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RESENHA CRÍTICA

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Faculdade Estácio Euro-Panamericana
De Humanidades e Tecnologias
Pós-Graduação em
 Gestão Financeira e Controladoria 
RESENHA CRÍTICA DO CASO 
SANTANDER CONSUMER FINANCE 
Karen Ribeiro de Jesus 
Cotia - SP
2020
Karen Ribeiro De Jesus 
RESENHA CRÍTICA DO CASO 
SANTANDER CONSUMER FINANCE 
Resenha crítica do caso SANTANDER CONSUMER FINANCE, para composição de nota final. 
Cotia - SP
2020
SANTANDER CONSUMER FINANCE 
A Santander Consumer Finance foi fundada em 1857, através de um decreto real, ao qual a rainha da Espanha autorizou que fosse criado um banco na cidade de Santander, em Cantábria, no norte da Espanha. Em meados da década de 1950 abriram alguns escritórios em alguns países latino-americanos e em Londres, que ficaram sob a liderança de Emilio Botín. Em 1986, o banco reforçou sua posição na Espanha, lançando produtos como a Supercuenta, que dobrou a participação de mercado do banco em depósitos, e com a aquisição do banco espanhol de crédito (Banesto) em 1994 e a fusão com o banco central hispano (BCH) em 1999. Botín expandiu também os negócios a mercados externos, adquirindo bancos e abrindo novos escritórios na América Latina, na Europa e nos EUA. 
Quando o banco Santander comprou o Bankhaus Centrale Credit AG (CC Bank), um banco alemão em operação desde a década de 1950, com 51 filiais, especializado em financiamento de veículos. 
Magda Salarich Fernández de Valderrama, foi nomeada CEO da SCF, após ter trabalho por 28 anos para a fabricante de carros francesa Citroën. A SCF havia crescido rapidamente nos 5 anos, sob a gestão de seu antigo CEO, Juan Rodriguez Inciarte. O Papel de Salarich seria planejar o caminho a seguir nos próximos 10 anos.
Um ano depois, o grupo Santander fez uma parceria com o Royal Bank of Scotland para controlar, fortalecer e expandir conjuntamente o CC Bank. Novas filiais foram abertas e, em 1994, o CC Bank lançou também o Direkt Bank, um banco sem agências (branchless), com atendimento por telefone, que também oferecia serviços de 
Cartão de crédito. O Acordo de propriedade compartilhada com o Royal Bank of Scotland vigorou até 1996, quando o Santander comprou a participação de seu parceiro e assumiu o controle total do CC Bank. 
Em 1997, o Santander entrou no mercado italiano assumindo o controle Finconsumo, uma empresa de financiamento ao consumidor, em parceria com o Banco San Paolo IMI. Em 1999, a fusão do Santander com o BCH agregou o Hispamer Banco Financiero e o Hispamer Financieros ao grupo. O CC Bank também se expandiu para a Hungria e a Áustria. Em 2002, os grupos Nacionais de empréstimos ao consumidor foram reunidos sob uma nova divisão interna do Santander, a SCF. Sob a liderança de Inciarte, a Santander Consumer Finance se concentrou em crescimento. Entre 2003 e 2006, houveram outras aquisições, em outros países europeus. Em 2004 o grupo realocou operações do centro de Madri para Ciuadad Financiera Santander, um campo financeiro de 160 hectares nos arredores da cidade, com instalações de educação e capacitação, esportes, incluindo um campo de golfe de 18 buracos, creche e uma galeria de arte. Em 2007 considerado um dos maiores bancos do mundo em termos de capitalização de mercado e lucro líquido, o grupo operava a maior rede de bancos de varejo no mundo ocidental, e operava ainda as atividades bancárias no atacado, privadas, cartões de crédito, gestão de ativos, seguros e através da STF, no setor de financiamentos ao consumidor.
Em 2006, a SCF investiu nos Estados Unidos, comprando o Drive U.S, e em 2007, Inciarte também investiu em novas instalações para operações no Chile, que começaram a funcionar em 2008. Em junho de 2008, a SCF já operava em 20 países. Dentro do Santander, correspondia a 5% do total de mão de obra do grupo e gerava quase 8 % dos lucros totais do banco. O maior mercado continuava sendo a Alemanha.
Em relação ao mercado europeu de financiamento ao consumidor, Salarich afirmou: ”ainda há grandes diferenças entre os países europeus em termos de tamanho do mercado de crédito ao consumidor, relação entre crédito ao consumidor e PIB (penetração) e mix de produtos ao consumidor. Essas diferenças se devem a diferentes níveis de maturidade do mercado, desenvolvimento econômico, regulamentação local e fatores culturais. ”
O financiamento ao consumidor incluía qualquer tipo de empréstimo para financiar compras do consumidor, com exceção de hipoteca para compra de Imóveis. Essa certamente não era uma invenção do século XX. No século XIX, lojas ofereciam crédito para vendas a seus clientes regulares e lojas de penhores funcionavam na Europa desde a Idade Média. Mas foi o crescimento do setor de manufatura de bens duráveis na era entre guerras e pós-segunda guerra que transformou o crédito ao consumidor em uma característica aceitável da sociedade moderna. Inovações em avaliação de risco, processamento de dados e financiamento; todos esses fatores contribuíam para um “boom” nos empréstimos, começando no final da década de 1980. No final de 2007 empréstimos a varejo aos consumidores exceto hipotecas, correspondiam a US$ 6 Trilhões em saldos devedores, dos quais 51,5% estavam nas Américas, 30% na Europa e 18,6% na Ásia. Os empréstimos ”subprime” eram empréstimos com taxa mais alta do que a básica (Prime), uma taxa de juros de referência usada pelos bancos para empréstimos a clientes. Precificação com base em risco era a prática de determinar a taxa de juros de um empréstimo analisando também o perfil de risco mutuário. Crédito rotativo era um tipo de crédito que não tinha número fixo de pagamentos. Os Estados Unidos continua sendo o maior mercado, com US$2,5 Trilhões em empréstimos abertos. No final de 2006, na Europa, os empréstimos ao consumidor representavam cerca de € trilhão em empréstimos em aberto.
A maior atividade de empréstimos da Santander Consumer Finance era o financiamento de Veículos: o fornecimento de empréstimos para clientes de revendedores de automóveis comprarem carros (i.e., empréstimos para a compra de carros no varejo), as vezes associado a empréstimos para revendedores financiarem seus estoques. A SCF também atendia varejistas, ao financiar crédito para seus clientes (i.e, empréstimos duráveis, que eram empréstimos para financiar produtos que durassem pelo menos 3 anos e que fossem comprados em lojas físicas), e as vezes empréstimos para seu próprio estoque, que tinham como função financiar inventários de carros ou bens de consumo de longo prazo de revendedores e varejistas. Além desses produtos principais e dependendo do mercado, a SCF fornecia serviços financeiros relacionados: seguro de proteção ao pagamento, cartões de crédito e débito, Cartões de crédito de marca compartilhada (co-branded), atendimento bancário online, empréstimos pessoas, depósitos, serviços de consolidação de dívida que permitiam aos clientes pegar um novo empréstimo pessoal ou garantindo para cobrir suas várias dívidas incorridas existente , por exemplo , de cartões de crédito, cartões de loja e empréstimos pessoais, e Hipotecas.
A abordagem da SCF para o mercado variava de acordo com o produto, para empréstimos, para bens de consumo duráveis e veículos a varejo, a SCF usava uma abordagem indireta e dependia de revendedores de automóveis varejistas, inclusive supermercados, lojas de eletrônicos e joalherias, para atrair novos cliente e comercializar seu crédito. Essa estratégia de ponto de venda (PDV) mantinha a SCF distante de consumidores individuais, mas também dava muita ênfase a seus clientes PDV.
A SCF desenvolveu um sistema de aprovação de crédito que podia ser acessado online por revendedores de automoves e varejistas, o processo funcionava de duas formas a primeira o s revendedores inseriam informações sobre os clientes, o carro ou o bem durável comprado e o empréstimo desejado. A segunda a SCF e o revendedor acordavam apenas uma taxa de juros básica, se os revendedores assegurassem acordos de empréstimos com taxas de juros acima da básica definida, eles recebiam a diferença como comissão, se fosse abaixo,pagavam a diferença para a SCF.
A conversão dos negócios indiretos em diretos, em alguns casos de empréstimos para carro ou bens duráveis, o revendedor ou varejista oferecia outros produtos complementares, como seguros. No entanto, explicou um gerente da área: “ os funcionários de revendedores de carros e de varejistas vendem, de acordo com seus interesses e necessidades. Além disso, os PDV pediam comissão extra para vender outros produtos que eram mais lucrativos para a SCF.
A SCF contava com diversas fontes incluindo dívida privilegiada, notas promissórias, securitização de ativos e depósitos de clientes. Quando possível, encorajava financiamento de depósitos locais. Até 2006, os depósitos de cliente de operações bancárias na Alemanha, na Espanha, em Portugal e na Itália representavam a maior fonte de financiamento da divisão. O CFO da SCF explicou: “ o financiamento local é o mais barato, pois podemos evitar SWAPS CAMBIAIS”.
A SCF securitizava ainda grupos de empréstimos para carros, e essa também estava se tornando uma fonte de financiamento cada vez mais importante para uma divisão. Nesse ponto, no entanto, o mercado europeu continuava fragmentado. O CFO explicou: ” devido as restrições regulamentares, empréstimos só podem ser securitizados país por país; não temos permissão para fazer securitizações internacionais, mesmo que isso fosse melhor para nós, pois nos permitiria fazer compartilhamento de risco (risk pooling) em diferentes países”. 
Um gerente acrescentou: “ cada país europeu apresenta à SCF suas próprias limitações regulamentares específicas. Temos que ser extremamente flexíveis: não podemos aplicar exatamente o mesmo modelo em todos os países. No momento de decidir sobre a entrada ou não em um país, consideramos o que podemos e não podemos fazer e depois definimos que modelo de negócio aplicar. Na Alemanha, por exemplo, a SCF tinha um foco menor em hipotecas. Hanswillemenke explicou: “Hipotecas não são convenientes para nós, as taxas de juros são baixas, e além disso, elas limitam nossas possibilidades de vender outr9os produtos, já que os clientes de hipoteca têm que pagar prestações altas por muito tempo”.
Depois de algumas analises Salarich afirmou que: o financiamento ao consumidor é um negócio cíclico. Isso é visto nos EUA e na Europa. O negócio de financiamento passa por altos e baixos. Estamos em um período de baixa. Vemos problemas de liquidez no mundo todo, as vendas de automóveis estão estáveis ou em queda e em breve, teremos uma nova diretiva da EU. Há uma pressão sobre as margens, volumes decrescentes de financiamento e piora do crédito, mas a SCF vê boas oportunidades em comparação com os concorrentes nesse ambiente devido ao know-how e por pertencer a um grupo financeiro grande e sólido.
Ao comtemplar o futuro SCF, Salarich encontrou três questões importantes a serem respondidas. A primeira seria como lidar com a expansão, pois novos mercados de créditos ao consumidor estavam surgindo no mundo todo: deveria i Santander agir para operar nesses novos mercados? Um gerente da SCF, analisando a situação notou tanto as promessas quanto os desafios que esses novos mercados podiam representar: 
Algumas pessoas veem o PIB per capita para entender onde irá o financiamento ao consumidor. Eu vejo carros por habitante. No Brasil, a população é quatro vezes maior que a da Espanha, mas o número de carros é o mesmo, o Crescimento virá de países emergentes como o Brasil e a China. Mas são muito diferentes dos países em que atuamos agora. Antes de investir lá precisamos nos certificar que nosso negócio é suficientemente forte. 
O segundo desafio era a consolidação. Que funções deveriam ser centralizadas para ganhar eficiências e quais deveriam ser descentralizadas? Um gerente observou:
Inciarte conseguiu encontrar todas essas novas oportunidades e fazer com que a diretoria do banco aceitasse. Identificamos quatro áreas que precisam ser melhoradas: Financiamento de estoques, conversão de clientes, cobrança de pagamentos e seguros, a discussão é como fazer isso? Devemos criar um departamento central que diga aos gerentes locais o que fazer ou devemos contrata-los localmente? Alguns países já reclamam da pressão que a matriz exerce sobre ele. No entanto, os produtos têm êxito quando há alguém dedicado a eles, e temos muito a aprender sobre o trabalho entre países. 
Historicamente, o ponto forte e de vantagem competitiva residia no negócio de empréstimos para veículos, um negócio de baixo risco, mas com margens menores. Algumas experiências realizadas nos Estados Unidos mostraram que empréstimos ao consumidor para os bens que não são automóveis tinham potencial para expandir os negócios que retornos maiores. Até que ponto eles deveriam se direcionar mais para empréstimos pessoais diretos? E poderiam eles aplicar as estratégias de precificação de empréstimos aprendidas com sua subsidiária dos EUA, a Drive, para mercados automobilísticos europeus? Salarich tinha quatro meses para decidir.
VISÃO CRÍTICA
O ramo ao qual eles mais tinham sucesso, era o automobilístico, e diversos países emergentes tinham grande potencial de crescimento.
 Talvez se o SCF investisse na ampliação e melhoria dos segmentos já existentes e também como banco comercial, por exemplo, construindo relações de longos prazos com clientes correntistas e não correntistas através da concessão de crédito, oferta de serviços e produtos paras as pessoas físicas e jurídicas (é claro, com exceção, de clientes corporativos globais, que seriam atendidos através do seguimento de Banco Global de Atacado), por meio de empréstimos pessoais ( inclusive financiamentos imobiliários e de veículos, financiamento ao consumidor, cheques especiais, cartões de crédito e empréstimos consignado), locação de automóveis, empréstimos comerciais, linhas de empréstimos comerciais, Linhas de capital de giro e financiamentos de comércio exterior. 
Seria interessante também se eles estendessem as ofertas deles aos planos de aposentadoria privada, seguros, recebimentos de contas e serviços de processamento. 
Seria atrativo para eles também, se criassem uma proposta para empresas de grande porte que tem a própria Receita.
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