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Mikaelle Teixeira Mendes – Med 33 Hipóxia citopática: a isquemia e a hipóxia tecidual (�da oferta de O2) e a consequente depleção dos estoques celulares de energia causam um desequilíbrio iônico com diminuição da atividade da bomba de Na/K- ATPase e uma perda de potássio intracelular, gerando acúmulo de agua e sódio intracelular, alterações mitocondriais e influxo de cálcio com ativação de proteases � morte celular (“explode”) Choque Hemorrágico problema 1 Parâmetros Valores FC (pulso) Adulto: 60-100 bpm Crianças: 80-120 bpm Bebes: 10-160 bpm PA S: 100-140 // D: 60-90 Adulto: 120/80mmHg FR Adulto: 12-20rpm Crianças: 20-30rpm Bebes: 30-60rpm Temperatura 36,8ºC-37,3ºC o Acidose metabólica: �HCO3 e �pH �BE (acidose) o Alcalose metabólica: �HCO3 e �pH �BE (básico/alcalose) Níveis críticos de acordo com o JB: o Temperatura: �32ºC (hipotermia) o pH: 7,18 (enzimas cardiovasculares sofrem) o Plaquetas 20-50mil Débito urinário padrão: o Adulto: 30-50 ml//h o Criança > 1 ano: 1 ml/kg/h o Criança < 1 ano: 2 ml/kg/h Fisiologia cardíaca básica: • Conceitos: o Débito cardíaco: volume de sangue bombeado pelo coração a cada minuto (DC = VS x FC) o Volume sistólico: quantidade de sangue bombeada a cada contração cardíaca, determinado por: ↪ Pré-carga: “volume de retorno venoso” / “pressão no VE ao final da diástole” (determinada pela capacitância e volemia) – relacionada a lei de Frank-Starling ↪ Pós-carga: “pressão no VE ao final da sístole” / “força que o VE precisa vencer” (influenciada pela RV sistêmica [VE] e RV pulmonar [VD]); inversamente proporcional ao VS ↪ Contratilidade: sofre influencia de efeito simpático, alterações metabólicas (Ca2+, K+) e efeitos inotrópicos o Resistência vascular: determinada pelo comprimento do vaso, viscosidade sanguínea e diâmetro do vaso/ tônus (é aqui que agem os vasopressores) o Frequência cardíaca: diretamente relacionada ao DC Sistema venoso Sistema arterial Baixa pressão Alta pressão Alta capacitância (reservatório) Reserva só 30% do sangue Pobre em oxigênio Rico em oxigênio Alta complacência Alta elastância Fisiopatologia da perda sanguínea: • Perda sanguínea associada à sinais do choque: o Taquicardia: quando ocorre um traumatismo, a resposta à perda aguda de volume circulante dá-se por meio de um aumento da frequência cardíaca na tentativa de preservar o débito cardíaco (geralmente é o sinal mais precoce) o Redução da pressão de pulso: liberação de catecolaminas endógenas �RVP, consequentemente a pressão diastólica aumenta e a de pulso reduz (P. pulso = PAS – PAD) � a queda da pressão sistêmica ocorre mais tardiamente o Liberação de histamina, bradicinina etc: efeito na microcirculação e �permeabilidade vascular / edema o Retorno venoso: inicialmente preservado, mas o mecanismo de compensação é limitado) ↪ Restabelecer o retorno venoso vai restaurar o DC e a perfusão a órgãos-chave (localizar e interromper sangramento + reposição volêmica) o Liberação de mediadores pró-inflamatórios (oxido nítrico sintetase e TNF) são liberados e levarão ao dano orgânico. o Nível celular: compensação inicial é a mudança para o metabolismo anaeróbico, que leva a formação de ácido lático e ao desenvolvimento de acidose metabólica; ǃ Os objetivos do tratamento do choque hemorrágico são o controle da hemorrágica e o restabelecimento do volume circulante adequado ↪ Administrar soluções eletrolíticas isotônicas e sangue ↪ No choque hemorrágico vasopressores são contraindicados • Reconhecimento do choque: taquicardia: (adulto: >100 // puberdade: >120 // criança: >140 // lactente: >160), frequência respiratória, perfusão cutânea e pressão de pulso Choque nao hemorragico: Choque cardiogênico: falência no mecanismo de bomba do coração, causando �pós-carga (geralmente FC normal e hipotensao) ↪ Causas: traumatismo fechado do coração, tamponamento cardíaco, embolia gasosa ou infarto associado ao trauma (raro) ↪ Todo doente com trauma fechado de tórax necessita de monitoração ECG contínua ↪ Auxílios: níveis de CK, FAST etc Gasometria pH 7,35-7,45 pCO2 35-45 mmHg pO2 80-100 mmHg SO2 96-98% BE -2 / +2 HCO3 22-26 mEq/l Triângulo da morte: � Coagulopatia � Acidose � Hipotermia JB gosta J Recordando: Choque: Etiologia do Choque: tipos e causas Mikaelle Teixeira Mendes – Med 33 • Tamponamento cardíaco: o Causas: ferimento penetrante no tórax (+comum) ou contusões torácicas o Sintomas: taquicardia, bulhas abafadas, veias do pescoço dilatadas e engurgitadas com hipotensão que não responde à reposição volêmica o Conduta: o melhor é toracotomia (pericardiocentese é uma manobra paliativa temporária) o Se diferencia no pneumotórax hipertensivo pela ausência de MV e pelo timpanismo à percussão no hemitórax afetado • Pneumotórax hipertensivo: emergência cirúrgica o Causa: forma-se um mecanismo valvular que permite a entrada de ar no espaço pleural, mas não a sua saída � a pressão intrapleural aumenta � colapso do pulmão e desvio do mediastino para o lado oposto (�retorno venoso e �DC) o Sintomas: insuficiência respiratória aguda, enfisema subcutâneo, ausência de MV, timpanismo à percussão e desvio de traqueia o Conduta: descompressão torácica (sem esperar raio-x) Choque neurogênico: ↪ lesões intracranianas isoladas não causam choque ↪ Causa: lesão medular cervical ou torácica alta ↪ Sintomas: hipotensão (por perda do tônus simpático � �RVP, efeito acentuado pela hipovolemia) sem taquicardia ou vasoconstrição cutânea (sem pulso fino) – inicialmente tratar como se tivessem hipovolêmicos Choque séptico: É raro no trauma, mas ocorre (paciente com contaminação por conteúdo intestinal que leva algumas horas para chegar ao hospital) ǃ A maioria dos estados de choque não hemorrágico responde parcial ou transitoriamente à reposição volêmica Choque hemorragico: 90% dos casos A hemorragia é a causa mais comum de choque após trauma. A maioria dos estados de choque não hemorrágico responde parcial ou transitoriamente à reposição volêmica. Portanto, se existem sinais de choque, o tratamento é iniciado como se o doente estivesse hipovolêmico. O objetivo é identificar prontamente e interromper rapidamente a hemorragia. ATLS 10ª edição: ATLS 9ª edição: Efeitos diretos da hemorragia: 10ª Ed � Hemorragia Classe I: condição do doador de 1 unidade de sangue � Hemorragia Classe II: hemorragia não complicada, mas na qual é necessária a reposição de cristaloides � Hemorragia Classe III: estado hemorrágico mais complicado, no qual é necessária a reposição de no mínimo cristalóides e, possivelmente, de sangue (dá tempo de fazer prova cruzada e tipagem sanguínea) � Hemorragia Classe IV: “regra dos 4” (+40%, FC > 140 e FR > 40) evento pré-terminal, no qual, a menos que medidas terapêuticas muito agressivas sejam adotadas, o doente morrerá dentro de minutos (entra logo com O-) • Focos potenciais de perda sanguínea: o Tórax: “esgarçamentos do diafragma” o Abdome: duodeno (LPD); pâncreas (amilase); genitourinarias (hematúria); intestino (sinal do cinto e fratura de Chance); fígado, baço e rim (laparotomia de urgência) o Pelve: pode perder até 3L – estabilizar anel pélvico (lençol); indicado laparotomia ou arteriografia (sng intraperitoneal) o Membros e ossos: 750ml úmero/tíbia e 1.500ml fêmur o Sangramentos externos: torniquete com ressalvas!! • Exames para localizar o foco: o RX de tórax e pelve o FAST (USG direcionada para o trauma) o Lavagem peritoneal diagnóstica e sondagem vesical Reposição volêmica: � A reposição volêmica, quando indicada, deve ser precoce (punção de 2 acessos venosos calibrosos e periféricos) Mikaelle Teixeira Mendes – Med 33 ↪ No ato da punção, deve ser colhida umaamostra de sangue para tipagem, dosagem de Hb e Ht (uteis para controle do quadro), amilase, beta-HCG e eventuais exames toxicológicos. ↪ Pode realizar flebotomias, mas a passagem de cateter venoso central não deve ser realizada no atendimento inicial (risco de punção iatrogênica com pneumotórax ou hematoma da carótida) � Para reposição volêmica usar soluções cristaloides isotônicas aquecidas (39ºC) ↪ Ringer lactato é a preferencial (composição mais semelhante ao plasma humano – mas ainda há risco de acidose hipercloremica em pcts com insuf renal) ↪ ATLS 10º Ed: reposição inicial de 1.000mL e +volumes a depender da resposta do paciente (debito urinário) - Adulto: 0,5mL/kg/h - Criança (0-3anos): 2mL/kg/h - Criança (3-5): 1mL/kg/h � “Hipotensão permissiva”: (restaurar perfusão vs �hemorragia) - em ferimentos penetrantes cm hemorragia, o retardo da reposição volêmica agressiva, ate que o controle definitivo do sangramento seja realizado, pode prevenir hemorragias maiores ↪ Manter PAS de 80mmHg ou pulso palpável até controlar ↪ Não realizar em traumas cranioencefálicos • Soro fisiológico: 0,9% o Vantagens: baixo risco de eventos adversos; baixo custo; indicada para pacientes com comprometimento da barreira hemato-encefálica (ex: TCE); osmolaridade parecida com sng o Desvantagens: risco de acidose metabólica hiperclorêmica; hipernatremia • Ringer Lactato: “aberto” o Vantagens � Composição balanceada de eletrólitos ↪ pH mais próximo ao do sangue e osmolaridade menor � Capacidade tampão � Baixo risco de eventos adversos e baixo custo � Sem distúrbios de coagulação � Efeito diurético: retêm maior quantidade de líquido (pode gerar edema) o Desvantagens � Amplas quantidades necessárias � Redução de pressão colóido-osmótica � Risco de super-hidratação � Edema e Hiponatremia � Precauções: hipercalcemia ǃ Ringer Lactato – precauções: choque e trauma � capacidade de metabolização do lactato pelos rins e fígado pode estar diminuída � piora da acidose ǃ Ácido tranexâmico ou ácido aminocaproico: são agentes homeostáticos, auxiliares no controle hemorrágico; o ideal é usar em nível pré-hospitalar ǃ Bicarbonato nesta etapa não é recomendado de rotina (usa-se quando o pH está em um nível crítico, abaixo de 7,1) Reposição de sangue: � Deve ser reposto na forma de concentrado de hemácias – o objetivo é aumentar a capacidade de transporte de O2 do volume intravascular � Transfusão: perda >30% do volume sanguíneo total (choque III) ↪ Hipocalcemia: comum após transfusões maciças (+10UI de serie vermelha nas 1ªs 24h ou 4UI na 1ª hora), pode causar alterações no estimulo elétrico cardíaco, convulsões e hipotensão; combater com gluconato de cálcio (30mg/kg) ou cloreto de cálcio (10mg/mL) � Estar atento a hipotermia e dosagem de tempo de protrombina (tromboelastograma seria o ideal) ǃ OBS: diuréticos causam depleção crônica de volume, e os betabloqueadores podem mascarar os sinais do choque ǃ OBS2: Temos aproximadamente 70 a 80 ml/kg de sangue (aproximadamente 7% do peso) – 5 litros .
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