Burke, Tocqueville e JS Mill resumo

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Burke.
Sendo o maior nome do conservadorismo, a visão que Edmund Burke propõe a respeito da constituição da ordem terá fundamentação no conceito de sabedoria acumulativa, que para ele seria o conjunto de conhecimentos que as instituições adquirem ao longo de sua temporalidade. Desta forma, o filósofo fará duras críticas aos ideais revolucionários, e terá como principal embasamento a negação da constituição de um princípio universal que não leva em consideração contextos e temporalidades de cada sociedade e que são dotados apenas de conhecimentos puramente teóricos e dificilmente aplicáveis no campo da práxis; sendo assim, a ordem política razoável em sua visão seria aquela que leva tem forte embasamento na prudência, fazendo com que sofressem alterações, agregações ou supressões devido necessidades circunstanciais, que não seriam embasadas pelas ações premeditadas dos indivíduos.
Tocqueville;
Alexis de Tocqueville considera como principal ameaça a ordem a ampliação do corpo político (que fora conquistada através do sufrágio universal), o filósofo levará em consideração que o voto das massas acarretará na supressão dos direitos das minorias- no caso, os proprietários- Tendo a democracia como um equalizador das condições de vida, a consequência da igualdade será a extinção de um sistema interdependente, que terá como consequência a individualização dos cidadãos, que deixarão de lado a esfera pública e se voltarão exclusivamente aos interesses privados, tornando a sociedade propensa a ascensão de regimes totalitários.
Procurando buscar uma saída para a problemática do individualismo presente no regime democrático, Toqueville encontrará a solução dentro das comunas localizadas nos Estados Unidos, país que parece ter encontrado o equilíbrio entre igualdade e liberdade; que para Tocqueville só foi possível através de uma ordem política que já nasceu democrática, e não que se transformou por meio de revoluções. Segundo o filósofo, o campo político americano é regido pela doutrina do interesse bem compreendido, que levará em consideração a precedência dos interesses particulares, mas também a dos interesses públicos, desta forma, o indivíduo calculará que o alcance de seus objetivos se dará de forma mais simples caso este se associe a algum bem comum, tornando a vida associativa um caminho para a conquista de interesses particulares.
J.S. Mill
John Stuart Mill levará os preceitos do liberalismo para além da esfera econômica e irá considera-la uma filosofia de vida. Partindo deste ponto, haverá uma radicalização do individualismo presente na perspectiva de Mill, que levará em consideração a não interferência da sociedade ou do Estado nas decisões pessoais de um determinado indivíduo, incluindo o direito a liberdade de se expressar da forma que bem entender, considerando também que as diferentes opiniões expressadas sobre uma determinada ideia devem ser ouvidas devido o caráter falho que as ideias possuem, para a identificação dessas falhas, e mesmo que uma ideia esteja correta, o questionamento a cerca dela é válido para lembrar o porque de estar correta, tornando o debate possível e não colocando esta visão de mundo como um dogma a ser seguido cegamente. Contudo, a liberdade proposta por Mill terá limites que serão colocados em pauta através do que ele irá chamar de “princípio do dano”, que se fundamentará na premissa da liberdade individual das escolhas, desde que tais escolhas não coloquem em risco ou afetem terceiros. 
Apesar de bem colocada como pilar do liberalismo social, sua teoria irá divergir da perspectiva de Toqueville devido o caráter de “radicalização do eu”, que posteriormente acometerá em um declínio do corpo político democrático e ascensão de governos tirânicos.