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DIREITO PREVIDENCIÁRIO PARA O CONCURSO DO INSS Primeira Parte Elementos básicos do Direito Previdenciário Célio Cruz Marcos Elesbão Mapas mentais Resumos esquematizados Legislação previdenciária atualizada Questões de concursos anteriores – CESPE/UnB Primeira edição - Outubro/2015 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 2 www.aprendaprevidenciario.com.br NOTAS SOBRE OS AUTORES Célio Rodrigues da Cruz Mestre em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS/RS. Procurador Federal Professor especialista em concursos públicos. Professor de Direito da Seguridade Social dos cursos de pós-graduação em Direito Previdenciário da Faculdade Baiana - Salvador/BA e da Escola Superior da Magistratura Trabalhista da 6.ª Região - Recife/PE. Ex-Coordenador-Geral da Procuradoria-Geral do INSS. Ex-Auditor Fiscal da Previdência Social. Marcos Elesbão Procurador do Estado de Pernambuco. Professor especialista em concursos públicos. Professor de Direito Previdenciário do Curso Sagres. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 3 www.aprendaprevidenciario.com.br APRESENTAÇÃO Este livro digital foi organizado com o objetivo de abordar os aspectos essenciais da Seguridade Social e do Direito Previdenciário, a fim de preparar os candidatos ao concurso público destinado ao provimento dos cargos de técnico do seguro social e de analista do seguro social do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A metodologia é pautada na interpretação da legislação previdenciária atualizada, com apresentação de resumos dos conteúdos relevantes, mapas mentais e provas de concursos públicos anteriores, classificadas por assunto. A obra foi dividida em três partes: Primeira parte – Elementos básicos da Seguridade Social e do Direito Previdenciário – aborda uma visão geral dos assuntos mais cobrados nos últimos concursos públicos do INSS, com noções introdutórias. O objetivo é descrever de forma sintética os institutos básicos da Seguridade Social e do Direito Previdenciário, a fim de facilitar a aprendizagem. Segunda parte – Aprofundamento de Direito Previdenciário – aprofunda o estudo de Direito Previdenciário, com uma abordagem didática que facilita a compreensão de assuntos relevantes e complexos. Apresenta a legislação previdenciária atualizada e o mapa do concurso do INSS, indicando os assuntos mais cobrados nos últimos concursos públicos do INSS. Terceira parte – Caderno de questões de Direito Previdenciário – apresenta provas de concursos públicos anteriores, classificadas por assunto e com alguns comentários, com destaques para as questões do CESPE/UnB (atualmente denominada de CEBRASPE). Desejamos a todos os leitores bons estudos e muito sucesso, obtendo êxito no concurso público. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 4 www.aprendaprevidenciario.com.br SUMÁRIO Introdução 1. Seguridade Social 1.1 Conceituação e abrangência. 1.2 Organização da seguridade social. 1.3 Princípios constitucionais da seguridade social. 1.4 Regimes previdenciários. 1.5 Origem e evolução legislativa da seguridade social. 1.6 Questões de concursos 2. Legislação Previdenciária 2.1 Conteúdo, fontes, autonomia. 2.3 Aplicação das normas previdenciárias. 2.3.1 Vigência, hierarquia, interpretação e integração. 3. Regime Geral de Previdência Social 3.1 Filiação e inscrição. 3.2 Segurados obrigatórios - conceitos, características e abrangência: empregado, empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial. 3.3 Segurado facultativo: conceito, características, filiação e inscrição. 3.4 Trabalhadores excluídos do Regime Geral. 3.5 Questões de concursos anteriores Observação: Ver os demais capítulos na versão completa. Clique no link abaixo e conheça o Curso de Direito Previdenciário completo: http://www.aprendaprevidenciario.com.br/vendas INSCRIÇÕES ABERTAS! http://www.aprendaprevidenciario.com.br/vendas Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 5 www.aprendaprevidenciario.com.br 1 SEGURIDADE SOCIAL 1.1 Conceituação e abrangência da Seguridade Social; 1.2 Organização da Seguridade Social; 1.3 Princípios constitucionais da Seguridade Social; 1.4 Regimes previdenciários; 1.5 Origem e evolução legislativa no Brasil; 1.6 Questões de concursos 1.1 Conceituação e abrangência da Seguridade Social A Constituição Federal de 1988 (CF/1988) instituiu o Sistema de Seguridade Social, formado pelos subsistemas Saúde, Previdência Social e Assistência Social. O caput do Art. 194 da CF/1988 estabelece que “a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social”. O art. 195 da Constituição brasileira estabelece que a seguridade social será custeada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e de contribuições sociais. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 6 www.aprendaprevidenciario.com.br 1.2 Organização da seguridade social 1.2.1 Organização do Sistema de Saúde Antes da Constituição Federal de 1988, o subsistema “saúde” era vinculado ao Instituto de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), e os serviços somente eram assegurados a quem contribuísse, ou seja, não era um direito universal. Diante disso, na época, existiam dois subsistemas de caráter contributivo: saúde e previdência social. Todavia, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a saúde passou a ser um dever do Estado e um direito de todos, independentemente de contribuição. Trata-se de um direito social que deve ser materializado por todos os entes da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (Art. 196 da CF/1988). As ações e serviços de saúde são de relevância pública, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. (Art. 197 da CF/1988). A Constituição Federal de 1988 instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS), que passou a ser financiado com recursos do orçamento da Seguridade Social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. (Art. 198 da CF/1988). AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE REDE REGIONALIZADA E HIERARQUIZADA SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) Art. 198 da CF/1988 AÇÕES E SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE REDE REGIONALIZADA E HIERARQUIZADA SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) Art. 198 da CF/1988 I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; I - descentralização,com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade.III - participação da comunidade. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 7 www.aprendaprevidenciario.com.br O sistema único de saúde será financiado (SUS) é custeado com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes (§ 1º do Art. 198 da CF/1988). A Constituição determina que os entes da federação deverão aplicar, anualmente, recursos mínimos em ações e serviços públicos de saúde. A Constituição determina que os entes da federação deverão aplicar, anualmente, recursos mínimos em ações e serviços públicos de saúde. (§§ 2º e 3º do Art. 198 da CF/1988) União Percentual mínimo de 15% (quinze por cento) sobre a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro. Esse percentual somente entrarar em vigor no exercício de 2020, por força da regra de transição da EC 85/2015. No exercício de 2015, continua em vigor as seguintes regras definidas pela LC 141/2012: 2015 - LC 141/2012: Art. 5o A União aplicará, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, o montante correspondente ao valor empenhado no exercício financeiro anterior, apurado nos termos desta Lei Complementar, acrescido de, no mínimo, o percentual correspondente à variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da lei orçamentária anual. [...] § 2o Em caso de variação negativa do PIB, o valor de que trata o caput não poderá ser reduzido, em termos nominais, de um exercício financeiro para o outro. A partir do exercício de 2016, começa a valer as regras de transição da EC 85/2015, que define o percentual mínimo 13,2% (2016) até atingir percentual de 15% (no exercício de 2020). Estados e Distrito Federal Percentual mínimo, a ser definido em lei complementar, calculado sobre o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o Art. 155 (ICMS, IPVA e IPTU) e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II (repartição das receitas tributárias), deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios. A LC 141/2012 estabeleceu o percentual mínimo de 12% (doze por cento) Municípios Percentual mínimo, a ser definido em lei complementar, calculado sobre o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o Art. 156 (IPTU, ISS e ITBI) e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º (repartição das receitas tributárias). A LC 141/2012 estabeleceu o percentual mínimo de no mínimo, 15% (quinze por cento) Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 8 www.aprendaprevidenciario.com.br As entidades da iniciativa privada poderão atuar livremente na área da saúde, mas a CF/1988, além de proibir a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos, somente permite a participação de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no Brasil nos casos previstos em lei. Na prática, significa dizer que, embora o Poder Público tenha o dever prestar os serviços de saúde a todos, de forma universal, independentemente de contribuição por parte do usuário do serviço, a iniciativa privada pode atuar livremente na prestação de serviços de saúde, por meio de pagamento por parte dos usuários. Além disso, as instituições privadas poderão participar também de forma complementar do SUS, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. (Art. 199 da CF/1988). Cabe à lei estabelecer as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. (§ 4º do Art. 199 da CF/1988) Atribuições do Sistema Único de Saúde (SUS) previstas no art. 200 da CF/1988, além de outras definidas em lei: I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 9 www.aprendaprevidenciario.com.br Seção II - DA SAÚDE Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado. Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da comunidade. § 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do Art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.(Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) Observação: A Emenda Constitucional nº 86, de 2015, estabelece uma regra de transição para a União, conforme descrito abaixo Art. 2º O disposto no inciso I do § 2º do art. 198 da Constituição Federal será cumprido progressivamente, garantidos, no mínimo: I - 13,2% (treze inteiros e dois décimos por cento) da receita corrente líquida no primeiro exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; II - 13,7% (treze inteiros e sete décimos por cento) da receita corrente líquida no segundo exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; III - 14,1% (quatorze inteiros e um décimo por cento) da receitacorrente líquida no terceiro exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#cfart198§2i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#cfart198§2i Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 10 www.aprendaprevidenciario.com.br IV - 14,5% (quatorze inteiros e cinco décimos por cento) da receita corrente líquida no quarto exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional; V - 15% (quinze por cento) da receita corrente líquida no quinto exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional. Art. 3º As despesas com ações e serviços públicos de saúde custeados com a parcela da União oriunda da participação no resultado ou da compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural, de que trata o § 1º do art. 20 da Constituição Federal, serão computadas para fins de cumprimento do disposto no inciso I do § 2º do art. 198 da Constituição Federal. II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o Art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o Art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) § 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) § 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação. .(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) § 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#cfart198§2i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art5 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc51.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc63.htm#art1 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 11 www.aprendaprevidenciario.com.br Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento § 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do Art. 41 e no § 4º do Art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. § 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos; II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano; VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc63.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11350.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc51.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc51.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc85.htm#art1 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 12 www.aprendaprevidenciario.com.br1.2.2 Organização do Sistema de Assistência Social É dever do Poder Público prestar assistência social às pessoas carentes (pobres), sem exigência de contribuição, como forma de assegurar o mínimo existencial, materializando o princípio da dignidade da pessoa humana. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: (Art. 203 da CF/1988) A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: (Art. 203 da CF/1988) I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 13 www.aprendaprevidenciario.com.br A Constituição Federal de 1988 assegura a assistência social a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social. Trata-se de um direito social que deve ser materializado por todos os entes da federação (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), mediante políticas públicas sociais. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no Art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes (Art. 204 da CF/1988): IMPORTANTE É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida! (§ Único do Art. 204 da CF/1988) Esses recursos, porém, não poderão ser aplicados no pagamento de: Despesas com pessoal e encargos sociais; Serviço da dívida; Qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 14 www.aprendaprevidenciario.com.br Na área da assistência social, registra-se a importância do Benefício de Prestação Continuada (BPC), fundamentado na própria CF/1988, art. 203, inc. V, como direito de cidadania, que garante um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme requisitos estabelecidos em lei. Atualmente, a Lei nº 8.742/1993, que dispõe sobre a organização da Assistência Social (LOAS), estabelece que o BPC é assegurado à pessoa com deficiência e ao idoso com sessenta e cinco anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. Como regra, esse benefício não pode ser acumulado com outro no âmbito da seguridade social, salvo algumas exceções previstas em lei. Embora não seja um benefício previdenciário, a sua concessão e manutenção é de competência do Instituto Nacional de Seguro Social – INSS. Além disso, há leis prevendo outros benefícios de assistência social, a exemplo do bolsa família. A Constituição Federal de 1988, na Seção da Assistência Social, estabelece princípios e diretrizes. CONSTITUICAO FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 Seção IV – DA ASSISTENCIA SOCIAL Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 15 www.aprendaprevidenciario.com.br provida por sua família, conforme dispuser a lei. Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no Art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 1.2.3 Organização do Sistema de Previdência Social Compete à União (ente federal) organizar a previdência social sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, com a finalidade de oferecer prestações que acobertem os riscos sociais qualificados pela Constituição Federal de 1988 (CF/1988). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 16 www.aprendaprevidenciario.com.br O RGPS é um sistema previdenciário de repartição simples, que se baseia em um pacto intergeracional segundo o qual os segurados que estão em atividade custeiam os benefícios previdenciários dos segurados inativos, atuando dessa forma como mecanismode solidariedade social. Além disso, a previdência social pode ser considerada um mecanismo de bem-estar social que redistribui renda, reduz desigualdades sociais e diminui pobreza. Conforme estabelece o art. 201 da CF/1988, a Previdência Social atenderá, nos termos da lei: a) cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; b) proteção à maternidade, especialmente à gestante; c) proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; d) salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; e e) pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. O RGPS é operacionalizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - autarquia federal responsável pela concessão e manutenção dos benefícios previdenciários. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 17 www.aprendaprevidenciario.com.br Após a CF/1988, a previdência social tornou-se a única modalidade de proteção social que exige contribuição dos segurados, como condição para ampará-los de futuros infortúnios sociais e de outras situações que merecem amparo (riscos sociais). A contribuição do segurado e os benefícios previdenciários de prestação continuada, exceto o salário-maternidade, estão limitados ao teto do salário de contribuição, inclusive quando o segurado exercer concomitantemente mais de uma Prestações previdenciárias do RGPS definidas no Art. 18 da Lei nº 8.213/1991 Compete ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que é uma autarquia federal, conceder e manter essas prestações previdenciárias. quanto ao segurado aposentadoria por invalidez aposentadoria por idade aposentadoria por tempo de contribuição aposentadoria especial auxílio-doença salário-família salário-maternidade auxílio-acidente quanto ao dependente pensão por morte auxílio-reclusão quanto ao segurado e dependente serviço social reabilitação profissional Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 18 www.aprendaprevidenciario.com.br atividade remunerada sujeita ao RGPS. A base de cálculo da contribuição será o total das remunerações, mas limitada ao teto do salário-de-contribuição, conforme tabela divulgada periodicamente pelo Ministério da Previdência Social. É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do RGPS, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de necessidades especiais, nos termos definidos em lei complementar (§ 1º do Art. 201 da CF/1988). Significa dizer que a Constituição somente admite aposentadoria especial nessas hipóteses. Não se esqueça que o professor do ensino infantil, fundamental e médio tem um tratamento diferenciado na aposentadoria por tempo de contribuição, vez que a Constituição assegura esse benefício com uma redução de cinco anos no tempo de contribuição. A Constituição Federal de 1988, na Seção da Previdência Social, estabelece princípios e diretrizes. CONSTITUICÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Seção III DA PREVIDENCIA SOCIAL Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 19 www.aprendaprevidenciario.com.br atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.(Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 20 www.aprendaprevidenciario.com.br § 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) § 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005 Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão de seus respectivos planos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os requisitos para a designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus interesses sejam objeto de discussão e deliberação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 21 www.aprendaprevidenciario.com.br 1.3 Princípios constitucionais 1.3.1 Princípios da seguridade social A Constituição Federal estabelece diversos princípios que norteiam o Sistema da Seguridade Social. PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL a) Universalidade da cobertura e do atendimento; b) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; c) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; d) Irredutibilidade do valor dos benefícios; e) Equidade na forma de participação no custeio; f) Diversidade da base de financiamento; g) Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite; h) Precedência da Fonte de Custeio; i) Orçamento Diferenciado; j) Solidariedade;Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 22 www.aprendaprevidenciario.com.br a) Universalidade da cobertura e do atendimento O princípio da universalidade da cobertura e do atendimento, previsto no inciso I do Art. 194 da Constituição Federal, é dividido em dois subprincípios: o da cobertura e o do atendimento. O primeiro está relacionado à cobertura ampla dos infortúnios sociais (dimensão objetiva); o segundo, significa oferecer atendimento a todos que se encontram em situações que necessitam da proteção social (dimensão subjetiva). Nesse sentido, Fábio Ibrahim (2009, p. 67) ensina que “eles possuem dimensões objetiva e subjetiva, sendo a objetiva voltada a alcançar todos os riscos sociais (por exemplo, morte, velhice) que possam gerar o estado de necessidade (universalidade de cobertura), enquanto a subjetiva busca tutelar toda a pessoa pertencente ao sistema protetivo (universalidade de atendimento)”. A universalidade da cobertura e do atendimento é considerada a base estrutural por derivarem dela outros princípios da Seguridade Social. É um princípio correlacionado com o da igualdade social, que estabelece que qualquer pessoa pode participar da proteção social patrocinada pelo Estado (saúde e assistência social). A finalidade é fazer com que todas as situações que demandem intervenção estatal na área da saúde, previdência e assistência social sejam atendidas. Porém, quanto à previdência social, por ser regime contributivo, é, em princípio, restrito aos que exercem atividade remunerada. Mas, para atender ao mandamento constitucional, foi criada a figura do segurado facultativo. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 23 www.aprendaprevidenciario.com.br b) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais Antes da CF/1988, a legislação da seguridade social discriminava negativamente as populações rurais, visto que não assegurava aos cidadãos da zona rural os mesmos direitos garantidos às pessoas que viviam nas cidades. Contudo, com a promulgação da nova Carta Magna, foi garantida a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços das populações urbanas e rurais. c) Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Serviços O princípio da seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços está relacionado à seleção dos infortúnios sociais mais relevantes e a respectiva distribuição a quem dele mais necessitar. Esse princípio vem expresso no inciso III do parágrafo único do artigo 194 da CF/1988. Algumas prestações serão extensíveis somente a algumas parcelas da população, como, por exemplo, salário-família (seletividade) e os benefícios e serviços Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 24 www.aprendaprevidenciario.com.br devem buscar a otimização da distribuição de renda no país, favorecendo as pessoas e regiões mais pobres (distributividade). A seletividade concede no deferimento do benefício ou serviço em razão de sua essencialidade, por exemplo, o salário-família, que somente é pago ao trabalhador de baixa renda, ou o auxílio-reclusão, que é pago aos dependentes do seguro de baixo poder econômico, sendo que a distributividade, que opera no plano interpessoal e inter-regional, sendo que o primeiro estará vinculado à solidariedade do sistema, onde a contribuição visa a manutenção do sistema protetivo, e no plano inter-regional determina que as regiões mais pobres do país deverão receber mais recursos que as mais ricas. d) Irredutibilidade do valor dos benefícios O princípio da irredutibilidade dos benefícios significa que os mesmos não podem sofrer redução de valor nominal e nem real, e está tipificado no inciso IV do parágrafo único do artigo 194 c/c o §4º do Art. 201 da CF/1988. O artigo 201, §4º da Constituição Federal assegura o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. Diz respeito à correção do benefício, o qual deve ter seu valor atualizado de acordo com a inflação do período. A atualização é feita com base em índice fixado por lei, vale dizer, o INPC/IBGE (art. 41-A da Lei 8.213/91), não podendo haver vinculação de reajuste com base no salário mínimo, por força do artigo 7º, inciso IV1 da Constituição Federal, salvo a exceção prevista no artigo 58 da ADCT: Art. 58 - Os benefícios de prestação continuada, mantidos pela previdência social na data da promulgação da Constituição, terão seus 1 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: V - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 25 www.aprendaprevidenciario.com.br valores revistos, a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo, expresso em número de salários mínimos, que tinham na data de sua concessão, obedecendo-se a esse critério de atualização até a implantação do plano de custeio e benefícios referidos no artigo seguinte. Nesse sentido é a Súmula 687 do Supremo Tribunal Federal: Revisão de Benefícios Previdenciários - Restabelecimento do Poder Aquisitivo – Anterioridade. A revisão de que trata o art. 58 do ADCT não se aplica aos benefícios previdenciários concedidos após a promulgação da Constituição de 1988. Ademais, determina este princípio, dentro de uma visão estrita, uma prestação negativa do Estado de abster-se de reduzir o benéfico concedido, em uma visão ampla seria uma previsão de que o Estado deva corrigir os valores dos benefícios. Apesar da previdência social possuir este princípio, existem benefícios com valor inferior ao mínimo (ex. salário-família e o auxílio-acidente), pois estes benefícios não substituem o rendimento do trabalho. e) Equidade na forma de participação no custeio O princípio da equidade na forma de participação no custeio tem como objetivo verter recursos para a seguridade social, mas de acordo com a capacidade contributiva de cada um. É a ideia de repartir equitativamente a participação no custeio da seguridade social de forma justa. O referido princípio está expresso no inciso V do parágrafo único do artigo 194 c/c o § 9º do Art. 195 da CF/1988. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 26 www.aprendaprevidenciario.com.br O princípio da equidade na forma de participação no custeio impõe que o Estado crie a contribuição de acordo com as possibilidades de cada um dos contribuintes, empresa e trabalhador. Não implica a aplicação pura e simples da capacidade contributiva, como nos impostos, mas alguma razoabilidade na taxação. Traduz a ideia de cobrar alíquotas e valores mais elevados daqueles que tem maior fonte de rendimentos. f) Diversidade da base de financiamento A Constituição Federal estatui a diversidade da base de financiamento, conforme disposição contida no inciso VI do parágrafo único do artigo 194 c/c o caput do Art. 195 da CF/1988. O financiamento da Seguridade Social deve ser o mais amplo e diversificado possível, não podendo ficar restrito às contribuições dos trabalhadores e empregadores. g) Caráter democráticoe descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do governo nos órgãos colegiados O princípio do caráter democrático e descentralizado da administração vem assegurado no inciso VII do parágrafo único do artigo 194 da CF/1988 e tem como objetivo dar oportunidade à sociedade para participar diretamente das decisões sobre a realização das políticas de seguridade social. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 27 www.aprendaprevidenciario.com.br A participação da sociedade no processo de organização e gerenciamento da seguridade Social ocorre mediante gestão quadripartite, com participação dos TRABALHADORES, EMPREGADORES, APOSENTADOS E DO GOVERNO. Isto funciona nos órgãos colegiados da seguridade, como o conselho nacional de previdência social, o conselho de recursos da previdência social etc. Os membros do CNPS serão nomeados pelo Presidente da República e terão mandatos de dois anos (representantes da sociedade civil), admitida uma recondução. Esse Conselho se reúne uma vez por mês, por convocação de seu presidente. Poderá haver convocação para reunião extraordinária por seu presidente ou por requerimento de um terço de seus membros. Também foi criado um Conselho da Previdência Social junto às Gerências Executivas do INSS, sendo esta composta por dez membros, sendo quatro do Governo CONSELHO NACIONAL DA PREVIDÊNCIA (CNPS) GOVERNO FEDERAL 6 MEMBROS APOSENTADOS E PENSIONISTAS 3 MEMBROS TRABALHADORES ATIVOS 3 MEMBROS EMPREGADORES 3 MEMBROS Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 28 www.aprendaprevidenciario.com.br Federal e seis da sociedade civil (dois empregados, dois empregadores e dois aposentados e pensionistas) Também existem os conselhos da Assistência Social e da Saúde, com representação dos diversos setores da sociedade. h) Precedência da Fonte de Custeio Somente é possível a criação ou a ampliação de um benefício ou serviço se houver previsão de fonte de recursos que financiará a nova prestação. Nesse sentido, dispõe o Art. 195, § 5°, CF/1988: “Nenhum benefício ou serviço da Seguridade Social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”. i) Orçamento Diferenciado (Art. 165, § 5º da CF/88). A Constituição Federal estabelece que a lei orçamentária anual compreenderá, além dos orçamentos fiscal da União e dos investimentos das empresas estatais, um orçamento exclusivo da Seguridade Social. j) Princípio da solidariedade A solidariedade é um princípio que vem de forma indireta no dispositivo constitucional, Art. 195, Caput: “A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais [...]”. Na verdade, o princípio da solidariedade impede adoção de um sistema de capitalização pura na previdência social, pois o mais afortunado deve contribuir com mais, tendo em vista a escassez de recursos e contribuições de outros. É este princípio que permite uma pessoa ser aposentada por invalidez em seu primeiro dia de trabalho, sem ter qualquer contribuição recolhida para o sistema (art. 3°, I, CF/88). Segundo a lição de Wladimir Novaes Martinez (p. 121): Solidariedade quer dizer cooperação da maioria em favor da minoria, em certos casos, da totalidade em direção à individualidade. (...) Financeiramente, o valor não utilizado por uns é canalizado por outros. Significa a cotização de certas pessoas, com capacidade contributiva, em Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 29 www.aprendaprevidenciario.com.br favor dos despossuídos. Socialmente considerada, é ajuda marcadamente anônima, traduzindo mútuo auxilio, mesmo obrigatório, dos indivíduos. A Seguridade Social é essencialmente solidária, na medida em que protege as pessoas em momento de dificuldades, impossibilitadas de trabalhar, oferecendo tratamento de saúde ou doando alimentos, em caso de risco alimentar. O princípio da solidariedade é um dos fundamentos para a compreensão do regime financeiro adotado pela Previdência Social brasileira, representando de maneira evidente pelo pacto entre as gerações presentes e futuras. A Constituição Federal estabelece diversos princípios que norteiam o Sistema da Seguridade Social, principalmente nos artigos 194 e 195. CONSTITUICÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL Seção II DOS ORÇAMENTOS Art. 165. [...] § 5º A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. [...] Art. 167. São vedados: [...] VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 30 www.aprendaprevidenciario.com.br [...] TÍTULO VIII Da Ordem Social CAPÍTULO I DISPOSIÇÃO GERAL Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais. CAPÍTULO II DA SEGURIDADE SOCIAL Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - eqüidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art194pvii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art194pvii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 31 www.aprendaprevidenciario.com.br c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. § 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. § 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-deobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195§8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195§8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195§8 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 32 www.aprendaprevidenciario.com.br § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 1.3.2 Princípios específicos da previdência social Além dos princípios norteadores de toda a Seguridade Social, destacam-se, também, outros princípios constitucionais exclusivos da Previdência Social, conforme abaixo: Princípios específicos da previdência social Princípio da filiação obrigatória (Caput do art.201da CF/1988) Princípio do caráter contributivo (Caput do art.201 c/c art. 40 da CF/1988) Princípio do equilíbrio financeiro e atuarial (Caput do art.201c/c art. 40 da CF/1988) Garantia do benefício mínimo (§ 2º do art. 201 da CF/1988; inciso VI do art. 2º da Lei n. 8.213/91) Correção monetária dos salários de contribuição (§ 17º do art.40 c/c § 2º do art.201 da CF/1988) Preservação do valor real dos benefícios (§ 4º do art. 201 da CF/1988; art. 41-A da Lei n. 8.213/91) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195§8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 33 www.aprendaprevidenciario.com.br 1.4 Regimes previdenciários O Brasil adota, em síntese, dois modelos de previdência social: a) modelo de repartição simples, de caráter obrigatório e contributivo, fundamentado no princípio da solidariedade; e b) modelo de capitalização, considerado como um regime complementar, de caráter facultativo. O Regime geral de previdência social (RGPS) é de natureza pública, filiação obrigatória, repartição simples, benefício definido, caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada, bem como do trabalhador e dos demais segurados da previdência social. A Constituição brasileira veda a incidência de contribuição sobre aposentadorias e pensões concedidas pelo RGPS. É importante observar que há a possibilidade de um trabalhador se vincular a mais de um regime obrigatório de previdência social (RGPS e RPPS, por exemplo), desde que não seja na condição de segurado facultativo (§ 5º do art. 201 da CF/1988). Com efeito, o RGPS é considerado a regra geral para todos os trabalhadores, exceto aqueles acobertados por algum regime próprio. Qualquer pessoa que exerça um trabalho remunerado tem o dever de contribuir para a previdência, na condição de segurado obrigatório do RGPS, exceto se a atividade for acobertada por algum regime próprio de previdência social. Consequentemente, a lei assegura benefícios e prestação de serviços que acobertem os riscos sociais decorrentes de infortúnios e de outros eventos qualificados pela Constituição. O regime próprio de previdência social (RPPS) éde natureza pública, filiação obrigatória, repartição simples, benefício definido, caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Cada ente da federação tem competência para, mediante lei, criar seu próprio instituto de previdência, com a finalidade de atender exclusivamente os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a partir do momento em que instituir o regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 34 www.aprendaprevidenciario.com.br titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime próprio de previdência social, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social (teto estabelecidos para os benefícios concedidos pelo INSS), conforme dispõe o § 14 do art. 40 da CF/1988. O regime de previdência complementar destinado aos servidores públicos tem como finalidade oferecer aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. Trata-se de um regime previdenciário de caráter facultativo e deve ser organizado por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, instituído por lei de iniciativa do Poder Executivo de cada ente federativo. O regime de previdência complementar fechado, destinado a membros ou colaboradores de uma empresa ou entidade, é de caráter facultativo e deve ser organizado por meio de entidades fechadas de previdência privada, de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, baseado na criação de reservas que garantam o benefício contratado. O regime de previdência complementar aberto, de caráter facultativo e natureza privada, permite a participação de qualquer pessoa, mediante aquisição de um plano de capitalização vendido por uma instituição financeira. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 35 www.aprendaprevidenciario.com.br 1.5 Origem e evolução legislativa da Seguridade Social 1.5.1 Breve Histórico mundial A primeira norma de proteção social foi editada na Inglaterra, no ano de 1601, que assegurava auxilio e socorros públicos aos mais necessitados (assistência social), e ficou conhecida como Lei dos Pobres. A primeira lei de natureza previdenciária foi edita ainda na Alemanha, por Otto Von Bismarck, no ano de 1883, com a instituição do seguro doença. Em 1884, esse mesmo país criou a cobertura compulsória para os acidentes de trabalho. Posteriormente, os alemães criaram o seguro de invalidez e velhice, e o Estado passou a se responsabilizar pela organização e administração de um sistema previdenciário que ficou conhecido como Bismarckiano. A primeira Constituição no mundo a prever leis de natureza previdenciárias foi a do México, em 1917, seguida pela Constituição Alemã de Weimar. 1.5.2 Origem e evolução legislativa da Seguridade Social no Brasil As primeiras ações de seguridade social que se têm notícia no Brasil, foram as realizadas pela Santa Casa de Misericórdia, na cidade de Santos. No Brasil, a ideia de seguridade social iniciou-se com os “socorros públicos”, prevista na Constituição de 1824 (primeira previsão constitucional de atos securitários). No âmbito previdenciário, primeiramente surgiu o Montepio Geral dos Servidores do Estado (Mongeral), instituído em 1853, de caráter privado. Posteriormente, a Constituição brasileira de 1891 estabeleceu expressamente a aposentadoria por invalidez aos funcionários a serviço da nação. A primeira Constituição a trazer a expressão “aposentadoria” foi a de 1891, que instituiu a aposentadoria para os funcionários públicos em caso de invalidez, custeada integralmente pelo Estado. Decreto Legislativo nº 3.274, de 1919, que regulava as relações decorrentes de acidente do trabalho, para muitos, seria o marco inicial da previdência social no Brasil. Vale ressaltar que, segundo Carlos Alberto Pereira de Castro2, já existia legislação 2 Manual de Direito Previdenciário. Editora Conceito. 12ª Edição. 2010. Pág. 69. Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 36 www.aprendaprevidenciario.com.br previdenciária no Brasil, como o decreto 9.284/1911, que instituiu a Caixa de Aposentadoria e Pensões dos Operários da Casa da Moeda do Brasil. Na verdade, a previdência social brasileira foi implantada com a Lei Eloy Chaves, estabelecida pelo Decreto Legislativo 4.682/1923, que criou as chamadas Caixas de Aposentadoria e Pensões para os empregados das empresas ferroviárias, contemplando os benefícios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria ordinária (atualmente chamada de aposentadoria por tempo de contribuição), pensão por morte, bem como o benefício de assistência médica, todos eles custeadas por contribuições do Estado, dos empregadores e dos trabalhadores. Os beneficiários eram os empregados e diaristas que executavam serviços de caráter permanente nas empresas de estrada de ferro existentes no País. Os regimes das CAPs eram organizados por empresa. Na década de 20, do século passado, as CAPs ganharam popularidade e proliferaram-se, chegando ao número de 183 (cento e oitenta e três). A primeira empresa a criar uma caixa de aposentadoria e pensões foi a Great Western do Brasil. Embora não tenha sido a primeira norma jurídica brasileira sobre matéria previdenciária, o dia 24/01/1923 - data de publicação da Lei Eloy Chaves - ainda hoje é comemorada pelo INSS como a data de aniversário da Previdência Social brasileira. O sistema de Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAP) foi ampliado, na década de vinte, para abranger empresas de outros ramos de atividades, tais como as empresas dos serviços telegráficos, dos portuários, de mineração etc. Nessa sistemática, cada empresa criava e organizava sua própria Caixa de Aposentadoria e Pensões. Posteriormente, nos anos de 1930, as cento e oitenta e três CAP’s existentes à época foram reunidas nos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP), organizados pelo Estado, como autarquias federais, por categoria profissional, surgindo, assim, uma previdência social de abrangência nacional, com ampliação do quantitativo de segurados. Apenas para ilustrar, pode-se citar o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Marítimos - IAPM (ano de 1933), o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos comerciários - IAPC (ano de 1934), o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos bancários - IAPB (ano de 1934). A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer, em texto constitucional, a forma tripartite de custeio, determinado a “instituição de previdência, mediante Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 37 www.aprendaprevidenciario.com.br contribuição igual da União, do empregador e do empregado, a favor da velhice, da invalidez, da maternidade e nos casos de acidentes de trabalho ou de morte”. A Constituição de 1937 teve por particularidade a utilização da expressão “seguro social”. A Constituição brasileira de 1946 utilizou, de forma inédita, a expressão “previdência social”, e instituiu o mecanismo de “contrapartida”, como forma de manter o equilíbrio entre receita e despesas dentro do Sistema da Seguridade Social, bem como
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