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CUSTOS E OPERAÇÕES DA LOGISTICA Conceitos básicos sobre custos logísticos nas empresas Acadêmico: Leandro Chaves da Silva Tutor: Eleazar Venâncio Carrias Centro Universitário Leonardo da Vince – UNIASSELVI Tecnólogo em Logística (FLX 1167) – Seminário Interdisciplinar 10/07/2020 RESUMO Os custos logísticos com o passar dos anos vem evoluindo de acordo com a necessidade do mercado, isso porque a grande competitividade faz com que as empresas e os gestores invistam em tecnologias e sistemas capazes de produzir estratégias para melhorar os resultados de seus produtos e serviços. Custos são todos os gastos realizados pela empresa na produção de um produto ou serviço, podemos citar os gastos com a mão de obra e matéria-prima, agua e energia, seguros entre outros custos. Por isso há a necessidade do aumento no nível da alta concorrência por parte das empresas, e a gestão de custos tem sido um diferencial nas organizações visando o desenvolvimento e a racionalização dos custos operacionais e que tragam resultados e preços ainda mais atrativos para o mercado. 1- INTRODUÇÃO Para entendermos melhor os custos logísticos e sua estrutura montada dentro das empresas, é preciso identificar cada tipo de atividades desempenhadas que constitui a formação de todas as operações logísticas dentro da organização, seja ela pública ou privada. Dentre as principais tarefas exercidas nessas organizações uma delas é a compra de matéria-prima e materiais, portanto não devemos esquecer da execução de serviços e manufaturas dos produtos que são a transformação das matérias-primas em produtos finais. Outra tarefa muito importante é o transporte do material produzido nas organizações sobre a questão da documentação para o uso da armazenagem nos depósitos. Os custos logísticos são as destinações de verbas gastas dos recursos financeiros aplicados nas atividades logísticas, para que ocorram bem e tragam lucratividade para a empresa e clientes, seja ela pública ou privada. 2.1- OS CUSTOS LOGISTICOS A CURTO E LONGO PRAZO Sabemos que os custos ou tudo que nós gastamos no dia a dia é extremamente importante, no entanto, não devemos gastar mais do que ganhamos, pois isso pode acarretar um possível descontrole financeiro. Apesar de tudo, devemos ser responsáveis e gastar somente o necessário, para que assim o ser humano possa viver tranquilo e seja um consumidor consciente, de certa forma é comparado assim os custos logísticos De acordo com a NPC 2 do IBRACON: Custo é a soma dos gastos incorridos e necessários para a aquisição, conversão e outros procedimentos necessários para trazer os estoques à sua condição e localização atuais, e compreender todos os gastos incorridos na sua aquisição ou produção, de modo a coloca-los em condições de serem vendidos, transformados, utilizados na elaboração de produtos ou na prestação de serviços que façam parte do objeto social da entidade, ou realizados de qualquer outra forma. Os custos logísticos em uma visão de curto prazo considera que as empresas decidam atribuir no seu cotidiano medidas como a racionalização e minimização e redução contínua dos gastos. Visando esta ideia, sempre esse formato deve ser integrado na organização para que as despesas só venham a diminuir. As medidas tomadas na visão a médio e longo prazo, é que os custos devem ser encarados como itens extremamente necessários para uma boa execução das respectivas atividades profissionais nas empresas e órgãos públicos. Sempre que as empresas estiverem com o foco voltado para a diminuição e minimização das despesas, seja elas nas atividades de compras de materiais e insumos, armazenamento, transporte e operações de serviços e produção de bens essas reduções não deverão afetar nos resultados no curto e longo prazo. 2.2- CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS Os custos fixos são aqueles que não tem previsão de mudança em relação ao volume de atividades desempenhadas no decorrer do tempo dentro da empresa. Um exemplo bem claro se dá ao aluguel de um ponto comercial, suponhamos que para a empresa que atua no ramo de malharia, se por algum motivo ou outro eles deixam de funcionar uma semana e no fim do mês os lucros forem diferentes do mês anterior, o aluguel do imóvel será cobrado sem nenhuma alteração pelo proprietário. Este tipo de situação, também ocorre na atividades logísticas como no setor de compras, transporte, armazenamento e movimentação de materiais. Sendo assim, estas despesas são efetuadas constantemente e sem variações de funcionamento ou não das empresas. Segundo Horngren, Foster e Datar (1999), um custo fixo é um custo que não se altera em montante apesar de alterações num direcionador de custos. Custos variáveis são aqueles que mudam com o passar do tempo comparado a períodos semelhantes de acordo com o volume de atividades exercidas dentro da empresa. Estes custos são a definição de tudo ou qualquer tipo de pagamento e desembolso de dinheiro realizado em quantidades maiores ou menores em relação ao nível de serviços prestados naquele período. Um exemplo de custo variável que está presente em nosso cotidiano, é o gasto com energia elétrica, suponhamos que o dono da empresa deixe de realizar suas atividades durante dois meses, obviamente o gasto com a energia será bem abaixo do que os dias em que a empresa costuma funcionar quando está de portas abertas. Isto porque o gasto com energia elétrica é um custo variável, isso ocorre de acordo com o nível de atividades maiores ou menores na empresa. De acordo com Horngren, Foster e Datar (1999), um custo variável é um custo que altera em montante em proporção às alterações num direcionador de custos. Para Vieira (2008) a separação de gastos em custos e despesas forma uma subdivisão quanto ao comportamento em relação às variações nos volumes de produção e de vendas, que podem ser classificados da seguinte forma: fixos ou variáveis. Mas ainda temos uma nova classificação desse mesmo gastos em relação à forma de distribuição e apropriação aos produtos, bastante empregados e definidos segundo a necessidade a que devem atender, classificados em diretos ou indiretos. 2.3- CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS Custos diretos são aqueles que constituem na geração ou elaboração de serviços e também produtos e tem variações de acordo com o volume de serviços prestados e produtos produzidos dentro da organização. Exemplo; estes custos são os gastos com embalagens, matéria-prima, mão de obra direta. Segundo Leone (2000) custos diretos são aqueles custos (ou despesas) que podem ser facilmente identificados com o objeto de custeio. São os custos diretamente identificados aos seus causadores, ou seja, quem consumiu aquele custo que se identifica como produto vai ter que assumir o seu valor. Para que seja feita a identificação, não há necessidade de rateio. FIGURA 1- Já os custos indiretos são aqueles que não são considerado como um item de custo ou um produto, neste caso não é possível ser mensurado como um produto qualquer como por exemplo; a depreciação, uso de energia elétrica, salários dos gestores. Para Leone(2000) os custos indiretos são os gastos que não podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a um grupo ou a outro segmento ou atividade operacional, e caso seja atribuídos aos produtos, serviços ou departamentos, serão mediante critérios de rateio. São os gastos que a empresa tem para exercer suas atividades, mas que não tem relação direta com o produto ou serviço específico, pois se relacionam com vários produtos ao mesmo tempo. Às vezes, por causa da sua não relevância, alguns custos são alocados aos objetos do custeio através de rateios. Neste caso, adotando o rateio, os custos serão considerados indiretos. PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DE CUSTOS Classificação Categorias Quanto à tomada de decisões Relevantes Não relevantes Quanto à identificaçãoDiretos Indiretos Quanto ao volume produzido Variáveis Fixos Fonte: Wernke (2001, p. 13). 3. TRADE-OFF ENTRE OS CUSTOS LOGISTICOS A expressão “trade-off” é utilizada na literatura econômica para designar situações de escolha entre opções conflitantes, ou seja quando uma empresa precisa decidir em optar por uma opção que lhe foi apresentada e deixando de lado e abrindo mão das demais opções, isto se define uma situação de trade-off. A análise do custo logístico segue procedimentos tradicionais de contabilidade de custos para se medir os gastos e resultado do processo. Os efeitos dos trade-off podem ser verificados de duas formas: pela visão de sua influência nos custos totais e também sobre a receita de vendas (CHRISTOPHER, 2010). Segundo Bertaglia (2009), a relação entre custos logísticos e o nível de serviços determina o quanto a empresa deve se preocupar com a qualidade e com o preço do produto, assim, orientando o investimento realizado. A relação entre a necessidade de investimento e o resultado possível com as competências desenvolvidas é que vai determinar as escolhas estratégicas. Se a previsão do retorno não for satisfatória, o projeto não será realizado. Por outro lado, se a previsão de resultado for atrativa, os gastos serão realizados pela organização para implementar o projeto. Assim, o trade-off em custos logísticos e os resultados esperados pela organização em termos logísticos se tornam o foco da análise de investimento, pois o gestor precisará comprar os recursos investidos no processo com resultado obtido, ou seja, a viabilidade do negócio. Ao desenvolvermos uma estratégia organizacional, envolvemos também a caracterização da cadeia de suprimentos em busca de um nível de serviço demandado pelo mercado(BALLOU,2007). Para entendermos melhor segue abaixo alguns tipos de custos logísticos (CHING, 2010). Custo com armazenagem Envolve o gasto com a estrutura física, aluguel, manutenção, mão de obra, depreciação, tributos, água, energia elétrica, comunicação etc. Custos de manuseio e movimentação Nestes gastos estão incluídos os movimentos dos materiais realizados no almoxarifado, no abastecimento da produção, na organização do arranjo físico, na mudança de estoque e na preparação de pedidos para a expedição. Custo com estoque São os gastos gerados por meio da necessidade de estocar produtos e materiais como segurança na relação entre fornecimento e demanda. À ênfase dos estoques está na gestão dos custos, nos riscos e nos espaços utilizados, porém, visa propiciar também certa segurança no atendimento ao cliente. Podemos citar como exemplos: custo de pedido, valor de desconto, custo da falta de material e custo do capital de giro empregado. Custo com transporte É a aplicação de recursos para a movimentação de produtos e materiais em diferentes localizações. Passa pela escolha de um modal ou mais, como o mais tradicional no Brasil, o rodoviário, mas também o aéreo e o ferroviário. Custo de oportunidade É a utilização dos recursos financeiros em prol do aproveitamento de uma oportunidade no ambiente, como o investimento em estrutura física, máquinas, equipamentos, tecnologias, veículos de transporte e movimentação. Por exemplo, o investimento em veículo de transporte que geraria menor consumo de combustível e, por consequência, reduziria o custo total da operação. Estes custos logísticos apresentados à cima consideram ainda o custo total e também tem influência no preço dos produtos e serviços. Por isso encontrar uma maneira de reduzir e minimizar custos logísticos é também um planejamento de marketing de mercado e até de persistência diante do grande nível de competitividade que há entre as organizações. De acordo com Moden (2015), umas das ferramentas que tem sido utilizada com frequência pelas empresas é o sistema Just in time, “no tempo certo”, que teve origem no Japão pós-guerra e se espalhou pelo mundo. Segundo o autor este tipo de ferramenta trata- se de ter um estoque ideal e de segurança, com níveis mínimos e máximos de cada item. 4. MARK-UP E SUAS FINALIDADES Essa ferramenta chamada Mark-Up tem por finalidade mostrar a relação entre o custo de produção e distribuição, seja ele um bem ou serviço e o seu preço que será vendido. Conforme Santos (1991), é possível obter a seguinte definição “O mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para a formação do preço de vendas”. Mark- up também é definido como sendo um valor adicionado ao custo. O mark-up pode ser definido como um índice ou percentual que irá adicionar aos custos e despesas, o que não significa que deva ser aplicado linearmente a todos os bens e serviços (BERNARDI, 1996). FINALIDADES Impostos sobre venda Taxas variáveis sobre venda Despesas administrativas fixas Despesas de vendas fixas Custos indiretos de produção fixos MODELOS DE PERCENTUAIS DE ENCARGOS Índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para formação do preço de venda. Exemplo R$ Matéria-prima 30,00 Mão de obra direta 8,00 Total de custos 38,00 FONTE: Santos (2000, p. 133). ICMS (Impostos sobre circulação de mercadorias e serviços) 17% Frete e seguros 1,65% Comissões 5% TOTAL DOS IMPOSTOS E TAXAS SOBRE VENDAS (ITV) 23.65% Custos indiretos fixos 3,32% Despesas administrativas fixas 4,42% Despesas de vendas fixas 6,63% Margem de lucro desejada 20% TOTAL DOS CUSTOS, DESPESAS E MARGEM DE LUCRO (CDFL) 34,37% TOTAL DOS ENCARGOS COM VENDAS 58,02% FONTE: Santos (2000, p. 133). De acordo com a tabela, observa-se que os impostos e taxas pagos sobre o preço de vendas somam 23,65%, e os custos fixos, as despesas e a margem de lucro somam 34,37%. Então somando esses dois itens (ITV+CDFL) obtemos um percentual de 58,02%. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente artigo, tem como objetivo avaliar cada tipo de custos existentes no ramo da logística atual, a diferença entre cada um deles e suas vantagens com relação ao mercado. Estes manuseios de custos servem para a preparação de uma empresa ao organizar e reger cada uma de suas tarefas de maneira excelente, quando definir preços de produtos ou manter o foco da produção e atividades realizadas na mesma. Com isso vimos que é necessário saber todos os métodos utilizados na implementação de cada um deles na hora de aderir os mesmos nas organizações, sempre visando por buscar conhecimentos profissionais e de qualidade na parte administrativa e de gestão da organização ao tomar decisões e sempre agir de maneira correta sem comprometer o futuro da empresa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLOU, R. H. Logística empresarial: transporte, administração de materiais e distribuição física. 1. Ed. 19, reimpr. São Paulo: Atlas, 2007. BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 2. Ed. Ver. E atual São Paulo: Saraiva, 2009. CHING, H. Y. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada – Supply Chain. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 2010. CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: criando redes que agreguem valor. 2. Ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010. HORNGREN, C.T.; FOSTER, D.; DATAR, S. M. Contabilidade de custos. Tradução da 9° ed. Por José Luís Paravato. Rio de Janeiro: LTCA, 1999. LEONE, G. S. Custos: planejamento, implantação e controle. São Paulo: Atlas, 2000. MONDEN, Y. Sistema Toyota de Produção: uma abordagem integrada ao Just-in- time. Porto Alegre: Bookman, 4. Ed. 2015. NPC-2 Pronunciamento Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON n° 2 de 30/04/1999. Disponível em: http://www.portaldecontabilidde.com.br/tematicas/custo-ou-despesa.htm. Acesso em 28 jun. 2015. SANTOS, R. V.; NININ, A. C. da Silva. Realidade dos sistemas de Custos em Empresas de Grande Porte. Revista de contabilidade CRC, São Paulo, n. 14, p. 22-37, dez. 2000. VIEIRA, Eusélia Paveglio. Custos e formaçãodo preço de venda. Ijuí, RS: Unijuí, 2008. WENKER, R. Gestão de custos. São Paulo: Atlas, 2008. . http://www.portaldecontabilidde.com.br/tematicas/custo-ou-despesa.htm
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