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teorias ciclos económicos

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Ciosmy Mandinga
	
	2019/2020
	
	MACROECONOMIA II
Docente:CIOSMY MANDINGA
	[Os Ciclos EconÓmicos]
	[SEBENTA SOBRE CICLOS ECONÓMICOS E AS CRISES.]
Índice
Introdução……………………………………………………………………………………………………………………….......3
Desenvolvimento…………………………………………………………………………………………………………….......4
 Conceitos relacionados com os ciclos económicos…………………………………………………………….......4
O que é um ciclo económico?.......................................................................................................6 
Classificação dos ciclos económicos.............................................................................................9
Duração ………………………………………………………………………………………………………………………........7
 Ciclo de Kitchin……..………………………………………….…………………..….……………….……………..…...10
 Ciclo de Juglar.…………………………………………………………………….………………….….……….……......11
 Ciclo de Kuznets………………………………………………………………….…………………………….…....…....12
 Ciclo de Kondratieff……………………………………………………………………..………………..…..……..…..12
 Políticas anticiclo ou contra-ciclo………………………………………………………………….....………....…….….13
 O que são as políticas anticiclo ou contra-ciclo?....................................................................13
 Qual o papel das políticas de anticiclo ou contra-ciclo?.........................................................13
 CASE STUDIES..............................................................................................................................14 
 Schumpeter ..............................................................................................................................14
 Dados Biográficos….....………………………………………………………………………………………………..…....14
 Schumpeter e a teoria dos ciclos de Negócios, Tecnologia e Inovação.....…….……………….....15
 Kondratieff..................................................................................................................................18
 Dados biográficos.................................................................................................................................18
 Kondratieff e o seu ciclo económico longo..........................................................................................19
 Teoria dos ciclos...............................................................................................................................19
 Os ciclos...........................................................................................................................................19
 Validade da teoria............................................................................................................................20
 Desemprego e crescimento económico-...................................................................................................21
Bibliografia / Webgrafia....................................................................................................................22
ANEXO (REGISTO DAS CRISES ECONÓMICAS E FINANCEIRAS)
Introdução
A economia ou atividade económica tende a crescer ao longo do tempo ainda que de forma irregular e sendo que, esta assenta-se na produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Conjuntamente é uma ciência social que estuda a atividade económica, através do desenvolvimento da teoria económica, e que tem na administração o seu emprego. Os modelos atualmente usados na economia evoluíram da economia política dos finais do século XIX. Podem representar, a situação económica de um país ou região; isto é, a sua situação relativamente aos ciclos da economia.
Desta forma, com o intuito de esclarecer melhor todos os conceitos relacionados com ciclos económicos, achamos necessário a realização de este trabalho, bem como uma exploração mais aprofundada sobre os ciclos de Kondratieff e de Schumpeter, no entanto abordaremos também de uma forma mais simples todos os ciclos económicos existentes. 
Desenvolvimento
Conceitos relacionados com os ciclos económicos
Quando falamos de ciclos económicos utilizamos vários conceitos necessários para os explicar, no entanto, para que seja totalmente perceptível as explicação dos ciclos económicos, é necessário primeiramente esclarecer alguns desses conceitos.
Crise económica ( pode definir-se uma crise económica como uma ruptura entre o equilíbrio entre a oferta e a procura de bens e serviços que provoca uma depressão da conjuntura económica. A manifestação mais gritante da crise é a queda da produção ou, pelo menos, uma forte redução da sua taxa de crescimento. 
Desenvolvimento económico ( é um processo onde a receita nacional concreta de uma qualquer economia aumenta durante um longo período de tempo. A receita nacional concreta é o produto total de bens e serviços, expresso não em termos monetários mas em termos reais: a receita nacional concreta é rectificada por um índice ajustado de preços de bens, consumo e bens de capital.
 Desenvolvimento: Traduz o nível de bem-estar e da qualidade de vida das populações, tem de ter também em conta um conjunto de factores de natureza social, como a educação, a saúde, a alimentação, a habitação, o lazer, o ambiente, etc. É um fenómeno de natureza qualitativa, mais abrangente do que o crescimento económico, que pressupõe melhorias quer ao nível económico, quer social e de todos os membros de uma sociedade. O desenvolvimento procura reduzir as desigualdades sociais, procura garantir os direitos humanos, preocupa-se com o ambiente e com as gerações futuras, com o acesso de toda a população a um grau mínimo de satisfação das necessidades básicas e com a igualdade de oportunidades para toda a população. É claro que sem crescimento económico não se alcança o desenvolvimento, pois a construção de mais escolas, hospitais e estradas e a melhoria dos salários, das pensões e da habitação exigem aumento da riqueza, mas o que interessa é que pode haver crescimento económico sem que haja desenvolvimento, ou seja, sem que as populações dele beneficiem, já que a riqueza não é investida no que proporciona a melhoria do seu bem
Produto interno bruto (PIB) ( O PIB é um indicador muito utilizado na macroeconomia com o intuito de medir a actividade económica de uma região. É a soma de todos os bens e serviços finais produzidos numa determinada região (por exemplo: países, estados, cidades), durante um determinado período (por exemplo: mês, trimestre, ano). 
Crescimento económico ( representa o aumento sustentado, a longo prazo, da produção numa certa economia e prevê a reunião de vários fatores, por exemplo: o aumento da dimensão dos mercados interno e externo, o investimento de capital físico e humano e o progresso técnico.
O crescimento económico moderno
O crescimento económico moderno, representa o aumento sustentado (a longo prazo) da produção, numa dada economia nacional. O crescimento da produção pode estar relacionado com o crescimento demográfico ou com o aumento da produtividade do trabalho.
Desta forma, quando falamos de crescimento económico moderno temos de falar das fontes de crescimento económico, que são por exemplo:
O aumento da dimensão dos mercados (interno e externo) procura organizar a relação entre a capacidade de aquisição dos residentes do país e dos residentes do resto do Mundo e o crescimento económico. 
O investimento em capital caracteriza o aumento da quantidade de bens de produção á disposição dos processos produtivos nas empresas.
O progresso técnico simboliza a capacidade de inovação das sociedades e verifica-se através das alterações no processo de produção ou através da introdução de novos bens e de novos serviços na sociedade.
Segundo Figueiredo et al (2005:18), citando Simon Kuznets, o crescimento económico de um país é um aumento a longo prazo da sua capacidade de oferecer à população bens económicos cada vez mais diversificados, baseando-se esta capacidade crescente numa tecnologia avançada e nos ajustamentos institucionais e ideológicosque esta exige. 
Na óptica de Samuelson e Nordhaus (2005:556) crescimento Económico representa a expansão do PIB potencial, ou produto nacional de um país ou por outras é quando a fronteira das possibilidades de produção (FPP) de um país se desloca para fora.
Destas definições, o Simon Kuznets resume os seguintes aspectos que expressam o crescimento económico de um país:
a)
A dimensão temporal com o primado da dinâmica de longo prazo;
b)
O nível dos resultados do processo: refere-se o aumento da oferta de bens em termos quantitativos e qualitativos e;
c)
As condições de viabilização do processo: referem-se o progresso tecnológico e os correspondentes ajustamentos institucionais e ideológicos que condicionam o aumento da capacidade produtiva da economia num determinado espaço temporal.
Figueiredo (2005:19), adverte que, entre economistas estudiosos da dinâmica de longo prazo existe um amplo consenso sobre o carácter diferenciado do período que Kuznets designa de período de crescimento económico moderno, que data desde os fins do século XVIII e inicio do século XIX.
Na óptica de Figueiredo, no crescimento económico moderno de um país configuram-se novos aspectos e aprofundam-se as tendências antigas que são:
a)
Elevada taxa de crescimento do produto per capita e da população;
b)
Elevada taxa de transformação estrutural;
c)
Rápida transformação de estruturais sociais;
d)
Expansão da economia – mundo e;
e)
Potencial não generalizado da aplicação da tecnologia e emergência de fortes disparidades inter-nações na economia – mundo.
O que é um ciclo económico?
Os ciclos económicos são oscilações da atividade económica (produto interno bruto), num longo espaço de tempo e com uma regularidade que possa ser observada. 
Desta forma, e segundo a definição dada pelo dicionário de Economia Verbo, os ciclos económicos são o conjunto de “oscilações regulares no nível da actividade económica durante um determinado número de anos”. 
Desta forma, é possível afirmar que os ciclos económicos se dividem em 4 fases: a prosperidade, a crise ou recessão, a depressão e a retoma. A prosperidade e a retoma são parte do ciclo económico onde se dá um crescimento do mesmo, da mesma forma, a crise e a depressão representam a parte do ciclo económico onde se dá um declínio do mesmo. 
Os ciclos económicos são caracterizados por um movimento de um grande número de atividades económicas e não somente pelo movimento de uma única variável, tal como o PIB real. Embora essas flutuações sejam geralmente medidas em termos de variação do Produto Nacional (PIB ou PNB). Schumpeter em 1939, definiu-se quatro fases para um ciclo econômico:
1. boom;(crescimento)
2. recessão;(crise)
3. depressão;
4. Recuperação (retoma)
Embora os ciclos económicos se repitam, estes não são necessariamente periódicos. Por sua vez, os ciclos económicos são um fenómeno que ocorrem nas economias de mercado. Da mesma forma, é possível afirmar que embora existam ciclos económicos com uma duração muito semelhante, isto não significa que existam ciclos económicos iguais, teoria defendida por Samuelson que afirma que “nunca se verificam dois ciclos económicos iguais, se bem que posso ter muito em comum.” 
Uma recessão é um período contínuo de declínio do produto, do rendimento e emprego totais, normalmente perdurando 6 meses a 1 ano e caracterizado pelas contracções alargadas a muitos sectores da economia.
Uma depressão é uma recessão importante, tanto na intensidade como na duração. 
Características típicas de uma recessão
1. Consumo e produção 
As compras dos consumidores reduzem-se acentuadamente, enquanto que as existências em armazém aumentam inesperadamente. As empresas cortam na produção e o PIB real cai. Pouco depois o investimento diminui. 
2. Emprego
A procura de trabalhadores cai: redução de horários, seguida de dispensas temporárias e de maior desemprego. 
3. Inflação 
Com a redução do consumo a inflação abranda. É pouco provável a redução de salários e do preço dos serviços mas o seu aumento abranda nos períodos de retracção económica.
4. Lucros
Os lucros das empresas reduzem-se acentuadamente. Numa antecipação, as cotações das acções entram em queda. 
As expansões são as imagens simétricas das recessões, em que cada um dos factores referidos nas características típicas de uma recessão funciona em sentido oposto.
Classificação dos ciclos económicos
Foram muitos os economistas que a terem estudado o evoluir das economias, encontraram períodos regulares em que a actividade económica percorria um ciclo, ciclo esse que possuía um período ascendente e um período descendente. Esses ciclos eram identificados como ciclos de longo, médio e curto prazo, sendo que estes últimos encontram-se relacionados com desequilíbrios usuais da actividade de certos sectores.
Duração
Ciclo de Kitchin
O ciclo de Kitchin é caracterizado por possuir uma duração de 3 a 5 anos.
Joseph Kitchin foi o primeiro economista a identificar ciclos de curta duração, sendo que este afirma que os ciclos económicos se devem a causas conjunturais aleatórias, próprias da evolução da atividade económica, como por exemplo a variação da procura. Consequentemente, no ciclo descrito por Kitchin, quando se dá uma fase de grande procura, segue-se um rápido aumento do stock do produto em questão o que leva a uma produção elevada, esta fase no ciclo designa-se de fase ascendente. Seguidamente, segundo este economista, existe também uma fase onde se verifica uma quebra na procura, o que leva a uma redução de encomendas e á utilização dos stocks o que leva uma baixa do crescimento da produção, esta fase é designada por fase descendente.
Foram observados nos EUA, onde se verificou um ciclo de stocks de 3 a 5 anos
Ciclo de Juglar
O ciclo de Juglar possui uma duração média, de 6 a 10 anos, sendo que este ciclo se inteira nos ciclos longos. 
Clement Juglar para além de ser economista era também um médico francês, facto que influenciou o seu trabalho na economia. Assim sendo, Juglar associou o termo de crise da economia ao da crise da saúde, ou seja, uma crise patológica resultava de um amontoado de actos que eram acumulados em período saudável. Traduzindo esta teoria para o campo da economia, a crise na economia dava-se após um conjunto de situações vividas num período de retoma e/ou expansão que acabariam por levar a uma crise na economia devido ao excesso verificado durante a fase saudável da economia. 
Os ciclos de Juglar são dependentes das variações de procura e afiguram-se a ciclos de investimento em consequências sobre o PIB, o emprego e a inflação. Neste ciclo, as fases de recessão são menos graves e mais curtas, as fases expansionistas são mais activas. 
No século XIX, o ciclo de Juglar era um padrão associado ao Reino Unido.
Ciclo de Kuznets
O ciclo de Kuznets tem uma duração de cerca de 20 a 25 anos, sendo que este se relaciona com as variações da actividade de construção habitacional e de infra-estruturas. Este ciclo é também conhecido como ciclo de transporte. Neste ciclo, as variações entre fases verificam-se nas variações existentes nas actividades de construção e transporte.
Ciclo de Kondratieff
O ciclo de Kondratieff tem uma duração de 60 a 80 anos, sendo que este ciclo se liga as mudanças tecnológicas. O ciclo de Kondratieff é dividido em duas fases em que se verifica uma fase ascendente e uma fase descendente. Estas flutuações de longo prazo são características da economia capitalista. Para Nikolai Kondratieff são a duração e o tempo de maturação dos equipamentos de capital que explicam a duração do ciclo económico. Nikolai Kondratieff procurou computar os ciclos de longo prazo, destacando as suas características cíclicas. A Revolução Industrial de 1787 a 1842 constitui uma importante ferramenta na construção do seu ciclo económico. 
Políticas anticiclo ou contra-ciclo
 O que são as políticas anticiclo ou contra-ciclo?
Uma política económica de contra-ciclo é um conjunto de acções assentes pelo governo e com a intenção de impedir ou minimizar, os efeitosda fase do ciclo económico em questão.
Os ciclos económicos resultam da superprodução, as quais são seguidas de fases de declínio na taxa de lucro, o que leva a uma redução dos investimentos e leva também a uma redução do nível de atividade. 
Qual o papel das políticas de anticiclo ou contra-ciclo?
As políticas anticíclicas são sustentadas pelos keynesianos, que dizem que o ciclo económico não se regula por si mesmo, ao contrário do que pensavam os neoclássicos. Segundo a escola keynesiana o défice público é o principal instrumento para uma política económica que pretenda abrandar os efeitos da fase de um certo ciclo.
Assim, durante a fase de crescimento do ciclo: nos períodos de prosperidade, o Estado deve aumentar os impostos, formando um fundo de reserva que possa ser utilizado durante os períodos de recessão (ou depressão). Da mesma forma, na fase de recessão ou depressão o governo deve intervir, reduzindo os impostos, o que irá provocar a expansão do crédito e dos gastos, sendo que estes investimentos são capazes de estimular a economia. Desta forma, durante a recessão, o défice público deve se expandir de modo a restabelecer o equilíbrio.
CASE STUDIES
Schumpeter
Dados biográficos
Joseph Alois Schumpeter foi um dos economistas mais importantes do século XX.
Nasceu na cidade de Triesch. Começou a ensinar antropologia em 1909 na Universidade de Czernorvitz e três anos mais tarde, na Universidade de Graz.
Em Março de 1919, ocupou o posto de ministro das Finanças da Republica Austríaca, permanecendo por pouco tempo no mesmo. De seguida assumiu a presidência de um banco privado, o Bidermannbank de Viena, que faliu em 1924. A experiencia custou a Schumpeter toda a sua fortuna pessoal e deixou-o endividado durante alguns anos. Depois desta passagem ruinosa pela administração pública e pelo sector privado, decidiu voltar a leccionar, desta vez na Universidade de Bonn, Alemanha, de 1925 a 1932. Com a ascensão do Nazismo, teve que deixar a Europa, o que o levou a viajar pelos Estados Unidos e pelo Japão, mudando-se, em 1932 para Cambridge, onde assumiu a posição de professor na Universidade de Harvard. Permaneceu neste local até ao dia da sua morte a 08 de Janeiro de 1950.
Schumpeter é uma das figuras que mais se destacou na teoria economia moderna. Depois de estudar Direito em Viena (1901-1906), trabalhou como advogado no Tribunal Constitucional do Cairo. Em 1909, diplomou-se em Viena com o estudo sobre metodologia sistemática da ciência económica. Ficou famoso em 1912 com a sua “teoria do desenvolvimento económico”. Schumpeter considerava que as crises conjunturais não obedeciam apenas a factores externos (guerras, más colheitas), mas estavam igualmente relacionadas com a actividade empresarial, com o sistema de crédito e com a tecnologia, que na sua opinião, eram causas directas do desenvolvimento económico.
 Schumpeter e a teoria dos ciclos de Negócios, Tecnologia e Inovação
Joseph Schumpeter foi um grande encorajador para todos os jovens economistas matemáticos, tendo sido também o presidente/fundador da Econometric Society no ano de 1933; Schumpeter não foi um matemático, mas sim um economista que foi um admirador da integração com a Sociologia para uma melhor noção de suas teorias económicas.
Schumpeter esclareceu que o impulso essencial que inicia e mantém o movimento da máquina capitalista decorre de novos bens de consumo, dos novos processos de produção ou transporte, dos novos mercados, das novas formas de organização industrial que a empresa capitalista cria.
Este economista defendia que o capitalismo se desenvolvia através do aparecimento de empreendedores, isto é, inventores extraordinariamente criativos (os inovadores) que eram os responsáveis por todas as ondas de prosperidade que o sistema conhecia.
No entanto, as inovações para serem úteis necessitam de se tornarem reais, para que possam de alguma forma alterar a evolução económica, e para que isto aconteça é necessário que o primeiro empreendedor, que criou e introduziu essa mesma inovação seja seguido por muitos outros empreendedores, para que se possa dizer que esta inovação teve sucesso.
Desta forma aparecem muitos projectos inovadores, devido á facilidade da obtenção de crédito no sector económico emergente, o que leva a que os sectores tradicionais sejam penalizados. Após esta fase dá-se uma expansão económica, que traz um aumento de novas empresas, do crédito e investimento, das receitas e do emprego. A disputa feita pelos êxitos acabar por conduzir ao abrandamento do investimento; isto acontece devido a uma previsão de sucesso muito desconfiada sendo que as oportunidades oferecidas ao sector inovador esgotam-se e a taxa de juro sobe. Desencadeia -se então uma outra fase do ciclo económico, a recessão. Nesta fase, factores imparciais actuam naquela que irá designar falência das empresas; isto leva a que o investimento e as receitas diminuam, a poupança e o crédito restringem-se, e dá-se o aumento do desemprego. Entra-se assim na depressão. A depressão existe enquanto houver investimento mal realizado e capacidade excessiva face ao nível de procura e continua a existir até que uma reaproximação ao estado de equilíbrio se inicie, a recuperação ou crescimento económico. 
Em Schumpeter o ciclo longo é caracterizado pela concorrência ou acumulação das inovações que iniciaram a fase inicial de prosperidade; cada ciclo tem uma característica própria e o sistema económico no fim de um determinado ciclo é qualitativamente diferente do que era no fim do ciclo que o antecedeu, ou seja, podemos afirmar que este ciclos não se trata de processos repetitivos na economia. 
Segundo este, uma inovação tem sucesso se possuir três condições muito importantes: 
-que, num período de tempo, existam novas e mais vantajosas possibilidades do ponto de vista económico privado ou num ramo da indústria;
-que exista acesso limitado a essas mesmas possibilidades, seja em razão nas qualificações pessoais necessárias, seja por causa de circunstâncias externas;
-que a situação económica permita o cálculo de custos e uma premeditação razoavelmente fiável, isto é, que haja uma situação de equilíbrio económico.
Schumpeter identificou três ciclos longos: a revolução industrial (1787-1842, algodão, têxteis, ferro e maquina a vapor), o ciclo burguês (1842-1897, caminhos de ferro, vapores marítimos) e o ciclo neo-mercantilista (1897-1950, industrias químicas, electrificação, veículos automóveis). 
É importante referir que este economista diz que a inovação não é um facto económico associado a um campo particular de uma causa, mas sim uma atitude que assume várias formas de actuação e que pode aparecer em vários domínios da vida social, assim sendo têm-se que a adequada explicação dos fenómenos económicos deverá ser procurada pensando até que se chegue a causas não económicas. 
Segundo os desenvolvimentos teóricos posteriores, os ciclos de Kondratieff têm dimensão mundial, sendo mais nítidos na produção mundial (embora observáveis nas produções nacionais predominantes) e no comércio mundial (em sectores predominantes também). 
É também importante referir que na ideologia de Schumpeter quando se fala de lucro não se refere ao pagamento do capital investido mas sim ao lucro extraordinário, ou seja, o lucro acima da média do mercado que poderia ser utilizado em novos investimentos ou em diferentes sectores da economia. 
Kondratieff
Dados Biográficos
Nikolai Dmitrijewitsch Kondratieff (1892/1938), nasceu numa província (Kostroma) situada ao norte de Moscou, foi um economista que deixou como herança para o mundo uma das teorias mais controversas e discutidas entre as nações: a ideia de que haveria ciclos com duração de aproximadamente 40 a 60 anos nas actividades económicas que regiam o capitalismo industrial.
Depois da Revolução Russa, passou a dedicar-se exclusivamente a actividades académicas. Em 1924, publicou o seu primeiro livro, “As Ondas Longas da Conjuntura”, livro este que trazia no seu interior a teoria dos ciclos económicos.
Durantea NEP (Nova Política Económica), incentivou com sustentação teórica a produção de produtos agrícolas e bens de consumo sobre a indústria pesada (de base).
Contudo, com a mudança de mentalidade ocorrida no governo de Stálin, em 1928, passa a incentivar a rápida industrialização e colectivização forçada, Kondratieff caiu em desgraça. Ainda no mesmo ano, é afastado da direcção do Instituto de Conjuntura. Finalmente, em 1930 é julgado, preso e condenado, sendo fuzilado na prisão em 1938.
Segundo Nikolai Kondratieff, o capitalismo desenvolve-se em ciclos de aproximadamente 40 a 60 anos. A ideia contraria tanto as premissas leninistas da crise geral quanto a posição dos liberais, de prosperidade indefinida da economia. Esses ciclos longos estão intimamente relacionados com os processos de inovação tecnológica.
Kondratieff e o seu ciclo económico longo
Teoria dos ciclos
Os ciclos económicos de Kondratieff podem ser divididos em quatro fases: Primavera, Verão, Outono e Inverno.
Na primavera ocorre investimento, crescimento e a criação de riqueza. No Verão dá-se o limite do crescimento exponencial. No Outono ocorre um estagnamento da prosperidade e, finalmente, no Inverno dá-se a depressão e o declínio da economia. Cada ciclo tem como motor, no seu período de crescimento, o aparecimento de uma inovação tecnológica.
Segundo Nikolai Kondratieff, o capitalismo desenvolve-se em ciclos de aproximadamente 40 a 60 anos. A ideia contraria tanto as premissas leninistas da crise geral quanto a posição dos liberais, de prosperidade indefinida da economia. Esses ciclos longos estão intimamente relacionados com os processos de inovação tecnológica.
Os ciclos
Os três primeiros ciclos são definidos:
-Ciclo 1) 1800-1848 (a máquina à vapor) crise de 1848.
-Ciclo 2) 1848-1896 (o caminho de ferro) compreendendo o período da grande
Depressão: 1873 à 1896. 
-Ciclo 3) 1896-1940 (motor à explosão, electricidade), crise de 1929.
-Ciclo 4) 1940 - não têm um final definido (Indústria petroleira, electrónica, petróleo fonte de energia); desta forma, podemos concluir que ainda não terminou o quarto ciclo de Kondratieff. No entanto, existem mesmo assim várias hipóteses sobre o final deste ciclo.
 Os três pontos de vista sobre este assunto:
 1. Os ciclos de Kondratieff já não existem. Eram válidos para o século 19 e inícios do 20, mas já não o são nos dias de hoje.
 2. O ciclo número 4 já terminou e a crise (o inverno) teve lugar nos anos 1970 com o choque petrolífero. Estamos num novo ciclo (ciclo numero cinco) que deveria conduzir a um novo inverno a partir de 2010-2020.
3. O ciclo número 4 não terminou. 
Um período de grande crescimento baseado na utilização do petróleo a baixos preços e as intervenções dos bancos centrais no mundo económico deslocou o inverno de Kondratieff, mas não o fez de desaparecer.
Validade da teoria
A teoria é valida até certo ponto: já ficou claro que o capitalismo vive de fases, de ciclos, onde geralmente, no inicio de outro ciclo há o aparecimento de uma inovação tecnológica, seguida por uma politica económica que é o reflexo da época. Há diversos exemplos na História que podem provar isto. No entanto, não se pode ser tão rigoroso a ponto de estabelecer datas exactas paro o acontecimento de uma crise, haverá um tempo maior ou menor para o mundo recuperar. 
A teoria e a crise - de acordo com a teoria de Nikolai Kondratieff, esta crise económica que estamos a enfrentar seria o inverno do quinto ciclo, e já existem suposições sobre o processo de recuperação mundial. Foi criada a sigla BRIC, países que, segundo estudos são emergentes e possuem economias suficientemente fortes e sólidas para, futuramente, suceder as potências actuais.
2.2. Desemprego
Segundo Mankiw (2005:305), uma pessoa é considerada desempregada se estiver demitida temporariamente, se estiver à procura de emprego ou se estiver aguardando para iniciar um novo trabalho dentro de 30 dias. Uma pessoa que não se enquadra nestas condições como estudantes em tempo integral, donas-de-casa ou oposentadas, esta fora de força de trabalho.
Assim, Empregados são todas as pessoas que desempenham qualquer trabalho remunerado bem como aqueles que tem emprego, mas que estão ausentes por motivos de doença, greves ou férias, Smuelson e Nordhaus (2005).
Desempregados são todas as pessoas que não estão empregadas, mas que estão activamente a procura de emprego ou estão a espera de reingresso no trabalho, Smuelson e Nordhaus (2005).
A taxa de desemprego é o número de desempregados divididos pelo total da população activa, Smuelson e Nordhaus (2005).
Assim, o desemprego é um problema, por um lado, económico porque, representa um desperdício de recursos valiosos para o funcionamento eficaz da economia. Por outro lado, o desemprego é um problema social porque, causa enormes sofrimentos aos desempregados que têm menores rendimentos (Samuelson & Nordhaus, 1999:564)
3. A relação existente entre o desemprego e o crescimento económico
De acordo com Samuelson & Nordhaus (1999:564), o desemprego evolui geralmente em sintonia com o produto interno bruto (PIB) ao longo do ciclo económico.
Entretanto, o singular movimento conjunto do produto e do emprego, juntamente com a relação numérica entre eles, foi identificado pela primeira vez por Arthur Okun sendo conhecido por Lei Okun.
A lei de Okun proporciona a ligação vital entre o mercado do produto e o mercado do trabalho. Descreve a associação entre os movimentos no curto prazo de PIB real e as variações do desemprego.
De acordo com a Lei Okun, quando há quebra do produto, as empresas necessitam de uma menor quantidade do factor do trabalho, de modo que não são contratados novos trabalhadores e os actuais são dispensados.
A lei de Okun assevera que, por cada 2% de quebra do PIB relativamente ao PIB potencial, a taxa de desemprego aumenta a 1%. Isto significa que, se o PIB começa a 100% do seu potencial e diminui para 98% do potencial, a taxa de desemprego aumenta 1 percentual, por exemplo, de 6 para 7%.
A lei de Okun conclui que o PIB efectivo tem de crescer tão rapidamente quanto ao PIB potencial para que a taxa de desemprego aumente. Neste sentido, o PIB tem de continuar avançar para que o desemprego fique parado
Bibliografia Principal
Burda, Michael, e Charles Wyplosz (2009): “Macroeconomics - a European text”, 5th edition, Oxford
University Press.
Gordon, Robert J. (2005): “Macroeconomics”, 10th edition, Addison-Wesley.
Macroeconomía – Rudiger Dornbusch, Stanley Fischer y Richard Startz- 10ma Edição
Bibliografia Complementar
Dornbusch, Rudiger, Stanley Fischer e Richard Startz (2004): “Macroeconomics”, 9th edition,
McGraw-Hill.
DeLong, J. Bradford (2002): “
Macroeconomía – Rudiger Dornbusch, Stanley Fischer y Richard Startz- 10ma Edição
Macroeconomics”, McGraw-Hill.
Samuelson, Paul A., e William Nordhaus (2005): “Macroeconomia”, 18ª edição, McGraw-Hill.
Período de Crescimento
Período de Estagnação e Declínio
Retoma
Prosperidade
Depressão
Crise ou 
Recessão
Economia C
Os Ciclos Económicos

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