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DPC-2020-Aula-03-Medicina-Legal

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Curso: DPC REGULAR - ANUAL 
Disciplina: MEDICINA LEGAL 
Professor: LUCIANA GAZZOLA 
Monitor: ANA FLÁVIA VALLADÃO 
Aula: 3 
Sumário 
TANATOLOGIA FORENSE ..................................................................................................................... 2 
É o estudo da morte, do cadáver e de suas repercussões nas esferas jurídica e social .......................... 2 
Realidade da morte = morte encefálica (morte real) ........................................................................... 2 
NECROPSIAS .................................................................................................................................... 2 
MORTE SUSPEITA ............................................................................................................................ 3 
Considerações sobre Necropsias ......................................................................................................... 4 
Cremação ........................................................................................................................................... 4 
Exumação ........................................................................................................................................... 4 
EMISSÃO DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO ................................................................................................. 5 
Responsabilidade de atestar o óbito ............................................................................................... 5 
Morte natural: ................................................................................................................................ 5 
Morte fetal (paciente natimorto – morte “natural”) ........................................................................ 6 
Mortes violentas (causas externas) ou suspeitas (não natural): ...................................................... 6 
Perguntas: ....................................................................................................................................... 6 
MORTE ENCEFÁLICA ............................................................................................................................ 8 
Diagnóstico da realidade da morte (morte real) .............................................................................. 8 
Resolução CFM 2.173/2017 ............................................................................................................ 9 
Alguns aspectos da Lei dos Transplantes ........................................................................................10 
Ordem de inscrição da fila de transplantes .....................................................................................11 
SOBREVIVÊNCIA - Perícia do tempo de sobrevivência .....................................................................11 
Perícia do tempo de sobrevivência ................................................................................................11 
PARA TREINAR O ASSUNTO: ...............................................................................................................12 
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TANATOLOGIA FORENSE 
É o estudo da morte, do cadáver e de suas repercussões nas esferas jurídica e social. 
Realidade da morte = morte encefálica (morte real) 
NECROPSIAS 
Conceito: é o exame externo e interno de um cadáver. 
Por englobar o exame interno, é um ato médico, somente pode ser feito por médicos (especialmente os 
legistas e os patologistas). 
Perinecroscopia: é o exame do entorno, do local da morte, feito pelos peritos criminais, especialistas em 
local de crime (peritos do Instituto de Criminalística) 
Finalidade das necropsias 
 clínica (patologistas): feita por médicos patologistas em casos de morte natural. 
 forense (médicos legistas): feita pelos médicos legistas. É feita em casos de morte violenta e 
morte suspeita. 
 Causa médica x causa jurídica da morte 
- Causa médica: é o mecanismo biológico que originou o óbito. O médico diz o mecanismo biológico que 
originou o óbito. 
- Causa jurídica: homicídio (crime), suicídio ou acidente (mortes violentas). 
Cabe ao médico legista e ao patologista definir a CAUSA MÉDICA da morte, já a causa jurídica não é 
determinada pelo médico, ele apenas contribui (com a discussão do seu laudo) para que o juiz determine 
a causa jurídica. A causa jurídica é causa de julgamento. 
 Necropsia clínica 
- Feita em casos de mortes naturais = mortes por antecedentes patológicos (doença) 
Exemplos: morte sem uma devida explicação durante uma cirurgia; enfermidades raras; pacientes que se 
submeteram a protocolos de pesquisas clínicas; mortes perinatais e infantis precoces; sem diagnóstico 
clínico confiável. 
Há obrigatoriedade normativa de fazer necropsia clínica? Não! A sua realização depende da autorização 
dos familiares do morto por meio de termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE). 
- É recomendável: 
1) Morte sem uma devida explicação durante a internação 
2) Enfermidades raras 
3) Pacientes que se submeteram a protocolos de pesquisa clínica 
4) Mortes perinatais e infantis precoces 
5) Sem diagnóstico clínico confiável 
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 França diz ainda que deve ser feito em casos de: 
6) morte de origem obstétrica 
7) morte com menos de 24 horas de entrada no hospital 
 Necropsia forense ou médico-­­legal 
 Feita no IML ou postos médico-­­legais por médicos legistas (peritos oficiais) 
 Obrigatoriedade legal  é obrigatória, não sendo necessária a autorização dos familiares. 
 Principais propósitos: 
a) determinar a causa médica da morte; 
b) determinar o tempo decorrido da morte; 
c) distinguir lesões intra vitam (vitais) de lesões post mortem; 
d) identificação do corpo; 
e) fornecer elementos para a determinação judicial da causa jurídica da morte; 
f) materializar um ou mais delitos (contribuir, materializando, para um ou mais delitos que serão 
definidos no âmbito jurídico). 
 Quando é necessária uma necropsia médico-­­legal (forense)? 
 Duas indicações básicas: 
 Morte por causas externas: morte violenta (transferência de energia do meio para o corpo). 
 Morte suspeita: quando há possibilidade de não ter sido natural a sua causa. (20% das mortes 
suspeitas conclui-se que elas são violentas). 
Obs. 1: E a morte por antecedentes patológicos? É a morte natural, portanto, a necropsia não é 
obrigatória. 
Obs. 2.: E a morte por omissão de socorro? Considerada como morte por causa externa, portanto, morte 
violenta, deve ser feita a necropsia forense. 
MORTE SUSPEITA 
Quando há possibilidade e indícios de que a morte não foi natural, por isso é obrigatoriamente 
necropsiada. 
 Pela subtaneidade: morte súbita. Hygino  é a morte inesperada, de efeitos bruscos e imediatos 
no tempo, sem uma causa que a explique em pessoas aparentemente saudáveis. 
 Por violência oculta: é quando não há lesões externas e podem estar ocultos traumas internos e 
envenamento. Também é considerada violência oculta quando se tem um corpo em estado 
avançado de putrefação. 
VUNESP: já colocou que as lesões são leves  errado – não tem lesões externas. 
 Por violência indefinida: é quando se tem indícios de violência, mas o mero exame externo não é 
capaz de precisar a sua causa. 
 Por infortúnio do trabalho: engloba acidentes do trabalho – avalia se há responsabilidade do 
empregador. 
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* Para Genival Veloso de França  Morte suspeita também se infere nos casos de: 
 morte em cirurgias eletivas: cirurgia eletiva é aquela que o pacienteescolhe o momento que vai fazer, 
não é urgente (Ex.: cirurgia plástica). Seria suspeita porque deve ser avaliado de houve algum tipo de má 
prática médica (erro médico). 
 morte sob custódia: morte sob custódia dos órgãos da administração judiciária. Se ocorre dentro de 
delegacias, penitenciárias, viaturas policiais, hospitais de internação compulsória, estabelecimentos de 
cumprimento de medida socioeducativa  deve-se avaliar se houve alguma responsabilidade do agente 
público. Necropsia deve ser feita pelo IML 
Considerações sobre Necropsias 
 “Necropsia branca” ou negativa: é aquela que permanece sem conclusão quanto à causa médica. Causa 
mortis indeterminada. A doutrina admite que seja possível em 1 a cada 200 necropsias. 
 Exames de partes de cadáver: atribuição do IML, exceto se se tratar de uma amputação cirúrgica. 
 Virtopsia ou necropsia virtual: é aquela feita por exames de imagem, tais como tomografia computadorizada e 
ressonância magnética. É cara em razão da dificuldade do acesso a tais aparelhos. 
No caso da COVID 19 estão fazendo a virtopsia em razão do alto grau de contaminação da doença. 
A PCMG já recebeu aparelhos para fazer esse exame virtual em casos necessários com risco de contaminação. 
Cremação 
Art. 77, § 2º, da Lei n. 6.015 de 1973 (LRP) 
Art. 77 (omissis). 
§ 2º A cremação de cadáver somente será feita daquele que houver 
manifestado a vontade de ser incinerado ou no interesse da saúde pública e se 
o atestado de óbito houver sido firmado por 2 (dois) médicos ou por 1 (um) 
médico legista e, no caso de morte violenta, depois de autorizada pela
autoridade judiciária. 
França afirma que em caso de morte violenta não deveria ser permitida a cremação. 
Exumação 
CPP. Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade 
providenciará para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a 
diligência, da qual se lavrará auto circunstanciado. 
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o 
lugar da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de 
quem indique a sepultura, ou de encontrar-­­se o cadáver em lugar não 
destinado a inumações, a autoridade procederá às pesquisas necessárias, o 
que tudo constará do auto. 
 Auto de exumação e reconhecimento 
o Procedimentos: 
- Cientificar a administração do cemitério quanto a hora e data; 
- Fazer convidar autoridade policial, familiares do morto e testemunhas presentes no sepultamento (para 
que seja confirmada a identificação da cova); isso não significa que seja obrigatória a presença, o que é 
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obrigatório é o convite; 
- Abertura da urna; 
- Documentação fotográfica; 
- Exame cadavérico completo com descrição minuciosa que inclui a fase de putrefação; 
- Coleta de terra e fragmentos de tecidos, inclusive para realização de exames toxicológicos – também são 
previstos os exames histológicos (exames ao microscópio). 
EMISSÃO DA DECLARAÇÃO DE ÓBITO 
Responsabilidade de atestar o óbito 
 RESOLUÇÃO CFM 1779/2005 
Art. 1º. O preenchimento dos dados constantes na Declaração de Óbito é da 
responsabilidade do médico que atestou a morte. 
Art. 2º. Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, 
obedecerão as seguintes normas: 
Morte natural: 
I. Morte “natural” sem assistência médica: 
a) Nas localidades com Serviço de Verificação de Óbitos (SVO): a Declaração de Óbito deverá ser 
fornecida pelos médicos do SVO (médico patologista do SVO); 
Obs.: encaminhar ao IML: corpos em estado avançado de putrefação e corpos com identidade 
desconhecida 
b) Nas localidades sem SVO: quem examina e atesta o óbito é o médico do serviço público de saúde
mais próximo do local onde ocorreu o óbito ou, na sua ausência, qualquer médico. (questão de prova –
atenção) 
A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do serviço público de saúde mais próximo do 
local onde ocorreu o evento; na sua ausência, por qualquer médico da localidade. 
Deverá constar que a morte ocorreu sem assistência médica. 
II. Morte “natural” com assistência médica: 
a) A Declaração de Óbito deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo médico que vinha 
prestando assistência ao paciente. 
b) A Declaração de Óbito do paciente internado sob regime hospitalar deverá ser fornecida pelo 
médico assistente (responsável pelo paciente no hospital) e, na sua falta, por médico substituto 
pertencente à instituição. 
c) A declaração de óbito do paciente em tratamento sob regime ambulatorial (tratamento em 
consultório) deverá ser fornecida por médico designado pela instituição (consultório, ambulatório) que 
prestava assistência, ou pelo SVO nos casos de dúvidas para explicar o óbito; 
d) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime domiciliar (Programa Saúde da 
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Família, internação domiciliar e outros) deverá ser fornecida pelo médico pertencente ao programa ao 
qual o paciente estava cadastrado (médico do PSF), ou pelo SVO, caso o médico não consiga correlacionar 
o óbito com o quadro clínico concernente ao acompanhamento do paciente. 
Morte fetal (paciente natimorto – morte “natural”) 
Em caso de morte fetal, os médicos que prestaram assistência à mãe ficam obrigados a fornecer a 
Declaração de Óbito quando a gestação tiver duração igual ou superior a 20 semanas ou o feto tiver peso 
corporal igual ou superior a 500 (quinhentos) gramas e/ou estatura igual ou superior a 25 cm. 
* Resumo: 
Idade gestacional maior que 20 semanas ou peso maior ou igual a 500 gramas ou estatura maior
ou igual a 25 cm  DO emitida pelo médico que prestou assistência à mãe. 
Idade gestacional com menos de 20 semanas  não é necessária a emissão de DO porque é
considerado um material de abortamento. 
Mortes violentas (causas externas) ou suspeitas (não natural): 
A Declaração de Óbito deverá, obrigatoriamente, ser fornecida pelos serviços médico-­­ legais (IML). 
RESOLUÇÃO CFM 1779/2005 
Art. 1º. O preenchimento dos dados constantes na Declaração de Óbito é da 
responsabilidade do médico que atestou a morte. 
Art. 2º. Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, 
obedecerão as seguintes normas: 
(...) 
Parágrafo único. Nas localidades onde existir apenas 1 (um) médico, este é o 
responsável pelo fornecimento da Declaração de Óbito.
Perguntas: 
 Óbito em ambulância sem médico? Quem atesta o óbito vai depender da causa da morte: 
a) Morte violenta ou suspeita  IML 
b) Morte natural  SVO ou, se não tiver, médico serviço público de saúde 
 Óbito em ambulância com médico, após um acidente? 
Se é após um acidente, deve ser encaminhado ao IML, porque é morte violenta (por causa 
externa) 
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 Resolução CFM 2.139 de 2016: 
Constatar é diferente de atestar o óbito  constatar é ver que houve óbito, atestar é a atribuição legal 
de dar sequência ao encaminhamento do corpo. 
 Pode o juiz, em localidade sem IML ou posto médico-­­legal, solicitar ao médico que emita a DO para 
vítima de acidente? Sim! O que o juiz está fazendo é a nomeação de perito ad hoc (em situações em que 
não temos perito oficial). 
Obs.: dois peritos ad hoc. 
 De quem é a competência para atestar a morte decorrente de ingestão exagerada de etanol, do 
patologista do SVO ou do médico legista? Intoxicação etílica aguda! 
Energia de ordem química  toxicologia forense  morte por causa externa = o corpo deve ser enviado 
para o IML, não é morte natural, é atribuição do médico legista. 
Atenção: não é morte decorrente de doença crônica (ex.: cirrose), é morte por intoxicação. 
 De quem é a responsabilidade de atestar a morte em casode complicação (pneumonia, embolia
gordurosa) decorrente de cirurgia corretiva de fratura após queda? O acidente deve ser considerado
como causa básica da morte? Trata-­­se de morte por causa externa ou natural? 
O acidente deve sim ser considerado a causa base da morte, é uma morte por causa externa, é morte 
violenta, portanto, a competência para atestar o óbito é do médico legista do IML. 
 O óbito decorrente de picada de animal peçonhento (cobra, escorpião, etc) corresponde a que tipo de 
morte? Quem deve atestar esse óbito? 
Trata-se de morte por causa externa, por um veneno (toxicologia forense – energia de ordem química), 
razão pela qual é considerada morte violenta, o que determina a atribuição do médico legista do IML para 
atestar o óbito. 
 Pode o médico patologista atestar uma morte decorrente de hematoma subdural traumático 
encontrado durante a realização de exame cadavérico? Não! 
Hematoma subdural ou extradural  encefálicos  relacionados a eventos traumáticos  morte por 
causa externa (morte violenta)  óbitos devem ser atestado pelo médico legista do IML, com necropsia 
obrigatória. 
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 E em caso de parto ocorrido em residência, sem assistência médica (ou com presença de profissional 
não médico) com morte do RN? 
CFM entende que nesses casos deve-se considerar como morte suspeita, devendo o corpo do feto ser 
encaminhado ao IML (pode ser que venha a ser considerado como infanticídio ou para verificar se houve 
responsabilidade de outra pessoa na ocorrência da morte, dentre outras suspeitas – há muitas 
controvérsias nesse casos). 
 E em caso de RN encontrado morto, dormindo entre os pais, pouco tempo após o nascimento? 
A morte é considerada suspeita (causa externa), portanto, o corpo do RN deve ser encaminhado ao IML 
 é possível que a criança tenha sido vítima de asfixia externa, principalmente sufocação direta 
(obstrução da via aérea) ou sufocação indireta (via aérea livre, mas com compressão do tórax e do 
abdômen que não permitiram os movimentos acessórios da respiração) (asfixia  energia de ordem 
físico-química). 
MORTE ENCEFÁLICA 
Diagnóstico da realidade da morte (morte real) 
 Morte encefálica (para fins jurídicos e científicos) 
 É a condição final, irreversível, definitiva de cessação das atividades do tronco encefálico. 
 Morte encefálica x coma 
Não deve ser usado o termo “morte cerebral”. 
Morte encefálica é a parada das funções do tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) –
onde há o centro de comando das funções vitais, especialmente no bulbo. 
No coma não tem função cerebral, mas ainda temos funções encefálicas. 
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 Diagnóstico da morte encefálica (Resolução CFM 2.173 de 2017): 
 
-­­ Exame neurológico completo: dois exames clínicos, com um intervalo de tempo entre eles e deve ser 
feito por dois médicos diferentes. 
1) Teste de apneia: parada da respiração 
2) Exame complementar: normalmente um EEG (eletroencefalograma) 
Resolução CFM 2.173/2017 
(Art. 3º: duas avaliações clínicas e intervalo de tempo) 
Dois exames clínicos, realizado por dois médicos diferentes 
IDADE (paciente com 
morte encefálica) 
INTERVALO (em horas – para repetir o exame 
e confirmar a morte encefálica) 
7 dias a 2 meses 24 horas 
2 meses a 2 anos 12 horas 
Maior de 2 anos 1 hora (Obs.: antes de 2017 precisava aguardar 
um período de 06 horas – ATENÇÃO) 
-­­ Esclarecimento dos familiares (art. 8º) e direito de que eles indiquem um médico de sua confiança, 
desde que eventual demora não inviabilize o procedimento diagnóstico; 
-­­ Hora da morte na declaração de óbito: momento da conclusão do último procedimento para 
determinação da ME (art. 9º). 
-­­ Direção técnica do hospital vai indicar os médicos especificamente capacitados para o procedimento, 
que não podem participar de equipes de remoção e transplante (art. 10). 
Obs.: Decreto 9.175 de 2017 dispensou a presença de um neurologista para realização do protocolo de 
diagnóstico de morte encefálica: requisito passa a ser “médicos especificamente capacitados”. 
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Alguns aspectos da Lei dos Transplantes 
* Lei n. 9.434 de 1997 
- Disposição de órgãos e tecidos deve ser GRATUITA. 
- Obrigatoriedade de cadastro dos hospitais no SUS 
- Consentimento para doação post mortem (doador cadáver): 
 Em 1997, quando foi publicado  consentimento presumido forte (doação era presumida, salvo 
manifestação em contrário na carteira de identidade ou na CNH); 
Em 2001 houve mudança legislativa que revogou a doação presumida  trouxe a necessidade de 
consentimento dos familiares para a doação de órgãos e tecidos: 
Art. 4º. A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para 
transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do
cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou 
colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por 
duas testemunhas presentes à verificação da morte. (redação dada pela Lei 
10.211 de 2001) 
 Doação POST MORTEM – consentimento 
Consentimento informado: cônjuge ou familiar até 2º grau e duas testemunhas (obs.: Decreto 
9.174/2017--> cônjuge ou companheiro). 
- se juridicamente incapaz: ambos pais se vivos ou os responsáveis legais 
- pessoas não identificadas: não podem ser doadoras 
 Doação EM VIDA – consentimento 
Pessoa juridicamente capaz pode dispor gratuitamente de Tecidos/Orgãos (duplos)/Partes do Corpo 
Humano para fins terapêuticos: 
Doando para quem? 
-­­ cônjuges/companheiros ou parentes consanguíneos até o 4º grau, inclusive, ou 
-­­ qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial (exceto para medula óssea). 
* Atenção! 
a) Pode haver doação em vida de órgãos de incapazes? Em regra, NÃO! 
Exceção: apenas para medula óssea  é necessário consentimento dos pais ou responsáveis E autorização 
judicial. 
b) Pacientes grávidas podem doar órgãos em vida, durante a gravidez? Em regra, NÃO! 
Exceção: apenas para medula óssea  é necessário documento médico afirmando que não haverá risco 
para a saúde da gestante ou do feto. 
* Só é permitida a doação de órgãos duplos ou de partes de órgãos cuja retirada não cause ao doador 
comprometimento de suas funções. 
* A doação poderá ser revogada pelo doador a qualquer momento, antes de iniciado o procedimento. 
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Ordem de inscrição da fila de transplantes 
* Não se admite a inscrição de receptores em mais de uma Central Estadual, para o mesmo órgão ou 
tecido. 
* A ordem de inscrição nas “filas” pode deixar de ser observada quando: 
a) houver incompatibilidade: o órgão que apareceu era incompatível com a pessoa que estava em 
1º lugar na fila; 
b) distância e condições de transporte; 
c) tempo de deslocamento do receptor; 
d) casos de urgência; 
e) caso de transplante “inter vivos”. 
SOBREVIVÊNCIA - Perícia do tempo de sobrevivência 
Premoriência e comoriência (art. 8º, Código Civil de 2002): “se dois ou mais 
indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos 
comorientes precedeu aos outros, presumir-­­se-­­ão simultaneamente mortos”. 
Presume-se a comoriência se não conseguir provar a premoriência. 
Mortes pelo tempo de sobrevivência 
1) Morte súbita/instantânea: morte de efeito imediato instantâneo; 
2) Morte mediata: possibilitou a sobrevivência de algumas horas; 
3) Morte agônica ou tardia: se arrasta por dias/semanas, após a eclosão de sua causa básica. 
Perícia do tempo de sobrevivência 
Diferencia os tipos de morte 
“Docimásias da agonia”  nas mortes agônicasentende-se que houve reação do organismo e consumo 
das reservas de energia e de adrenalina  exclui a morte súbita. 
1) Docimásias hepáticas: dosagem do glicogênio (glicose = energia) 
2) Docimásias suprarrenais: dosagem da adrenalina/epinefrina 
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PARA TREINAR O ASSUNTO: 
(DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL/MG – 2018 – FUMARC). Custodiado pela Polícia, um suposto infrator 
queixa que se sente mal na viatura policial ao ser transferido do local do fato para a delegacia responsável. 
Ele relata ser “cardíaco” e que usa medicação para evitar infarto do miocárdio. Em seguida, fica em 
silêncio e imóvel. Os responsáveis constatam a realidade do óbito. A conduta CORRETA é: 
(a) Entrar em contato com alguma autoridade do Ministério Público ou do judiciário para 
tomada de decisão do caso. 
(b) Por não haver violência, procurar os meios para encaminhamento ao Serviço de 
Verificação de Óbito. 
(c) Procurar os meios e as formalidades para o encaminhamento ao IML. (morte sob custódia da 
administração judiciária  morte suspeita) 
(d) Trata-­­se de morte natural; dar seguimento aos procedimentos para encaminhamento 
à funerária. 
(MÉDICO LEGISTA/AC – 2015 – FUNCAB). Acerca dos tipos de morte, assinale a assertiva CORRETA. 
(a) A morte violenta é aquela que tem como causa determinante a ação abrupta e intensa, física ou 
química, sobre o organismo, de causa interna. (externa) 
(b) A morte súbita é aquela imprevista, que sobrevém instantaneamente e sem causa manifesta, 
atingindo pessoas em aparente estado de boa saúde. (Hygino de Carvalho) 
(c) A morte natural é a que resulta da alteração orgânica ou perturbação funcional provocada por 
agentes naturais, de causa externa. (interna) 
(d) A morte súbita é aquela imprevista, que sobrevém instantaneamente e sem causa manifesta, 
atingindo pessoas com estado de saúde delicado. (aparente estado de boa saúde) 
(e) A causa médica da morte se divide em natural ou violenta. 
GABARITO: C, B 
http://www.iceni.com/infix.htm

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