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Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - Instituto Multidisciplinar. 
Alunas: Giulia Silva de Araújo e Vitória Santana de Oliveira. 
 
Fichamento: 
SANTOS, ​E N.​ Deuses do México Indígena: Estudo Comparativo Entre 
Narrativas Espanholas e Nativas.​ São Paulo: Editora Palas Athena, 2002. 
 
 O trabalho de Eduardo Natalino dos Santos procura trazer uma abordagem 
diferenciada do que a historiografia costuma retratar sobre os povos 
mesoamericanos, colocando-os como uma população em desenvolvimento cerca de 
3.000 anos antes da chegada dos colonizadores. Desta forma, o objeto de estudo 
do primeiro capítulo é a construção da sociedade mesoamericana, dando ênfase 
aos seus costumes, vida e principalmente aspectos religiosos desses povos. 
Apesar de possuírem características que diferenciavam os nativos da Mesoamerica, 
Paul Kirchhoff irá definir uma série de aspectos semelhantes entre diversos povos 
dessa região, estabelecendo assim, uma homogeneidade no que tange seu 
desenvolvimento histórico-social; fazem parte desses costumes em comum o plantio 
de milho como base da alimentação, práticas de autoflagelação, sacrifícios 
humanos e principalmente a similaridade entre as visões de mundo dos nativos - 
como a crença na existência de vários sóis e a existência de um sofisticado sistema 
calendário. 
Esse conjunto de crenças sofisticadas é colocada como resultado de um longo 
processo de aprimoramento social e cultural dos nativos; pesquisas arqueológicas 
realizadas no Brasil e na Costa Peruana mostram que a presença de seres 
humanos na América é muito mais antiga do que a arqueologia pensava - a 
descoberta de vestígios humanos na Mesoamérica datam de cerca de 1.000 A.C - 
bem como vestígios de materiais feitos com pedra durante o processo 
pré-agricultura desses povos, conhecido por etapa Lítica, que vai de 33.000 A.C a 
5000 A.C- Os poucos vestígios arqueológicos não permitem que se chegue a 
conclusão de que já havia agricultura nesse período, desta forma, as populações 
autóctones sobreviviam majoritariamente da caça. 
O processo de sedentarização só será possível graças ao desenvolvimento da 
agricultura por volta do quinto milênio; a evolução constante das técnicas agrícolas 
levou a domesticação de algumas plantas, como abóbora, milho e feijão. Os 
métodos mais sofisticados de germinação exigiam um maior tempo dedicado ao 
cuidado dessas plantas, alterando a organização social de vários povos e os 
levando a sedentarização, que será acompanhado pela reformulação de suas 
visões de mundo, que posteriormente será compartilhada por grande parte da 
Mesoamérica. 
A sedentarização diminuiu o número de riscos que as populações nativas corriam 
enquanto nômades caçadores, a “criação” da agricultura propiciou o crescimento 
populacional em níveis altos, e consequentemente o início de um processo de 
urbanização e formação do comércio que fora estabelecida pelos Olmecas; 
precursores de construções cerimoniais, comerciais e do artesanato - nos diferentes 
monumentos encontrados pela arqueologia, nota-se a forte ligação com os deuses, 
bem como a cosmologia. 
O campo das representações religiosas é um dos primeiros pontos com que 
podemos ligar a cultura olmeca como pioneira cultural da Mesoamérica, além disso, 
as tradições de jogos de pelota e concepção de um calendário e sistema de escrita 
serão no futuro compartilhadas entre algumas populações mesoamericanas. O 
espargimento da cultura olmeca resulta na formação de Teotihuacan - um dos 
maiores centros urbanos do Período-Clássico, que possui aspectos tanto da cultura 
olmeca, quanto dos povos que lá habitavam anteriormente e que será difundido em 
outras cidades, a exemplo disso temos construções no estilo ​talud y tablero​, como 
também o culto ao deus ​Quetzalcoatl​. 
Ademais, temos o amadurecimento de outras culturas mesoamericanas em Oaxaca, 
que tem sua desenvolução alcançada principalmente pela influência olmeca e de 
populações zapotecas. Podemos destacar que a criação do centro urbano em 
Monte Albán, sua influência se fez crucial no que tange a criação dos mais antigos 
glifos e calendários que se tem registro na história da Mesoamérica. Até esse ponto, 
podemos perceber que grande parte daquilo que se forma enquanto cultura 
mesoamericana é fruto da fusão cultural olmeca com a de outras populações locais, 
e que as tradições similares entre os mesoamericanos, nada mais são do que 
transmissão cultural ocasionada por uma expansão olmeca unida a hábitos de 
sociedades que estiveram em contato com os olmecas. 
Há também registros de civilizações toltecas que, após a decadência de 
Teotihuacan teriam migrado e estabelecido contato com povos do Altiplano Central, 
partindo para a construção de outro grande centro urbano - a cidade de Tula, que 
possuía costumes em comum com os olmecas, como por exemplo a realização de 
sacrifícios religiosos- o reinado do líder Quetzalcoatl proporcionou aos toltecas 
heranças culturais da cidade de Teotihuacan, esses conhecimentos serão 
espalhados graças ao domínio desses povos em boa parte da Mesoamérica. 
Os registros de povos que migraram também mencionam os astecas, civilização 
que passaria por um longo processo de migração ocasionado pelo excesso 
populacional, que resultaria na fundação de Tenochtitlan; seu modo de vida se 
distinguiria dos outros mesoamericanos; ao contrário dos outros povos já 
sedentarizados, os mexicas, por habitarem uma região com pouco índice 
pluviométrico e muita aridez, aderiram ao modo de vida nômade. 
Como já mencionado, o que se conhece como unidade cultural mesoamericana é 
definido pelo autor como uma fusão dos costumes dessas civilizações que fora 
transmitida ao longo do tempo, como um sistema de escrita pictográfica, 
calendários, produção de livros e compartilhamento da visão cosmográfica - que 
divide o espaço horizontal em cinco direções. Um ponto importante a ser ressaltado 
pelo autor é que, embora os nativos tenham desenvolvido seu próprio sistema de 
conhecimento de maneira sofisticada, o pensamento ocidental ainda nega a 
existência da erudição indígena, desqualificando o que foi estudado com precisão 
pelos mesoamericanos e reduzindo-os apenas ao mítico, e mesmo que os estudos 
recentes em América procurem desconstruir o que fora proposto no passado, ainda 
há muito o que ser estudado sobre a história desses povos.

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