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TCC Resíduos Sólidos (1)

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0 
 
UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO 
CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL A DISTÂNCIA - 
POLO SÃO LUÍS - MA 
 
 
 
Aldmax Silva Martins - RA 3178315 
Antônio Marcos Martins - RA 3185257 
Erica Alves de Sousa - RA 3176711 
Wendre Costa Nogueira - RA 3191524 
 
 
ALINHAMENTO DAS GESTÕES MUNICÍPAIS COM A POLÍTICA 
NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (LEI 12.305/2010) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO LUÍS – MA 
2018 
1 
 
Aldmax Silva Martins - RA 3178315 
Antônio Marcos Martins - RA 3185257 
Erica Alves de Sousa - RA 3176711 
Wendre Costa Nogueira - RA 3191524 
 
 
 
 
 
 
 
ALINHAMENTO DAS GESTÕES MUNICÍPAIS COM A POLÍTICA 
NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (LEI 12.305/2010) 
 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado ao curso de Engenharia 
Ambiental da Universidade Santo Amaro - 
UNISA, como requisito para a obtenção do 
título de Engenheiro Ambiental 
 
Orientador: 
Prof. Msc. Marcos Araújo 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO LUÍS – MA 
2 
 
2018 
Aldmax Silva Martins - RA 3178315 
Antônio Marcos Martins - RA 3185257 
Erica Alves de Sousa - RA 3176711 
Wendre Costa Nogueira - RA 3191524 
 
 
 
ALINHAMENTO DAS GESTÕES MUNICÍPAIS COM A POLÍTICA 
NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS (LEI 12.305/2010) 
 
Trabalho de conclusão de curso 
apresentado ao curso de Engenharia 
Ambiental da Universidade Santo Amaro - 
UNISA, como requisito para a obtenção do 
título de Engenheiro Ambiental. 
 
Orientador: 
Prof. Msc. Marcos Araújo 
 
Banca Examinadora 
 
____________________________ 
Prof. Dr. _____________________ 
 
____________________________ 
Prof. Dr. _____________________ 
 
____________________________ 
Prof. Dr. _____________________ 
3 
 
RESUMO 
 
Este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo analisar a necessidade do 
alinhamento das Gestões Municipais do município de São Luís com a Política 
Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), visando a eficiências no 
gerenciamento dos mesmos a partir dos critérios técnicos sociais e ambientais 
definidos pela política explicitada acima. Após longo período de discussões no 
Congresso Nacional, a Lei nº 12.305 foi aprovada no ano de 2010, chamada como 
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), representando um marco para a 
prevenção do maio ambiente. O manejo inadequado de resíduos sólidos tem gerado 
problemas que ultrapassam o âmbito do meio ambiente, e alcançando o meio social 
e econômico do país. A metodologia de pesquisa utilizada para este estudo FOI A 
analítico-descritivo por meio de levantamento bibliográfico, utilizando relatórios sobre 
a geração de resíduos sólidos de São Luís – MA. A necessidade de um alinhamento 
entre a gestão ambiental e a PLRS tem a responsabilidade de cuidar do meio 
ambiente para que seja ecologicamente equilibrado, para às presentes e futuras 
gerações. Conclui-se que após a sanção da PNRS, houve uma queda consideração 
na geração de resíduos no Município de São Luís. 
 
Palavras-chave: Gestão Municipal. Resíduos Sólidos. Lei 12.305/2010. 
 
4 
 
ABSTRATC 
 
This final project aims to analyze the need of alignment of the Municipal 
Administrations of São Luís with the Brazilian solid waste Policy (Law 12,305/2010), 
aiming at efficiencies in the management of the same from the social and 
environmental technical criteria defined by the policy explained above. After long 
discussions in the National Congress, law No. 12,305 was approved in the year 2010, 
named as national solid waste policy (PNRS), representing a milestone for preventing 
may environment. Inadequate management of solid waste has raised problems that 
go beyond the scope of the environment, and achieving the country's economic and 
social environment. The research methodology used for this study was the analytical-
descriptive through bibliographical survey, using reports about the generation of solid 
waste in São Luís-MA. The need for alignment between environmental management 
and PLRS has the responsibility of taking care of the environment to be ecologically 
balanced, for the present and future generations. It appears that after the sanction of 
the PNRS, there was a fall account in the generation of waste in the city of São Luís. 
 
Keywords: Municipal management. Solid Waste. 12,305/2010 law. 
 
5 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 06 
1.1 Problema de Pesquisa (problematização) .................................................. 07 
1.2 Objetivos ....................................................................................................... 07 
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 07 
1.2.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 07 
1.3 Justificativa ................................................................................................... 08 
2 REVISÃO TEÓRICA ......................................................................................... 09 
3 METODOLOGIA ............................................................................................... 25 
4 RESULTADO .................................................................................................... 26 
5 RESULTADO .................................................................................................... 28 
6 CONCLUSÃO ................................................................................................... 31 
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 33 
 
 
6 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
O cenário ambiental no Brasil passa por um processo de mudanças e novas 
percepções que almeja a integração entre sociedade, econômica e meio ambiente por 
meio de bases sustentáveis que cada parte se desenvolva. Os recursos naturais estão 
se esgotando, o que levou à diversas discussões sobre o tema, movimentando a 
sociedade no sentido de buscar soluções para tal problemática. 
Os problemas são significativos, devido ao excesso de poluentes e dejetos, 
nota-se o destaque para as discussões sobre questões inerentes a atividade 
ambiental, devido os impactos ambientais causados pela prática. Ao passo que a 
existem atividades que podem apresentar benefícios para uma comunidade, uma 
possível contaminação por resíduos sólidos poderá acarretar diversos prejuízos seja 
no âmbito social, ambiental e econômico. 
O destino final dos resíduos sólidos urbanos é motivo de grande 
preocupação, seja pelos governantes, como por parte da população, pois o 
descontrole no manejo desses resíduos tem gerado desconforto para a sociedade e 
para os gestores públicos, principalmente no que se refere aos municípios. Neste 
sentido, foi criada a Lei 12.305/2010 com o objetivo de regulamentar os tratamento e 
destino final dos resíduos sólidos urbanos. 
Apesar da criação da Lei Federal nº 12.305, vê-se ainda certo descaso por 
parte do poder público com relação as questões ambientais. A lei apresenta pontos 
atualizados, conceitos sobre ecoefissiência, responsabilidade compartilhada, e 
responsabilidade de todo o cidadão, descentralizando a responsabilidade do Estado, 
que mesmo assim continua sendo o responsável maior, em que todos devem 
contribuir com a política nacional de resíduos sólidos. 
A dificuldade dos municípios em cumprir a política nacional de resíduos, 
inclusive no que compete a plano municipais de gestão integrada de resíduos sólidos 
de acordo com a política nacional de resíduos sólidos. Compõe variável que impede 
um gerenciamento eficiente por parte dos municípios ocasionando impactos 
ambientais e sociais tais como: percolação do solo por parte do chorume, 
contaminação de lençóis freáticos, existências de catadores individualizados, 
péssimos acondicionamento e translado dos resíduossólidos, existências de vetores 
nos vazadores a céu aberto, produção de gases tóxicos derivados da incineração 
clandestina ou queima de resíduos sólidos, etc. 
7 
 
A falta de cuidado com resíduos sólidos têm impactos diversos e que 
atingem em sua maioria, comunidades vulneráveis. Em muitos casos, as 
consequências são estritamente ambientais. 
 
1.1 Problema de Pesquisa (problematização) 
 
O lixo ou a geração de resíduos sólidos urbanos é um problema com forte 
relação à economia e consumismo material, a extração de recursos naturais, 
exploração de madeira, minério, resíduos dispensados pelas indústrias, fábricas, 
laboratórios químicos, a própria população que dejeta seu lixo de maneira 
inadequada, aumentando cada vez mais a produção de resíduos sólidos urbanos. No 
município de São Luís, notou-se um crescimento na quantidade de lixo, como maior 
do que o crescimento em números da população, essa expansão acelerada tem 
consequências negativas no meio ambiente, trazendo desequilíbrios e afetando a 
qualidade de vida. Neste sentido, surge a seguinte problemática: o município de São 
Luís por meio de sua gestão de resíduos sólidos atende ao Plano Nacional de 
Resíduos Sólidos (lei 12.305/10)? 
 
1.2 Objetivos 
 
1.2.1 Objetivo Geral 
 
Analisar a necessidade do alinhamento das Gestões Municipais do 
município de São Luís com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010), 
visando a eficiências no gerenciamento dos mesmos a partir dos critérios técnicos 
sociais e ambientais definidos pela política explicitada acima. 
 
1.2.2 Objetivos Específicos 
 
Averiguar o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para 
um eficiente planejamento das Gestões Municipais no que compete tal temática; 
Verificar se o município de São Luís atendem a Lei nº 12.305/10; 
Propor ações que solucionem os problemas que impedem que o município 
de cumprir com os requisitos da Lei nº 12.305/10. 
8 
 
 
1.3 Justificativa 
 
Os resíduos sólidos, também conhecidos como lixo, são consequências 
das atividades rotineiras do homem e dos animais. São descartados e despejados em 
sua maioria no meio ambiente de forma desordenada, gerando grandes problemas 
para o meio ambiente. A produção desses resíduos modifica não somente o meio 
ambiente, mas também os aspectos sociais, tecnológicos e econômicos. A gestão 
ambiental nos munícipios deve está alinhada ao Plano de Gerenciamento de 
Resíduos Sólidos. 
Este estudo se justifica pela escassez de estudos com bases em dados 
científicos que analisam e explanam sobre os impactos gerados pela gestão de 
resíduos sólidos no munícipio de São Luís, Maranhão. Os trabalhos e pesquisas 
atuais se limitam a descrever conceitos, mas pouco apresenta dados sobre sistemas 
integrados de gestão de resíduos sólidos. 
 
 
9 
 
2 REVISÃO TEÓRICA 
 
2.1 Contexto histórico da geração de resíduos no Brasil 
 
A primeira lei brasileira que trata dos resíduos sólidos foi a Lei Federal de 
n.º 2.312, noticiada em 1954, cujo Artigo 12 diz: “a coleta, o transporte, e o destino 
final do lixo, deverão processar-se em condições que não tragam inconvenientes à 
saúde e ao bem estar públicos”. Em 1961, por ocasião da publicação do Código 
Nacional de Saúde, essa diretriz foi reafirmada pelo Artigo 40 do Decreto 49.974-A. 
(JESUS, 2013) 
Em 1979, o Ministério do Interior - MINTER baixou a Portaria MINTER n.º 
53, que dispunha sobre o controle dos resíduos sólidos provenientes das atividades 
humanas, como forma de prevenir a poluição do solo, do ar e das águas. Essa Portaria 
estabelece que os resíduos sólidos de natureza tóxica, os que contêm substâncias 
inflamáveis, corrosivas, explosivas, radioativas e outras consideradas prejudiciais, 
devem passar por tratamento, no próprio local de geração e nas condições 
estabelecidas pelo órgão estadual de controle da poluição e de preservação 
ambiental. (DOMINICIANO, 2014) 
Em meados do ano 1981, a Lei Federal n.º 6.938 estabeleceu que a Política 
Nacional do Meio Ambiente, e o Artigo 2.º, inciso I, estabelece que “é responsabilidade 
do Poder Público a manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio 
ambiente como patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, 
tendo em vista o uso coletivo”. (FEDDERSEN, 2015) 
Porém, o grande marco histórico da gestão ambiental no Brasil foi à lei que 
estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Sólidos que lança uma visão moderna 
na luta contra um dos maiores problemas do Planeta: o lixo urbano. Tendo como 
princípio a responsabilidade compartilhada entre governo, empresas e população, a 
nova legislação impulsiona o retorno dos produtos às indústrias após o consumo e 
obriga o poder público a realizar planos para o gerenciamento do lixo. Entre as 
novidades, a lei consagra o viés social da reciclagem, com participação formal dos 
catadores organizados em cooperativas. Promulgada no dia 2 de agosto de 2010, 
após amplo debate entre o governo, universidades, setor produtivo e entidades civis, 
a Política Nacional promoverá mudanças no cenário dos resíduos. (CEMPRE, 2010) 
2.2 Resíduos Sólidos 
10 
 
 
Resíduos Sólidos é um tema sendo levantado em vários debates e 
discussões, pela percepção dos graves resultados de seus impactos no meio 
ambiente. O crescimento urbano e o aumento do consumo são aspectos que levam à 
reflexão sobre determinadas práticas da sociedade com relação à ecologia, meio 
ambiente e espaço social. Assim, deu-se início a busca por boas práticas seja de 
manejo como de descarte dos resíduos sólidos, sendo indispensável este cuidado, 
pois causam danos ao equilíbrio ecológico, danos à saúde e ao bem-estar dos seres 
humanos. (PITSCH; 2011) 
A má destinação dos resíduos sólidos é uma das principais preocupações 
da atualidade, onde as atenções estão voltadas para as causas que esses resíduos 
podem ter sobre a saúde humana e sobre a qualidade do meio ambiente (solo, água, 
ar e paisagens). Os resíduos, tanto em termos de composição como de volume, 
variam em função do consumo e dos métodos de produção (SANTOS, 2011, p. 1). 
No que tange a poluição, pondere-se que a atividade humana é sem dúvida 
geradora de impacto sobre o meio ambiente, sendo ultimamente suficientemente 
degradadora para até mesmo por em risco a vida neste planeta, colocando em risco 
a protegida qualidade de vida do homem. 
Conforme estudos de Machado (2011, p. 519), a proteção do dispositivo 
abrange: 
 
o homem e sua comunidade, o patrimônio público e privado, o lazer e o 
desenvolvimento econômico através das diferentes atividades (alínea b), a 
flora e a fauna (biota), a paisagem e os monumentos naturais, inclusive os 
arredores naturais desses monumentos – que encontram também proteção 
constitucional (arts. 216 e 225 da CF/88). 
 
Ainda sobre o conceito de poluição: “toda alteração das propriedades 
naturais do meio ambiente, causada por agente de qualquer espécie prejudicial à 
saúde, à segurança ou ao bem-estar da população sujeita aos seus efeitos. Estas 
alterações, quando normais e toleráveis, não merecem contenção e repressão, só 
exigindo combate quando se tornam intoleráveis e prejudiciais à comunidade, 
caracterizando poluição reprimível” (MEIRELLES, 2002). 
O aumento populacional e crescimento do consumo humano estão 
diretamente relacionados com o aumento da poluição e, especialmente, da geração 
de resíduos sólidos. Os padrões de consumo exagerados de bens não se constituem 
11 
 
em uma característica exclusiva da sociedade contemporânea. A “era da sociedade 
de consumo” se iniciou após o surgimento das primeiras indústrias na segunda 
metade do século XVIII, durante a Primeira Revolução Industrial (CARDOSO, 2015). 
Como definição conceitual, Kreling (2006, p. 20) define que “resíduos 
sólidos para designar o produto de descarte gerado pelas atividades industriais [...]”. 
Usualmente, tem-se utilizado o termo lixo para resíduosoriundos da atividade 
humana, que é empregada de forma equivocada, por não se considerar as reais 
características do que é considerado resíduo, ou seja, a caracterização do que é 
resíduo depende de quem o gera, o classifica, pode ser inútil para uns, como poderá 
ser útil para outros (TEIXEIRA; 2013). 
 
2.2.1 Classificação e Caracterização 
 
A classificação e a caracterização do resíduo sólido passam pela 
verificação de condições dos materiais, características físicas, biológicas, químicas, 
como também a origem do resíduo. A diferenciação desses requisitos tem como 
objetivo diferenciar o gerenciamento adequado do sólido, de acordo com sua 
classificação. 
Quanto ao potencial de contaminação do meio ambiente e saúde pública, 
a norma técnica NBR 10.004/2004 (ABNT, 2004) classifica os resíduos da seguinte 
forma: 
Resíduos Classe I (perigosos) - são os resíduos sólidos ou misturas de 
resíduos que tem “características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, 
toxicidade e patogenicidade, podem apresentar riscos à saúde pública”; 
Resíduos Classe II (não inertes) – são os resíduos sólidos ou mistura de 
resíduos sólidos que não se enquadram na Classe I (perigosos) ou na Classe III 
(inertes). Estes resíduos podem ter características como combustibilidade, 
biodegradabilidade ou solubilidade em água; 
Resíduos Classe III (inertes) – contemplam os resíduos sólidos ou mistura 
de resíduos sólidos que, submetidos ao teste de solubilização (Norma NBR no. 10.006 
– Solubilização de Resíduos – Procedimento) não tenham nenhum de seus 
constituintes solubilizados, em concentrações superiores aos padrões definidos na 
Listagem 8 – Padrões para os testes de solubilização. (ABNT, 2004) 
12 
 
Quanto à classificação dos resíduos não perigosos, tem-se a seguinte 
divisão: 
Classe IIA: em que o material apresenta características como 
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. 
Classe IIB: considera-se que o resíduo submetido a um contato dinâmico e 
estático com água destilada ou deionizada, não tenha nenhum de seus constituintes 
solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, 
excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. 
Quanto ao estado físico, os resíduos podem ser divididos em NBR n.º 
10004 (ABNT, 2004): 
Resíduos sólidos: correspondem aos resíduos apresentados nos estados 
sólido e semi-sólido, são aqueles originados de atividades industriais, doméstica, 
hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição, e ainda nessa divisão tem-
se os lodos oriundos de sistemas de tratamento de água, resíduos produzidos em 
equipamentos e instalações de controle de poluição, líquidos que por suas 
características não podem ser lançados na rede pública de esgoto ou corpos de água 
de forma viável. 
Resíduos gasosos: correspondem aos resíduos resultantes das reações de 
fermentações aeróbias e anaeróbia, no caso dos aterros sanitários a fermentação 
anaeróbia ocorre produzindo o gás carbônico e ao metano, que são aproveitados na 
produção de biogás; 
Resíduos líquidos: os resíduos líquidos também podem ser considerados 
como lixiviados, possuem uma grande concentração de material orgânico, como azoto 
e material tóxicos, e por apresentar um alto potencial de contaminação é necessário 
fazer o seu tratamento com a finalidade de impedir a sua infiltração no solo e a 
poluição das águas. 
Ainda de acordo com Norma supracitada NBR n.º 10004 (ABNT, 2004), 
quanto à origem, os resíduos sólidos podem ser classificados em: 
Resíduos Urbanos – consistem nos resíduos domiciliares ou domésticos, 
ou seja, são aqueles originados das residências e compostos por restos de alimentos, 
embalagens plásticas, de metal, de vidro, de papel e de papelão, jornais, revistas, nos 
resíduos comerciais, que por sua vez introduzem os resíduos gerados de atividades 
realizadas em escritórios, hotéis, lojas, cinemas, teatros, mercados, terminais, e são 
compostos essencialmente por papel, papelão e embalagens em geral, nos resíduos 
13 
 
públicos, que são aqueles que incluem os resíduos resultantes da limpeza de vias 
públicas, praças e jardins, e são compostos principalmente por papéis, embalagens, 
restos de cigarros, folhagens e sedimentos diversos. 
Resíduos Industriais – são aqueles procedentes das atividades industriais, 
que apresentam um grande número de materiais e substâncias que não se 
decompõem ou pode permanecer muito tempo estáveis, representando sérios perigos 
para a saúde pública, e exigindo acondicionamento, transporte e destinação 
especiais. Os resíduos industriais variam entre 65 a 75 % do total de resíduos 
produzidos em regiões mais industrializadas. 
Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) – esses resíduos são produzidos 
em hospitais, clínicas médicas e veterinárias, laboratórios de análises clínicas, 
farmácias, centros de saúde, consultórios odontológicos e outros estabelecimentos 
afins, e podem ser incluídos em dois níveis diferentes, os resíduos comuns, que são 
aqueles que compreendem os restos de alimentos, papéis, invólucros, e os resíduos 
sépticos, que correspondem aos constituídos de restos de salas de cirurgia, áreas de 
isolamento, centros de hemodiálise, etc. Enquanto ao manuseio esses resíduos 
exigem atenção especial. 
Quanto às características físicas: 
De acordo com a FUNASA (2007) as características físicas analisadas 
devem ser: 
a) Compressividade: é a redução do volume dos resíduos sólidos quando 
submetidos a uma pressão (compactação); 
b) Teor de umidade: compreende a quantidade de água existente na massa 
dos resíduos sólidos; 
c) Composição gravimétrica: determina a porcentagem de cada constituinte 
da massa de resíduos sólidos, proporcionalmente ao seu peso; 
d) Per capita: é a massa de resíduos sólidos produzida por uma pessoa em 
um dia (kg/hab. dia), calculadas pela formula: 
𝐺𝑒𝑟ação 𝑝𝑒𝑟 𝑐𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎 (𝐾𝑔 ℎ𝑎𝑏. 𝑑𝑖𝑎) = 
𝑄𝑢𝑎𝑛𝑡𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑅𝑆 𝑐𝑜𝑙𝑒𝑡𝑎𝑑𝑜𝑠 (𝐾𝑔. 𝑑𝑖𝑎) 
𝑛𝑢𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 ℎ𝑎𝑏𝑖𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 (ℎ𝑎𝑏) 
e) Peso específico: é o peso do resíduo solto, em relação ao volume 
ocupado por ele, expresso em Kg/m³. Esse valor é determinante no dimensionamento 
de equipamentos e instalações. 
14 
 
 
Características Químicas 
 
As características químicas são importantes para a escolha do tratamento 
mais adequado ao resíduo. O manual de saneamento da FUNASA descreve as 
características que devem ser analisadas: 
I. Poder calorífico: indica a capacidade potencial de um material desprender 
calor quando durante a combustão; 
II. Potencial de hidrogênio (pH): indica o teor de acidez ou; 
III. Alcalinidade dos resíduos; 
IV. Teor de matéria orgânica: consiste na determinação dos teores de cada 
constituinte da matéria orgânica (cinzas, gorduras, macro e micronutrientes, resíduos 
minerais entre outros); 
V. Relação carbono/nitrogênio (C/N): determina o grau de degradação da 
matéria orgânica do resíduo no processo de tratamento/disposição final. 
 
Características Biológicas 
 
As características biológicas dos resíduos sólidos são determinadas pela 
população microbiana e pelos agentes patogênicos presentes no material (IBAM, 
2001). 
 
2.3 Tipos de Tratamentos 
 
O arcabouço de leis, regulamentos e procedimentos para tratar os resíduos 
é definido nas três esferas federal, estadual e municipal. Porém, a grande 
responsabilidade é do município que responde pela coleta, transporte, tratamento e 
disposição final dos resíduos sólidos urbanos, ficando sob responsabilidade do Estado 
o licenciamento e/ou fiscalização ambiental e cabendo à União, a definição das 
normas gerais (LIMA, 2017). 
Com efeito, um novo marco na gestão dos resíduos sólidos no Brasil é a 
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12.305/10 (BRASIL, 2010), que 
estabelece obrigatoriedades fundamentais para que o Brasil deixe de ser um país 
onde prevalecem os lixões, o desperdícioe a falta de dignidade aos cidadãos que 
15 
 
trabalham com os materiais recicláveis. A Política determina a proibição da abertura 
de novos lixões e a obrigação dos municípios em estruturar a coleta seletiva, com 
participação das cooperativas de catadores para viabilizar a separação e correta 
destinação dos recicláveis. 
Faz distinção entre rejeito (o que não é passível de reaproveitamento) e 
resíduo (lixo que pode ser reaproveitado ou reciclado), referenciando todo tipo de 
resíduo (doméstico, industrial, da construção civil, eletroeletrônico, da área de saúde, 
etc.). 
Os objetivos são: a não geração, redução, reutilização e tratamento de 
resíduos sólidos, bem como destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos; 
redução do uso dos recursos naturais (água e energia, por exemplo) no processo de 
produção de novos produtos; intensificar ações de educação ambiental; aumentar a 
reciclagem no país; promover a inclusão social, a geração de emprego e renda de 
catadores de materiais. 
 
2.3.1 Reciclagem 
 
A reciclagem é uma atividade econômica, que deve ser vista como um 
elemento dentro do conjunto de atividades integradas no gerenciamento dos resíduos, 
não se traduzindo, portanto, como a principal "solução" para os resíduos, já que nem 
todos os materiais são técnica ou economicamente recicláveis (SILVA, 2017). Para 
tanto, a reciclagem é o reaproveitamento de determinados materiais, mediante 
reprocessamento e recuperação de detritos para posterior uso doméstico ou na 
indústria. 
FEDDERSEN, (2015, p. 33), determinam que os materiais recicláveis têm 
ampla utilização nas indústrias, onde são beneficiados como matéria-prima pré-
processada. Evitando-se, assim, a extração de novos recursos da natureza e, na 
maioria das vezes, eliminando-se etapas onde há grande consumo de energia e 
utilização de produtos químicos poluidores. Os resíduos sólidos que se encontram 
misturado no lixo domiciliar devem ser separados em uma usina de reciclagem de 
forma eletromecânica ou manuais conseguindo-se em geral uma eficiência de apenas 
3 a 6% em peso, dependendo do tamanho e do grau de sofisticação tecnológica da 
usina (LOPES; CALIXTO, 2012). 
16 
 
A atividade de reciclagem existe desde a época em que compradores de 
papel, papelão, garrafa de vidro e outros objetos eram recolhidos nas ruas de grandes 
cidades para ser reciclados (MAGALHÃES, 2008). No Brasil, este tratamento dos 
resíduos sólidos domésticos teve início nos anos 80, com uma intensa divulgação 
junto às administrações municipais e muitas cidades experimentaram a técnica como 
solução definitiva para os problemas ambientais e sanitários pela crescente produção 
de RSU. 
Para Dominiciano (2014, p. 34) a triagem e a reciclagem servem para 
separação dos materiais recicláveis presentes nos RSU. Esses materiais do tipo 
(papéis, metais, plásticos, vidros etc.), a segunda etapa, é o processo industrial, 
permitindo a reciclagem e/ou transformação em novos produtos. Ainda conforme o 
autor, o elevado percentual de matéria orgânica presente nos resíduos sólidos 
domésticos, também é realizado, nas chamadas usinas de lixo, o processo da 
compostagem, tem características semelhantes às dos fertilizantes orgânicos. 
 
2.3.2 Coleta Seletiva 
 
A coleta seletiva é uma forma de recolhimento de materiais recicláveis: 
papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte 
geradora e que podem ser reutilizados ou reciclados. Esse processo pode ser 
implantado em bairros, escolas, centros comerciais ou outros locais que trabalhe junto 
com o sistema da coleta de materiais recicláveis, servindo também como método 
educativo na medida em que sensibiliza a comunidade sobre os questionamentos do 
desperdício de recursos naturais e da poluição causada pelo lixo (JESUS, 2013). 
Pelo exposto, percebe-se que, a trajetória em busca da sustentabilidade 
nas cidades brasileiras, impõe mudanças profundas nos sistemas de limpeza urbana 
(MONTEIRO, 2017). Ainda conforme o autor, a ocasião que observamos nos 
pequenos municípios do interior do Estado de São Paulo é a mesma com certeza, 
deparada em todo o país. Os pequenos municípios não têm condições econômicas, 
técnicas e políticas de solucionar o problema de seus resíduos sólidos. Esse quadro 
leva a ocorrência frequente de lixões a céu aberto ou aterros precários e sem controle, 
gerando problemas para o meio ambiente e, de forma inconsequente, poluindo o que 
é de patrimônio da coletividade. 
Com relação à coleta seletiva, a MONTEIRO (2017) registrou: 
17 
 
Dos mais de 5.500 municípios brasileiros, apenas 766 fazem coleta seletiva 
de lixo. A conclusão é da pesquisa Ciclosoft 2012, desenvolvida pelo Cempre - 
Compromisso Empresarial para Reciclagem, apresentada em seminário no Rio de 
Janeiro sobre política nacional de resíduos sólidos. 
Para Pitsch (2011), a coleta seletiva é eficaz e possui grandes vantagens 
que colaboram para a melhoria do meio ambiente, na medida em que suaviza a 
exploração de recursos naturais, diminui a poluição do solo, da água e do ar, adia a 
vida útil dos aterros sanitários, permite a reciclagem de materiais que iriam para o lixo, 
diminui os gastos com a limpeza urbana, cria oportunidade de fortalecer organizações 
comunitárias, gera emprego e renda pela comercialização dos recicláveis. 
E as desvantagens, por sua vez, da coleta seletiva são mencionadas por 
Lopes e Calixto (2012), como elevado custo da coleta e transporte, pois necessita de 
veículos especiais, que passam em dias diferentes dos da coleta convencional; e 
necessidade de um centro de triagem, onde os recicláveis são separados por tipo, 
mesmo após a segregação na fonte. 
De fato uma cidade cuidadosa é essencial para qualquer programa de 
coleta seletiva. Se o planejamento estimular a participação da comunidade 
provavelmente terá uma identificação com o programa de reciclagem proposto, bem 
antes que ele se inicie de fato. A educação ambiental tem se mostrado a chave 
fundamental para o sucesso dos programas de reciclagem, pois influencia a 
aprendizagem do cidadão sobre o seu papel como gerador de resíduos, atingindo 
escolas, repartições públicas, residências, escritórios, fábricas, lojas, enfim, todos os 
locais onde os cidadãos geram resíduos (DOMINICIANO, 2014). 
 
2.3.3 Aterro Sanitário 
 
Conforme a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2004): 
 
Aterro sanitário de resíduos sólidos urbanos consiste na técnica de 
disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos 
à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos ambientais, método 
este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à 
menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os 
com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho ou a 
intervalos menores se for necessário. 
 
18 
 
Na realidade o aterramento sanitário é considerado por Santos (2011, p. 
67) como o método de disposição final dos resíduos sólidos que, com as técnicas da 
engenharia, minimiza os impactos causados pela disposição dos resíduos sólidos, 
sendo adequado para tal fim. Na execução de um aterro sanitário, princípios básicos 
são aplicados, para a predação do espaço onde serão despejados os resíduos sólidos 
ou lixo. 
Dentre eles, destaca-se a implantação de dispositivo de drenagem e 
tratamento de gases, drenagem e tratamento de lixiviados, afastamento das águas 
pluviais, canalização de eventuais córregos e nascentes do local, recobrimento diário 
e sistemático com argila, isolamento e impermeabilização mínima das células após o 
alcance da altura limite e urbanização do parque. Os aterros sanitários são 
implantados geralmente em 3 (três) tipos de áreas - encostas naturais ou degradadas, 
planícies e cavas de antigas minerações (JESUS, 2013) 
 
2.4 A Geração de Resíduos Sólidos 
 
O consumo de recursos naturais, assimcomo a transformação da matéria 
natural, necessários para o desenvolvimento e manutenção da vida humana, 
especialmente no contexto das sociedades atuais, em função de estarem altamente 
industrializadas, é fator determinante para o aumento dessa poluição. 
As ameaças produzidas pela Sociedade Industrial passam a produzir riscos 
mais complexos, muitas vezes de difícil reparação, verificando-se, assim, a formação 
de uma sociedade de risco, na qual há o iminente risco de uma catástrofe ambiental. 
Desenvolvida pelo sociólogo alemão Ulrich Beck, a teoria da Sociedade de Risco parte 
da constatação das limitações do modelo industrial em que a produção em prol de um 
desenvolvimento econômico se dá ás custas da exploração predatória do planeta, 
sujeitando o homem a superveniência de um possível desastre ecológico. Deve-se 
destacar que a racionalidade econômica pós-industrial está dissociada da lógica da 
sustentabilidade. A produção de bens em larga escala exige a extração dos recursos 
naturais concorrendo, juntamente com outros fatores, para a geração de resíduos 
(THIVES; FERREIRA, 2010, p. 359). 
Assim, temos que encarar o fato de que inevitavelmente o homem produz 
resíduos, que na maioria das vezes são reaproveitáveis, ou em outros casos, não 
19 
 
permitem novas interações, de forma que não podem permanecer em contato com os 
indivíduos geradores, por serem nocivos e impróprios enquanto recurso. 
A sociedade de consumo transformou-se em um campo ideológico onde 
competem versões diferentes sobre suas possibilidades, problemas e 
potencialidades. A ideologia empresarial apresenta a sociedade de consumo como 
capaz de gerar bens em quantidade e qualidade cada vez melhor e preços cada vez 
menores, aos quais cada indivíduo terá acesso de acordo com suas preferências. A 
crítica socialista tradicional vem mostrar como na sociedade de consumo se 
reproduzem as classes sociais (seja pela distribuição desigual da renda, seja pela 
diferenciação dos produtos consumidos). A crítica ecológica busca mostrar que a 
produção desenfreada de bens voltada unicamente para uma lógica do lucro destrói 
o meio ambiente e desconhece a necessidade de controle coletivo dos recursos 
naturais (RETONDAR, 2007, p. 50) 
Outro termo empregado para esse resíduo oriundo da atividade humana 
encerra-se na expressão “lixo”, palavra a qual na maioria das vezes é empregada de 
forma equivocada, por não considerar as diversas características daquilo que é então 
considerado resíduo. Em outras palavras o que é considerado resíduo ou lixo 
depende, na verdade, do indivíduo que o gera e o classifica, podendo ser inútil para 
uns, enquanto proveitoso para outros, a depender das tecnologias disponíveis. 
A palavra “lixo” por vezes apresenta o significado denotativo de aquilo que 
se deita fora por não ter utilidade ou por ser velho. Conceito este que, apesar de se 
achar válido, de um ponto de vista ecológico é muito incoerente e desatualizado. Isso 
tendo em vista as múltiplas possibilidades alcançadas por tecnologias e processos de 
reciclagem ou reuso, pelas quais se pretende a reinserção do que antes fora 
considerado lixo na cadeia produtiva e de consumo. 
Para fins propedêuticos o termo resíduo sólido delimita a abrangência 
desse significado, sendo atribuído a ele a nomenclatura de rejeito, resquício, restolho 
ou detrito gerado pela atividade humana, que não mais interessa aos fins da produção, 
da economia, e de certo modo não permite interação com o meio em que está inserido, 
ante a não viabilidade ou inexistência de tecnologia que reverta esta condição. 
Na busca por uma definição jurídica dos termos “lixo” e “resíduo” 
anteriormente apresentados, Fiorillo (2011, p. 348) menciona: 
Lixo e resíduo tendem a significar a mesma coisa. De forma genérica, 
podemos afirmar que constituem toda substancia resultante da não interação entre o 
20 
 
meio ambiente e aqueles que o habitam, ou somente entre estes, não incorporada a 
esse meio, isto é, que determina um descontrole entre os fluxos de certos elementos 
em um dado sistema ecológico. Em outras palavras, é o “resto”, a “sobra” não 
reaproveitada pelo próprio sistema, oriunda de uma desarmonia ecológica. 
O lixo em seu aspecto sanitário pode trazer problemas físicos, sendo o caso 
do lixo acumulado às margens de cursos d’água, canais e encostas, pode provocar 
seu assoreamento e o deslizamento de tais encostas. Já no que se refere aos agentes 
biológicos quanto ao mau acondicionamento do lixo ou quanto a serem depositado a 
céu aberto, constitui-se em foco de proliferação de vetores transmissores de doença 
(REIS; FERREIRA, 2008, p. 5). 
Nesse contexto, se verifica que o acúmulo de resíduos, na maioria das 
vezes de forma irregular e em lixões, é uma característica das sociedades humana. 
Referida situação demanda tratamento adequado a fim de que se evite a poluição e, 
por consequência, prejuízo à sobrevivência humana. Frise-se que no sistema natural 
não há resíduo, aquilo que não satisfaz mais a um ser vivo é absorvido por outro em 
um processo e isso ocorre de forma constante. Contudo, na sociedade humana 
altamente industrializada e consumista, uma quantidade grande de resíduos tem sido 
gerada, ocasionando poluição de vários bens naturais, o que implica na proliferação 
de diversas doenças (GALBIATI, 2001, p. 2). 
 
2.3.1 Importância do gerenciamento dos resíduos sólidos 
 
A sociedade atual e suas atividades diárias têm como uma das 
consequências de seu estilo de vida o descarte de grande quantidade de resíduos 
(RODRIGUES, 2015). O aumento do consumo dos recursos naturais somados a 
produção de resíduos eleva a preocupação com a necessidade de redução dos 
resíduos, como também o tratamento do que vem sendo descartado, muitas vezes de 
forma irresponsável. (FARIAS et al., 2010) 
O trabalho de manejo dos resíduos sólidos deverá atender a critérios 
técnicos que minimizem ou evitem os riscos a saúde pública e também que não 
comprometam a qualidade do meio ambiente. A importância de se conduzir da melhor 
forma os resíduos sólidos nos municípios está claramente prevista na Constituição 
Federal de 1988, quando o município passa a ser um ente federativo autônomo, com 
21 
 
competências próprias, que detêm a titularidade dos serviços de limpeza urbana, 
gestão e manejo dos resíduos sólidos, coleta e destinação final. (BEZERRA, 2010) 
Para Farias et al., (2010, p. 1), um plano de gerenciamento de resíduos 
sólidos não pode deixar de apresentar algumas etapas de gerenciamento como o 
tratamento que é definido como conjunto de unidades, processos e procedimentos 
que mudam as características físicas, físico-químicas, químicas ou biológicas dos 
resíduos. 
Outro ponto importante a ser destacado é o sistema de destinação final se 
refere ao conjunto de instalações, processos e procedimentos que visam à destinação 
ambientalmente correta dos resíduos de acordo com as exigências ambientais. A 
disposição final dos resíduos deverá ser realizada de acordo com as características e 
classificação, podendo ser objeto de tratamento (reprocessamento, reciclagem, 
descontaminação, incorporação, co-processamento, refino, incineração) ou 
disposição em aterros. (CEMPRE, 2013) 
 
2.4 Política Nacional de Resíduos Sólidos 
 
A despeito da Política Nacional do Meio Ambiente tangenciar questões e 
princípios importantes e relevantes a gestão de resíduos sólidos urbanos, a 
priorização do tema na agenda política foi instituída com o protocolo do Projeto de lei 
do Senado (PLS) nº 354, de 1989. Apesar de entrar na agenda política, muitos 
interesses e controvérsias entre diferentes segmentos representativos da sociedade, 
como os órgãos públicos, os representantes dos setores privados, os movimentos 
sociais e da sociedade civil. A questão central foi o modelo de responsabilidade pós-
consumo a ser implementado, ou seja, a definição das atribuições de fabricantes, 
importadores,distribuidores, consumidores e titulares dos serviços públicos de 
manejo dos resíduos produzidos. Após 21 anos de tramitação, ocorreu a aprovação 
na Câmara dos Deputados, em 11 de março de 2010, no senado federal, em 7 de 
julho de 2010, quando o Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva sancionou 
a Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos (PNRS). 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos criou metas fundamentais que 
objetivaram contribuir para a eliminação dos lixões por meio da constituição de 
instrumentos de planejamento nas esferas nacional, estadual, microrregional, 
22 
 
intermunicipal, metropolitano e municipal, além de impor ao setor privado a elaboração 
de Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (NASCIMENTO, et al., 2016). 
Os princípios que integram a PNRS contemplam: 
• A prevenção e a precaução com os impactos no meio ambiente; 
• A identificação do poluidor-pagador e do protetor-recebedor; 
• A visão sistêmica que considere as variáveis ambiental, social, cultural, 
econômica, tecnológica e de saúde pública na gestão de resíduos sólidos; 
• O desenvolvimento sustentável; 
• A ecoeficiência, a cooperação entre as diferentes esferas do poder 
público, o setor empresarial e demais segmentos da sociedade; 
• A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; 
• O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem 
econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; 
• O respeito às diversidades locais e regionais; 
• O direito da sociedade à informação e ao controle social; 
• E a razoabilidade e a proporcionalidade das ações da PNRS. 
A elaboração de um Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) e de 
Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), nos termos 
previstos do Art.16 da Lei nº 12.305/2010, é condição fundamental para estados e 
municípios terem acesso aos recursos da União destinados a empreendimentos e 
serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, bem como, para que estes 
recebam benefícios por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito 
ou fomento para tal finalidade (MMA, 2014, s/p). 
Nos termos de uma política pública, estabeleceu-se a intenção da política 
com a sanção da PNRS, que criou um marco regulatório. Entretanto, para efetivar a 
política ainda se carece da sua implementação (a ação), cujos alguns instrumentos 
estão propostos na própria lei, mas que não há elementos para sua concretude. 
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, somente 2.202 municípios de um total de 
5.570 haviam estabelecido medidas para garantir a destinação adequada do lixo que 
não pode ser reciclado ou usado em compostagem até a data limite estabelecida em 
agosto de 20142 (MMA, 2014). 
Para os municípios, a PNRS atribui diversas obrigações, das quais são 
relativas às suas características, mas valendo-se do que é primordial: contemplar as 
23 
 
políticas públicas que objetivem diminuir e solucionar o problema causado pelos 
resíduos sólidos, das quais são descritas na PNRS. 
A principal tarefa imposta pela PNRS aos municípios é a elaboração de 
planos municipais de gerenciamento integrado de resíduos sólidos, seguindo uma 
ordem de prioridade de: não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento 
dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos 
(BRASIL, 2010). 
Esta tarefa é abordada intensamente na seção IV, em que são 
apresentados os requisitos mínimos para a constituição dos planos municipais e as 
condições mínimas para que os municípios possam ter acesso aos recursos da União, 
visando empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de 
resíduos sólidos, ou a incentivos também oferecidos pela União (BRASIL, 2010). 
Propõem-se no artigo 19, dispostos em seus dezenove incisos, o conteúdo mínimo 
para esta elaboração dos planos municipais de gerenciamento integrado resíduos 
sólidos, de modo a orientar as cidades brasileiras a instruir suas metas e estratégias 
para o gerenciamento de resíduos sólidos. 
Desta forma, é de considerável complexidade a gestão da cadeia de 
resíduos sólidos, já que parte inicialmente de políticas públicas visando promover o 
bem comum da sociedade e que são dependentes da cooperação de todos, com a 
conscientização efetiva, prevenções e monitoramento, que são estimulados 
principalmente por meio do Estado e atinge toda a sociedade. 
Contudo, conforme indica Machado (2013), muitos municípios brasileiros 
não estão cumprindo o proposto na PNRS e nem os prazos estipulados. De acordo 
com o autor, a grande maioria dos municípios brasileiros não conseguiu alcançar 
soluções para a má gestão de resíduos sólidos e nem transformar os problemas com 
o lixo em oportunidades para a população brasileira, alegando, em grande parte, 
ausência de recursos, principalmente os financeiros. A partir desta constatação, faz-
se necessária uma atenção para as capitais brasileiras. 
 
 
24 
 
3 METODOLOGIA 
 
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica descritiva com abordagem 
qualitativa. Esse método também permite a atualização dos conhecimentos quanto ao 
assunto, oferecendo ao leitor, um conhecimento prévio sobre o tema abordado 
(OLIVEIRA, 2015). 
A presenta pesquisa buscou analisar a temática resíduos sólidos, tendo 
como tema o “Alinhamento das gestões municipais com a política nacional de resíduos 
sólidos (Lei 12.305/2010) através de pesquisa teórica por meio de teorias formadas a 
partir de dados em instituições oficiais e revisões bibliográficas de autores 
especialistas. 
O método dialético será utilizado uma vez que as informações de dados 
estatísticos, conceitos técnicos e informações educacionais em conjuntura com as 
bases da política nacional de resíduos sólidos interagirem, proporcionará análises que 
o método dialético contribuirá no sentido da geração de argumentos e conceitos que 
permeia a formação de uma síntese, que terá como objetivo a construção de 
arcabouços teóricos que proporcionem reflexões dedutivas, para ações que 
possibilitem otimizar a qualidade das gestões municipais no que compete seu 
gerenciamento de resíduos sólidos. 
 
25 
 
4 RESULTADO 
 
4.1 O município de São Luís 
 
A capital do Estado do Maranhão, São Luís, passou por um processo de 
urbanização, industrialização, avanço do comércio e como consequência, vê-se o 
aumento do crescimento populacional que tem influencia direta no aumento da 
produção de resíduos sólidos, torna-se assim importante o gerenciamento dos 
resíduos sólidos urbanos. (SILVA; SILVA, 2012) 
Sua localização é peculiar, na ilhar de Upaon-Açu no Atlântico Sul, entre as 
baías de São Marcos e São José de Ribamar, no Golfão Maranhense. Possui uma 
população de 1.094.66 7habitantes, município mais populoso do estado, estão em 15º 
mais populoso do Brasil, área de 831,7 km², desse total 283 km² estão em perímetro 
urbano (12ª maior área urbana do país). O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 
da capital maranhense é de 0,768 acima da média brasileira. (LIMA, 2017) 
São Luís é composta por setor industrial de grande representatividade, 
corporações e empresas de diversas áreas de atuação, pois a cidade possui posição 
geográfica privilegiada entre as regiões Norte e Nordeste e seu litoral está localizado 
próximo a grandes centros de importação de combustíveis, o que reduz o prazo de 
entrega de produtos, por meio do Porto de Itaqui, muito movimentado e com boa 
estrutura, o segundo mais profundo do mundo. (JESUS, 2014) 
 
4.2 Panorama dos resíduos sólidos urbanos no município de São Luís/MA 
 
Em media, 85% da população brasileira vive nas cidades, um dos fatores 
que possibilita a grande geração de lixo, um dos grandes problemas das metrópoles. 
A legislação vigente regula que as prefeituras tem a responsabilidade de 
gerenciamento de coletae destinação dos resíduos sólidos. 
Conforme dados do IBGE, 76% do lixo são rejeitados a céu aberto, visível 
ao longo de estradas, como também são levados pelas chuvas para represas de 
abastecimento. Muito tem se feito com relação ao gerenciamento de resíduos sólidos 
urbanos pelo mundo, mas ainda existe muito a ser feito. (MONTEIRO, 2017) 
 
26 
 
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública 
e Resíduos Especiais (ABRELPE), o Estado do Maranhão tem produção diária de 
5.733 toneladas de resíduos sólidos urbanos, sendo que 3.805 toneladas são 
coletadas. No estado só existem três municípios com aterros sanitários, de todo o lixo 
produzido, somente 36% são potencialmente recicláveis. Até meados de 2014, 20% 
dos municípios maranhenses cumpriram com o praz de 4 anos determinados para a 
implantação de estratégias para a destinação final adequada dos resíduos sólidos 
produzidos, conforme o art. 54 da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (ABRELPE 
2014). 
A partir do ano de 1995, os resíduos coletados em São Luís tem seu destino 
o aterro da Ribeira, que fica localizado entre o Igarapé do Sabino e o Distrito Industrial, 
possuindo uma área total de 60 hectares, dessa área, 30 hectares são utilizados para 
a destinação final dos resíduos (SEMOSP, 2013). 
Em 2011, no município de São Luís foram coletados pela prefeitura por 
meio de suas empresas terceirizadas de coleta de lixo, cerca de 1.668 toneladas de 
resíduos sólidos urbanos todos os dias, com toda essa quantidade sendo destinada 
para o aterro sanitário da Ribeira. Importante ressaltar que o aterro da Ribeira foi 
desativado em 2015 (LIMA, 2017). 
Entre os anos de 2006 a 2010, o município de São Luís apresentou um 
aumento de 48% na produção de resíduos sólidos urbanos, enquanto a população 
apresentou um crescimento de 5.42% nesse mesmo período (ABRELPE, 2011). 
Esse dados trouxeram a necessidade de o município adotar praticas que 
que concretizem o sistema integrado e sustentável com relação a gestão de resíduos 
sólidos urbanos. São Luís passou a integrar os temos dispostos na Política Nacional 
dos Resíduos Sólidos, com o objetivo de controlar a produção de resíduos sólidos e 
fazer a destinação adequada de todos esses resíduos, principalmente os resíduos 
sólidos urbanos, que mais comprometem o município. 
 
 
 
 
 
 
27 
 
5 DISCUSSÃO 
 
A partir dos resultados obtidos, faz-se importante uma discussão sobre o 
contexto da gestão de resíduos sólidos no município de São Luís e a legislação 
referente ao Plano Nacional dos Resíduos Sólidos. Neste contexto, a educação 
ambiental é uma ferramenta importante na mobilização da população do município 
estudado, pois a mudança de seus hábitos e comportamento também são decisivas 
para o planejamento e gestão ambiental. 
 
5.1 Programas e ações para o gerenciamento adequado de resíduos públicos do 
município de São Luís – MA 
 
Em 2006 foi criada a Lei nº 4.653 que cria o Sistema de Gestão Sustentável 
de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos, e o Plano Integrado de 
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil no Município de São Luís e dá outras 
providências (SÃO LUÍS, 2006). 
A Superintendência de Limpeza Pública – SULIP está responsável pelas 
ações e articulações sobre a limpeza urbana do município de São Luís, este órgão 
está vinculado à Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos – SEMOSP, que 
tem o papel de coordenadas as atividades de elaboração e implantar as politicas 
públicas de limpeza, coleta adequada do lixo, como também para minimizar os 
possíveis impactos ambientais consequentes da produção de resíduos sólidos 
(SULIP, 2011). 
O trabalho da prefeitura consiste em fiscalizar a coleta, o transporte, 
varrição, capina e destinação final dos resíduos sólidos, também compete a 
elaboração de ações comunitárias, de educação ambiental, orientação à população, 
como melhor rejeitar seu lixo. Também é responsável por contratar, fiscalizar e 
controlar empresas terceirizadas, promover mutirões de limpeza, elaborar projetos 
relacionados ao manejo de limpeza, fiscalizar as operações no aterro municipal da 
Ribeira e promover eventos para educação ambiental (SEMOSP, 2016). 
A desativação do aterro da Ribeira ocorreu devido a implantação da Lei n° 
12.350, de agosto de 2010, que determinou que até 2014, este deveria ser desativado, 
apesar da prorrogação deste prazo para 2018, a capital maranhense cumpriu em 2016 
a lei, por sinal com muito antecedência. Este lixão era considerado pelo poder público 
28 
 
como controlado, porém não era esta a realidade do local, pois tratava-se de um lixão 
a céu aberto, sem nenhum tipo de gerenciamento, onde moradores carentes 
buscavam por alimentos e outros materiais para sobreviverem. 
Um projeto ambiental criado no município para o recebimento de materiais 
não recolhidos na coleta normal é o Ecoponto, trata-se de pontos de descarte de lixo, 
trabalha com a redução de rejeito inadequado. Na capital, existem cinco Ecopontos 
nos bairros de Fátima, Jardim América, Habitacional Turu, Angelim e Bequimão, 
possuindo área administrativa, área para o recebimento e acondicionamento 
temporário dos materiais, área para manobras de veículos e equipamentos. A 
estrutura para recebimento do material é composta por quatro baias de alvenaria, com 
cobertura e sinalizadas com cores especificas, em concordância com a Resolução 
CONAMA n° 275/2001, conta ainda com baia específica para resíduos de poda e 
capina, além de depósito para descarga de entulhos da construção civil. Os materiais 
recebidos nos Ecopontos são destinados à Associação de Catadores de Material 
Reciclável, Cooperativa de Reciclagem de São Luís e Aterros (SÃO LUÍS, 2016) 
Disponibilização do serviço de coleta regular porta a porta dos resíduos 
potencialmente recicláveis, previamente separados, oriundos das residências, 
comércios e outros locais de geração. As equipes de coleta são compostas por 1 (um) 
caminhão baú 40 m³, 1 (um) motorista e 2 (dois) coletores. 
Estima-se que o Município de São Luís deposita, em seu único aterro 
sanitário, cerca de 1.500 ton/dia de lixo (SEMOSP, 2013), quantidade elevada quando 
comparada com o tamanho populacional, apesar de o referido município ter aprovado, 
em 2006, a Lei nº 4.653 que cria o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da 
Construção Civil e Resíduos Volumosos, e o Plano Integrado de Gerenciamento de 
Resíduos da Construção Civil no Município de São Luís e dá outras providências (SÃO 
LUÍS, 2006). 
Apesar da criação dos Ecopontos, nota-se que a coleta seletiva é pouco 
incentivada pelo poder publico do município, com poucas campanhas de educação 
ambiental sobre a coleta de lixo para a população, seja ela doméstica, empresarial, 
ou nas entidades publicas. A ocupação e aumento populacional tornou a cidade 
incapaz de estabelecer um local adequado para seus despejos. 
Com a desativação do aterro da Ribeira, os resíduos sólidos urbanos são 
levados para a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) que está instalada no 
povoado Buenos Aires, município de Rosário, a 60 quilômetros de São Luís. Sua 
29 
 
instalação e estrutura estão baseadas na Lei n° 12.350/2010, com critérios de 
engenharia e norma operacionais que tornam o acondicionamento do lixo mais 
seguro, controlando o material ali despejado, como também protegendo o meio 
ambiente da poluição. 
O processo consiste em comprimir todo o lixo com maquinas que diminuem 
o volume por meio de compactação. Depois de compactados, é coberto por areia que 
reduz os odores, evita incêndios, proliferação de insetos e roedores, assim a redução 
do volume do lixo aumenta a vida útil do aterro. O chorume produzido é coletado e 
tratado como medida de proteção ambiental e manutenção da estabilidade do aterro 
(BRITO, 2017). 
O transporte deste lixo de São Luis para Rosário onera altos custos aos 
cofres públicos, pois todosos dias são encaminhados vários caminhões para a cidade, 
por vezes um único veículo faz até duas viagens por dia, gerando assim vários 
problemas no trânsito da BR 135, única rota de saída da capital. 
A empresa dispõe em sua política o trabalho de segregar os diferentes tipos 
de resíduos que podem ser reutilizados com o processo da reciclagem. Além dos 
resíduos reciclados dos grandes geradores também disponibilizam para a 
comunidade destinar papel, plástico e papelão e remunerara-los. Com essas 
iniciativas a empresa acredita que fomentará emprego e renda, além do fortalecimento 
das associações e cooperativas de catadores de resíduos. Outro fator grave é a 
poluição da orla marítima do município, que apresenta elevados níveis de Coliformes 
fecais provocado pela grande quantidade de esgoto sem tratamento despejado nas 
praias. 
O município encontra-se com índice elevado de poluição provocada pelo 
mau acondicionamento e reaproveitamento do lixo. Segundo levantamento realizado 
pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais 
(ABRELPE), apenas 31,2% do lixo produzido no Maranhão tem destinação adequada. 
Somente São Luís produziu por dia no ano de 2017 900 toneladas de resíduos sólidos 
urbanos (RSU), ou seja, houve uma redução na quantidade de volume na produção 
de resíduos sólidos urbanos. 
 
30 
 
6 CONCLUSÃO 
 
Conforme o objetivo estabelecido neste trabalho, por meio dos resultados 
obtidos, foi possível identificar a realidade do tratamento de resíduos sólidos urbanos 
no município de São Luís, capital do Maranhão. Notou-se uma expansão populacional 
que juntamente a isto, tem aumentado a produção de lixões pela cidade. 
O município passou por um período de descaso com relação à gestão 
integrada dos resíduos sólidos urbanos, porém, com a criação da Lei 12.350/2010, o 
poder público tomou como estratégias, ações para cumprir o principal instrumento 
normativo sobre resíduos sólidos que é a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, a 
qual determina uma solução para o inadequado gerenciamento de resíduos sólidos 
no Brasil, a partir de uma ação conjunta entre os entes estatais, os entes responsáveis 
pela produção e consumo dos resíduos sólidos e, por vezes, os entes privados. 
A grande geração de resíduos sólidos urbanos demonstra o alto potencial 
de impacto ambiental presente no município de São Luís, compondo um cenário de 
dificuldades em relação à saúde pública em decorrência da presença de disposições 
a céu aberto, entupimentos de bueiros e outras condutas que podem levar a 
problemas de poluição hídrica e do solo, apesar da redução de da produção de 1.024 
toneladas para 900 toneladas por dia. 
O foco da integração da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e 
as política públicas municipais são de transformar o dano potencial de resíduos 
sólidos que os mecanismos de flexibilização para o tratamento e cuidado com o meio 
ambiente. Portanto, notou-se com essa pesquisa o empenho do poder público 
municipal de São Luís em se adequar as normas estabelecidas no Plano Nacional de 
Resíduos Sólidos, por meio de estratégias como o Ecoponto. 
Ainda existe grande necessidade de trabalhar com a educação ambiental 
com relação processos de coleta de lixo, coleta seletiva e reciclagem. A preocupação 
com o meio ambiente caminha a passos lentos no Brasil, ao contrário dos países 
desenvolvidos, principalmente em função de prioridades ainda maiores como, por 
exemplo, a pobreza. Importante que outros estudos sejam realizados, para que 
possam fomentar o assunto para estabelecer um parâmetro para a efetivação dos 
instrumentos aptos a transformar esta realidade, tal como a gestão integrada dos 
resíduos sólidos urbanos, prevista na PNRS. 
 
31 
 
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