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AULA PRÁTICA: FABRICAÇÃO DE MASSA DOCE Foco: Pão para cachorro-quente Alunos: Ingrid Cibele Maria de Fátima Marina Nunes Thiago Pires Professora: Amanda GOIÂNIA, GO INTRODUÇÃO O pão é um dos alimentos mais antigos e conhecidos no mundo, sendo encontrados registros do sistema de fabricação egípcio ilustrado em tumbas de faraós por volta de 2500 a.C. (JACOB & JUSTO, 2003). Segundo a Resolução n° 90 de 2000, pão é “o produto obtido pela cocção, em condições tecnologicamente adequadas, de uma massa fermentada ou não, preparada com farinha de trigo e/ou outras farinhas que contenham naturalmente proteínas formadoras de glúten ou adicionadas das mesmas e água, podendo conter outros ingredientes” e pode ser classificado de acordo com os ingredientes e/ou processo de fabricação e/ou formato, sendo os mais conhecidos pão francês, pão de forma, panetone, torrada e outros (ANVISA, 2000). A farinha de trigo é a matéria-prima mais comumente utilizada para a fabricação de pães, que contém glúten, essa proteína quando em contato com água forma uma massa elástica que retém os gases da fermentação (JUNIOR & SARAIVA,2009), o que confere leveza aos produtos fermentados (BECHTEL; POMERANZ; DE FRANCISCO, 1977). O glúten é formado pela interação de duas moléculas diferentes de proteína, a gliadina e a glutenina, essa interação acontece pelo sovar da massa úmida, formando assim uma proteína complexa (VENQUIARUTO et al., 2011). MATERIAIS E MÉTODOS Formulação: INGREDIENTE PORCENTAGEM (%) QUANTIDADE (g) Farinha de trigo 100,0 2000 Água gelada ~42,5 850 Açúcar 20,0 400 Fermento biológico seco 3,0 60 Sal 1,5 30 Ovo 6,0 120 Margarina 5,0 100 Melhorador 1,0 20 Leite em pó (opcional) 2,0 40 Pesou-se os ingredientes segundo a formulação, com a diferença de que no lugar de leite em pó, utilizou-se 400mL de leite integral. Na masseira colocou-se os ingredientes secos (farinha de trigo, açúcar, fermento biológico, sal e melhorador) e fez-se a mistura. Logo após adicionou-se o restante dos ingredientes com exceção da água gelada que foi adicionada aos poucos durante a mistura até dar o “ponto de véu”. Retirou-se a massa do equipamento transferindo para uma bacia onde “descansou” por 10 minutos. Ao fim desse tempo fez-se divisão da massa em parte iguais de 50g cada, que foram levadas para a modeladora e enfileiradas em forma com papel manteiga. Depois de organizadas, levou-se para fermentação por 30 a 40 minutos. Por fim, espalhou-se gema de ovo sobre a massa e levou-a para cocção em forno à aproximadamente 190ºC até dourar. RESULTADOS E DISCUSSÕES Para a fabricação de um produto panificado, podem ser empregados vários métodos, os mais utilizados são o processo de massa direta, onde todos os ingredientes são misturados em uma única etapa, e o método esponja, método que se desenvolve em duas etapas: a primeira é chamada esponja e, na segunda, temos a massa propriamente dita (GUERREIRO, 2006). Em aula prática, foram realizados ambos os métodos, o primeiro para fabricação de pão de forma e massa doce, a que se trata esse relatório, e o segundo para fabricação do pão ciabatta, ambos métodos demonstraram-se bastante eficazes. Quanto aos ingredientes, a farinha de trigo juntamente com a água é responsável pela formação da rede de glúten, tornando a massa capaz de reter os gases produzidos durante a fermentação, deixando o produto final com a textura esperada (GUERREIRO, 2006; DUARTE et al., 2012). Nesse caso, a água é importante para a hidratação das proteínas e o desenvolvimento do glúten (GUERREIRO, 2006). O sal, além de contribuir com o sabor do pão, controla as ações do fermento, aumentando a estabilidade do glúten (GUERREIRO, 2006; CAUVAIN & YOUNG, 2009; DUARTE et al., 2012). O fermento, como o próprio nome já diz, é o responsável pela fermentação, ou seja, pela formação de gases que serão retidos pela rede de glúten, tornando a massa aerada e com a textura desejada, aumentando também seu volume (GUERREIRO, 2006; DUARTE et al., 20012). A gordura, utilizamos margarina, possui efeito melhorador na massa e na qualidade do pão, também fornece mais energia (calorias), contribuindo no valor nutricional do pão (GUERREIRO, 2006; DUARTE et al., 2012). O leite é adicionado para melhorar a absorção de água pela farinha, o que torna a massa mais tolerante à mistura, além de ser capaz de melhorar a cor da crosta, a estrutura do miolo e a textura do pão, aumentando seu tempo de conservação e aumentando o valor nutricional do produto final (GUERREIRO, 2006). O açúcar tem a finalidade de facilitar a adaptação da levedura ao processo de fermentação e colaborar com o sabor, aroma e a cor do produto final (GUERREIRO, 2006). O melhorador é responsável por se ligar à água e a gordura ao mesmo tempo, atuando na conservação do produto acabado, melhorando a lubrificação do glúten na massa, facilitando e reduzindo o tempo da mistura, beneficiando o volume do produto, o que facilita o manuseio da massa e melhora o sabor do produto (CONTADO et al., 2009; DUARTE et al., 2012). E, por fim, o ovo contribui com a formação estrutural da massa, além de agregar sabor e cor, ele incorpora ar quando batido, dá líquido, gordura e proteína e emulsifica gordura e ingredientes líquidos (FANI, 2009). CONCLUSÃO Podemos perceber que cada ingrediente possui uma função fundamental para a produção de um pão, seja agregando sabor, seja contribuindo com características tecnológicas. O método de preparo também é fundamental para a obtenção de um produto final com as características esperadas e desejadas de massa. O pão de cachorro-quente feito em aula prática apresentou-se adequado e delicioso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RESOLUÇÃO ANVISA Nº 90, DE 18-10-2000. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - RDC/ ANVS, aprova o Regulamento Técnico para Fixação de Identidade e Qualidade de Pão. BECHTEL, D. B.; POMERANZ, Y.; DE FRANCISCO, A. Breadmaking studie by light and transmission electron microscopy. Cereal Chemistry. v.55, n.3, p.392-401, 1977. CAUVAIN, S.P.; YOUNG, L.S. Tecnologia da Panificação. 2ª Ed. São Paulo: Editora Manole. 2009. CONTADO, E.W.N.F.; PEREIRA, J.; EVANGELISTA, S.R.; JÚNIOR, F.A.L.; ROMANO, L.M.; COUTO, E.M. Composição centesimal da mucilagem do Inhame (Dioscorea SSP.) Liofilizado comparado a de um melhorador comercial utilizado na panificação e avaliação sensorial de pães de forma. Ciênc. Agrotec., vol. 33, Edição Especial, p. 1813-1818, 2009. DUARTE, C.P.S.; CARVALHO, C.A.; BATISTA, A.S.; ONE, G.M.C. Panificação: uma visão bioquímica. Simpósio Paraibano de Sáude-Tecnologia, Saúde e Meio Ambiente à Serviço da Vida, João Pessoa. Anais, Instituto Bioeducação, p. 129-133, 2012. FANI, M. Panificação: os ingredientes enriquecedores. Revista Food Ingredients Brasil. São Paulo, v. 12, n. 10, p. 22-27, 2009. GUERREIRO, L. Dossiê técnico: panificação. REDETEC Rede de Tecnologia do Rio de janeiro, 2006. JACOB, H.E; JUSTO, J.M. Seis mil anos de pão. 2003. JUNIOR,J. E. P. J.; SARAIVA, F. Z.. Estudo comparativo de diferentes aditivos com função oxidativa sobre a farinha de trigo. Cultivando o Saber, Cascavel, vol 2, p. 143-150, 2009. SCHEUER, P.M.; FRANCISCO, A.; MIRANDA, M.Z.; LIMBERGER, V.M. Trigo: características e utilização na panificação. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.13, n.2, p.211-222, 2011. VENQUIARUTO, L.D.; DALLAGO, R.M.; VANZETO, J.; DEL PINO, J.C. Saberes Populares Fazendo-se Saberes Escolares: Um Estudo Envolvendo a Produção Artesanal do Pão. Química Nova Na Escola. Vol. 33, N° 3, 2011.
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