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psicologi jurid violência

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Acadêmica: Stephany Dias Espitalher
Turma: 0111-A
Campi: Ulbra Guaíba
As crianças e adolescentes, por si só, já são um grupo vulnerável e
suscetível aos mais diversos tipos de violência em nossa sociedade. Na fase da infância e
adolescência são quando os jovens passam a desenvolver o superego e criar senso crítico,
ético e uma base do que é certo e errado.
Além dessa gama de fatores em evolução durante estas fases, ainda se
tem o descobrimento do corpo, a mudança do corpo, hormônios, novas informações e o
afloramento de suas sexualidades. 
Assim, necessário que se tenha o aporte familiar, escolar, da
comunidade e do Estado, de forma segura e em consonância com as necessidades das
crianças e adolescentes na transição cognitiva, emocional, sexual e psicológica, fornecendo
sempre as informações necessárias ao desenvolvimento adequado e sem a transcendência de
etapas.
Ademais, com o fácil acesso à internet, a vulnerabilidade dos jovens se
mostrou mais nítida, uma vez que expostos ao mundo de maneira desregulada e sem
condições dos pais e responsáveis em exercerem o controle absoluto sobre o que os filhos
acessam. 
Nesse sentido surge o Estatuto da Criança e do Adolescente como meio
de garantir os direitos dos jovens, minimizar o impacto de suas condições sociais e garantir
o desenvolvimento pleno e adequado. 
Conquanto, quando as bases encontram-se enfraquecidas ou
negligenciadas, a vulnerabilidade das crianças e dos adolescentes é aguçada e os direitos e
garantias previstos no ECA são desaplicados, o que torna-se um fator de extremo risco.
Verifica-se que as crianças e adolescentes de baixa renda são
comumente os mais vulneráveis as mais diversas situações de violência, tendo como
principais fatores a falta de suporte adequado no meio em que vivem, a omissão do Estado
em garantir o cumprimento de seus direitos, bem como a convivência em ambiente familiar
marcado pela situação de vulnerabilidade, onde a violência foi normatizada.
Notadamente com relação à violência sexual, as crianças e
adolescentes em situação de pobreza ou de negligência familiar possuem menos recursos a
sua disposição para denunciar, e, por vezes, menos informações do seu ambiente de
convívio. Fator agravante é que cerca de 80% dos casos de abuso são intrafamiliares e
repetidos, caracterizados como crônicos.
O combate à violência às crianças e adolescentes necessita da
existência de rede ativa e colaborativa entre todas as áreas de proteção, com o intuito de
estabelecer fluxograma de atendimento a estas vítimas e resolução eficaz da problemática,
bem como políticas de prevenção. 
Nessa perspectiva, o sistema de saúde surge com papel central no
combate à violência às crianças e adolescentes, devendo ser voltadas políticas públicas
ativas ao seu aprimoramento. Não menos importante, surge a assistência social como
mecanismo de prevenção e até de descoberta da situação de risco em que inserida a vítima.
A prevenção é um mecanismo tão importante quanto a resolução e
deve ter como base o foco na vítima e dividir-se em duas modalidades: Prevenção primária:
intervenções que trabalham com indivíduos ou comunidades independentemente do
histórico de contato com violência e; Prevenção secundária: intervenções que miram
especificamente sobre indivíduos que foram vítimas de alguma forma de violência.
A grande dificuldade em se ter um sistema adequado de prevenção está
na defasagem do Estado em países de terceiro mundo, sendo praticamente inviável que
ocorram visitas domiciliares aos mais diversos núcleos familiares, quando não há situação
de risco a ensejar um olhar criterioso por parte dos órgãos de proteção.
Ante o exposto, tenho como alternativa à falta de condições de
expansão das atividades do Estado, o investimento em políticas de informação à população,
por meio da escola e da comunidade, as quais poderão ocorrer através de palestras, cursos
de aperfeiçoamento e capacitação sobre a violência de crianças e adolescentes para os
profissionais das áreas de educação e saúde, bem como disseminação à população sobre
como reconhecer caraterísticas de violência em crianças e adolescentes e as medidas que
deverão ser adotadas. 
² FEIX, Leandro, da Fonte, PERGHER, Giovanni, Kuckartz. Memória em Julgamento: Técnicas de
entrevista para minimizar as falsas memórias. In: STEIN, Lilian Milnitsky. (Coord.). Falsas
Memórias: fundamentos científicos e suas aplicações clínicas e jurídicas. Porto Alegre: Artmed,
2010. p. 204

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