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DIREITO AMBIENTAL

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DIREITO AMBIENTAL
CONCEITO:
“Entendo que o Direito Ambiental pode ser definido como um direito que tem por finalidade regular a apropriação econômica dos bens ambientais, de forma que ela se faça levando em consideração a sustentabilidade dos recursos, o desenvolvimento econômica e social, assegurando aos interessados a participação nas diretrizes a serem adotadas, bem como padrões adequados de saúde e renda. Ele se desdobra em três vertentes fundamentais, que são constituídas pelo: 
(i) direito ao meio ambiente, 
(ii) direito sobre o meio ambiente 
(iii) direito do meio ambiente. 
Tais vertentes existem, na medida em que o direito ao meio ambiente é um direito humano fundamental que cumpre a função de integrar os direitos à saudável qualidade de vida, ao desenvolvi- mento econômico e à proteção dos recursos naturais. Mais do que um ramo autônomo do Direito, o Direito Ambiental é uma concepção de aplicação da ordem jurídica que penetra, transversalmente, em todos os ramos do Direito. O Direito Ambiental tem uma dimensão humana, uma dimensão ecológica e uma dimensão econômica que devem ser compreendidas harmonicamente. Evidentemente que, a cada nova intervenção humana sobre o ambiente, o aplicador do Direito Ambiental deve ter a capacidade de captar os diferentes pontos de tensão entre as três dimensões e verificar, no caso concreto, qual delas é a que se destaca e que está mais precisada de tutela em um dado momento” (ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 17ª ed. São Paulo: Atlas, 2015.)
“Enfim, o Direito Ambiental seria um direito “horizontal” que cobre os diferentes ramos do Direito (privado, público e internacional), e um Direito de “interações”, que tende a penetrar em todos os ramos do Direito para neles introduzir a ideia Ambiental..”(MUKAI, 2007, p.12)
PRINCIPIOS: 
“O primeiro e mais importante princípio do Direito Ambiental é: o direito ao ambiente é um direito humano fundamental” (ANTUNES, 2005, p. 25)
Princípio do Ambiente Ecologicamente Equilibrado como Direito Fundamental da Pessoa Humana.
O direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é tratado na Constituição Federal em seu art. 225, caput como um direito fundamental da pessoa humana, direcionado ao desfrute de condições de vida adequadas em um ambiente sadio e equilibrado.
Princípio do Desenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento Sustentável é aquele que atende as necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras na satisfação de suas próprias necessidades. Esse princípio visa compatibilizar crescimento econômico, equilíbrio ambiental e justiça social.
Princípio da Prevenção
Apoia-se na certeza científica do impacto ambiental. Assim, adotam-se todas as medidas possíveis para eliminar os impactos concretos e efetivos sobre o ambiente.
“O princípio da prevenção aplica-se a impactos ambientais já conhecidos e dos quais se possa, com segurança, estabelecer um conjunto de nexos de causalidade que seja suficiente para a identificação dos impactos futuros prováveis” (ANTUNES, 2005, p. 35).
Princípio da Precaução
É uma garantia contra os riscos desconhecidos, abstratos e/ou potenciais, que de acordo com o estágio atual não podem ser identificados. Apoia-se na ausência de certeza científica.
Princípio do Poluidor-Pagador
Pode ser entendido como um instrumento econômico que exige do poluidor suportar as despesas de prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais por ele causados ou, ainda, dos possíveis impactos de sua atividade para o meio ambiente, de modo que a administração pública não arque com quaisquer ônus. 
“Num primeiro momento, impõe-se ao poluidor o dever de arcar com as despesas de prevenção dos danos ao meio ambiente que a sua atividade possa ocasionar. Cabe a ele o ônus de utilizar instrumentos necessários à prevenção dos danos. Numa segunda órbita de alcance, esclarece este princípio que, ocorrendo danos ao meio ambiente em razão da atividade desenvolvida, o poluidor será responsável pela sua reparação.” (Fiorillo, Celso Antônio Pacheco 2007, p. 32-33)
Princípio do Usuário-pagador
Estabelece que o usuário de recursos naturais deve pagar por sua utilização, independentemente da ocorrência de poluição. A aplicação desse princípio visa racionalizar o uso e proporcionar benefícios a toda coletividade.
Princípio da Participação Comunitária ou Popular ou Princípio Democrático
A melhor maneira de tratar questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. Um exemplo de aplicação desse princípio é a realização de audiências públicas no licenciamento ambiental, Na esfera legislativa, o cidadão poderá exercer a soberania popular por meio do plebiscito, referendo e iniciativa popular. Administrativamente, o brasileiro pode utilizar-se do direito de informação, do direito de petição e do estudo prévio de impacto ambiental
“O princípio da participação constitui ainda um dos elementos do Estado Social de Direito, porquanto todos os direitos sociais são a estrutura essencial de uma saudável qualidade de vida, que, como sabemos, é um dos pontos cardeais da tutela ambiental.” (Fiorillo, Celso Antônio Pacheco 2007, p. 45)
Princípio da Solidariedade Intergeracional
 As gerações possuem o direito de utilizar os recursos ambientais, mas de maneira sustentável, racional, de forma a não privar as gerações futuras do mesmo direito.
Princípio da Natureza Pública da Proteção Ambiental
O Poder Público tem o dever de preservar e proteger o meio ambiente. Deve-se confiar às instituições nacionais competentes a tarefa de planejar, administrar ou controlar a utilização dos recursos ambientais dos Estados, com o fim de melhorar a qualidade do meio ambiente.
Princípio da Cooperação Internacional em Matéria Ambiental
Para efetivação desse princípio cabe aos Estados o dever de consultar, prestar informações, assistência, auxílio, além do repasse de tecnologias nas situações críticas capazes de causar prejuízos econômicos, sociais e ambientais transfronteiriços.
“O ano de 1960 é considerado, por boa parte dos doutrinadores internacionais, como o ano do nascimento do Direito Internacional do meio ambiente” (SOARES, 2003, p.23) 
1960 foi o ano do I Congresso Internacional para Proteção da Natureza, em Paris. 
Princípio do Limite ou do Controle do Poluidor pelo Poder Público
O Poder Público tem o dever de fixar parâmetros mínimos de qualidade ambiental com o fim de manter o equilíbrio ecológico, a saúde pública e promover o desenvolvimento sustentável.
Princípio da Proibição do Retrocesso Ecológico
Impõe ao Poder Público o dever de não retroagir na proteção ambiental.
Desenvolvimento ecologicamente equilibrado, desenvolvimento sustentado e ecodesenvolvimento - como sendo a conciliação de duas situações aparentemente antagônicas; de um lado, temos a necessidade da preservação do meio ambiente, e, de outro, a necessidade de incentivar o desenvolvimento socioeconômico. Essa conciliação será possível com a utilização racional dos recursos naturais, sem, contudo, causar poluição ao meio ambiente (SIRVINSKAS, 2005, p. 5-6).
CONSTITUÇÃO FEDERAL E O MEIO AMBIENTE
No inciso LXIII da CF temos a primeira noção da dimensão protecionista que o legislador deu ao meio ambiente, senão vejamos:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
O que podemos verificar é que a defesa do meio ambiente não pertence somente ao estado, mas também aos cidadãos, que podem através de ação popular pleitear anulação de ato que atente ao meio ambiente. Também, no Art. 23. o constituinte coloca União, Estados, Municipios e o Distrito Federal como defensores do meio ambiente em competência em comum: 
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federale dos Municípios:
(...)
VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; (grifamos)
	
Quanto a legislação ambiental, coube aos Estados, Distrito Federal e a União:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição;
(...)
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; 
	
A proteção ao meio ambiente também está presente nos princípios gerais da atividade econômica, uma vez que não é de hoje que os agricultores e pecuaristas lesam o meio ambiente em nome do lucro, portanto, absolutamente oportuna a deixa o legislador ao inserir, dentro dos princípios das atividades econômicas brasileiras a defesa do meio ambiente. 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
(...)
VI - defesa do meio ambiente;
VII - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
	Dentro das obrigações de todo possuidor de terra está o cumprimento da função social da propriedade, sob pena de sofrer sansão de desapropriação, o direito ambiental, por sua vez, está presente na matéria, pois o proprietário que descumprir com o inciso II do Art. 186 não estará cumprindo com a função social do imóvel, estando portanto, sujeito a desapropriação, senão vejamos: 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
(...)
	Finalmente, um capítulo da CF é destinada exclusivamente para o meio ambiente, trata-se do Capítulo VI, e absolutamente oportuna a transcrição do pequeno capítulo. 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; 
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; 
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; 
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; 
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. 
§ 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6º As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
§ 7º Para fins do disposto na parte final do inciso VII do § 1º deste artigo, não se consideram cruéis as práticas desportivas que utilizem animais, desde que sejam manifestações culturais, conforme o § 1º do art. 215 desta Constituição Federal, registradas como bem de natureza imaterial integrante do patrimônio cultural brasileiro, devendo ser regulamentadas por lei específica que assegure o bem-estar dos animais envolvidos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 96, de 2017)

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