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1 Gestão Territorial Alzir Felippe Buffara Antunes 1º Semestre 2015 Programa 1- O Conceito do Gestão Territorial 2- Questões Urbanas : O problema urbano nacional ; Elementos constitutivos da base urbana; 3- História Urbana: Evolução das cidades; Planejamento das Cidades; Morfologia Urbana 4- Ferramentas Institucionais que regulam a política urbana - Constituição 88- Estatuto das Cidades - Plano Diretor- Lei Orgânica 5- Componentes do Planejamento 6- A questão ambiental e o planejamento urbano 7- Administração Pública Municipal. Exercício Prático Bibliografia • CORBUSIER, Le. Planejamento Urbano • DAVIS, M. Planeta Favela • FERRARI, C. Planejamento Urbano Integrado • LACAZE, J. Os metodos do Urbanismo • ROLIK, R. O que é Cidade • VILLAÇA, F. As Ilusões do Plano Diretor. • GILDA, C & SIMONE, C. Planejamento Urbano e Meio Ambiente Acesso a textos: INSTITUTO POLIS www.polis.org.br 1- Gestão e Planejamento Conceito de Gestão (ATO DE GERIR) Gestão é atividade empreendedora de alguém que está engajado num empreendimento, reconhece viável uma idéia para um produto ou serviço, um objetivo, e o leva adiante. O comprometimento com o empreendedorismo leva à inovação, que se nutre na mudança para criar valor. Vive-se em uma sociedade de caráter empreendedor, em uma economia empreendedora – o que conduz a uma gestão empreendedora, pois o empreendedor não é apenas um dinamizador: é também um gestor eficiente. Gestão municipal ideal aquela que induz, mudando o paradigma de uma estrutura administrativa que trabalha rotineiramente , adotando uma filosofia permanente que permeia e envolve toda a administração pública, tendo como técnicas de gestão o compartilhamento da informação, do conhecimento, a disseminação das melhores práticas, em prol do bem comum. Conceitos 2 A gestão territorial refere-se aos processos de tomada de decisão dos atores sociais, econômicos e institucionais de um determinado âmbito espacial, sobre a apropriação e uso dos territórios(Dallabrida,2007) . • a gestão territorial precisa ser entendida como um processo de gestão de diferenciadas visões de mundo e interesses conflituosos que têm origem em diferentes escalas, com vistas ao desenvolvimento territorial. Portanto, as questões inerentes à gestão e desenvolvimento territorial, precisam ser problematizadas. Gestão no contexto do Planejamento ˆEm um sentido amplo, planejamento é um método de aplicação, contínuo e permanente,destinado a resolver, racionalmente, osproblemas que afetam uma sociedade situada em determinado espaço, em determinada época, através de uma previsão ordenada capaz de antecipar suas ulteriores consequências˜ Conceitos A Refletir Qual relação entre GESTÃO E PLANEJAMENTO? Como pode-se definir GESTÃO TERRITORIAL? A gestao territorial é um conjunto de atividades emprendedoras e inovadoras cujo o objetivo é o desenvolvimento regional. Conceitos 3 Planejadores urbanos, os profissionais que lidam com este processo, aconselham municípios, sugerindo possíveis medidas que podem ser tomadas com o objetivo de melhorar uma dada comunidade urbana, ou trabalham para o governo ou empresas privadas que estão interessadas no planejamento e construção de uma nova cidade ou comunidade, fora de uma área urbana já existente. Conceitos Exercicio I Segundo Juca Villaschi “O Planejamento territorial urbano tem sido desenvolvido e aplicado de forma a ordenar o crescimento das cidades e minimizar os problemas decorrentes dos processos de urbanização. E tem sido curiosa a experiência brasileira em planejamento urbano, já que,geralmente, ele é demandado e elaborado após a desorganização espacial ter−se tornado uma realidade” Reflita o porque que isto acontece? Conceitos A compreensão do território como um espaço com limites estabelecidos por fronteiras coloca, por conseguinte, a questão da exclusividade de apropriação e de uso, distinguindo “nós” (os incluídos, aqueles que integram o território) e os “outros” (aqueles que não fazem parte do território O Território possui limites estabelecidos de apropriação, uso, gestão e controle de fração do espaço, como um domínio político-estatal, cujo acesso exige a permissão de uma autoridade, de um poder instituído concentrado na figura do Estado. Noção de Território Desde a origem, o território nasce com uma dupla conotação, material e simbólica, pois etimologicamente aparece tão próximo de terra-territorium quanto de terreo- territor (terror, aterrorizar), ou seja, tem a ver com dominação (jurídico-política) da terra e com a inspiração do terror, do medo – especialmente para aqueles que, com esta dominação, ficam alijados da terra, ou no “territorium” são impedidos de entrar. Ao mesmo tempo, por extensão, podemos dizer que, para aqueles que têm o privilégio de usufruí-lo, o território inspira a identificação (positiva) e a efetiva “apropriação”. (HAESBAERT, 2001, p 6774) 4 É essencial compreender bem que o espaço é anterior ao território. O território se forma a partir do espaço, é o resultado de uma ação conduzida por um ator sintagmático (ator que realiza um programa) em qualquer nível. Ao se apropriar de um espaço, concreta ou abstratamente (por exemplo, pela representação), o ator “territorializa” o espaço. O território, nessa perspectiva, é um espaço onde se projetou um trabalho, seja energia e informação, e que, por conseqüência, revela relações marcadas pelo poder. (RAFFESTIN, 1980, p. 143). 2- Território Urbano Origem das Cidades Modo de Produção Aspectos da Urbanização Brasileira Paisagem Urbana 2.1- Antecedentes: Origem das cidades O surgimento dos conglomerados urbanos é um fato histórico, geográfico e, acima de tudo, social. Tem-se, como seu aparecimento, o fim da pré-história, já que no início a sociedade primitiva não desenvolveu a cidade, mas apenas aldeias rurais (as chamadas “proto-cidades”), que não eram fixas e mudavam de lugar com a exaustão do solo, época que compreendeu especialmente os períodos paleolítico, mesolítico A separação entre a agricultura e o pastoreio e, conseqüentemente, a primeira divisão social do trabalho, entre o agricultor e o pastor. Notemos que sociedade de classes precedeu, assim, a origem da cidade. O pastor precisava dos produtos agrícolas do agricultor e este, por outro lado, precisava os produtos animais daquele. Começa então a aparecer postos de troca, onde pastores e agricultores permutavam seus produtos 5 A cidade de Ombos no Egito, é tida como a mais antiga cidade do mundo, construída em, aproximadamente, 4.000 a.C. Outras cidades antigas conhecidas são: Tebas, Mênfis e Hieracompolis no Vale do Nilo; Harapá, Moenjo-Daro e Laore na Bacia do Indus (contemporâneas das grandes pirâmides egípcias); Jericó, Tiro e Jerusalém ; e Pequim na China Tiro, Líbano Modelo de ocupação do Espaço Modelo de ocupação do Espaço 1) Dificuldades de sobrevivência levaram os seres 1) Dificuldades de sobrevivência levaram os seres humanos a fazerem esforços conjuntos que humanos a fazerem esforços conjuntos que resultaram na civilização.resultaram na civilização. 2)2) A criação de excedentes e da agricultura conduziu A criação de excedentes e da agricultura conduziu a especialização do trabalho e ao desenvolvimento de a especialização do trabalho e ao desenvolvimento de comunidades dotadas de uma organização burocrática.comunidades dotadas de uma organização burocrática. 3) 3) SugimentoSugimento do do comerciocomercio: : centrocentro de de trocastrocas 4) 4) OrganizaçãoOrganização das das atividadesatividades Como afirma o historiador Tales Pinto “a constituição das cidades na Antiguidade tinha por objetivo ser centro de comércio e ou também como fortificações de guerra contra inimigos. (…) De maior complexidade de atividades, foi necessário criar Estados para a defesa militar e a construção de grandes obras (de irrigação, templos, canais etc.), em um processo de formaçãodas civilizações – termo relacionado aos povos que vivem em cidades.” PINTO, Tales. Evolução das cidades. In: http://www.brasilescola.com/historia/evolucao-das-cidades.htm. Acesso de 20/03/2013. 6 Efesus, Turquia Tyro, Libano A urbanização tem origem: - o processo de sedentarização teve início do Neolítico; - o surgimento das cidades foi uma consequência do processo de sedentarização; - o conceito de cidade está intimamente ligado ao conceito de civilização; - desenvolvimento urbano, existência de grandes rios, presença do Estado e surgimento da escrita são os principais fatores que marcam uma civilização; - as primeiras cidades surgiram na região do Crescente Fértil, ou Oriente Próximo; -o desenvolvimento de diversas obras hidráulicas pelos povos desta região favoreceu o bom uso da água para uso doméstico, do rebanho e da agricultura; - A necessidade de trocas dá origem a navegaçao 2.2- Urbanismo: A ciência das cidades Os termos “urbanização” e “urbanismo”, com o sentido de planejamento urbano, foram usados pela primeira vez na segunda metade do século XIX por Ildefonso Cerdá, em sua obra Teoria Geral da Urbanização. Leopoldo Mazzaroli, citado por Mukai, definiu o urbanismo como “a ciência que se preocupa com a sistematização e desenvolvimento da cidade, buscando determinar a melhor posição das ruas, dos edifícios e obras públicas, de habitação privada, de modo que a população possa gozar de uma situação sã, cômoda e estimada” 7 2.3- Evolução das Cidades A história da cidade pode ser considerada a história da humanidade. Sempre esteve presente nas obras dos grandes filósofos da Antiguidade. Para o Geografo Ratzel,, ela representa uma forma de aglomeração durável. « é todo aglomerado permanente cujas atividades não se caracterizam como agrícolas. A grande concentração das atividades terciárias públicas e privadas do aglomerado e a forma contínua dos espaços edificados onde se dá a proximidade das habitações da população que vive dessas atividades são atributos que permitem caracterizar melhor a cidade. De forma muito genérica, pode-se dizer que, nestas condições, a aglomeração é importante por ser organizada para o trabalho coletivo em atividades não-agrícolas ». Como espaço edificado, representando uma massa composta de habitações, a cidade cria tipos de serviço que somente as formas de organização política são capazes de administrar. Disso resulta ser ela o centro da vida política da sociedade. Sua história confunde-se com a do Estado. 2.4 - Cidade e Modo de Produção A urbanização é a relação entre sociedade e espaço, “é função da organização especifica dos modos de produção, que coexistem historicamente numa formação social concreta” (CASTELLS, 2000,). Assim, sociedade e espaço não podem ser vistos desvinculadamente, pois a cada estágio do desenvolvimento da sociedade, corresponderá um estágio do desenvolvimento da produção espacial (CARLOS, 1992). Modo de produção em economia, é a forma de organização socioeconômica associada a uma determinada etapa de desenvolvimento das forças produtivas e das relações de produção. Reúne as características do trabalho preconizado, seja ele artesanal, manufaturado ou industrial. São constituídos pelo objeto sobre o qual se trabalha e por todos os meios de trabalho necessários à produção (instrumentos ou ferramentas, máquinas, oficinas, fábricas, etc.) Existem 6 modos de produção: 1.Primitivo, 2.Asiático, 3.Escravista, 4.Feudal, 5. Capitalista, 6.Comunista. 8 Modo de produção comunal primitivo É considerado o primeiro modo de produção da história. Se iniciou a partir da época em que o homem deixou de ser nômade e passou a plantar e caçar. Tal modo se baseia no uso coletivo dos meios de produção, nas relações familiares e no cooperativismo, semelhantemente ao que ocorre em muitas aldeias indígenas. Assim, no modo de produção comunal primitivo, não havia propriedade privada, uma vez que todos os bens e modos de produção eram coletivos. Modo de produção escravista .Os senhores, a minoria, eram proprietários dos escravos. As relações aqui não são de cooperação, como no modo comunal primário, mas sim, de domínio e sujeição, uma vez que os escravos eram vistos como instrumentos, como objetos, animais, etc. Outro importante fato referente a esse sistema é que foi a partir dele – e do surgimento da propriedade privada – que surgiu a necessidade de se criar um órgão para garantir o bem-estar, a justiça, a ordem e a manutenção dos direitos dos proprietários de terras: o Estado. . Rio, Debret, 1834 Modo asiático de produção Presente principalmente nas civilizações da antiguidade, como Egito e Mesopotâmia. Foi marcado pela existência de um Estado forte que apresentava mecanismos burocráticos e eficientes com o fim de submeter toda a sociedade ao seu poder. Todos os bens e meios de produção eram pertencentes ao Estado, sendo este encarnado pelo rei, imperador, etc. Modo de produção feudal Predominante na Europa ocidental entre os séculos V e XVI, foi marcado pelas relações entre senhores e servos. Os senhores eram os donos da terra e do trabalho agrícola do servo, contudo, os servos não eram vistos apenas como objetos, como no modo escravista. O servo tinha o direito de cultivar um pedaço de terra cedido pelo senhor e viver ali com sua família. Em troca, ele pagava impostos, rendas, além de trabalhar para o senhor. Os senhores feudais tinham certa independência em relação ao sistema político presente, visto que possuíam seus próprios exércitos 9 Byblos, 3.000ac Primitivo: Função TROCAS Nessa época de inicio da Idade Media, o comércio era realizado por mercadores "sirios", designação que incluía todos aqueles provenientes da parte oriental do antigo Império Romano que ia da Grécia ao Egito, incluindo os judeus. Esses mercadores comercializavam produtos exóticos de luxo, como especiarias, perfumes, tecidos finos, couros trabalhados, papiros azeite, tâmaras e figos Ephesus, Turquia Balbek, Fenícia Até o século XI, as cidades medievais estavam reduzidas às funções religiosas ou administrativas, abrigando apenas a residência de um bispo ou de um rei. A intensificação da vida agrícola e comercial no Ocidente estimulou o seu crescimento e trouxe o aparecimento de novos centros urbanos, localizados ao longo das principais rotas comerciais da Itália, da Alemanha, dos Países-Baixos e da França. Burgos e Comunas Italia, Amalfi O espaço urbano, deste modo, é estruturado, não é organizado ao acaso, responde então à projeção da sociedade que nele vive. Assim, as formas espaciais serão produzidas pela ação humana e expressarão os interesses da classe dominante ou de seus governantes, de determinado modo de produção, dentro de um modelo de desenvolvimento específico, e da maior ou menor participação da população nas decisões. 10 Modo de Produção Capitalista O capitalismo é um modo de produção fundado na divisão da sociedade em duas classes essenciais: a dos proprietários dos meios de produção (terra, matérias-primas, máquinas e instrumentos de trabalho) - sejam eles indivíduos ou sociedades - que compram a força de trabalho para fazer funcionar as suas empresas; a dos proletários, que são obrigados a vender a sua força de trabalho, porque eles não têm acesso direto aos meios de produção ou de subsistência, nem o capital que lhes permita trabalhar por sua própria conta. O capitalismo não existe em lugar nenhum em estado puro. Ao lado dessas duas classes fundamentais vivem outras classes sociais. Nos países capitalistas industrializados, encontra-se a classe dos proprietários individuais de meios de produção e troca, que não exploram ou quase, mão-de-obra: pequenos artesãos, pequenos camponeses, pequenos comerciantes. Socialismo- Modo de Produção O Socialismo é um sistema sócio-político caracterizado pela apropriação dos meios de produção pela coletividade. Abolida a propriedade privada destes meios, todos se tornariamtrabalhadores, tomando parte na produção, e as desigualdades sociais tenderiam a ser drasticamente reduzidas, uma vez que a produção poderia ser equitativamente distribuída. O modo de produção rege a ocupação do Espaço Modos de Produção e Paisagem Urbana 11 Exercicio 3 Analise como os diferentes modos de produção alteram a paisagem urbana. Feudal Capitalista(modelo europeu, modelo L.A) Comunista ( China, Cuba) 2.5- Problemática Urbana Problemas Urbanos Ao invés de um crescimento organizado, o crescimento das cidades no sec XXI conta com grande assentamentos baseados na ocupação de áreas não propicias, que além da degradação ambiental, produz miséria e poluição. Listagem : Resíduos e Esgoto; Trafego; Poluição (sonora, ar, visual’); Carencia de Areas verdes; Arborização Urbana Inadequada; Ilha de Calor; Manutenção de Monumentos; Descaso ao Patrimônio; Degradação da Bacia hidrografica. .... 12 A casa; a rua, a cidade, são pontos de aplicação do trabalho humano; devem estar em ordem, senão se opõem aos princípios fundamentais que temos como eixo; e, desordem, nos fazem frente, nos travam, como nos trava a natureza, ambiente que combatemos todos os dias (Corbusier,2004) A distribuição dos equipamentos urbanos e das políticas públicas na gestão das cidades é uma assunto complexo, mas a existência de espaços privilegiados e outros desprovidos nas cidades aprofunda ainda mais a complexidade dos temas discutidos. É a dinâmica espacial que envolve o sistema econômico capitalista, a propriedade privada, as políticas públicas e os movimentos sociais. A organização das cidades é influenciada por diferentes forças que estruturam e reestruturam constantemente a sua configuração . Quais são estas forças? Dê exemplo! As contradições existentes na organização do espaço das cidades reflete as contradições da própria sociedade, sendo necessário estabelecer uma relação direta entre os processos espaciais e os processos sociais. Segundo Lipietz (2002), “o espaço humano não é nada além de uma das dimensões materiais (a outra é o tempo) da totalidade social.(...) A “estruturação do espaço” é uma das dimensões materiais da estabilização das relações estruturadoras das práticas sociais”. Exercicio 3 Pesquise na web fotos antigas e/ou mapas dos grandes centros urbanos e da própria cidade em que você vive, apontando a dinâmica temporal da cidade e as demandas que propiciaram as novas construções e/ou demolições. Tenha em mente: a)- Avanço da economia; b)- Aspectos socioculturais. Dois alunos 1 semana 13 Paranaguá Copacabana,1910 Copacabana, 1950 Rua Riachuelo , Revitalização – Curitiba 2.6- Aspectos da Urbanização Brasileira • A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, originou profundas alterações na forma de ocupação do espaço e na função da cidade. • A ocupação do espaço ocorre de modo caótico, nos poucos espaços que sobravam entre as fábricas e rodovias. • O nascimento da indústria originou cidades insalubres, marcadas pela aglomeração dos pobres áreas periféricas, em geral oriundas do campo, sem qualquer infra-estrutura urbana. 14 Sociedade Brasileira do período séc XIX -Sr. do Engenho. - Igreja. - Comerciantes. - Trabalhadores livres. - Escravos. Os espaços urbanos eram ocupados por posse pelos comerciantes. O processo de desenvolvimento urbano do Brasil foi uma transformação social, pós Segunda Grande Guerra Mundial, promovendo uma desarmonia entre os sistemas humano e natural. Urbanização : Migração pela busca do emprego Explosão Demográfica : década de 70 População Urbana 1960 44% 1970 56% 1980 67% 1990 75% 2000 81% Milagre econômico De acordo com pesquisa realizada pelo IBGE, entre os censos de 1991 e 2000 o número de favelas no Brasil aumentou em 25%, mais de 1.269 municípios declararam em 2001 terem favelas ou outro tipo de habitações precárias. As favelas são formadas por populações excluídas do mercado imobiliário legal e busca meios alternativos de habitação. Em geral, o sitio de uma favela é uma área de invasão clandestina na periferia das grandes cidades e em regiões metropolitanas Segundo o IBGE, Segundo o IBGE, “aglomerado subnormal (favelas e “aglomerado subnormal (favelas e similares) é um conjunto constituído similares) é um conjunto constituído de, no mínimo, 51 unidades de, no mínimo, 51 unidades habitacionais, ocupando ou tendo habitacionais, ocupando ou tendo ocupado até perído recente, terreno ocupado até perído recente, terreno de propriedade alheia (pública ou de propriedade alheia (pública ou não), dispostas de forma não), dispostas de forma desordenada e densa, carentes, em desordenada e densa, carentes, em sua maioria, de serviços públicos sua maioria, de serviços públicos essenciais”.essenciais”. Favela Paranaguá, Pr 15 Segundo o IBGE, 37% dos municípios brasileiros possuem loteamentos irregulares e seus habitantes “proprietários” não cadastrados. As prefeituras brasileiras não possuem nem estrutura jurídica nem legal para impedir as invasões e os loteamentos ilegais. O com o inchaço e o crescimento desordenado das cidades desarticulado de um planejamento urbano fez com que soluções fossem pensadas, assim é discutido o Estatuto da Cidades, 2001 ** Entre 1950 e 1990, formaram-se 13 cidades com mais de 1.000.000 de habitantes, e em todas elas, a expansão urbana teve características semelhantes, ou seja, não cresceram a partir de projetos articulados, visando a extensão da cidade. Ao contrário, prevaleceu a difusão do padrão periférico, que conduziu a urbanização do território metropolitano, perpetuando o loteamento ilegal, a casa auto-construída e os distantes conjuntos habitacionais populares, como seus principais propulsores A cidade formal vs a informal é a expressão da concentração da pobreza nas metrópoles brasileiras Modelo Centro-Periferia- Anos 60 CENTRO Periferia Cidade Informal apartada dos serviços- Relações de trabalho . Na sociologia, o termo “favela”, além de ser uma forma de aglomerado habitacional, também é uma configuração ecológica particular, definida segundo um padrão específico de relacionamento com a cidade. Um aglomerado habitacional se transforma em favela à medida que ele desenvolve um microssistema sociocultural próprio, organizado a partir de uma identidade territorial. Relações Sociais . Com o tempo, o termo “favela” ganhou várias conotações negativas, que são antônimos de cidade (FORMAL) e de tudo o que a ela se atribui: urbanidade, higiene, ética no trabalho, progresso, civilidade, segurança. Surge também o termo “favelado”, que é o homem construído pela socialização em um espaço marcado pela ausência dos referenciais da cidade . Processo de “favelização” generalizada: ocorreu na maioria das grandes cidades, principalmente nas últimas décadas. Isso aconteceu com o grande crescimento dos aglomerados populacionais INFORMAIS, nas áreas centrais e periféricas Favelas e Informalidade 16 Seculo XIX, Cortiços Precursor das Favelas O Cortiço 1890, obra de Aluzio de Azevedo, apresenta as relações sociais dos moradores de um cortiço em Botafogo, Rio. 2.5- A PAISAGEM URBANA Pode ser entendida como a composição de elementos da natureza no espaço, dentre os quais a fauna e a flora, o homem e as edificações que constrói com a sua ação no espaço geográfico. É materialização resultante da interação do homem e os elementos da natureza. Segundo Milton Santos a paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas reações localizadas entre homem e natureza SANTOS, M. (2002). A natureza do espaço: Técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp. 384 p. "[...] a paisagem que vemos hoje não será a que veremos amanhã e nem tão pouco é a que foi vista ontem, pois a paisagem é produzida e reproduzida no decorrer do tempo, através da ação do homem e da sociedade sobre o território, levando em conta que cada ator social temseu tempo próprio no espaço. Assim, a paisagem é por conseguinte objeto, concreto, material, físico e efetivo e é percebida através dos seus elementos, pelos nossos cinco sentidos, é sentida pelos homens afetivamente e culturalmente". (BERINGUIER, 1991, p. 7) BERINGUIER, C. e BERINGUIER, P. (1991). Manieres paysageres une methode d’etude, des pratiques. In: GEODOC.Toulouse: Univesité de Toulouse. p. 5-25. Relação Cultura e Paisagem Para Nassauer (1995), a cultura e a paisagem interagem em uma constante realimentação, na qual a cultura estrutura as paisagens e as paisagens incorporam a cultura. Há, por conseguinte, um feedback, em que a percepção do meio, através dos filtros da cultura, determina valores paisagísticos que são atribuídos a uma paisagem, que, por sua vez, podem ser modificados se houver uma mudança na paisagem. Essa dinâmica a ajuda explicar a estrutura da paisagem de duas maneiras: primeiro como um efeito da cultura, segundo como um produto das mudanças culturais. NASSAUER, J. I. (1995). Culture and changing landscape estructure. In: Landscape Ecology v. 10 n. 4 p. 229-237, Amsterdam: SPB Academic Publishing bv. Mas o que é cultura? 17 Segundo o antropologo Edward B. Tylor cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade” Os elementos culturais são: artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e todas as maneiras de ser (sentir, pensar e agir). Temas de discussão: 1- Modos de Produção e Cultura; 2- Produção Cultural urbana e rural ? 3- Politica e Cultura, que relação? ….e voltando a paisagem urbana….. Existem padrões morfológicos são identificados na maioria dos conjuntos urbanos de médio porte, sendo que a espacialização destes padrões obedece a uma lógica similar que se baseia em antecedentes comuns de formação das cidades. Gramado Londrina Aspectos Morfologicos 18 Estrutura: malha urbana, tecido urbano e referenciais urbanos. Na malha urbana se inclui a estrutura viária propriamente dita e suas articulações. Sobre esta malha formam-se diferentes tipos de tecido urbano, constituído por volumetrias construídas e plantas similares, destinadas a uso específico, e espaços livres de diferentes funções. O tecido urbano é subdividido em : tecido convencional no qual está incluída a área central, o centro expandido, a área habitacional central e o casario convencional, em uma espacialização concêntrica, tecido jardim", constituído dos" bairros-jardins" e dos condomínios fechados, na periferia urbana, e tecido habitacional popular que diz respeito aos conjuntos habitacionais, tanto os unifamiliares como os verticais e os não-institucionais, e ainda o casario popular. Situados na periferia da mancha urbana, muitas vezes além das barreiras construídas, principalmente rodovias, e geralmente desarticulados do tecido urbano original, justamente pela localização, que impede esta articulação. E ainda a área verticalizada, o campus universitário, o distrito industrial, e os cemitérios, fragmentos de tecido urbano, que também funcionam como marco referencial. Os referenciais urbanos podem ser construções significativas e de algum destaque, seja pela dimensão, pelo uso ou por ambos, ou estruturas urbanas e/ou trechos do tecido urbano que funcionam como marco dentro da paisagem. Quais os referencias urbanos de CURITIBA? Brasilia? Rio? Paris? construções significativas são instalações ferroviárias, os colégios tradicionais, o centro cultural e/ou teatro, os clubes, os ginásios esportivos, o terminal rodoviário, o aeroporto, os shopping centers e/ou entrepostos comerciais. As construções significativas não apresentam uma tipologia arquitetônica semelhante; entretanto, obedecem a uma localização similar. As estruturas urbanas, neste caso entendidas por aquelas que funcionam como referenciais e/ou marco na paisagem: a rua principal de comércio, a praça principal, os parques urbanos e/ou grandes massas de vegetação, as avenidas de acesso, os centros de bairro, a avenida com atrações noturnas, as rodovias e/ou anel viário e os cursos e/ou corpos d'água. 19 Elementos Morfológicos 1- vias, 2- limites, 3- bairros, 4- cruzamentos 5- ícones ou monumentos 6- Aspectos Funcionais 7- Patrimônio Imobiliário A disposição das VIAS reflete o crescimento gradual das CIDADES e suas funções http://www.superbrasilia.com/aquarela/pic_maquete_a.htm RADIOMETRICA Artérias circulares GEOMETRICO Ortogonalidade e perpendicularidade IRREGULAR Traçado Anarquico, ruas estreitas e tortuosas Traçado 20 ANDRADE, R. 2012 LEITURA: A cidade de São Paulo, um dos grandes referenciais, e geradora de padrões urbanísticos brasileiros, é a síntese de um processo socioeconômico geral do país, que se representa formalmente em escalas diversas nos grandes centros e nas cidades de porte médio. No caso das cidades do interior do estado de São Paulo, este processo de influência da paisagem urbana se estrutura a partir da paisagem que se configura na cidade de São Paulo, e de cidades do porte de Campinas e/ou Ribeirão Preto, as quais por sua vez se referenciam, por exemplo: os novos padrões de uso do solo, como os condomínios fechados e a verticalização, o tratamento das áreas públicas de edificação, como o padrão de arborização e jardinagem urbana, as tipologias arquitetônicas, o desenho de pisos e calçamentos, e ainda pela arquitetura símbolo de edifícios, tais como redes de lojas e instituições financeiras, entre outras (LANDIM 2002). LANDIM, Paula, 2002. Desenho de paisagem urbana: as cidades médias do interior central paulista . Estes padrões morfológicos fornecem um modelo de paisagem, ao qual está ligado um modelo de qualidade de vida, em que a sociedade passa a valorizar a presença dos elementos globais que estão em sintonia com os centros de poder. A paisagem da cidade média do interior central paulista é então homogênea, como conseqüência desta forma de ocupação homogênea, a qual é decorrente de códigos de obras e planos diretores padronizados, bem como ciclos de desenvolvimento semelhantes, o que resulta em padrões de urbanização uniformes, associados a tipologias arquitetônicas e material de acabamento similares. Isto acontece no PARANÁ? Diferentes Cidades Paises Baixos Enschede Gronigen Utrecht Gouda 21 Exercício 4 O estudo da morfologia de uma cidade é uma maneira de se obter uma leitura sobre ela. A morfologia pode ser entendida como o arranjo de suas formas, bem como seus conseqüentes usos e apropriações. Explique a relaçao entre a morfologia urbana e a mobilidade. Dê exemplos. (Brasilia, Rio,SP, Goiania, BH, etc...) Financiamento para gestao do Territorio Patrimonial: Neste caso os impostos irão incindir sobre determinado patrimônio, como é o caso do IPTU (imóveis), IPVA (automóveis) e ITR (propriedades rurais). Renda: Neste caso o imposto é calculado considerando a renda de uma pessoa, física ou jurídica durante determinado período. Um bom exemplo é o Imposto de Renda. Consumo: Aqui os impostos podem ser cobrados de forma indireta, ou seja, quando uma pessoa adquire determinado produto ou serviço, ela já está pagando o imposto que esta imbutido no valor da compra. Isto ocorre por exemplo com o ICMS, IPI e ISS. MUNICIPIO IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana. ISS – Imposto Sobre Serviços. Cobrado das empresas. ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Inter Vivos. Incide sobre a mudança de propriedade de imóveis ESTADO ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias. Incide também sobre o transporte interestadual e intermunicipal e telefonia.IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. ITCMD – Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação. Incide sobre herança UNIÃO IOF – Imposto sobre Operações Financeiras. Incide sobre empréstimos, financiamentos e outras operações financeiras, e também sobre ações. IPI – Imposto sobre Produto Industrializado. Cobrado das indústrias. IRPF – Imposto de Renda Pessoa Física. Incide sobre a renda do cidadão. IRPJ – Imposto de Renda Pessoa Jurídica. Incide sobre o lucro das empresas. ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural. Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico. Incide sobre petróleo e gás natural e seus derivados, e sobre álcool combustível. Cofins – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. Cobrado das empresas. CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. Percentual do salário de cada trabalhador com carteira assinada depositado pela empresa. INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. Percentual do salário de cada empregado cobrado da empresa e do trabalhador para assistência à saúde. O valor da contribuição varia segundo o ramo de atuação. 22 Instrumentos de Gestão Urbana • Constituição 1988 • Estatuto das Cidades • Plano Diretor(Leis Municipais) CF88- Constituição 1988: Modernidade e humanidade Prevê direitos decorrentes daqueles ideais, a exemplo do Direito à Vida, à Liberdade, à Igualdade, e outros. Dignidade da Pessoa Humana, no art. 6º, da Carta Política, incluindo ali a moradia. Os artigos são principiológicos, norteadoras das demais,fazendo-se necessário que a própria Constituição delineasse mais especificamente certos tópicos relativos às questões de maior relevância como a Política Urbana. ….das Políticas Urbanas, observa-se assegurado como Direito Fundamental o Direito à Propriedade, conforme mandamento do art. 5º, caput, “aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. E reafirma, no inciso XXII, que “é garantido o direito de propriedade”. Tais dispositivos transmitem a idéia de que o Direito de Propriedade seria absoluto. Todavia, no seio dos Direitos Fundamentais, encontram-se dispostos, no mesmo artigo em debate, especificamente nos incisos XXIII e XXIV, que derrubam a preocupante conclusão, relativizando o Direito de Propriedade, quando afirmam que “a propriedade atenderá a sua função social” e que “a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social”. Abrindo as brechas para a realização de políticas públicas de forma efetiva,mesmo que tais políticas tenham que adentrar no direito de propriedade de terceiros, já havendo a disposição de que aquela deverá atender sua função social. Política Urbana, prevista em seus artigos 182 e 183, os quais consagram a preocupação com o indivíduo, trazendo expressamente as idéias de bem- estar e de função social da propriedade, agora sim urbana, conforme transcrição: Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes. § 1º O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana. § 2º A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor. § 3º As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro. § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para áreaincluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequadoaproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: 23 I – parcelamento ou edificação compulsórios; II – imposto sobre propriedade predial e territorial urbano progressivo no tempo; III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. O princípio da função social da propriedade constitui peça-chave do direito urbanístico. Na constituição, seu cumprimento está associado as atendimento das “exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor” [...]. No primeiro, vinculou-se o exercício da propriedade urbana diretamente ao plano diretor e estabeleceram-se sanções para os proprietários que não atendam ao aproveitamento previsto (art. 182, §§ 2º e 4º). [...] No caso da política urbana, há referência explícita ao plano diretor. [...] Em ambos os casos, admite-se a utilização de instrumentos tributários e da desapropriação com pagamento em títulos da dívida pública da propriedade que não atendo o plano (2005, Victor Carvalho Pinto) A organização político Administrativa da Republica Federativa do Brasil compreende a UNIAO, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios , TODOS AUTONOMOS. Autonomia dos Município na CF88 leva a definição de rumos , reforçando o papel social de políticas URBANAS. Estatuto das Cidades Regulamentação dos capítulos 182 e 183 da CF88 através da LEI 10.257 de 10/07/2011. Principais Instrumentos: A- Indução do Desenvolvimento: parcelamento do solo B- Financiamento da Política Urbana: Impostos C- Democratização da Gestão : audiências publicas D- Regularização Fundiária: usucapião Estatuto das Cidades : Características SOCIAIS de GESTÃO 24 Regularização Fundiária “o processo de intervenção pública, sob os aspectos jurídico físico e social, que objetiva legalizar a permanência de populações moradoras de areas ocupadas em desconformidade com a lei para fins de habitação, implicando melhorias no ambiente urbano do assentamento, no resgate da cidadania e da qualidade de vida da população beneficiada”. O usucapião individual e coletivo, CDRU (Concessão do direito real de uso), Concessão de uso especial para fins de moradia e ZEIS (Zona especial de interesse social). critérios Individual: a) a posse de área urbana com metragem máxima de duzentos e cinqüenta metros quadrados; b) a posse da área urbana ser no mínimo de 5 (cinco) anos; c) a posse ser ininterrupta e sem oposição, com ânimo de dono; d) a posse da área urbana ser utilizada para sua moradia ou de sua família; e) não ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural. usucapião coletivo Critérios: a) O possuidor pode, para o fim de contar o prazo de cinco anos, acrescentar sua posse à de seu antecessor, contanto que ambas sejam contínuas. b) A usucapião especial coletiva de imóvel urbano será declarada pelo juiz, mediante sentença, a qual servirá de título para registro no cartório de registro de imóveis. c) Na sentença, o juiz atribuirá igual fração ideal de terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo hipótese de acordo escrito entre os condôminos, estabelecendo frações ideais diferenciadas. d) O condomínio especial constituído é indivisível, não sendo passível de extinção, salvo deliberação favorável tomada por, no mínimo, dois terços dos condôminos, no caso de execução de urbanização posterior à constituição do condomínio. e) As deliberações relativas à administração do condomínio especial serão tomadas por maioria de votos dos condôminos presentes, obrigando também os demais,discordantes ou ausentes. ZEIS As ZEIS ou AEIS (áreas de especial interesse social) não possui o objetivo de remoção dos assentamentos irregulares, mas sim de legalização e melhoria das suas condições urbanísticas. Para isso é criado um plano urbanístico próprio, adequado às características do local, para a área que será regularizada, incluindo-o dessa forma na malha urbana. Objetivos das ZEIS: a) Incluir a população de baixa renda, que não teve condições de adquirir solo urbano, na cidade b) melhorar as condições de vida dessa população com a inclusão de infra-estrutura e outros serviços c) regularizar as diferenças da qualidade do imóvel para dessa forma impedir a diferenças no preço do terreno d) incentivar a participação dos moradores nas decisões de melhoria urbanística e) aumentar a arrecadação de impostos, para facilitar a manutenção da infra-estrutura f) aumentar a oferta de terra para a população de baixa renda 25 CDRU (Concessão do direito real de uso) Uma vez que não é permitida a concessão de posse de terras públicas através do instrumento usucapião, a Concessão de uso especial para fins de moradia permite realizar a regularização fundiária em terras públicas ocupadas informalmente por populações de baixa renda. De acordo com o artigo 1°da MP nº 2220, o direito a concessão de uso especial para fins de moradia é reconhecido para as pessoas que atenderem os seguintes requisitos: a) Até 30 de junho de 2001 possuírem como seu por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição imóvel público de até duzentos e cinqüenta metros quadrados situado em área urbana; b) Estiverem utilizando o imóvel público para sua moradia ou de sua família; c) Não serem proprietários ou concessionários, a qualquer título de outro imóvel urbano ou rural. Plano Diretor [Plano diretor é o] Instrumento básico de um processo de planejamento municipal para a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes públicos e privados. (ABNT, 1991) Seria um plano que, a partir de um diagnóstico científico da realidade física, social, econômica, política e administrativa da cidade, do município e de sua região, apresentaria um conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento socioeconômico e futura organização espacial dos usos do solo urbano, das redes de infra-estrutura e de elementos fundamentais da estrutura urbana, para a cidade e para o município, propostas estas definidas para curto, médio e longo prazos, e aprovadas por lei municipal. (VILLAÇA, 1999, p. 238) As diretrizes do Estatuto da Cidade devem ser utilizadas pelo município de acordo com as características locais. Isto é feito através do plano diretor, que “é o instrumento básico da política de desenvolvimento e expansão urbana” do município (Estatuto da Cidade, artigo 40). Base : conter, no mínimo, as seguintes orientações: I – as ações e medidas para assegurar o cumprimento das funções sociais da cidade e da propriedade urbana; II – os objetivos, temas prioritários e estratégias para o desenvolvimento da cidade e para a reorganização territorial do município; III – os instrumentos da política urbana previstos pelo Estatuto da Cidade que serão utilizados para concretizar os objetivos e estratégias estabelecidas pelo plano diretor, e; IV – o sistema de acompanhamento e controle visando a execução e implementação do plano diretor. Segundo o Estatuto da Cidade, estão obrigados a elaborar o plano diretor até outubro de 2006, aqueles municípios que: -possuem, de acordo com o Censo 2000, mais de 20 mil habitantes; - estão inseridos em regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas. Também estão obrigados a elaborar o plano diretor, embora não haja prazo estabelecido na lei, os municípios: -integrantes de áreas de especial interesse turístico; -inseridos em área de influência de empreendimentos ou atividades com significativo impacto ambiental de âmbito regional ou nacional, e; - onde o poder público municipal pretenda utilizar os instrumentos previstos no § 4º do art. 182 da Constituição Federal (parcelamento ou edificação compulsórios, IPTU progressivo no tempo, desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública). 26 Metodologia: Linhas Gerais A etapa chamada “Metodologia” é aquela em que será definido o processo de elaboração do plano diretor, mediante o estabelecimento dos prazos, custos, cronograma de atividades, estratégia de mobilização da população, formas de divulgação do processo e a formação do Núcleo Gestor Local. A etapa de “leitura da realidade municipal” refere-se ao levantamento de informações sobre o município. É o momento onde serão diagnosticados os problemas e potencialidades existentes. Esta etapa contempla dois momentos distintos e complementares: a leitura técnica e a leitura comunitária. Exercício 5: Escolha uma Cidade com mais 20.000 hab e avalie em linhas gerais a o Plano Diretor implementado em forma de Lei Municipal. Verifique se o plano está sendo respeitado. Apresentar em classe em 10 min. LEI ORGANICA DO MUNICÍPIO Lei Orgânica é uma espécie de Constituição Municipal. A Lei Orgânica não pode contrariar as constituições Federal e Estadual e nem as leis federais e municipais. Antes CF 88, havia uma só constituição para todos os municípios, mas, atualmente, cada município, de acordo com suas necessidade e peculiaridades, tem autonomia para criar a sua própria Lei Orgânica. O Poder Publico Municipal é quem se encarrega de fazer cumprir a Lei Orgânica, sempre observada e fiscalizada pela Câmara de Vereadores e sociedade civil organizada. Conteúdo Exemplo: O Município XXXX integra-se aos princípios nacionais e estaduais com o objetivo da construção de uma sociedade livre, justa e solidária, preservando os fundamentos que norteiam o Estado Democrático de direito e o respeito: I - à soberania nacional; II - à autonomia estadual e municipal; III - à cidadania; IV - à dignidade da pessoa humana; V - aos valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; VI - ao pluralismo político. 27 DOS DISPOSITIVOS GERAIS Art. 6º - O Município XXXX como pessoa jurídica de direito público interno, com autonomia política, administrativa e financeira, reger-se-á por esta Lei Orgânica, e no que concerne às Constituições da República Federativa do Brasil e do Estado de Santa Catarina. Art. 7º - O Território do Município compreende o espaço físico-geográfico que atualmente se encontra sob seu domínio e jurisdição. § 1º - A sede do Município dá-lhe o nome e tem a categoria de cidade. § 2º - O Município será organizado em Distritos e estes em subdistritos por lei municipal, observado o disposto na lei estadual. § 3º - A alteração do nome do Município, bem como a mudança de sua sede, depende de Lei, votada pela Câmara Municipal após consulta plebiscitária. DA COMPETÊNCIA MUNICIPAL Art. 9º - Compete ao Município prover o que é de interesse local e do bem-estar de sua população como, dentre outras, as seguintes atribuições: I - legislar sobre assuntos de interesse local; II - elaborar e executar o orçamento plurianual e o orçamento anual; III - elaborar plano diretor ; IV - instituir e arrecadar tributos, tarifas e preços públicos de sua competência; V - aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade da prestação de contas; VI - publicar balancetes e balanços nos prazos fixados em Lei; VII - criar, organizar, fundir e extinguir Distritos, segundo as diretrizes da legislação estadual; VIII - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços de interesse local, incluído o de transporte coletivo que tem caráter essencial; IX - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado, programas de educação, prioritariamente pré-escolar e de ensino fundamental; DA ADMINISTRAÇÃO Art. 17 - A Administração Pública Municipal é formada dos órgãos integrados na estrutura administrativa da Prefeitura e de entidades dotadas de personalidadejurídica própria, compreendendo: I - os órgãos da Administração Direta; II - as entidades da Administração Indireta dotadas de personalidade jurídica própria: a) autarquias; b) empresas públicas; c) sociedades de economia mista e suas subsidiárias; d) fundações. Etc………… Planejamento Urbano 28 Carta dos Andes « Seminário de Técnicos e Funcionários em Planejamento Urbano » « Em um sentido amplo, planejamento é um método de aplicação, contínuo e permanente, destinado a resolver, racionalmente, os problemas que afetam uma sociedade situada em determinado espaço, em determinada época, através de uma previsão ordenada capaz de antecipar suas ulteriores consequências » Juca Villaschi « Urbanização Brasileira ˆO Planejamento territorial urbano tem sido desenvolvido e aplicado de forma a ordenar o crescimento das cidades e minimizar os problemas decorrentes dos processos de urbanização. E tem sido curiosa a experiência brasileira em planejamento urbano, já que, geralmente, ele é demandado e elaborado após a desorganização espacial ter se tornado uma realidade. » O planejamento deve ser integral, abrangente, isto é, deve envolver os aspectos econômicos, sociais e físico- territoriais da realidade a ser planejada. Tais aspectos são apenas nomes diferentes de uma só e mesma realidade, ou seja, são aspectos diferentes de um só e mesmo sistema e não diversos sistemas. Objetivos “De maneira geral, os fins que os planos nacionais de urbanismo têm em vista são: • - Desenvolvimento das estruturas urbanas, assegurando-lhes simultaneamente condições de vida e de trabalho sã; • - Melhoria das condições econômicas, sociais e culturais equilibradas, e planejamento mais intenso nas zonas residenciais e de trabalho; • - Melhoria das condições residenciais, dos serviços de tráfego e de abastecimento; • - Robustecimento das zonas periféricas. 29 � Preservação da exploração florestal e agrária como importantes bases de produção da economia; � Melhoria das condições de vida e trabalho nas zonas de grande densidade; � Extirpação de condições de vida e trabalho insalubres em zonas de grande densidade com estruturas econômicas e sociais desequilibradas Planejamento, meio ambiente e sustentabilidade Relação homem-natureza e a questionar a predominante visão antropocêntrica, característica da cultura ocidental, que coloca o homem como o centro do mundo, em que tudo existe a partir do interesse humano. O meio ambiente, define-se como o conjunto de componentes físico-químicos e biológicos associados a fatores socioculturais suscetíveis de afetar, direta ou indiretamente, de curto ou longo prazo, os seres vivos e as atividades humanas no ambiente globalizante da ecosfera O Planejamento Ambiental como fator de redução da pobreza urbana será possível mediante o planejamento e a administração do uso do solo sustentável de acordo com a Agenda 21. É, necessário que os países elaborem um levantamento de seus recursos de solo e os classifiquem de acordo com o uso mais adequado, sendo ainda necessário que áreas frágeis ou sujeitas a catástrofes recebam medidas especiais de proteção. A Agenda 21 reconhece ainda que, o Planejamento Ambiental deve fornecer sistemas de infra-estrutura ambientalmente saudáveis, em favor da sustentabilidade do desenvolvimento urbano, através do acesso à água, à qualidade do ar, à drenagem, à serviços sanitários e rejeito do lixo sólido e perigoso, promovendo ainda tecnologias para a obtenção de fontes de energia alternativas e renováveis mais eficientes, tais como a solar, hídrica e eólica e sistemas sustentáveis de transporte Conforme o Estatuto da Cidade (2001), o equilíbrio ambiental ocorre mediante ações de proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico e da ordenação e controle do uso do solo de forma a evitar a poluição e a degradação ambiental. Estabelece normas que regulam o uso da propriedade urbana em prol do bem coletivo, da segurança, do bem estar da população e do equilíbrio ambiental. 30 Tendências 1) Pesquisa; 2) Anamnese ou Análise; 3) Diagnose (estudo minucioso); 4) Prognose (que traça o provável desenvolvimento futuro ou o resultado de um processo); 5) Plano Básico e Programação. Etapas do Planejamento Etapas do plano 31 O trabalho inicia pela equipe interna municipal, compilando e organizando legislações, mapas, estudos existentes, dados disponíveis, relação de interlocutores potenciais. Paralelamente deve sensibilizar e mobilizar a sociedade civil – entidades, instituições, movimentos sociais e cidadãos em geral, para participação ativa no processo. Num segundo momento, procede-se a elaboração do diagnóstico através da leitura da cidade e do território, que compreende a leitura técnica e a leitura comunitária, que constitui um processo de identificação e discussão dos principais problemas, conflitos e potencialidades, do ponto de vista de diversos segmentos A metodologia participativa representa um avanço legalizado às práticas do planejamento urbano, solidificado nas bases populares através da participação irrestrita da população, no entanto representando ainda um grande desafio no gerenciamento executivo do projeto em busca de resultados e de sua efetiva gestão A leitura da cidade tem como objetivo conhecer bem a realidade da cidade, seus problemas e suas potencialidades. Ela deve trazer informações sobre como e onde as pessoas vivem e trabalham, os conflitos a serem resolvidos e as potencialidades da cidade. As atividades e reuniões para a leitura comunitária devem mostrar que esse é um momento em que não se discute apenas o seu bairro, mas o município como um todo. . 32 Deve-se elaborar uma metodologia participativa para a realização da leitura comunitária. Pode-se fazer uso de fotos, mapas, desenhos, entrevistas, depoimentos ou simplesmente registrar as impressões e vivências cotidianas da população. Como regra básica é importante trabalhar a leitura da cidade a partir do conhecimento dos participantes. Outras leituras, como a técnica e a jurídica, serão realizadas pelos técnicos e devem se articular com a leitura comunitária ETAPAS 1- Formação da Equipe 2- Estudos prévios: anamnese 3- Participação Popular 4- Mapas de Zoneamento 5- O pré-projeto Urbano 6- Projeto para Produção 7- Análise da Proposta 8- Implementação EQUIPE: • Arquitetos Urbanista • Engenheiros: Civil, Eletricista, Hidráulico, • Florestal, Sanitário, Agrimensor • Geógrafos • Sociólogos Urbanos • Antropólogos • Historiadores • Turismólogos • Geólogos • Biólogos Ambientalistas • Médicos Sanitaristas • Economistas • Advogados • Políticos • Líderes Comunitários (População) 33 ESTUDO PRÉVIO- Anamnese � Mapeamento Físico e Biológico do Território � Topografia do terreno- Cartografia Urbana � Análise geológica do solo � Existência de mananciais, cursos (rios, � córregos) e percursos (fluviais) � Ecossistema: fauna, flora � Dados meteorológicos: ventos, clima, etc. � Dados socio-econômicos � História e Antropologia Elementos da Leitura Comunitária 1- Sistema Viário e Infraestrutura 2- Saúde 3-Segurança 4- Transporte Público 5- Educação 6- Uso e Ocupação do Solo 7-Meio Ambiente 8- Gestão Publica O objetivo dessa fase é visualizar e compreender “a cidade que temos”, a partir de questões presentes na escala do bairro até a escala regional. A comunidade deve conhecer e reconhecer as potencialidades e o que contam para transformar a realidade. PARTICIPAÇÃO POPULAR PRIORIDADES- Leitura Comunitária e Técnica Temas 1- Infraestrutura e Sistema Viário: Saneamento, transito, arruamento, ciclovias, áreas de lazer, asfaltamento etc... 2- Segurança: contingente policial, postos de policia, acessibilidade , logística 3-Uso e Ocupação do Solo: zoneamento, ocupações e loteamentos irregulares, vazios urbanos, 4- Educação: Escolas, creches, concelho tutelar 5- Saúde: postos,saúde preventiva, campanhas de vacinacao, medico da família 6- Meio Ambiente: qualidade do ar e agua, limpeza terrenos, lixões , áreas verdes, rios e saneamento 7- Transporte Público: Rede de ônibus, metro, VLB, ciclovias 8- Politica Administrativa: melhora de politicas publicas, participação das decisões, lei de responsabilidade fiscal. O que considerar? Restrições e Deficiências (visão do cidadão) Resultado do Processo de Planejamento : 1) Lei do Plano Diretor; 2) Lei de Zoneamento; 3) Lei do Parcelamento do Solo; 4) Código de Obras 5) Proposições a nível municipal, estadual e federal das obras e ações prioritárias A Lei do Plano Diretor é composta pelas disposições administrativas, objetivos e diretrizes do Plano Diretor, bem como pela sua definição conceitual. A Lei de Zoneamento trata especialmente da delimitação e definição das diferentes áreas do limite urbano do município, estabelecendo para elas limitações de ordem urbanística, tais como permissões de usos, índices de aproveitamento, taxa de ocupação, gabaritos, etc. Trata também da hierarquia do sistema viário e dos perfis a serem observados pelas vias urbanas. 34 Ordem de Prioridades Entrevista Ex: Batel A- SEGURANÇA -65% B- TRANSPORTE PÚBLICO- 15% C- SAÚDE- 13% D- EDUCACAO- 7% Ex: Santa Candida A- SAUDE- 35% B- INFRAESTRUTURA- 22% C-SEGURANÇA- 20% D- TRANSPORTE PÚBLICO- 13% E- EDUCACAO- 12% E- MEIO AMBIENTE- 5% *A Lei do Parcelamento do Solo trata dos requisitos necessários para a realização de loteamentos, desmembramentos e remembramentos, dos seus aspectos urbanísticos (sistema viário, áreas livres, dimensões mínimas dos lotes) e dos procedimentos necessários para sua aprovação junto à Prefeitura. O Código de Obras vincula-se a Lei de Zoneamento e o Código de Posturas do Município. • Lei Federal 6.766, 1979 e Alterações 9.785/99 Parágrafo único - Não será permitido o parcelamento do solo: I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o escoamento das águas; Il - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; III - em terrenos com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção Lei de Parcelamento parametros Faixa non aedificandi ou faixa de domínio Lote Mínimo Alinhamento predial Testada do lote Fundo de lote Divisas Recuo Arruamento Talvegue Serviços Públicos Mobiliário Urbano Área total e Liquida Adaptada Lei Federal 6.766, 1979 e Alterações 9.785/99 pelo município . 35 Leitura Técnica: Mapas de Zoneamento e Estatisticas Zoneamento Áreas non aedificandi � Terrenos alagadiços ou inundáveis � Aterramentos nocivos à saúde � Declividade superior a 30%, salvo exceções � Condições geológicas precárias � Áreas de preservação ecológica, mananciais, etc. Levantamento do entorno edificado � Vias principais de acesso (estradas,avenidas, etc), características sócio-econômicas, população e densidade, etc. � Continuidade das vias de acesso, perfil da área a ser ocupada, avaliação do crescimento urbano, etc. Produtos sujeitos a discussão técnica e comunitária Zoneamento � ZPAM Zona de Preservação Ambiental � ZP Zona de Proteção � ZAR Zona de Adensamento Restrito � ZAP Zona de Adensamento Preferencial � ZC Zona Central � ZA Zona Adensada � ZE Zona de Grandes Equipamentos � ZEIS Zona de Especial Interesse Social TRABALHO FINAL : Planejar é decidir o que fazer, e em que ordem de prioridade ,tomando-se em consideração as necessidades e os recursos disponíveis. planejamento visa estabelecer a organização das tarefas da Prefeitura, a partir de metas preestabelecidas. Para a elaboração do Plano de Governo e para o planejamento das tarefas atinentes ao Poder Público Municipal, é fundamental a disponibilidade de um sistema de informações que permita a tomada de decisões. Faça uma LEITURA TÉCNICA de um Bairro de sua escolha. Bem como uma leitura comunitária. Propor soluções. Fase do Planejamento Diagnóstico A autonomia do Município Brasileiro esta assegurada na Constituição da República para todos os assuntos de seu interesse local e expressa sob o tríplice aspecto político (composição eletiva do governo e edição das normas locais), administrativo (organização e execução dos serviços públicos locais) e financeiro (decretação, arrecadação e aplicação dos tributos municipais). A administração municipal, através da Prefeitura, como órgão executivo, e da Câmara de Vereadores, como órgão legislativo. Essa composição é uniforme para todos os Municípios, variando apenas o número de vereadores. Os mesmos defeitos apontados na administração federal e na estadual são encontrados no âmbito municipal: ausência de racionalização dos serviços, agravada pela falta de planejamento e de pessoal técnico para a execução dos empreendimentos públicos reclamados pela comunidade. Tópico Especial Lei de Responsabilidade Fiscal e a Gestão Pública 36 Urge uma reformulação de profundidade na administração municipal brasileira para a modernização dos métodos, sistemas e técnicas vigentes nas Prefeituras, uma vez que as reformas até agora empreendidas são de superfície e dirigidas quase sempre à estruturação do quadro de servidores, como melhoria de vencimento, sem atingir e aperfeiçoar a prestação de serviços (MEIRELLES, 2003). “A responsabilidade na gestão fiscal pressupõe a ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar.” A Lei de Responsabilidade Fiscal, prevê o seguinte: “Art. 48. São instrumentos de transparência da gestão fiscal, aos quais será dada ampla divulgação, inclusive em meios eletrônicos de acesso público: os planos, orçamentos e leis de diretrizes orçamentárias; as prestações de contas e o respectivo parecer prévio; o Relatório Resumido da Execução Orçamentária e o Relatório de Gestão Fiscal; e as versões simplificadas desses documentos. Parágrafo único. A transparência será assegurada também mediante incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos”. Lei complementar 101, 2000. Princípios Básicos • Não gastar mais do que arrecadação . • Para fechar contas do dia a dia, nunca venda bens e evite, ao máximo, tomar empréstimo de antecipação (ARO) - se o fizer, por pouquíssimo tempo, ARO não pode mais “virar” o ano. • Não crie uma obrigação permanente de gasto sem fonte igualmente permanente de receita. • Não deixe as despesas com pessoal ultrapassar limites prudenciais, e jamais os máximos. • Se for inevitável assumir dívida bancária, que seja apenas para financiar investimentos fixos, cumpra os limites máximos e a prestação futura da dívida caiba dentro de sobra projetada. Se for vender um bem, aplique o resultado na diminuição de dívida ou compra de outro patrimônio. 37 Metas fiscais são os resultados a serem perseguidos em termos de receita, despesa e resultado, bem como dívida Serão fixadas anualmente na lei de diretrizes orçamentárias - LDO para o próximo ano e os dois seguintes; todo ano podem ser revistas Definidas em cada jurisdição (sem qualquer interferência federal ou estadual), passarão a condicionar todo processo de orçamento e contabilidade: se ao longo de um ano,a receita realizada se frustrar em relação a estimada, serão cortados automaticamente os gastos para assegurar a meta de resultado da LDO IMPOSTOS: A responsabilidade fiscal começa no exercício pleno das competências tributárias de cada governo . Muitos Estados e a grande maioria das Prefeituras, em especial das regiões menos desenvolvidas, nunca terãocapacidade de auto-financiamento, mas isso não os dispensa de explorar seus tributos: - mais que instrumento financeiro, é elemento essencial para o controle social; - fonte de poupança para cobrir investimentos Renunciar receita, caso das isenções ou reduções de impostos, é o mesmo que realizar um gasto: passará a ficar sujeito as mesmas condições e limites LIMITES Cada governo tem que caber dentro de seu território : nenhum governo não mais financiará outro governo, nem para renegociar dívidas, nem rolar o que já foi rolado não receberá transferências voluntárias, nem contrairá novos empréstimos, quem não provar cumprir a LRF - não cobrou seus próprios impostos, atendeu limites de pessoal e dívida Cada governante tem que caber dentro de seu mandato: não deixe para sucessor restos a pagar sem a suficiente disponibilidade de caixa, sob pena de crime no último ano de mandato, adote regime de caixa: só assuma gasto após a efetiva entrada das receitas 38 Sanções São aplicadas aos casos de distorções gritantes e,especialmente, pela não correção dos desvios. Sem sanções, seriam punidos as administrações eficientes. Punições às administrações: restrições para captação de recursos de terceiros, via convênios e financiamentos não se aplicam nos casos de calamidade pública e repasses essenciais da saúde, ensino e assistência Crimes dos administradores: novos crimes em leis que já previam perda de mandato,inabilitação e detenção - só distorções mais graves inova ao prever crime da denúncia infundada
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