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Conhecimento e Educação

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Volume 4
CONHECIMENTO
E EDUCAÇÃO
Janes Fidélis Tomelin
Kátia Solange Coelho
Bruno do Val Jorge
Fellipe de Assis Zaremba
Érica Gambarotto Jardim Bergamim
Mariane Helena Lopes
Lucas Henrique Xavier
Regiane Muciato Martins
Patricia Parra
Yony Brugnolo Alves
Cláudia Herrero Martins Menegassi 
Nelson Tenório
Rejane Sartori
Volume 4
CONHECIMENTO 
E EDUCAÇÃO
Janes Fidélis Tomelin
Kátia Solange Coelho
Bruno do Val Jorge
Fellipe de Assis Zaremba
Érica Gambarotto Jardim Bergamim
Mariane Helena Lopes
Lucas Henrique Xavier
Regiane Muciato Martins
Patricia Parra
Yony Brugnolo Alves
Cláudia Herrero Martins Menegassi 
Nelson Tenório
Rejane Sartori 
(Organizadores)
Organizadores
Janes Fidélis Tomelin
Kátia Solange Coelho
Bruno do Val Jorge
Fellipe de Assis Zaremba
Érica Gambarotto Jardim Bergamim
Mariane Helena Lopes
Lucas Henrique Xavier
Regiane Muciato Martins
Patricia Parra
Yony Brugnolo Alves
Cláudia Herrero Martins Menegassi 
Nelson Tenório
Rejane Sartori
Conselho Editorial 
Alessandra Daniela Buffon
Universidade Estadual de Maringá
Aline Alves De Oliveira
Universidade Estadual do Centro-
Oeste
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
José Aparecido Pereira
Pontifícia Universidade Católica do 
Paraná
Letícia Fleig Dal Forno
Centro Universitário de Maringá
Patrícia Nogueira Hübler
Instituto Federal de Educação, Ciência 
e Tecnologia do Rio Grande do Sul
 
Rita De Cássia Alves
Universidade Estadual de Londrina
Siderly Do Carmo Dahle De Almeida
Centro Universitário Internacional
Simone Cristina De Santana
Centro Universitário de Maringá
Thyago Bohrer Borges
Centro Universitário São Lucas de 
Ji-Paraná 
Capa 
Diogo Ribeiro Garcia
Diagramação
Juliana Duenha
Revisão textual 
Ariane Andrade Fabreti; Carla Cristina 
Farinha; Cindy Mayumi Okamoto Luca; 
Meyre Aparecida Barbosa da Silva.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a 
Distância; TOMELIN, Janes Fidélis; COELHO, Kátia Solange; JORGE, Bruno 
do Val; ZAREMBA, Fellipe de Assis; BERGAMIM, Érica Gambarotto Jardim; 
LOPES, Mariane Helena; XAVIER, Lucas Henrique; MARTINS, Regiane Muciato; 
PARRA, Patricia; ALVES, Yony Brugnolo; MENEGASSI, Cláudia Herrero Martins; 
TENÓRIO, Nelson; SARTORI, Rejane “Org”.
Conhecimento e Educação. Janes Fidélis Tomelin; Kátia Solange Coelho; Bruno do 
Val Jorge; Fellipe de Assis Zaremba; Érica Gambarotto Jardim Bergamim; Mariane 
Helena Lopes; Lucas Henrique Xavier; Regiane Muciato Martins; Patricia Parra; Yony 
Brugnolo Alves; Cláudia Herrero Martins Menegassi; Nelson Tenório; Rejane Sartori. 
(Org.). V. 4. Maringá-Pr.: Unicesumar, 2019.
316 p.
ISBN: 978-85-459-1973-5
Curso - EaD CDD 22ª Ed. 459
1. Gestão. 2. Educação. EaD. I.Título. NBR 12899 - AACR/2
Ficha catalográfica elaborada pelo Bibliotecário João Vivaldo de Souza – CRB-8 - 6828
A ampla disseminação e popularização das tecnologias 
tornou o acesso à informação ilimitado. Sendo assim, é necessário 
formar sujeitos que tenham a oportunidade de desenvolver 
competências e habilidades relacionadas com a reflexão e a 
criticidade para seleção dessas informações, possibilitando a 
construção do conhecimento significativo. Diante dessa realidade, 
a educação exerce papel fundamental, pois deve se configurar 
como uma impulsionadora de sujeitos capazes de desenvolver 
essas competências e habilidades, a fim de que as utilizem para 
praticar ações que possam provocar mudanças relevantes, de 
modo a devolver benefícios para a sociedade e contribuir com a 
sua transformação.
Tendo em vista esse papel fundamental da educação, 
este livro apresenta pesquisas atuais, reunindo um conjunto de 
capítulos cujo tema central é o conhecimento e a educação, os 
quais são apresentados sob diferentes perspectivas, tanto teóricas 
quanto práticas. 
O primeiro conjunto de capítulos deste volume discute 
temas relacionados com a educação a distância. O capítulo 1, por 
meio de uma pesquisa bibliográfica, descreve a relação entre as 
particularidades da EAD e os benefícios que a assertividade pode 
fornecer ao processo de comunicação entre tutores e alunos. O 
capítulo 2, por sua vez, apresenta as relevantes contribuições que a 
didática propicia para a formação metodológica dos professores e 
tutores que desenvolvem as suas funções no contexto da educação 
a distância. Já o capítulo 3 discorre sobre a utilização do software 
Second Life na EAD, destacando as suas contribuições para o 
PREFÁCIO
desenvolvimento de práticas pedagógicas inovadoras associadas 
ao estudo dos conteúdos de forma mais interativa e sincronizada. 
O capítulo 4 apresenta e discute os resultados de uma pesquisa 
realizada com egressos da graduação EAD da Unicesumar, na 
qual foram verificadas as concepções acerca da contribuição da 
graduação EAD para a inserção no mercado de trabalho. Por fim, 
o capítulo 5 deste conjunto traz uma interessante proposta para a 
implantação da modalidade de educação a distância no sistema 
carcerário brasileiro.
Já o segundo conjunto de capítulos trata sobre temáticas 
relacionadas ao processo de ensino e aprendizagem de matemática. 
Nessa perspectiva, o capítulo 6 expõe uma pesquisa bibliográfica 
que discorre sobre o uso de novas tecnologias no ensino da 
matemática, ressaltando as contribuições do uso do computador 
e dos softwares educativos em sala de aula. Na sequência, o 
capítulo 7 apresenta um estudo que propõe a utilização de jogos 
e desafios como uma estratégia alternativa na organização do 
trabalho pedagógico significativo no ensino de matemática. Já 
o capítulo 8 discute as funções e as finalidades da avaliação em 
matemática, com ênfase nos aspectos relevantes desse processo. 
O capítulo 9, por sua vez, apresenta importantes discussões sobre 
a discalculia, com o objetivo de compreender as características do 
aluno discalcúlico, para, então, propor atividades que contribuam 
com a aprendizagem de alunos com esse transtorno. Por fim, 
no capítulo 10, discute-se sobre o TDAH, suas causas, sintomas, 
tratamentos e alguns aspectos desse transtorno relacionados com 
a aprendizagem de matemática.
O terceiro conjunto de capítulos apresenta temáticas 
referentes às práticas pedagógicas significativas para a docência 
no ensino superior. Nesse viés, o capítulo 11 busca, por meio 
de uma análise quantitativa de artigos publicados entre 2014 e 
2018 na base de dados SciELO, investigar a produção científica 
que discute a utilização de metodologias ativas no ensino 
superior. O capítulo 12 propõe a utilização do Facebook como 
uma ferramenta pedagógica para o compartilhamento de 
conhecimentos relacionados com a hemofilia. Já o capítulo 13 
ressalta a importância das atividades lúdicas, principalmente as 
que estão relacionadas com a confecção de jogos, para o processo 
de ensino e aprendizagem da morfologia humana.
Por sua vez, o quarto conjunto de capítulos desse volume 
contempla temáticas referentes a gestão escolar. Nesse enfoque, 
o capítulo 14, por meio de uma pesquisa bibliográfica, expõe 
os desafios que estão presentes na implementação da gestão 
democrática e participativa na escola, enquanto o capítulo 15 
apresenta um estudo de caso em que os gestores escolares do 
sertão de Pernambuco relatam as suas percepções acerca da 
própria função e como essas concepções influenciam as suas 
práticas no âmbito escolar.
 O quinto conjunto de capítulos trata sobre temáticas 
relacionadas com a inclusão escolar. Sob essa perspectiva, no 
capítulo 16 discute-se a importância da atuação do psicopedagogo 
no contexto escolar, ressaltando os conhecimentos oriundos da 
neurociência para o desenvolvimento significativo da prática 
psicopedagógica. Por sua vez, no capítulo 17, analisa-se a trajetória 
da educação especial e inclusiva, com o objetivo de identificar 
os avanços, bem como as estratégias, metas e desafios para a 
efetivação da política inclusiva. 
Por fim, o capítulo 18, que encerra este volume, investiga 
se os critériospara a contratação de professores temporários no 
Processo Seletivo Seriado do estado do Paraná estão de acordo 
com as normas estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares 
Nacionais para a educação escolar indígena.
Conforme fora exposto na descrição dos capítulos, verifica-
se que esta obra apresenta discussões significativas e atuais 
acerca de temáticas que possuem relação com o conhecimento e 
a educação. Assim, proporciona uma valiosa contribuição para 
leitores que se interessam por esses assuntos e que desejam 
aprimorar experiências para realizar as suas próprias pesquisas.
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor Executivo de Ensino a Distância
Sumário
Capítulo 1 - A relevância da comunicação
 assertiva na mediação da tutoria acadêmica 
a distância 
13
Capítulo 2 - A importância da didática no
ensino EAD: uma visão a respeito do 
professor tutor
23
Capítulo 3 - Second life como tecnologia de 
interação no ensino a distância 41
Capítulo 4 - A inserção dos egressos EAD no 
mercado de trabalho 57
Capítulo 5 - Educação a distância no sistema 
carcerário brasileiro: uma análise sobre a 
viabilidade de implantação
73
Capítulo 6 - Ressignificação na prática 
docente: o uso de softwares no ensino da 
matemática 
93
Capítulo 7 - Jogos e desafios na alfabetização 
matemática 107
Capítulo 8 - A avaliação da aprendizagem 
em matemática 123
Capítulo 9 - Discalculia: vencendo as 
barreiras para aprender matemática 141
Capítulo 10 - O transtorno de déficit de 
atenção e hiperatividade e suas implicações 
na aprendizagem matemática 
155
Capítulo 11 - Metodologias ativas na 
formação superior 167
Capítulo 12 - Utilizando o Facebook para 
capacitação de professores em hemofilia 185
Capítulo 13 - Atividades lúdicas como forma 
de ampliar o aprendizado no conhecimento 
de morfologia humana no ensino superior 
201
Capítulo 14 - Gestão democrática e 
participativa na escola: elementos 
norteadores e desafios enfrentados
pelo gestor escolar
213
Capítulo 15 - Percepção de gestores escolares 
sobre a própria função: estudo de caso no 
sertão de Pernambuco
231
Capítulo 16 - Contribuições da neurociência 
para a formação do psicopedagogo e suas 
implicações para a alfabetização e inclusão 
de alunos com necessidades educacionais 
especiais (NEE) 
249
Capítulo 17 - Políticas públicas para 
educação especial no cenário da educação
 inclusiva 
267
Capítulo 18 - A contratação de professores 
temporários no Estado do Paraná à luz das 
diretrizes curriculares nacionais para a 
educação escolar indígena 
287
O livro Conhecimento e Educação surgiu do desejo de 
reafirmar a missão de promover uma educação de qualidade. 
Desde o início da história dos cursos de pós-graduação, na 
modalidade a distância, a Unicesumar busca a constante 
integração do ensino-pesquisa-extensão durante a vida acadêmica 
de seus pós-graduandos. Assim, a organização deste livro surge 
com o intuito de consolidar esse propósito. 
Com a intenção de valorizar e divulgar os trabalhos de 
conclusão de curso, elaborados pelos estudantes da pós-graduação 
a distância, esta obra apresenta alguns dos melhores artigos 
produzidos em 2018/2019. Por meio dessa ação, a instituição 
enaltece o esforço dos alunos, a sua dedicação e a experiência 
vivenciada no decorrer da realização dos cursos, bem como o 
empenho dos professores orientadores, que tanto contribuíram 
com a formação dos pós-graduandos. 
O volume 4 da obra é composto por 18 artigos e está repleto 
de conhecimentos manifestados por meio dos resultados das 
pesquisas realizadas pelos estudantes no decorrer de uma jornada 
acadêmica, na qual contaram com o apoio dos seus professores, 
dos polos de apoio presencial, da equipe Unicesumar e de toda 
a comissão científica deste livro, responsável por conduzir o 
processo de elaboração desta obra. 
Com mais este volume, esperamos compartilhar o 
conhecimento de nossos estudantes e contribuir, também, 
com as suas leituras acadêmicas, prezado(a) leitor(a). Nossos 
agradecimentos a todos que tornaram este projeto uma realidade.
Janes Fidelis Tomelin
Pró-Reitoria de Ensino EAD
Fellipe de Assis Zaremba
Head de Pós-graduação, Extensão e Formação Continuada
APRESENTAÇÃO
Roberta Amancio da Silva1
Helaine Patricia Ferreira2
1. Pós-graduanda em EAD e as Tecnologias Educacionais pelo Centro Universitá-
rio Cesumar - UniCesumar. Graduada em Secretariado Executivo Bilíngue – Uni-
versidade do Grande Rio – UNIGRANRIO.
2. Especialista em EAD e as Novas Tecnologias pelo Centro Universitário de Ma-
ringá – UNICESUMAR e em Informática Aplicada ao Ensino pela Universidade 
Estadual de Maringá – UEM. Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual 
de Maringá – UEM. Atua como Tutora Mediadora no Curso de Graduação em Pe-
dagogia e Orientadora do Programa de Pós-Graduação Lato Sensu em Educação na 
modalidade a distância da Unicesumar e como tutora a distância do NEAD – UEM.
A Relevância da Comunicação 
Assertiva na Mediação da 
Tutoria Acadêmica a Distância
CAPÍTULO 1
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo analisar a importância da 
assertividade no contexto da mediação realizada por tutores 
acadêmicos no ensino a distância. A metodologia utilizada foi 
composta por pesquisa bibliográfica, elucidando tal competência 
e seu respectivo impacto no exercício do tutor acadêmico. Para 
tanto, foram utilizados alguns autores, entre os principais: Del 
Prette e Del Prette (2005), Brasil (2007) e Martins (2017), os quais 
contribuíram para o entendimento dos aspectos relevantes desta 
pesquisa. Desta análise, verificou-se que existe uma compreensão 
equivocada a respeito do conceito de Assertividade, mas que, 
se usada, no ambiente acadêmico, fortalece o relacionamento de 
tutores e alunos e contribui para a melhoria do aprendizado.
Palavras-chave: Assertividade. Comportamento Assertivo. 
Educação a Distância. Tutor Acadêmico. Tutor Online. 
14
Conhecimento e Educação
1. INTRODUÇÃO 
O tutor é um dos protagonistas da Educação a Distância (EAD), 
pois sua figura é referencial para o aluno que estuda nesta 
modalidade de ensino. Assim sendo, ele constitui-se como sujeito 
ativo no processo educacional e, portanto, possui um grande 
desafio: a comunicação.
A EAD que hoje ocupa um espaço significativo na escolha 
de grande parte da população que busca meios para o estudo, 
surge como solução para alunos e professores que se encontram 
em circunstâncias espaciais e temporais diferentes. Esta condição 
pode apresentar-se como limitação, caso o professor-tutor não 
esteja preparado para lidar com este desafio, causando prejuízos 
ao desempenho de ambos neste processo.
Assim, torna-se necessária uma abordagem diferenciada, a 
qual traga pontos positivos para a relação tutor-aluno, à medida que 
reduza os conflitos e contribua para uma comunicação clara e concisa. 
Por meio da assertividade, então, revelam-se fatores que exercem 
influência nesta relação durante o processo de mediação do ensino 
na EAD. Deste modo, esta pesquisa tem como principal objetivo 
descrever a relação entre as particularidades da EAD e os benefícios 
que a assertividade pode fornecer ao processo de comunicação entre 
tutores e alunos, a ser apresentada em três partes, a seguir.
A primeira seção foi dedicada a introduzir o assunto, abordar 
os principais objetivos e apresentar as seções. Enquanto que a seção 
2 conceitua a EAD e seus principais desafios diários e, por fim, a 
última aborda a Assertividade e informa como seu uso pode causar 
impactos positivos no trabalho do tutor acadêmico on-line.
15
Capítulo 1 - A relevância da comunicação assertiva na mediação da tutoria acadêmica a 
distância 
2. TUTORIA NA EDUCAÇÃO 
A DISTÂNCIA: O DESAFIO 
DA COMUNICAÇÃO
Existe uma espécie de preconceito sobre educar a distância ser 
tarefa mais simples do que educação presencial, talvez, pelo fato 
da flexibilidade e autonomia proporcionadas por esta modalidade 
aos alunos e educadores. Entretanto, é uma tarefa queoferece 
muitos desafios.
De acordo com Aretio (1994 apud GUAREZI; MATOS, 
2009, p. 19), temos que:
EaD é um sistema tecnológico de 
comunicação bidirecional que substitui a 
interação pessoal em sala de aula, entre 
professor e aluno, como meio preferencial 
de ensino pela ação sistemática e conjunta 
de diversos recursos didáticos e pelo apoio 
de uma organização tutorial de modo a 
propiciar a aprendizagem autônoma dos 
estudantes.
O ensino adistância de qualidade exige uma complexa estrutura 
educacional. No entanto, se devidamente amparado por um 
projeto pedagógico e institucional bem estruturado, a EAD tem 
potencial para ser bem-sucedida. Nesse contexto de autonomia, 
pode-se afirmar que a presença do educador não se minimiza 
nem permite se ausentar. Em vez disso, é fundamental e inspira 
sensibilidade:
16
Conhecimento e Educação
É enganoso pensar que programas à distância 
minimizam o trabalho e a mediação do 
professor [...]. Em uma instituição de ensino 
com cursos à distância, os professores devem 
ser capazes de realizar a gestão acadêmica 
do processo de ensino-aprendizagem, em 
particular motivar, orientar, acompanhar 
e avaliar os estudantes; além de avaliar-se 
continuamente como profissional participante 
do coletivo (BRASIL, 2007, p. 20). 
Acredita-se que a distância física, sua principal característica, 
configure-se em seu maior desafio. Então, uma das preocupações 
dessa modalidade é exatamente a falta de proximidade entre 
professor e aluno, que exige atenção e constante inovação das 
ferramentas para atingir sempre mais interação (ALMEIDA, 2009 
apud STURZENEGGER, 2017).
A interação face a face, no ensino tradicional, possibilita ao 
mediador do processo, geralmente na figura do professor, sentir e 
perceber aspectos da aprendizagem do seu aluno. Mas a mediação 
realizada por meio de uma máquina, a léguas de distância, 
separando professor e aluno, exige do tutor sensibilidade a 
fim de que sejam eliminadas as barreiras à comunicação eficaz. 
Olhando sob essa perspectiva, é possível entender a abrangência 
e importância do ensino a distância num contexto como o nosso, 
de um mundo tão diversificado. Assim, a EAD ganhou espaço 
e criou suas raízes na promoção de cultura de diversos tipos, 
principalmente, a inclusiva.
17
Capítulo 1 - A relevância da comunicação assertiva na mediação da tutoria acadêmica a 
distância 
2.1. COMUNICAÇÃO ASSERTIVA NA EDUCAÇÃO A 
DISTÂNCIA
O assunto “comunicação” é sempre alvo de muitos estudos, pois se 
trata de um processo que envolve diferentes pessoas, com histórias 
e experiências distintas, interferindo diretamente no ato de 
comunicar-se. Para Freire (1979), comunicação é a co-participação 
dos sujeitos no ato de pensar, envolvendo reciprocidade que não 
pode ser rompida.
Isso quer dizer que a comunicação é recíproca e que não 
pode ser resumida em simples transferência de saber para 
sujeitos passivos, inertes ao ato de conhecer. O que dá sentido 
à comunicação é o diálogo comunicativo que implica sujeitos 
interlocutores, reciprocamente, comunicantes (SCHNEIDER, 
2017). De acordo com Varão e Cunha (2005), sob a perspectiva 
deweyana, educar e comunicar são termos que se enlaçam 
frequentemente, de modo que a elucidação de um conduz à 
explicitação do outro. Esta assertiva confirma-se em Lima (2011) 
quando afirma que se comunicar permite aos sujeitos criar 
conhecimento, transformando e humanizando o mundo, jamais 
reduzindo à imposição de conteúdos.
Dessa forma, é possível compreender que o ato de se 
comunicar não é simples, pois não se resume a simples transmissão 
de informações, e sua eficácia está relacionada à maneira como 
o interlocutor conduz este processo. Acredita-se, portanto, que 
habilidades sociais podem auxiliar este processo, principalmente, 
no que se refere à comunicação na EAD, que sofre os efeitos da 
separação física de seus partícipes:
18
Conhecimento e Educação
A separação entre alunos e professores 
afeta profundamente tanto o ensino quanto 
a aprendizagem. Com a separação, surge 
um espaço psicológico e comunicacional 
a ser transposto, um espaço de potenciais 
mal-entendidos entre as intervenções 
do instrutor e as do aluno. Esse espaço 
psicológico e comunicacional é a distância 
transacional (MOORE, 2002, p. 22).
A distância transacional é o gap cognitivo, pedagógico e social 
existente entre professor/tutor e aluno que interfere diretamente 
na eficácia do processo ensino-aprendizagem, mas o que minimiza 
essa condição é a qualidade da interação na relação aluno-aluno, 
aluno-tutor, aluno-instituição, dentre outras possíveis. Maia e 
Mattar (2007, p. 15) corroboram este pensamento: “quanto maior 
é a interação entre os participantes de um processo de ensino e 
aprendizagem, menor a distância transacional”.
Além disso, na EAD, há pouco espaço para improvisos, pois 
engloba tarefas e prazos bem definidos e exige do tutor habilidades 
sociais que o auxiliarão na sua missão de educar a distância. Visando, 
então, transpor barreiras à comunicação e minimizar as limitações 
da modalidade, destacam-se as habilidades sociais necessárias ao 
tutor online na mediação da aprendizagem a distância. 
2.2. ASSERTIVIDADE NA COMUNICAÇÃO TUTOR-
ALUNO
Caballo (1998 apud BORTOLINI, 2012) define habilidades sociais 
como o conjunto de comportamentos de uma pessoa numa situação 
interpessoal, por meio do qual, manifestam, de modo apropriado, 
sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos, o que 
costuma resolver os problemas no futuro. Assim, no processo de 
19
Capítulo 1 - A relevância da comunicação assertiva na mediação da tutoria acadêmica a 
distância 
comunicação entre tutor e aluno, ser, socialmente habilidoso evita 
conflitos e promove uma relação interpessoal saudável. Seguindo 
esta linha, esta pesquisa dará destaque a uma habilidade social 
específica: a Assertividade. De acordo com Del Prette e Del Prette 
(2005), faz parte dessa classe de habilidades de enfrentamento 
em situações que envolvem risco de reação indesejável do 
interlocutor, mas que promove o controle da ansiedade, superação 
da passividade e autocontrole da agressividade.
A assertividade na EAD pode trazer diversos benefícios 
à relação tutor-aluno, pois “o comportamento assertivo resulta 
em um aumento na autoapreciação do emissor, sem prejuízo ao 
interlocutor, ambos se sentindo bem na interação” (ALBERTI; 
HEMMONS, 1983 apud BANDEIRA; DEL PRETTE; DEL PRETTE, 
2006). Ou seja, à medida em que o tutor usa da assertividade, ele 
passa a ter autoconfiança na sua comunicação com os alunos, 
resultando na transmissão da mensagem de maneira direta, clara 
e respeitosa e na facilitação do aprendizado.
Martins (2017, p. 12) acrescenta que a Assertividade pode 
ser muito mais que um padrão de comportamento ou competência:
Quando falamos da comunicação humana, 
a Assertividade significa muito mais do que 
isso: é uma filosofia de vida! [...] Em termos 
filosóficos, entendemos assertividade como 
uma manifestação dialética da comunicação 
“eu ganho, você ganha”, ou seja, uma 
comunicação criativa, transparente, 
por meio da qual as pessoas expressam 
suas necessidades, seus pensamentos e 
sentimentos de forma honesta e direta, sem 
violar os mesmos direitos dos outros.
20
Conhecimento e Educação
Por último, mas não menos importante, ressalta-se uma grande 
conquista da Assertividade, que é a ética, pois, nesta filosofia 
de vida, conforme dito anteriormente, “são utilizados signos 
que exprimem a verdade, autorrespeito e respeito pelos outros” 
(MARTINS, 2017, p. 13). E nada mais eficaz que construir um 
ambiente de aprendizado permeado pela Ética, ferramenta 
indispensável para torná-lo saudável, sustentável.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Vivemos em uma sociedade onde a assertividade não era 
incentivada nas instituições escolares, religiosas ou familiares, 
pois se achava que seu conceito ia de encontro ao respeito e aos 
bonscostumes, o que levava as pessoas a terem comportamentos 
condicionados às expectativas do contexto, ausentando-se de suas 
identidades e personalidades. Por este motivo, a maior parte das 
pessoas não consegue usar a assertividade e se sente prejudicada 
por não expressar seus sentimentos e suas opiniões por receio de 
como seu discurso será recebido. 
A assertividade, entretanto, traz ao indivíduo um 
comportamento capaz de agir em favor de seus próprios 
interesses, a se expressar sem constrangimento e de maneira a 
considerar os direitos alheios também. Ela equilibra as relações 
em vários âmbitos, inclusive no escolar – foco desta pesquisa, 
principalmente, quando se trata de cursos a distância, em que se 
exige um pouco mais de habilidades de relacionamento.
O tutor é o contato direto do aluno, sua posição é de 
figura mais presente, e é ele também quem fornece os feedbacks, 
sejam eles de aprendizado, sejam comportamentais. E como 
21
Capítulo 1 - A relevância da comunicação assertiva na mediação da tutoria acadêmica a 
distância 
tudo isso ocorre por meio de tecnologias, a assertividade ganha 
importância ainda maior, considerando que, no processo ensino-
aprendizagem, não deve existir espaço para ambiguidades. Logo, 
o tutor acadêmico deve conduzir este relacionamento sendo 
assertivo e estimulando o mesmo comportamento nos seus alunos. 
É preciso estar sensível e atento às dúvidas e aos questionamentos 
levantados pelos alunos, utilizando a abordagem correta para 
saná-las e, igualmente, conhecendo suas próprias condições, 
pois desenvolver a assertividade envolve autoconhecimento e 
autorrespeito.
Então, conclui-se que os benefícios gerados por esta 
competência, aplicados a EAD, são fundamentais para ambas 
as partes, em todas as suas facetas, de forma que tutor e aluno 
tenham liberdade de expressão, considerando os limites alheios; 
que os feedbacks sejam cada vez mais assertivos e eficazes e que se 
construa um relacionamento apoiado em respeito, ética, confiança 
e credibilidade para todos. 
4. REFERÊNCIAS 
BANDEIRA, Marina; DEL PRETTE, Zilda; DEL PRETTE, 
Almir. Estudos sobre Habilidades Sociais e Relacionamento 
Interpessoal. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006. 
BORTOLINI, Marcela. O Desenvolvimento da Habilidade de 
Assertividade e a Convivência na Escola. Psicologia em Revista, 
Belo Horizonte, v. 18, n. 3, p. 373-388, dez. 2012. Disponível 
em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/psicologia 
emrevista/article/view/P.1678-9563.2012v18n3p373. Acesso em: 
12 fev. 2017.
22
Conhecimento e Educação
BRASIL. Ministério da Educação. Referenciais de Qualidade para 
Educação Superior à Distância. Brasília: Secretaria de Educação à 
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https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RCEUCB/issue/view/348
Gleissiane Thanayara Vinagre Pinto1
Tayza Cristina Nogueira Rossini2
1. Graduada em Letras pela Universidade Estadual do Amapá - UEAP. Pós-gra-
duada em Docência do Ensino Superior e EAD e as Tecnologias Educacionais pelo 
Centro Universitário Cesumar (UniCesumar).
2. Graduada em Letras Lic. Plena (Português-Inglês) e Mestre na linha de pesquisa 
Literatura e Construção de Identidades pela Universidade Estadual de Maringá 
(UEM). Professora da Graduação (Presencial) e orientadora de trabalhos de con-
clusão de curso (TCC) de Pós-graduação do Centro Universitário de Maringá (Uni-
Cesumar) e professora do curso de Letras da Universidade Estadual de Maringá 
(UEM). É avaliadora do BASIS (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio 
Teixeira - INEP).
A Importância da Didática
no Ensino EAD: 
Uma Visão a Respeito do Professor Tutor
CAPÍTULO 2
RESUMO
O professor tutor assume papel fundamental no processo 
ensino-aprendizagem da Educação a Distância ao relacionar 
tal modalidade educacional à necessidade de uma formação 
mais condizente com as exigências do mercado de trabalho 
na sociedade moderna. Daí, a busca cada vez mais frequente 
por cursos no ambiente virtual que capacitem os profissionais 
que buscam tal formação, mas que não podem frequentar as 
universidades com cursos presenciais. Nesse sentido, o presente 
trabalho apresenta as contribuições que a didática traz em termos 
de formação metodológica aos professores que desenvolvem suas 
funções no contexto da Educação a Distância como tutores, bem 
como especifica as competências necessárias para o desempenho 
satisfatório desses educadores, durante o processo de construção 
do conhecimento acadêmico.
Palavras-chave: Ensino-Aprendizagem. Tutor. Didática. Competências.
24
Conhecimento e Educação
1. INTRODUÇÃO
O ensino EAD (Educação a Distância) tem se mostrado bastante 
popular nas últimas décadas, justificado em razão da facilidade 
de acesso à internet e à oportunidade de especialização por parte 
das diversas profissões a fim de atender a demanda e as exigências 
mercadológicas da atualidade. Daí, a importância da didática 
nesse percurso sócioeducacional, em virtude das particularidades 
do ensino a distância e das concepções metodológicas modernas 
acerca do papel desempenhado pelo professor tutor no âmbito 
dos cursos acadêmicos no espaço virtual. Assim, o presente 
trabalho baseia-se na problemática que envolve a didática na 
construção do conhecimento no Ensino Superior, bem como 
da atuação do professor tutor, em acordo com os pressupostos 
da didática fundamental, de modo a contribuir com o processo 
ensino-aprendizagem desenvolvido nesse contexto.
Desse modo, a partir de uma postura eminentemente 
pragmática, é possível analisar, de forma sucinta, como ocorre o 
processo de construção de conhecimento no âmbito da Educação 
a Distância, bem como as contribuições outorgadas pela didática 
para o desenvolvimento de metodologias de ensino, efetivamente, 
pautadas na construção do conhecimento em vez da simples 
transmissão de conteúdos.
Diante destes pressupostos, surge a importância de analisar 
o percurso histórico dessa disciplina, na realidade brasileira, desde 
o surgimento da educação indígena até a época atual, assunto este 
abordado na primeira parte do trabalho. O capítulo final trata 
do papel do professor tutor na Educação a Distância bem como 
sua atuação primordialpara o desenvolvimento do processo 
25
Capítulo 2 - A importância da didática no ensino EaD: uma visão a respeito do professor 
tutor
ensino-aprendizagem efetivado no ambiente virtual, de modo a 
contribuir com a formação do educando que busca, na EAD, o 
aprimoramento de habilidades profissionais e sociais.
Assim, o presente artigo utiliza como metodologia a 
pesquisa de cunho bibliográfico, em que diversos autores 
expõem conceitos e ideias relativos ao processo de construção do 
conhecimento efetivado no âmbito da Educação a Distância, tendo 
em vista as contribuições que a Didática traz para esse contexto 
sócio educacional, além do posicionamento que o professor 
tutor mantém, diante das problemáticas que surgem durante as 
atividades de orientação dos trabalhos acadêmicos.
Sob tal perspectiva, as considerações finais vêm de forma 
elucidativa contribuir com o desfecho do trabalho, demonstrando 
como as informações aqui apresentadas enriquecem a formação 
profissional do educando que está em contato com o processo de 
aprendizagem da Educação a Distância.
2. PERCURSO HISTÓRICO DA 
DIDÁTICA NO BRASIL E A SUA RELAÇÃO 
COM A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
A história da educação no Brasil tem sua gênese no ensino 
ministrado por religiosos jesuítas aos povos indígenas e, 
posteriormente, aos negros escravizados 
Como tal, houve a necessidade da transmissão de 
conhecimentos da catequese católica, ao mesmo tempo em que 
se buscava a subordinação perante a igreja e, consequentemente, 
à metrópole portuguesa sob a égide da salvação eterna. Por esse 
26
Conhecimento e Educação
viés, a companhia de Jesus vinha ao mundo com diversas ideias 
novas, especialmente no campo da ascese cristã [...], mas não 
tinha nada a dizer de especial quanto à filosofia da educação no 
sentido em que entendemos hoje (RUIZ, 2002, p. 07), ou seja, a 
educação religiosa tinha como objetivo a formação da mão de 
obra escrava para a produção agrária. Segundo o autor, a didática 
utilizada pelos jesuítas estava longe de ser considerada como, 
metodologicamente, voltada à formação integral do indivíduo. 
A respeito do processo de ensino outorgado no Brasil Colônia, o 
autor acrescenta que:
Os jesuítas, educadores da época, ensinaram 
aos índios o que lhes era permitido. A Igreja 
Cristã dominava junto aos portugueses, por 
isso, os nativos aprendiam a aceitá-la e segui-
la. O plano de instrução era consubstanciado 
na Ratio Studiorum, trazida da Europa para o 
Brasil, preconizando a formação do homem 
universal, humanista e cristão. De acordo 
com a orientação jesuítica, a ação pedagógica 
era marcada pelas formas dogmáticas de 
pensamento, contra o pensamento crítico. O 
ensino era completamente alheio à realidade 
e necessidade de vida da colônia (RUIZ, 
2002, p. 07-08).
Evidentemente, a didática baseada na tradicional transmissão de 
conhecimentos visava à predominância dos dogmas católicos em 
detrimento do pensamento crítico. Todas essas ações tinham a clara 
intenção de inibir o desenvolvimento intelectual dos aprendizes, 
ao mesmo tempo em que cultivavam sua inquestionável submissão 
aos interesses da metrópole. Para tanto, apregoava- se uma 
metodologia cujas aulas eram ministradas de forma expositiva. 
Como explicita Ruiz (2002, p. 08), a atenção especial ao método ou 
27
Capítulo 2 - A importância da didática no ensino EaD: uma visão a respeito do professor 
tutor
às fórmulas, compreendendo: verificação do estudo empreendido, 
correção, repetição, explicação ou preleção, interrogação, ditado, 
método eminentemente tradicional, remanesce em muitas escolas 
brasileiras, sendo seguido por professores que acreditam em sua 
eficácia.
Por muitas décadas, o ensino no Brasil teve base 
tradicionalista, ou seja, o saber do educador era transmitido 
sem o conhecimento prévio do educando. De acordo com 
Queiroz e Moita (2007, p. 03), tratava-se de um plano de ensino, 
no qual perpassavam duas etapas: “na etapa I ensinavam-
se português, doutrina cristã e a escola de ‘ler e escrever’”; “na 
etapa II ensinavam-se música instrumental e o canto orfeônico, 
descontextualizados da realidade dos alunos”. As autoras 
explicam que o papel do professor envolvia não apenas o repasse 
da matéria de estudo, mas também a vigilância e a disciplina 
destes quanto ao comportamento. Tal metodologia enredou até 
mesmo a formação dos primeiros professores da colônia quando a 
educação formal começou a ser padronizada por meio das escolas, 
conforme se nota a seguir:
Os professores que ministravam instrução 
recebiam a mais perfeita formação para 
poderem desempenhar a sua tarefa, 
devendo ser atribuída à Ordem dos Jesuítas 
a introdução da prática de formação de 
professores. Nos seus colégios, havia um 
reitor, na direção, assistido por dois prefeitos, 
exercendo, os três juntos, uma constante 
vigilância em toda parte pedagógica e na 
conduta dos alunos. Era observada, também, 
a presença de um provincial que inspecionava 
anualmente cada colégio (que não eram 
muitos), entrevistando individualmente os 
professores (ALBUQUERQUE, 2002, p. 07).
28
Conhecimento e Educação
Nesse sentido, a didática ou ensino das escolas atendia, 
exclusivamente, aos interesses da elite dominante desde os 
primórdios da sociedade humana. No Brasil, a história de 
dominação da didática ocorre desde a sua gênese como colônia 
de exploração. De acordo com Ruiz (2002, p. 15-16), os princípios 
pedagógicos da didática tradicional tinham por base uma 
psicologia, eminentemente filosófica e distanciada da ciência, o 
que, de certa forma, justifica a ênfase no ensino humanístico de 
cultura geral, centrada no professor que transmite a todos os 
alunos, indistintamente, a verdade universal e enciclopédica, ou 
seja, ao professor cabia a transmissão dos conhecimentos escolares, 
enquanto restava ao aluno a obediência às regras a fim de atingir a 
realização pessoal. Segundo o autor, a relação pedagógica se dava 
de forma hierarquizada e verticalista, primando pela manutenção 
da desigualdade social. Nessa concepção de ensino o processo de 
avaliação carregava em seu bojo o caráter de punição, muitas vezes, 
de redução de notas em função do comportamento do aluno em 
sala de aula (QUEIROZ; MOITA, 2007, p. 03). De acordo com as 
autoras, as escolas burguesas visavam não apenas ao repasse de 
conhecimento moral e intelectual, mas também e, principalmente, 
a preservação do modelo social e político da época.
No ínterim, com o advento do capitalismo, a educação 
brasileira passou a contemplar um ensino que retira o professor 
e os conteúdos disciplinares do centro do processo pedagógico e 
coloca o aluno como fundamental, que deve ter sua curiosidade, 
criatividade, inventividade estimuladas pelo professor 
(QUEIROZ ; MOITA, 2007, p. 08). Ainda, as autoras enfatizam 
que o professor passa a ter o papel de facilitador do ensino por 
meio de uma aprendizagem prazerosa, com momentos para a 
29
Capítulo 2 - A importância da didática no ensino EaD: uma visão a respeito do professor 
tutor
experimentação e construção do conhecimento de acordo com o 
interesse do aluno. Nesse período da história brasileira, há uma 
grande efervescência política e educacional, refletindo a expansão 
econômica e o desenvolvimento industrial (ALBUQUERQUE, 
2002, p. 13), o que influencia de forma direta a forma como a 
didática é direcionada, pois as ações pedagógicas se voltam para 
os pressupostos da Escola Nova, na qual há uma tentativa de 
superação da escola tradicional. Sob esse aspecto, a autora traz a 
seguinte contribuição:
Na base de sua proposta, estão os princípios 
de individualização, liberdade, iniciativa 
e autonomia; trata-se de uma didática de 
base psicológica, afirma-se a necessidade 
de aprender fazendo e de aprender a 
aprender, enfatiza-se a atenção às diferenças 
individuais, estudam-se métodos e técnicas 
como: centros de interesses, estudo dirigido, 
métodos de projetos,técnicas de fichas 
didáticas, unidades didáticas e outros 
mais como afirma Candau. Observa-se que 
a Escola Nova via apenas os problemas 
educacionais internamente, deixando 
de fora a realidade brasileira com seus 
aspectos político, econômico e social. 
A predominância da Pedagogia Nova 
foi bastante forte e influiu na legislação 
educacional e nos cursos de formação para 
o magistério. Os professores, por sua vez, 
absorveram o seu ideário e a Didática, nesse 
contexto, passa a acentuar o caráter prático-
técnico do processo ensino-aprendizagem 
(ALBUQUERQUE, 2002, p. 13).
Assim, depois de avanços e retrocessos pertinentes ao 
posicionamento dos atores envolvidos no processo educacional, 
a didática dos tempos atuais passa a ter a função de esclarecer o 
papel sociopolítico da educação, da escola e, mais especificamente, 
30
Conhecimento e Educação
do ensino e da aprendizagem, de acordo com os pressupostos de 
uma pedagogia transformadora (ALBUQUERQUE, 2002, p. 19). 
De acordo com a autora, a didática atual vai além dos métodos 
e técnicas, interligando a escola à sociedade, ao mesmo tempo 
em que associa a teoria à prática, o conteúdo à forma, o ensino 
à pesquisa, o professor ao aluno. A partir deste posicionamento, 
a autora incentiva o professor a se utilizar de práticas didático-
pedagógicas que o capacitem a analisar as contradições existentes 
entre a realidade sócioeducacional e o ideário pedagógico, de 
modo a efetivar sua evolução profissional.
Concordemente, no que concerne à EAD como modalidade 
do ensino ofertado em acordo com os princípios constitucionais, 
Hack (2011, p. 14) cita o Decreto n. 2.494, que regulamenta o artigo 
80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), como 
uma forma de ensino enredada na autoaprendizagem e que se 
utiliza de recursos didáticos organizados de modo a servir como 
suporte de informação e facilitadores do acesso ao saber. De acordo 
com o autor, a Educação a Distância é uma forma de alcançar 
os alunos impossibilitados de frequentar o ensino presencial, 
oportunizando a estes um processo de ensino-aprendizagem, no 
qual o próprio aprendiz possa administrar seu tempo e local de 
estudo. 
Nesse sentido, o desenvolvimento das mídias modificou 
o sentido de pertencimento dos indivíduos, pois eles passaram 
a ser cosmopolitas ou cidadãos do mundo (HACK, 2011, p. 49). 
Sob tal viés, a didática amplia o campo de atuação ao entender 
que os princípios antes aplicados somente ao ensino presencial 
aplicam-se de modo especial ao processo educacional realizado 
no ambiente virtual, pois o aluno que busca tal formação é um 
31
Capítulo 2 - A importância da didática no ensino EaD: uma visão a respeito do professor 
tutor
sujeito social capaz de interligar os conhecimentos construídos na 
interação com o professor com sua própria experiência de vida, 
de modo a aprimorar-se como ser humano crítico e atuante na 
sociedade.
3. A DIDÁTICA NO ENSINO SUPERIOR 
EAD E O PAPEL DO PROFESSOR TUTOR
Associar a didática à prática pedagógica do Ensino Superior 
faz com que o processo de ensino-aprendizagem, realizado 
nas universidades, sempre esteja vinculado aos componentes 
curriculares orientados para o tratamento sistemático do fazer 
educativo (CANDAU, 2012, p. 13). Dessa forma, a autora enfatiza 
que por ser o principal objeto de estudo da didática, o processo 
de ensino-aprendizagem precisa ser compreendido, analisado e 
articulado de acordo com as dimensões humana, técnica e político-
social para que seja englobado em toda sua multidimensionalidade. 
Daí, a importância de uma postura eminentemente pautada 
na transformação do meio social vigente, pois, a partir deste 
posicionamento, defende que a didática passa a ter um caráter 
fundamental em vez de apenas instrumental. A respeito da 
formação profissional do educador, em acordo com os pressupostos 
da didática fundamental, tem-se a seguinte explanação:
Formar o educador a meu ver seria criar 
condições para que o sujeito se prepare 
filosófica, científica, técnica e afetivamente 
para o tipo de ação que vai exercer. Para 
tanto, serão necessárias não só aprendizagens 
cognitivas sobre os diversos campos de 
conhecimento que o auxiliem no seu papel, 
mas especialmente o desenvolvimento de 
uma atitude, dialeticamente crítica, sobre 
32
Conhecimento e Educação
o mundo e sua prática educacional. O 
educador nunca estará definitivamente 
pronto, formado, pois que a sua preparação, 
a sua maturação se faz no dia a dia, na 
meditação teórica sobre a sua prática. A sua 
constante atualização se fará pela reflexão 
diuturna sobre os dados de sua prática. Os 
âmbitos de conhecimento que lhe servem 
de base não deverão ser facetas estanques 
e isoladas de tratamento do seu objeto de 
ação: a educação. Mas serão, sim, formas 
de ver e compreender, globalmente, na 
totalidade, o seu objeto de ação (LUCKESI 
apud CANDAU, 2012, p. 28-29).
Nesse sentido, a didática exerce papel principal na orientação da 
ação pedagógica no Ensino Superior, desde que sob a função de 
mediadora entre a teoria e a prática docente: Ela opera como que 
uma ponte entre o que e o como fazer do processo pedagógico 
[...] por sua vez, a ação educativa somente pode realizar-se pela 
atividade prática do professor (LIBÂNEO, 2012, p. 27). Para 
o autor, o professor deve relacionar constantemente teoria e 
prática, vinculando a teoria aos problemas reais provenientes 
da experiência prática para que, a partir desta relação, possa 
construir a base para pensar sua prática e aprimorar a qualidade 
do seu trabalho, tendo em vista o contexto em que desenvolve suas 
atividades didáticas. No caso da Educação a Distância o processo 
de ensino-aprendizagem ocorre de maneira diferenciada e, como 
tal, deve ser visto de acordo com suas peculiaridades, conforme 
destacado a seguir:
A visão de uma educação a distância destaca 
que, mantendo suas características próprias, 
as habilidades de produzir e avaliar o 
material diferenciado para momentos e 
33
Capítulo 2 - A importância da didática no ensino EaD: uma visão a respeito do professor 
tutor
objetivos, é uma das chaves para atingir o 
nível de visão crítica, possível para construir 
novos conhecimentos e facilitar o encontro 
de respostas para um tempo marcado pelo 
dinamismo técnico-científico. [...] Deste 
modo, é indispensável a compreensão de 
que a educação a distância não significa 
“estar distanciado do outro”, mas que uma 
via de dupla mão está em funcionamento, 
sobretudo em função do período de crítica, 
criatividade e práxis (EMERENCIANO; 
SOUSA; FREITAS, 2001, p. 06).
Logo, a atividade docente desenvolvida no espaço virtual, 
assim como ocorre na presencial, encontra-se atrelada à vida em 
sociedade, tendo em vista as dificuldades inerentes à construção 
do conhecimento acadêmico em consonância com a visão de 
mundo do aluno e suas necessidades de aprendizagem. O ato de 
ensinar é uma prática social na qual o professor deve considerar 
as contradições que permeiam a sua prática pedagógica e que 
tenha como compromissos últimos a transformação social 
(ALBUQUERQUE, 2002, p. 20), ou seja, por meio da constante 
atualização e aprimoramento da prática educacional, o docente 
estará apto a lidar com os desafios apresentados em sua prática 
social, seja esta no âmbito de uma sala de aula ou por intermédio 
da Educação a Distância, espaço no qual surge a figura do 
professor tutor. Emerenciano, Sousa e Freitas (2001, p. 07) 
primam pelo conteúdo técnico-científico, mas, principalmente, 
pela habilidade de estimular o participante a buscar respostas 
às questões suscitadas no decorrer do processo de construção 
do conhecimento. Ao explicar o papel do professor tutor em tal 
processo, os autores continuam:
34
Conhecimento e Educação
No processo de orientação a distância, 
o atendimento realiza-se a partir da 
necessidade do aluno, que busca situar-
se no contexto da aprendizagem.Neste 
caso, recursos tecnológicos são os 
intermediários do diálogo do tutor com o 
participante. O tutor deve contribuir com 
informações adequadas para o processo 
de construção do conhecimento do aluno. 
Evidentemente, o tutor deve ter domínio 
do conhecimento em processo, além da 
habilidade de problematizar e indicar fontes 
de consulta. Pode-se dizer que o tutor é 
um especialista, tanto no que concerne ao 
conteúdo do trabalhado na Unidade, como 
nos procedimentos a adotar para estimular a 
construção de respostas pessoais. É essencial 
que o tutor esteja plenamente consciente do 
seu papel: não basta dominar o “conteúdo 
trabalhado”, é essencial saber “para que” e “o 
significado do proposto” (EMERENCIANO, 
SOUSA; FREITAS, 2001, p. 08).
Sendo assim, a transmissão de conhecimentos, no processo de 
formação acadêmica do educando, fica em segundo plano, dando 
primazia à interação professor/aluno no processo educacional 
de modo a ampliar o raio de visão do educando. Dessa forma, é 
possível desenvolver respostas críticas e criativas, consideradas 
como momentos para ampliação básica do saber (EMERENCIANO, 
SOUSA; FREITAS, 2001, p. 08), no qual o conhecimento ampliado 
esteja contextualizado com a prática social do aluno, a fim de que 
este seja capaz de utilizá-lo no dia a dia. Nesse sentido, os autores 
enfatizam que o processo de ensino-aprendizagem efetivado no 
âmbito virtual só alcançará a eficácia se o professor tutor estiver 
realmente comprometido com sua própria formação enquanto 
educador, reformando seu próprio processo de formação, de 
modo a capacitá-lo a lidar com as problemáticas que possam 
surgir no decorrer de tal processo.
35
Capítulo 2 - A importância da didática no ensino EaD: uma visão a respeito do professor 
tutor
No ínterim, o papel do professor tutor, no contexto 
da Educação a Distância, é destacado por Ororurke (2003) 
ao relacionar as responsabilidades acadêmicas e de apoio do 
educador ao educando, nas quais estão a instrução e o ensino, 
além do apoio e da avaliação das tarefas e dos exames prestados 
pelo aluno, inserido nesse contexto educacional, de modo a 
encaminhar as ações pedagógicas. Para a pesquisadora, na 
modalidade de ensino a distância, o tutor atuará como um 
facilitador na aprendizagem em vez de um mero instrutor. Seu 
intuito está em ajudar os alunos a desenvolverem as competências 
necessárias para compreenderem, assimilarem e aplicarem o 
conteúdo (ORORURKE 2003, p. 34). A autora enfatiza, dentre 
as competências essenciais para uma tutoria realmente eficaz, 
o apoio, a orientação, a capacitação e a aptidão administrativa, 
que, de certa forma, contribuem para facilitar a implementação 
do plano de ensino-aprendizagem desenvolvido no ambiente 
virtual da Educação a Distância. Sobre tal aspecto, Albuquerque 
(2002, p. 20) enfatiza que, ao contemplarem tais competências, os 
professores estão na direção certa, ou seja, o ensino de qualidade. 
Ampliando o entendimento acerca do desempenho profissional do 
tutor na Educação a Distância, tem-se o seguinte esclarecimento:
Na EaD, o docente tem papel imprescindível 
na comunicação educativa que se estabelece 
no processo de ensino e aprendizagem a 
distância, pois ele coopera com o aluno ao 
formular problemas, provocar interrogações 
ou incentivar a formação de equipes de 
estudo. O docente se torna memória viva de 
uma educação que valoriza e possibilita o 
diálogo entre culturas e gerações (MARTIN-
BARBERO, 1997 apud HACK, 2011, p. 17). Ao 
mediar a construção do conhecimento, com 
36
Conhecimento e Educação
o uso de múltiplas tecnologias sem muitas 
vezes poder visualizar, ouvir as palavras 
nem perceber as reações imediatas do 
interlocutor, o docente precisa potencializar 
os processos comunicacionais para que haja 
dialogicidade, cumplicidade e afetividade 
entre os envolvidos. Tais formas de lidar 
com a construção do conhecimento e seus 
desdobramentos exigem metodologias e 
ações diferenciadas, que são inéditas para 
algumas pessoas (HACK, 2011, p. 17).
Desse modo, fica evidenciado que o professor tutor exerce funções 
diferenciadas das desempenhadas por educadores do ensino 
presencial, em virtude das peculiaridades próprias do ambiente virtual. 
Por exemplo, no lugar dos mecanismos presenciais e muito centrados 
na cultura do livro, a Educação a Distância requer envolvimentos 
diferenciados dos educandos (HACK 2011, p. 88), na qual o educador 
precisa estar atento a fim de reorientar o aprendizado. Nesse sentido, 
o autor enfatiza a importância de conferir ao aluno a função de gerir 
sua própria aprendizagem, buscando o conhecimento que transcenda 
o limite da virtualidade e o leve a uma visão crítica do mundo. Tal 
compreensão da realidade deve ser o norte para o aprimoramento 
pessoal e profissional do educando, não apenas durante o processo 
ensino aprendizagem realizado na EAD, mas deve acompanhá-lo 
durante sua atuação como sujeito social no meio em que está inserido.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista a essencialidade do ensino a distância diante das 
problemáticas sociais que levam muitos cidadãos a buscarem 
formas alternativas de capacitação profissional, a Educação a 
Distância assume papel fundamental em direcionar tal formação 
37
Capítulo 2 - A importância da didática no ensino EaD: uma visão a respeito do professor 
tutor
de maneira dinâmica e construtiva. Sendo a didática a base 
para a efetivação de uma formação eminentemente humana 
e profissional, cabe ao educador o encaminhamento de ações 
pedagógicas, pautadas nos pressupostos das competências de 
tutoria, essenciais para o bom andamento das atividades de ensino-
aprendizagem realizadas no contexto da Educação a Distância. 
Desse modo, a partir do momento em que o professor tutor passa 
a repensar, dialeticamente, sobre sua atuação como facilitador da 
aprendizagem, em vez de apenas transmissor de conhecimentos, 
pode-se afirmar que o processo educacional configura-se como 
uma via de mão dupla, onde há a reciprocidade de aprendizados.
No ínterim, a partir de tal entendimento, veicula-se a 
importância da didática na formação do professor tutor como 
norteadora das ações pedagógicas desenvolvidas no processo 
ensino-aprendizagem do ambiente virtual. A partir do momento 
em que professor e aluno discutem e aprimoram os temas 
abrangidos, a visão de mundo que cada um traz é ampliada 
e aprimorada ao ponto de efetivar o crescimento pessoal e 
profissional destes, resultando numa aprendizagem significativa, 
pautada na criticidade e dinamicidade. Tal posicionamento 
dialético traz muitas contribuições para o processo de construção 
do conhecimento realizado na modalidade a distância, visto 
que o comprometimento dos sujeitos em partilhar informações 
e aprofundar os saberes adquiridos ao longo de suas formações 
resulta na confluência dessa aprendizagem de maneira natural, 
contornando os obstáculos que possam surgir nesta trajetória.
Portanto, pode-se afirmar que, ao comparar o percurso da 
Didática como norteadora do ensino desde a gênese da educação 
no Brasil até a atualidade, há um grande avanço no que concerne as 
38
Conhecimento e Educação
ações pedagógicas que direcionam o processo educacional, tendo 
em vista a postura cada vez mais comprometida dos educadores e 
alunos diante das interfaces sociais que direcionam a capacitação 
dos sujeitos em prol do melhoramento pessoal e profissional. O 
mundo globalizado impulsiona a educação a formar cidadãos 
conscientes e atuantes na sociedade dinâmica e mutável dos dias 
atuais, de modo a exigir dos educadores uma formação condigna 
com a modernidade e suas exigências, onde este esteja capacitado 
a orientar o processo de ensino aprendizagem diferenciado da 
Educação a Distância.
5. REFERÊNCIAS
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39
Capítulo 2 - A importância da didática no ensino EaD: uma visão a respeito do professor 
tutor
LIBANEO, José Carlos. Didática. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2013. 
Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.
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QUEIROZ, Cecília Telma Alves Pontes de; MOITA, Filomena 
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https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=2301075. Acesso em%3A 05 de jan. 2019
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http://www.ead.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/fundamentossociofiloso
http://www.ead.uepb.edu.br/ava/arquivos/cursos/geografia/fundamentos_socio_filosoficos_da_educacao/Fasciculo_09.pdf
Kelly Simone Frimmel Bertolotti1
Maria Vandete de Almeida2
Second Life como 
Tecnologia de Interação 
na Educação a Distância
CAPÍTULO 3
1. Professora mediadora do Núcleo de Ensino a Distância – Nead Unicesumar, nos 
cursos de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e Sistemas para Internet. Gradua-
da em Análise e Desenvolvimento de Sistemas. Pós-graduada em Administração de 
Banco de Dados Oracle e DB2. Especializada em EAD e as Tecnologias Educacionais.
2. Licenciada em História pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Pós-graduada 
em Desenvolvimento de Sistemas para Web. Mestra em História pela Universidade Es-
tadual de Maringá (UEM). Professora orientadora da Pós-Graduação EAD Unicesumar.
RESUMO
Este trabalho visa a descrever o processo de ensino-aprendizagem 
que o Second Life, na Educação a Distância (EAD), pode proporcionar 
ao aluno, oferecendo, ao mesmo tempo, uma abordagem dinâmica e 
interacionista dos conteúdos trabalhados em disciplinas acadêmicas. 
Metodologicamente, foi utilizada a revisão bibliográfica e tomou-
se, como base de consulta, a literatura especializada sobre o tema 
e artigos científicos selecionados no banco de dados da Scielo, 
objetivando, em um primeiro momento, demonstrar que a utilização 
do aparato tecnológico torna-se essencial para o melhor andamento 
e a apropriação de novas tendências pedagógicas, especialmente por 
propostas de formação educacional ofertadas a distância. Destacou-
se, em um segundo momento, o papel que o Second Life poderá 
alcançar no processo para que antigos paradigmas sejam superados. 
Ao final, concluiu-se que o Second Life é um software que oferece 
amplo campo para práticas pedagógicas inovadoras, auxiliando 
docentes e discentes da modalidade de educação a distância a 
trabalharem com conteúdos e materiais diversos de forma mais 
interativa, sincronizada e com operacionalização desimpedida de 
entraves para novas possibilidades de ensino e aprendizado. 
Palavras-chave: Educação em rede. Tecnologias na educação. 
Paradigmas pedagógicos. Recurso didático. Realidade virtual.
42
Conhecimento e Educação
1. INTRODUÇÃO 
O apogeu do século XXI aspirou por exigências e gerou carências 
tecnológicas nos mais diversos níveis da sociedade contemporânea. 
Dentre elas, a educação apresenta-se como uma das áreas mais 
sensíveis ao rol de mudanças e tendências empregadas ao longo 
da sua historicidade.
Ao mesmo tempo em que a educação se mostra suscetível 
às metamorfoses tecnológicas, ela impulsiona demandas mais 
profundas na didática e que requerem o emprego imediato dessas 
metamorfoses, no intuito de aperfeiçoar a prática docente e de 
agregar mais recursos para a aprendizagem do aluno. 
A tecnologia vem como uma ferramenta a acrescentar no 
processo de ensino-aprendizagem, possibilitando aos discentes 
maior interação e aplicação do conteúdo trabalhado, bem como 
um recurso para os professores, o que propicia, assim, um labor 
mais produtivo.
Desse modo, este artigo tem a pretensão de discutir o 
uso de tecnologias educacionais que levem os alunos a interagir 
entre si, com vista em trocar informações e discutir tudo o que 
têm aprendido, bem como apreciar o contexto em que os futuros 
egressos se depararão ao aplicarem, no mundo real, todo o 
arcabouço de conhecimento que adquiriram em realidade virtual. 
A escolha do tema se justifica pela necessidade de observar um 
recurso extraclasse, uma ferramenta tecnológica que forneça ao sujeito 
aprendiz melhores condições pedagógicas de aprendizagem, como 
forma de dirimir o problema da distância, mantendo a conectividade 
com os demais colegas de estudo e de formação educacional.
43
Capítulo 3 - Second life como tecnologia de interação no ensino a distância 
A relevância está, justamente, em acompanhar a evolução 
que as tecnologias educacionais apontam, ou seja, a tendência de 
trabalhar com aspectos pedagógicos melhor elaborados, como no 
caso da educação em rede, que, em pouco tempo, se tornou regra. 
Portanto, é preciso se antecipar para que o posto de vanguarda 
seja mais que merecido, assim como a vantagem competitiva para 
as Instituições de Ensino Superior (IES). 
Logo, o resultado esperado é o de estabelecer uma discussão 
a respeito das tecnologias de realidade virtual, em especial o 
Second Life, dando ênfase aos benefícios para a sua aplicabilidade 
no ambiente educacional a distância, objetivando, ainda, melhor 
entender quais mecanismos esse sistema oferece, julgar qual 
a melhor maneira de utilizá-lo, se integrado ou não a outras 
ferramentas, além de conhecer e dominar os recursos técnicos que 
ele disponibiliza.
2. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 
TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO 
E SECOND LIFE
Com vertiginoso aumento, a EAD tem se mostrado um profícuo 
campo para a discussão teórica e o aprofundamento a respeito do 
seu alcance, do seu papel e da qualidade na formação do aluno 
que ingressa nessa modalidade de ensino. 
A valia do artigo, portanto, está em mostrar que as mudanças 
ocorridas na EAD foram concomitantes com as mudanças que 
ocorreram na sociedade como um todo, principalmente com as 
constantes inovações em tecnologia, o acesso à informação e à 
comunicação. 
44
Conhecimento e Educação
Assim, antes de problematizar a respeito da possibilidade 
de utilizar o Second Life na educação a distância, faz-se necessário 
um breve resgate histórico para melhor explicitar as qualidades 
pedagógicas que um software de interação possa apresentar, 
vistoque a interatividade se faz necessária para a sociedade de 
modo geral e também tem se mostrado como uma alternativa a 
ser trabalhada pelos educadores que pretendam focar em novas 
tecnologias, bem como no SL (abreviação para Second Life) e em 
sua aprendizagem interativa. 
Leitão (2012) relata que o Second Life é um mundo virtual 3D 
aberto ao público em 2003 pela empresa norte-americana Linden 
Labs e que, até novembro de 2010, possuía 21 milhões de contas 
registradas. Relatórios econômicos e demográficos periódicos 
divulgados pela Linden Labs indicam que, nos anos de 2010 e 
2011, o número de contas efetivamente ativas no Second Life girava 
em torno de 1 milhão de usuários por mês.
Complementando o relato de Leitão, Stacheski (2008, p. 193) 
lembra que “o SL é um sistema de interatividade virtual em 3D 
Massively Multiplayer Online Role-Playing Games (MMORPG)”. 
Prosseguindo em sua explanação, a autora ressalta e discorre 
sobre a simulação da vida real proporcionada aos usuários, ou 
seja, um verdadeiro mundo virtual, mais do que interativo. 
Pode-se afirmar que o SL se trata de um site de Redes Sociais 
Digitais (SRS). Bolsoni (2010, p. 72) considera que o objetivo geral 
de toda SRS é permitir a interatividade, quando o sujeito tem uma 
livre forma de se expressar e deseja partilhá-la com outros sujeitos 
que possuem o mesmo interesse, seja por assunto, tema, idade, 
lista de interesse ou segmento. No caso da EaD, o interesse seria a 
mesma IES, o mesmo curso, a mesma atividade em conjunto. 
45
Capítulo 3 - Second life como tecnologia de interação no ensino a distância 
Por mundo virtual, adotamos a conceituação de Bell (2008 
apud LEITÃO, 2012), como uma rede mediada por computadores, 
sincrônica e persistente, de pessoas representadas por avatares1.
Com isso, o termo ciberespaço também pode ser 
determinado como o lócus virtual, criado pela conjunção das 
diferentes tecnologias de telecomunicação e telemática, em 
especial, mas não exclusivamente, as suportadas por computador 
(BOLSONI, 2010, p. 53).
Pois bem, se o ciberespaço é um território livre de 
constrangimentos espaços-temporais, que possibilita a livre 
articulação entre os sujeitos e tudo o que dele faz parte, é possível 
afirmar que consiste em um espaço essencialmente democrático 
e aberto a permanentes, renovadas e inacabadas formas de 
apropriação e interação (MELLO; TEIXEIRA, 2012). 
Logo, o Second Life tem uma profundidade não tão rasa 
se comparada aos demais mecanismos de interação que a 
internet comumente oferece para todos. Nesse sentido, temos a 
diferenciação dada por Leitão (2012, p. 259):
A sincronicidade permite que atividades 
sejam realizadas em tempo real e 
coletivamente. Na comunicação síncrona, 
“as partes envolvidas na troca de mensagens 
têm acesso imediato às respostas e reações 
do outro” (JUNGBLUT, 2004, p. 105), o que 
diferencia o Second Life de um blog ou fórum 
de discussão, onde as interações não são 
necessariamente síncronas. Sua persistência, 
por outro lado, o diferencia de um jogo de 
videogame tradicional. Não sendo centrado 
1. A noção de identidade como fluída é o primeiro passo para compreender o papel 
do indivíduo no ciberespaço. Existem várias formas de formação de identidade e mu-
dança de identidade no ciberespaço. “Avatares” – termo cunhado pelo romancista 
Neal Stephenson em Snow Crash para descrever sua identidade criada no ciberespaço 
– possui certos identificadores que marcam sua identidade online. Estes incluem en-
dereços, nomes e autodescrições (NAYAR, 2004, [s.p.], tradução das autoras). 
46
Conhecimento e Educação
num único jogador, um mundo virtual não 
pode ser parado, sua existência persiste 
quando o usuário se desconecta. Essa última 
característica confere a um mundo virtual 
sua própria historicidade.
Descortina-se, desse modo, a aplicação pedagógica, que pode ser 
realizada pelo uso de uma ferramenta com a peculiaridade de ser 
veloz nas suas trocas de dados. Apesar de se mostrarem interativas 
e atenderem à necessidade de transmissão de informações e 
suporte ao aprendizado do aluno, as ferramentas correntemente 
usadas são limitadoras da ação dos discentes, pois os objetivos 
dessas ferramentas são de, justamente, os manterem focados em 
determinada parte do sistema.
Dentro da teoria de Educação à Distância 
(EAD), o Second Life é uma ferramenta 
tecnológica que propicia um Ambiente Virtual 
de Aprendizado (AVA) e está classificado 
de acordo com a 4ª/5ª geração da EAD no 
Brasil. Ressalta-se aqui que a 1ª geração 
está em torno dos processos educacionais 
realizados via correspondências, a 2ª geração 
corresponde à mediação educacional por 
rádio e televisão, a 3ª geração por meio da 
internet e a 4ª e 5ª geração por ambientes 
virtuais de aprendizagem que implicam 
em uma imersão virtual do aluno/usuário 
(VIANNEY; TORRES; SILVA, 2003 apud 
STACHESKI, 2012, p.193).
Como citado, o SL está inserido na última geração de ferramentas 
tecnológicas, é aplicado por grandes centros acadêmicos do mundo 
e do Brasil. Apesar da sua popularidade estar atrelada apenas ao 
fator entretenimento que o jogo contém, a sua aplicabilidade ao 
ambiente educacional se mostra cada vez mais corrente e aceita.
47
Capítulo 3 - Second life como tecnologia de interação no ensino a distância 
Seguem exemplos que demonstram a utilização do Second 
Life na educação, conforme mostrado a seguir:
Quadro 1 - Aplicabilidade do SL em instituições estrangeiras
INSTITUIÇÃO MODELO
Faculdade de Direito da Universi-
dade de Harvad, EUA
Começou um curso em que 
algumas aulas são dadas numa 
sala virtual.
Universidade Goldsmiths, Lon-
dres, Inglaterra
Os estudantes de arte apresen-
taram seus trabalhos de formatu-
ra no SL.
Universidade de Aveiro Realizou um workshop sobre co-
municação, educação e formação 
no Second Life. Criou, ainda, um 
campus virtual para e-learning 
(aprendizagem virtual) em várias 
disciplinas. 
LanguageLab, Londres, Inglaterra Oferece aulas virtuais de inglês 
e espanhol. A escola receberá, a 
partir de setembro, os avatares 
dos estudantes em sua ilha no 
mundo virtual, onde uma cidade 
inteira foi construída. Os avatares 
encontrarão seus professores 
para atividades nos hotéis, 
bares, clubes, escritórios e lojas 
detalhadamente realistas, os 
estudantes e professores falarão 
uns com os outros utilizando uma 
tecnologia VoIP (voz sobre IP).
Fonte: adaptado de Schlemmer (2007, on-line). 
No Brasil, algumas experiências também são marcantes para que 
o SL começasse a ser aplicado no âmbito acadêmico e auxiliasse no 
processo de ensino-aprendizagem para os alunos que o usavam 
como uma ferramenta pedagógica, tais como no quadro a seguir:
 
48
Conhecimento e Educação
Quadro 2 - Aplicabilidade do SL em instituições brasileiras
INSTITUIÇÃO MODELO
Anhembi Morumbi Localizado na Ilha Brasil, realizou 
um evento para estudantes do 
Ensino Médio que desejavam 
conhecer de perto o dia a dia 
das profissões, tirar dúvidas e 
descobrir curiosidades sobre as 
mais diversas possibilidades de 
carreira. 
Universidade do Vale do Rio dos 
Sinos (Unisinos)
Tem uma ilha no SL – Ilha 
Unisinos (a primeira ilha de 
uma universidade brasileira no 
SL), em que foram modelados o 
campus, a biblioteca – a maior 
da América Latina – e o auditório 
para eventos. Essa universi-
dade criou, também, o primeiro 
grupo de pesquisa em educação 
digital, vinculado ao programa 
de pós-graduação em Educação, 
que apresenta as pesquisas 
desenvolvidas e possui espaços 
para a discussão e o trabalho em 
grupos, utilizados pelos alunos do 
mestrado em Educação e pelos 
graduandos em Pedagogia.
Fonte: adaptado de Schlemmer (2007, on-line). 
Como percebido nos quadros apresentados, o SL é usado 
como apoio, um ambiente complementar se comparado ao 
Moodle (software livre de apoio à aprendizagem). Ele não tem a 
característica de ser unidimensional, ou seja, o aluno apenas o 
alimenta com as suasatividades ou recebe materiais diversos da 
equipe pedagógica. Promove, sim, a interação entre a sala de aula 
e o mundo do trabalho, como também entre os próprios discentes, 
tal qual é mostrado na Universidade Goldsmiths, por meio da 
apresentação de trabalhos desenvolvidos pelos próprios alunos.
49
Capítulo 3 - Second life como tecnologia de interação no ensino a distância 
O SL tem sido utilizado em pesquisas para desenvolver 
simulações sociais e para investigar os relacionamentos sociais de 
residentes do SL, a história, a teoria e a prática da representação 
e da produção de arquitetura, as questões relacionadas à 
aprendizagem de pessoas com algum tipo de deficiência, as 
habilidades ensinadas em ambientes virtuais e a nova cultura 
digital, entre outros temas.
Além dessas experiências, são criados eventos científicos, 
bibliotecas, exposições e museus digitais virtuais. Enfim, quanto 
ao uso e à aplicação do SL, este se mostra muito flexível e utilizável 
nas mais diversas áreas do conhecimento no contexto educacional.
Os casos citados ilustram a usabilidade do SL para a 
construção do conhecimento, cujo aluno é o próprio autor. 
Stacheski (2012, p. 194) lembra que existem mais de 70 
universidades cadastradas no SL, as quais promovem aulas, 
palestras, seminários, encontros e outras atividades interativas. 
No Brasil, são mais de 16 universidades experimentando esse 
ambiente virtual de aprendizagem.
Ainda há questionamentos, entretanto: em um mundo virtual, 
a realidade não será distorcida? O que o aluno aprenderá será algo 
para o seu conhecimento? Para esse tipo de questionamento, cabe 
como resposta uma pesquisa antropológica desenvolvida sobre o 
prisma dos limites entre o virtual e o real, a saber:
O virtual, dessa forma, não implica 
desrealização, pois muitos dos atos produzidos 
pelos mecanismos de virtualização são fatos 
sociais concretos, já que produzem efeitos na 
realidade e, assim, não pertencem ao reino 
do imaginário, não desaparecem do universo 
das ações sociais tão logo sejam desligados os 
mecanismos tecnológicos que permitiram a sua 
existência “virtual” (JUNGBLUT, 2004, p. 102).
50
Conhecimento e Educação
Como defendido nessa citação, não haverá, portanto, prejuízo 
ao aprendizado do aluno, pois os temas trabalhados serão e 
fazem parte do cotidiano, a problematização será feita a partir 
da sua realidade (valores, crenças e desejos) e da assimilação de 
conteúdos desenvolvidos na jornada de aulas. Inclusive, o SL 
tem a reprodução do cotidiano, fundamental para que o aluno 
desenvolva o seu potencial aprendizado. Reforçando, tem-se que:
O problema, nesse caso, não é o do 
distanciamento entre as teorias sobre a 
escola e a realidade do dia-a-dia das escolas, 
mas sim, o distanciamento entre a educação 
escolar e a vida extra-escolar dos indivíduos. 
Em outras palavras, o problema é o 
distanciamento entre a escola e o indivíduo 
enquanto um ser concreto. A atividade 
escolar é vista como algo que não faz parte 
da vida cotidiana do indivíduo, como algo 
estranho e até hostil a essa vida. O objetivo 
passa a ser, então, o de diminuir essa 
distância, aproximar a escola do cotidiano, 
fazer da educação escolar um processo de 
formação que prepare melhor o indivíduo 
para enfrentar os problemas do cotidiano 
(DUARTE, 2007, p. 37).
O SL se constitui, logo, como um reforço para o aprendizado 
do aluno, uma oportunidade para a assimilação e uma prática 
monitorada pelos professores e desenvolvedores. Como discutido 
nos Quadros 1 e 2, busca-se a integração entre os sujeitos 
participantes entre si com os conteúdos trabalhados, ou seja, 
romper barreiras, muros, romper com a concepção entre o que se 
fala em sala de aula e o que se faz na vida real, para que as aulas 
sejam significativas e auxiliem o aluno no seu cotidiano.
Posto o retrospecto histórico, do nascimento até o estado 
atual do SL, bem como as instituições que usam essa metodologia 
51
Capítulo 3 - Second life como tecnologia de interação no ensino a distância 
para o conhecimento, para a interpretação sócio-histórica, tem-
se, como base, a teoria de Vygotsky (1998), pois, como lembra 
Oliveira (2011), os estudos desse teórico partem da dialética 
das interações do sujeito com o outro e com o meio para o seu 
desenvolvimento sociocognitivo, até porque “o comportamento 
do homem é formado por peculiaridades e condições biológicas e 
sociais do seu crescimento” (VIGOTSKY, 1998, p. 63).
Vigotsky (1998) entende que o desenvolvimento é contínuo, 
pois o contexto cultural em que todos se encontram inseridos 
influencia o aspecto cognitivo de todos também ao longo da vida. 
Observam Mello e Teixeira (2012, p. 3) que:
Neste processo, o ser humano necessita 
estabelecer uma rede de contatos com 
outros seres humanos para incrementar 
e construir novos conceitos. O outro 
social se torna altamente significativo 
para as crianças que estão no auge do seu 
desenvolvimento, uma vez que assume o 
papel de meio de verificação das diferenças 
entre as suas competências e as dos demais, 
para, a partir deste processo, formular 
hipóteses e sintetizar ideias acerca desses 
laços constituídos, tornando um processo 
interpessoal, num processo intrapessoal.
De acordo com o exposto, Vigotsky (1998) considerava o movimento 
do aprendizado como algo comum, ou seja, que faz parte da gama 
de conhecimentos da sociedade. O sujeito, quando se defronta com 
o saber e se apropria dele, toma para si aquele determinado saber. 
As tecnologias de rede podem propiciar 
diferentes formas de interação viabilizando 
o saber coletivo, pois, durante uma 
participação em rede, o indivíduo 
assume uma postura compartilhada, sua 
comunicação ganha contornos reticulares e o 
52
Conhecimento e Educação
envolvimento com a atividade se dá na seara 
da cooperação. O sujeito precisa entender 
e ser entendido pelo outro, para que o 
somatório das diferenças e a articulação 
dos diferentes níveis de desenvolvimento 
contribuam para a realização dos objetivos 
do grupo (MELLO; TEIXEIRA, 2012, p. 8).
Vigotsky (1998), contudo, considera que a mediação deve ser feita, 
principalmente, pelo professor, que propiciará aos seus alunos a 
interação com instrumentos e símbolos por meio da linguagem, 
pois a palavra é um meio de interação fundamental entre todos, 
ao passo que possibilita deixar comum a todos a gama de 
conhecimento produzido historicamente pela sociedade em que 
determinado sujeito tem participação.
Bolsoni (2010) explica que as tecnologias digitais 
desempenham profunda mudança na sociedade, dinamizando 
a interação entre os indivíduos e, também, estabelece o 
pertencimento com as suas comunidades no virtual, o que, 
certamente, altera o cotidiano de suas vidas sociais. 
Diante disso tudo, percebe-se como é importante, para o 
campo das redes sociais, a linguagem e todos os símbolos nela 
embutidos para que, assim, a dinamicidade ocorra, em especial, 
na área da educação.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo do presente artigo, foi discutido como a educação a distância 
contribui para a aprendizagem do aluno e o possibilita vencer as 
fronteiras geográficas e estruturais para chegar à meta desejada.
53
Capítulo 3 - Second life como tecnologia de interação no ensino a distância 
Até o presente modelo de educação a distância, as 
instituições de ensino procuraram ofertar ao aluno a oportunidade 
para o conhecimento, segundo as tecnologias de dado momento 
histórico, desde o ensino por correspondência até o SL, o qual tem 
uma abordagem muito mais participativa e interacionista, que 
possibilita o aluno vivenciar os conteúdos trabalhados e ligá-los 
ao seu cotidiano educacional.
Diante de casos reais na educação brasileira e no exterior, 
se percebe que o uso do Second Life é de aplicabilidade possível 
e com alcance além da graduação, ou seja, utilizável também nos 
programas de pós-graduação lato-sensu. Essas são as principais 
características

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