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genetica e evolução

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GENÉTICA E EVOLUÇÃO
Caro(a) aluno(a),
A Universidade Candido Mendes (UCAM), tem o interesse contínuo em
proporcionar um ensino de qualidade, com estratégias de acesso aos saberes que
conduzem ao conhecimento.
Todos os projetos são fortemente comprometidos com o progresso educacional
para o desempenho do aluno-profissional permissivo à busca do crescimento
intelectual. Através do conhecimento, homens e mulheres se comunicam, têm
acesso à informação, expressam opiniões, constroem visão de mundo, produzem
cultura, é desejo desta Instituição, garantir a todos os alunos, o direito às
informações necessárias para o exercício de suas variadas funções.
Expressamos nossa satisfação em apresentar o seu novo material de estudo,
totalmente reformulado e empenhado na facilitação de um construto melhor para
os respaldos teóricos e práticos exigidos ao longo do curso.
Dispensem tempo específico para a leitura deste material, produzido com muita
dedicação pelos Doutores, Mestres e Especialistas que compõem a equipe docente
da Universidade Candido Mendes (UCAM).
Leia com atenção os conteúdos aqui abordados, pois eles nortearão o princípio de
suas ideias, que se iniciam com um intenso processo de reflexão, análise e síntese
dos saberes.
Desejamos sucesso nesta caminhada e esperamos, mais uma vez, alcançar o
equilíbrio e contribuição profícua no processo de conhecimento de todos!
Atenciosamente,
Setor Pedagógico
 
 
 
Este módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 3 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................4 
UNIDADE I - EVOLUÇÃO E OS SISTEMAS DA VIDA ........................................................5 
1. EVOLUÇÃO ..........................................................................................................................5 
1.1 EVIDÊNCIAS DA EVOLUÇÃO ......................................................................................5 
UNIDADE II - EVOLUÇÃO HUMANA ...................................................................................12 
1. EVOLUÇÃO DOS HOMINÍDEOS ...................................................................................12 
UNIDADE III - EVOLUÇÃO BIOLÓGICA ............................................................................15 
1. FIXISMOS X EVOLUCIONISMO..................................................................................15 
2. PENSADORES EVOLUCIONISTAS ...............................................................................15 
3. O NEODARWINISMO .......................................................................................................20 
3.1 MUTAÇÕES ....................................................................................................................20 
3.2 RECOMBINAÇÃO GENÉTICA ....................................................................................20 
3.3 SELEÇÃO NATURAL ....................................................................................................22 
UNIDADE IV - GENÉTICA ......................................................................................................25 
1. TERMINOLOGIAS GENÉTICAS ....................................................................................26 
2. GENOMA HUMANO .........................................................................................................27 
2.1 A UTILIDADE DO GENOMA HUMANO ....................................................................28 
3. PRIMEIRA LEI DE MENDEL: LEI DA SEGREGAÇÃO DOS FATORES ...............28 
4. MONOIBRIDISMO ...........................................................................................................29 
4.1 DOMINÂNCIA COMPLETA .........................................................................................29 
4.2 DOMINÂNCIA INCOMPLETA .....................................................................................31 
4.3 CO-DOMINÂNCIA .........................................................................................................31 
5. GENES LETAIS ..................................................................................................................32 
6. PLEIOTROPIA ....................................................................................................................32 
6.1 POLIALELIA OU ALELOS MÚLTIPLOS ....................................................................33 
UNIDADE V - GENÉTICA DAS POPULAÇÕES ...................................................................34 
1. AS POPULAÇÕES E A FREQÜÊNCIA GÊNICA ..........................................................34 
2. A LEI DE HARDY-WEINBERG ......................................................................................35 
3. FATORES CAPAZES DE ALTERAR O EQUILÍBRIO DE HARDY-WEINBERG ..36 
4. PROCESSO DE ESPECIAÇÃO .......................................................................................37 
4.1 TIPOS DE ISOLAMENTOS ...........................................................................................37 
4.1.1 O Isolamento Geográfico .......................................................................................37 
4.1.2 O Isolamento Reprodutivo .....................................................................................38 
5. MANIPULAÇÃO GENÉTICA HUMANA, MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO E 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ............................................................................39 
6. RAÇA, EVOLUÇÃO HUMANA E AS (IN)CERTEZAS DA GENÉTICA ..................48 
REFERENCIAS ...........................................................................................................................73 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
A Teoria da Evolução também conhecida como evolucionismo trouxe consigo 
controvérsia no contexto biológico e na ciência no início do século XX. 
Os conhecimentos sobre genética agregou valor significativo que foram incorporados 
desde as décadas de 1930 a 1940 para o que conhecemos hoje com teoria moderna da evolução. 
Darwin, um naturalista por excelência, foi o responsável, juntamente com Alfred 
Wallace, pela publicação da Teoria da Evolução que defendia que a evolução acontece por meio 
de um ancestral comum e da seleção natural. Já a evolução biológica refere-se a populações que 
sofrem mutações que são herdadas e transmitidas aos seus descendentes ao longo de suas 
gerações. Permitindo assim, que ocorram formações de novas raças e espécies. 
Por outro lado a seleção natural trabalha sobre a variabilidade genética “selecionando” 
os mais aptos. 
O homem é um produto da evolução, sendo assim, muitos dos problemas relacionados a 
ele podem ser entendidos apenas quando o homem é considerado como um organismo evoluído 
e em evolução. O conhecimento profundo dos princípios e mecanismos da evolução é, portanto, 
um pré-requisito para entender o homem (MAYR, 1977). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE I - EVOLUÇÃO E OS SISTEMAS DA VIDA 
 
O surgimento das ciências Biológicas é o próprio surgimento do Evolucionismo, 
começa a esclarecer que evolução é um processo que ocorre de maneira lenta e gradual. 
A evolução pode acontecer tanto no meio abiótico como abiótico. O que deve ficar claro 
que toda mudança perpassa por estágios que pode trazer modificações até nos processos sócias. 
 
1. EVOLUÇÃO 
 
São transformações que ocorrem nos seres vivos ao longo de suas gerações, subsidiando 
a variabilidade genética e favorecendo o aparecimentode novas espécies. 
 
1.1 EVIDÊNCIAS DA EVOLUÇÃO 
 
São bases quer fornece informações importantíssimas dos processos naturais que a vida 
se desenvolve. Reunindo evidencias irrefutável. 
Anatomia comparada 
Ao perceber a existências de características e formas semelhantes entre os seres vivos, 
que surgiu a anatomia comparada. Observações destas características apoiam as ideias 
evolucionistas, pois este fato demonstra uma origem comum de diferentes espécies. 
 
Estruturas homólogas 
São órgãos da mesma origem embrionária que se assemelham, com o mesmo grau de 
anatomia ou parentesco evolutivo. Essas estruturas são muito semelhantes mais possuem papeis 
diferentes (por exemplo, um braço de um humano e a asa de uma ave) fig.01. 
Os órgãos homólogos podem ou não desempenhar a mesma função. (Por exemplo, uma 
ave: têm funções andar e voar; no entanto o seu objetivo é a locomoção). 
 
 
 
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Fig.01 Estruturas Homólogos 
Estruturas análogas 
São estruturas que não possui a mesma origem embrionária mais possui função 
semelhante. 
Características: 
- Possui estrutura diferente mais apresenta forma semelhante; 
- Não possui parentesco evolutivo. 
 
 
 
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Fig.02 Estruturas análogos 
Convergência evolutiva são estruturas que pode se manifestar a quaisquer grupos de 
organismos de forma independente. Assim esses animais não aparentados passam adquirir 
estruturas e formas semelhantes. Fig. 02 (Temos o exemplo das asas das aves e as asas dos 
insetos). 
 
Estruturas vestigiais 
São estruturas atrofiadas e que não possuem mais função definida. Como podemos 
observar na fig.03. Temos o exemplo do ceco e o apêndice vermiforme muito conhecido no ser 
humano que são estruturas localizadas no intestino delgado e na porção inicial do intestino 
grosso que já perderam sua funcionalidade. 
Essas estruturas são importantes, pois representa um vestígio de parentesco evolutivo 
entre os organismos. 
 
 
 
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Fig.03 Exemplo de orgão vertigiais. 
 
Argumentos Paleontológicos 
O estudo do fóssil é considerado como um vestígio que representa a existência de seres 
vivos que viveram em épocas remotas na terra. Os fosseis podem ser encontrados de várias 
formas como: 
 Dentes; 
 Pegadas impressas nas rochas; 
 Impressões de folhas; 
 Ossos; 
 Animais conservados no gelo; 
 Restos de organismos e fezes petrificadas. 
 
A análise dos estudos dos fosseis dá acesso para que cientista possa reconstruir a 
história evolutiva de determinado local, além de deduzir o tamanho e a forma dos organismos 
Os fosseis trazem consigo informações que só ratifica a prova da existência de seres 
vivos e sobre os prováveis parentescos evolutivos. 
 
 
 
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Argumentos da embriologia 
Haeckel um zoólogo, ateu e alemão que possuía interesse no desenvolvimento 
embrionário no qual, propôs em 1868, a teoria da biogenética também conhecida lei da 
recapitulação ou Lei da recapitulação ontofilogenética que defendia que o desenvolvimento do 
embrião de uma dada espécie repete o desenvolvimento evolucionário da espécie, em outras 
palavras pode ser definida como o termo que visa determinar as relações ancestrais entre 
espécies conhecidas. 
 
 
Imagem da embriologia - Fonte: www.slideshow.com 
 
Pontos relevantes: 
 O embrião é prematuro e semelhante; 
 Ao longo do seu desenvolvimento vai se diferenciando de outras espécies; 
 Quanto maior for o grau de parentesco maior o grau de filogenia. 
 
Haeckel passou a identificar que todos os embriões possuíam fossetas braquiais, 
enquanto nos peixes essas estruturas irão dar origem aos órgãos respiratórios, e em outros 
organismos estas sofriam mutações que o tornavam muito difícil de reconhecê-los. 
 
 
 
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Haeckel chega à conclusão que o embrião passa por todos os estágios adultos dos seus 
antepassados. Porém, esta teoria foi reformulada por Von Baer, que concluiu que o embrião 
passar por todos os estágios embrionários dos seus antepassados, e não pelos estágios adultos, 
como Haeckel afirmou. Portanto essa teoria passou a se chamar de lei biogenética. 
 
Argumentos biogeográficos 
Este argumento se refere à observação de seres vivos em diferentes áreas geográficas. 
Essas observações permitem traçar perfil de traços evolutivos que se diferencia quanto ao seu 
afastamento da área geográfica como podemos ver a seguir: 
 Organismos que vivem em áreas geográficas diferentes são semelhantes; 
 Organismos que vivem em áreas geograficamente próximo são diferentes. 
 
Imagem retida em: e-porteflio.blogspot.com 
 
Podemos destacar que as diferencias entre os organismos se deve à deriva dos 
continentes, a qual separou indivíduos da mesma espécie, que evoluíram dando origem a 
diferentes espécies, cada uma adaptada ao ambiente onde viveram. 
 
 
 
 
 
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Argumentos citológicos 
Considera que todos os seres vivos são constituídos pela unidade básica fundamental a: 
célula. No entanto, apesar das diferenças que podem ser observadas a nível macroscópico, se 
analisarmos o mundo vivo a nível microscópico, podemos concluir que não há grandes 
diferenças entre os seres vivos. 
 
 
A célula 
 
Argumentos bioquímicos 
Os seres vivos são constituídos por biomoléculas (proteínas, lipídios, glicídicos, ácidos 
nucléicos, aminoácidos, água e sais minerais). Os mecanismos moleculares são idênticos assim 
como a existência do DNA e RNA é conhecido como código genético responsável pela as 
informações genéticas constituídos de cinco bases, na qual as combinações podem dá origem a 
diferentes proteínas. 
 
A revelação do DNA e RNA 
 
 
 
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UNIDADE II - EVOLUÇÃO HUMANA 
 
A antropogênese significa a evolução da humanidade. O estudo nessa área envolve 
muitos saberes científicos de várias disciplinas como: a antropologia, física, paleontologia, 
arqueologia, linguística e genética. 
 
1. EVOLUÇÃO DOS HOMINÍDEOS 
 
 Australopithecus 
 
 
 Primeiro homidideo a surgir há cerda de 3,8 milhões de anos; 
 Possui baixa estatura e crânio com pequeno volume; 
 Dentição primitiva com incisivos largos; 
 Tinha um estrutura corporal larga como a bacia e não utilizava as mãos para andar; 
 Sua altura ficava em torno de 1,20m e seu peso era entre 27 a 32 Kg; 
 Eram muito bem adaptados no continente africano. 
 
 
 
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Homo erectus 
 
 O homo erectus significa homem hereto; 
 Surgiu há aproximadamente 1,8 milhões de anos atrás; 
 Foi o primeiro hominídeo a dominar o fogo; 
 Sua altura ficava em torno de 1,70m e seu peso era por cerca de 60 kg 
 Sua localização era na África, Europa, Ásia e Oceania. 
 Caçava animais de grande porte. 
 
Homo neanderthalensisEste módulo deverá ser utilizado apenas como base para estudos. Os créditos da autoria dos conteúdos aqui apresentados são dados aos seus respectivos autores. 14 
 Seu nome se deve ao fato de os primeiros esqueletos terem sidos localizados no vale 
de Neander; 
 Se adaptaram muito bem ao clima frio da Europa; 
 Seu cérebro possuía tamanho igual ao nosso, sua garganta era projetada para a fala; 
 Linguagem própria, viviam em grupos familiares formados de 8 à 25 pessoas no 
máximo; 
 Sua altura ficava em torno de 1,60m e seu peso era 80 Kg. 
 
Homo Sapiens 
 
 
 Surgiu há aproximadamente 150 mil anos; 
 São os mais altos com 1,70 de altura e 70 kg; 
 Possui uma testa destacada e queixo desenvolvido; 
 Utilizaram utensílios como osso e armações de animais; 
 Passaram a criar colares, imagens em marfim de homem e animais, bem como, 
instrumentos musicais. 
 
 
 
 
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UNIDADE III - EVOLUÇÃO BIOLÓGICA 
 
Todos os seres vivos de nosso planeta descendem de organismos muito simples, que 
surgiram há mais de três bilhões de anos. A enorme diversidade dos seres atuais é resultado de 
um longo processo de evolução biológica, pelo qual a vida vem passando desde que surgiu. 
 
1. FIXISMOS X EVOLUCIONISMO 
 
A hipótese fixista defende a ideia de que todos os seres vivos tinham sidos criados por 
ato divino. Ideias que foram discutidas na metade do século XIX. 
A partir do século XVII, apareceram muitos estudiosos pelas ciências naturais, que 
passaram a questionar que as espécies não sofriam mutações, ou seja, eles acreditavam que os 
seres vivos se modificavam ao longo do tempo, e que essas características eram herdadas de seus 
descendentes que teriam se extinguido. Essa hipótese passou a se chamar: Evolucionismo. 
 
2. PENSADORES EVOLUCIONISTAS 
 
 O Lamarckismo 
 
Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829), 
 
 
 
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Foi o primeiro cientista a propor a teoria para explicar a evolução biológica. Seu 
pensamento evolucionista se baseava em argumentos que deu origem ao livro Filosofia 
Zoológica publicada em 1809. 
 
Leis do Lamarckismo: 
 
 Lei do uso ou desuso: o uso de determinadas partes do corpo do organismo faz com 
que estas se desenvolvam, e o desuso faz com que se atrofiem. 
 
 Lei da transmissão dos caracteres adquiridos: alterações provocadas em determinadas 
características do organismo, pelo uso e desuso, são transmitidas aos descendentes. 
 
Lamarck utilizou vários exemplos para ilustrar sua teoria. Segundo ele, os ancestrais da 
girafa possuíam pescoços curtos e com os esforços a procura do alimento na copa das árvores 
resultou no aumento desse órgão A cada geração, esse esforço produzia girafas com pescoço 
mais altas, que transmitiam essa característica à geração seguinte. 
 
 
Lei de Transmissão de características adquiridas. 
 
 
 
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Essa teoria foi invalidada mais tarde, pois já podemos afirmar que essas alterações 
causadas pelo uso ou desuso do órgão do ser vivo não é transmitida para os seus descendentes e 
sim um fenômeno de adaptação ao meio ambiente. Essas alterações na verdade é considerada 
como modificações lentas e graduais ao longo das gerações. 
 
 O Darwinismo 
 
Charles Darwin (1809-1882 
Naturalista inglês ficou conhecido por defender a ancestralidade comum e a seleção 
natural. Darwin afirma que à sobrevivência do animal depende de sua adaptação com o meio 
ambiente, ou seja, o meio ambiente passa ser um agente selecionador. 
 
Ideias básicas de Darwin podem ser resumidas no seguinte modo: 
 O potencial reprodutivo dos animais é muito grande. Assim quanto mais favoráveis 
as condições ambientais melhor será a capacidade reprodutiva. Todo organismo tem 
grande capacidade de reprodução, produzindo muitos descendentes. Entretanto, 
apenas alguns dos descendentes chegam à idade adulta. 
 O tamanho das populações se mantém constante ao longo das gerações. 
 
 
 
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 As populações se diferenciam pelas suas características. Podendo então afirmar que 
essas características conferem aos animais uma vantagem a se adaptar ao meio 
ambiente garantindo sua sobrevivência e sua reprodução. 
 Os organismos que possui essas características têm maiores chances de deixar 
descendentes 
 Seleção natural atua sobre os indivíduos para mantém ou melhorar o grau de 
adaptação destes ao meio 
 
 
Segundo Lamarck, a girafa de tanto utilizar o 
pescoço resultou em seu aumento e o seu não uso levaria a 
atrofia do mesmo. 
 
Segundo Darwin, as características favoráveis como 
o comprimento do pescoço em diferentes girafas foram 
selecionada pelo ambiente. 
 
 
 
 O Mendel 
 
Gregor Mendel (1822-1884) 
 
 
 
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Mendel nasceu em 1822, no vilarejo de Heinzendorf, a nordeste da Morávia na 
República Tcheca. Seus pais eram agricultores pobres, não tinha recursos para custear seus 
estudos, tornou-se um noviço. 
Esse período como noviço Mendel se dedicou a estudar ciências agrárias e técnicas de 
polinização artificial para realizar cruzamentos entre plantas. Ao terminar sua formação básica 
foi convidado a substituir um professor, passando a lecionar as disciplinas: Latim, Grego e 
Matemática. 
 Mendel tendo como base os estudos de Darwin e Weissmann desenvolveu as leis 
fundamentais da hereditariedade. Foi o primeiro a escrever artigos afirmando que as 
características adquiridas não podiam ser herdadas, porém não possuía provas. Ele é uma das 
figuras mais importantes na história da biologia evolutiva. Em nenhum outro país, nem mesmo 
na Inglaterra, o Darwinismo teve um impacto tão grande como na Alemanha. 
Mendel não foi o único a realizar experimentos de hibridação, mas foi o que obteve 
maior sucesso, devido sua metodologia científica de matemática aplicada e ao material 
escolhido. 
Com o aparecimento da genética, ficou claro que teoria de Lamarck estava errada, pois 
características adquiridas por uso e desuso nunca são transmitidas para gerações posteriores, isso 
ocorre apenas através de mutação genética. 
 
Lei de Mendel 
 
 Lei da segregação dos fatores afirma que os genes são encontrados aos pares nas 
células somáticas e que se separam durante a formação das células sexuais (gametas 
femininos ou masculinos). 
 
 Lei da segregação independente Os fatores para duas ou mais características 
segregam-se no hibrido, distribuindo-se independente para os gametas, onde se 
combinam ao acaso. 
 
 
 
 
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3. O NEODARWINISMO 
 
O neodarwinismo também conhecida como teoria sintética da evolução, baseia-se em 
três fatores evolutivos fundamentais como: a mutação, variabilidade genética, a seleção natural e 
isolamento geográfico. 
 
3.1 MUTAÇÕES 
 
As mutações gênicas originam-se de alterações na sequência do código genético de um 
determinado gene, durante a duplicação da molécula de DNA. Essa alteração pode ser devida a 
perda, adição ou substituição nucleotídeos, Se essa alteração confere ao indivíduo vantagem, 
esse novo alelo passa a ser preservado e transmitido às novasgerações. 
As mutações gênicas são consideradas as fontes primárias da variabilidade, pois 
aumentam o número de alelos disponíveis em um locus, condição que incrementa o conjunto 
gênico da população. Essas alterações gênicas podem ocorrer espontaneamente, em decorrência 
da dinâmica das moléculas que constituem o DNA. Podendo ser provocada por agentes 
mutagênicos como a radiação e certas substancias químicas. 
As mutações não podem ser determinadas uma vez que não é possível determinar o 
gene. As alterações gênicas ocorrem por meio de seleção natural em células germinativas 
importantíssima para o estudo da evolução na qual são transmitidas as características ao seu 
descendente. 
 
3.2 RECOMBINAÇÃO GENÉTICA 
 
Ocorre com a separação independente dos cromossomas homólogos através da 
reprodução sexuada, combinando vários genes a partir de indivíduos diferentes. Esse tipo de 
reprodução favorece a produção de novos arranjos na qual os genes provenientes da cada um dos 
pais recombinam-se antes de ser transmitidos a descendência. Isso ocorre por meio de processos 
que se desenvolve durante a meiose: segregação independente dos cromossomos e a permutação 
ou crossing - over (Os cromossomos originais se recombinam, de modo que cada um agora 
transporta uma parte dos genes). 
 
 
 
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 Segundo LOPES (2006) durante a gametogênese, a célula germinativa diploide sofre 
meiose, produzindo quatro gametas - células haploides que contêm um cromossomo de cada par 
de homólogos. Como se sabe, os cromossomos segregam-se independentemente, o que 
possibilita grande número de combinações entre os cromossomos, dando origem a vários tipos 
de gametas. O número de tipos diferentes de gametas produzidos por um indivíduo diploide é 
dado por 2n, onde n= lote haploide de cromossomos. 
Na espécie humana, em que n = 23 (23 pares de cromossomos), o número de gametas 
diferentes produzidos por um indivíduo é 223 =8388602, número válido tanto para o homem 
quanto para a mulher. O número de encontros possíveis entre esses gametas na fecundação é 
(8388602) 2, cujo valor aproximado é de 70 trilhões de zigotos possíveis. Dessa forma, a 
probabilidade de dois irmãos serem iguais é praticamente nula. Todas as considerações feitas até 
agora não incluíram a ocorrência de crossing-over, que aumenta a variabilidade genotípica uma 
vez que estabelecem novas combinações entre os genes e aumenta o número de tipos diferentes 
de gametas. 
Formados os gametas pode ocorrer: 
 Fecundação cruzada: união entre gametas de indivíduos diferentes, mas da mesma 
espécie: 
 Autofecundação: união entre gametas masculinos e femininos produzidos pelo 
mesmo indivíduo. 
Populações de indivíduos que apresentam fecundação cruzada têm maiores 
possibilidades de aumentar a variabilidade genética sem adição de genes novos (por mutação, 
por exemplo) do que populações de indivíduos com autofecundação. 
 A variabilidade genética é importante para a sobrevivência da espécie. Nesse sentido, 
até bissexuados desenvolveram, ao longo de sua evolução, vários mecanismos que dificultam a 
autofecundação e favorecem a fecundação cruzada, possibilitando desse modo, aumento na 
variabilidade > Através da recombinação genética uma população pode aumentar sua 
variabilidade genética sem adição de genes novos, produzindo por mutação ou por imigração de 
indivíduos de outras populações. 
 
 
 
 
 
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3.3 SELEÇÃO NATURAL 
 
Pode ser considerado como o principal fator evolutivo que atua sobre a variabilidade 
genética da população, ou seja, quanto maior for a intensidade da seleção natural sobre dada 
população, menor será sua variabilidade, pois só alguns fenótipos serão selecionados. 
 A seleção natural ocorre para selecionar o mais adaptado, que podemos considerar 
aquele que em determinado ambiente sobrevive e deixar seus descendentes. 
Alguns fatores contribuir para que ocorra a seleção natural tais como: 
 Ação de predadores e parasitas; 
 Alimento; 
 Doenças; 
 Disputa por recursos com outros seres vivos; 
 Mudanças climáticas. 
 
Exemplos da Atuação da Seleção Natural 
 
Exemplo 1- Melanismo industrial 
É um fenômeno observado em regiões altamente industrializadas. É caracterizado pelo 
aumento da frequência gênica de indivíduos com coloração escura; por isso o termo Melanismo. 
Um exemplo clássico de melanismo industrial é o da mariposa Biston betularia, em regiões 
industrializadas da Inglaterra. 
Antes do incremento da industrialização, a maioria 
das mariposas apresentava coloração esbranquiçada, sendo 
raras as de coloração escura. Os indivíduos dessa espécie têm 
o hábito de pousar sobre troncos de árvores que, em locais 
não poluídos, são cobertos por liquens, os quais dão ao tronco 
coloração clara. Nesses locais, ao pousar sobre os troncos 
cobertos por liquens, as mariposas claras não são tão visíveis 
quanto as mariposas escuras, que se tornam, assim, presas 
fáceis de seus predadores- os pássaros. 
Mariposas Branca e Escura. 
 
 
 
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Exemplo 2- Resistência a antibióticos ou a inseticidas 
A resistência a antibióticos ou inseticidas se manifesta da seguinte maneira os seres 
vivos estão adaptados a uma determinada meio ambiente; quando adicionamos no meio uma 
certa quantidade de determinado antibiótico ou de inseticida, temos grande mortalidade de 
organismo, mas outros que já apresentavam mutações sobrevive. Estes organismos passam então 
a se reproduzir, dando origem a novos organismos. 
Quando esses organismos são submetidos a doses altas de substâncias como antibióticos 
ou inseticida teremos novamente uma alta mortalidade e outro sobreviveram, pois já lhes 
conferem características genéticas que garantem a sua sobrevivência. 
 
Exemplo 3- A Anemia falciforme ou siclemia 
É uma doença que ocorre na espécie humana, 
determinada por um gene letal em dose dupla. Esse gene 
condiciona a formação de moléculas anormais de 
hemoglobina. Essas hemoglobinas "anormais" têm pouca 
capacidade de transporte de oxigênio e, devido a isso, as hemácias que as contêm adquirem o 
formato de foice quando a concentração de oxigênio diminui. Por essa razão são chamadas 
hemácias falciformes. 
 
Exemplo 4 - Migração 
A entrada ou saída de indivíduos 
denomina-se migração que pode ser caracterizada 
quando ocorre à entrada de indivíduos numa 
população denomina-se imigração e a saída 
emigração. A partir dos processos imigratórios, 
que ocorre a possibilidade de serem introduzidos 
novos genes em uma população. Assim, se 
indivíduos emigrarem de uma população para a 
outra da mesma espécie, poderão introduzir esses novos genes e contribuir para o aumento da 
variabilidade genotípica da população para a qual imigraram. 
Migração de aves. 
 
 
 
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Exemplo 5- Oscilação genética ou deriva genética 
 Processo que só ocorre em populações pequenas. Que neste caso pode induzir 
alterações na frequência genotípica dos indivíduos, fato que não ocorre em populações grandes. 
Desse modo, os desvios estatísticos adquirem importância especial quando se verificam em 
populações pequenas podendo levar a extinção de determinados genótipos. 
A oscilação genética é o princípio do fundador, que se refere ao estabelecimento de uma 
nova população a partir de poucos indivíduos que emigram da populaçãooriginal. Esses 
indivíduos serão portadores de pequena porção da variação genética da população de original e 
seus descendentes apresentarão apenas essa variabilidade, até que genes novos passem por 
mutação. Esse princípio pode afetar geneticamente toda uma população de pequeno porte como 
por exemplos os seus efeitos podendo favorecer a seleção natural na qual esses indivíduos serão 
diferentes e adaptados. 
O princípio do fundador a partir do estabelecimento das populações parece ser um das 
formas mais comuns de dispersão de espécies tanto no reino animal e de plantas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE IV - GENÉTICA 
 
Genética (Gregro: Genno; Fazer nascer) é uma das áreas de biologia que estuda a 
ciência dos genes, e de que forma são transmitidas as características biológicas aos seus 
descendentes. 
O Cientista Wilian Batesson foi o primeiro a utilizar o termo genética numa carta 
dirigida a Adam Sedgewick, relatando sobre estudo da variação hereditária. Assim como Mendel 
que contribuiu de forma muito significativa para a genética com os estudos e experimentos com 
ervilhas conhecido com segregação independente, mesmo sem conhecer o DNA. 
 
 
Experiência das ervilhas por Mendel 
 
 
 
 
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1. TERMINOLOGIAS GENÉTICAS 
 
DNA: Ácido de Desoxirribonucléico. 
Gene: Sequência de nucleotídeos de um DNA. 
Cromossomo: Uma associação de genes enfileirada no núcleo de todas as células 
eucarióticas que são visíveis durante meiose e mitose. Os cromossomos são constituídos de DNA 
e proteínas e pode ser de dois tipos; 
1-Cromossomos homólogos: São cromossomos que se apresentam aos pares nas 
células (2n). 
 
 
Diferencia entre o cromossomo fêmea e macho 
2-Cromossomos não-homólogos: Cromossomos que não fazem parte do mesmo par. 
Genótipo: Esta é a constituição genética de um organismo: os genes. São representados 
por letras, números e símbolos, geralmente convencionados. 
Fenótipo: Pode ser considerado como características físicas e fisiológicas de um 
organismo. O fenótipo também conhecido como expressão visível pode ser modificado pelo 
ambiente. 
Gene não-alelo: São genes que se localizam em loci diferentes 
Homozigoto: são genes que indica que um organismo tem dois alelos idênticos em um 
único lugar em um cromossomo podendo ser dominantes ou recessivos. 
 
 
 
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Heterozigoto: São genes que indica que um organismo tem duas cópias diferentes 
sobre o mesmo caráter. 
Gene dominante: Em um heterozigoto, este alelo se manifesta no fenótipo. Esses s 
genes são escritos geneticamente com uma letra maiúscula. 
Gene recessivo: Em um heterozigoto, este alelo é completamente mascarado no 
fenótipo. Esses s genes são escritos geneticamente com uma letra minúsculas. 
Gene intermediário: Isto é quando em um heterozigoto, um alelo (gene) não é 
mascarado completamente no fenótipo. 
 
2. GENOMA HUMANO 
 
Fig. 06 ácido desoxirribonucléico 
Genoma é o código genético do ser humano, ou seja, o conjunto dos genes humanos que 
possibilita conhecer as informações genéticas de sua espécie. Este código genético está presente 
em cada uma das nossas células. O genoma humano apresenta-se por 23 pares de cromossomos 
que contem interiormente os genes. Todas as informações são codificadas pelo DNA, o ácido 
desoxirribonucléico. Este ácido, que tem um formato de dupla hélice, (veja figura 06 do DNA 
acima) é formado por quatro bases que se juntam aos pares: adenina com timina e citosina com 
guanina. 
 
 
 
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2.1 A UTILIDADE DO GENOMA HUMANO 
 
Através do mapeamento genético do genoma humano será possível, muito em breve, 
descobrir a causa de muitas doenças. Muitos remédios e vacinas poderão ser desenvolvidos a 
partir das informações obtidas pelas pesquisas genéticas. Descobrindo a causa de várias doenças, 
o ser humano poderá adotar medidas de prevenção. 
Através de pesquisas genéticas e exames, já é possível detectar se um ser humano tem 
predisposição para sofrer de certas doenças ou se um embrião herdou doenças graves. Em breve, 
quando forem descobertas as funções de todos os genes humanos, outros benefícios virão. 
 
 
 
3. PRIMEIRA LEI DE MENDEL: LEI DA SEGREGAÇÃO DOS FATORES 
 
O estudo de Mendel sobre dominância e recessividade nos vários experimentos e 
métodos subsidiou o princípio que ficou conhecido como 1º Le de Mendel: “Os fatores que 
condicionam uma característica separam-se na formação dos gametas, onde ocorrem em dose 
simples. 
 
 
 
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Terminologia de Mendel: 
- P (parentais): primeiros cruzamentos; 
- F1: filhos do cruzamento parental. 
Conclusões: 
- Cada característica e determinada por dois genes; 
- A primeira lei de Mendel e uma confirmação da meiose; 
- A utilização da mesma letra (VV e vv) e justificado por serem genes alelos; 
Exemplo: cruzamento entre uma planta de ervilhas com flores verdes (vv) e uma planta 
"híbrida" com flores amarelas (Vv). 
Vv X vv 
 V v 
v Vv vv 
v Vv vv 
 
Podemos concluir a partir do cruzamento que 50% dos descendentes têm genótipo Vv e, 
portanto, flores verdes. Os restantes 50% têm genótipo vv, e flores amarelas. 
 
4. MONOIBRIDISMO 
 
4.1 DOMINÂNCIA COMPLETA 
 
É a relação de dominância e recessividade. Podendo ser autossômica dominante ou 
autossômica recessiva. 
 
 
 
 
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Autossômica dominante - O gene responsável se manifesta mesmo em heterozigose. 
Ex: Nanismo acondroplásico. 
 
Genotipo Fenotipo 
Dd Indivíduo com nanismo 
DD Indivíduo com nanismo 
dd Indivíduo normal 
Autossomica recessiva – O gene recessivo só se manifesta na ausência do dominante. 
Ex: Albinismo. 
 
Genótipo Fenótipo 
AA Pele normal 
Aa Pele normal 
aa Albino 
 
 
 
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4.2 DOMINÂNCIA INCOMPLETA 
 O quando indivíduos homozigotos produz fenótipo diferente ou intermediário. Não há 
completamente nem dominante nem recessivo. 
Ex: Flor de maravilha 
 
Genótipo Fenótipo 
RR Vermelha 
BB Branca 
RB Rosa 
 
 
4.3 CO-DOMINÂNCIA 
 
O indivíduo heterozigótico expressa os dois um fenótipo dos pais ao mesmo tempo. 
Neste caso vai apresentar um fenótipo que resulta da mistura dos dois indivíduos homozigóticos. 
 
 
 
 
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5. GENES LETAIS 
 
Em 1905 foi descoberta a existência de alelos letais. Que em dose dupla leva o 
indivíduo à morte. Cuénot foi o responsável por estudar a herança da cor do pêlo de 
camundongos. 
 
Experiência 
O gene dominante A determina pelagem amarela, e é letal em dose dupla (AA). Os 
embriões com esse genótipo não se desenvolvem e não chegam a nascer. O alelo recessivo a 
condiciona o aparecimento de pelagem "aguti" ou "selvagem", que pode ser preta ou cinza. 
Vamos ver qual é a descendência do cruzamentoentre dois animais amarelos 
heterozigotos. 
 
animal amarelo (Aa) X animal amarelo (Aa) 
 A a 
A AA -morre Aa –Amarelo 
a Aa- Amarelo aa- Aguti 
 
Podemos concluir que nesse cruzamento, em vez da proporção clássica de 3:1, 
encontra-se a proporção de dois animais amarelos para um animal "aguti". 
 
6. PLEIOTROPIA 
 
A pleiotropia constitui, de certo modo, um fenômeno em que um gene condiciona mais 
de uma característica. 
Um exemplo típico, na espécie humana, é a doença denominada fenilcetonúria. A 
criança afetada é portadora de um par de alelos recessivos, que condiciona um defeito na enzima 
felilalanina hidroxilase, responsável pela conversão do aminoácido fenilpirúvico, que se acumula 
no sistema nervoso, ocasionando deficiência de melanina. Por isso, as crianças fenilcetonúricas 
 
 
 
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exibem também pele mais clara do que deveriam ter. Como se vê, apenas um par de genes atua 
em dois caracteres diferentes: cor da pele e capacidade de metabolização da fenilalanina. 
 
6.1 POLIALELIA OU ALELOS MÚLTIPLOS 
 
Corresponde a casos de manifestação de um fenótipo, sendo condicionado por mais de 
dois tipos de gens alelos. 
Ex: Pelagem dos coelhos. 
 
Pelagem Gene Genótipo(s) 
Selvagem C CC, Ccch, Cch, Cca 
Chinchila Cch cchCch, cchch, cchca 
Himalaia Ch chch, chca 
Albino Ca caca Obs:*C>cch >ch >ca 
 
 
 
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UNIDADE V - GENÉTICA DAS POPULAÇÕES 
 
É a ciência que estuda a evolução da frequência dos genes de uma determinada 
população e os possíveis fenômenos que contribuir para mudança da frequência. 
Podemos dizer que no âmbito da ecologia uma população é um conjunto de indivíduos 
da mesma espécie que habitam em uma mesmo área. Assim, deduzimos que esse conjunto de 
população não serve como unidade evolutiva, pois os seres se reproduzem que é uma condição 
básica para a variabilidade genética ocorra. 
 
1. AS POPULAÇÕES E A FREQUÊNCIA GÊNICA 
Sua base de estudo genético está relacionado ao equilíbrio, ou seja, quando o conjunto 
gênico permanece constante sem modificações ao longo das gerações. 
Vejamos o exemplo para calcular a frequência gênica e a genotípica de uma população 
que apresenta as seguintes características. (LOPES, 2006). 
 
Genótipos Nº de indivíduos. 
AA 3600 
Aa 6000 
AA 2400 
Total 12000 
A freqüência dos alelos A ou a nessa população pode ser calculada através da formula. 
 
Frequência de um alelo = nº total de alelo 
 nº total de alelos para o loco 
 
EX: Frequência do alelo A. 
 
3600 indivíduos AA - nº de alelos =7200 
6000individuos Aa - nº de alelos =6000 
 Total de alelos A = 13200 
 
 
 
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Podemos então afirmar que o total de alelos na população para o loco é 24000, pois 
temos 12000 indivíduos diploides, cada um com dois alelos. 
 
Frequência de um alelo = nº total de alelo A= 13200 = 0,55 
 nº total de alelos para o loco 24000 
f(A) = 55% ou f(a) =0,55 
 
Em 1908, o medico alemão Weimberg e o britânico Hardy lançaram um o estudo 
concluindo que se nenhum fator evolutivo atuasse sobre as populações as frequências de seus 
alelos permaneceriam inalteradas ao longo das gerações. Esse princípio é conhecido como 
princípio de Hardy-Weimberg, princípio do equilíbrio gênico ou teorema de Hardy-
Weimberg 
 
2. A LEI DE HARDY-WEINBERG 
 
 “Em uma população infinitamente grande, em que os cruzamentos ocorrem ao acaso e 
sobre o qual não há atuação de fatores evolutivos, as frequências gênicas e genotípicas 
permanecem constantes ao longo das gerações.” (LOPES, 2006). 
Essa lei de Hardy-Weinberg possui condições mínimas para que as populações se 
mantenham em equilíbrio que segundo AMABIS devem obedecer aos seguintes princípios: 
a) A população deve ser muito grande, de modo que possam ocorrer todos os tipos de 
cruzamentos possíveis, de acordo com as leis das probabilidades; 
b) A população deve ser pan-mítica isto é, os cruzamentos entre os indivíduos de 
diferentes genótipos devem ocorrer ao acaso, sem qualquer preferência. 
Uma população que reúna essas características e na qual não esteja ocorrendo nenhum 
fator evolutivo, tal como mutação, seleção ou migração, tende a permanecer indefinidamente em 
equilíbrio gênico, ou seja, as frequências de seus alelos não sofrerão alteração ao longo das 
gerações. 
 Fórmula: (p+q)²= 1 
P=Frequência do alelo 
Q=Frequência de outro alelo. 
 
 
 
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A proporção entre as frequências de p2, 2pq e q2, é dito que esta população está em 
estado de equilíbrio de Hardy-Weinberg para aquele lócus. 
Exemplos práticos: 
1) Calcular a probabilidade de AA. 
p x p=p² 
2) Calcular a probabilidade de AA 
q x q =q ² 
3) Calcular a probabilidade de um óvulo do alelo A ser fecundado por um portador do 
alelo a. 
p x q =pq 
4) Calcular a probabilidade de um óvulo do alelo a ser fecundado por um portador do 
aleo A. 
 q x p=qp 
Essa relação pode ser representada pela formula. 
P² + 2 pq + q² = 1 ou p² + 2p(1-p) + ( 1- p)² = 1 
AA 2Aa AA 
 
3. FATORES CAPAZES DE ALTERAR O EQUILÍBRIO DE HARDY-WEINBERG 
 
- Casamento não aleatório 
- Mutação 
- Seleção 
- População pequena 
- Fluxo gênico 
 
 
 
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4. PROCESSO DE ESPECIAÇÃO 
 
Especiação é uma etapa fundamental do processo evolutivo. O aparecimento de novas 
espécies denomina-se: Especiação. 
O termo foi empregado em 1942 por Ernst Maryr que é Válida até os dias atuais. 
Espécie, então, é considerada como um grupo de populações que os indivíduos são capazes de se 
cruzar e produzir descendentes férteis. 
 
4.1 TIPOS DE ISOLAMENTOS 
 
Acontece quando barreiras físicas impediam a troca de material genético entre duas 
populações existente de uma dada área. Essas barreiras, que podem ser identificada por duas 
formas geográfica ou reprodutiva. Sendo assim, para que ocorra a especiação as populações já 
estão passando pelo que chamamos de isolamento geográfico que desencadeia outros tipos de 
isolamento como veremos a seguir. 
 
4.1.1 O Isolamento Geográfico 
 
Ocorre quando uma população encontra-se separada de outra espécie por algum tipo de 
barreira geográfica. Estas barreiras geográficas ou físicas podem ser de diversos tipos, como por 
exemplo, serras, montanhas, vales, rios, etc. Essas populações perdem o contato com a outra e 
passa a perder a capacidade de se reproduzirem. Se essa populações ao longo do tempo se 
encontrar novamente pode ocorre duas coisas: 
1. Os membros das duas populações conseguem cruzar entre si, aumentando a 
variabilidade genética de uma única espécie 
2. Os membros das duas populações não conseguem mais cruzar entre si, o que 
caracteriza a formação de duas novas espécies. 
 
 
 
 
 
 
 
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4.1.2 O Isolamento Reprodutivo 
 
 É o impedimento que indivíduos de espécies diferentes possam trocar sues genes em um 
cruzamento É muito fácil compreender o conceito de isolamento reprodutivo.Os indivíduos de 
espécies diferentes podem até cruzar, porém ainda assim estarão isolados reprodutivamente. Isso 
porque existem diferentes níveis onde este isolamento se evidencia como, por exemplo: 
Isolamento de Habitat: Quando duas populações ocupam a mesma região, mas tem 
habitat diferentes: 
Isolamento Etológico: Ocorre quando duas espécies não se cruzam por que seus 
comportamentos de corte são diferentes e não têm compatibilidade. A corte é muito importante 
para alguns animais, pois eles precisam de estímulo para a reprodução. Quando isso não 
acontece leva ao isolamento reprodutivo. 
Isolamento Sazona ou Estacional: Esse tipo de reprodução está relacionada ao período 
de reprodução de algumas espécies que às vezes não coincidem. Por exemplo, uma das 
populações pode ter o período reprodutivo de Março a julho, e a outra população pode ter um 
período reprodutivo que vai de agosto a dezembro. 
Isolamento Estrutural ou mecânico: É a incompatibilidade entre os órgãos 
reprodutores dos membros de duas espécies, tornando a fecundação impossível. 
Inviabilidade do híbrido: São indivíduos resultantes dos cruzamentos de híbridos. E 
em alguns casos pode levar ao isolamento reprodutivo. 
- Os genes estão modificados; o zigoto até se forma, mas morre em seguida; 
- O híbrido se forma e nasce, é normal em todos os aspectos, porém é infértil, não tem 
a capacidade de gerar descendentes; 
- O híbrido se forma e nasce, é normal e fértil. Porém os descendentes deste híbrido 
são fracos e estéreis. 
 
 
 
 
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5. MANIPULAÇÃO GENÉTICA HUMANA, MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO 
E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
Ana Paula Myszczuk1 
 
RESUMO 
O texto parte da análise da "revolução" biotecnológica ocorrida no século XX, que viabilizou a 
decifração e mapeamento do genoma humano e a possibilidade de se realizar manipulação 
genética em seres vivos, especialmente em humanos. Discute o conceito de meio ambiente, 
estabelecido na Constituição Federal de 1988 e a proteção ao patrimônio genético humano, 
que esta impõe. Além disto, trata do princípio do desenvolvimento sustentável, estabelecido no 
art. 225 da Constituição Federal de 1988, que limita a possibilidade de manipulação do genoma 
humano. 
 
Palavras-chave: direito ambiental; biodireito; patentes; desenvolvimento sustentável. 
 
INTRODUÇÃO 
No decorrer do século XX o mundo passou pelo que se pode chamar de "revolução" 
biotecnológica. Vivenciamos a descoberta de remédios como a penicilina, as descobertas das 
técnicas de transplantes, a manipulação genética vegetal e animal, até a realização do 
mapeamento do genoma dos seres vivos. As ciências biomédicas trouxeram para a realidade 
social, a possibilidade de fazer combinações de genes e espécies distintas, antes 
incompatíveis. Todo este contexto de mudanças aponta para um futuro, não muito distante, 
onde se possa modificar a realidade humana, reinventar o homem e a natureza a partir de sua 
essência bioquímica. Quer dizer, Vivemos em uma sociedade que tem o conhecimento 
científico para reinventar o homem e a própria natureza. Porém, há que se refletir sobre as 
consequências destas descobertas para o meio ambiente, verificar se a implementação de 
inovações científicas se coadunam com um princípio de desenvolvimento sustentável. 
Neste contexto, os juristas têm o desafio de enfrentar o novo e harmonizar conflitos ou 
perplexidades destes decorrentes. A ciência avança rapidamente, trazendo consigo muitos 
benefícios e, também, conflitos de ordem ética, moral e jurídica. Sua intervenção deve servir 
para garantir a convivência e a paz social, resolver os conflitos onde eles surjam e proteger os 
 
1 UNIFAE, FAMEC, membro do grupo de pesquisa sobre "Aspectos jurídicos da terapia celular", do programa de 
pós-graduação em Direito da PUC/PR. ana.paulamy@uol.com.br. 
 
 
 
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valores individuais e coletivos mais importantes para a sociedade, sejam estes bens jurídicos já 
reconhecidos ou novos, que necessitem de identificação e merecedores de proteção. Todas 
estas questões devem ser analisadas pensando-se, também, no direito fundamental à criação 
e à produção científica, sendo que as limitações ou proibições devem ser determinadas a partir 
de colisões com direitos fundamentais, bens jurídicos constitucionalmente protegidos ou por 
outros instrumentos jurídicos semelhante, inclusive as declarações de direitos humanos. 
Sempre que não haja esta colisão ou que seja possível resolvê-la em favor da pesquisa, deve 
a mesma ser garantida. 
Neste contexto, o Direito chegou ao século XXI e colocou o jurista frente ao desafio de 
enfrentar e harmonizar conflitos ou perplexidades decorrentes do avanço biotecnológico, de modo 
a impor limites entre o que é cientificamente possível fazer e o que é moralmente desejável realizar. 
 
CONSIDERAÇÕES SOBRE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1998, GENOMA HUMANO E 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
 
A Constituição Federal de 1988 dedica seu capítulo VI para tutelar o meio ambiente. 
Willian Freire (1998, p.17-20) afirma que há uma controvérsia sobre o conceito do que é 
ambiente, devido à dificuldade em se imporem critérios científicos para sua definição. Deste 
modo, o conteúdo pode variar de forma expansiva ou restritiva, de acordo com a inclusão ou 
exclusão de elementos culturais ou artificiais que fazem parte do meio ambiente. A tendência é 
abordar o meio ambiente de forma a englobar aspectos artificiais, sociais, culturais, econômicos e 
políticos. Para o autor, meio ambiente "é o universo natural que, de forma potencial ou efetiva, 
exerce influência sobre os seres vivos" (FREIRE, 1998, p.17). Já Ernesto Briganti (1998, p.18) 
conceitua ambiente como "o conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos, químicos, 
biológicos e dos fatores sociais suscetíveis de terem um efeito direto ou indireto, imediato ou 
futuro, sobre os seres vivos e a atividade humana". José Afonso da Silva (p.435) entende que 
meio ambiente é "toda a natureza original e artificial, bem como os bens culturais correlatos, 
compreendidos, portanto, o solo, a água, as belezas naturais, o patrimônio histórico, artístico, 
turístico, paisagístico e arqueológico". 
 
 
 
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Toshio Mukai (1998, p.04) entende que no sentido jurídico podem ser individualizados 
três sentidos para o termo "ambiente": 
a) o meio ambiente como modo de ser global da realidade natural, baseada num 
dado equilíbrio dos seus elementos - equilíbrio ecológico, que se retém necessário 
e indispensável em relação à fruição da parte do homem, em 
particular à saúde e ao bem-estar físico; o ambiente enquanto ponto de 
referência objetivo dos interesses e do direito respeitante à repressão e prevenção 
de atividades humanas dirigidas a perturbar o equilíbrio ecológico, convertendo-
se o dano ao ambiente em dano ao próprio homem; 
b) o ambiente como uma ou mais zonas circunscritas do território, consideradas 
pelo seu peculiar modo de ser e beleza, dignas de conservação em função de 
seu gozo estético, de sua importância para a investigação científica, ou ainda 
pela sua relevância histórica, isto é, o ambiente enquanto soma de bens 
culturais, enquanto ponto de referência objeto dos interesses e do direito à 
cultura; 
c) o ambiente como objeto de um dado território em relação aos empreendimentos 
industriais, agrícolas e dos serviços: isto é, o ambienteenquanto ponto de 
referência objeto dos interesses e direito urbanístico respeitantes ao território 
como espaço, no qual se desenvolve a existência e a atividade do homem na 
sua dimensão social. 
 
Neste contexto de proteção jurídica o artigo 3º, I, da Lei n.º6.938 de 31 de agosto de 
1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, define o meio ambiente como o 
conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que 
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. Em sendo assim, conclui-se que a 
legislação adota um conceito amplo de meio ambiente, englobando não só a relação deste com o 
homem, mas a toda e qualquer forma de vida e suas interações. 
Na esteira de legislações de proteção, a Constituição Federal, no artigo 225 §1º, II e V 
e §3º, insere a tutela do patrimônio genético como derivada da tutela do meio ambiente. Para 
Celso Antônio Pacheco Fiorillo e Marcelo Abelha Rodrigues (1997, p.19), "através desta regra 
constitucional, percebemos que o direito ambiental protege não só a vida humana, mas a vida em 
todas as suas formas (o que lhe retira a visão antropocêntrica), como também entende pelo 
conceito de vida algo muito mais próximo da noção biológica de ser vivo, do que a noção médica 
de ser vivo". 
Dispõe o artigo 225, §1º II e V e §3º da Constituição Federal de 1988: 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso 
comum do povo e essencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e 
à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações. 
§1º. Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: 
II - preservar a diversidade e a integralidade do patrimônio genético do País e 
 
 
 
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fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação do material genético; 
V - controlar a produção, a comercialização, e o emprego de técnicas, métodos e 
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 
§3º. As condutas consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas 
físicas ou jurídicas, a sansões penais e administrativas, independentemente da obrigação 
de reparar os danos causados. 
 
André Lima (2002, 15990) analisa o conceito e os limites que o "patrimônio genético" 
impõe ao poder público, ao indivíduo, à coletividade e aos profissionais da área biomédica: 
[...] Assim sendo, podemos dizer que a expressão "patrimônio genético", na hipótese, 
revela interesses e direitos que transcendem ao direito individual-privado, ou mesmo ao 
direito público, despontando para um novo direito ao que chamamos de intergeracional e, 
portanto, difuso, em função da inequívoca indeterminabilidade de seus titulares ou 
sujeitos, que são inclusive as gerações futuras. 
Desta forma, a palavra "patrimônio", no presente caso, expressa um conjunto de 
obrigações das presentes gerações que correspondem a direitos fundamentais 
relacionados ao ambiente sadio e à qualidade de vida, cujos titulares são, além das 
presentes, as futuras gerações. A expressão "patrimônio genético" impõe algo mais 
do que o direito de usar, fruir, gozar e dispor dos recursos genéticos, revelando 
principalmente o dever de todos aqueles que integram as presentes gerações 
(poder público e coletividade) de usar sustentavelmente e conservar este "recurso" 
que a natureza lhes oferece, independentemente de sua titularidade ou 
propriedade, sem privar as próximas gerações das condições de usar, fruir e gozar 
desse mesmo recurso. 
 
A preservação do patrimônio genético é um dos meios eleitos pela Constituição Federal 
para garantir a fruição do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Willian Freire 
(1998, p.19) comenta que a palavra "Ecologia" foi criada por Ernest Haekel, que a define como 
"a totalidade da ciência das relações do organismo com o meio ambiente, compreendendo, no 
sentido amplo, todas as condições da existência". 
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado consiste-se na prerrogativa 
que o ser humano tem de gozar da natureza original ou artificial de forma que seja plenamente 
possibilitada existência, proteção e desenvolvimento da pessoa humana e dos demais organismos 
vivos existentes, em suas presentes e futuras gerações. O direito ao meio ambiente envolve tanto 
o dever de preservação da diversidade genética existente, quanto a prerrogativa da 
manutenção deste como ora se apresenta sem que se insiram modificações que causem 
alterações irreversíveis ou descaracterizem o meio ambiente conforme conhecido pelas gerações 
atuais. Celso Antônio Pacheco Fiorillo e Marcelo Abelha Rodrigues (1997, p.31 e 32) entendem 
que o direito ao meio ambiente é "pressuposto de exercício lógico dos demais direitos do 
homem, vez que, em sendo o direito à vida "o objeto do direito ambiental", somente aqueles que 
 
 
 
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possuírem vida, e, mais ainda, vida com qualidade e saúde, é que terão condições de exercitarem 
os demais direitos humanos, nestes compreendidos os direitos sociais, da personalidade e políticos 
do ser humano". 
Por patrimônio genético brasileiro entendem-se os recursos genéticos do país, ou seja, 
os elementos que constituem a estrutura dos recursos naturais (água, ar, solo, fauna e flora) e 
que compõem o meio ambiente. Em virtude de sua diversidade, este patrimônio genético pode 
revelar a titularidade tanto de interesse e direitos individuais ou coletivos, como de interesse e 
direitos difusos. André Lima (2002, 1598) analisa os interesses jurídicos que podem surgir 
deste bem jurídico. 
a) do ponto de vista do interesse eminentemente difuso (interesses afetos a uma 
coletividade indeterminada de pessoas), sobre os recursos genéticos destacam- se e são 
determinantes os interesses de natureza socioambiental, que apontam para a 
necessidade de sua conservação em face da relevância para a manutenção da qualidade 
de vida humana e demais formas de vida... 
b) do ponto de vista dos interesses coletivos (ligados a uma coletividade determinável) 
pode-se dizer que além dos interesses de natureza ambiental e social acima tratados, 
surgem também interesses outros de natureza econômica, mas também de conteúdo 
cultural. Ou seja, em se podendo identificar (qualificar e quantificar) os interessados, 
já podemos falar em apropriação de um bem por uma dada coletividade... 
c) do ponto de vista do interesse exclusivamente individual, o conceito de patrimônio, no 
caso de recursos genéticos, se reveste tão somente de conteúdo econômico, ou seja, da 
apropriação mesma do recurso, no sentido de usar, gozar, fruir e dele dispor, excluindo 
todos os demais, evidentemente que dentro dos limites ao uso da propriedade 
estabelecidos pela legislação. 
Vale dizer, entretanto, que os "interesses" difusos, coletivos ou individuais podem 
convergir, ou conviver simultaneamente sobre uma mesma "coisa", como no caso 
sobre os recursos genéticos, independentemente de sua titularidade ou mesmo posse. 
 
O sentido jurídico do termo "preservação do patrimônio genético" na Constituição 
Federal designa um conjunto de obrigações que as presentes gerações possuem de conservar a 
variedade e totalidade das características genéticas da natureza de modo a garantir um meio 
ambiente sadio e a existência com qualidade de vida para as futuras gerações. André Lima 
(2002, 1598) leciona sobre o assunto: 
[...] A palavra "patrimônio" utilizada pelo legislador constituinte, tanto para os recursos 
genéticos, como para os ecossistemasde relevante interesse para o país (Mata Atlântica, 
floresta Amazônica, Pantanal Mato-grossense, Serra do Mar e zona costeira, §4º, art. 225), 
ou ainda o patrimônio cultural (artigo 226 CF/88) se cotejados com a expressão bem de 
uso comum do povo que, no art. 225 qualifica o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado pode nos conduzir a uma reflexão mais ampla e audaciosa. Não se trata de 
expressar uma categoria jurídica definidora de propriedade estatal ou privada de um 
recurso material, mas sim de bens materiais e imateriais cujo valor reside 
fundamentalmente na possibilidade e necessidade de seu uso coletivo, cujo acesso pela 
população deve ser o mais amplo possível posto que se trate de recursos essenciais para a 
garantia da vida digna da população humana, inclusive as futuras gerações. 
 
 
 
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Assim, a preservação da integralidade e diversidade do patrimônio genético brasileiro se 
faz imperiosa em virtude de englobar interesses difusos, coletivos e individuais; para evitar a 
degradação do meio ambiente e a obstrução da fruição plena dos demais direitos do homem. Do 
mesmo modo, a imposição de limites de atuação dos profissionais que manipulam material 
genético se torna imprescindível, tendo-se em vista as possibilidades de alterações diretas e 
indiretas que podem implantar no meio ambiente e no próprio ser humano. As modificações 
nas espécies ou nas possibilidades de interações destas com o meio ambiente podem gerar a 
degradação ou desequilíbrio do meio ambiente e acabar por gerar a destruição do ser humano. 
Destaque-se que foi em virtude sua diversidade genética que o ser humano sobreviveu e adaptou às 
diversas modificações do meio ambiente. 
 
LIMITES À MANIPULAÇÃO DO GENOMA HUMANO IMPOSTOS PELO DIREITO AO 
MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO 
 
O PRINCÍPIO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
O artigo 225 da Constituição Federal determina que o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado deve ser preservado para as presentes e futuras gerações. Esta disposição 
constitucional impõe um princípio do desenvolvimento sustentável, ou seja, de que se 
estabeleça um quadro orientador da tutela com o objetivo de evitar o surgimento de atentados 
contra o meio ambiente. Quer dizer, as atuações devem ser consideradas de maneira antecipada 
e dar-se prioridade àquelas que evitem, reduzam, corrijam ou eliminem a possibilidade de 
causarem alterações na qualidade do meio ambiente. Eliana Maria Gouveia Fontes (1997, p. 
127) destaca que "quando falamos em desenvolvimento sustentável, temos de pensar em 
mudanças na nossa forma de vida para podermos manter o capital natural que continuará a 
nos prover dos recursos essenciais à vida no planeta". 
Celso Antônio Fiorillo e Marcelo Abelha Rodrigues (1997, p.118) comentam que o 
desenvolvimento sustentável consiste-se na busca e conquista de um "ponto de equilíbrio entre o 
desenvolvimento social, crescimento econômico e a utilização dos recursos naturais exigem um 
adequado planejamento territorial que tenha em conta os limites da sustentabilidade. O critério do 
desenvolvimento sustentável deve valer tanto para o território nacional na sua totalidade, áreas 
urbanas e rurais, como para a sociedade, para o povo, respeitadas as necessidades culturais e 
criativas do país". O desenvolvimento sustentável seria, então, aquele que atenda as 
 
 
 
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necessidades das gerações presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de 
atender às próprias necessidades (conceito retirado da Conferência Mundial do Meio Ambiente, 
realizada em Estocolmo, 1972). Neste contesto, a atuação do profissional que realiza manipulação 
do material genético humano está limitada pelo dever de preservar a diversidade e integridade do 
patrimônio genético para as presentes e futuras gerações. 
Em virtude do dever de preservar a diversidade do genoma humano é vedada qualquer 
intervenção que elimine ou tenda a eliminar sua variabilidade. Não são admitidos pesquisas ou 
tratamentos que busquem a produção de uma linhagem de seres humanos com características 
iguais ou a supressão de caracteres considerados "anormais" pelo paciente ou pelo pesquisador. No 
que se refere à produção de seres humanos com características equivalentes é de se ressaltar que 
uma das características do genoma humano é ser um modelo de singularidade e diversidade, isto 
é, preserva a espécie e favorece a multiplicidade de caracteres. Esta característica é que 
possibilitou a sobrevivência e adaptação do ser humano. 
No que concerne à supressão de características genéticas "anormais" do ser humano, 
esta proibição se deve conforme escreve John M. Opitz (1997, p.134), "a percepção do que 
constitui normalidade qualitativa ou quantitativa em humanos é condicionada pelas percepções 
ou valores culturais, bem como pelo relativo conhecimento ou ignorância sobre a biologia 
humana e pela tolerância geral de uma sociedade para com a variabilidade funcional ou 
desenvolvimentista". 
O dever de preservar a integridade do patrimônio genético da humanidade limita, também, 
o leque de possibilidade de intervenções no genoma humano, vedando aquelas que levem a 
descaracterização do patrimônio genético humano atual e modifiquem as características das 
futuras gerações de seres humanos. 
Sobre a preservação do patrimônio genético, analisa Celso Antônio Fiorillo e Marcelo 
Abelha Rodrigues (1997, p.457-458): 
[...] ao fazer com que seja preservada a diversidade e do patrimônio genético, a CF admite 
que não só por via da genética seja possível reproduzir os seres vivos, mas que, 
principalmente, aceita esse tipo de técnica como forma de se tutelar o meio ambiente. 
Preservando um número cada vez maior desses patrimônios genéticos (diversidade), o 
planeta estará mais precavido contra a possível extinção das espécies, decorrente da 
crescente degradação ambiental. 
[...] Dessa forma, admitiu, por via transversa, que é possível a atividade biotecnológica, da 
qual deriva a engenharia genética, sempre que essa manipulação for usada para fins de 
efetivar o direito estabelecido no art. 225, caput, como bem anuncia no §1º do mesmo 
artigo. Conclui-se que é permitida a manipulação do material genético (DNA e seus 
genes) sempre que esta manipulação resultar na busca da sadia qualidade de vida, visando 
alcançar um meio ambiente ecologicamente equilibrado. 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
A decifração do genoma e a possibilidade de manipulação do material genético 
humano remetem a muitas esperanças e inquietações. Esperança que se descubram curas 
para inúmeras doenças de origem genética, modos de prevenção destas, enfim, na 
possibilidade da melhoria da qualidade de vida da humanidade. Inquietações que fazem aflorar 
questionamentos sobre os limites de aplicação da engenharia genética e da manipulação dos 
genes, as diferença entre modificações genéticas para o bem comum e eugenia, o destino que 
se dará a estas informações, enfim, a insegurança quanto ao uso deste conhecimento. 
Da exposição conclui-se que não podem ser realizadas intervenções no material 
genético humano que possam ser transmitidas às gerações futuras ou outras pessoas que 
tenham entrado em contato com o paciente e que retirem características ou ser humano ou 
adicionem outras que não lhe dizem respeito. Destaque-se que embora os pesquisadores 
possam sequenciar e decodificar as informações constantes do genoma humano, não é possível 
saber qualsua forma original e nem quais as consequências futuras da supressão de um gene. 
Em resumo, o profissional é livre para desenvolver sua atividade profissional desde que garanta 
a continuidade da existência da espécie humana e da natureza de forma equilibrada e sem 
modificações que a alterem sua estrutura ou descaracterizem sua constituição. 
O desafio que se apresenta ao jurista é encontrar respostas que sejam adequadas às 
situações provisórias para as situações atuais, posto que o conhecimento muda a realidade 
quase que dia-a-dia, e que poderão servir de base para soluções mais precisas, a serem 
formuladas nas próximas décadas, tendo em vista o próprio desenvolvimento da sociedade e 
das pesquisas científicas. Base jurídica legal para vencer este desafio os juristas possuem, é o 
princípio do respeito pela dignidade humana. Este princípio é que impede o ser humano seja 
tratado como coisa, desconsiderado como pessoa, tratado como meio de obtenção de ganhos 
financeiros, de forma degradante ou desumana. Além disto, é o que limita e legitima realização 
de uma manipulação genética, determinado que esta só pode servir para promover o bem estar 
da pessoa, para garantir uma existência digna, para melhorar sua qualidade de vida. Qualquer 
pesquisa ou projeto que contrarie tal disposição deve ser prontamente rechaçado e impedido 
sua continuidade. É o respeito à dignidade da pessoa humana o que impede que qualquer 
intervenção no material genético humano leve à diferenciação e discriminação do ser humano, 
 
 
 
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por suas características genéticas, determinado que o acesso e a utilização da informação 
deve servir a construção de má sociedade solidária. Vai além impõe que o ser humano não 
pode ser reduzido às suas características genéticas, como que determinado apenas por estas 
e sem nenhuma chance de superá-las. Por fim, determina que a pessoa seja respeitada em 
sua autonomia, sendo dever do pesquisador esclarecer-lhe sobre o procedimento que irá 
realizar e obter sua concordância. 
 
REFERÊNCIAS 
 
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aplicação comparada nos regimes da diversidade biológica e de mudanças climáticas. In: Revista 
de direitos difusos: bioética e biodiversidade. v.12. 2002. p.1587. 
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dell’Ambiente, 1987. p.75. In: Freire, William. Direito Ambiental Brasileiro. Rio de Janeiro: 
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CASABONA, Carlos Maria Romeo. Biotecnologia, direito e bioética. Belo Horizonte: Del Rey, 
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ambiental e legislação aplicável. São Paulo: Max Limonad, 1997. 
LIMA, André. Patrimônio genético: De quem? Para quem? In: Revista de direitos difusos: 
bioética e biodiversidade. v.12. 2002. p.1598. 
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Centro de Estudos Judiciários da Justiça Federal: nº 1. Brasília: CEJ, 1997. p.127. 
FREIRE, William. Direito ambiental brasileiro. Rio de Janeiro: Aide, 1998. 
MCLEAN, Sheila A. M. A regulamentação da Nova Genética. In: CASABONA, 
MUKAI, Toshio. Direito ambiental sistematizado. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1998. 
OPITZ, John M. O que é normal considerado no contexto da genetização da civilização 
ocidental? In: Revista Bioética. Simpósio: Ética e Genética. vol. 05, nº 02, 1997. p.134. 
RIOS, Aurélio Virgílio Veiga (painelista). Questões sobre Biossegurança. In: Revista do Centro 
de Estudos Judiciários da Justiça Federal: n.1. Brasília: CEJ, 1997. p.134. 
SZTAJN, Rachel. Direito e incertezas da biotecnologia: custo social das pesquisas. In: Revista 
de Direito Mercantil, Industrial, Econômico e Financeiro. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 36. 
SILVA, José Afonso da. Direito urbanístico brasileiro. São Paulo: Revista dos Tribunais. 
 
 
 
 
 
 
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6. RAÇA, EVOLUÇÃO HUMANA E AS (IN)CERTEZAS DA GENÉTICA 
 
Josué Laguardia 
Laguardia, J., 2005. Antropo, 9, 13-27. www.didac.ehu.es/antropo 
 
RESUMO 
Nas controvérsias atuais sobre raça e diversidade racial, a genômica é celebrada como produtora de 
inovações tecnológicas e detentora de autoridade científica. Ela também tem sido proposta como 
o ramo da ciência que poderia confirmar ou refutar a existência biológica das raças humanas. 
Tendo como alvo os pesquisadores da Saúde Pública não familiarizados com as discussões da 
genética sobre raças humanas, o presente artigo tem como propósito apresentar as hipóteses que, 
presentes na literatura genética, defendem ou refutam as afirmações acerca do caráter biológico 
da raça, apontando as limitações de seus pressupostos e a ambivalência das interpretações em 
torno dos achados que embasam tais afirmações. Circunscrevendo a discussão aos aspectos 
relativos à definição de espécie e subespécie e aos modelos evolucionários humanos, procura 
destacar as possibilidades de contestação das interpretações sobre os achados genéticos e 
oferecer aos pesquisadores argumentos que possibilitem a superação do racialismo subjacente às 
teorias genéticas sobre a diversidade humana. 
 
Palavras-chave: raça, evolução humana, genética, diversidade. 
 
A despeito de todo o entusiasmo desencadeado pelos avanços teóricos e tecnológicos da 
nova genética e dos achados das investigações sobre as populações humanas, ainda restam 
dúvidas acerca da adequação da informação sequencial para entendimento das nossas funções 
biológicas e, por conseguinte, das nossas origens. Como destaca Keller (2000), as novas 
descobertas da genômica romperam com a própria noção de auto-identidade do gen, não apenas a 
função do gen não estaria claramente mapeada na estrutura como também ela deveria ser 
distinguida de um locus específico e particular do cromossomo. Essa autora afirma que ao 
pensarmos o gen como uma unidade de função, este gen funcional não poderia mais ser tido como 
idêntico à unidade de transmissão, ou seja, com a entidade responsável pela memória 
intergeracional. Na verdade, o gen funcional poderia não ter mais qualquer fixidez, tendo uma 
existência frequentemente transitória e contingente que depende da dinâmica funcional de todo o 
organismo. A estabilidade não estaria na estrutura estática de uma entidade, mas como o produto 
de um processo dinâmico onde o gen seria parte e parcela de processos definidos e trazidos à 
existência pela ação de um sistema dinâmico autoregulante. 
 
 
 
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Na controvérsia sobre a raça, a genômica, detentora de inovações tecnológicas e 
de autoridade científica, tem sido proposta como o ramo da ciência que poderia confirmar ou 
refutar, sob testes objetivos, as alegações biológicas da noção de raças humanas (Disotell, 2000a; 
Crow, 2002; Cooper et al., 2003). Harpending et al. (2000) assinalam que a disponibilidade 
de um grande número de marcadores genéticos nas últimas décadas propiciou esforços para 
reconstruir a história biológica e compreender a gênese das diferenças humanas. Os padrões 
derivados da diferenciação genética funcionariam como recortes analíticos para a compreensão 
das dinâmicas populacionais, permitindo inferir como os eventos demográficos passados e o 
impacto de fatores seletivos moldaram a variação no genoma humano (TISHKOFF et al., 2003) e 
se essa diferenciação constituiria em evidências da existência de raças. Como aponta

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