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Ponte FR da, Andrade AP, Mourão Netto JJ et al. Vítimas de traumatismo cranio-encefálico... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(5):1826-34, maio., 2017 1826 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.11077-98857-1-SM.1105201710 VÍTIMAS DE TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA VICTIMS OF CRANIO-ENCEPHALIC TRAUMATISM: EPIDEMIOLOGICAL PROFILE IN A UNIT OF INTENSIVE THERAPY VÍCTIMAS DE TRAUMATISMO CRANEOENCEFÁLICO: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO EN UNA UNIDAD DE TERAPIA INTENSIVA Francisca Ribeiro da Ponte1, Abigail de Paulo Andrade², José Jeová Mourão Netto³, Ana Karina Barbosa Vasconcelos4 RESUMO Objetivo: conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes internados com Traumatismo Cranioencefálico. Método: estudo descritivo, transversal, retrospectivo, com abordagem quantitativa, realizado com os prontuários de pacientes vítimas de Traumatismo Cranioencefálico que estiveram internados na UTI da Santa Casa de Misericórdia. Os dados foram tabulados no Excel e processados no programa Epi Info, versão 3.5.1.; em seguida, discutidos com a literatura. Resultados: mostraram que a maioria são vítimas do sexo masculino (94%), vítimas de acidente de trânsito (74,7%), em que 41,8% evoluíram com óbito, ocasionando, assim, um custo muito elevado ao Estado. O tempo médio de permanência na UTI foi de 4 a 7 dias em (39,3%). Em relação à ocorrência de complicações, 30,1% dos pacientes foram vítimas de complicações, sendo que destas a mais frequente foi pneumonia, com 56%. O desfecho dos pacientes foi em 61,4% alta hospitalar. Conclusão: pode-se definir o perfil dos pacientes, vítimas de traumatismo cranioencefálico, e baseado nessa realidade investir em campanhas educativas voltadas para o trânsito. Descritores: Epidemiologia; Trauma Craniocerebral; Unidades de Terapia Intensiva. ABSTRACT Objective: to know the epidemiological profile of hospitalized patients with traumatic brain injury. Method: this is a descriptive, cross-sectional, retrospective study with a quantitative approach, carried out with the medical records of patients suffering from traumatic brain injury who had hospitalized in the Santa Casa de Misericórdia ICU. The data were tabulated in Excel and processed in the Epi Info program, version 3.5.1. Then, it was discussed in the literature. Results: most of them were male victims (94%), victims of traffic accidents (74.7%), 41.8% died, causing a very high cost to the State. As the average length of stay in the ICU was 4 to 7 days (39.3%). Regarding the occurrence of complications (30.1%) were victims of complications, of which the most frequent was pneumonia (56%). The outcome of the patients was (61.4%) hospital discharge. Conclusion: it is possible to define the profile of traumatic brain injury patients and based on this reality, to invest in educational campaigns aimed at traffic. Descriptors: Epidemiology; Craniocerebral Trauma; Intensive Care Units. RESUMEN Objetivo: conocer el perfil epidemiológico de los pacientes internados con Traumatismo Cráneo Encefálico. Método: estudio descriptivo, transversal, retrospectivo, con enfoque cuantitativo, realizado con los prontuarios de pacientes víctimas de Traumatismo Craneoencefálico que estuvieron internados en la UTI de Santa Casa de Misericórdia. Los datos fueron tabulados en Excel y procesados en el programa Epi Info, versión 3.5.1., en seguida, discutidos con la literatura. Resultados: mostraron que la mayoría son víctimas del sexo masculino (94%), víctimas de accidente de tránsito (74,7%), de donde de este 41,8% fueron óbito, ocasionando un costo muy elevado al Estado. Como tiempo medio de permanencia en la UTI fue de 4 a 7 días (39,3%). En relación a la ocurrencia de complicaciones (30,1%) de los pacientes fueron víctimas de complicaciones, siendo que de estos las más frecuentes fue neumonía con (56%,). El desfecho de los pacientes fue en (61,4%) alta hospitalaria. Conclusión: se puede definir el perfil de los pacientes víctimas de traumatismo cráneo encefálico y basado en esa realidad invertir en campañas educativas dirigidas para el tránsito. Descriptores: Epidemiología; Traumatismos Craneocerebrales; Unidades de Cuidados Intensivos. 1Enfermeira, UTI da Santa Casa de Misericórdia de Sobral. Sobral (CE), Brasil. E-mail: kynhapont@hotmail.com; 2Coordenadora da Turma de Sobral da Especialização em Terapia Intensiva para Fisioterapeutas e Enfermeiros da ESP-CE. Sobral (CE), Brasil. E-mail: abigail-p- a@hotmail.com; 3Enfermeiro, Mestre em Saúde da Família, Emergência do Hospital Regional Norte de Sobral. Sobral (CE), Brasil. E-mail: jeovamourao@yahoo.com.br; 4Enfermeira, Mestre em Saúde da Família. Sobral (CE), Brasil. E-mail: akalves@yahoo.com.br. ARTIGO ORIGINAL mailto:Kynhapont@hotmail.com mailto:abigail-p-a@hotmail.com mailto:abigail-p-a@hotmail.com mailto:jeovamourao@yahoo.com.br mailto:akalves@yahoo.com.br Ponte FR da, Andrade AP, Mourão Netto JJ et al. Vítimas de traumatismo cranio-encefálico... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(5):1826-34, maio., 2017 1827 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.11077-98857-1-SM.1105201710 O trauma é considerado um sério problema de saúde pública por afetar pessoas que estejam na faixa etária de vida produtiva, contribuindo também para o aumento da morbimortalidade no Brasil.¹ É a principal causa de morte em pessoas entre 1 e 44 anos. O traumatismo cranioencefálico (TCE) é o principal determinante de morbidade, incapacidade e mortalidade dentro desse grupo. O TCE grave está associado a uma taxa de mortalidade de 30% a 70%, e a recuperação dos sobreviventes é marcada por sequelas neurológicas graves e por uma qualidade de vida muito prejudicada.² O traumatismo cranioencefálico é conceituado como uma lesão do crânio ou do cérebro que é suficientemente grave para interferir no funcionamento normal. Ressalta- se que esse trauma representa risco de morte ou resulta em disfunção física e psicológica para o paciente, alterando não só a sua vida, como a dos familiares, do sistema de saúde, bem como de toda a sociedade.3 A incidência geral do traumatismo cranioencefálico nos Estados Unidos foi estimado em 538,2 por habitantes ou cerca de 100.000 habitantes de casos novos em 2003, taxas um pouco menores são relatadas na Europa (253 por 100 mil) e Austrália (322 por 100.000).¹ O TCE representa a doença mais tratada pelos neurocirurgiões e a maior causa de internamentos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). É o problema agravado pelo fato de atingir, na sua maioria, indivíduos jovens, em idade produtiva, levando a custos elevados para toda a sociedade. O TCE é considerado uma das catástrofes mais devastadoras e letais da humanidade, sendo a incidência mais elevada na faixa etária de 15 a 24 anos, e ocorre duas vezes mais em homens que em mulheres.4 Entre as lesões decorrentes de causas externas, o traumatismo cranioencefálico (TCE) é frequente, em sua maioria é causado pelos acidentes automobilísticos, atropelamento, acidentes ciclísticos, agressões físicas, quedas, lesões por arma de fogo, entre outras causas menos frequentes.5 Atualmente, pacientes com TCE grave estão sendo tratados em UTI devido aos recursos humanos e tecnológicos encontrados nesse setor, sendo importante ressaltar que as doenças neurológicas têm seu processo de recuperação lento, requer uma internação prolongada e sujeita a complicações.3,5, No Brasil, os gastos do SUS decorrentes de internação com pacientes vítimas de TCE, no período de 2001 a 2005, foram de aproximadamente R$ 58 milhões na região Sudeste, R$ 22 milhões no Nordeste, R$ 10 milhões no Centro-Oeste, R$ 12 milhões na região Sul e R$ 2 milhões na região Norte.² A vivência comoprofissional em uma Unidade de Terapia Intensiva mostra que existe um número elevado de pessoas internadas com Traumatismo Cranioencefálico, tendo uma representação significativa de pacientes jovens, que estão em fase produtiva da vida, passando por um longo período nesse serviço, apresentando complicações advindas do trauma, como também toda a dinâmica familiar é comprometida. Levando em consideração também de ser um problema de saúde pública, em que se conhecendo o perfil dessas vítimas possa se trabalhar políticas públicas de saúde que visem prevenir as ocorrências e o impacto econômico que isso gera para o Estado através dos elevados custos ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao sistema previdenciário. Diante do interesse pelos fatos expostos, foi realizado um estudo que objetiva identificar o perfil epidemiológico dos pacientes internados com Traumatismo Cranioencefálico em Unidade de Terapia Intensiva. Estudo descritivo retrospectivo, transversal, com abordagem quantitativa. O uso dessa abordagem é indicado em procedimentos descritivos, nos quais o objetivo é descobrir e classificar a relação entre variáveis, como nos casos em que se quer determinar relações de causalidade entre fenômenos.6 A pesquisa foi realizada na Santa Casa de Misericórdia de Sobral no Ceará (SCMS), um hospital de ensino pertencente à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, tido como uma entidade sem fins lucrativos, beneficente e filantrópica. Sobral, em sua abrangência demográfica, cobre a demanda de 75 municípios, com cerca de 1.750.000 habitantes, sendo um Centro de Referência em trauma para toda a região do estado7 e que altamente conta com nove leitos de UTI destinados a pessoas adultas. Foram utilizados como critérios de inclusão ter confirmado o diagnóstico de TCE e ter sido internado na Unidade de Terapia do Serviço no período de julho de 2013 a junho de 2014. Os critérios de exclusão foram os prontuários INTRODUÇÃO MÉTODO Ponte FR da, Andrade AP, Mourão Netto JJ et al. Vítimas de traumatismo cranio-encefálico... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(5):1826-34, maio., 2017 1828 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.11077-98857-1-SM.1105201710 que estiverem incompletos, bem como os que se submeteram a um novo procedimento cirúrgico em que foi aberto um novo prontuário, não sendo possível localizar, uma vez que a matrícula que estava disponível no livro de admissão era a que estava registrada no prontuário inicial. Foram encontrados 104 prontuários. Destes, 21 foram excluídos por não atenderem aos critérios de inclusão. A coleta de dados foi norteada por um roteiro estruturado, construído com base nas informações disponíveis no prontuário do hospital. Foram utilizadas as seguintes variáveis no estudo: idade, sexo, procedência, escolaridade, renda familiar, estado civil, tempo de internação, uso de álcool, tipo de acidente, causa e tipo do TCE, uso de ventilação mecânica, tempo de ventilação, complicações ocasionadas, tempo de internação na UTI, desfecho do caso, custos com a internação. Os dados foram tabulados no Excel e processados no programa Epi Info, versão 3.5.1., sendo discutidos de acordo com a literatura. Dado que os sujeitos da pesquisa são seres humanos, obedeceu-se ao previsto na Resolução 466/12, da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde8. O projeto foi encaminhado para o Departamento de Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Misericórdia de Sobral; após sua autorização, foi cadastrado na plataforma Brasil, com subsequente avaliação e aprovação pelo do Comitê de Ética da Escola de Saúde Pública do Ceará, com liberação do Parecer Aprovado n° 946.443, de 5 de fevereiro de 2015. No período foram internadas 388 pessoas na UTI adulta da Santa Casa de Misericórdia, sendo 83 com diagnóstico de Traumatismo Cranioencefálico, mostrando, assim, uma incidência de 26,8% dessa causa de internação. Contatou-se que 94% dos pacientes são do sexo masculino. A faixa etária até 29 anos de idade se destacou com 48,2%. Em relação à Regional de Saúde, a maioria pertence à de Tianguá, com 36,1%; em seguida, veio a de Sobral com 31,3%. Quanto ao local em que moravam, 57,8% residem na zona urbana (Tabela 01). Quanto à causa do trauma, os três principais motivos foram 63,9% acidente de motocicleta, 10,8% acidente de carro, seguido de 13,3% que foram vítimas de queda. Dividindo por motivo de lesão, verificou-se que 80,7% dos pacientes foram vítimas de acidente de trânsito, 13,3% de queda e 6% de violência (Tabela 01). A utilização ou não de capacete pelas vítimas de acidente de motocicleta só foi registrada em 26,4% (14) dos prontuários. Desses pacientes, apenas um estava utilizando o equipamento de segurança. Quanto à presença de uso de álcool, 32,1% (17) dos prontuários registraram informação sobre o assunto, em que 70,6% (12) apresentavam sinais de embriaguez. Em relação à classificação do TCE, através da Escala de Coma de Glasgow no momento de admissão, quase metade, 48,2%, foi grave, pois apresentou 8 a 3 pontos nessa escala. Referente ao tratamento realizado, 51,8% receberam um tratamento conservador e para 48,2% o tratamento foi cirúrgico (Tabela 1). Variáveis como cor, escolaridade e renda familiar foram excluídas da pesquisa por não haver registro nos prontuários; em relação à presença de capacete e uso de álcool, poucos prontuários continham essas informações. RESULTADOS Ponte FR da, Andrade AP, Mourão Netto JJ et al. Vítimas de traumatismo cranio-encefálico... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(5):1826-34, maio., 2017 1829 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.11077-98857-1-SM.1105201710 Tabela 1. Distribuição do número de pacientes segundo faixa etária, sexo, Ceres, zona, causas do trauma, classificação do TCE, tipo de tratamento realizado. Sobral (CE), Brasil, 2014. Variáveis n % Faixa etária Menor de 18 anos 18 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a59 anos Mais de 60 anos Sexo Masculino Feminino Ceres Fortaleza Sobral Acaraú Tianguá Camocim Crateús Outro estado Zona Urbana Rural Causas do trauma Acidente de carro Acidente de moto Acidente de bicicleta Atropelamento Ferimento com arma de fogo Queda Espancamento Classificação do TCE 12 5 23 20 12 6 5 78 5 1 26 9 30 1 15 1 48 35 9 53 2 3 3 11 2 14,5% 6,0% 27,7% 24,1% 4,5% 7,2% 6,0% 94% 6,0% 1,2% 31,3% 10,8% 36,1% 1,2% 18,1% 1,2% 57,8% 42,2% 10,8% 63,9% 2,4% 3,6% 3,6% 13,3% 2,4% Leve Moderado Grave Sem Informação Tipo de tratamento Conservador Cirúrgico 6 21 40 16 43 40 7,2% 25,3% 48,2% 19,3% 51,8% 48,2% Quanto ao tempo de permanência no bloco da emergência aguardando vaga na UTI, 80,7% ficaram de 1 a 3 dias, somente para 2,4% foram mais de 7 dias. Na UTI, o tempo de permanência na distribuição foi mais homogêneo: 7,2% menos de 24 horas; 27,2% de 1 a 3 dias; 32,5% de 4 a 7 dias; 32,5% mais de 7 dias (Tabela 2). Dos pacientes que participaram da pesquisa, 92,8% fizeram, uso de ventilação mecânica, com um tempo de permanência de 1 a 3 dias em 16,9%, de 4 a 7 dias em 39,3% e com mais de 7 dias em 36,1% dos pesquisados (Tabela 2). Com relação à ocorrência de complicações, 30,1% dos pacientes foram vítimas de complicações, sendo que destas as mais frequentes foram pneumonia, com 56%, sepse (37%) e insuficiência renal aguda, com 12%. O desfecho dos pacientes em 61,4% foi alta hospitalar e 38,6% óbito (Tabela 2). Quanto ao custo dos pacientespor internação, para 12% dos pacientes pesquisados foi gasto até 5 mil reais, 29% um valor de 5 a 10 mil reais, 34,9% de 10 a 15 mil reais, para 20,5% foi gasto mais de 15 mil reais e em 6% dos prontuários analisados não tinha essa informação (Tabela 2). Ponte FR da, Andrade AP, Mourão Netto JJ et al. Vítimas de traumatismo cranio-encefálico... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(5):1826-34, maio., 2017 1830 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.11077-98857-1-SM.1105201710 Tabela 2. Distribuição do número de pacientes quanto ao uso de ventilação mecânica e ao tempo de permanência em ventilação mecânica, ocorrência de complicação, principais complicações, desfecho do caso, custo das internações na UTI. Sobral (CE), Brasil (2014) Variáveis n % Fez uso de ventilação mecânica Sim Não Tempo de permanência em ventilação mecânica 0 dias 1 a 3 dias 4 a 7 dias Mais de 7 dias Tempo de permanência na UTI Menos de 24h 1 a 3 dias 4 a 7 dias Mais de 7 dias Ocorrência de Complicações Sim Não Complicações ocorridas Pneumonia Sepse IRA Desfecho do caso Alta Óbito Custos das Internações Até 5 mil De 5 a 10 mil De 10 a 15 mil Mais de 15 mil Sem Informação 77 6 6 14 33 30 6 23 27 27 25 58 14 8 3 51 32 10 29 22 17 5 92,8% 7,2% 7,2% 16,9% 39,8% 36,1% 7,2% 27,7% 32,5% 32,5% 30,1% 69,9% 56% 37% 12% 61,4% 38,6% 12% 29% 34,9% 20,5% 6% Ao relacionar a idade das vítimas e a causa do TCE, percebeu-se que em todas as faixas etárias a maior proporção é em acidentes de trânsito. As violências são predominantes na faixa etária de 20 a 29 anos de idade. Todas as internações na faixa etária de 30 a 39 anos foram em decorrência de acidentes de trânsito, como também nos casos de idade superior a 60 anos (Tabela 3). Tabela 3. Distribuição quanto à faixa etária x o tipo de trauma em pacientes internados na UTI. Sobral (CE), Brasil (2014) Faixa de idade Ac. de trânsito Violência Queda Total < 18 anos Linha % Col % 8 66,7 11,9 0 0,0 0,0 4 33,3 36,4 12 100,0 14,5 18 a 19 Linha % Col % 4 80,0 6,0 1 20,0 20,0 0 0,0 0,0 5 100,0 6,0 20 a 29 Linha % Col % 17 73,9 25,4 3 13,0 60,0 3 13,0 27,3 23 100,0 27,7 30 a 39 Linha % Col % 20 100,0 29,9 0 0,0 0,0 0 0,0 0,0 20 100,0 24,1 40 a 49 Linha % Col % 9 75,0 13,4 0 0,0 0,0 3 25,0 7,3 12 100,0 14,5 50 a 59 Linha % Col % 4 66,7 6,0 1 16,7 20,0 1 16,7 9,1 6 100,0 7,2 ≥60 anos Linha % Col % 5 100,0 7,5 0 0,0 0,0 0 0,0 0,0 5 100,0 6,0 TOTAL Linha % Col % 67 80,7 100,0 5 6,0 100,0 11 13,3 100,0 83 100,0 100,0 No cruzamento do Glasgow com a causa do TCE foi verificado que 53,7% dos pacientes internados, vítimas de acidente de trânsito, tiveram Glasgow < 8, mostrando a gravidade dos acidentes de trânsitos. Apenas 6% dos acidentes de trânsito foram considerados TCE leve e que posteriormente evoluíram com complicações neurológicas. As quedas (45,5%) no momento da admissão foram classificadas como TCE moderado. Ponte FR da, Andrade AP, Mourão Netto JJ et al. Vítimas de traumatismo cranio-encefálico... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(5):1826-34, maio., 2017 1831 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.11077-98857-1-SM.1105201710 Dos pacientes internados, vítimas de violência, 60% deles ficaram entre 7 a 14 dias na UTI, mostrando a gravidade da agressão. Dos pacientes internados, 41,8% dos que foram vítimas de acidente de trânsito tiveram como desfecho óbito, mostrando, desse modo, a gravidade da agressão; quando as causas foram quedas e violência, 72,7% e 80,0%, respectivamente, evoluíram com alta hospitalar, mostrando um resultado mais satisfatório. Foi evidenciado nesta pesquisa o quanto o traumatismo cranioencefálico atinge a população na faixa etária de adulto jovem, uma vez que 51,8% estavam entre 20 e 39 anos, pessoas que estão em um período de vida ativo. Corroborando com o estudo, uma pesquisa realizada em Teresina mostrou uma prevalência no número de traumatismo cranioencefálico na faixa de 21 a 40 anos, aproximadamente 50% dos internados por TCE.9 O trauma é a principal causa de óbito nas primeiras 4 décadas de vida e representa um enorme e crescente desafio ao país em termos sociais e econômicos2. Quanto à variável sexo, ocorreu uma predominância significativa do sexo masculino, 94%, podendo se relacionar ao estilo de vida em que se expõe mais aos fatores de riscos para os traumas, agindo com mais imprudência. Em pesquisas semelhantes realizadas, os dados mostram que os homens são comprometidos com traumatismo cranioencefálico duas ou três vezes mais frequentes que as mulheres. 2 Um número expressivo de pacientes é procedente da CERES Tianguá, localizado na Serra da Ibiapaba, podendo estar relacionado com a pouca fiscalização existente, como também ao fato de ser uma região que apresenta estradas perigosas. Seguida da região de Sobral, a zona urbana foi a de maior prevalência de pessoas vítimas de TCE por serem locais de maior número de habitantes, com maior número de veículos e a região mais próxima do hospital de estudo. Em virtude da grande quantidade de pessoas residentes na cidade, existe, consequentemente, um elevado número de veículos circulantes, o que permite concluir que se tem mais exposição aos fatores de risco para os acidentes 10 Nesse levantamento, a principal causa dos traumas foram os acidentes de moto, 63,9%, e em terceiro os acidentes com automóveis, 10,8%. Portanto, os acidentes de trânsito se constituem um sério problema de saúde pública, em que muitos dos motociclistas não fazem uso de capacetes e dirigem alcoolizados, potencializando, dessa forma, os riscos para os acidentes. Enfatiza-se também o fato de que no interior existe um grande número de motos circulando pelas cidades, em decorrência de ser um transporte barato e rápido e também pelo fato de não existir uma fiscalização eficaz. Um dado importante é que 41,8% dos pacientes internados, vítimas de acidente de trânsito, tiveram como desfecho óbito, mostrando a gravidade da agressão. Uma pesquisa já realizada9 mostra que os acidentes de trânsito foram os principais causadores do TCE, destacando-se em particular os acidentes de moto, que se sobressaem em termos de quantidade, independente da gravidade do TCE, ocupando sempre o primeiro lugar. O número de acidentes motociclísticos ainda é bastante elevado e um fato que ainda chama atenção é que a maioria das vítimas não faz a utilização de equipamentos de proteção exigidos, como o capacete. Existem algumas características referentes a essa população, tais como imaturidade e sentimentos de onipotência, que podem ser exacerbados pelo uso de álcool e drogas associado à direção, assim como pelo excesso de velocidade, manobras imprudentes e o não uso dos equipamentos de segurança. 2 Em outro estudo realizado também em Sobral foi observado o aumento crescente de acidentes envolvendo motocicletas. Foi notável também o número de acidentes envolvendo irregularidades, por exemplo, o não uso de equipamentos de segurança, como o capacete, e a ingestão de bebida alcoólica. 11 A escala de coma de Glasgow é uma variável utilizada para a avaliar a gravidade do trauma, na qual os valores são de 0 a 15, sendo identificado um número importante de pacientes em que não houve esse registro no prontuário, enquanto que dos registrados a maioria apresentou TCE grave, 48,2%. Corroborando com esses dados, tem-se uma pesquisa em que 40,8% dosTCE são considerados graves, conforme escores da Escala de Coma de Glasgow, após admissão do paciente no serviço de emergência. 12 A letalidade do TCE se relaciona com a pontuação inicial na ECG, quanto menor a pontuação, maior a probabilidade da ocorrência do óbito, o que foi observado nesta pesquisa: taxas maiores de óbitos para os pacientes com diagnóstico de TCE grave.9. DISCUSSÃO Ponte FR da, Andrade AP, Mourão Netto JJ et al. Vítimas de traumatismo cranio-encefálico... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(5):1826-34, maio., 2017 1832 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.11077-98857-1-SM.1105201710 A conduta indicada no tratamento mostrou que 48,2% foram cirúrgicos, o que ressalta a gravidade dos traumas, como também a elevação de custo com o tratamento cirúrgico, uma vez que os gastos da neurocirurgia são bastante elevados. Uma pesquisa realizada no mesmo serviço mostrou que 45,7% dos pacientes foram submetidos à intervenção neurocirúrgica, o que classifica o TCE como urgência neurocirúrgica muito frequente no nosso dia a dia. A partir desses dados, é notória que a superioridade dos tratamentos cirúrgicos pesa no orçamento da saúde pública, pois a recuperação de tais pacientes é mais demorada, necessitando de cuidados mais intensivos e acompanhamento especializado. 9 Em relação ao tempo de permanência no bloco emergência, 2,4% ficaram mais de 7 dias, sendo importante destacar que nesse setor existe os leitos destinados aos pacientes graves, que se encontram em ventilação mecânica, e que muitos dos pacientes pesquisados estavam na emergência em um leito com condições similares ao de uma UTI, por um período prolongado, aguardando transferência para UTI. Os pacientes que necessitam de um leito de UTI são pacientes graves e que maioria necessita de ventilação mecânica, e em particular nesta pesquisa, a grande maioria (92,8%) necessitou de ventilação, sendo que ao chegar no serviço já eram pacientes identificados como TCE grave, enquanto que outros, após procedimentos cirúrgicos ou decorrência da instabilidade apresentadas, evoluíram para ventilação mecânica. A maioria dos pacientes neurológicos que se encontram em leitos de UTI necessita da ventilação mecânica, no entanto quanto mais precoce possível for realizado o desmame da ventilação mecânica, menos complicações o paciente terá. Neste estudo, uma parcela de 36,1% permaneceu mais de 7 dias em ventilação mecânica, estando em acordo com estudos similares realizados. Como mostram3 estudos com pacientes vítimas de TCE, o tempo médio no qual os pacientes permaneceram sob ventilação mecânica foi de 8,45 dias. Uma outra pesquisa feita em UTI geral mostra que 75 (35,7%) tiveram ventilação ≥ 7 dias. A média de dias foi de 9,3±14,3 dias.13. Pacientes com TCE grave (ECG < 8) exigem intubação e ventilação mecânica para manter a PO2 arterial acima de 80 mmHg e a PCO2 arterial em torno de 34 a 38 mmHg.3 Um tempo de internação longo está relacionado à chance de o paciente apresentar maiores intercorrências. Nesta pesquisa, a prevalência foi de pacientes com um tempo maior do que 7 dias, relacionando-se com o período de ventilação mecânica devido à gravidade do trauma; já esses pacientes que permaneceram menos de 24 horas se relaciona com os óbitos. Um estudo realizado 13 revela que o tempo médio de permanência do paciente nas UTIs brasileiras, relatado pelo 2º Censo Brasileiro de UTI, é de um a seis dias, e em uma revisão sistemática de literatura a média ficou de 5,3±2,6 dias de internação em UTIs internacionais. Entretanto, com o aperfeiçoamento continuado de novas tecnologias, o paciente gravemente enfermo é mantido por um período prolongado nessas unidades, mesmo quando a morte é inevitável. Devendo se destacar que são estudos realizados em uma população mista, e essa pesquisa se direcionou aos TCE, patologia que exige um período prolongado de estabilização. Os períodos de internações longos têm um impacto alto para o sistema de saúde: impedem a ocupação de leitos por novos pacientes e congestionam o pronto atendimento, entre outras dificuldades. 14 Nos pacientes que ficam hospitalizados na UTI costumam surgir complicações clínicas, e estudo realizado1 mostra as intercorrências mais comuns encontradas, como, em primeiro lugar, está a pneumonia, seguida das sepses e de insuficiência renal aguda. A letalidade de pacientes vítimas de TCE é considerada alta se for comparada a outras patologias e até mesmo com os outros traumas, em que 38,6% dos pacientes com TCE da pesquisa vieram a óbito. Corroborando com os nossos achados, uma pesquisa realizada15 mostrou que a taxa de mortalidade global foi elevada (40%). Os custos que um paciente vítima de TCE causa aos cofres públicos são muito elevados, isso por vários motivos, tais como necessidade de ocupar um leito de UTI, um serviço de alta tecnologia e que dispõe de uma equipe multidisciplinar, um tempo de permanência alto, por existir em muitos casos a necessidade de uma intervenção cirúrgica, por intercorrências clínicas surgidas e por ser uma pessoa que permanecerá muito tempo improdutiva, em que 34,9% dos pacientes internados tiveram gastos com o tratamento no valor de 10 a 15 mil reais. É colocado que o TCE se configura como o quinto maior custo dentre os traumatismos, sendo menor que traumatismo múltiplo, de quadril, abdômen e membro superior, no entanto o impacto dos TCE é grande devido à alta prevalência. Em 2012, o valor total Ponte FR da, Andrade AP, Mourão Netto JJ et al. Vítimas de traumatismo cranio-encefálico... Português/Inglês Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(5):1826-34, maio., 2017 1833 ISSN: 1981-8963 ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.11077-98857-1-SM.1105201710 despendido pelo SUS para atendimento de causas externas foi maior que 1 bilhão de reais em 998.994 internações e em valor médio da internação de R$ 1.079,60, média de permanência de 5,3 dias e taxa de mortalidade de 2,48%9. A maioria dos pacientes acometidos com TCE foi do sexo masculino, com faixa etária de maior predominância, 18 aos 29 anos, residentes na zona urbana, sendo a causa do trauma os acidentes de trânsito, com destaque os de motocicleta, e que durante admissão se configurava como um TCE grave. Uma parcela importante se submeteu à neurocirurgia, necessitando de ventilação mecânica. Os pacientes, vítimas de acidentes de trânsito, apresentaram taxa de mortalidade elevada. Pelo perfil identificado, constatou-se que os TCE são um sério problema de saúde pública, atingindo pessoas produtivas, comprometendo seriamente a qualidade de vida e diminuindo a sobrevida. Assim sendo, é necessário intensificar as campanhas educativas sobre o trânsito, como também a fiscalização, principalmente em regiões em que os acidentes de trânsito foram mais comuns, além de que devem ser asseguradas a todos os cidadãos vias públicas de qualidade. Uma limitação da pesquisa foi que variáveis como escolaridade e renda familiar não constavam nos prontuários; a cor e o estado civil eram preenchidos como pardos e solteiros, gerando uma incerteza na legitimidade da informação, além de que dados importantes sobre o paciente, como escala de coma de Glasgow, uso do capacete no momento do acidente e presença de álcool, não constavam em muitos prontuários, fazendo-se necessário questionar o porquê de informações importantes a respeito do paciente não serem registradas. Enfatiza-se a importância na prática profissional de registrar qualquer informação e procedimento realizado com o paciente, uma vez que isso facilita a realização de pesquisa, direciona a assistênciaprestada, como também caso a vítima venha a necessitar dessa documentação ela tenha acesso. 1. Ruy ER, Rosa MI. Perfil epidemiológico de pacientes com traumatismo crânioencefálico. Arq Catarine Med [Internet]. 2011 [cited 2016 Dec 10];40(3):17-20. Available from: http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/8 73.pdf 2. Gaudêncio TG, Leão GM. A epidemiologia do traumatismo crânioencefálico: um levantamento bibliográfico no Brasil. Rev Neurocienc [Internet]. 2013 [cited 2016 Dec 10];21(3):427-34. Available from: http://www.revistaneurociencias.com.br/edic oes/2013/RN2103/revisao/814revisao.pdf 3. Gentile JKA, Himuro HS, Rrojas SS, Cordeiro V, Amaya ALEC, Carvalho JC. Condutas no paciente com trauma cranioencefálico. Rev Bras Clín Med. [Internet]. 2011 Jan-Fev [cited 2016 Dec 1];9(1): 74-82. Available from: http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/15 106/2268662_109706.pdf 4. Liz NA, Arent A, Nazário NO. Características clínicas e análise dos fatores preditivos de letalidade em pacientes com traumatismo cranioencefálico admitidos em unidade de tratamento intensivo. Arq Catarine Med [Internet]. 2012 [cited 2016 Dec 11];41(1):10-5. Available from: http://www.acm.org.br/revista/pdf/artigos/9 05.pdf 5. Carvalho NZ, Silva MPP, Paula PH, Pires JO, Yamaguchi MU, Costa CKF. Principais causas de internamento na unidade de terapia intensiva em um hospital de Maringá – PR. Anais Eletrônico. VIII Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar. UNICESUMAR – Centro Universitário Cesumar. Editora CESUMAR. Maringá – Paraná – BrasiL.2013. 6. SOARES, E. Metodologia científica: lógica, epistemologia e normas. São Paulo: Atlas; 2003. 7. Santa Casa de Misericórdia de Sobral [Internet]. 2016 [cited 2016 July 20]. Available from: http://stacasa.com.br/site/ 8. Resolução CNS nº 466, de 12 de dezembro de 2012 (BR). Aprova diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2012. 9. Lopes RD, Costa PP, Carvalho FT. Perfil epidemiológico dos pacientes acometidos por trauma cranioencefálico assistidos em um hospital público de Teresina. Rev Bras Neuro Psiqui [Internet]. 2013 [cited 2016 Dec 11];7(3):80-90. Available from: https://rbnp.emnuvens.com.br/rbnp/article/ view/27/17 10. Santos F, Casagrande LP, Lange C, Farias JC, Pereira PM, Jardim VMR, Torres AMP. Traumatismo cranioencefálico: causas e perfil das vítimas atendidas no pronto-socorro de Pelotas/Rio Grande do Sul, Brasil. 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Available from: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/893 11. Eloia SC, Eloia SMC, Sales ENBC, Sousa SMM, Lopes RE. Análise epidemiológica das hospitalizações por trauma cranioencefálico em um hospital de ensino. Sanare [Internet]. 2011 Jul.-Dec [cited 2016 dez 1];10(2):34-9. Available from: https://sanare.emnuvens.com.br/sanare/arti cle/view/253/226 12. Settervall CHC, Sousa RMC. Escala de Coma de Glasgow e qualidade de vida pós- trauma cranioencefálico. Acta Paul Enferm [Internet]. 2012 [cited 2016 Dec 1];25(3):364- 70. Available from: http://www.scielo.br/pdf/ape/v25n3/v25n3a 08.pdf 13. Oliveira ABF, Dias OM, Mello MM, Araújo S, Dragosavac D, Nucci A et al. Fatores associados à maior mortalidade e tempo de internação prolongado em uma unidade de terapia intensiva de adultos. Rev Bras Ter Intensiva [Internet]. 2010 [cited 2016 Dec 1];22(3):250-6. Available from: http://www.scielo.br/pdf/rbti/v22n3/06.pdf 14. Dantas IEF, Oliveira TT, Machado Neto CD. 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