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Política Nacional de Humanização

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Política Nacional de Humanização 
→ A PNH não é um programa do governo federal, e sim uma Política Transversal do SUS (são diretrizes, 
princípios que norteiam todo o sistema único de saúde, desde os serviços de atenção básica, secundária e 
terciaria, é transversal, cruza todos os serviços de saúde) 
→ Então suas diretrizes são recomendadas para todo o sistema único de saúde em todos os seus níveis de 
complexidade. 
→ A finalidade é fortalecer o SUS como política publica de saúde, manter o direito do cidadão de ter 
atendimento humanizado e com qualidade. 
FINALIDADE DA PNH: 
- Humanização: é a valorização do envolvimento de diversos sujeitos: usuários, trabalhadores e gestores. 
Para ocorrer essa humanização de atendimento os pacientes, tem que ter o protagonismo, uma voz ativa; 
os trabalhadores que atuam no cotidiano do serviço tbm, eles devem ser estimulados quanto a sua 
criatividade e percepção de processo de trabalho, sendo ouvidos e estimulados para tornar o atendimento 
mais humano. Por outro lado, os gestores tbm precisam ter voz ativa participando ativamente do SUS. 
• Portanto as três vertentes: usuário, trabalhadores e gestores devem trabalhar em 
corresponsabilidade, construindo processos de trabalho mais humanos 
VALORES QUE A PNH PREGA DENTRO DO SUS: 
- Autonomia e protagonismo dos sujeitos: pacientes, trabalhadores e gestores possam ser estimulados 
quanto sua criatividade, mostrando que suas ideias são importantes, que ele deve ser sujeito ativo no 
processo de construção do SUS 
- Co-responsabilidade entre as vertentes: o profissional ele deve se sentir responsável e co-responsavel 
junto com o gestor, para bom atendimentos e alcançamento dos indicadores; para que os gestores 
percebam o usuário protagonista, participando ativamente, dando apoio na divulgação de informações de 
saúde etc – quando estimulamos a criatividade das pessoas proporcionamos criação de vínculos entre 
trabalhadores, gestores e usuários, são vínculos que partem da solidariedade – os indivíduos vão se sentir 
valorizadas, a partir do momento que eu valorizo o outro ele tbm passa a me valorizar. 
• Para alcançar isso na prática é a partir das reuniões participativas, na qual o gestor não 
venha com determinações prontas, mas que sim problematize para que os trabalhadores e 
usuários possam participar com suas ideias e opiniões 
- Estabelecimento de Vínculo solidário (como foi citado) 
- Construção de Rede de cooperação e participação coletiva no processo de gestão: as reuniões com 
problematizações, onde todos darão suas opiniões para juntos construir processos de trabalho/atividades 
para alcanço das metas – o sujeito passa a se sentir importantes. 
PRINCÍPIOS NORTEADORES DA PNH 
O que é princípio norteador do SUS? Estamos falando de ideias que são extremamente cruciais e que sem 
elas não conseguimos implantar o SUS, pois eles só existem quando essas ideias existem, e eles tem que ser 
colocados em práticos para garantir que o objetivo seja alcançado 
→ Quando falamos dos princípios norteadores da PNH, estamos falando das ideias que a PNH trás e que se 
essas ideias forem garantidas, a PNH está implementada. Portanto para implementar a PNH precisa seguir 
os princípios norteadores. 
1ª Valorização da dimensão do sujeito: das ideias, das opiniões, das percepções de cada pessoa, de forma 
coletiva (usuários, trabalhadores e gestores) e social (fortalecimento dos direitos do cidadão, respeito a 
reinvindicações de gênero, cor/etnia, orientação/expressão sexual) em todas as práticas de atenção a 
gestão no SUS – para que as pessoas possam ser ouvidas em suas necessidades 
2ª Fortalecimento do trabalho em equipe multiprofissional (multiprofissões) com atuação transdisciplinar 
(através do compartilhamento de ideias, e soma de competências de cada profissional gerando um projeto 
único/singular de plano de trabalho bem definido) – deve ser uma construção coletiva 
3ª Apoiada na construção de redes cooperativas, solidárias e comprometidas com a produção de saúde e 
produção de sujeitos – comprometimento dos trabalhadores, usuários e gestores 
4ªConstrução da autonomia para que as pessoas assumam o protagonismo (próprio e coletivo) 
implicados na rede do SUS: conseguimos isso quando damos a abertura para opiniões 
5ª Co-responsabilidade das pessoas no processo de gestão e na atenção: que a oferta de serviços seja 
pactuada com a comunidade, com gestor e trabalhadores; e a questão da gestão, a avaliação dos 
resultados e o alcance das metas seja pactuada com os trabalhadores e usuários 
6ªDemocratização (tornar conhecido o processo) das relações de trabalho e valorização dos 
trabalhadores da saúde, estimulando processo de educação permanente – pessoas que vão ser ouvidas – 
estimuladas – criatividade aflora – saúde mental melhora; tornar conhecido dele seu próprio trabalho 
7ª Valorização da ambiência, com organização de espaços de trabalho saudáveis e acolhedores: 
valorização do ambiente produtor de saúde, cor, parte sonora... tudo para melhorar o espaço onde essa 
pessoa trabalha. 
DISPOSITIVOS DA PNH 
A PNH se compromete com a alteração/mudança no modo de fazer e de relacionar em saúde (tornando em 
uma relação, mais humana, fraterna e acolhedora, de ouvir, colegiada e participativa, valorização do 
indivíduo). 
Os dispositivos a seguir são entendidos como tecnologias ou modos de fazer para que isso seja 
contemplado: 
- Acolhimento com classificação de risco: acolher é todo usuário que chega ao serviço deve ser ouvido; e 
classificação para que priorizemos atendimento e coloca em pratica o princípio da equidade 
- Ambiência: um dos dispositivos da PNH é proporcionar um ambiente de trabalho mais salubre e saudável, 
vai desde a cor ate a qualidade sonora desse ambiente de acolhimento. 
- Equipes de referência e de apoio matricial – clínica ampliada: clínica ampliada é ver o ser humano de 
forma mais ampla, e o apoio matricial é quando essa equipe de referência pode qualificar os profissionais 
da atenção básica para que eles possam resolver problemas do cotidiano. Ex: médico da saúde da família 
que tem dificuldade de lidar com a depressão – enfermeiros, psicólogos e psiquiatras do CAPS vêm até 
unidade da saúde para ensinar a lidar com situações de depressão. 
- Projeto singular e projeto de saúde coletiva – clínica ampliada: projeto próprio da pessoa, um 
atendimento, vemos o paciente como um ser único e a equipe constrói um plano de intervenção que é 
próprio para ele. 
- Colegiado de gestão: onde os usuários, gestores, trabalhadores formarem um colegiado para que juntos 
possam discutir questões e problemas do processo de trabalho, e ali a forma de gestão que se espera – 
dando o protagonista aos sujeitos 
- Contratos de gestão: só dá certo de ter um colegiado de gestão, se tiver metas a serem cumpridas, os 
planos de trabalho (tarefas que cada pessoa da equipe precisa executar para alcançar as metas) precisam 
ficar claramente definidos. Ex: queremos reduzir a mortalidade infantil – o plano de trabalho é definir o que 
os trabalhadores gestores e usuários podem fazer para ajudar. 
- Implantação de sistema de escuta qualificada, onde tenha centrais de Ouvidoria, gerencia de “portas 
abertas”) para o usuário e trabalhadores – pesquisa de satisfação. 
- Visita aberta (para humanização, para se sentir amado e compreendido), direito a acompanhante e 
envolvimento no Projeto Terapêutico 
- Programa de qualidade de vida para o trabalhador: para melhorar sua qualidade de vida no trabalho 
- GTH (grupo técnico de humanização) com plano de trabalho definida 
PARAMETROS PARA A IMPLEMENTAÇÃO DA PNH HOSPITALAR (NÍVEL B): 
- Existência de grupo técnica de humanização (hospital faz um grupo técnico, representando as várias 
categorias profissionais para nortear, colocar em pratica as diretrizes do PNH) com plano de trabalho bem 
definido 
- Garantia da visita aberta e presença do acompanhante no hospital 
- Mecanismode recepção com acolhimento aos usuários 
- Mecanismos de escuta para usuários e trabalhadores 
- Equipe multiprofissional (minimamente por médico e enfermeiros) 
- Existência de desospitalização/cuidados domiciliares: equipe do hospital deve entrar em contato com a 
equipe da atenção básica, para que está de continuidade ao plano terapêutico, evitando retornos 
indesejados ao hospital 
- Garantia de continuidade da assistência com ativação de redes de cuidado para viabilizar a integralidade 
- Garantia da participação dos trabalhadores em atividades de educação permanente. 
Obs: Educação continuada – treinamento e serviço 
Educação Permanente – quando a equipe se reuni para discutir a rotina de trabalho, e ali ela discute como 
melhorar a rotina, criando metas, planos de trabalhos bem definidos, reorganizando o atendimento. 
- Atividades de valorização e cuidado aos trabalhadores, contemplando ações voltadas para a promoção da 
saúde e qualidade de vida no trabalho 
- Organização do trabalho com bases discutidas coletivamente (participação dos trabalhadores), para que 
possam avaliar o processo de trabalho, que haja metas, plano de trabalho bem definido. 
PARAMETROS PARA O NÍVEL A – MAIS ALTO NÍVEL 
- Ouvidoria funcionante 
- Equipe multiprofissional completa como referência para fazer a parte do matriciamento 
- Conselho de gestão participativa 
- Acolhimento com classificação de risco na sua porta de Urgência 
- Projeto de educação permanente com atividades sistemáticas de capacitação que contempla a PNH 
CONCLUSÃO: Lembrar do princípio de transversalidade, a PNH ela é uma política que participa de todos os 
níveis do SUS, com seus princípios e diretrizes aplicando em todos os setores – atenção básica, setor 
secundário... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Acolhimento – AVASUS 
→ Essa politica foca na gestão e atenção quernedo muda-los e para isso ela tem princiios, 
dirttrizes e metodos prorpios e dispotivos 
ACOLHIMENTO: parte de uma direitrz 
ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISO: disppositivo 
O q é PNH e o que se proproe? Tem intençção de modificar modo de trabalho e alterar modo de 
gestão. 
→ Ela n~]ao tem decreto nem resolução, nesses 10 anos de existencia não foi necessarrio, ela se 
sustenta entre encontros dos trabalhadores, usuarios e gestores. 
Ela acontece a partir de diretrizes e dispositivos. 
→ Tenta ampliar o garu de ocmunicação entre gestores, trabalhadores e usuários - 
TRANSVERSALIDADE 
→ Intensçao de humanizar modos de gestão e processos de trabalho (não necessariamente o 
homm, o homem já é humanizado) 
 
A integralidade apresentada aqui é entendida ainda como a 
confluência (união) de saberes de várias categorias profissionais em 
busca da construção de uma atenção que permita identificar, 
apropriar e compreender as necessidades de saúde da população para 
prestar de um atendimento humanizado e qualificado, a partir do 
enfrentamento de desafios cotidianos como a criação de vínculos 
afetivos e autonomia, frutos de uma relação de confiança entre os 
atores envolvidos (gestão, trabalhadores e usuários). 
 
 
 
O acolhimento como uma das diretrizes da PNH precisa ser 
compreendido em suas dimensões ética (do cuidado para ouvir e 
atender às diferenças), política (compromisso com o usuário que 
envolve articulação institucional em redes) e estética (para 
valorização inventiva do cuidado, de forma inovadora, com 
intervenções interdisciplinares para escolha de um modo de fazer 
saúde que se dá alinhada a cada realidade, por usuários, profissionais 
e gestão). Pensar humanização e acolhimento é pensar além do que é 
visível, está muito mais na sensibilidade presente nas relações, no 
compartilhamento e na construção conjunta do cuidado. 
 
 
 As políticas que norteiam o trabalho em saúde pública no Brasil, para 
que o SUS aconteça em toda a sua essência, apontam o acolhimento 
como um dos eixos centrais. 
 Dentre as diretrizes da PNH para aAtenção Básica (AB) está o 
estabelecimento de formas de acolhimento e inclusão de usuários para 
aperfeiçoar os serviços, reduzir filas, hierarquizar riscos e possibilitar o 
acesso aos demais níveis do sistema. 
Destacamos desde já que acolhimento não é sinônimo de triagem 
para a consulta médica, mas uma escuta qualificada, que valoriza as 
queixas do usuário e garante o encaminhamento necessário para o 
caso 
Definição: ESCUTA QUALIFICADA “A escuta deve ser realizada de 
forma que garanta a privacidade do usuário, para que possa 
expressar suas reais necessidades, construindo uma relação de 
confiança entre o usuário e o trabalhador” (FRACOLLI; ZOBOLI, 2004 
apud MAEYAMA et al, 2007, p.43). A escuta qualificada deve 
acontecer em todos os momentos de encontro entre profissionais e 
usuários de forma a valorizar o que é dito, com respeito às diferenças 
e se colocando no lugar do outro para realmente possibilitar um 
encaminhamento resolutivo. 
 O acolhimento com escuta qualificada pressupõe uma postura 
ética, sem hora ou profissional específico para fazê-lo, que 
implica partilha de saberes, necessidades, possibilidades e 
contempla a responsabilidade do profissional e equipe sobre o 
usuário, desde sua chegada à Unidade e em todo seu percurso 
pelos serviços. Já a triagem é um processo pelo qual se 
classifica e seleciona os atendimentos. 
O acolhimento deverá facilitar o acesso dos cidadãos, ultrapassando os 
obstáculos para que o usuário chegue à assistência. De acordo com a 
Política Nacional deAtenção Básica (PNAB) o acolhimento pode ser 
pensado de duas formas: 
A. Como fundamento e diretriz, possibilita o acesso universal e contínuo 
a serviços de qualidade e resolutivos, promovendo vínculo e 
corresponsabilização, o que inclui pensar na acessibilidade, que vai 
além de garantir o acesso, contemplando a facilitação deste; 
B. como parte do processo de trabalho com a implementação da escuta 
qualificada, classificação de risco, avaliação integral de necessidades de 
saúde e análise de vulnerabilidade, de forma a ofertar uma assistência 
resolutiva (BRASIL, 2012b). 
 
 UNIVERSALIDADE DE ACESSO O acesso universal é a garantia de todo 
o cidadão ao serviço público de saúde. Isso não quer dizer que todas 
as suas necessidades serão atendidas neste ponto de atenção, mas que 
os serviços de saúde devem-se organizar para assumir sua função 
central de acolher, escutar e ofertar resposta positiva e ainda se 
responsabilizar pela resposta, mesmo que esta seja ofertada em outro 
ponto de atenção da rede. 
 
. Um usuário com hipertensão chega à unidade para ser atendido, sem 
consulta agendada. Está com a pressão arterial descontrolada (PA 
200/140mmHg) e com sintomas (cefaleia, náusea). Quando é recebido 
e avaliado pela equipe, percebe-se que há algum tempo ele não faz o 
acompanhamento na unidade. 
 A maneira mais tradicional de conduzir esse caso é garantir que, 
após ser realizado o acolhimento e a classificação de risco em uma sala 
apropriada, o indivíduo seja encaminhado para consulta médica, em 
que é devidamente medicado e orientado para o controle periódico da 
pressão arterial, retorno à unidade para retirar a medicação e 
alimentação adequada, livre de sal e gordura. Nesse contexto, não há 
qualquer preocupação com as vulnerabilidades apresentadas pelo 
indivíduo, portanto, não há integralidade no cuidado. 
 Outrapossibilidadedeatendimentoapósaavaliaçãoéoencaminhamento 
do usuário para consulta médica e de enfermagem (consulta 
compartilhada), em que, além de ser medicado, sai com exames 
agendados e retorno para 12 seguimento do cuidado. Ainda, é 
convidado para participar das atividades em grupo na unidade e recebe 
atenção especial para as dúvidas que traz sobre a necessidade de tomar 
a medicação mesmo quando não sente nada e de reduzir o consumo de 
alimentos embutidos (mortadela, linguiça) que gosta tanto. Após o 
atendimento, a enfermeira e o médico anotam o caso para ser discutido 
em reuniãode equipe, pois o cuidado integral e longitudinal não estava 
acontecendo, e uma discussão para repensar as ações e a organização 
da equipe no atendimento a quem tem problemas crônicos é 
necessária. Na discussão, em parceria com todo o grupo e com o apoio 
do NASF, poderão desenvolver o Plano Terapêutico Singular para 
garantir o cuidado resolutivo e traçar estratégias para visitas e 
construção do cuidado em parceria com o usuário, que desconhece de 
fato seu próprio problema. Os Agentes Comunitários de Saúde e toda a 
equipe precisam estar preparados para acolher e responder aos 
problemas, mas também conhecer os usuários crônicos, permitindo 
assim estabelecer continuamente o diálogo para o cuidado e 
acompanhamento. Ao abordar integralmente o problema e oferecer 
diferentes formas para manejo e controle, é possível minimizar a 
ocorrência de eventos agudos e complicações, qualificando também o 
serviço ofertado. 
 
 
 
O trabalho em Atenção Básica à Saúde (ABS) e na Estratégia Saúde 
da Família (ESF) é complexo e exige para sua construção uma 
articulação entre bases teóricas (conhecimento), metodológicas 
(métodos e técnicas) e bases éticas. Para iniciar o trabalho deve-se 
partir do conhecimento do território no qual se está inserido e das 
famílias e sujeitos sob responsabilidade da equipe. 
De acordo com o modelo proposto pelo Ministério da Saúde, a 
implantação do Acolhimento na unidade contempla a importância de 
uma escuta qualificada para atender aos princípios do SUS no contato 
com os usuários, já que, com a escuta, propor uma solução com 
segurança é possível, por meio de respostas positivas às necessidades 
apresentadas. A preocupação deve ser para não burocratizar o 
acolhimento e o fluxo do usuário na unidade, mas sim, ampliar a 
resolutividade e a capacidade de cuidado da equipe. O acolhimento 
deve facilitar o acesso dos cidadãos, ultrapassando os obstáculos para 
que o usuário alcance a resolução de seu problema, devendo estar 
presente em todas as relações equipes-usuários. 
 
 
 
 
 
O acolhimento precisa ser pensado a partir das necessidades 
demandadas pela população de sua área de adscrição e de qual é a 
melhor forma para responder a essas necessidades. Pode ser que o 
caminho seja criar um grupo para promoção de saúde por meio de 
rodas de conversa (com uso de Terapia Comunitária, Biodanza, dentre 
outras alternativas). Mas também pode ser que a maior demanda seja 
por olhar de outra forma para o manejo das ações de puericultura, 
pré-natal, planejamento familiar, acompanhamento de pacientes com 
problemas crônicos, prevenção do câncer; mediante o acesso 
garantido às consultas, aos grupos e a outras ações de educação em 
saúde, a encaminhamentos necessários, a visitas domiciliares, a 
medicações. 
Ainda, é importantíssimo você refletir que é necessário 
compreender o acolhimento e ter muito claro que a demanda 
espontânea é parte da demanda atendida pela sua equipe, mas 
que boa parte da agenda está destinada à demanda 
programada: consultas agendadas, visitas domiciliares, grupos, 
reuniões, atividades de educação em saúde, atividades 
administrativas. 
Para o acolhimento à demanda espontânea, há algumas possibilidades: 
• Pode ser desenvolvido pela equipe de referência do usuário, com a 
organização da equipe para que haja profissionais para realizar a 
primeira escuta e ofertar adequadamente os serviços que vão atender 
as necessidades de cada um. Nesse modelo podem-se revezar os 
profissionais que acolhem, de forma que a equipe consiga desenvolver 
todas as suas atividades. É importante que todos estejam conscientes 
do modelo para que o profissional que acolhe tenha a retaguarda do 
restante da equipe sempre que houver necessidade. 
• Quando há mais de uma equipe na mesma unidade, é possível que as 
equipes se revezem no acolhimento, permitindo que as outras equipes 
desenvolvam outras atividades. Porém, é importante atentar para que 
a equipe de referência não perca a responsabilização e o vínculo com a 
população adscrita. As várias equipes em uma mesma unidade também 
podem se organizar de forma a cada equipe acolher a sua população 
no início do turno e depois, durante o restante do período de trabalho, 
ficar uma equipe apenas responsável por acolher a demanda e dar os 
encaminhamentos. Esta forma de acolher exige que as equipes se 
comuniquem bem e tenham uma gestão organizada das agendas. 
• Há a possibilidade de realizar o acolhimento coletivo, quando a 
agenda deve ser organizada para que, no início do turno de trabalho 
toda a equipe possa participar da primeira escuta dos usuários, em um 
espaço onde são também apresentadas questões relacionadas à 
organização da unidade, processo de trabalho da(s) equipe(s) e podem 
ser realizadas ações de educação em saúde. Nessa modelagem é 
importante atentar para a possibilidade de constrangimento das 
pessoas, devendo ser garantida a escuta individualizada. Ainda, para a 
sequência dos trabalhos na unidade, deve ser associada outra forma de 
acolher no restante do turno de trabalho, garantindo o 
encaminhamento resolutivo a todos os usuários que procurarem a 
unidade. 
 
Sempre haverá casos em que a equipe de AB não terá recursos 
suficientes para o manejo e resolução total do problema, 
podendo e devendo contar com os demais níveis de atenção 
para isso. 
 
Por último, é importante falar sobre o acolhimento da demanda 
espontânea com classificação de risco na Atenção Básica, que se 
refere ao espaço individualizado de escuta e avaliação, 
exclusivamente por profissionais de nível superior, onde os indivíduos 
têm seu risco estratificado para que o atendimento seja realizado pela 
equipe da forma mais adequada e resolutiva possível, em tempo 
apropriado. Os indivíduos são ouvidos e a avaliação leva em conta o 
problema clínico, mas também as situações de risco e vulnerabilidade 
envolvidos, para que o caso seja classificado como não agudo – 
podendo ser orientado e programado seu atendimento, ou agudo – 
quando deve ser classificado para atendimento imediato, prioritário ou 
no dia.

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