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Trabalho Cultura do Moviemento

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6
A CULTURA DO MOVIMENTO DENTRO DAS ACADEMIAS DE GINÁSTICA
Cleiton Chaves¹
Janaína Moura¹
Marcos Furh¹
Marjorie Rocatelli¹
Silvia Trevisan²
RESUMO
A cultura de movimento é compreendida como critério organizador do conhecimento da Educação Física. Diante da relevância desse conceito para a área, buscamos ampliar as reflexões no que se refere às relações entre corpo, natureza e cultura dentro das academias de ginástica. Diante das análises realizadas, ressaltou-se que a cultura de movimento compreendida a partir do entrelaçamento entre corpo, natureza e cultura pode provocar os debates teóricos e as intervenções na Educação Física, ligando práticas, modos de ser, de fazer e de viver diferentes realidades sociais e históricas.
Palavras-chave: Cultura, movimento, educação física.
1. INTRODUÇÃO
A cultura de movimento, ao envolver a relação entre corpo, natureza e cultura, configura-se como um conhecimento que vai sendo construído e reconstruído ao longo de nossas vidas e da história. Um conhecimento marcado pela linguagem sensível, que emerge do corpo e é revelada no movimento que é gesto, abarcando os aspectos bioculturais, sociais e históricos, não se resumindo às manifestações de jogos, danças, esportes, ginásticas ou lutas, mas abrangendo as diversas maneiras como o ser humano faz uso do seu corpo, ou seja, como cria e vivencia as técnicas corporais. 
Na cultura de movimento dentro das academias de ginástica, as práticas corporais ganham cada vez mais visibilidade na sociedade contemporânea. Segundo Hansen e Vaz (2006), estes locais possuem seus próprios costumes e hierarquias, levando o corpo a alcançar "centralidade máxima". Para alguns autores, a academia torna-se local especializado para a "produção" desses almejados corpos (SASSATELLI, 1999), ou, na visão de Malysse (2002), uma "usina de corpos". No entanto, as academias atualmente transcendem os objetivos puramente estéticos, pois se constituem em centros de lazer e convivência (MARCELLINO, 2003), ou ainda, em espaços consagrados à prática de atividade física, para fins de melhora da aptidão física, saúde e qualidade de vida (LIZ et al., 2010).
Diante disto, este trabalho foi desenvolvido a partir de um estudo de caso em uma academia de ginástica no município de Concórdia/SC, objetivando analisar a cultura de movimento inserida neste meio.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo os PCN (BRASIL, 1997, p. 23), cultura é “um produto da sociedade, da coletividade à qual os indivíduos pertencem, ou seja, um conjunto de códigos simbólicos reconhecíveis pelo grupo”. E a relação com a educação física, segundo os PCN (BRASIL, 1997, p. 23): 
Assim, a área de Educação Física hoje contempla múltiplos conhecimentos produzidos e usufruídos pela sociedade a respeito do corpo e do movimento. Entre eles, se consideram fundamentais as atividades culturais de movimento com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções, e com possibilidades de promoção, recuperação e manutenção da saúde. Trata-se, então, de localizar em cada uma dessas manifestações (jogo, esporte, dança, ginástica e luta) seus benefícios fisiológicos e psicológicos e suas possibilidades de utilização como instrumentos de comunicação, expressão, lazer e cultura, e formular a partir daí as propostas para a Educação Física escolar.
O termo cultura do movimento tem sido divulgado na Educação Física brasileira a partir dos estudos do professor Elenor Kunz (1991), da Universidade Federal de Santa Catarina, quando ele retornou da Alemanha, onde realizou seus estudos de doutoramento. Este termo é compreendido como critério organizador do conhecimento da Educação Física escolar.
A proposta do professor Elenor Kunz (1991) ultrapassa a concepção de movimento humano reduzida a um fenômeno meramente físico, tido estritamente como um deslocamento do corpo no espaço, presente na visão de educação que o autor questiona. Ao considerar o ser humano que realiza o movimento, essa proposta passa a reconhecer as significações culturais e a intencionalidade do movimento humano. Para tanto, o autor problematiza a concepção mecanicista de corpo e de movimento, na qual o corpo está separado do mundo, buscando fundamentos na concepção fenomenológica de corpo e de movimento, ou seja, na ideia de que o ser humano é inseparável do mundo em que vive. Essa concepção do autor se fundamenta por meio do conceito de corpo-relacional proposto por Tamboer (KUNZ, 1991).
Uma primeira reflexão refere-se ao significado desse conceito a partir da palavra alemã Bewegungskultur, sendo definido como:
Um termo genérico para objetivações culturais, onde os movimentos dos seres humanos serão os mediadores do conteúdo simbólico e significante, que uma determinada sociedade ou comunidade criou. Pode ser encontrado de forma específica em quase todas as culturas: em danças, jogos de movimento, competições e teatro. A este conteúdo cultural correspondem comportamento de movimento específico da cultura com orientações dos sentidos determinados. Esse comportamento de movimento é geral, quer dizer não é ativado somente na atualização das formas culturais. Mesmo absorvendo movimentos de outras culturas, eles serão efetuados no esquema tradicional daquela cultura. Pode ser observado quando nós usamos formas de movimentos da cultura asiática (leste) ou como Eichberg (1976) descreve a forma de jogar futebol das pessoas da Indonésia, que é diferente da nossa. Neste comportamento é expresso ao mesmo tempo uma consciência (compreensão) corporal. É a base como as pessoas se relacionam com o seu meio, como pensam, agem, sentem e entendem. (DIETRICH, 1985, p. 279)
A cultura de movimento, ao envolver a relação entre corpo, natureza e cultura, configura-se como um conhecimento que vai sendo construído e reconstruído ao longo de nossas vidas e da história. Um conhecimento marcado pela linguagem sensível, que emerge do corpo e é revelada no movimento que é gesto, abarcando os aspectos bioculturais, sociais e históricos, não se resumindo às manifestações de jogos, danças, esportes, ginásticas ou lutas, mas abrangendo as diversas maneiras como o ser humano faz uso do ser corpo, ou seja, como cria e vivencia as técnicas corporais. Um conhecimento que permite a compreensão do mundo por meio do corpo em movimento no ambiente, cultura e história. A linguagem sensível é revelada pela movimentação do corpo no tempo e no espaço de cada indivíduo e da comunidade. Somos capazes de criar e recriar, e, ao mesmo tempo em que nos expressamos, conseguimos nos comunicar (MENDES e NÓBREGA, 2009).
3. MATERIAIS E MÉTODOS
A presente pesquisa é de natureza qualitativa, pois busca compreender e interpretar uma determinada realidade, envolvendo a descrição de dados relativos ao ambiente e aos sujeitos, com o intuito de identificar os significados ali presentes (CRESWELL, 2003).
O trabalho em questão foi desenvolvido a partir de observações no local, fotografias e materiais cedidos pela academia Evolution localizada no município de Concórdia, Santa Catarina, onde teve como foco visualizar a “cultura de movimento” inserida em diversas formas e diferentes alunos.
Nas últimas décadas a busca por exercícios físicos orientados tem aumentado consideravelmente nas academias e clubes. Por muito tempo, os frequentadores das academias de ginástica tinham como foco principal a estética de seus corpos, entretanto, atualmente a frequência em busca de saúde ou ainda mesmo pela socialização dentro das academias vem transformando a cultura de movimento dentro deste ambiente. 
Na FIGURA01, podemos observar a prática do exercício físico orientado executado por uma gestante, visando assim, um avanço de sua qualidade de vida e bem-estar.
FIGURA 01 – PRÁTICA ORIENTADE DE EXERCÍCIO FÍSICO VOLTADO A SAÚDE, BEM ESTAR EM PERÍODO GESTACIONAL.
FONTE: Autor, 2019 
Ao observarmos a FIGURA 02, percebemos que também existe uma busca pela saúde e bem-estar, porém abordando com maior ênfase a parte de integração social. 
FIGURA 02 – PRÁTICA ORIENTADE DE EXERCÍCIO FÍSICO VOLTADO A SAÚDE, BEMESTAR E INSERÇÃO SOCIAL.
FONTE: Autor, 2019.
Diante da FIGURA 03, observamos a prática da atividade física visando uma estética apropriada para o indivíduo. O exercício é executado para o molde e aperfeiçoamento do corpo, muitas vezes não visando outros aspectos como a saúde e integração social.
FIGURA 03 – PRÁTICA ORIENTADE DE EXERCÍCIO FÍSICO VOLTADO PARA A ESTÉTICA, “O CORPO BELO”
FONTE: Autor, 2019.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No presente trabalho observou-se que a cultura de movimento dentro das academias vem ganhando cada vez mais força. No inicio deste movimento, era notado a frequência em academia focado na modelação de corpos e músculos. Atualmente, o maior movimento dentro das academias é para a produção de saúde e aumento da qualidade de vida, estando os aspectos estéticos como consequências destes. Ainda temos nas academias o crescimento da prática em busca da socialização, trazendo para estes alunos mais confiança, autoestima e também maior qualidade de vida.
5. CONCLUSÃO
O estudo da Cultura de Movimento nas academias apresenta diversos pontos a serem observados, estudados e compreendidos em um amplo campo na área educacional.
Compreender a cultura de movimento a partir do entrelaçamento entre corpo, natureza e cultura também pode contribuir para que os alunos tenham acesso a manifestações culturais de outros contextos sociais, com possibilidades de se estabelecer reflexões sobre as diversidades culturais, sobre as aproximações e as diferenças com suas realidades e a possibilidade de trocas culturais, contribuindo com a comunicação entre os sujeitos de várias localidades do mundo.
A ponderação deste tema abre portas importantes para a observação das mais diversas formas possíveis de apresentação, muitas vezes pouco reparadas.
Indivíduos buscam os espaços das academias por diversos motivos particulares, estética, saúde e socialização, estando todos eles dependendo assim, da cultura de movimento que estão inseridos. Independentemente da motivação, a crescente busca pela atividade física orientada é evidente.
O profissional da área da Educação Física tem um papel de grande importância para estes indivíduos, que é de ajudar o mesmo no processo de evolução e aquisição de sua finalidade. Fazendo com que o indivíduo consiga aprimorar o seu “eu”, tanto em saúde, integração social e até mesmo visando sua estética.
.
REFERÊNCIAS
CRESWELL, J. W. Research design: qualitative, quantitative and mixed methods approaches. 2. ed. London: Sage, 2003.    
DIETRICH, K. Traditioneller sport – herausforderung der deutschen sportfoerdeung? SPORTWISSENSCHAFT. Tradução livre de Hannalice Gottschalck Cavalcanti a partir do texto original, v. 3, p. 277-293, 1985.
FREITAS, Diego Costa et al . As práticas corporais nas academias de ginástica: um olhar do professor sobre o corpo fluminense. Rev. Bras. Ciênc. Esporte,  Porto Alegre,  v. 33, n. 4, p. 959-974,  Dec.  2011. Acesso em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32892011000400011&lng=en&nrm=iso>. Accesso em  08  Dec.  2019.
KUNZ, E. Educação Física: ensino & mudanças. Ijuí: Unijuí, 1991.
MENDES, Maria Isabel Brandão de Souza. NÓBREGA, Terezinha Petrucia da. Cultura de movimento: reflexões a partir da relação entre corpo, natureza e cultura. UFRN, Natal, Rio Grande do Norte, 2009. 
1 Nome dos acadêmicos
2 Nome do Professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (BEF0308/4) – Prática do Módulo I - 09/12/19

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