
auxílio de uma fita crepe contendo o número do indivíduo. 
▪ GPS: utiliza-se para medir a posição geográfica do espécime a ser 
coletado; 
▪ Jornal: para acondicionar as amostras coletadas; 
▪ Máquina fotográfica: usa-se para registro visual; 
▪ Podão, terçado, tesoura de poda, faca, facão ou canivete: usado no 
corte de ramos a serem coleta dos e na constatação de determinadas 
características em campo, como retirada de casca para averiguar cor e 
odores, verificação da presença de látex, etc; 
▪ Prensa: para prender as pilhas formadas pelos jornais contendo os 
exemplares intercalados com papelão e folhas de alumínio; 
▪ Saco de plástico: utilizado para acondicionar em campo o material 
coletado; 
▪ Trena ou fita métrica: para medir o diâmetro ou circunferência das 
árvores. 
 
3.1.2. Pesquisa de campo 
 
Todo o material coletado deve ter seus dados anotados no caderno durante o 
ato da coleta. Essas informações são posteriormente transcritas na etiqueta que 
acompanha cada espécime da coleção (Fonseca & Vieira, 2015). Então, algumas 
informações são indispensáveis: 
▪ Número do coletor: são organizadas em numeração arábica crescente 
e cada coleta recebe um único número; 
▪ Procedência ou local de coleta: refere-se à localidade específica onde 
foi coletado o material. A procedência correta inclui o país, o estado, o 
município, a descrição do local e as suas coordenadas geográficas; 
13 
 
 
▪ Data da coleta: fornece informações sobre a fenologia (períodos de 
floração e/ou frutificação) de cada espécime coletado; 
▪ Nome do(s) coletor(es): é fundamental para se obter informações 
adicionais sobre a amostra. O nome do coletor chefe e o seu número de 
coleta são dados permanentemente ligados ao espécime coletado; 
▪ Observações sobre a planta e informações gerais: abrangem 
características que se perdem ao se retirar a planta do seu habitat ou 
após secá-la. Outra informação importante é o domínio fitogeográfico e 
a formação vegetal em que a planta foi coletada. 
Posteriormente à coleta, as cópias de cada espécime devem ser amarradas 
com fita crepe, na qual será anotado o número do caderno que correspondente à 
espécie botânica. Os ramalhetes são organizados e transportados em sacos plásticos 
amplos para, seguidamente, serem prensados (Ibidem). 
No caso de amostras delicadas, como plantas aquáticas, espécies com pétalas 
caducas ou folhas compostas, deve-se prensá-las no decorrer do ato de coleta com 
o objetivo de que não sofram danos a posteriori (Ibidem, pp. 10-12). 
 
3.1.3. Atividades de laboratório 
 
Ao final da etapa de coleta, a qual foi abordada no tópico anterior, as prensas 
são colocadas em estufas que podem ser de fluxo de ar quente ou com lâmpadas, 
devendo se manter uma temperatura de aproximadamente 60ºC, onde permanecem 
até que as amostras estejam desidratadas. Após a secagem, o material passa para 
processos mais complexos. Esses, por sua vez, constituem a fase laboratorial, na 
qual ocorre a montagem, a identificação e o registro das exsicatas (Fonseca & Vieira, 
2015, pp.13-16). 
 
3.1.3.1. Montagem 
 
Para facilitar o manejo e estudo, o material recolhido é montado. Dentre as 
cópias, escolhe-se a que está em melhores condições para representar a espécie na 
coleção. A amostra escolhida, então, deve ser costurada, usando-se uma agulha, com 
14 
 
 
pontos e linha extra forte em papel cartão branco de 42 cm de comprimento por 29,5 
cm de largura. No canto superior esquerdo, coloca-se um envelope no qual são 
armazenadas as partes desprendidas do restante do espécime. De lado oposto 
inferior, é colada a etiqueta com os dados transcritos do caderno de coleta sobre a 
amostra, o endereço e sigla do herbário. As demais cópias são colocadas juntas 
dentro de um jornal com as mesmas dimensões do papel cartão e acrescenta-se a 
elas etiquetas soltas e idênticas à anterior (Fonseca & Vieira, 2015). 
Finalizada a montagem, o espécime costurado passa a se denominar exsicata 
e as restantes, duplicatas. Essas duplicadas carregam o mesmo número de coleta da 
exsicata principal e podem ser doadas a outros herbários. Uma vez doadas, passam 
a fazer parte da coleção do herbário receptor e mantém todos os dados da coleta 
original (Ibidem, p.14). 
 
3.1.3.2. Identificação, registro, armazenamento e preservação 
 
Durante a etapa de identificação, essa, por sua vez, deve ser feita com o 
material seco. Parar isso, faz-se o uso de bibliografia especializadacom chaves 
taxonômicas e por comparações outros espécimes já identificados e depositados no 
acervo (Fonseca & Vieira, 2015). 
A partir daí, as exsicatas são cadastradas no caderno de registro do herbário 
com um número único e intransferível, então, são incorporadas ao acervo. Lá 
passarão pelo primeiro expurgo – técnica de limpeza para eliminação de agentes 
nocivos –, onde serão colocadas em sacos plásticos vedados e mantidas no freezer 
de dois a cinco dias (Ibidem). 
Concluída a descontaminação, as amostras são organizadas – segundo a 
sistemática do herbário – em prateleiras dentro de armários fechados de aço e 
ambiente propriamente climatizado, isto é, com baixas temperaturas e umidade do ar, 
com o intuito de preservar contra pragas eventuais, como insetos, ácaros e fungos 
(Ibidem, pp.15-17). 
 
 
 
 
15 
 
 
4. Tipos de coleções botânicas 
 
As coleções botânicas podem ser divididas em tipos, cada qual com sua 
finalidade específica. Os exemplares mais comuns são: Herbário, Carpoteca, 
Xiloteca, Palinoteca, Laminário de Células e Tecidos Vegetais, Bancos de 
Germoplasma, Horto Botânico e Jardim Botânico (Fonseca & Vieira, 2015). 
Dentre os citados no último parágrafo, o herbário é considerado a “coleção-
mãe”, enquanto as demais são tidas como “coleções-satélite”, pois, em sua maioria, 
complementam ou dependem das informações contidas no material depositado no 
herbário (Ibidem, p.1). 
 
4.1. Herbário 
 
O herbário é uma coleção composta por amostras de plantas secas 
provenientes de diferentes ecossistemas. Os espécimes contidos no seu interior 
servem como registro e referência sobre a vegetação e flora de uma determinada 
região (Machado & Barbosa, 2010, p.3). Armazenados em armários e organizados 
sistematicamente ou em ordem alfabética de famílias, essas coleções podem ser 
mundiais, nacionais ou regionais, dependendo da origem do material depositado e 
sua finalidade (Fonseca & Vieira, 2015). 
Dessa maneira, o objetivo principal dos herbários é possibilitar e manter a 
comunicação científica entre os taxonomistas do mundo. Essa comunicação acontece 
por meio do intercâmbio entre herbários que envolve permutas, empréstimos ou 
doações de espécimes, visando sua identificação por especialistas vinculados aos 
acervos (Ibidem). 
Além disso, os herbários são repositórios científicos permanentes e um 
importante registro da biodiversidade, uma vez que as exsicatas correspondem a 
registros da ocorrência de uma espécie em determinado local e momento. Por isso, 
em trabalhos na área botânica, o material colhido deve ser depositado em instituições 
reconhecidas para possibilitar consultas futuras por outros pesquisadores (Ibidem, 
p.7). 
 
 
16 
 
 
4.1.1. Como realizar a consulta no herbário 
 
Para ter acesso à coleção, é necessário entrar em contato com um curador. Por meio 
do dele, será obtido a permissão para entrar na coleção e se informar sobre a 
organização do acervo, evitando erros e sumiço de material (Fonseca & Vieira, 2015, 
p.17). 
Sempre devem ser seguidas as normas adotadas por cada herbário, tendo em 
vista que o manejo indevido pode promover danos e perdas irreversíveis. Em razão 
disso, os pesquisadores e alunos que o desejam consultar devem seguir alguns 
procedimentos básicos durante a remoção das exsicatas (Ibidem, pp.17-18): 
▪ As amostras devem ser retiradas com cuidado e mantidas na horizontal, 
para impedir a queda das duplicatas; 
▪ A exsicata deve ser depositada sobre uma bancada antes do manuseio; 
▪ No transporte de muitas exsicatas, é necessário o uso de mesas com 
rodas nos pés para leva-las até o local de analise; 
▪ O manuseio tem de ser feito separadamente, para não misturar os 
espécimes. 
 
4.2. Carpoteca 
 
A palavra carpoteca, originária do neologismo grego (karpós = fruto + thēkē = 
caixa)10, é conceituada como uma coleção de frutos armazenados secos em potes de 
vidro, caixas de madeira ou sacos plásticos. Também podem ser mantidos em meio 
aquoso com um líquido conservador para preservar suas características (Fonseca & 
Vieira, 2015). 
Os frutos são organizados segundo uma sistemática ou ordem de família e a 
planta de origem deve estar incluída em um herbário (Ibidem, p.21). 
As carpotecas são de grande relevância para o estudo em diversas áreas do 
conhecimento científico, por exemplo: estudos taxonômicos, ecológicos, fisiológicos, 
botânica econômica, etnobotânica (Matheus, 2020, p.6). Além disso, as carpotecas 
são responsáveis por contribuir para a conservação da flora no contexto local e 
 
10 Definição encontrada no dicionário Michaelis Online (2020, não paginado). 
17 
 
 
regional (Campos et al, p1). Também têm um papel importante no ensino de botânica 
(Campos et al apud Uchôas & Gomes, 2015, p.1), sendo rotineiramente usadas como 
coleção didática (Campos et al apud Peixoto & Martins, 2003, p1). 
 
4.2.1. Conservação em meio aquoso 
 
Para se conservar em meio aquoso, é imprescindível o uso de líquidos 
conservadores, dentre os quais estão o álcool etílico 70% a 90% e o formol 40%. No 
entanto, o álcool etílico tem a desvantagem de endurecer os frutos e torná-los 
quebradiços, sendo ainda assim rotineiramente utilizado para preservar partes 
vegetativas, inflorescências e flores isoladas (Fonseca & Vieira apud Fidalgo & 
Bononi, 1984, p.21). Enquanto que a desvantagem do formol é a descoloração do 
espécime conservado (Fidalgo & Bononi, 1984, p.38). 
Além disso, algumas precauções precisam ser tomadas (Fonseca & Vieira, 
2015, p.21): 
▪ Os frascos não devem ficar totalmente cheios de líquido, isto é, deve 
existir um pequeno espaço vazio entre a superfície líquida e a tampa; 
▪ Imergir totalmente o material a ser conservado; 
▪ Colocar apenas uma espécie em cada frasco; 
▪ Colocar no frasco uma etiqueta contendo os dados referentes aos 
frutos: família, espécie, número de tombamento na carpoteca e número 
de registro da exsicata. 
 
4.3. Xiloteca 
 
São amostras de madeira desidratadas – preparadas com técnicas específicas 
– provenientes das mais diversas regiões e são comumente associadas a um 
herbário. Entre as suas funções, destacam-se (Júnior et al, 2014, s/p): 
▪ Salvaguarda sistematizada da biodiversidade de arbustos, lianas e 
árvores com crescimento em diâmetro representativa dos ecossistemas 
do país ou do exterior; 
18 
 
 
▪ Estudos básicos para o meio da caracterização anatômica das 
madeiras; 
▪ Estudos ecológicos sobre o desenvolvimento e arquitetura do xilema 
secundário face às condições ambientais; 
▪ Estudos aplicados relacionados à tecnologia da madeira e produção 
energética; 
▪ Suporte para trabalhos arqueológicos, paleontológicos e etnobiológicos; 
▪ Subsídios para ações de conservação e restauração do patrimônio 
histórico-cultural em madeira; 
▪ Ações educativas sobre a importância da vegetação e sua preservação. 
Para o depósito de material, é preciso informações como: coletor, local de 
coleta, espécie e nome popular – caso haja –, entre outras observações relevantes 
aos pesquisadores (Fonseca & Vieira, 2015, p.22). 
No Brasil, existem cerca de 28 xilotecas. A maioria está concentrada nas 
regiões norte e sudeste. A maior coleção é a Dr. Calvino Mainieri do Instituto de 
Pesquisas Tecnológicas de São Paulo, com cerca de 20.000 espécimes (Júnior et al, 
2014, s/p). 
 
4.4. Palinoteca 
 
De forma prática, são coleções de laminário de grãos de pólen. São usadas na 
palinologia – estudo das características dos esporos e grãos de pólen – e tem diversas 
aplicações, como palinotaxonomia – identificação da flora ou estudos taxonômicos a 
partir de grãos de pólen. Também há o uso na melissopalinologia – uso do pólen para 
identificação da flora utilizada por abelhas melíferas e verificação da legitimidade do 
mel e geopalinologia, uso do pólen para a reconstituição de floras extintas (Fonseca 
& Vieira, 2015, p.23). 
 
4.5. Lamináriode células e tecidos vegetais 
 
A coleção de lâminas permanentes contendo células e tecidos de plantas se 
encontra associada a laboratórios de anatomia vegetal (Fonseca & Vieira, 2015, 
19 
 
 
p.23). São ferramentas de apoio para o conhecimento da organização corporal das 
plantas e ensino da Botânica básica ou aplicada. Seu estudo depende da observação, 
em microscópio de luz, de cortes aderidos a lâminas de vidro (Cortez et al, 2016, p.7-
29). 
 
4.5.1. Fixação, desidratação e armazenamento 
 
Para preservar a estrutura celular, são usadas soluções fixadoras. Todas 
essas soluções contém substâncias tóxicas, portanto, devem ser manuseadas com 
cuidado. O material coletado é fragmentado em porções pequenas e colocado em 
frascos rotulados contendo o fixador – numa quantidade com cerca de duas vezes o 
volume do frasco. Feita a fixação, as amostras devem ser lavadas em soluções 
específicas para cada fixador utilizado – e depois desidratadas gradualmente em 
series crescentes de álcool etílico ou etanol. São armazenados nas mesmas 
substâncias, em frascos bem fechados e vedados, e mantidos em ambiente com 
temperatura amena e sem incidência direta de luz (Cortez et al, 2016, p.31). 
 
4.5.2. Montagem das lâminas 
 
A observação no microscópio de luz sobrevém a montagem das lâminas. Para 
tal, são adicionadas substâncias entre a lâmina e lamínula. Dependendo do meio 
escolhido, as lâminas podem ser temporárias (glicerina a 50%), semipermanentes 
(gelatina glicerinada) ou permanentes (bálsamo do Canadá ou resinas sintéticas). 
Sobre cada lâmina é colocado o meio de montagem e os cortes. Sobre os cortes, por 
sua vez, é colocada uma lâmina extremamente fina de vidro chamada lamínula 
(Cortez et al, 2016). 
Esse procedimento deve ser feito com cuidado para evitar a formação de 
bolhas de ar que atrapalham a observação, para impedir a desidratação e a 
contaminação do meio de montagem. Nos casos das lâminas temporárias e 
semipermanentes, a região de contato entre a lâmina e a lamínula pode ser vedada 
utilizando esmalte de unha incolor (Ibidem, p.35). 
 
20 
 
 
 
4.6. Bancos de germoplasma 
 
Os bancos de germoplasmas são coleções de material genético de espécies 
vegetais. Nessa área, os estudos se concentram no desenvolvimento de técnicas 
para conservação a longo prazo com máxima integridade genética e biológica 
possível. Entre as estratégias utilizadas nesse processo, destacam-se a in situ – 
manutenção das espécies selecionadas no seu habitat natural, como parques, 
reservas biológicas ou reservas ecológicas – e ex situ, na qual as amostras vegetais 
são mantidas fora do seu ambiente natural por meio de: coleções de plantas no 
campo, de sementes em bancos de sementes, ou de coleções de plântulas em 
bancos in vitro (Floh et al apud Bajaj, 1995; Panis & Lombardi, 2005; Häggman et al, 
2007, p.2) 
A conservação in vitro representa a maior parte dos espécimes cultivados e 
envolve a conserva de culturas em crescimento ativo por meio de subculturas 
periódicas de brotos e segmentos nodais (Floh et al apud Bajaj, 1995, p.3). O seu 
objetivo é realizar clonagem vegetal, de modo a obter um novo individuo, mantendo 
o genótipo idêntico ao do ancestral comum (Floh et al apud Grattapaglia & Machado, 
1998, pp.3-4) 
 
4.7. Horto e jardim botânico 
 
Ambas são coleções de plantas vivas, nativas e exóticas. Suas diferenças 
estão principalmente no tamanho da área de ocupação (Fonseca & Vieira, 2015). 
O horto é relativamente pequeno. Nele, cultivam-se plantas para pesquisa, 
ensino, produção e vendas de mudas. As plantas podem ser cultivadas em espaços 
temáticos, facilitando a visualização de grupos vegetais por leigos (Ibidem). 
Já o Jardim Botânico se estende consideravelmente por um terreno, no qual 
se cultivam plantas ou se preservam fragmentos de floras locais remanescentes. 
Suas amostras são utilizadas para diferentes fins e a coleção é aberta à visitação 
pública (Ibidem, pp.24-25). 
 
21 
 
 
5. Coleções virtuais 
 
Num mundo globalizado, torna-se indispensável a presença de toda e qualquer 
informação "na rede". Desse modo, os museus e instituições públicas, em busca de 
acompanhar as novas tecnologias e, acima de tudo, tornar o acesso as coleções 
biológicas mais viável a pesquisadores ao redor do mundo, passaram a digitalizar 
suas coleções (Rocha & Gonzalez, 2014, pp.4374-4381). 
No Brasil, essa iniciativa deu alguns frutos e atualmente dispomos de alguns 
herbários virtuais, como o Reflora e INCT Herbário Virtual da Flora e dos Fungos. 
Ambos têm como objetivo o resgate de imagens dos espécimes da flora brasileira e 
das informações que lhes são associadas que estão depositadas nos herbários 
estrangeiros e nacionais, para a construção de uma ampla rede de conhecimento 
online (INCT- Herbário Virtual da Flora e dos Fungos; Programa REFLORA)11. 
Hoje, o INCT e o Programa Reflora, contam com, respectivamente, 8.045.522 
de registros online e 3.760.009 de imagens de amostras florais (Ibidem)12. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 Foram usados os portais online de cada instituição para consulta das informações 
apresentadas. 
12 Os dados informados são respectivos ao dia 28 de abril de 2020. 
22 
 
 
6. Conclusão 
 
Em uma visão geral, independentemente do foco de análise das coleções 
botânicas, todas são fontes inestimáveis de dados aos estudos taxonômicos e 
imprescindíveis para o conhecimento da biodiversidade. 
Por meio dos diversos autores citados, como Papavero (1994), Fonseca & 
Vieira (2015), Fidalgo & Bononi (1984) etc, vimos que, para essas coleções existirem, 
faz-se necessário um árduo trabalho de estudiosos e, ainda mais importante, 
completo domínio das técnicas de coleta e preparo do material botânico para que as 
coleções possam ficar em condições de consulta e observação. 
Além disso, como mencionado no capítulo de Coleções Virtuais, os museus e 
instituições estão se modernizando e muitas de suas coleções estão sendo 
digitalizadas. Essa inovação permite que taxonomistas do mundo inteiro tenham 
acesso às amostras, até então, “inalcançáveis”, já que, antigamente, eram 
necessárias viagens – muitas vezes dispendiosas – para ter acesso a esse material. 
Portanto, graças a tecnologia, observa-se que essas coleções têm se tornado 
cada vez mais democráticas, ou seja, estão ao domínio de todos com cada vez mais 
facilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
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