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Caso CLÍNICO Tétano neonatal enfermagem descrição da doença

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UNIVERSIDADE VALE DO RIO DOCE – UNIVALE
CURSO DE ENFERMAGEM
Anna Carolina
Harielly Kríssia
Laís Castro
Talita Vieira
Thalía Firmino
CASO CLÍNICO:
tétano neonatal
Governador Valadares
2019
Índice
1) Descrição
2) Fisiopatologia
3) Agente etiológico
4) Modo de transmissão
5) Período de incubação
6) Período de transmissibilidade
7) Imunidade e suscetibilidade
8) Manifestações clínicas
9) Diagnóstico diferencial
10) Diagnóstico laboratorial
11) Complicações
12) Tratamento
13) Aspectos epidemiológicos
14) Vigilância epidemiológica
15) Instrumentos disponíveis para controle
16) Educação em saúde e participação da comunidade
17) Estudo de caso e SAE
18) Ficha do SINAN (se for o caso)
TÉTANO ACIDENTAL
Tétano é uma doença grave causada por uma bactéria que pode estar presente em objetos de metal, de madeira, de vidro ou mesmo no solo, pregos, latas, ferramentas agrícolas, cacos de vidro, galho de árvore, espinhos, pedaços de móveis e outros. O contato com entulhos da construção civil, atividades agrícolas, destroços resultantes de desastres associados às inundações, deslizamentos, vendavais, granizos e outros podem provocar lesões na pele e consequentemente o adoecimento por tétano acidental. O tétano acidental, geralmente, ocorre após exposição ao agente, nos ferimentos superficiais ou profundos de qualquer natureza quando, acidentalmente, sofre alguma lesão na pele como ferimentos, cortes, perfurações, por objetos deixados no ambiente e contaminados com os esporos da bactéria. Caracteriza-se pelos seguintes sinais e sintomas: contraturas musculares; rigidez de membros; rigidez abdominal; trismo e riso sardônico (dificuldade de abrir a boca) e de deambular; dores nas costas e nos membros. 
A letalidade da infecção varia da faixa etária do paciente, gravidade, tipo de ferimento, duração dos períodos de incubação, presença de complicações respiratórias, renais e infecciosas, além do local onde é tratado e qualidade da assistência prestada.
O período de incubação ocorre entre o ferimento (provável porta de entrada do bacilo) e o primeiro sinal ou sintoma. É curto: em média de 5 a 15 dias podendo variar de 3 a 21 dias. IMPORTANTE: Nos casos em que o período de incubação é menor que 7 dias, o prognóstico é pior. Quanto menor for o tempo de incubação, maior a gravidade e pior o prognóstico.
Sempre que houver lesão na pele/mucosa, a pessoa deve lavar o local com água e sabão e procurar o serviço de saúde mais próximo para avaliar a necessidade de utilização de vacina ou soro. Caso apresente um dos sinais e sintomas característicos da doença, após a lesão, é fundamental que se procure com urgência a unidade ou equipe de saúde mais próxima. A hospitalização deverá ser imediata, preferencialmente em unidade de terapia intensiva (UTI), onde existe suporte técnico necessário ao seu manejo e suas complicações, com consequente redução das sequelas e da letalidade. A internação deve ocorrer em unidade assistencial, em quarto individual com o mínimo de ruído, de luminosidade e com temperatura estável e agradável. 
Os princípios básicos do tratamento do tétano são:
Sedação do paciente; neutralização da toxina tetânica; eliminação do C. tetani do foco da infecção; desbridamento do foco infeccioso; medidas gerais de suporte. Administração de soro antitetânico (SAT)/Imunoglobulina humana antitetânica (IGHAT) conforme a necessidade do indívuo.
O tétano acidental é uma doença previnível a qual existe um meio eficaz de proteção que é através da vacinação. O esquema básico de vacinação na infância começa no primeiro ano de vida. É feito com três doses de Pentavalente (DTP, HbsAg, Hib), aos dois, quatro e seis meses, seguindo-se de um reforço com DTP aos 15 meses e outro entre quatro e seis anos de idade. A partir daí, a cada dez anos, deve ser feito um reforço com dT (vacina contra tétano e difteria, adequada para adultos), para assegurar proteção adequada. 
1. DESCRIÇÃO
TÉTANO NEONATAL
Doença infecciosa aguda, grave, não contagiosa, que acomete o recém-nascido nos primeiros 28 dias de vida, tendo como manifestação clínica inicial a dificuldade de sucção, irritabilidade e choro constante.
2. FISIOPATOLOGIA
Esporos de C. tetani geralmente penetram nas feridas contaminadas. As manifestações do tétano são causadas por uma exotoxina (tetanospasmina) produzida quando as bactérias são lisadas. A toxina entra nas terminações nervosas periféricas, liga-se de modo irreversível, então percorre de maneira retrógrada ao longo dos axônios e através das sinapses e, finalmente, entra no SNC. Como resultado, a liberação de transmissores inibidores das terminações nervosas é bloqueada, causando assim estímulo muscular sem oposição por acetilcolina e espasticidade tônica generalizada, em geral com sobreposição de convulsões tônicas intermitentes. A desinibição dos neurônios autônomos e a perda de controle da liberação de catecolamina adrenal causam instabilidade autonômica e um estado hipersimpático. Uma vez ligada, a toxina não pode ser neutralizada.
Na maioria das vezes, o tétano é generalizado, acometendo os músculos esqueléticos ao longo do corpo. No entanto, às vezes, o tétano se localiza nos músculos perto da abertura de uma ferida.
3. AGENTE ETIOLÓGICO
Clostridium tetani, bacilo gram-positivo, anaeróbico e esporulado, produtor de várias toxinas, sendo a tetanospasmina responsável pelo quadro de contratura muscular. 
O bacilo é encontrado no trato intestinal dos animais, especialmente do homem e do cavalo. Os esporos são encontrados no solo contaminado por fezes, na pele, na poeira, em espinhos de arbustos e pequenos galhos de árvores, em pregos enferrujados e em instrumentos de trabalho não esterilizados.
4. MODO DE TRANSMISSÃO
Por contaminação, durante a manipulação do cordão umbilical ou por meio de procedimentos inadequados realizados no coto umbilical, quando se utilizam substâncias, artefatos ou instrumentos contaminados com esporos.
5. PERÍODO DE INCUBAÇÃO
Aproximadamente 7 dias, podendo variar de 2 a 28 dias.
6. PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE
Não é doença contagiosa, portanto, não existe transmissão de pessoa a pessoa.
7. SUSCETIBILIDADE E IMUNIDADE
A suscetibilidade é universal, afetando recém-nascidos de ambos os sexos. A doença não confere imunidade. A imunidade do recém-nascido é conferida pela vacinação adequada da mãe que recebeu 3 doses de vacina antitetânica. Se a gestante tomou a última dose há mais de 5 anos, deverá receber 1 dose de reforço. Os olhos de mães vacinadas nos últimos 5 anos com 3 doses apresentam imunidade passiva e transitória até 2 meses de vida. A imunidade passiva, através do soro antitetânico (SAT), dura em média duas semanas, e pela Imunoglobulina Humana Antitetânica (IGHAT), cerca de 3 semanas.
A partir do último trimestre de 2014, todas as gestantes com esquemas incompletos de 3 doses de dT adulto deverão receber uma dose de vacina antitetânica acelular (dTpa), e uma dose a cada gestação. Devendo ter o esquema completo com duas doses de dT e uma dose de dTpa a partir da vigésima semana (20ª) de gestação. As mulheres que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante a gestação, devem receber uma dose de dTpa no puerpério, o mais precoce possível.
8. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
O recém-nascido apresenta choro constante, irritabilidade, dificuldade para mamar e abrir a boca, decorrente da contratura dolorosa dos músculos da mandíbula (trismo), seguida de rigidez de nuca, tronco e abdome. Evolui com hipertonia generalizada, hiperextensão dos membros inferiores e hiperflexão dos membros superiores, com as mãos fechadas, flexão dos punhos (atitude de boxeador), paroxismos de contraturas, rigidez da musculatura dorsal (opistótono) e intercostal, causando dificuldade respiratória. A contração da musculatura da mímica facial leva ao cerramento dos olhos, fronte pregueada e contratura da musculatura dos lábios, como se o recém-nascido fosse pronunciar a letra U. As contraturas de musculatura abdominal podem ser confundidas com cólica intestinal. Quando há presença de febre, ela ébaixa, exceto se houver infecção secundária.
Os espasmos são desencadeados ao menor estímulo (tátil, luminoso, sonoro, por temperaturas elevadas) ou surgem espontaneamente. Com a piora do quadro clínico, o recém-nascido deixa de chorar, respira com dificuldade e as crises de apneia passam a ser constantes, podendo levar ao óbito.
O coto umbilical pode-se apresentar normal ou com características de infecção, que dura cerca de 2 a 5 dias.
9. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
O diagnóstico é essencialmente clínico e não existe exame laboratorial específico para diagnóstico do tétano. Os exames laboratoriais são realizados apenas para controle das complicações e respectivas orientações do tratamento. O hemograma é normal, mas pode apresentar discreta leucocitose ou linfopenia.
As transaminases e a ureia sanguíneas podem elevar-se nas formas graves. A gasometria e a dosagem de eletrólitos são importantes quando há insuficiência respiratória. A radiografia do tórax e da coluna vertebral torácica deve ser realizada para diagnosticar infecções pulmonares e possíveis fraturas de vértebras. Culturas de secreções, urina e sangue são indicadas nos casos de infecção secundária.
10. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
- Septicemia − na sepse do recém-nascido pode haver hipertonia muscular, o estado geral é grave e cursa com hipertermia ou hipotermia, alterações do sensório e evidências do foco séptico (diarreia e onfalite, por exemplo). O trismo não é frequente, nem ocorrem os paroxismos espásticos.
- Encefalopatias − podem cursar com hipertonia e o quadro clínico geralmente é evidente logo após o nascimento, havendo alterações do sensório e crises convulsivas. O trismo não é uma manifestação frequente.
- Distúrbios metabólicos − hipoglicemia, hipocalcemia e alcalose.
- Outros diagnósticos diferenciais − epilepsia, lesão intracraniana por traumatismo do parto, peritonites, onfalites e meningites.
11. COMPLICAÇÕES
Disfunção respiratória, infecções secundárias, disautonomia, taquicardia, crise de hipertensão arterial, parada cardíaca, miocardite tóxica, embolia pulmonar, hemorragias, fraturas de vértebras, entre outras.
12. TRATAMENTO
O recém-nascido deve ser internado em unidade de terapia intensiva (UTI) ou em enfermaria apropriada, acompanhado por uma equipe médica e de enfermagem experiente e treinada na assistência dessa enfermidade, o que pode reduzir as complicações e a letalidade. A unidade ou enfermaria deve dispor de isolamento acústico, redução da luminosidade, de ruídos e da temperatura ambiente. A atenção da enfermagem deve ser contínua, vigilante quanto às emergências respiratórias decorrentes dos espasmos, realizando pronto atendimento com assistência ventilatória nos casos de dispneia ou apneia.
Os princípios básicos do tratamento do tétano neonatal visam curar o paciente, diminuindo a morbidade e a letalidade causada pela doença. A adoção das medidas terapêuticas é de responsabilidade médica e o tratamento consiste em:
• Sedação do paciente antes de qualquer procedimento (sedativos e miorrelaxantes de ação central ou periférica;
 • Adoção de medidas gerais que incluem manutenção de vias aéreas permeáveis (entubar para facilitar a aspiração de secreções), hidratação, redução de qualquer tipo de estímulo externo, alimentação por sonda e analgésicos; 
• Utilizar imunoglobulina humana antitetânica (IGHAT) 1.000 a 3.000 UI, dose única, somente via IM (devido a existência de conservante) ou, na indisponibilidade, soro antitetânico (SAT), 10.000 a 20.000UI, IM ou IV, diluídos em soro glicosado a 5%, em gotejamento por 2 a 4 horas (uso de anti-histamínico prévio à administração do SAT; 
• Antibioticoterapia – Os fármacos de escolha são a Penicilina G cristalina ou o metronidazol. Não há evidências suficientes que sustentem a superioridade de uma droga em relação à outra, embora alguns dados mostrem maior benefício com o uso de metronidazol.
Outros sedativos e anticonvulsivantes (curare, hidrato de cloral a 10%, fenobarbital) poderão ser utilizados a critério médico.
13. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS
No final dos anos 90 registraram-se 289.250 casos de Tétano Neonatal em todo o mundo, dos quais 215 mil foram a óbito (taxa de letalidade de 74,3%), assim distribuídos: 124 mil na África; 91 mil no sudeste da Ásia; 55 mil no Oriente Médio; 18 mil no oeste do Pacífico; 1 mil nas Américas e 250 na Europa.
Atualmente, esta doença continua existindo como problema de saúde pública apenas nos países de menor desenvolvimento econômico e social, principalmente no continente africano e sudeste asiático.
Com a implementação de uma política de eliminação do Tétano Neonatal como problema de saúde pública no mundo, sua incidência tem sido reduzida sensivelmente, principalmente nas Américas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta meta equivale a alcançar uma taxa de incidência máxima de 1 caso/1 mil nascidos vivos (NV), por distrito ou município, internamente a cada país.
No Brasil, em 2002 ocorreram 33 casos de Tétano Neonatal, sendo nove na região Norte (27,3%), 18 na região Nordeste (54,5%), 3 na região Sudeste (9,1%), 1 na região Sul (3,0%) e 2 casos na região Centro-Oeste (6,1%). Em 2003, ocorreu uma redução de 54,6% no número de casos em relação ao ano anterior, chamando-se a atenção para o surgimento de casos em municípios até então considerados fora das áreas geográficas definidas como prioritárias para a implementação das ações de vigilância e controle. Para o país como um todo, os níveis de incidência estão abaixo do preconizado pela OMS, porém há municípios que ainda estão aquém desta meta.
FATORES DE RISCO PARA O TÉTANO NEONATAL
•      Baixas coberturas vacinais com a vacina dT em mulheres em idade fértil.
•      Partos domiciliares assistidos por parteiras tradicionais sem capacitação e sem instrumentos de trabalho adequados.
•      Não realização do pré-natal ou realização de pré-natal sem qualidade.
•      Alta hospitalar precoce e sem conhecimento adequado quanto aos cuidados com o coto umbilical.
•      Baixo nível de escolaridade das mães.
•      Baixo nível socioeconômico.
•      Dificuldades de acesso geográfico a serviços de saúde.
•      Partos ocorridos em condições sépticas, em mulheres sem esquema vacinal atualizado contra o tétano.
14. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
- Objetivos: Monitorar a situação epidemiológica; detectar casos e contribuir para a identificação dos principais fatores de risco associados à doença; produzir e disseminar informações epidemiológicas.
 
- Notificação: Doença de notificação compulsória e investigação obrigatória. 
- Definição de Caso: 	
Suspeito - Todo recém-nascido que nasceu bem e sugou normalmente nas primeiras horas, que entre o 2o e o 28o dias de vida, apresentou dificuldade em mamar, choro constante, independente do estado vacinal da mãe, do local e das condições do parto. São também considerados suspeitos todos os óbitos, nessa mesma faixa etária, de crianças que apresentavam essas mesmas características, com diagnostico indefinido ou ignorado.
Confirmado - Todo recém-nascido que nasceu bem, sugou normalmente nas primeiras horas e, entre 2o e o 28o dias de vida, apresentou dificuldade, evoluindo para deixar de mamar e apresentou dois ou mais dos seguintes sinais/sintomas: trismo, contratura dos músculos da mimica facial, olhos cerrados, pele da fronte pregueada, lábios contraídos, hiperflexão dos membros superiores junto ao tórax, hiperextensão dos membros inferiores e crises de contraturas musculares, com inflamação ou não do coto umbilical.
Descartado - Todo caso suspeito que após a investigação epidemiológica não preencha os critérios de confirmação de caso.
Busca ativa - Sistematicamente, deve ser realizada a busca ativa de casos de Tétano Neonatal, particularmente nas áreas consideradas de risco, silenciosas, onde ha rumores, onde a notificação e inconsistente e irregular ou as que não tenham notificado casos. Atividades de busca ativa devem incluir revisão de prontuários de hospitais e clínicas, registros de igrejas, cemitérios e cartórios, conversas com pediatras,ginecologistas, obstetras, enfermeiros, parteiras e líderes comunitários.
Conduta frente a um caso - Encaminhar a mãe para vacinação; divulgar a ocorrência do caso aos gestores, aos profissionais de saúde (avaliar as falhas que favoreceram a ocorrência da doença e corrigi-las) e aos líderes comunitários, envolvendo-os na vigilância e ações de prevenção permanente da doença; promover a vacinação adequada das mulheres em idade fértil (MIF); cadastrar e treinar as parteiras tradicionais atuantes; fazer busca ativa de possíveis casos, investigando todos os óbitos ocorridos em menores de 28 dias de vida, sem diagnostico definido.
15. INSTRUMENTOS DISPONÍVEIS PARA CONTROLE
- Vacinação de 100% das mulheres em idade fértil (gestantes e não gestantes);
- Melhoria da cobertura e da qualidade do pré-natal e da atenção ao parto e puerpério;
- Cadastramento e capacitação das parteiras curiosas tradicionais atuantes em locais de difícil acesso, visando eliminar a ocorrência da doença.
- Pré-natal
A realização do pré-natal é extremamente importante não só para acompanhar o desenvolvimento do feto como também para prevenir muitas doenças factíveis de serem evitadas, como o Tétano Neonatal. Destaca-se aqui, além dos processos de estabelecimento ou reforço dos vínculos da usuária com a unidade de saúde, a importância da atualização do esquema vacinal, do parto asséptico, da amamentação, do planejamento familiar e dos cuidados de higiene do recém-nascido, em especial do coto umbilical.
- Vacinação
A principal forma de prevenção do Tétano Neonatal é a vacinação de todas as mulheres em idade fértil (entre 12 e 49 anos) com o esquema completo da vacina dupla tipo adulto (dT). Mulheres grávidas que ainda não iniciaram este esquema devem fazê-lo o mais precocemente possível. Caso o façam tardiamente, a 2ª dose da vacina dT deverá ser administrada até 20 dias antes da data provável do parto, para que haja tempo suficiente para a formação de anticorpos que possibilitem a imunização passiva do feto. Nesta situação, a 3ª dose deverá ser agendada após o parto (Quadro 1).
O reforço é preconizado a cada 10 anos, exceto em casos de lesões graves (ver o capítulo Tétano acidental) e quando há nova gravidez num período superior a cinco anos da exposição à última dose de reforço, para possibilitar a reativação da produção de anticorpos e potencialização da passagem de anticorpos protetores ao recém-nascido. A vacina é composta de associações de toxóides diftérico e tetânico, tendo o hidróxido ou fosfato de alumínio como adjuvante e o timerosal como preservativo, sendo apresentada sob forma líquida e em frasco multidoses. Quanto à dose e volume, aplica-se 0,5 ml por via intramuscular profunda. Atualmente, a vacina utilizada no Brasil é a dupla adulto – dT (contra a difteria e o tétano). Esta vacina é indicada a partir dos sete anos de idade, para pessoas que não tenham recebido as vacinas tetravalente, DPTa e DT ou que tenham esquema incompleto ou por ocasião dos reforços do esquema básico.
  Esquema de vacinação contra o Tétano Neonatal para as mulheres em idade fértil
	História de vacinação contra o tétano
	Mulheres em idade fértil
	
	Gestante
	Não gestante
	SEM NENHUMA DOSE REGISTRADA
	Iniciar o esquema vacinal com dT o mais precocemente possível com 2 doses, intervalo de 60 dias E no mínimo 30 dias, e 1 dose de dTpa.
	Esquema vacinal com 3 doses, intervalo de 60 dias e, no mínimo, 30 dias.
	ESQUEMA VACINAL INCOMPLETO (registrado)
	Se 1 dose, completar com 1 dose de dT e 1 dose de dTpa. Se 2 doses, completar o esquema com dTpa, intervalo de 60 dias e, no mínimo, 30 dias.
	Completar o esquema vacinal com dT, intervalo de 60 dias e, no mínimo, 30 dias.
	3 DOSES OU MAIS (registradas)
	Aplicar 1 dose de dTpa a cada gestação.
	Não é necessário vacinar
Observação: ao indicar a vacinação, considerar as doses administradas anteriormente da tríplice bacteriana (DTP) ou do toxóide tetânico (TT).
A vacina é conservada entre +2°C e +8°C, não podendo ser congelada pois isto poderá provocar a desnaturação protéica, desagregação do adjuvante e perda de potência. Os eventos adversos comumente observados se restringem ao local da aplicação sob a forma de dor, hiperemia, edema, induração e febre alta. Em nível sistêmico, pode ocorrer reação anafilática, neuropatia periférica e síndrome de Guillan-Barré.
O monitoramento rápido da cobertura vacinal é uma estratégia que objetiva subsidiar as ações desenvolvidas na população-alvo. Através dele pode-se avaliar se as coberturas vacinais administrativas da área onde está sendo aplicada são reais, visando subsidiar a tomada de decisão sobre a implementação das atividades de imunização.
* Se a gestante não tiver o esquema básico completo, o serviço de saúde deverá assegurar pelo menos 2 doses, devendo a 2ª dose ser aplicada até 20 dias antes da data provável do parto. O esquema vacinal deverá ser completado no puerpério ou em qualquer outra oportunidade. 
16. EDUCAÇÃO EM SAÚDE E PARTICIPAÇÃO DA COMUNIDADE
Com a proposta de manter a vigilância do Tétano Neonatal, o Brasil vem capacitando médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem que atuam em salas de vacina, visando melhorar a cobertura vacinal e chamar a atenção para o surgimento de novos casos.
Ações de Educação em Saúde: A educação em saúde é uma prática social que objetiva promover o aumento da consciência sanitária da população e dos profissionais de saúde. Estimula a luta pela melhoria da qualidade de vida, conquista à saúde, responsabilidade comunitária, aquisição, apreensão, socialização de conhecimentos e opção por um estilo de vida saudável. Preconiza a utilização de métodos pedagógicos participativos (criatividade, problematização e criticidade) e dialógicos, respeitando as especificidades locais, o universo cultural da comunidade e suas formas de organização. Processos de educação continuada, atualização e/ou aperfeiçoamento devem ser estimulados no sentido de melhorar a prática das ações dos profissionais das áreas de saúde e educação.
Ações de Comunicação: A informação sobre a doença e suas formas de prevenção e controle é um dos aspectos importantes das ações de vigilância epidemiológica. Deve-se atentar para a adequação dos meios de divulgação e comunicação aos cenários socioculturais e de organização dos serviços em que são produzidos os casos de Tétano Neonatal. Nas ações de educação e informação pode-se utilizar os vários meios de comunicação de massa, as visitas domiciliares e palestras (nas escolas, nos locais de trabalho, nas igrejas, etc.) sobre a doença e suas formas de prevenção e controle. É importante que as parteiras sejam consideradas como aliadas nesse processo.
Participação – Além da vacinação, recomenda-se aos profissionais de saúde desenvolver atividades que estimulem a busca pela qualidade de vida. Na hora do atendimento ao paciente, nos centros de saúde, é importante manter o diálogo de forma pedagógica, buscando conhecer mais sobre o paciente para melhor orientá-lo. A mobilização social também é importante, quanto maior a participação da comunidade nas ações de saúde, maior eficácia nos resultados, também é importante capacitar os agentes comunitários de saúde para a leitura do cartão de vacina da criança, do adolescente, do adulto e do idoso, identificando quem ainda não está completamente imunizado, nesses casos, o agente precisa estar apto a orientar a pessoa a procurar o serviço de saúde para completar o esquema vacinal.
Vacinação – A dose da vacina está disponível na rede pública, para gestantes, que devem tomar três doses da vacina dupla adulto durante a gestação e um reforço a cada cinco anos; para criança de até um ano, a tetravalente, que previne contra difteria, tétano, coqueluche, doença invasiva por Haemophillus influenza e tipo B, e um reforço com 15 meses de idade e outro entre quatro e seis anos, com a vacina DPT (difteria, tétano e coqueluche). Para os casos especiais é oferecida a vacina DTP acelular, através do Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE). Parahomens e mulheres acima de sete anos de idade, são oferecidas três doses da vacina dupla adulto para quem nunca foi imunizado ou como complemento do esquema de vacinação, com reforço a cada dez anos. Em caso de acidentes graves, a dose do reforço é antecipada para cinco anos.
17. ESTUDO DE CASO E SAE
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISNTÊNCIA DE ENFERMAGEM
	PROBLEMAS
	DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM SEGUNDO NANDA
	PRESCRIÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
	RESULTADOS ESPERADOS
	-Crises de cianose
-Choro frequente
-Coriza
-Congestão nasal
-Febre elevada
-Dorme pouco
-Hipertonia de membros superiores e região mandibular
-Má alimentação e não conseguia sugar o leite materno
-Reflexos arcaicos de sucção e voracidade não foram obtidos.
-Falta de imunização materna durante a gestação.
-A criança foi levada pela mãe a um depósito de lixo reciclável, onde seus pais fazem a coleta. Neste local foi amamentada e teve as fraldas trocadas várias vezes.
	-Comportamento desorganizado do lactente: caracterizado por: resposta prejudicada a estímulos sensoriais, gestos de inquietação, tônus motor prejudicado, reflexos primitivos alterados, mãos cerradas em punho, cor anormal da pele, choro irritável; relacionada à: função motora prejudicada do lactente.
-Hipertermia: caracterizada por: lactente não consegue manter a sucção; relacionada à: sepse.
-Risco de infecção: caracterizado por: fatores de risco: vacinação inadequada, conhecimento insuficiente para evitar a exposição a patógenos.
-Insônia: caracterizado por: dificuldade de manter o sono; relacionada à desconforto físico.
-Amamentação ineficaz: caracterizado por: sucção na mama não sustentada; relacionada à: reflexo de sucção do lactente insatisfatório; condição associada: defeito orofaríngeo.
	-Monitorar sinais vitais de 3 em 3 horas;
-Monitorar alteração neurológica de 3 em 3 horas, registrar no prontuário e comunicar ao médico e enfermeiro responsáveis quaisquer alterações;
-Monitor estado nutricional e balanço hídrico de 3 em 3 horas;
-Aconselhar a lactação adequada quando a mãe for amamentar o RN e manter atenção a possíveis engasgos;
-Oferecer ao RN um ambiente tranquilo, arejado, com isolamento acústico, redução da luminosidade, de ruídos e da temperatura ambiente;
-Administrar medicamentos conforme a prescrição médica, logo após fazer checagem e registrar no prontuário;
-Manter vigilância do RN pela equipe de saúde quanto às emergências respiratórias decorrentes dos espasmos;
-Relatar todos os procedimentos em prontuário e comunicar ao médico e enfermeiro responsáveis quaisquer alterações.
	-Espera-se que o RN recupere os reflexos arcaicos e de sucção, para obter uma nutrição adequada e desenvolvimento posteriormente.
-Espera-se a os pais fiquem conscientes sobre os cuidados necessários com o RN e monitoramento.
-Espera-se melhora e estabilidade do quadro do RN, sem apresentação de sequelas críticas.
18. FICHA DO SINAN (SE FOR O CASO)
REFERÊNCIAS
GUARDIOLA, Ana et al. Tétano neonatal. J pediatr, v. 76, n. 5, p. 391-4, 2000. Disponível em: <http://www.jped.com.br/conteudo/00-76-05-387/port.pdf>. Acesso em: 19 abril. 2019.
MANUAL MSD, TÉTANO NEONATAL. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bact%C3%A9rias-anaer%C3%B3bicas/t%C3%A9tano>. Acesso em: 19 abril. 2019.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Guia de Vigilância em Saúde, v. único, Brasília 2017. Disponível em: <http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2017/outubro/06/Volume-Unico-2017.pdf>. Acesso em: 19 abril. 2019.
MINISTÉRIO DA SAÚDE: TÉTANO NEONATAL: O QUE É, CAUSAS, SINTOMAS, TRATAMENTO, DIAGNÓSTICO E PREVENÇÃO. Disponível em: <http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/tetano-neonatal>. Acesso em: 19 abril. 2019.
TÉTANO NEONATAL: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS. Disponível em: <http://www.medicinanet.com.br/conteudos/conteudo/2192/tetano_neonatal.htm>. Acesso em: 19 abril. 2019
HERDMAN, T Heather; KAMITSURU, Shigemi. DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM DA NANDA I: Definições e classificações 2018-2020 11a edição. 
BULECHEK, Gloria M.; BUTCHER, Howard K.; DOCHTERMAN, Joanne M.; WAGNER, Cheryl M. CLASSIFICAÇÃO DAS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM (NIC) 6ª EDIÇÃO, 2016.

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