Buscar

ENGENHARIA SUSTENTÁVEL

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

ENGENHARIA SUSTENT?VEL/aula1.pdf
Disciplina: Engenharia Sustentável
Aula 1: Engenharia Sustentável
Apresentação
As empresas de Engenharia vêm desenvolvendo projetos que visam não só às
necessidades humanas, mas também à preservação da natureza e à integração do
homem com os ecossistemas existentes, com a mínima alteração possível. Linhas de
crédito especiais são ofertadas nos bancos para projetos desse tipo, incentivos fiscais
são oferecidos pelo governo, e prêmios são dados às empresas que se empenham
para esse fim.
Tudo isso só traz melhorias para a população, pois esta viverá em cidades mais
verdes, bonitas e ecologicamente corretas, o que, consequentemente, proporcionará
uma melhor qualidade de vida.
Essa é a Engenharia Sustentável. Descobriremos nesta aula tudo sobre esse conceito.
Objetivos
Registrar o significado de Engenharia Sustentável e o quanto a sua aplicabilidade
é essencial.
Compreender a importância da elaboração de projetos de sistemas que integrem
a natureza e as organizações humanas visando o mútuo benefício.
Interpretar os conceitos ambientais com a finalidade de atuar profissionalmente
de modo a preservar o planeta e aprimorar os sistemas de produção.
Desafio para o futuro
De maneira a atender às necessidades da atual geração sem diminuir as
chances de as futuras gerações fazerem o mesmo, um dos desafios deste
século se relaciona à expectativa de que as sociedades se tornem social,
ambiental e economicamente sustentáveis. Para isso, é necessário rever
a visão de mundo, priorizando o pensamento associado que percebe as
interdependências entre os fatos sociais, ambientais e econômicos. Acredita-
se que o estabelecimento de uma educação comprometida com mudanças de
valores e de comportamentos (sejam eles individuais e/ou coletivos) poderá
auxiliar na constituição dessas sociedades.
Nessa conjuntura, a educação de nível superior tem um papel prioritário à
medida que os futuros profissionais são os que trabalharão com os recursos
sociais, ambientais e econômicos e, portanto, precisam perceber sua função
na busca por transformações sociais e melhoria de bem-estar para as pessoas
das gerações atuais e das próximas. Em relação à Engenharia, a atuação de
engenheiros/engenheiras pode causar impactos, muitas vezes, prejudiciais à
qualidade de vida das pessoas, de outros seres vivos e dos ecossistemas.
Logo, é imprescindível que eles possam refletir sobre sua atuação e sejam
formados para buscarem soluções sustentáveis para os problemas
profissionais que encontrarão, colaborando, assim, com a sociedade na qual
atuam (ADEODATO et al., 2004).
Engenharia Sustentável
A Engenharia Sustentável não é uma nova divisão da Engenharia. Também
não se reduz às acepções mais simplistas pertinentes a assuntos ambientais,
em oposto ao que muitos pensam. Sem dúvidas, para o engenheiro o meio
ambiente deve ser um componente essencial da equação. Na Engenharia, a
técnica não pode ser implementada de forma desconectada da viabilidade
econômica nem da preocupação ambiental.
Resguardar o meio ambiente e garantir que a sociedade se desenvolva: este é
o alvo de todas as atuações que garantam a sustentabilidade ambiental. A
sustentabilidade versa sobre a conservação dos componentes do ecossistema,
objetivando medidas que sejam factíveis a todos os setores das atividades
humanas. O conceito é: conseguir o desenvolvimento sem que seja
necessário investir contra o meio ambiente.
Em 1987 surge o termo sustentabilidade, sendo apresentado oficialmente na
Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), da
Organização das Nações Unidas (ONU), presidida pela ex-primeira-ministra da
Noruega, Gro Harlem Brundtland. O termo é definido como:
“[...] a capacidade de satisfazer as necessidades do
presente sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazerem suas próprias necessidades.”
Mais tarde, na Cúpula da Terra, popularmente conhecida como ECO 92, foi
firmado um acordo por quase todos os países do mundo, no qual eles se
comprometiam com a estabilização da concentração dos gases responsáveis
pelo efeito estufa, porém não foram definidas metas de redução específicas
para cada grupo resultante do encontro. Vale ressaltar que esse acordo sofre
revisões periódicas, sendo a mais famosa delas o Protocolo de Quioto,
apresentado em 1997.
Em 1994, Elkington (2001) criou a Teoria dos Três Pilares (em inglês, Triple
Bottom Line), um modelo de desenvolvimento que leva em consideração o
desenvolvimento econômico, a qualidade ambiental e a justiça social
por meio de uma visão equilibrada de como fazer uso dos recursos naturais,
essenciais para que as gerações futuras tenham uma sociedade de
prosperidade e justiça, melhor saúde ambiental e melhor qualidade de vida.
 Legenda: Mundo sustentável | Fonte:
Shuttersotck / kotoffei.
Os conceitos de sustentável e sustentabilidade têm várias definições
publicadas, contudo esses termos têm significados distintos. O termo
sustentável pode ser definido como “aquilo que pode ser mantido ao
longo do tempo”. A expressão sustentabilidade é o resultado de produzir
bens com um menor impacto ambiental, ajudando assim a preservar os
recursos naturais para as gerações futuras (HEINBERG, 2007).
Magalhães (1998) coloca que o conceito de desenvolvimento sustentável
abrange simultaneamente cinco dimensões de sustentabilidade:
ia
l
Espacial
Dada pela distribuição mais racional das atividades produtivas e sociais no
espaço físico, com ênfase no equilíbrio entre o meio rural e o urbano.
Cultural
Ligada à questão dos valores da sociedade, da educação, da pluralidade de
interesses e necessidades humanas, das peculiaridades de cada sistema
cultural.
Social
Se traduz pela igualdade de direitos e oportunidades
Ecológica
Que se coloca em favor da harmonização do desenvolvimento e da
preservação ambiental, com atenção aos limites dados pela capacidade de
suporte dos sistemas envolvidos.
Econômica
Caracterizada pela alocação mais eficiente dos recursos da produção.
Embora existam modelos que apresentem quatro ou mais dimensões (pilares)
relacionadas ao desenvolvimento sustentável, é comum o uso de três delas: a
social, a ambiental e a econômica (CAVALCANTI, 2012). Esses modelos são,
comumente, representados conforme Figura 1.
As três dimensões da sustentabilidade:

Econômica
Ec
ol
óg
icaS
oc
i
Cultural
Espacial
Para que se obtenha a sustentabilidade, Cavalcanti (2012) idealiza que o
desenvolvimento sustentável deve ser visto como um processo
socioeconômico no qual o uso de matéria e energia e os impactos
ambientais sejam minimizados, o bem-estar social seja maximizado, e o uso
dos recursos naturais vise à máxima eficiência, conforme o modelo de
funcionamento da natureza, ou seja, fugindo do esbanjamento.
Para Osório, Lobato e Castilho (2005), a sustentabilidade é apresentada como
a capacidade de manutenção de um estado, enquanto o desenvolvimento
sustentável ocorre como um processo para tentar manter um estado de
equilíbrio dinâmico de longo prazo, no qual a sustentabilidade é a ideia
central.
 Figura 1: As três dimensões da
sustentabilidade (desenhado pelo autor).

O sistema dinâmico da natureza
De modo simples, o meio ambiente funciona como um sistema aberto, que
recebe constantes insumos, processados e transformados em produtos,
conforme apresentado na Figura 2 (MOTA, 2004).
 Figura 2: Modelo termodinâmico da natureza
Modelo termodinâmico da natureza
Um sistema aberto está constantemente trazendo energia do ambiente. Os
animais e os vegetais sobrevivem devido à troca constante dela. Do mesmo
modo, as atividades econômicas e humanas precisam importar energia do
meio ambiente, pois vivem por sua causa. As atividades econômicas e
humanas, a fim de suprirem suas necessidades, transformam a energia dos
recursos naturais por meio de uso intensivo (IPEA, 2010).
As questões socioambientais são aspectos inerentes ao funcionamento do
sistema terrestre: primeiro, a compreensão
de que a Terra é um sistema
singular, está aberta para a troca de energia e matéria; e segundo,
atualmente as atividades econômicas e humanas são capazes de promover
profundas transformações no sistema global em uma escala complexa,
interativa e evidentemente acelerada. As questões socioambientais devem,
necessariamente, ser abordadas de um ponto de vista sistêmico. Entretanto,
um dos maiores entraves verificados quanto às políticas públicas tem sido a
carência de conhecimentos sobre o funcionamento dos sistemas
socioambientais. – IPEA, 2010.


Desenvolvimento Sustentável
O desenvolvimento sustentável, como opção de desenvolvimento, foi
delimitado por um progresso conceitual que antecedeu e auxiliou as pesquisas
da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD). Os
primeiros estudos científicos sobre o tema surgiram a partir do século XVIII.
Thomas Robert Malthus, um economista, demógrafo e estatístico, é
considerado o primeiro pesquisador a sugerir existência de limites ao
crescimento derivado da escassez dos recursos, por volta de 1978. A teoria
malthusiana (Figura 3) cria que a população tinha potencial de crescimento
ilimitado, enquanto a natureza, opostamente, possuía recursos limitados para
alimentá-la. Enquanto as populações crescem, segundo ele, em PG
(Progressão Geométrica), a produção de alimentos cresce em PA (Progressão
Aritmética).
 Figura 3: Teoria malthusiana (desenhado pelo
autor).
A ideia de desenvolvimento sustentável incorporada aos negócios é
relativamente recente, além de complexa e controversa. Com o surgimento de
novas demandas e maior pressão por transparência nos negócios, empresas
se veem forçadas a adotar uma postura mais responsável em suas ações
(LIMA, 2009).
As organizações de grande porte possuem forte influência mútua com o
ambiente e as comunidades do entorno da área de operação, exigindo, muitas
vezes, amplo investimento financeiro. Igualmente, o crescente número de leis
e regulamentações, que vêm sendo estabelecidas nos últimos anos, faz com
que a questão sustentável se torne praticamente obrigatória.

[...] responsabilidade socioambiental deixou de ser
uma opção para as organizações; ela é uma questão de
visão, estratégia e, muitas vezes, de sobrevivência.
Trevisan et al. (2008).
Apesar disso, conquanto todas elas tenham incluído a procura pela
sustentabilidade em suas missões e visões, são incomuns as empresas
reconhecidas como exemplo nesse campo. Isso se deve à falta de um modelo
que alie, de forma ativa, o planejamento estratégico com os conceitos da
sustentabilidade (PRIETO et al., 2006).
O que se encontra, na prática da gestão empresarial, é uma diversidade de
instrumentos de gestão, muitos dos quais de grande qualidade, porém que
não demonstram a capacidade de executar tal interação entre a
sustentabilidade e a estratégia de negócios na qual a empresa está inserida
(BAUMGARTEN, 2002).
Para as organizações privadas, é importante que a relação entre a economia,
o social e o ambiental esteja afinada. Ou seja, as companhias não podem
mais atuar pensando só em gerar lucro; por meio do uso sustentável de
recursos e do desenvolvimento humano, devem estar adequadas a toda
cadeia de valor, à preservação da água e à biodiversidade. Em busca de
reforçar a importância do envolvimento de todos os setores com a
sustentabilidade, a Organização das Nações Unidas, em 2015, implementou
os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODSs), cuja
finalidade é aplicar universalmente, até o ano de 2030, ações que contribuam
com o fim da pobreza e da desigualdade e que combatam as alterações
climáticas.
Na Figura 4, estão representados os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável, que vários países, incluindo o Brasil, comprometeram-se a atingir
até 2030.
Os ODSs, como também são conhecidos, são compostos por 169 metas, que
reforçam a necessidade de acabar com a pobreza e de prover
educação, saúde, água e saneamento a todos (tópicos que já estavam
presentes nos Objetivos do Milênio) e vão além. A ideia é construir um mundo
mais equilibrado, com oportunidades para todos e respeito ao meio ambiente.
 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
(adaptada de “A GLOBAL COMPACT FOR
SUSTAINABLE DEVELOPMENT”)
Na cartilha Gestão Sustentável nas Empresas, do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), os Sistemas de Gestão
Ambiental (SGA) podem ser aplicados em qualquer atividade econômica,
pública ou privada. Um SGA possibilita ao empresário controlar e minimizar os
riscos ambientais, além de representar uma importante vantagem
competitiva. A iniciativa ajuda o empreendimento em uma série de ações,
como:
1
Identificar e controlar impactos e riscos ambientais relevantes.
2
Estabelecer metas para o desempenho ambiental, assegurando o equilíbrio de
custos e benefícios.
3
Medir o desempenho em relação a padrões e metas preestabelecidos e
modificar a abordagem, se necessário.
Por meio de uma prática empresarial sustentável, provocando mudança de
valores e de orientação em seus sistemas operacionais, as empresas estarão
engajadas à ideia de desenvolvimento sustentável e preservação do meio
ambiente (Figura 5). A empresa que não buscar adequar suas atividades ao
conceito de desenvolvimento sustentável está fadada a perder
competitividade em médio prazo.
 FIGURA 5: Preceitos para uma atuação
Empresarial Sustentável (INVEPAR, 2013). Fonte:
goo.gl/UxL21w <http://goo.gl/UxL21w> .
Acesso em 01/05/2018.
http://goo.gl/UxL21w
Responsabilidade social
Responsabilidade social está atrelada ao conceito de desenvolvimento
sustentável. Uma atitude responsável em relação ao ambiente e à sociedade
não só garante a não escassez de recursos, mas também amplia o conceito a
uma escala mais abrangente. O desenvolvimento sustentável não só se refere
ao ambiente, mas também, por via do fortalecimento de parcerias duráveis,
promove a imagem da empresa como um todo e, por fim, leva ao crescimento
orientado. Uma postura sustentável é, por natureza, preventiva e possibilita a
prevenção de riscos futuros, como impactos ambientais ou processos judiciais.
São exemplos importantes de ações sustentáveis:
1
Exploração dos recursos vegetais de florestas e matas, garantindo o replantio,
e preservação de áreas verdes não destinadas à exploração econômica.
2
Uso de fontes de energia limpas e renováveis (eólica, geotérmica e
hidráulica).
3
Reciclagem dos resíduos sólidos e exploração do gás liberado em aterros
sanitários como fonte de energia.
4
Consumo controlado da água, visando evitar o desperdício, além da assunção
de medidas que visem à não poluição dos recursos hídricos.
Atividades
1. Qual das afirmações a seguir representa corretamente o conceito de
sustentabilidade?
 a) Promover a exploração de áreas ou o uso de recursos planetários
(naturais ou não) de forma a prejudicar o menos possível o equilíbrio
entre o meio ambiente e as comunidades humanas e toda a biosfera que
dele dependem para existir.
 b) Desenvolver novas tecnologias que proporcionem um aumento na
capacidade de produção industrial.
 c) Automatizar a forma de exploração dos recursos naturais.
 d) Desenvolver novas técnicas para a filtragem de resíduos industriais.
 e) Promover a exploração de áreas ou o uso de recursos planetários
(naturais ou não) de forma a maximizar a capacidade de produção e
extração dos recursos naturais.
2. Considere as seguintes afirmativas:
I - O desenvolvimento sustentável é capaz de suprir as necessidades da
geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às
necessidades das futuras gerações.
II - A definição de Desenvolvimento Sustentável surgiu na Comissão
Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como
Comissão Brundtland, em 1987. Essa comissão foi criada pelas Nações
Unidas para discutir e propor meios de um desenvolvimento econômico
mais consciente e a conservação ambiental, buscando soluções para a
manutenção da grande população mundial
de forma que promova a
sustentabilidade com a exploração de recursos naturais renováveis de
maneira equilibrada.
III - Atualmente, a população humana está consumindo os recursos
naturais mais rápido do que são regenerados na biosfera, acumulando
materiais tóxicos e diminuindo a qualidade do ambiente.
São verdadeiras:
 a) Apenas I.
 b) I e II.
 c) Apenas II.
 d) II e III.
 e) I, II e III.
3. A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o
desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade de atender às necessidades das futuras
gerações. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e
propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento
econômico e a conservação ambiental. Nesse sentido, a sustentabilidade
não deve ser utilizada genericamente como um “clichê”. Ela representa
um conceito que se expande em três dimensões principais, a saber:
 a) ideológica, política e social.
 b) econômica, ambiental e social.
 c) política, econômica e cultural.
 d) geopolítica, geoeconômica e histórica.
 e) histórico-cultural, ideológica e geopolítica.
Referências
AGOSTINHO, M.; AMORELLI, D.; BARBOSA, S. Introdução à Engenharia. 1 ed. Rio
de Janeiro: Lexicon, 2015.
BRAGA, B. et al. Introdução à Engenharia Ambiental. 2 ed. São Paulo: Pearson,
Prentice Hall, 2005.
FERREIRA A.D.D. Habitação autossuficiente: interligação e integração de sistemas
alternativos (biblioteca virtual). 1 ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2014.
FREITAS, C.A. Introdução à Engenharia. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2014.
PHILLIPPI JR., A. Coleção ambiental: energia e sustentabilidade (biblioteca virtual).
Barueri, SP: Manole, 2016.
REIS, L.B.; FADIGAS, E.A.F.A.; CARVALHO, C.E. Energia, recursos naturais e a
prática de desenvolvimento sustentável (biblioteca virtual). 2 ed. Barueri, SP:
Manole, 2012.
SILVA, C.G. da. De sol a sol: energia do século XXI. São Paulo: Oficina de textos,
2010.
ADEODATO, M.T.P.C.; SILVA, M.R.; SHIMBO, I. TEIXEIRA, B.A.N. O ensino da
sustentabilidade em cursos de graduação em Engenharia Civil integrando
pesquisa e extensão: a experiência da UFSCar. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA, setembro de 2004, Brasília. Disponível em:
http://www.abenge.org.br/cobenge/arquivos/15/artigos/07_266.pdf
<http://www.abenge.org.br/cobenge/arquivos/15/artigos/07_266.pdf> .
Acesso em 17 julho de 2018.
CAVALCANTI, C. Sustentabilidade: Mantra ou Escolha Moral? Estudos Avançados. v.
26, n. 74, p. 35-50, 2012. Disponível em: https://goo.gl/ebnPN5
<https://goo.gl/ebnPN5> . Acesso em 01 maio 2018.
ELKINGTON, J. Canibais com garfo e faca. São Paulo: Makron Books. 2001.
HEINBERG, R. (2007). Cinco axiomas da sustentabilidade. Disponível em
http://www.resistir.info/energia/5_axiomas.html
<http://www.resistir.info/energia/5_axiomas.html> . Acesso em 15 maio
2018.
LIMA, G.A. Notas de Aula: sustentabilidade das organizações, 2009.
MAGALHÃES, R. M. (1998). Análise de ciclo de vida orientada para o meio
ambiente – o contexto de projeto e gestão para o desenvolvimento sustentável.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – COPPE, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
MOTA, J. A. Economia, Meio Ambiente e Sustentabilidade: As Limitações do
mercado Onde o Mercado é o Limite. Boletim Científico. Brasília, Escola Superior do
Ministério Público da União, ano 3, n. 12, p. 67-87, jul./set. 2004.
OSÓRIO, L.A.R.; LOBATO, M.O.; CASTILLO, X.A. del. Debates on Sustainable
Development: Towards a Holistic View of Reality. Environment, Development and
Sustainability. 7, p. 501–518, 2005.
PRIETO, V. C. et al. Fatores Críticos na Implementação do Balanced Scorecard.
Gestão & Produção. v. 13, n. 1, p. 81-92, 2006. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2006000100008
<http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2006000100008> . Acesso em 15
jul. 2018.
http://www.abenge.org.br/cobenge/arquivos/15/artigos/07_266.pdf
https://goo.gl/ebnPN5
http://www.resistir.info/energia/5_axiomas.html
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-530X2006000100008
Sustentabilidade ambiental no Brasil: biodiversidade, economia e bem-estar
humano. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília: Ipea, 2010.
TREVISAN, M. et al. Uma ação de responsabilidade socioambiental no rodeio
internacional. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO –
ENEGEP, 28., 2008, Rio de Janeiro. Anais...
Próximos Passos
Abordar a história e o ensino de Engenharia no Brasil e no mundo.
Analisar o desenvolvimento histórico da ciência e tecnologia no país.
Ilustrar a expansão das escolas de Engenharia no Brasil.
Explore mais
Leia os seguintes textos:
“Termos usados nas questões de sustentabilidade ainda geram conflitos
<https://jornal.usp.br/atualidades/termos-usados-nas-questoes-de-
sustentabilidade-ainda-geram-conflitos> ”.
“Cinco axiomas da sustentabilidade
<http://resistir.info/energia/5_axiomas.html> ”.
Acesse a página:
“Engenharia sustentável <https://www.engenhariasustentavel.com.br>
”.
Assista aos vídeos:
“Mas afinal, o que é sustentabilidade?
<https://www.youtube.com/watch?v=cSzDdNA8jwM> ”. Em uma
linguagem acessível e moderna.
“Responsabilidade social e sustentabilidade das organizações
<https://www.youtube.com/watch?v=phpIk4J9QgI> ”.
https://jornal.usp.br/atualidades/termos-usados-nas-questoes-de-sustentabilidade-ainda-geram-conflitos
http://resistir.info/energia/5_axiomas.html
https://www.engenhariasustentavel.com.br/
https://www.youtube.com/watch?v=cSzDdNA8jwM
https://www.youtube.com/watch?v=phpIk4J9QgI
ENGENHARIA SUSTENT?VEL/aula10.pdf
Disciplina: Engenharia Sustentável
Aula 10: Energias renováveis
Apresentação
O Brasil desempenha um papel de destaque no cenário energético internacional, fruto
de decisões passadas que privilegiaram o aproveitamento do potencial hidrelétrico e a
produção de combustíveis a partir de cana-de-açúcar. Na aula de hoje, verificaremos
que o uso das energias renováveis é importante pelo fator econômico, em que a
utilização de recursos mais baratos para a produção de energia favorece a
preservação do meio ambiente, pois a maioria faz uso de meios naturais, abundantes
e reaproveitáveis para a produção de energia elétrica. Veremos ainda que a procura
por substitutos ecologicamente aceitáveis para os combustíveis fósseis se tornou
mais célere tanto pelo aumento do uso como pela previsão da diminuição da oferta,
por ser uma fonte de energia não renovável.
Objetivos
Compreender o conceito de fonte de energia renováveis;
Conhecer as origens de algumas fontes de energia renováveis;
Analisar vantagens e desvantagens da utilização desse tipo de energia.
Energias renováveis | Introdução
O caminho da coletividade global rumo a um padrão de desenvolvimento
sustentável passa pela mudança para uma economia mais inclusiva do ponto
de vista social e eficiente na sua relação com o meio ambiente – como fonte
de recursos naturais, integrador de resíduos e poluição, e provedor de
serviços ambientais fundamentais à vida humana. E as energias renováveis
são componentes essenciais dessa transição, apresentando soluções a
questões globais fundamentais como segurança energética, miséria e
alteração climática (REN 21, 2018).
Por ser uma referência em razão da sua matriz com considerável componente
de energias renováveis, a questão energética oferece ao país oportunidades
que extrapolam as fronteiras nacionais e dizem respeito à inserção do país na
economia global.
As fontes renováveis são aquelas que demoram pouco tempo para se formar.
Elas são as menores poluidoras, porém, em geral, geram menos energia.
Apesar de serem consideradas fontes energéticas limpas, elas causam alguns
danos à natureza
O Brasil apresenta grande potencial para o desenvolvimento das energias
renováveis e não pode se satisfazer apenas com a exploração do seu potencial
hidrelétrico e com a liderança em no cenário internacional
de biocombustíveis.
Dado o seu potencial para a geração de energia a partir das matrizes eólica e
solar, ignorar tais vocações é um contrassenso em termos de segurança
energética, que acaba por afetar também a competitividade do país e de suas
empresas, uma vez que os mais importantes países do cenário internacional
estão investido cada vez mais em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) e
geração a partir de energias renováveis, e suas empresas têm ampliado sua
participação nesses segmentos (IEDI, 2010).
Há que se reconhecer que, embora tenha se tornado uma referência em
biocombustíveis com o desenvolvimento do etanol de cana-de-açúcar, o Brasil
ainda tem seu processo de inovação industrial e agrícola distante do século
XXI. Por esse aspecto, considerando-se a transição para uma economia verde
em escala global, é essencial que o país crie condições para o
desenvolvimento de inovações ecológicas em energias renováveis (IEDI,
2010).
Energias renováveis | Análise por
fonte de energia
As principais fontes de energias renováveis são examinadas a seguir em
relação à participação no mercado de geração de energia, competitividade e
rota tecnológica. Nos casos de energia eólica, solar fotovoltaica e
biocombustíveis, examina-se a representatividade dessas alternativas no
Brasil.
Hidroeletricidade
A usina hidrelétrica de Itaipu (Figura 1) é a maior do mundo, localizada no Rio
Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai. Ela foi construída por ambos os
países.
 Figura 1: Usina hidrelétrica de Itaipu. | Fonte:
Angeloleithold/GNU Free Documentation License.
Eólica
Embora considerada uma das “novas” alternativas de energia renovável, a
energia eólica era utilizada desde a antiguidade para propulsar embarcações
e, por mekio de moinhos de vento, transformada em energia mecânica para
drenar canais ou moer grãos. O vento também passou a ser utilizado para
geração de energia elétrica por meio de turbinas eólicas, com base em
princípio semelhante ao dos antigos moinhos. A moderna indústria eólica
surgiu no final da década de 1970, a partir dos esforços de pesquisa
dinamarqueses, podendo ser considerada atualmente uma das formas de
geração de energia elétrica renovável, mais madura e competitiva.
 Figura 2: Aerogerador. | Fonte: Arne
Nordmann/GNU Free Documentation License.
A consolidação da energia eólica na geração de eletricidade no século XXI
deriva principalmente do fato de seu principal recurso, o vento, ser gratuito,
abundante em diversas regiões e inesgotável. Outra vantagem tecnológica é
que as turbinas modernas não emitem gases de efeito estufa durante sua
operação nem demandam água para resfriamento. Além disso, em
comparação com outras alternativas renováveis, como as hidrelétricas, pouco
tempo é necessário para a construção de parques de aerogeradores (Figura 2)
– que podem ser erguidos em menos de um ano.
Além do alto potencial de geração de energia eólica, existem outros motivos
que sustentam investimentos nessa fonte de energia. Um deles diz respeito à
melhoria da segurança da matriz energética nacional: a utilização da energia
eólica é um ótimo complemento à principal fonte de geração de eletricidade
no país, a energia de fonte hidrelétrica.
Os períodos de menor vazão nas barragens das hidrelétricas coincidem com a
época em que há maior incidência de vento, reduzindo assim a probabilidade
de problemas no fornecimento de eletricidade. Outro ponto relevante é que
70% da população brasileira se encontra na faixa litorânea, região onde há
maior potencial eólico (Figura 3).
 Figura 3: Turbinas localizadas no mar. | Fonte:
Hans Hillewaert/Creative Commons Attribution-
Share Alike 3.0 Unported.
Solar fotovoltaica
O Sol bombardeia a Terra com 174 petawatts (PW) de radiação solar sobre a
atmosfera, dos quais 89PW são absorvidos pelos oceanos e continentes. As
primeiras células fotovoltaicas modernas surgiram em 1954, quando o silício
foi adotado como mineral semicondutor e atingiu uma eficiência na conversão
da luz solar em energia de 4%. Já em 1958, tal tecnologia passou a ser aceita
como ideal para aplicações espaciais, e os satélites Vanguard I e II, Explorer
III e Sputnik 3 foram lançados com células solares de silício acopladas às suas
estruturas. Desde então, os avanços na área estão relacionados com a busca
de maior eficiência e de menores custos para os sistemas fotovoltaicos
(Figura 4).
 Figura 4: Placas fotovoltaicas. | Fonte: U.S. Air
Force photo/Airman 1st Class Nadine Y. Barclay /
public domain.
A utilização de tecnologia solar fotovoltaica para geração de energia elétrica
apresenta como vantagem o fato de que tem como principal insumo um
recurso inesgotável e sem custos, a radiação solar. Além disso, um sistema
fotovoltaico não produz emissões de gases de efeito estufa e poluição sonora
enquanto está em operação.
A maior desvantagem dessa tecnologia é sua reduzida
competitividade no panorama atual, dados os custos por
unidade de energia produzida. Todavia, o emprego de
painéis solares já é uma opção válida para o fornecimento
de eletricidade em regiões remotas e com baixa densidade
populacional, nas quais os elevados custos de conexão à
rede tornam a energia solar fotovoltaica economicamente
viável.
Outra forma de aproveitamento do sol como fonte de energia se dá pela
energia solar térmica, a qual se refere à técnica de gerar eletricidade a partir
do calor do sol, em geral com o uso de lentes ou espelhos que concentram (do
inglês, Concentrated Solar Power) a radiação solar, visando elevar a
temperatura em um ponto específico. A conversão dessa energia térmica em
eletricidade pode se dar por diferentes caminhos, como turbinas de vapor.
Etanol
O etanol representa mais de 85% da produção global de biocombustíveis. Nos
Estados Unidos, o modelo de produção de etanol utiliza-se do milho como
matéria-prima para produção de etanol e é fortemente baseado em incentivos
governamentais: os subsídios são da ordem de US$ 0,12/litro à cadeia
produtiva de etanol. O recorde de produção obtido pelo país, em 2008, é
resultado do esforço na criação de oportunidades econômicas, incremento em
segurança energética e redução de emissões de gases do efeito estuda (GEE).
No Brasil, a produção de etanol teve início na década de 1920, e somente a
partir de 1931, o etanol brasileiro passou a ser adicionado à gasolina. Em
1975, em meio à crise do petróleo, o governo brasileiro lançou o
PROÁLCOOL (Programa Nacional de Álcool) como uma abordagem de
segurança energética, fortemente lastreada em diminuição da dependência
brasileira das importações de petróleo. Em 1979, o governo passou a lançar
incentivos fiscais e creditícios para produtores e consumidores de etanol de
cana de açúcar.
 Fonte: https://goo.gl/ui2ykQ
<https://goo.gl/ui2ykQ> .
Por meio de pesquisa e desenvolvimento em variedades
de cana-de-açúcar e inovações tanto no plantio quanto no
processo produtivo, o setor deixou de depender do apoio
de subsídios governamentais para competir com a
gasolina. Em 1993, a demanda de etanol foi consolidada
por exigências legais de adição de 22% de etanol à
gasolina consumida no país.
A produção global de etanol é quase que totalmente baseada em tecnologia
de primeira geração, que se dá por meio de fermentação e destilação de
glicose ou sucrose, esta última retirada de matérias-primas que contêm
açúcar ou amido. Das várias matérias-primas que podem ser empregadas
nesse processo produtivo, milho e cana-de-açúcar (respectivamente o
https://goo.gl/ui2ykQ
principal insumo da produção de etanol nos Estados Unidos e no Brasil) são as
mais utilizadas, respondendo por cerca de 80% do volume produzido em
2008.
Biodiesel
O biodiesel é um combustível renovável e biodegradável, obtido a partir
da reação química de óleos ou gorduras, de origem animal, vegetal ou
gordura reciclada. Esse combustível substitui total ou parcialmente o óleo
diesel em motores automotivos ou estacionários, como os geradores de
eletricidade e calor. Qualquer
motor a diesel pode receber a mistura de
biodiesel e diesel, não sendo necessárias adaptações, como ocorre com o
álcool combustível.
 Biodisel Fonte: http://ruralpecuaria.com.br
<http://ruralpecuaria.com.br>
Deve-se ressaltar, porém, que nem todos os motores suportam o biodiesel
como única fonte de combustível. O biodiesel misturado ao diesel recebe a
denominação “BX”, em que o X é substituído pela porcentagem de biodiesel
na mistura. Assim, o biodiesel puro é denominado B100, e o B5, por exemplo,
corresponde a uma mistura com 5% de biodiesel. O biodiesel utilizado no
mundo é majoritariamente misturado ao diesel comum em pequenas
proporções (B4, B5), sendo que ainda não há uso em larga escala do biodiesel
puro em motores. Para obter biodiesel, é necessário um processo químico
chamado transesterificação, que envolve uma gordura e um álcool, na
presença de um catalisador. Um dos subprodutos principais do processo é a
glicerina, a qual pode ser comercializada para indústrias que a utilizem como
insumo.
A tecnologia para a obtenção de biodiesel é relativamente simples se
comparada àquela empregada na produção do etanol, o que permite um
modelo de produção atomizado. No entanto, a molécula do biodiesel é mais
http://ruralpecuaria.com.br/
complexa que a do etanol, o que demanda cuidados com controle de
qualidade para evitar alterações em aspectos como fluidez e viscosidade, em
especial quando o produto tem de atender a normas físico-químicas
específicas, como as definidas no Brasil pela Agência Nacional de Petróleo
(ANP).
Apesar das práticas de controle de qualidade distintas, pode-se afirmar que os
principais produtores de biodiesel do mundo usam processos muito similares.
Dentre as matérias-primas, as de fonte vegetal são as únicas em operação de
larga escala, sendo que as mais comumente utilizadas são os óleos de soja,
colza e girassol. Outras matérias-primas vegetais que merecem destaque são:
óleo de palma, girassol, amendoim, mamona, pinhão-manso e mostarda. O
biodiesel de fonte animal é mais raro e encontra-se restrito a alguns projetos
de escala reduzida.
Diesel e biodiesel são combustíveis com
desempenho muito similar. O poder calorífico do
biodiesel depende do processo produtivo, da
matéria-prima utilizada (Figura 5), do motor que
o utiliza, dentre outros fatores, mas o poder
calorífico médio do biodiesel é cerca de 8%
inferior ao do diesel comum. Por outro lado, o
biodiesel apresenta uma combustão mais
eficiente do que o diesel convencional.
A expansão da produção de biodiesel de origem vegetal é vista por muitos
como uma alternativa que associa inclusão social de agricultores ao combate à
mudança climática. Não devem ser desprezadas, entretanto, críticas aos
possíveis impactos negativos em segurança alimentar de uma ampliação da
demanda por biodiesel de origem vegetal, gerando encarecimento dos
alimentos e, consequentemente, grave impacto social. Há que se ressaltar que
a agricultura do biodiesel não compete necessariamente com culturas de
alimentos, o que exige uma análise da relação por país ou região.
 Soja, uma das matérias-primas do Biodiesel |
Fonte: https://goo.gl/n8ifKh
<https://goo.gl/n8ifKh>
Outros potenciais problemas a serem analisados dizem respeito às
quantidades de água, fertilizantes e herbicidas utilizadas nos cultivos, o que
varia segundo a matéria-prima e as técnicas agrícolas utilizadas, entre outros
aspectos.
A possibilidade de se utilizar gordura reciclada para obtenção do biodiesel –
proveniente, por exemplo, de óleo de cozinha – resolve alguns problemas
potenciais, como a interferência em segurança alimentar e os impactos
ambientais no cultivo da matéria-prima. Porém, projetos de produção de
biodiesel à base de gordura reciclada ainda são pouco representativos, mas já
existem projetos em fase de testes, em escala muito menor do que a
produção à base de matéria-prima vegetal, concentradas em áreas urbanas,
nas quais o volume de gordura reciclada e políticas municipais adequadas
podem conferir viabilidade à produção de biodiesel.
https://goo.gl/n8ifKh
 Fonte: Shutterstock por Rattiya Thongdumhyu
Outra alternativa para a produção de biodiesel é a partir de microalgas –
micro-organismos que apresentam taxas de crescimento muito superiores a
espécies como soja e mamona, proporcionando grande quantidade de
biomassa rica em óleo. As microalgas se utilizam de CO2 em seu metabolismo
e podem transformar as suas áreas de cultivo em filtros para alguns GEE
emitidos em processos produtivos, em uma solução que se encaixa na lógica
de ecologia industrial.
 Figura 5: Matérias-primas utilizadas para a
produção de biodiesel. (Fonte: ANP, 2009.)
Além das fontes estudadas anteriormente, existem outras em fase de
desenvolvimento ou pouco usadas, como, por exemplo:
Energia geotérmica
é obtida a partir do calor proveniente da Terra, mais precisamente do seu
interior.
Energia hidráulica
é obtida a partir da energia potencial de uma massa de água.
Energia das ondas
provém do aproveitamento das ondas oceânicas.
Energia das correntes marítimas
é uma forma de energia marinha obtida a partir do aproveitamento da energia
cinética das correntes marítimas, como a corrente do Golfo.
Energia maremotriz
é o modo de geração de eletricidade que ocorre a partir da utilização da
energia contida no movimento de massas de água devido às marés.
Energias renováveis no contexto
econômico brasileiro e
internacional
Um dos fundamentos da sustentabilidade econômica de um país é a sua
capacidade de prover logística e energia para o desenvolvimento de sua
produção, com segurança e em condições competitivas e ambientalmente
sustentáveis.
A política energética brasileira norteia-se por objetivos que visam garantir o
acesso de toda a população a serviços de qualidade a preços justos,
mantendo rigorosos compromissos com a preservação do meio ambiente e o
manejo sustentável dos recursos naturais. Tal política contribui
simultaneamente para o progresso econômico e social da população e para a
manutenção de uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo.
A preocupação com a dependência externa dos combustíveis fósseis tem
levado a uma maior diversificação das fontes de energia, com preferência por
fontes renováveis e de baixo impacto ambiental. Hoje, o Brasil é reconhecido
internacionalmente por seu pioneirismo no desenvolvimento de alternativas
energéticas eficientes e ambientalmente sustentáveis, em que se destaca o
etanol (TOLMASQUIM, 2012).
O estudo Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE-2020),
desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), aponta para
uma participação das fontes renováveis de 46,3% em 2020 ante os 44,8%
apresentados em 2010. Dessa forma, o Brasil irá manter-se como o país de
matriz mais limpa no mundo (Figura 6).
 Figura 6: Evolução da oferta interna de
energia. (Fonte: TOLMASQUIM, 2012.)
Não há como se negar o recente ganho de representatividade das energias
renováveis no cenário energético internacional. No período de 2007 a 2008, a
produção de biocombustíveis apresentou expansão tanto em etanol (34%)
quanto em biodiesel (33%), e a capacidade global de geração de energia
elétrica a partir de fontes renováveis, excluindo-se grandes hidrelétricas
(GHE), cresceu em 16%. Ainda no mesmo período, crescimentos significativos
são verificados também na capacidade de geração de energias de fonte eólica
(29%), solar fotovoltaica conectada (73%) e isolada da rede de transmissão
(86%) (NORTON, 2016).
O caminho da sociedade global rumo a um modelo de desenvolvimento
sustentável passa pela transição para uma economia mais inclusiva do ponto
de vista social e eficiente na sua relação com o meio ambiente – como fonte
de recursos naturais, assimilador de resíduos e poluição, e provedor de
serviços ambientais essenciais à vida humana. E as energias renováveis são
componentes essenciais dessa transição, apresentando soluções a questões
globais fundamentais como segurança energética, pobreza e
mudança
climática (REN 21, 2018).
O Brasil desempenha um papel de destaque no cenário energético
internacional, fruto de decisões passadas que privilegiaram o aproveitamento
do potencial hidrelétrico e a produção de combustíveis a partir de cana-de-
açúcar. A razão do imenso prestígio é clara: com base em dados de 2008, o
país oferta cerca de 85% de energia elétrica a partir de alternativas
renováveis e apresenta a mais eficiente e amplamente adotada solução para
produção de energia a partir de biomassa do planeta: somando-se o etanol e
a cogeração de eletricidade, os produtos de cana-de-açúcar responderam por
28% da oferta interna total de energia do país (BRASIL-EPE, 2018).
Todos esses dados apontam a robustez do processo de expansão da geração
de energia a partir de fontes renováveis na oferta global de energia, incluindo
não apenas países desenvolvidos – como Estados Unidos, Alemanha, Espanha
e Japão –, mas também países em desenvolvimento, como China e Índia,
protagonistas em energia eólica.
O Brasil apresenta aproximadamente 45% da oferta total de energia, que
inclui eletricidade e combustíveis, provenientes de fontes renováveis. É um
valor expressivo no contexto internacional, mas que apresenta tendência de
baixa se comparado com 2007. Restringindo-se à análise apenas para oferta
de energia elétrica, o modelo adotado pelo país no século XX, lastreado na
geração a partir de hidrelétricas, faz com o que país apresente um
componente renovável elevado: 85,4% da oferta de eletricidade em 2008 foi
proveniente de fonte limpa.
Na oferta de energia elétrica, fica claro o foco nas grandes hidrelétricas,
responsáveis por 80% da geração, e na biomassa, sobretudo a partir do
bagaço de cana-de-açúcar em projetos de cogeração, em detrimento das
demais formas de energia renovável, como eólica e solar. De acordo com o
Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica 2010-2019, prevê-se a
redução das fontes renováveis para 82,7% da oferta de energia elétrica e a
manutenção das grandes hidrelétricas como fonte principal, ainda que com
menor relevância, respondendo por cerca de 70% da oferta de eletricidade no
país até 2019.
Conforme falamos anteriormente, energias renováveis são componentes
essenciais da solução de questões globais fundamentais, como segurança
energética, pobreza e mudança climática (REN, 2018). No entanto, ainda que
tais temas sejam prioritários na agenda internacional, deve-se considerar que
a transição para uma matriz energética global mais renovável não se dará de
forma abrupta, uma vez que a dinâmica que sustenta o modelo energético
não renovável atual é difícil de ser revertida pelas seguintes razões:
I. o elevado nível de consumo material e energético em países desenvolvidos,
que se reflete também em maior ou menor escala em países emergentes;
II. a infraestrutura energética não renovável já estabelecida, planejada com
vistas ao longo prazo e de forma capital-intensiva;
III. a crescente demanda por serviços relacionados à energia em todo o
mundo; e
IV. o crescimento populacional (FAPESP, 2010).
Atividades
1. A energia solar apresenta muitos fatores positivos, como o fato de ser
renovável, ocupar espaços reduzidos em comparação a outras fontes e
não emitir poluentes na atmosfera. Além disso, a energia advinda dos
raios solares é abundante e pode ser bastante produtiva quando
devidamente aproveitada. No entanto, ela apresenta algumas
desvantagens, destacando-se:
 a) a baixa necessidade nas regiões de maior insolação.
 b) os elevados custos das instalações.
 c) a inacessibilidade em lugares remotos.
 d) a frequente necessidade de manutenção.
 e) os efeitos sobre as temperaturas da Terra.
2. O desenvolvimento da queima da biomassa resulta de estratégias para
reduzir, principalmente, os impactos gerados pela utilização de
combustíveis fósseis na sociedade. Embora o carvão mineral e o petróleo
ainda sejam recursos naturais centrais na sociedade atual, os
biocombustíveis vêm ganhando cada vez mais relevância no cenário
nacional e internacional das fontes de energia.
Sobre a biomassa, é INCORRETO afirmar que:
 a) apresenta como vantagem o baixo custo de operação e a facilidade
de armazenamento e transporte.
 b) é uma fonte de energia poluente, porém em menor intensidade se
comparada aos demais combustíveis.
 c) a biomassa pode ser utilizada a partir do reaproveitamento de
resíduos agrícolas, tais como o bagaço de cana-de-açúcar.
 d) por definição, entende-se por biomassa as diferentes formas de
energia advindas de material inorgânico.
 e) apesar de menos poluente, o cultivo em larga escala de vegetais
para a biomassa pode causar prejuízos ambientais.
3. “A energia que move a máquina Terra provém da gravidade, do
interior da Terra e dos próprios movimentos do planeta, mas em grau
muito superior provém do Sol, da radiação solar” (David DREW.
Processos interativos Homem-Meio Ambiente. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 1994, p. 20).
A energia solar é uma das fontes de energia que atua no planeta Terra.
No planeta, ela é:
 a) o principal fator construtor das estruturas e formas de relevo.
 b) um item secundário na formação das coberturas vegetais.
 c) um fator de desequilíbrio que altera as dinâmicas terrestres.
 d) o elemento essencial que dá origem aos sistemas e tipos climáticos.
 e) uma fonte em vias de extinção, daí o valor de outras formas de
energia.
Referências
BRASIL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Disponível em:
http://www.aneel.gov.br <http://www.aneel.gov.br> . Acesso em: 18 jul
2018.
BRASIL. Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Disponível em:
http://www.anp.gov.br <http://www.anp.gov.br> . Acesso em: 18 jul 2018.
BRASIL. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. Disponível
em: http://www.epe.gov.br/Paginas/default.aspx
<http://www.epe.gov.br/Paginas/default.aspx> . Acesso em: 18 jul 2018.
FAPESP. Um Futuro com Energia Sustentável: Iluminando o Caminho. 2010.
FERREIRA, H.T. Energia Eólica: Barreiras a sua Participação no Setor Elétrico
Brasileiro. 2008. 111 f. Dissertação (Mestrado – Programa Interunidades de Pós-
Graduação em Energia) – EP-FEA-IEE-IF, São Paulo: USP, 2008. Disponível em:
http://www.aneel.gov.br/
http://www.anp.gov.br/
http://www.epe.gov.br/Paginas/default.aspx
http://www.iee.usp.br/producao/2008/Teses/HenriqueTavares.pdf
<http://www.iee.usp.br/producao/2008/Teses/HenriqueTavares.pdf> .
Acesso em: 18 jul 2018.
IEDI. Tendências e Oportunidades na Economia Verde: Energias Renováveis. 2010.
RODRIGUES, R.C.S.; DERZI, S.R.; CORREIA, J.C. Barreiras e Facilitadores para a
Produção e Difusão de Tecnologias de Energias Renováveis na Região Amazônica.
Revista Brasileira de Energia. Vol 10, n. 1. Disponível em:
https://www.sbpe.org.br/index.php/rbe/article/download/168/151
<https://www.sbpe.org.br/index.php/rbe/article/download/168/151> .
Acesso em: 31 jul 2018.
TOLMASQUIM, M.T. Perspectivas e Planejamento do Setor Energético no Brasil. Estud.
av. vol.26, n.74, São Paulo, 2012.
Explore mais
Assista aos vídeos:
“Palestra Marcos Freitas, UFRJ - Energias Renováveis
<https://www.youtube.com/watch?v=svuwO6mWUgs> ”.
“Estudos da Atmosfera, Geosfera e Hidrosfera - Aula 24 - Recursos
Energéticos Renováveis <https://www.youtube.com/watch?
v=1er51I15e2o> ”.
“Fala, Doutor: Edilaine Venâncio Camillo - Políticas de Inovação Energia
Eólica - PGM 130 <https://www.youtube.com/watch?v=ymtgwAXKLjI>
”.
“Unesp Notícias | Energia Renovável
<https://www.youtube.com/watch?v=DRvKbu1TpaU> ”.
“Unesp Notícias | Energia Limpa <https://www.youtube.com/watch?
v=j_vdCVcCsO8> ”.
“Ecoideias | Energias Alternativas <https://www.youtube.com/watch?
v=-5gbK-riiCw> ”.
“Central de Energia das Marés do Pecém, Ceará, Brasil
<https://www.youtube.com/watch?v=r_n0vO5Gxow> ”.
http://www.iee.usp.br/producao/2008/Teses/HenriqueTavares.pdf
https://www.sbpe.org.br/index.php/rbe/article/download/168/151
https://www.youtube.com/watch?v=svuwO6mWUgs
https://www.youtube.com/watch?v=1er51I15e2o
https://www.youtube.com/watch?v=ymtgwAXKLjI
https://www.youtube.com/watch?v=DRvKbu1TpaU
https://www.youtube.com/watch?v=j_vdCVcCsO8
https://www.youtube.com/watch?v=-5gbK-riiCw
https://www.youtube.com/watch?v=r_n0vO5Gxow
ENGENHARIA SUSTENT?VEL/aula2.pdf
Disciplina: Engenharia Sustentável
Aula 2: História e ensino de engenharia no Brasil e no mundo
Apresentação
O desenvolvimento da humanidade se processa de forma continuada, mas, eventualmente,
observam-se alguns saltos esporádicos de maior transformação. Grandes progressos científicos
ocorrem quando invenções tecnológicas inovadoras chegam ao mercado consumidor. Nessas
ocasiões, o trabalho dos engenheiros tem um valor essencial para o desenvolvimento da
sociedade.
Ao longo da História, as inovações tornaram realidade projetos extremamente importantes
tanto de um ponto de vista intelectual como de um empresarial/econômico.
A implantação e o crescimento dos cursos de Engenharia no Brasil estão intrinsecamente
relacionados ao desenvolvimento da tecnologia e da indústria, além das condições econômicas,
políticas e sociais do país, assim como suas relações internacionais. Dessa forma, pode-se
verificar que o crescimento do número de cursos no país acompanha os diversos ciclos políticos
e econômicos pelos quais passaram o Brasil e o mundo.
Objetivos
Registrar o desenvolvimento histórico da ciência e tecnologia no país;
Analisar a importância das inovações tecnológicas e seus contextos históricos;
Abordar a expansão das escolas de Engenharia no Brasil.
História da engenharia no mundo
Olhando para o passado, podemos perceber inúmeros progressos atingidos pelo homem
ao longo das eras (Figura 1): o controle do fogo, a domesticação dos animais, a
invenção da agricultura, a criação de cidades, o desenvolvimento da imprensa ou ainda
a construção de um avião comercial.
O desenvolvimento da Engenharia se deu juntamente com o progresso da humanidade,
sendo a Engenharia responsável por atender às demandas da sociedade, bem como
gerar novas demandas.
 Figura 1: Evolução da humanidade. | Fonte: Autor
Início da Engenharia
O início da Engenharia alude à Pré-História, quando foram edificadas as primeiras
construções pelo homem. Os homens pré-históricos não possuíam moradia fixa; eram
nômades. Porém, já tinham a noção de moradia como sendo um local para abrigá-los
das intempéries da natureza e protegê-los do ataque de animais. Com o passar do
tempo, houve a descoberta do fogo, e o homem das cavernas passou a aproveitar
alguns recursos da natureza. Ele começou a utilizar outros materiais – por exemplo,
barro, peles, pedras e madeira – como matéria-prima para a construção de suas
moradias. Essa idade é compreendida pelo período Paleolítico, Neolítico e Idade dos
Metais.
Na Idade Antiga surgiram as primeiras construções de muros, templos, canais para
irrigação, pontes de pedra, pavimentações. As técnicas construtivas e o uso de novos
materiais foram sendo aprimorados para a construção de aquedutos, portos, mercados,
barragens e estradas. É nesse período histórico que surge a primeira ideia de
construção civil.
No período medieval quase não houve avanço científico e tecnológico de Engenharia.
Não havia método científico nas construções. Era utilizado o sistema de tentativa e erro,
o que resultou em numerosos casos de colapso de estruturas. Essa época ficou restrita
a conceitos práticos pouco estruturados.
 Período Paleolítico | Fonte: Shutterstock
 Período Neolítico | Fonte: Shutterstock
 Idade Antiga| Fonte: Shutterstock
 Período Medieval | Fonte: Shutterstock
A partir do século XX, a Engenharia como um todo passou a se
desenvolver e se especializar, sobretudo devido aos avanços
científicos e às fundamentações teóricas do comportamento dos
materiais. A Revolução Industrial trouxe consigo novas técnicas e
materiais pertinentes à Engenharia.
 Novas Técnicas com a Revolução Industrial | Fonte: Shutterstock
Enquanto a Engenharia do passado se caracterizava pela limitação ao uso dos recursos
naturais, a moderna era caracterizada pela aplicação generalizada de conhecimentos
científicos à resolução de problemas; isso foi possível principalmente em decorrência da
criação de computadores capazes de processar cálculos e análises complexas em
tempos nunca antes imagináveis. Nessa idade, com as cidades densamente povoadas,
surgem grandes construções, que só foram possíveis diante da possibilidade de se
projetar e testar as construções antes de sua execução.
A École Nationale des Ponts et Chaussés, fundada em Paris em 1747, parece ter
sido o primeiro estabelecimento de ensino, em todo o mundo, onde se ministrou
um curso regular de Engenharia e que diplomou profissionais com esse título. Da
mesma época é a École Nationale Supérieure des Mines, igualmente de Paris, que
formava engenheiros de minas. O nome de engenheiro civil teria sido usado pela
primeira vez pelo engenheiro inglês John Smeaton – um dos descobridores do cimento
Portland –, que assim se autodenominou em fins do Século XVIII. Em 1818, fundou-se
em Londres o Instituto de Engenheiros Civis, com a principal finalidade de defender e
prestigiar o significado da profissão, ainda desprezada e mal compreendida, mesmo nos
centros mais avançados do mundo.
Fatos Marcantes da Ciência e da
Tecnologia
Clique nas datas abaixo. Fonte: Bazzo, 2002.
1620
Francis Bacon preconiza o método experimental.
1637
René Descartes publica o primeiro tratado da Geometria Analítica e formula as Leis da
Refração.
1642
Blaise Pascal constrói a primeira máquina de calcular.
1660
É estabelecida a Lei de Hooke, princípio básico para o estudo da Resistência dos
Materiais, ciência básica das Engenharias.
1674
O cálculo infinitesimal, ferramenta básica para a análise matemática, é inventado por
Newton e Leibniz.
1729
Stephen Gray descobre que há corpos condutores e não condutores de eletricidade.
1745
Ewald Jurgen Von Kleist inventa o capacitor elétrico.
1752
Benjamin Franklin inventa o para-raios.
1764
James Watt inventa o condensador, componente fundamental para o motor a vapor.
1768
Gaspar Monge cria a Geometria Descritiva.
1775
Pierre Simon inventa a turbina d'água.
1789
Antoine Laurent Lavoisier enuncia a lei da conservação da massa.
1790
Lavoisier publica a tábua dos 31 primeiros elementos químicos.
1800
Alessandro Volta constrói a primeira bateria de zinco e chapas de cobre.
1802
Joseph Gay Lussac formula a Lei da Dilatação dos Gases.
1805
Joseph Fourier formula a Teoria do Desenvolvimento das Funções em Séries
Trigonométricas.
1811
Amadeo Avogadro formula a hipótese sobre a composição molecular dos gases.
1814
George Stephenson constrói a primeira locomotiva.
1819
Hans Oerstedt descobre o eletromagnetismo.
1824
Sadi Carnot cria a Termodinâmica.
1825
Nielson constrói o primeiro alto-forno.
1831
Michael Faraday descobre a indução eletromagnética.
1834
Charles Babbage inventa a máquina analítica, ancestral do computador.
1837
Samuel Morse inventa o telégrafo elétrico.
1855
Henry Bessemer constrói o primeiro conversor para produção do aço.
1867
Joseph Monier inventa o processo de construção de concreto reforçado.
1878
Thomas Edison inventa a lâmpada elétrica.
1885
Gottlieb Daimler e Karl Benz constroem o primeiro automóvel.
1891
É construída a primeira linha de transmissão elétrica, em corrente alternada.
1892
Rudolf Diesel patenteia o seu motor de combustão interna.
História da Engenharia no Brasil
A implantação e o desenvolvimento dos cursos de Engenharia no Brasil estão
intrinsecamente ligados ao desenvolvimento da tecnologia e da indústria, além das
condições econômicas, políticas e sociais do país, assim como suas relações
internacionais. Dessa forma, pode-se verificar que o crescimento do número de cursos
no país acompanha os diversos ciclos políticos e econômicos pelos quais passaram o
Brasil e o mundo. Até 1950 existiam apenas
16 Instituições de Educação Superior
(Tabela 2) que ofereciam 62 cursos de Engenharia no total. Hoje, em todo o
território nacional, existem 1.156 Instituições de Ensino Superior que oferecem cursos
de Graduação em Engenharia, conforme consta no Sistema E-MEC (2018).
Tabela 2: Escolas de Engenharia Criadas no Brasil
até 1950
Ano de
Fundação Localização
Denominação
na fundação Nome atual
1792
Rio de
Janeiro/RJ
Real Academia de
Artilharia, Fortificação
e Desenho
Universidade Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ Instituto Militar de
Engenharia (IME)
1874 Ouro Preto/MG Escola de Minas
Universidade Federal de Ouro Preto
– UFOP
1893 São Paulo/SP
Escola Politécnica de
São Paulo
Universidade de São Paulo – USP
1895 Recife/PE
Escola de Engenharia
de Pernambuco
Universidade Federal de
Pernambuco – UFPE
1896 São Paulo/SP
Escola de Engenharia
Mackenzie
Universidade Presbiteriana
Mackenzie – UPM
1896 Porto Alegre/RS
Escola de Engenharia
de Porto Alegre
Universidade Federal do Rio Grande
do Sul – UFRGS
1897 Salvador/BA
Escola Politécnica da
Bahia
Universidade Federal da Bahia –
UFBA
1909 Juiz de Fora/MG Instituto Politécnico
Universidade Federal de Juiz de
Fora – UFJF
1911
Belo
Horizonte/MG
Escola Livre de
Engenharia
Universidade Federal de Minas
Gerais – UFMG
1912 Curitiba/PR
Faculdade de
Engenharia do Paraná
Universidade Federal do Paraná –
UFPR
1912 Recife/PE
Escola Politécnica de
Pernambuco
Universidade de Pernambuco – UPE
1913 Itajubá/MG
Instituto
Eletrotécnico de
Itajubá
Universidade Federal de Itajubá –
UNIFEI
1928
Rio de
Janeiro/RJ
Escola de Engenharia
Militar
Instituto Militar de Engenharia –
IME
1931 Belém/PA
Escola de Engenharia
do Pará
Universidade Federal do Pará –
UFPA
1946 São Paulo/SP
Escola de Engenharia
Industrial
Faculdade de Engenharia Industrial
– FEI
1948
Rio de
Janeiro/RJ
Escola Politécnica
Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro – PUC - Rio
Fonte: Oliveira, 2010.
Devemos nos atentar para uma diferença essencial entre as primeiras escolas de
Engenharia e as atuais. As primeiras treinavam para técnicas e métodos. Hoje, a
preocupação maior é sobretudo formar e educar, de modo a municiar o futuro
profissional de fundamentos teóricos consistentes, para que ele possa atuar com
competência.
Desenvolvimento da Engenharia
O desenvolvimento da Engenharia no Brasil manteve-se por muito tempo estagnado. O
principal fato para que isso acontecesse era a economia ser baseada na escravidão, o
que não tornava o desenvolvimento interessante para a monarquia. A referência mais
antiga com relação ao ensino da Engenharia no Brasil é citada por Telles (1994) em seu
livro História da Engenharia no Brasil — parece ter sido o contrato do holandês Miguel
Timermans, entre 1648 e 1650, para aqui ensinar sua arte e ciência.
Até o início deste século, tivemos a fase dos engenheiros "enciclopédicos": quando a
sólida cultura básica ministrada nas escolas permitia que se abordassem e resolvessem
com eficiência problemas em vários campos da Engenharia: ferrovias, portos, obras
públicas, indústria etc. (TELLES, 1994).
Assim foram todos os grandes vultos daquele tempo, cujas carreiras foram, em muitos
casos, um contínuo passar de um campo para outro: Paulo de Frontin, Pereira Passos,
André Rebouças, Honório e Francisco Bicalho, Aarão Reis etc. A fase das especializações
só ocorreu mais tarde, com a vinda de alguns profissionais estrangeiros, e
principalmente por iniciativa de alguns engenheiros proeminentes, que se
especializaram de forma quase autodidática e depois fizeram escola, como, por
exemplo, Francisco Saturnino de Brito, na engenharia sanitária, e Emílio Baumgart, no
concreto armado (TELLES, 1994).
 Paulo de Frontin
 Pereira Passos
 André Rebouças
 Aarão Reis
Inovação Tecnológica na Engenharia
Ao buscarmos uma definição de Engenharia, podemos descobrir que:

Engenharia é a arte de aplicar conhecimentos científicos e
empíricos e certas capacitações específicas à criação de
estruturas, dispositivos e processos que se utilizam para
converter recursos naturais em formas adequadas ao
atendimento das necessidades humanas.
(FERREIRA, 1986)
Uma das dimensões na qual a palavra inovação aparece com maior frequência é a
relacionada à produção de novos produtos ou processos intensivos em conhecimento.
Essa dimensão guarda relação com os desenvolvimentos científicos e tecnológicos,
razão pela qual se utiliza o termo Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) para
descrever os principais elementos que caracterizam o processo dinâmico que está
impactando profundamente a economia, a sociedade e o meio ambiente.
Sustentabilidade
Cavalcanti (2012) argumenta que, embora a sustentabilidade tenha se tornado uma
espécie de mantra no mundo contemporâneo, não há grandes compromissos
relacionados com a redução do impacto ambiental e os limites sobre o uso dos recursos
que devem ser estabelecidos para conciliar crescimento econômico e desenvolvimento
sustentável. Nesse sentido, mudanças no sistema econômico são um imperativo. Em
uma perspectiva mais abrangente, Veiga (2010) propõe que indicadores de
sustentabilidade sejam estabelecidos para que se avalie concomitantemente resiliência
ecossistêmica, qualidade de vida e desempenho econômico.
O Brasil é um país com vocação para a sustentabilidade, em razão de suas reservas
naturais e biodiversidade, e apresenta grande potencial de contribuição para as
mudanças climáticas. Diferentemente de países com economia madura, o Brasil possui
uma infraestrutura industrial e tecnológica ainda em desenvolvimento, possibilitando a
adoção de novas tecnologias para atender às exigências da sustentabilidade, sem
demandar muitas reconversões de infraestrutura (KRUGLIANSKAS; PINSKY, 2014).
 Uma das reservas naturais do Brasil: Parque Nacional
de Iguaçu
O processo de inovação tecnológica consiste em uma série de fases necessárias para
que se implementem melhorias ou se desenvolva um novo processo produtivo, produto
ou serviço.
Existem duas correntes sobre a origem das inovações tecnológicas:
“Uma defende que o impulso tecnológico (Technological Push)
vem dos setores de pesquisa e desenvolvimento científico, sem
fins comerciais; a outra (Market Pull), mais aceita atualmente,
afirma que são as necessidades do mercado que instigam as
empresas a desenvolverem novas tecnologias que satisfaçam as
demandas dos consumidores e empresas.” (VEYRAT, 2017).
A inovação é um dos principais fatores que influenciam o crescimento econômico dos
países, sendo essencial para a geração de vantagem competitiva em ambientes
altamente turbulentos. A habilidade em inovar é diretamente relacionada com a
capacidade competitiva dos indivíduos, empresas, regiões ou países (NEELY; HILL,
1998; IBGE, 2013).
A difusão de novas tecnologias é primordial para o crescimento sustentado dos
resultados e o aumento da produtividade, sendo definida como a maneira com que uma
inovação é disseminada desde a sua primeira aplicação para outro país, região,
indústria, mercado ou empresa. Os processos de inovação e seus impactos econômicos
ainda são considerados deficientes (OECD, 2005), considerando, por exemplo, as
dificuldades de difusão e o baixo índice de adoção de tecnologias fundamentais a
setores críticos e com considerável potencial de contribuição para o desenvolvimento de
soluções sustentáveis, como os setores químico, sucroenergético, transporte e de bens
de consumo.
As Inovações Tecnológicas de Produtos e Processos (TPP) são definidas no
Manual de Oslo pela Organization for Economic Cooperation and Development
(OECD, 2005, p.31) e compreendem:
“A implementação de produtos e de processos tecnologicamente
novos e a realização de melhoramentos tecnológicos significativos
em produtos e processos. Uma inovação TPP foi implementada se
ela foi introduzida no mercado (inovação de produto) ou usada
em um processo de produção (inovação de processo).”
A inovação
tecnológica orientada para a sustentabilidade apresenta-se como uma
alternativa para contribuir com a construção de uma nova forma de capitalismo que
considera a unidade entre sociedade e natureza, economia e ética (ABRAMOVAY, 2012),
sendo os seus benefícios diversos para o setor corporativo, incluindo diferenciação,
desenvolvimento de novos produtos, processos e serviços, acesso a novos mercados,
eficiência na cadeia de valor, compliance, redução de custo e risco (Porter; Van Der
Linde, 1995; Hart; Milstein, 2004; Schot; Geels, 2008; Nidumolu; Prahalad;
Rangaswami, 2009; Frondel et al., 2010).
O conceito de inovação orientada para a sustentabilidade é abrangente e recebe
diversas denominações na literatura, como inovação sustentável, verde, eco ou
ambiental. Essa pesquisa considera o conceito de ecoinovação, elaborado com base na
definição de inovação da OECD:

“Ecoinovação é a produção, assimilação ou exploração de um
produto, processo produtivo, serviço ou gestão ou método de
negócios que é novo para a organização (desenvolvimento ou
adoção) e que resulta, ao longo de seu ciclo de vida, na
redução de risco ambiental, poluição e outros impactos
negativos do uso de recursos (incluindo o uso de energia) em
comparação com alternativas relevantes.
(Kemp; Pearson, 2007, p.7.)
Atividades
1. Para se constituir em uma inovação tecnológica, o bem, produto, processo ou
empresa desenvolvido necessita:
 a) Ser inédito no mercado.
 b) Ser gerado por uma equipe de especialistas em tecnologia.
 c) Passar por um processo incremental.
 d) Desenvolver tecnologia que atenda às necessidades ou aos anseios humanos,
incorporando às atividades humanas.
 e) Possuir alto custo de implantação e manutenção.
2. Na sociedade contemporânea, a inovação constitui-se:
 a) Apenas em uma ferramenta gerencial básica.
 b) Somente em uma ferramenta para desenvolvimento de novos produtos.
 c) Em um instrumento de transformação de culturas organizacionais inteiras.
 d) Em uma ferramenta suficiente para a manutenção de boas margens de lucro.
 e) No fato de que a difusão do conhecimento não é uma condição básica para a
geração da inovação tecnológica.
3. Leia o trecho a seguir, extraído do livro Introdução à Engenharia, da Professora
Márcia Agostinho.
"A Engenharia pode ser definida como a arte de fazer engenhos ou, ainda, a arte
de resolver problemas. Como tal, a engenharia faz parte da identidade humana. É
esta habilidade de transformar a natureza a nosso favor, através do uso de
ferramentas e técnicas, que nos caracteriza como espécie única."
Essa afirmação pode ser interpretada do seguinte modo:
 a) A engenhosidade nos diferencia dos demais primatas porque apenas os seres
humanos são capazes de desenhar.
 b) A engenhosidade nos diferencia dos demais primatas porque a identidade
humana corresponde à capacidade de se comunicar.
 c) Qualquer animal é capaz de transformar a natureza a seu favor com o uso de
técnicas complexas.
 d) Qualquer animal é capaz de planejar e construir engenhos.
 e) A espécie humana se diferencia e se caracteriza como única porque é capaz
de utilizar-se dos elementos da natureza para construir seus engenhos, de modo
racional, identificando suas necessidades e sua sustentabilidade.
Referências
AGOSTINHO, M.; AMORELLI, D.; BARBOSA, S. Introdução à Engenharia. 1 ed. Rio de
Janeiro: Lexicon, 2015.
FREITAS, C.A. Introdução à Engenharia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014.
GURGEL, E.M. Engenharia: história em construção. Belo Horizonte: UFMG, 2012.
HOLTZAPPLE, M. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
ROCHA, A.A. Histórias do saneamento. São Paulo: Edgard Blucher, 2016.
BAZZO, W.A.; PEREIRA, L.T.V. Introdução à Engenharia. 6 ed., Florianópolis: UFSC, 2002.
271p.
CAVALCANTI, C. Sustentabilidade: Mantra ou Escolha Moral? Uma abordagem ecológico-
econômica. Estudos Avançados, v.26, n.74, p.35-50, 2012.
E-MEC (2013). Sistema de Cadastro de Instituições e de Cursos Superiores,
emec.mec.gov.br.
FERREIRA, A.B.H. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1986.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de Inovação 2001. Rio de
Janeiro, 2013.
KRUGLIANSKAS, I.; PINSKY, V.C. (Org.) Gestão estratégica da sustentabilidade:
experiências brasileiras. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.
NEELY, A.; HII, J. Innovation and business performance: a literature review. The Judge
Institute of Management Studies. University of Cambridge, 1998. p.65.
OECD. Organization for Economic Cooperation and Development. Oslo Manual. The
measurement of scientific and technological activities. Proposed Guidelines for Collecting and
Interpreting Technological Innovation Data. European Commission and Eurostat, 2005.
OLIVEIRA, V.F. (2010). Retrospecto sobre a Formação em Engenharia. In: PINTO D. P.
PINSKY, V. et al. Sustainability as driver of corporative innovation: a case study in the
brazilian petrochemical sector. In: POMS 25th ANNUAL CONFERENCE. Proceedings of Production
and Operations Management Society. Chicago, 2014.
TELLES, P.C.S. História da Engenharia no Brasil. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos
Editora S.A, 1984.
¬______. História da Engenharia no Brasil (Séculos XVI a XIX). Rio de Janeiro: LTC
Editora S.A., 1984.
VEIGA, J.E. da. Indicadores de Sustentabilidade. Estudos Avançados, v.24, n.68, p.39-52,
2010.
VEYRAT, P. Processo de inovação tecnológica e suas 8 etapas. Disponível em:
http://www.venki.com.br/blog/processo-de-inovacao
<http://www.venki.com.br/blog/processo-de-inovacao> . Acesso em 22 maio 2018.
Próximos Passos
Contribuição das diversas etnias na formação da sociedade brasileira;
Identificação dos perfis profissionais dos diversos engenheiros que atuam no mercado;
Como o profissional pode estar presente nas mais diversas áreas da engenharia.
Explore mais
Leia os seguintes textos:
“Reflexões sobre a História do Ensino de Engenharia
<http://porvir.org/reflexoes-sobre-historia-ensino-de-engenharia> ”.
“Evolução Geral da Engenharia no Brasil
<http://rmct.ime.eb.br/arquivos/RMCT_4_tri_1997/evol_geral_eng_Brasil.pdf>
”.
Assista aos vídeos:
“Introdução à Engenharia – Aula 1 <https://www.youtube.com/watch?
v=nnlLmuojXSU> ”.
“História da Engenharia <https://www.youtube.com/watch?v=tVbsAMtm0rg> ”.
“Panorama da História da Engenharia <https://www.youtube.com/watch?
v=U16HsHpIGsw&t=452s> ”.
http://www.venki.com.br/blog/processo-de-inovacao
http://porvir.org/reflexoes-sobre-historia-ensino-de-engenharia
http://rmct.ime.eb.br/arquivos/RMCT_4_tri_1997/evol_geral_eng_Brasil.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=nnlLmuojXSU
https://www.youtube.com/watch?v=tVbsAMtm0rg
https://www.youtube.com/watch?v=U16HsHpIGsw&t=452s
ENGENHARIA SUSTENT?VEL/aula3.pdf
Disciplina: Engenharia Sustentável
Aula 3: História e ensino de engenharia no Brasil e no mundo
Apresentação
Esta aula se inicia com uma breve exposição a respeito da importância da capacidade de pensar dos
seres humanos como principal diferencial para o destaque e a supremacia da espécie no planeta.
Vale destacar que a Engenharia é uma profissão cujo pleno exercício exige:
Criatividade, que pode ser exemplificada pela capacidade de criar uma nova abordagem para
um assunto ou de desenvolver ferramentas para solucionar um problema.
Engenhosidade, como a capacidade de agregar diferentes elementos da natureza, de modo a
obter certo resultado desejado.
Abordagem científica, ou seja, a forma de relacionar eventos e conhecimentos de maneira
lógica e metodológica para explicar fenômenos da natureza, desenvolver teorias e formalizar
conhecimento com consistência.
Objetivos
Levar o aluno a compreender a contribuição das diversas etnias na formação da sociedade
brasileira;
Identificar os perfis profissionais dos diversos engenheiros que atuam no mercado;
Compreender o Sistema Crea/Confea.
Ética e Engenharia
Na visão de Maximiniano (2012), a responsabilidade social das organizações
e o
comportamento ético dos administradores estão entre as tendências mais importantes que
vão influenciar a teoria e a prática da gestão a partir do Terceiro Milênio.
A discussão sobre ética e responsabilidade social é antiga, mas há pouco tempo passou a
nortear o comportamento dos gestores. Isso aconteceu a partir do momento em que casos
de poluição, corrupção, desemprego e direitos do consumidor começaram a ganhar mais
destaque na mídia.
Sob o ponto de vista estritamente filosófico, a ética pode ser definida como a interpretação
da moral. A palavra ética tem a sua origem no termo latino ethos, que significa
comportamento, hábitos, costumes. O Código de Ética contém um sistema de valores
que devem nortear o comportamento de pessoas, grupos, profissões e organizações.
De acordo com Stoner et al (1995) , a ética nas empresas pode ser abordada em quatro
níveis:
Social
O Nível Social expressa a maneira como as pessoas questionam a presença, o papel e
os efeitos das organizações perante a sociedade.
É justo que um executivo ganhe 50 vezes mais do que um trabalhador do nível
operacional?
É aceitável o fato de empresas bancarem campanhas políticas de candidatos com
o intuito de obterem vantagens?
É correto que algumas empresas formem cartéis como forma de controlar o preço
de produtos?
Podemos aceitar que algumas empresas subornem funcionários para pagar menos
impostos ou para vencer determinada concorrência ou licitação?
Stakeholder
Os stakeholders são pessoas que sofrem, direta ou indiretamente, influência das
decisões administrativas de uma organização, representada aqui pelos shareholders
(acionistas, gestores e conselho de administração).
Qual é a obrigação de uma empresa em informar aos seus consumidores os riscos
que seus produtos podem causar à saúde (por exemplo, cigarros e bebidas
alcoólicas)?
Qual é o impacto da instalação ou operação de uma organização para uma
comunidade ou para o meio ambiente?
Que impacto os clientes, fornecedores, distribuidores e funcionários podem sofrer
em caso de desativação de uma unidade ou filial de uma organização?
Política interna da empresa
Os questionamentos éticos no nível da política interna da empresa abrangem
principalmente a relação das organizações com os seus funcionários.
Quais são as obrigações das organizações (além das legais) para com seus
funcionários?
Que tipos de compromissos uma empresa pode exigir de seus funcionários?
Até que ponto os funcionários devem ser ouvidos em relação às decisões que as
organizações tomam?
Individual
O nível individual respeita à maneira como as pessoas devem tratar-se umas às outras.
Que normas de conduta devem orientar o comportamento das pessoas em seus
relacionamentos pessoais nas organizações?
Como uma empresa (representada pela chefia) pode ajudar seu funcionário em
uma questão pessoal?
Engenharia e a formação da sociedade
Com toda a certeza, a colonização do Brasil foi um dos processos que mais contribuiu para a
formação da população brasileira, e tudo isso aconteceu a partir do século 15, quando
diversos colonizadores portugueses, espanhóis, holandeses, entre outros, começaram a criar
o que chamamos de “a sociedade brasileira”. Durante aquela época, começaram a existir as
colônias e, automaticamente, a colonização. A grande diversidade cultural das populações
indígenas da América do Sul foi negativamente afetada pelo processo de colonização no
Brasil. Houve duas situações de colonização, uma bastante distinta da outra:
A colonização de povoamento
Quando os europeus tinham o interesse em viver nas regiões conquistadas, obrigando os
índios a deixar a sua terra e ainda tendo filhos mestiços com as índias.
A colonização de exploração
Teve a real intenção de remover o máximo possível de recursos e também riquezas naturais
das várias terras exploradas, e levar para o seu país de origem, o que ainda acontece em
nossos dias, porém de forma um pouco diferente.
A formação do engenheiro e a sua função
social
Segundo o dicionário, engenheiro é:

Uma pessoa que adquiriu uma formação superior e se especializou
na colocação em prática de certas aplicações da ciência. Os seus
conhecimentos tornam-no apto a participar em investigações, a
ocupar funções científicas ou técnicas ativas, com vista a criar,
organizar, dirigir os trabalhos que daí decorrem e ter um papel na
chefia ou na assessoria técnico-científica.

1
O engenheiro concebe ou cria bens tangíveis utilizando a sua competência técnica e
científica.

2
Trata-se da criação e concepção de novas ideias, novos meios ou métodos, novos bens
materiais.
A criação e concepção desencadeia um processo em quatro fases:
Investigação
Realizada em laboratórios, raramente consiste na procura de leis
gerais da Física, da Química, da Eletricidade etc. (como faz a
investigação fundamental) e é voltada para melhoramento de
produtos.
Estudo Desencadeia experiências e ensaios até se chegar ao produto
industrial definitivo. Um dos últimos passos é a elaboração do
protótipo.
Fabricação
Fase da realização definitiva do produto que será comercializado.
Para se chegar a uma produção de qualidade, o engenheiro põe em
prática não só as suas competências técnicas, como também as suas
capacidades de coordenar e dirigir pessoal.
Comercialização
O engenheiro comercial deve conhecer e compreender todas as
possibilidades de utilização do produto, assim como ser capaz de
prever adaptações eventuais em função de problemas particulares
colocados pelos clientes.
Função social do engenheiro
O engenheiro tem de criar, formular, calcular, estudar, atualizar-se, além de exercer suas
funções sociais. Um profissional com tanta carga e conhecimentos está muito apto a dar
auxílios a comunidades menos favorecidas. Ele pode contribuir com sua intelectualidade e
consciência investindo em projetos que resultem em produtos e serviços que ajudem no
desenvolvimento comunitário e na inclusão social.
Por mais contraditória que seja, a aparente invisibilidade dos engenheiros na sociedade se
dá justamente em virtude de que suas obras perpassam todo o corpo social e são
onipresentes à vida cotidiana. Porém, enquanto sociedade, devemos refletir
permanentemente sobre a relação entre a Engenharia e a sociedade.
Grande parte dos objetos com que interagimos durante um dia comum são o resultado de
um processo engenheirado - desde o despertador até o nosso carro, dos alimentos matinais
à internet, passando pela televisão.
Todos esses objetos, que nos são tão prosaicos, são o resultado do engenho humano,
personificado no profissional engenheiro. Todos esses objetos surgiram após noites de
reflexão e semanas, meses ou anos de experimentos, testes, desenvolvimentos e
aperfeiçoamentos, momentos de profunda técnica e de sublime paixão, até que estivessem
prontos para nos servir.
Mais do que dispor para a sociedade objetos que facilitam a vida e trazem lazer, a
Engenharia é um dos elos de uma cadeia virtuosa, que, a partir da Revolução Industrial,
vem dando à humanidade um desenvolvimento econômico e social sem precedentes na
história; trata-se da cadeia da inovação.
Na cadeia da inovação, a Engenharia se apoia nos conhecimentos da
ciência, acrescenta o seu lado de arte, por meio da experiência,
percepção e criatividade, e cria a tecnologia, expressa em um novo
produto, serviço ou processo.
Segunda a teoria econômica, neste momento se opera a mola propulsora do crescimento
econômico. Só há crescimento econômico quando há inovação tecnológica.
A Responsabilidade Social do engenheiro
perante a lei
A Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966 (sancionada pelo então presidente Castelo
Branco), que regula o exercício das profissões de Engenheiro, Arquiteto e Engenheiro-
Agrônomo, diz:
Art. 1º – As profissões de engenheiro, arquiteto e engenheiro-agrônomo são caracterizadas
pelas realizações de interesse social e humano que importem na realização dos seguintes
empreendimentos:

1
Aproveitamento

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando