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Dobb Define o feudalismo como servidão

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Universidade Estadual de Goiás, Campus Norte- Sede Uruaçu.
Acadêmico: Joaquim Adelozo de Sant’ Ana Júnior 
Professor: Jean Isidio dos Santos
Disciplina: História Moderna
Atividade Avaliativa
1) Produza um texto entre 3 a 5 páginas explicando as seguintes questões:
a) Qual é a crítica feita por Sweezy com relação à teoria de Dobb sobre o declínio do feudalismo?
b) Como Sweezy caracteriza o período entre o fim do feudalismo e o começo do capitalismo?
Dobb Define o feudalismo como servidão, Sweezy acredita que essa definição é falha por não identificar um sistema de produção, pois alguns aspectos de servidão podem existir em sistemas que não tem nada a ver com o feudal, ele cita Engels em uma carte que escreve para Marx, citando que a servidão pode o correr em diversos lugares e das mais diversas formas.
Cita ainda que Dobb centraliza sua afirmação sobre feudalismo apenas na região da Europa Ocidental. Pois foi ali que o capitalismo surgiu. Ao analisar somente alguns poucos aspectos da pratica do feudalismo de forma apenas regional e não generalizada.
Ao analisar o sistema feudal, expõe de forma implícita a questão da dominação do mercado regional, mesmo existindo uma mínima porcentagem do comercio a longa distancia, ele não tem representatividade nos objetivos ou métodos de produção. O sistema analisado nessa perspectiva baseia-se no mercado em uma produção para o uso, ou seja, o que produzem são utilizados para as necessidades que já se conhece de uma determinada região, não se encontram vestígios de um capitalismo que busca sempre métodos de aprimorar a produção. Existe ali então uma competição de produção entre os feudais, por terras e empregados.
Sob o declínio do feudalismo, Dobb não argumenta uma ideia suficientemente clara sobre a questão que o impacto do comercio atuou no feudalismo, segundo Dobb um dos mais importantes fatores que contribuíram para o declínio do feudalismo, baseia-se na crescente cobrança de aumento de produção da mão de obra para o mercado, e essa cobrança teria gerado uma insatisfação e exaustão para os trabalhadores que sustentavam a produção, onde muitos deixavam as terras dos senhores feudais. E com o crescimento do comercio e a falta de trabalhadores era difícil manter o mesmo ritmo de produção, e isso levaria então a criação dos chamados expedientes. 
Entre tantos outros fatores, Dobb cita a questão da desvalorização dos servos e também do banditismo, porém esses fatos sempre ocorrerem durante o período em que se instalava o feudalismo, sendo assim esses argumentos não seriam de grande validade. Outros fatores que Dobb cita são a questão da extravagancia das famílias nobres e o crescimento das famílias dos trabalhadores que pode não se tornar um fator de decisão da queda do feudalismo. Em se tratando da extravagancia dos dominantes é evidente e comprovado, pois com a expansão do comércio cresce também as demandas da senhoria, porém sua afirmativa define este fator como sendo algo interno do sistema feudal uma vez que vai, além disso.
Sweezy ainda retoma a ideia da dispersão dos servos, ele ressalta que por mais que um servo queira deixar as terras de um senhor feudal, deveria ter um lugar para ficar, Sweezy cita ainda o surgimento das cidades, que não teria causa estritamente ligada ao sistema interno feudal. Então essas teorias de Doob te tornam de certa forma errante, pois analisa fatores externos do sistema em que o feudalismo se fundamenta.
Assim como toda pesquisa cientifica se fundamenta em teorias já expostas, como a teoria do declínio do feudalismo que Dobb que é analisada por Sweezy de forma imprecisa, ela trouxe consigo pontos úteis para decorrer a teoria dessa queda do sistema feudal, embora não conseguisse mudar a ideia de que a queda correu devido à expansão do comércio, ele levantou pontos cruciais sobre o impacto do comercio no feudalismo.
Sweezy decide aprofundar na ligação do feudalismo e comercio, onde ele analisa questão da produção, sendo ela para o consumo e para o mercado, ou seja, a economia que era a natural e a economia baseada no montante, que foi se modificando com o tempo a partir do crescimento do comércio, ele aponta a questão da produção do produto feita normalmente nas zonas rurais e encaminhados para serem vendidas nas cidades, isso se modificou devido a longa distância das entregas, uma vez que era mais caro e a demora da entrega, então o surgimento das oficinas locais aumentavam. A ideia da produção para o uso foi aos poucos se modificando para ideia da troca.
Dai surge o pensamento de que se comprar fica mais em conta do que produzir. Os senhores feudais analisavam os produtos feitos pelos seus servos que eram em grade números e produziam materiais inferiores aos que agora eram vendidos nas oficinas. Então a posse de bens se findaria e dava lugar ao sistema de troca, tanto comerciantes como os lideres feudais adotaram a postura de negociantes. Outro fator citado anteriormente em questão do crescimento de gastos realizado pelos grandes senhores feudais se dá pelo grande numero de novos produtos que surgiam e eles queriam adquirir.
Com o crescimento do comercio e das cidades, os servos viam ali um refugio para uma busca de fuga e crescimento, fator esse que Dobb relatou sem muita explicação. Essa expansão do método de troca foi crescendo cada vez maior, no entanto o termo da servidão citado por Dobb em relação o sistema feudal continuava a acontecer, e mais do que isso, agora os servos tinham possiblidade de ganhar mais em centros urbanos e isso deveria ser visto pelos senhores feudais para que não perdesse servos. Então se percebe que o declínio do feudalismo que Dobb cita vai muito além de apenas os servos saírem dos dominadores, mas pela dificuldade de mantê-los no trabalho.
Então esse processo de transição do feudalismo para o capitalismo vai muito além do que Doob pensava, de forma que o capitalismo extinguiria de vez as caraterísticas do sistema feudal. Sweezy aponta que os dois sistemas permaneciam ativos e tinham todos os quais suas características, então aconteciam como uma forma de disputa. 
A transição não aconteceu de forma que o capitalismo teria erradicado o feudalismo, durante esse período Sweezy caracteriza como ele nem sendo feudal nem capitalista. Ele denomina esse período como produção pré-capitalista de mercadorias, mas não definitivamente como um sistema definitivo, ele o considera transitório, pois tinha vantagens sobre o feudalismo, mas não forças para alavancar o capitalismo. 
 
 Referências:
HILTON, Rodney. DOBB, Maurice. SWEEZY, Paul (et. al.). A transição do feudalismo para o capitalismo: um debate. Rio de Janeiro: 5° Ed. Paz e Terra, 2004.

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