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Aula 11

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Aula 11 - O processo de extinção do 
trabalho escravo no Brasil: a resistência de 
africanos e afrodescendentes
e-Tec Brasil65
Aula 11 - O processo de extinção do trabalho escravo no Brasil: a resistência de 
africanos e afrodescendentes
Nessa aula você vai saber sobre as diferentes formas de reação do 
africano contra sua escravização, sobre os quilombos e sobre as 
sublevações armadas dos escravos africanos a partir do século XVIII 
(ano 1701 a 1800). Ao final da aula você deverá saber os fatores 
que levaram o Brasil a decretar a abolição da escravidão e concluir 
que a campanha abolicionista teve caráter nacional e popular, uma 
vez que atingiu todas as regiões.
O processo de extinção do trabalho escravo negro no Brasil pode ser entendido 
sob dois aspectos diferentes: em primeiro lugar a partir da própria ação, 
rebeldia e resistência dos africanos e afrodescendentes ao trabalho escravo 
e às condições a eles impostas pelo sistema escravista; em segundo lugar o 
que explica também esse processo é a ação reformista da elite brasileira. Ao 
longo do período imperial existiram três grupos que debateram a questão do 
escravo: os emancipacionistas, defensores da extinção lenta e gradual da 
escravidão; os chamados abolicionistas, que defendiam a libertação total e 
imediata dos negros escravizados e os escravistas, que eram os defensores 
do sistema existente, queriam que os proprietários fossem indenizados no 
caso da abolição dos escravos.
Esta charge representa a disputa entre intelectuais e senhores de engenho 
pelo futuro dos negros 
Figura 11.1: Charge do tempo da abolição.
A. Agostini/ Revista IEB - São Paulo
Fonte: www.unicamp.br/
Será que os escravos participaram das lutas por liberdade?
De que forma? Como eles conseguiam agir, sendo escravos?
Históriae-Tec Brasil 66
Para os escravos brasileiros existiam vários caminhos que levavam à liberdade 
tão cobiçada: a fuga, a morte, os dispositivos legais próprios do século XIX 
(ano 1801 a 1900) e a alforria. 
Os escravos tiveram participação ativa no movimento abolicionista. Como 
reação e resistência ao sistema escravista alguns escravos preferiram o 
suicídio ao trabalho exaustivo. A maioria deles fugia para lugares distantes e 
também para os quilombos. 
Atenção!!!
Os quilombos eram comunidades formadas, em sua maioria, por negros 
escravos, além de índios e até brancos considerados fora-da-lei. O maior 
quilombo no Brasil foi Palmares. Segundo dados da época, Palmares era 
formado por 12 quilombos unidos por trilhas na mata. A população era de 
aproximadamente 20 mil habitantes e 6 mil casas. Palmares durou quase um 
século. Zumbi foi um dos líderes dos negros. Palmares foi atacado 25 vezes e 
em 1692, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi contratado para 
atacar o quilombo. Palmares foi destruído em 1694. Em 25 de novembro 
de 1695 Zumbi foi morto e sua cabeça ficou exposta em praça central de 
Recife até se decompor por completo. A lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 
2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que se 
comemora o Dia Nacional da Consciência Negra. 
13 de maio de 1888: crioulo ou africano, negro de pele de ébano ou 
mulato de pele de branco, nem um só escravo deixou de cantar e dançar 
ao anúncio da boa nova. Sem dúvida, o crioulo nascido no Brasil, criado 
na língua portuguesa, somente conhece a vida do homem livre o que 
lhe é contado pelos cativos trazidos da África como escravos, ou que lhe 
é mostrado pelos libertos. Quanto ao africano, este julga reencontrar o 
paraíso perdido. Para todos eles 13 de maio de 1888 foi dia feriado, tanto 
para o mais rebelde quanto para o mais assimilado. Apesar dos rigores do 
sistema, os escravos tinham cumprido a sua missão, uma grande missão. 
Haviam criado riquezas, vendendo seus produtos. Quem dá seu suor, sua 
força, sua vida, sua amizade, sua ternura, sente-se ligado à obra acabada. 
Sobretudo, quando ela foi moldada na lealdade, na dignidade, na altivez e 
no espírito inventivo, como ocorreu geralmente. E poucos foram, finalmente, 
os escravos que conseguiram comprar por si mesmos a liberdade: nessa 
perspectiva, a “lei-áurea” surgiu como arquétipo de milhares de cartas de 
alforria até então outorgadas, essas cartas depreciadas, que impunham 
tantas restrições, tantas condições à libertação, que mais pareciam atos de 
chantagem à liberdade do que verdadeiros instrumentos de emancipação. 
e-Tec Brasil67
A liberdade total e incondicional, oferecida de graça a 13 de maio de 1888, 
parece querer inaugurar uma nova era.
MATTOSO, K. de Q. Ser escravo no Brasil. 3 ed. São Paulo: Brasiliense, 1990, pp. 238-239.
Atividades de aprendizagem
1. Quais são as heranças deixadas pelo sistema escravista no Brasil? É pos-
sível identificar na sociedade brasileira atual algumas permanências da 
época da escravidão?
2. Você tem conhecimento se a Assembleia Legislativa de seu estado apro-
vou alguma lei que tenha instituído o Dia Nacional da Consciência Negra 
como feriado? Como essa data é comemorada nas escolas ou em outras 
instituições? Existem iniciativas de grupos que promovem algum evento 
ou festividade em comemoração a essa data? Na sua cidade, existem 
monumentos ou praças que tenham sido construídos em homenagem à 
cultura negra, africana ou dos afrodescendentes?
3. A política de cotas raciais colocadas em prática pelo governo nos últimos 
anos tem contribuído de alguma forma com a valorização do negro na 
sociedade brasileira? Ela tem conseguido criar novas oportunidades de 
vida e de trabalho aos afrodescendentes?
4. Observe com atenção as duas imagens a seguir e depois comente o que 
cada uma delas representa. Elas fazem referência a quais fatos históricos?
Os Troncos, Bacalháos e outros instrumentos da tortura alimentam as 
fogueiras em redor dos quais os novos cidadãos entregam-se ao mais 
delirante batuque.
Figura 11.2: Escravos
Fonte: AGOSTINI. Revista Ilustrada, ano 13, nº 499, 2/6/1888 (BN) LEMOS, 2001.
Aula 11 - O processo de extinção do trabalho escravo no Brasil: a resistência de 
africanos e afrodescendentes
Estatuto da Igualdade Racial - O projeto, que tramitou por sete anos no 
Congresso, foi enviado imediatamente à sanção do presidente da República. 
(José Cruz/Abr)
Para saber mais sobre esse tema, 
consulte o site http://www.pal-
mares.gov.br.
E ainda, assista ao documentário 
Preto no Branco - negros em 
Curitiba. 
Sinopse: O documentário foi re-
alizado pelo núcleo de pesquisa 
e produção do Projeto Olho 
Vivo, com coordenação de Lu-
ciano Coelho e Marcelo Munhoz, 
2004.
O documentário mostra como vi-
vem os negros que moram numa 
capital que se diz europeia.
Havendo dificuldade de conseguir 
o documentário -Preto no Branco 
- negros em Curitiba -, você pode 
acessar o site YouTube e assistir 
trechos desse documentário.
htt p : / /ww w.y out ub e. com/
watch?v=wYZLQqp6D8k
E para saber mais sobre o Projeto 
Olho Vivo consulte o site:
http://olhovivo.hdfree.com.br/
index.htm
Históriae-Tec Brasil 68
Figura 11.3: Senador da República e 
representantes do movimento negro e 
afrodescendentes.
Fonte: http://agenciabrasil.edc.com.br/
Resumo
Nesse capítulo você estudou:
Africanos e afrodescendentes atuaram diretamente no processo que 
levou a abolição da escravidão no Brasil.
Os escravos fizeram uso de diversas estratégias para reagir à ordem 
escravocrata.

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