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RETRATOS DO BRASIL REPERTÓRIOS PROFESSORA: DANIELA BARBOSA OS SERTÕES – EUCLIDES DA CUNHA GENOCÍDIO CONTINUA COM OUTRAS BANDEIRAS BREVE HISTÓRICO FAKE NEWS CENSURA AOS JORNAIS – EMPASTELAMENTO DE JORNAIS. (só depois da guerra – informes da degola) RETORNO DO REPRIMIDO – TOTEM E TABU “É que ainda não existe um Maudesley para as loucuras e os crimes das nacionalidades”, Ausência do POVO Brasil mais plural – cidadania plena. Falta política de reparação, mas nem sempre é monetária. Falta diálogo. ▪ Kleber Mendonça Filho ▪ Juliano Dornelles. PRESENTE, PASSADO E FUTURO ESSA DISTOPIA PERTURBA E ESCANCARA UMA ARREBATADORA ALEGORIA AO NOSSO LEGADO DE VIOLÊNCIAS. (SCHWARTZ, 2019). UTOPIA - RESISTÊNCIA RACISMO ESTRUTURAL E LINGUÍSTICO ▪ FORASTEIROS –(SULISTAS) racismo / Brasil fala por cores. ▪ RACISMO LINGUÍSTICO. ▪ Trabalhar emancipação pela educação. ▪ Colonialismo – fora para dentro se impõe guerra e raça. (INVASORES) ▪ Eugenia – Michael x aparição de Carmelita. ▪ Busca pela descolonialização do olhar: GRADA KILOMBA – DESOBEDIÊNCIAS POÉTICAS . ▪ ANALOGIAS ▪ GENOCÍDIO DA POPULAÇÃO NEGRA ▪ violência com o uso de armas – bala perdida, morte da criança. Chacina da Candelária ▪ LUTO – cenas fortes) – dor ▪ Mãe carregando filho “ESPERANÇA QUE NÃO SE ORGANIZA MORRE”. PAULO FREIRE ▪Solidariedade e pertença ▪ Enterro de dona Carmelita, distribuição de alimentos, remédios (perspectiva d divisão ) ▪ União contra o voto de cabresto (TONY JR) - mandonismo ▪ Proteção do lugar ; ▪ Luta contra os “invasores” ▪ Em Bacurau, lugar desaparecido do mapa e que batiza o filme, a resistência é condição obrigatória. A potência reside na força da coletividade contra diferentes ameaças, do histórico de escassez e ausências do Estado a invasores externos. Quando assassinatos, em princípio misteriosos, começam a acontecer e assustar os moradores, a força da população novamente é despertada na definição do destino da comunidade. A tradição e a unidade dos habitantes se contrapõem à indiferença do grupo americano associado a poderosos brasileiros que, com a ajuda de artifícios tecnológicos, encontra na ação de matar (e na possível impunidade arquitetada previamente) a sua diversão preferida. CENA DA MESA – MANTIMENTO – PSICOTRÓPICO DO MAL (SUPOSITÓRIO – LESADO#PSICOTRÓTICO) ▪ Autonomia – outro, coletividade. Algo que está para trás e para frente: efeitos colaterais; não tem figuras de poder para salvar. ▪ Não tem intelectual acadêmico e sim, orgânico. ▪ Lunga – escritor(a) ▪ Professor não autoritário ▪ Liderança Pacote – admiração e não medo pela violência. ▪ Domingas – papel do médico; ▪ LÓGICA DO CAPITALISMO TARDIO – TUDO REIFICADO (TEMPO DE VIDA) ▪ FALTAM COISAS, SOBRA MATERIAL HUMANO; ▪ Liberdade – fundamente, mas não presto conta coletivo, individual, sem coletivo (moradores que tentam fugir sozinhos) ▪ Estado e o tratamento à educação ▪ Sucateamento da escola; ▪ Plínio enquanto exemplo de educação emancipadora. ▪ Escola – espaço de luta e resistência. ▪ Para Paulo Freire – fim da educação bancária ▪ Função do professor: possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos. ▪ Chega à escola levando uma cultura que não é melhor nem pior do que a do professor. ▪ Valorização da cultura do aluno: chave para o processo de conscientização . CRÔNICA DE DRUMMOND- A ESCOLA PERFEITA ▪ A escola perfeita ▪ A Escola de Pais, fundada em Sambaíba, no Maranhão, não deu os resultados com que se sonhava. O estabelecimento tinha pouca frequência, e os pais iam beber no botequim próximo. ▪ A direção da escola achou conveniente experimentar novos métodos, e colocou a responsabilidade do ensino nas mãos dos filhos dos alunos. ▪ A princípio o aproveitamento foi extraordinário, pois os adolescentes que passaram a controlar a casa exerceram disciplina severa, exigindo dos pais o máximo de aplicação, pontualidade e aproveitamento. Depois, a disciplina foi abrandando, e havia meninos que convidavam seus pais e os pais dos outros meninos a trocar a aula por futebol, no que eram atendidos. ▪ Ao fim do semestre, a Escola de Pais tornara-se a Escola de Pais e Filhos, sem programa definido, despertando imitação em outros pontos do Estado e até no Piauí. ▪ Era uma escola festiva, em que os macacos, as borboletas, os seixos da estrada não só faziam parte do material escolar como davam palpites sobre a matéria, por esse ou aquele modo peculiar a cada um deles. O entusiasmo foi tamanho que os pais e filhos chegaram à conclusão de que melhor fora transformar o estabelecimento, já então sem sede fixa nem necessidade de tê-la, numa escola natural de coisas, em que tudo fosse objeto de curiosidade, sem currículo, e surgiu a escola da natureza, sem mestres, sem alunos, sem decreto, sem diplomas, onde todos aprendem de todos, na maior alegria e falta de cerimônia, até que o INCRA ou outro organismo civilizador qualquer se lembre de dividir as terras de Sambaíba em fatias burocráticas. Será a escola perfeita? ▪ ANDRADE, Carlos Drummond de. Histórias para o rei. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2006 Expressão de gênero (identidade de gênero) – LUNGA – androginx. Cangaceirx. Liderança política – mulher; Corrupção – mandonismo (prefeito); Bacurau – conjungadinho (cercadinho) – favelas A mercantilização da água expressa de maneira inequívoca o agravamento das desigualdades sociais no campo, resultando no aumento dos conflitos que envolvem a posse, a propriedade e os usos da água pelas populações rurais. Psicotrópicos – drogas do sertão Guizado de Domingas – Suco de Caju ao Michael ( somos civilizados, receptivos, mas somos resistência,somos BACURAU , SOMOS CARCARÁ) Cura pelas plantas - Damiano MUSEU ▪ Além de colocar Bacurau no mapa, o MHB integra seus moradores ao território e ao tempo, com documentos e informações que são únicos e intransferíveis, produzidos ao longo de gerações para continuarem sendo preservados para as próximas. Nesse sentido, o Museu Histórico de Bacurau dá os primeiros sinais de que funciona ali como instrumento de resistência. ▪ No caso do MHB, fotografias, jornais, armas de diversos tamanhos e tipos, além de outros utensílios retirados do cotidiano da população local foram selecionados para representar a realidade de Bacurau e seus moradores. É como se ele fosse a carteira de identidade daquele povo, um espaço legítimo e autorizado para Bacurau falar de si para o resto do mundo. Não em vão, na presença de estrangeiros (brasileiros ou não) os nativos perguntavam “vieram visitar/conhecer o museu?”. ▪ Historicamente, os museus são também espaços de conflitos e disputas pelo poder da narrativa. Nesse sentido, Mário Chagas, museólogo e poeta, reconhece, parafraseando Mário de Andrade: “há uma gota de sangue em cada museu”. E é justamente no MHB onde se desenrola uma das cenas mais marcantes e sangrentas da revanche do povo de Bacurau. É no MHB que os moradores de Bacurau, quando atacados, vão buscar seus objetos de luta e devolver a eles as funções primárias para as quais foram criados: fazer guerra. Ao final do conflito, seria inimaginável qualquer outra orientação que não fosse aquela dada pela responsável do MHB de lavar o chão, mas deixar intocadas as marcas de sangue nas paredes. ▪ “Toda história é um remorso”. ▪ Carlos Drummond de Andrade. RÉQUIEM PARA MATRAGA GERALDO VANDRÉ ▪ Vim aqui só pra dizer Ninguém há de me calar Se alguém tem que morrer Que seja pra melhorar ▪ Tanta vida pra viver Tanta vida a se acabar Com tanto pra se fazer Com tanto pra se salvar Você que não me entendeu Não perde por esperar https://www.letras.mus.br/geraldo-vandre/ ▪ BRASIL – RÓTULOS (MITO DO HOMEM CORDIAL) ▪ É lugar comum a divulgação da imagem do Brasil e dos brasileiros como amigáveis, respeitosos, hospitaleiros e, acima de tudo, pacíficos. A imagem de uma nação pacífica, detentora de uma natureza edênica, terra do samba, da mulata sensual e do futebol, tornou- se, por assim dizer, cartãopostal do país, a qual definiria nosso lugar em um mundo pretensamente civilizado e heteronormativo. ▪ DEMOCRACIA RACIAL – ARTUR RAMOS (ANTROPÓLOGO) ▪ GILBERTO FREYRE – divulgador (CASA GRANDE & SENZALA) ▪ Uma propaganda, sem dúvida, que naturaliza o Brasil como uma terra cheia de alegrias e prazeres exóticos. Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC https://saibahistoria.blogspot.com/ https://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/ ▪ Dialética malandragem – lícito e ilícito se misturam (Memórias de um Sargento de Milícias) ▪ HERANÇA DA ESCRAVIDÃO ▪ como é possível definir o Brasil como um território pacífico se tivemos por séculos em nosso solo escravizados e escravizadas, admitindo-se, durante mais de trezentos anos, um sistema que supõe a posse de uma pessoa por outra?” (SCHWARCZ, 2019: 22). ▪ “naturalizar a desigualdade, evadir-se do passado, é característico de governos autoritários que, não raro, lançam mão de narrativas edulcoradas como forma de promoção do Estado e de manutenção do poder” (SCHWARCZ, 2019: 19). ▪ “promoção do Estado e de manutenção do poder”. Em nome da manutenção do poder e, igualmente, da escravidão, foi forjada a metáfora das três raças, cujo papel coube ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), que foi criado em 1838, por meio de um concurso sobre como se deveria escrever a História do Brasil. Ironia à parte, o vencedor do concurso que deveria escrever a história nacional foi um estrangeiro, o naturalista alemão Karl von Martius. Este, segundo destaca Schwarcz, “advogou a tese de que o país se definia por sua mistura, sem igual, de gentes e povos” (SCHWARCZ, 2019: 15) solução seria apelar para os prodígios da natureza, sobre os quais o Romantismo soube tematizar em verso e prosa. Isto coloca em evidência um claro sinal de manipulação da história e da memória, próprio, de acordo com a autora, dos regimes autoritários. ▪ (...) como é possível representar o país a partir da ideia de uma suposta coesão, partilhada por todos os cidadãos, quando ainda somos campeões no quesito desigualdade social, racial e de gênero, o que é comprovado por pesquisas que mostram a existência de práticas cotidianas de discriminação contra mulheres, indígenas, negros e negras, bem como pessoas LGBTTQ: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Queers? (SCHWARCZ, 2019: 23) ▪ Diante do exposto, somos o país em que a força policial é uma das mais letais do mundo. Somos o país com uma das mais altas taxas de assassinato de mulheres, agora tipificado como feminicídio. Somos, igualmente, o país que mais mata aqueles que se “desviam” do padrão heteronormativo, a população LGBTTQ. E, não menos importante, somos o país em que se pratica um verdadeiro genocídio contra a população negraa taxa ultrapassa cem por 100 mil jovens negros” (SCHWARCZ, 2019: 33). ▪ A julgar por estes dados, em nada somos uma nação pacífica e tolerante. Ao contrário, somos um país em que tipifica a violência como algo natural contra sua população mais vulnerável (mulher, negra e pobre), a despeito da mitologia das três raças que insiste em perpetuar uma suposta democracia racial, em uma República nada republicana. ▪ Deste modo, ao longo dos oito capítulos que compõem a obra, “Escravidão e racismo”, “Mandonismo”, “Patriarcalismo”, “Corrupção”, “Desigualdade social”, “Violência”, “Raça e gênero” e “Intolerância”, Schwarcz discorre sobre o nosso autoritarismo brasileiro. Autoritarismo este, por sua vez, pautado na violência do passado escravocrata, na desigualdade social e na concentração de renda. Somos, de certa forma, uma nação com grandes contas a serem ajustadas com o nosso passado. A propósito, como bem coloca Schwarcz, há fantasmas do passado que insistem em nos assombrar no presente. Resta, porém, exorcizá-los mediante um pacto republicano, livre das peias do patriarcalismo e do mandonismo, tão presentes entre nós desde os tempos coloniais. REPERTÓRIOS: CONEXÃO COM BACURAU ▪ PENSAR COMUNICAÇÃO E INTEGRAÇÃO NACIONAL (SÃO FRANCISCO) ▪ VIOLÊNCIA NO CAMPO ▪ MANDONISMO ▪ LATIFÚNDIO ▪ RUPTURA COM A HETERONORMATIVIDADE – HOMOAFETIVIDADE, SUPERAÇÃO DO CONCEITO DE GÊNEROS. ▪ MOBILIDADE URBANA – ESTRADAS ESBURACADAS (CAIXÕES NO CHÃO – ENCOMENDADOS JÁ PARA SUPOSTO GENOCÍDIO ENCOMENDADO PELO Tony Júnior e estrangeiros) ▪ Lunga – Diadorim ▪ Pacote – Riobaldo ▪ as tensões entre eixos binários, como passado/presente, Deus/Diabo, homem/mulher, amor/ódio, entre outros, metaforizando a precária (in)compreensão humana em relação à complexidade do mundo.
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