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E-book - Capitulo 1 - seguridade social - distribuir gratuitamente - 1 edicao-Outubro (1)

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DIREITO 
PREVIDENCIÁRIO 
PARA O CONCURSO 
DO INSS 
 
Primeira Parte 
Elementos básicos do Direito Previdenciário 
 
 
Célio Cruz 
Marcos Elesbão 
 
Mapas mentais 
Resumos esquematizados 
Legislação previdenciária atualizada 
Questões de concursos anteriores – CESPE/UnB 
 
Primeira edição - Outubro/2015 
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 2 
 
www.aprendaprevidenciario.com.br 
 
 
NOTAS SOBRE OS AUTORES 
 
 
Célio Rodrigues da Cruz 
Mestre em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS/RS. 
Procurador Federal 
Professor especialista em concursos públicos. 
Professor de Direito da Seguridade Social dos cursos de pós-graduação em Direito 
Previdenciário da Faculdade Baiana - Salvador/BA e da Escola Superior da 
Magistratura Trabalhista da 6.ª Região - Recife/PE. 
Ex-Coordenador-Geral da Procuradoria-Geral do INSS. 
Ex-Auditor Fiscal da Previdência Social. 
 
 
 
 
Marcos Elesbão 
Procurador do Estado de Pernambuco. 
Professor especialista em concursos públicos. 
Professor de Direito Previdenciário do Curso Sagres.
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 3 
 
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APRESENTAÇÃO 
 
Este livro digital foi organizado com o objetivo de abordar os aspectos essenciais da 
Seguridade Social e do Direito Previdenciário, a fim de preparar os candidatos ao 
concurso público destinado ao provimento dos cargos de técnico do seguro social e 
de analista do seguro social do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 
 
A metodologia é pautada na interpretação da legislação previdenciária atualizada, com 
apresentação de resumos dos conteúdos relevantes, mapas mentais e provas de 
concursos públicos anteriores, classificadas por assunto. 
 
A obra foi dividida em três partes: 
 Primeira parte – Elementos básicos da Seguridade Social e do Direito 
Previdenciário – aborda uma visão geral dos assuntos mais cobrados nos últimos 
concursos públicos do INSS, com noções introdutórias. O objetivo é descrever de 
forma sintética os institutos básicos da Seguridade Social e do Direito Previdenciário, a 
fim de facilitar a aprendizagem. 
 Segunda parte – Aprofundamento de Direito Previdenciário – aprofunda o 
estudo de Direito Previdenciário, com uma abordagem didática que facilita a 
compreensão de assuntos relevantes e complexos. Apresenta a legislação 
previdenciária atualizada e o mapa do concurso do INSS, indicando os assuntos mais 
cobrados nos últimos concursos públicos do INSS. 
 Terceira parte – Caderno de questões de Direito Previdenciário – apresenta 
provas de concursos públicos anteriores, classificadas por assunto e com alguns 
comentários, com destaques para as questões do CESPE/UnB (atualmente 
denominada de CEBRASPE). 
Desejamos a todos os leitores bons estudos e muito sucesso, obtendo êxito no 
concurso público.
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SUMÁRIO 
 
Introdução 
 
1. Seguridade Social 
 
1.1 Conceituação e abrangência. 
1.2 Organização da seguridade social. 
1.3 Princípios constitucionais da seguridade social. 
1.4 Regimes previdenciários. 
1.5 Origem e evolução legislativa da seguridade social. 
1.6 Questões de concursos 
 
2. Legislação Previdenciária 
 
2.1 Conteúdo, fontes, autonomia. 
 
2.3 Aplicação das normas previdenciárias. 
 
2.3.1 Vigência, hierarquia, interpretação e integração. 
 
 
3. Regime Geral de Previdência Social 
 
3.1 Filiação e inscrição. 
 
3.2 Segurados obrigatórios - conceitos, características e abrangência: empregado, 
empregado doméstico, contribuinte individual, trabalhador avulso e segurado especial. 
 
3.3 Segurado facultativo: conceito, características, filiação e inscrição. 
 
3.4 Trabalhadores excluídos do Regime Geral. 
 
3.5 Questões de concursos anteriores 
 
Observação: Ver os demais capítulos na versão completa. 
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Direito Previdenciário completo: 
 
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INSCRIÇÕES ABERTAS! 
 
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1 SEGURIDADE SOCIAL 
1.1 Conceituação e abrangência da Seguridade Social; 1.2 Organização da Seguridade 
Social; 1.3 Princípios constitucionais da Seguridade Social; 1.4 Regimes previdenciários; 
1.5 Origem e evolução legislativa no Brasil; 1.6 Questões de concursos 
 
 
1.1 Conceituação e abrangência da Seguridade Social 
 
A Constituição Federal de 1988 (CF/1988) instituiu o Sistema de Seguridade 
Social, formado pelos subsistemas Saúde, Previdência Social e Assistência Social. O 
caput do Art. 194 da CF/1988 estabelece que “a seguridade social compreende um 
conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, 
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência 
social”. 
O art. 195 da Constituição brasileira estabelece que a seguridade social será 
custeada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante 
recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, e de contribuições sociais. 
 
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 6 
 
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1.2 Organização da seguridade social 
1.2.1 Organização do Sistema de Saúde 
Antes da Constituição Federal de 1988, o subsistema “saúde” era vinculado ao 
Instituto de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), e os serviços somente 
eram assegurados a quem contribuísse, ou seja, não era um direito universal. Diante 
disso, na época, existiam dois subsistemas de caráter contributivo: saúde e previdência 
social. 
Todavia, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a saúde passou a 
ser um dever do Estado e um direito de todos, independentemente de contribuição. 
Trata-se de um direito social que deve ser materializado por todos os entes da federação 
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios), mediante políticas sociais e econômicas 
que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação (Art. 196 da 
CF/1988). 
As ações e serviços de saúde são de relevância pública, cabendo ao Poder 
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, 
devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por 
pessoa física ou jurídica de direito privado. (Art. 197 da CF/1988). 
A Constituição Federal de 1988 instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS), que 
passou a ser financiado com recursos do orçamento da Seguridade Social, da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. As ações e serviços públicos de 
saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, 
organizado de acordo com as seguintes diretrizes: I - descentralização, com direção 
única em cada esfera de governo; II - atendimento integral, com prioridade para as 
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; III - participação da 
comunidade. (Art. 198 da CF/1988). 
 
AÇÕES E SERVIÇOS 
PÚBLICOS DE SAÚDE
REDE REGIONALIZADA 
E HIERARQUIZADA
SISTEMA ÚNICO DE 
SAÚDE (SUS) 
Art. 198 da CF/1988 
AÇÕES E SERVIÇOS 
PÚBLICOS DE SAÚDE
REDE REGIONALIZADA 
E HIERARQUIZADA
SISTEMA ÚNICO DE 
SAÚDE (SUS) 
Art. 198 da CF/1988 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de 
governo;
I - descentralização,com direção única em cada esfera de 
governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as 
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais;
II - atendimento integral, com prioridade para as 
atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais;
III - participação da comunidade.III - participação da comunidade.
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O sistema único de saúde será financiado (SUS) é custeado com recursos do orçamento 
da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de 
outras fontes (§ 1º do Art. 198 da CF/1988). A Constituição determina que os entes da federação 
deverão aplicar, anualmente, recursos mínimos em ações e serviços públicos de saúde. 
 
 
A Constituição 
determina que 
os entes da 
federação 
deverão aplicar, 
anualmente, 
recursos 
mínimos em 
ações e serviços 
públicos de 
saúde.
(§§ 2º e 3º do 
Art. 198 da 
CF/1988)
União
Percentual mínimo de 15% (quinze por cento) sobre a
receita corrente líquida do respectivo exercício
financeiro.
Esse percentual somente entrarar em vigor no exercício
de 2020, por força da regra de transição da EC 85/2015.
No exercício de 2015, continua em vigor as seguintes
regras definidas pela LC 141/2012:
2015 - LC 141/2012: Art. 5o A União aplicará,
anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, o
montante correspondente ao valor empenhado no
exercício financeiro anterior, apurado nos termos desta
Lei Complementar, acrescido de, no mínimo, o
percentual correspondente à variação nominal do
Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao
da lei orçamentária anual. [...] § 2o Em caso de variação
negativa do PIB, o valor de que trata o caput não poderá
ser reduzido, em termos nominais, de um exercício
financeiro para o outro.
A partir do exercício de 2016, começa a valer as regras
de transição da EC 85/2015, que define o percentual
mínimo 13,2% (2016) até atingir percentual de 15% (no
exercício de 2020).
Estados e 
Distrito 
Federal
Percentual mínimo, a ser definido em lei complementar,
calculado sobre o produto da arrecadação dos impostos
a que se refere o Art. 155 (ICMS, IPVA e IPTU) e dos
recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea
a, e inciso II (repartição das receitas tributárias),
deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
respectivos Municípios.
A LC 141/2012 estabeleceu o percentual mínimo de 12%
(doze por cento)
Municípios
Percentual mínimo, a ser definido em lei complementar,
calculado sobre o produto da arrecadação dos impostos
a que se refere o Art. 156 (IPTU, ISS e ITBI) e dos
recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I,
alínea b e § 3º (repartição das receitas tributárias).
A LC 141/2012 estabeleceu o percentual mínimo de no
mínimo, 15% (quinze por cento)
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As entidades da iniciativa privada poderão atuar livremente na área da saúde, 
mas a CF/1988, além de proibir a destinação de recursos públicos para auxílios ou 
subvenções às instituições privadas com fins lucrativos, somente permite a participação 
de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no Brasil nos casos 
previstos em lei. Na prática, significa dizer que, embora o Poder Público tenha o dever 
prestar os serviços de saúde a todos, de forma universal, independentemente de 
contribuição por parte do usuário do serviço, a iniciativa privada pode atuar livremente 
na prestação de serviços de saúde, por meio de pagamento por parte dos usuários. 
Além disso, as instituições privadas poderão participar também de forma complementar 
do SUS, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, 
tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. (Art. 199 da 
CF/1988). 
Cabe à lei estabelecer as condições e os requisitos que facilitem a remoção de 
órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, 
bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo 
vedado todo tipo de comercialização. (§ 4º do Art. 199 da CF/1988) 
 
Atribuições do 
Sistema Único 
de Saúde (SUS) 
previstas no 
art. 200 da 
CF/1988, além 
de outras 
definidas em 
lei:
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de 
interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, 
equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como 
as de saúde do trabalhador;
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de 
saneamento básico;
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e 
tecnológico e a inovação
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu 
teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano;
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda 
e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos;
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do 
trabalho. 
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Seção II - DA SAÚDE 
Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação. 
Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder 
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo 
sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou 
jurídica de direito privado. 
Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e 
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes 
diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos 
serviços assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
§ 1º O sistema único de saúde será financiado, nos termos do Art. 195, com recursos do 
orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
além de outras fontes.(Parágrafo único renumerado para § 1º pela Emenda Constitucional nº 
29, de 2000) 
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em 
ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais 
calculados sobre:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não 
podendo ser inferior a 15% (quinze por cento); (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
86, de 2015) 
Observação: A Emenda Constitucional nº 86, de 2015, estabelece uma regra de 
transição para a União, conforme descrito abaixo 
Art. 2º O disposto no inciso I do § 2º do art. 198 da Constituição 
Federal será cumprido progressivamente, garantidos, no mínimo: 
I - 13,2% (treze inteiros e dois décimos por cento) da receita corrente 
líquida no primeiro exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta 
Emenda Constitucional; 
II - 13,7% (treze inteiros e sete décimos por cento) da receita corrente 
líquida no segundo exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta 
Emenda Constitucional; 
III - 14,1% (quatorze inteiros e um décimo por cento) da receitacorrente 
líquida no terceiro exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta 
Emenda Constitucional; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#cfart198§2i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#cfart198§2i
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IV - 14,5% (quatorze inteiros e cinco décimos por cento) da receita corrente 
líquida no quarto exercício financeiro subsequente ao da promulgação desta 
Emenda Constitucional; 
V - 15% (quinze por cento) da receita corrente líquida no quinto exercício 
financeiro subsequente ao da promulgação desta Emenda Constitucional. 
Art. 3º As despesas com ações e serviços públicos de saúde custeados 
com a parcela da União oriunda da participação no resultado ou da 
compensação financeira pela exploração de petróleo e gás natural, de que trata 
o § 1º do art. 20 da Constituição Federal, serão computadas para fins de 
cumprimento do disposto no inciso I do § 2º do art. 198 da Constituição Federal. 
 
 
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a 
que se refere o Art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e 
inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos 
impostos a que se refere o Art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, 
alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, 
estabelecerá:(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
I - os percentuais de que tratam os incisos II e III do § 2º; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 86, de 2015) 
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos 
Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas 
esferas federal, estadual, distrital e municipal; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 
2000) 
IV - (revogado). (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015) 
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários 
de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de 
acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua 
atuação. .(Incluído pela Emenda Constitucional nº 51, de 2006) 
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as 
diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente 
comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da 
lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial. (Redação dada pela Emenda 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#cfart198§2i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc29.htm#art6
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc86.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc51.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc63.htm#art1
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 11 
 
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Constitucional nº 63, de 2010) Regulamento 
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do Art. 41 e no § 4º do Art. 169 da Constituição 
Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de 
agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos 
requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 51, de 2006) 
Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 
§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único 
de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo 
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às 
instituições privadas com fins lucrativos. 
§ 3º - É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na 
assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. 
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, 
tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a 
coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de 
comercialização. 
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da 
lei: 
I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde 
e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e 
outros insumos; 
II - executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do 
trabalhador; 
III - ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde; 
IV - participar da formulação da política e da execução das ações de saneamento básico; 
V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a 
inovação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 2015) 
VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, 
bem como bebidas e águas para consumo humano; 
VII - participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de 
substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho. 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc63.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11350.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc51.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc51.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc85.htm#art1
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www.aprendaprevidenciario.com.br1.2.2 Organização do Sistema de Assistência Social 
É dever do Poder Público prestar assistência social às pessoas carentes (pobres), 
sem exigência de contribuição, como forma de assegurar o mínimo existencial, 
materializando o princípio da dignidade da pessoa humana. 
 
 
A assistência social 
será prestada a quem 
dela necessitar, 
independentemente 
de contribuição à 
seguridade social, e 
tem por objetivos: 
(Art. 203 da CF/1988)
A assistência social 
será prestada a quem 
dela necessitar, 
independentemente 
de contribuição à 
seguridade social, e 
tem por objetivos: 
(Art. 203 da CF/1988)
I - a proteção à 
família, à 
maternidade, à 
infância, à 
adolescência e à 
velhice;
I - a proteção à 
família, à 
maternidade, à 
infância, à 
adolescência e à 
velhice;
II - o amparo às 
crianças e 
adolescentes 
carentes;
II - o amparo às 
crianças e 
adolescentes 
carentes;
III - a promoção da 
integração ao 
mercado de 
trabalho;
III - a promoção da 
integração ao 
mercado de 
trabalho;
IV - a habilitação e 
reabilitação das 
pessoas portadoras 
de deficiência e a 
promoção de sua 
integração à vida 
comunitária;
IV - a habilitação e 
reabilitação das 
pessoas portadoras 
de deficiência e a 
promoção de sua 
integração à vida 
comunitária;
V - a garantia de um 
salário mínimo de 
benefício mensal à 
pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que 
comprovem não possuir 
meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la 
provida por sua família, 
conforme dispuser a lei.
V - a garantia de um 
salário mínimo de 
benefício mensal à 
pessoa portadora de 
deficiência e ao idoso que 
comprovem não possuir 
meios de prover à própria 
manutenção ou de tê-la 
provida por sua família, 
conforme dispuser a lei.
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 13 
 
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A Constituição Federal de 1988 assegura a assistência social a quem dela 
necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social. Trata-se de um 
direito social que deve ser materializado por todos os entes da federação (União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios), mediante políticas públicas sociais. As ações 
governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do 
orçamento da seguridade social, previstos no Art. 195, além de outras fontes, e 
organizadas com base nas seguintes diretrizes (Art. 204 da CF/1988): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IMPORTANTE 
 
É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à 
inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita 
tributária líquida! 
(§ Único do Art. 204 da CF/1988) 
 
 
Esses recursos, porém, não poderão ser aplicados no pagamento de: 
 Despesas com pessoal e encargos sociais; 
 Serviço da dívida; 
 Qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiados. 
 
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Na área da assistência social, registra-se a importância do Benefício de 
Prestação Continuada (BPC), fundamentado na própria CF/1988, art. 203, inc. V, como 
direito de cidadania, que garante um salário mínimo de benefício mensal à pessoa 
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme requisitos 
estabelecidos em lei. 
Atualmente, a Lei nº 8.742/1993, que dispõe sobre a organização da Assistência 
Social (LOAS), estabelece que o BPC é assegurado à pessoa com deficiência e ao 
idoso com sessenta e cinco anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover 
a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. Como regra, esse benefício 
não pode ser acumulado com outro no âmbito da seguridade social, salvo algumas 
exceções previstas em lei. Embora não seja um benefício previdenciário, a sua 
concessão e manutenção é de competência do Instituto Nacional de Seguro Social – 
INSS. Além disso, há leis prevendo outros benefícios de assistência social, a exemplo 
do bolsa família. 
 
A Constituição Federal de 1988, na Seção da Assistência Social, estabelece 
princípios e diretrizes. 
 
CONSTITUICAO FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 
 
Seção IV – DA ASSISTENCIA SOCIAL 
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua 
integração à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência 
e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
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provida por sua família, conforme dispuser a lei. 
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com 
recursos do orçamento da seguridade social, previstos no Art. 195, além de outras fontes, e 
organizadas com base nas seguintes diretrizes: 
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à 
esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e 
municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; 
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação 
das políticas e no controle das ações em todos os níveis. 
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de 
apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, 
vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
42, de 19.12.2003) 
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, 
de 19.12.2003) 
II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou 
ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
 
 
 
1.2.3 Organização do Sistema de Previdência Social 
 
Compete à União (ente federal) organizar a previdência social sob a forma de 
regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, com a finalidade de oferecer prestações que 
acobertem os riscos sociais qualificados pela Constituição Federal de 1988 (CF/1988). 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
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O RGPS é um sistema previdenciário de repartição simples, que se baseia em um 
pacto intergeracional segundo o qual os segurados que estão em atividade custeiam os 
benefícios previdenciários dos segurados inativos, atuando dessa forma como 
mecanismode solidariedade social. Além disso, a previdência social pode ser 
considerada um mecanismo de bem-estar social que redistribui renda, reduz 
desigualdades sociais e diminui pobreza. 
Conforme estabelece o art. 201 da CF/1988, a Previdência Social atenderá, nos 
termos da lei: a) cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; b) 
proteção à maternidade, especialmente à gestante; c) proteção ao trabalhador em 
situação de desemprego involuntário; d) salário-família e auxílio-reclusão para os 
dependentes dos segurados de baixa renda; e e) pensão por morte do segurado, 
homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes. 
 
O RGPS é operacionalizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) - 
autarquia federal responsável pela concessão e manutenção dos benefícios 
previdenciários. 
 
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Após a CF/1988, a previdência social tornou-se a única modalidade de proteção 
social que exige contribuição dos segurados, como condição para ampará-los de futuros 
infortúnios sociais e de outras situações que merecem amparo (riscos sociais). 
A contribuição do segurado e os benefícios previdenciários de prestação 
continuada, exceto o salário-maternidade, estão limitados ao teto do salário de 
contribuição, inclusive quando o segurado exercer concomitantemente mais de uma 
Prestações 
previdenciárias do RGPS 
definidas no Art. 18 da 
Lei nº 8.213/1991 
Compete ao Instituto 
Nacional do Seguro 
Social (INSS), que é uma 
autarquia federal, 
conceder e manter essas 
prestações 
previdenciárias.
quanto ao 
segurado
aposentadoria por invalidez
aposentadoria por idade
aposentadoria por tempo de 
contribuição
aposentadoria especial
auxílio-doença
salário-família
salário-maternidade
auxílio-acidente
quanto ao 
dependente
pensão por morte
auxílio-reclusão
quanto ao 
segurado e 
dependente
serviço social
reabilitação profissional
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atividade remunerada sujeita ao RGPS. A base de cálculo da contribuição será o total 
das remunerações, mas limitada ao teto do salário-de-contribuição, conforme tabela 
divulgada periodicamente pelo Ministério da Previdência Social. 
É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de 
aposentadoria aos beneficiários do RGPS, ressalvados os casos de atividades 
exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade 
física e quando se tratar de segurados portadores de necessidades especiais, nos 
termos definidos em lei complementar (§ 1º do Art. 201 da CF/1988). Significa dizer que a 
Constituição somente admite aposentadoria especial nessas hipóteses. Não se esqueça que o 
professor do ensino infantil, fundamental e médio tem um tratamento diferenciado na 
aposentadoria por tempo de contribuição, vez que a Constituição assegura esse benefício com 
uma redução de cinco anos no tempo de contribuição. 
A Constituição Federal de 1988, na Seção da Previdência Social, estabelece 
princípios e diretrizes. 
 
CONSTITUICÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
Seção III 
DA PREVIDENCIA SOCIAL 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter 
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e 
atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) 
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa 
renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e 
dependentes, observado o disposto no § 2º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, 
de 1998) 
§ 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de 
aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
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atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e 
quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei 
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
§ 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho 
do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão 
devidamente atualizados, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) 
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter 
permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado 
facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos 
proventos do mês de dezembro de cada ano. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, 
de 1998) 
§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, 
obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se 
mulher; (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, 
reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que 
exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o 
garimpeiro e o pescador artesanal. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco 
anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de 
magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998)§ 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de 
contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os 
diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios 
estabelecidos em lei. (Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida 
concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. (Incluído dada 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário 
para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão em benefícios, nos casos 
e na forma da lei.(Incluído dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art201
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§ 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a 
trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao 
trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa 
renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
§ 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá 
alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de 
previdência social. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005 
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma 
autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na 
constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei 
complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 1° A lei complementar de que trata este artigo assegurará ao participante de planos de 
benefícios de entidades de previdência privada o pleno acesso às informações relativas à gestão 
de seus respectivos planos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 2° As contribuições do empregador, os benefícios e as condições contratuais previstas 
nos estatutos, regulamentos e planos de benefícios das entidades de previdência privada não 
integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como, à exceção dos benefícios 
concedidos, não integram a remuneração dos participantes, nos termos da lei. (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de 
economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na 
qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 4º Lei complementar disciplinará a relação entre a União, Estados, Distrito Federal ou 
Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas 
controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de entidades fechadas de 
previdência privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdência privada. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 5º A lei complementar de que trata o parágrafo anterior aplicar-se-á, no que couber, às 
empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos, 
quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdência privada. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 6º A lei complementar a que se refere o § 4° deste artigo estabelecerá os requisitos para 
a designação dos membros das diretorias das entidades fechadas de previdência privada e 
disciplinará a inserção dos participantes nos colegiados e instâncias de decisão em que seus 
interesses sejam objeto de discussão e deliberação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, 
de 1998) 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art202
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1.3 Princípios constitucionais 
 
1.3.1 Princípios da seguridade social 
A Constituição Federal estabelece diversos princípios que norteiam o Sistema da 
Seguridade Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS DA SEGURIDADE SOCIAL 
a) Universalidade da cobertura e do atendimento; 
b) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços 
às populações urbanas e rurais; 
c) Seletividade e distributividade na prestação dos 
benefícios e serviços; 
d) Irredutibilidade do valor dos benefícios; 
e) Equidade na forma de participação no custeio; 
f) Diversidade da base de financiamento; 
g) Caráter democrático e descentralizado da 
administração, mediante gestão quadripartite; 
h) Precedência da Fonte de Custeio; 
i) Orçamento Diferenciado; 
j) Solidariedade;Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 22 
 
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a) Universalidade da cobertura e do atendimento 
O princípio da universalidade da cobertura e do atendimento, previsto no inciso I 
do Art. 194 da Constituição Federal, é dividido em dois subprincípios: o da cobertura e o 
do atendimento. O primeiro está relacionado à cobertura ampla dos infortúnios sociais 
(dimensão objetiva); o segundo, significa oferecer atendimento a todos que se 
encontram em situações que necessitam da proteção social (dimensão subjetiva). Nesse 
sentido, Fábio Ibrahim (2009, p. 67) ensina que “eles possuem dimensões objetiva e 
subjetiva, sendo a objetiva voltada a alcançar todos os riscos sociais (por exemplo, 
morte, velhice) que possam gerar o estado de necessidade (universalidade de 
cobertura), enquanto a subjetiva busca tutelar toda a pessoa pertencente ao sistema 
protetivo (universalidade de atendimento)”. 
A universalidade da cobertura e do atendimento é considerada a base estrutural 
por derivarem dela outros princípios da Seguridade Social. É um princípio correlacionado 
com o da igualdade social, que estabelece que qualquer pessoa pode participar da 
proteção social patrocinada pelo Estado (saúde e assistência social). A finalidade é fazer 
com que todas as situações que demandem intervenção estatal na área da saúde, 
previdência e assistência social sejam atendidas. Porém, quanto à previdência social, 
por ser regime contributivo, é, em princípio, restrito aos que exercem atividade 
remunerada. Mas, para atender ao mandamento constitucional, foi criada a figura do 
segurado facultativo. 
 
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 23 
 
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b) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas 
e rurais 
Antes da CF/1988, a legislação da seguridade social discriminava negativamente 
as populações rurais, visto que não assegurava aos cidadãos da zona rural os mesmos 
direitos garantidos às pessoas que viviam nas cidades. Contudo, com a promulgação da 
nova Carta Magna, foi garantida a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços 
das populações urbanas e rurais. 
 
 
c) Seletividade e Distributividade na Prestação dos Benefícios e Serviços 
O princípio da seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e 
serviços está relacionado à seleção dos infortúnios sociais mais relevantes e a 
respectiva distribuição a quem dele mais necessitar. Esse princípio vem expresso no 
inciso III do parágrafo único do artigo 194 da CF/1988. 
 
 
Algumas prestações serão extensíveis somente a algumas parcelas da 
população, como, por exemplo, salário-família (seletividade) e os benefícios e serviços 
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 24 
 
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devem buscar a otimização da distribuição de renda no país, favorecendo as pessoas e 
regiões mais pobres (distributividade). A seletividade concede no deferimento do 
benefício ou serviço em razão de sua essencialidade, por exemplo, o salário-família, 
que somente é pago ao trabalhador de baixa renda, ou o auxílio-reclusão, que é 
pago aos dependentes do seguro de baixo poder econômico, sendo que a 
distributividade, que opera no plano interpessoal e inter-regional, sendo que o primeiro 
estará vinculado à solidariedade do sistema, onde a contribuição visa a manutenção 
do sistema protetivo, e no plano inter-regional determina que as regiões mais pobres do 
país deverão receber mais recursos que as mais ricas. 
 
d) Irredutibilidade do valor dos benefícios 
O princípio da irredutibilidade dos benefícios significa que os mesmos não podem 
sofrer redução de valor nominal e nem real, e está tipificado no inciso IV do parágrafo 
único do artigo 194 c/c o §4º do Art. 201 da CF/1988. 
 
O artigo 201, §4º da Constituição Federal assegura o reajustamento dos 
benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios 
definidos em lei. Diz respeito à correção do benefício, o qual deve ter seu valor 
atualizado de acordo com a inflação do período. A atualização é feita com base em 
índice fixado por lei, vale dizer, o INPC/IBGE (art. 41-A da Lei 8.213/91), não podendo 
haver vinculação de reajuste com base no salário mínimo, por força do artigo 7º, inciso 
IV1 da Constituição Federal, salvo a exceção prevista no artigo 58 da ADCT: 
Art. 58 - Os benefícios de prestação continuada, mantidos pela 
previdência social na data da promulgação da Constituição, terão seus 
 
1 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: 
V - salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família 
com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que 
lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim; 
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 25 
 
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valores revistos, a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo, 
expresso em número de salários mínimos, que tinham na data de 
sua concessão, obedecendo-se a esse critério de atualização até a 
implantação do plano de custeio e benefícios referidos no artigo seguinte. 
 
Nesse sentido é a Súmula 687 do Supremo Tribunal Federal: 
 
Revisão de Benefícios Previdenciários - Restabelecimento do Poder 
Aquisitivo – Anterioridade. A revisão de que trata o art. 58 do ADCT 
não se aplica aos benefícios previdenciários concedidos após a 
promulgação da Constituição de 1988. 
 
Ademais, determina este princípio, dentro de uma visão estrita, uma prestação 
negativa do Estado de abster-se de reduzir o benéfico concedido, em uma visão ampla 
seria uma previsão de que o Estado deva corrigir os valores dos benefícios. Apesar da 
previdência social possuir este princípio, existem benefícios com valor inferior ao 
mínimo (ex. salário-família e o auxílio-acidente), pois estes benefícios não 
substituem o rendimento do trabalho. 
 
e) Equidade na forma de participação no custeio 
O princípio da equidade na forma de participação no custeio tem como objetivo 
verter recursos para a seguridade social, mas de acordo com a capacidade contributiva 
de cada um. É a ideia de repartir equitativamente a participação no custeio da 
seguridade social de forma justa. O referido princípio está expresso no inciso V do 
parágrafo único do artigo 194 c/c o § 9º do Art. 195 da CF/1988. 
 
 
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 26 
 
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O princípio da equidade na forma de participação no custeio impõe que o Estado 
crie a contribuição de acordo com as possibilidades de cada um dos contribuintes, 
empresa e trabalhador. Não implica a aplicação pura e simples da capacidade 
contributiva, como nos impostos, mas alguma razoabilidade na taxação. Traduz a ideia 
de cobrar alíquotas e valores mais elevados daqueles que tem maior fonte de 
rendimentos. 
 
f) Diversidade da base de financiamento 
A Constituição Federal estatui a diversidade da base de financiamento, conforme 
disposição contida no inciso VI do parágrafo único do artigo 194 c/c o caput do Art. 195 
da CF/1988. O financiamento da Seguridade Social deve ser o mais amplo e 
diversificado possível, não podendo ficar restrito às contribuições dos trabalhadores e 
empregadores. 
 
 
 
g) Caráter democráticoe descentralizado da administração, mediante gestão 
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos 
aposentados e do governo nos órgãos colegiados 
 
O princípio do caráter democrático e descentralizado da administração vem 
assegurado no inciso VII do parágrafo único do artigo 194 da CF/1988 e tem como 
objetivo dar oportunidade à sociedade para participar diretamente das decisões sobre a 
realização das políticas de seguridade social. 
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 27 
 
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A participação da sociedade no processo de organização e gerenciamento da 
seguridade Social ocorre mediante gestão quadripartite, com participação dos 
TRABALHADORES, EMPREGADORES, APOSENTADOS E DO GOVERNO. 
 
 
Isto funciona nos órgãos colegiados da seguridade, como o conselho nacional de 
previdência social, o conselho de recursos da previdência social etc. 
 
 
Os membros do CNPS serão nomeados pelo Presidente da República e terão 
mandatos de dois anos (representantes da sociedade civil), admitida uma recondução. 
Esse Conselho se reúne uma vez por mês, por convocação de seu presidente. Poderá 
haver convocação para reunião extraordinária por seu presidente ou por requerimento 
de um terço de seus membros. 
Também foi criado um Conselho da Previdência Social junto às Gerências 
Executivas do INSS, sendo esta composta por dez membros, sendo quatro do Governo 
CONSELHO 
NACIONAL DA 
PREVIDÊNCIA 
(CNPS)
GOVERNO 
FEDERAL
6 MEMBROS
APOSENTADOS E 
PENSIONISTAS
3 MEMBROS
TRABALHADORES 
ATIVOS
3 MEMBROS
EMPREGADORES
3 MEMBROS
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 28 
 
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Federal e seis da sociedade civil (dois empregados, dois empregadores e dois 
aposentados e pensionistas) 
Também existem os conselhos da Assistência Social e da Saúde, com 
representação dos diversos setores da sociedade. 
 
h) Precedência da Fonte de Custeio 
 Somente é possível a criação ou a ampliação de um benefício ou serviço se 
houver previsão de fonte de recursos que financiará a nova prestação. Nesse sentido, 
dispõe o Art. 195, § 5°, CF/1988: “Nenhum benefício ou serviço da Seguridade Social 
poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”. 
 
i) Orçamento Diferenciado (Art. 165, § 5º da CF/88). 
A Constituição Federal estabelece que a lei orçamentária anual compreenderá, 
além dos orçamentos fiscal da União e dos investimentos das empresas estatais, um 
orçamento exclusivo da Seguridade Social. 
 
j) Princípio da solidariedade 
A solidariedade é um princípio que vem de forma indireta no dispositivo 
constitucional, Art. 195, Caput: “A seguridade social será financiada por toda a 
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes 
dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das 
seguintes contribuições sociais [...]”. 
Na verdade, o princípio da solidariedade impede adoção de um sistema de 
capitalização pura na previdência social, pois o mais afortunado deve contribuir com 
mais, tendo em vista a escassez de recursos e contribuições de outros. É este princípio 
que permite uma pessoa ser aposentada por invalidez em seu primeiro dia de trabalho, 
sem ter qualquer contribuição recolhida para o sistema (art. 3°, I, CF/88). Segundo a 
lição de Wladimir Novaes Martinez (p. 121): 
Solidariedade quer dizer cooperação da maioria em favor da minoria, em 
certos casos, da totalidade em direção à individualidade. (...) 
Financeiramente, o valor não utilizado por uns é canalizado por outros. 
Significa a cotização de certas pessoas, com capacidade contributiva, em 
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 29 
 
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favor dos despossuídos. Socialmente considerada, é ajuda 
marcadamente anônima, traduzindo mútuo auxilio, mesmo obrigatório, 
dos indivíduos. 
 
A Seguridade Social é essencialmente solidária, na medida em que protege as 
pessoas em momento de dificuldades, impossibilitadas de trabalhar, oferecendo 
tratamento de saúde ou doando alimentos, em caso de risco alimentar. 
O princípio da solidariedade é um dos fundamentos para a compreensão do 
regime financeiro adotado pela Previdência Social brasileira, representando de maneira 
evidente pelo pacto entre as gerações presentes e futuras. 
 
 A Constituição Federal estabelece diversos princípios que norteiam o Sistema da 
Seguridade Social, principalmente nos artigos 194 e 195. 
CONSTITUICÃO DA REPUBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
 
Seção II 
DOS ORÇAMENTOS 
Art. 165. [...] 
§ 5º A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da 
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, 
detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela 
vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações 
instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
[...] 
Art. 167. São vedados: 
[...] 
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos 
fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, 
fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 30 
 
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 [...] 
TÍTULO VIII 
Da Ordem Social 
CAPÍTULO I 
DISPOSIÇÃO GERAL 
Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o 
bem-estar e a justiça sociais. 
CAPÍTULO II 
DA SEGURIDADE SOCIAL 
Seção I 
DISPOSIÇÕES GERAIS 
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos 
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à 
previdência e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a 
seguridade social, com base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e 
rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - eqüidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão 
quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e 
do Governo nos órgãos colegiados. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 
1998) 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e 
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes 
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer 
título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art194pvii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art194pvii
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 31 
 
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c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo 
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social 
de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele 
equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à 
seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. 
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada 
pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as 
metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a 
gestão de seus recursos. 
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido 
em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios. 
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da 
seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
§ 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado 
ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após 
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não 
se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
§ 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de 
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem 
como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, 
sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de 
uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos 
termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter 
alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização 
intensiva de mão-deobra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de 
trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde 
e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos 
Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195§8
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc47.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195§8
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195§8
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 32 
 
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§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam 
os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei 
complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições 
incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou 
parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o 
faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
 
1.3.2 Princípios específicos da previdência social 
Além dos princípios norteadores de toda a Seguridade Social, destacam-se, 
também, outros princípios constitucionais exclusivos da Previdência Social, conforme 
abaixo: 
 
Princípios 
específicos 
da 
previdência 
social
Princípio da filiação obrigatória
(Caput do art.201da CF/1988)
Princípio do caráter contributivo
(Caput do art.201 c/c art. 40 da CF/1988)
Princípio do equilíbrio financeiro e atuarial
(Caput do art.201c/c art. 40 da CF/1988)
Garantia do benefício mínimo
(§ 2º do art. 201 da CF/1988; inciso VI do art. 2º da Lei n. 
8.213/91)
Correção monetária dos salários de contribuição
(§ 17º do art.40 c/c § 2º do art.201 da CF/1988)
Preservação do valor real dos benefícios
(§ 4º do art. 201 da CF/1988; art. 41-A da Lei n. 8.213/91) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art195§8
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 33 
 
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1.4 Regimes previdenciários 
 
O Brasil adota, em síntese, dois modelos de previdência social: a) modelo de 
repartição simples, de caráter obrigatório e contributivo, fundamentado no princípio da 
solidariedade; e b) modelo de capitalização, considerado como um regime 
complementar, de caráter facultativo. 
O Regime geral de previdência social (RGPS) é de natureza pública, filiação 
obrigatória, repartição simples, benefício definido, caráter contributivo e solidário, 
mediante contribuição do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada, bem 
como do trabalhador e dos demais segurados da previdência social. A Constituição 
brasileira veda a incidência de contribuição sobre aposentadorias e pensões concedidas 
pelo RGPS. 
É importante observar que há a possibilidade de um trabalhador se vincular a 
mais de um regime obrigatório de previdência social (RGPS e RPPS, por exemplo), 
desde que não seja na condição de segurado facultativo (§ 5º do art. 201 da CF/1988). 
Com efeito, o RGPS é considerado a regra geral para todos os trabalhadores, exceto 
aqueles acobertados por algum regime próprio. 
Qualquer pessoa que exerça um trabalho remunerado tem o dever de contribuir 
para a previdência, na condição de segurado obrigatório do RGPS, exceto se a atividade 
for acobertada por algum regime próprio de previdência social. Consequentemente, a lei 
assegura benefícios e prestação de serviços que acobertem os riscos sociais 
decorrentes de infortúnios e de outros eventos qualificados pela Constituição. 
O regime próprio de previdência social (RPPS) éde natureza pública, filiação 
obrigatória, repartição simples, benefício definido, caráter contributivo e solidário, 
mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos 
pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. 
Cada ente da federação tem competência para, mediante lei, criar seu próprio 
instituto de previdência, com a finalidade de atender exclusivamente os servidores 
titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
incluídas suas autarquias e fundações. 
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, a partir do momento em 
que instituir o regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores 
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 34 
 
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titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a 
serem concedidas pelo regime próprio de previdência social, o limite máximo 
estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social (teto 
estabelecidos para os benefícios concedidos pelo INSS), conforme dispõe o § 14 do art. 
40 da CF/1988. 
O regime de previdência complementar destinado aos servidores públicos tem 
como finalidade oferecer aos respectivos participantes planos de benefícios somente na 
modalidade de contribuição definida. Trata-se de um regime previdenciário de caráter 
facultativo e deve ser organizado por intermédio de entidades fechadas de previdência 
complementar, de natureza pública, instituído por lei de iniciativa do Poder Executivo de 
cada ente federativo. 
O regime de previdência complementar fechado, destinado a membros ou 
colaboradores de uma empresa ou entidade, é de caráter facultativo e deve ser 
organizado por meio de entidades fechadas de previdência privada, de forma autônoma 
em relação ao regime geral de previdência social, baseado na criação de reservas que 
garantam o benefício contratado. 
O regime de previdência complementar aberto, de caráter facultativo e natureza 
privada, permite a participação de qualquer pessoa, mediante aquisição de um plano de 
capitalização vendido por uma instituição financeira. 
 
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 35 
 
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1.5 Origem e evolução legislativa da Seguridade Social 
 
1.5.1 Breve Histórico mundial 
A primeira norma de proteção social foi editada na Inglaterra, no ano de 1601, que 
assegurava auxilio e socorros públicos aos mais necessitados (assistência social), e 
ficou conhecida como Lei dos Pobres. 
A primeira lei de natureza previdenciária foi edita ainda na Alemanha, por Otto 
Von Bismarck, no ano de 1883, com a instituição do seguro doença. Em 1884, esse 
mesmo país criou a cobertura compulsória para os acidentes de trabalho. 
Posteriormente, os alemães criaram o seguro de invalidez e velhice, e o Estado passou 
a se responsabilizar pela organização e administração de um sistema previdenciário que 
ficou conhecido como Bismarckiano. 
A primeira Constituição no mundo a prever leis de natureza previdenciárias foi a 
do México, em 1917, seguida pela Constituição Alemã de Weimar. 
 
1.5.2 Origem e evolução legislativa da Seguridade Social no Brasil 
As primeiras ações de seguridade social que se têm notícia no Brasil, foram as 
realizadas pela Santa Casa de Misericórdia, na cidade de Santos. 
No Brasil, a ideia de seguridade social iniciou-se com os “socorros públicos”, 
prevista na Constituição de 1824 (primeira previsão constitucional de atos securitários). 
No âmbito previdenciário, primeiramente surgiu o Montepio Geral dos Servidores 
do Estado (Mongeral), instituído em 1853, de caráter privado. Posteriormente, a 
Constituição brasileira de 1891 estabeleceu expressamente a aposentadoria por 
invalidez aos funcionários a serviço da nação. 
 A primeira Constituição a trazer a expressão “aposentadoria” foi a de 1891, que 
instituiu a aposentadoria para os funcionários públicos em caso de invalidez, custeada 
integralmente pelo Estado. 
Decreto Legislativo nº 3.274, de 1919, que regulava as relações decorrentes de 
acidente do trabalho, para muitos, seria o marco inicial da previdência social no Brasil. 
Vale ressaltar que, segundo Carlos Alberto Pereira de Castro2, já existia legislação 
 
2 Manual de Direito Previdenciário. Editora Conceito. 12ª Edição. 2010. Pág. 69. 
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 36 
 
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previdenciária no Brasil, como o decreto 9.284/1911, que instituiu a Caixa de 
Aposentadoria e Pensões dos Operários da Casa da Moeda do Brasil. 
Na verdade, a previdência social brasileira foi implantada com a Lei Eloy Chaves, 
estabelecida pelo Decreto Legislativo 4.682/1923, que criou as chamadas Caixas de 
Aposentadoria e Pensões para os empregados das empresas ferroviárias, contemplando 
os benefícios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria ordinária (atualmente 
chamada de aposentadoria por tempo de contribuição), pensão por morte, bem como o 
benefício de assistência médica, todos eles custeadas por contribuições do Estado, dos 
empregadores e dos trabalhadores. Os beneficiários eram os empregados e diaristas 
que executavam serviços de caráter permanente nas empresas de estrada de ferro 
existentes no País. Os regimes das CAPs eram organizados por empresa. Na década de 
20, do século passado, as CAPs ganharam popularidade e proliferaram-se, chegando ao 
número de 183 (cento e oitenta e três). A primeira empresa a criar uma caixa de 
aposentadoria e pensões foi a Great Western do Brasil. Embora não tenha sido a 
primeira norma jurídica brasileira sobre matéria previdenciária, o dia 24/01/1923 - data 
de publicação da Lei Eloy Chaves - ainda hoje é comemorada pelo INSS como a data 
de aniversário da Previdência Social brasileira. 
O sistema de Caixas de Aposentadoria e Pensões (CAP) foi ampliado, na 
década de vinte, para abranger empresas de outros ramos de atividades, tais como as 
empresas dos serviços telegráficos, dos portuários, de mineração etc. Nessa 
sistemática, cada empresa criava e organizava sua própria Caixa de Aposentadoria e 
Pensões. 
Posteriormente, nos anos de 1930, as cento e oitenta e três CAP’s existentes à 
época foram reunidas nos Institutos de Aposentadoria e Pensão (IAP), organizados 
pelo Estado, como autarquias federais, por categoria profissional, surgindo, assim, uma 
previdência social de abrangência nacional, com ampliação do quantitativo de 
segurados. Apenas para ilustrar, pode-se citar o Instituto de Aposentadoria e Pensão 
dos Marítimos - IAPM (ano de 1933), o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos 
comerciários - IAPC (ano de 1934), o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos bancários 
- IAPB (ano de 1934). 
A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer, em texto constitucional, a 
forma tripartite de custeio, determinado a “instituição de previdência, mediante 
 Direito Previdenciário – Célio Cruz e Marcos Elesbão 37 
 
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contribuição igual da União, do empregador e do empregado, a favor da velhice, da 
invalidez, da maternidade e nos casos de acidentes de trabalho ou de morte”. 
A Constituição de 1937 teve por particularidade a utilização da expressão “seguro 
social”. 
A Constituição brasileira de 1946 utilizou, de forma inédita, a expressão 
“previdência social”, e instituiu o mecanismo de “contrapartida”, como forma de manter o 
equilíbrio entre receita e despesas dentro do Sistema da Seguridade Social, bem como

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