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Lista Exclusiva PD TEORIA DO CONHECIMENTO 1. IHU On-Line – A medicalização de condutas classificadas como “anormais” se estendeu a praticamente todos os domínios de nossa existência. A quem interessa a medicalização da vida? Sandra Caponi – A muitas pessoas. Em primeiro lugar ao saber médico, aos psiquiatras, mas também aos médicos gerais e especialistas. Interessa muito especialmente aos laboratórios farmacêuticos que, desse modo, podem vender seus medicamentos e ampliar o mercado de consumidores de psicofármacos de modo quase indefinido. Porém, esse interesse seria irrelevante se não existisse uma demanda social que aceita e até solicita que uma ampla variedade de comportamentos cotidianos ingresse no domínio do patológico. Um exemplo bastante óbvio é a escola. Crianças com problemas de comportamento mais ou menos sérios hoje recebem rapidamente um diagnóstico psiquiátrico. São medicadas, respondem à medicação e atingem o objetivo social procurado. Essas crianças que tomam ritalina ou antipsicóticos ficam mais calmas, mais sossegadas, concentradas e, ao mesmo tempo, mais tristes e isoladas. www.ihuonline.unisinos.br. Adaptado. Podemos considerar como uma importante implicação filosófica da medicalização da vida; a) a incorporação do conhecimento científico como meio de valorização da autonomia emocional e intelectual. b) a institucionalização de procedimentos de análise e de cura psiquiátrica absolutamente objetivos e eficientes. c) a proliferação social de conhecimentos e procedimentos médicos que pressupõem a patologização da vida cotidiana. d) a contribuição eticamente positiva da psiquiatrização do comportamento infantil e juvenil na esfera pedagógica. e) o caráter neutro do progresso científico em relação a condicionamentos materiais e a demandas sociais. 2. “Não me iludo Tudo permanecerá do jeito que tem sido Transcorrendo Transformando (...) Tempo rei, ó, tempo rei, ó, tempo rei Transformai as velhas formas do viver Ensinai-me, ó, pai, o que eu ainda não sei Mãe Senhora do Perpétuo, socorrei” (GIL MOREIRA, G. “Tempo rei”. In: LP Raça humana. WEA/EMI: Odeon, 1984.) Considerando o trecho da letra musical acima e a relevância da noção de tempo para as ciências humanas, assinale o que for correto. 01) A percepção do tempo pode variar de acordo com cada sociedade ou período histórico, pois os valores culturais influenciam seu significado. 02) O tempo não é uma dimensão humana, mas natural, pois o tempo pertence ao mundo físico e não ao mundo social ou cultural. 04) O calendário cristão, elaborado durante a Idade Média, possibilitou que diferentes sociedades no mundo ocidental utilizassem o mesmo padrão de contagem do tempo. 08) O processo de globalização permite a coexistência de manifestações culturais cujo referencial temporal remete a épocas e a contextos distintos. 16) Os significados do tempo não são imutáveis, pois o passado é o resultado de uma interpretação que se faz a partir do presente. Lista Exclusiva PD GABARITO: Resposta da questão 1: [C] O desenvolvimento das ciências médicas e sociais possibilitou de um lado o avanço na compreensão detalhada do funcionamento do corpo/mente e comportamento humano, de outro lado, colaborou para a classificação e criação de um referencial de normalidade. Por meio deste referencial, classifica-se como “anormal”, ou “patológico”, tudo o que não se adéqua ao padrão estabelecido, em outras palavras, reduz-se toda a complexidade da vida humana a um conjunto de fatores normais ou patológicos. Assim, no intuito de poder corrigir esta “distorção” faz-se uso de medicamentos e procedimentos que atingem objetivos definidos. No caso, uma maior eficiência e adequação do comportamento escolar. Condiciona-se assim, o comportamento às necessidades colocadas pela dinâmica social. Resposta da questão 2: 01 + 04 + 08 + 16 = 29. As afirmativas [01], [04], [08], [16] estão corretas, porque a questão do tempo não pode ser entendida como uma dimensão natural do universo físico, mas sim como algo pertencente ao mundo social ou cultural. Para o filósofo Husserl, o tempo diz respeito à percepção que temos das coisas em nossa consciência, não precisando que este tempo corresponda àquele do mundo externo à nossa mente. Por exemplo: por que alguns momentos passam tão rápidos e outros demoram tanto para passar se o tempo é o mesmo? Segundo Husserl, o tempo é uma questão de percepção, uma questão de consciência. Ele é definido pela forma como percebemos as coisas, e não pelo relógio. Isso significa que o tempo tem divisões diferentes, e que você pode viver muito tempo em um momento mínimo, ou nada em um momento enorme. O que define o tempo é, portanto, o que se passa na consciência, e não nos relógios. A não naturalidade do tempo pode ser comprovada também historicamente, quando a igreja ajustou a questão dos calendários de acordo com os interesses em criar uma padronização das datas para que estas pudessem se melhor adequadas as suas necessidades. Outro fato para a derrubada desta questão encontra-se na variedade de formas de medir o tempo como é o caso do contraste entre o calendário judeu e o calendário cristão. A afirmativa [02] está incorreta, pois se encontra em discordância com o que foi exposto.