Buscar

01 - Introdução à Segurança com Eletricidade

Prévia do material em texto

Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
1 
1 - Introdução à Segurança com Eletricidade 
 
Eletricidade mata. Esta é uma forma bastante brusca, porém 
verdadeira, de iniciarmos o estudo sobre segurança em eletricidade. 
Sempre que trabalhar com equipamentos elétricos, ferramentas 
manuais ou com instalações elétricas, você estará exposto aos riscos 
da eletricidade. E isso ocorre no trabalho, em casa, e em qualquer 
outro lugar. Você está cercado por redes elétricas em todos os 
lugares; aliás, todos nós estamos. 
É claro que no trabalho os riscos são bem maiores. É no 
trabalho que existe uma grande concentração de máquinas, motores, 
painéis, quadros de distribuição, subestações transformadoras e, em 
alguns casos, redes aéreas e subterrâneas expostas ao tempo. 
Para completar, mesmo os que não trabalham diretamente com 
os circuitos também se expõem aos efeitos nocivos da eletricidade 
ao utilizar ferramentas elétricas manuais, ou ao executar tarefas 
simples como desligar ou ligar circuitos e equipamentos, se os 
dispositivos de acionamento e proteção não estiverem 
adequadamente projetados e mantidos. 
Embora todos nós estejamos sujeitos aos riscos da 
eletricidade, se você trabalha diretamente com equipamentos e 
instalações elétricas ou próximo delas, tenha cuidado. 
O contato com partes energizadas da instalação pode fazer 
com que a corrente elétrica passe pelo seu corpo, e o resultado são 
o choque elétrico e as queimaduras externas e internas. As 
consequências dos acidentes com eletricidade são muito graves, 
provocam lesões físicas e traumas psicológicos, e muitas vezes são 
fatais. Isso sem falar nos incêndios originados por falhas ou desgaste 
das instalações elétricas. Talvez pelo fato de a eletricidade estar tão 
presente em sua vida, nem sempre você dá a ela o tratamento 
necessário. 
Como resultado, os acidentes com eletricidade ainda são muito 
comuns mesmo entre profissionais qualificados. No Brasil, ainda não 
temos muitas estatísticas específicas sobre acidentes cuja causa 
está relacionada com a eletricidade. Entretanto, é bom conhecer 
alguns números a esse respeito. 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
2 
Estatísticas 
 
O Brasil deixou o ano de 2018 amargurando tristes 
constatações. Foram registrados 537 casos de incêndios causados 
por curto-circuito, totalizando 61 mortes. Um crescimento de mais de 
20% em relação ao ano de 2017. A maioria absoluta desses 
incêndios foi causada por instalações elétricas mal planejadas. São 
números que realmente chocam e, infelizmente, ao que tudo indica, 
só tendem a piorar. 
O início de 2019 dá sinais nesse sentido. Já em fevereiro, o 
país acordou com a estarrecedora notícia de que 10 jovens atletas 
do Flamengo tiveram suas vidas brutalmente ceifadas. A causa? 
Curto-circuito em aparelho de ar-condicionado. 
Agora vamos a alguns dados estatísticos, onde temos o 
número total de acidentes de origem elétrica no país, se desdobrando 
em dois grandes temas: Choques Elétricos e Incêndios por 
Sobrecarga (Curto-Circuito). A abordagem de cada tema contempla 
recortes por região geográfica e estado da federação, faixa etária das 
vítimas e o tipo de ocupação. 
 
 
 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
3 
 
Os eventos com choque elétrico lideram o ranking de acidentes 
de origem elétrica no país, com 836 registros, seguidos pelos 
incêndios por sobrecarga, com 537 ocorrências e os acidentes por 
descargas atmosféricas, que somaram 51 episódios. Estes números 
somam os casos fatais e não fatais. As causas mais comuns 
atribuídas aos acidentes são as gambiarras elétricas, as instalações 
elétricas antigas, a falta de manutenção e o uso de uma mesma 
tomada para conexão de diversos equipamentos ao mesmo tempo. 
 
 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
4 
O Nordeste continua sendo, pelo terceiro ano consecutivo, a 
região que mais registra casos de mortes por choques elétricos, com 
42% do total. O desconhecimento dos riscos que a eletricidade 
oferece é um dos grandes fatores para estes números, mas é 
possível afirmar que o descaso com a eletricidade configura como o 
maior vilão. O Sudeste ocupa a 2ª posição, com 20% do total de 
acidentes com mortes, seguido de perto pela região Sul, com 15%, 
pelo Centro-Oeste, 12% e pela região Norte, com 11% do total de 
vítimas fatais. A prática de contratar profissionais qualificados para a 
realização de uma instalação elétrica poderia aumentar a qualidade 
das instalações e torná-las mais seguras, evitando os eventos fatais, 
ainda tão frequentes. 
 
 
 
Em 2018, 160 vítimas fatais de choques elétricos tinham de 31 
a 40 anos de idade, sendo essa a faixa etária mais afetada, com 26% 
de acidentes. Os jovens adultos, de 21 a 30 anos, compõem a 
segunda população que mais sofreu a incidência de choques mortais, 
com 144 vítimas ou 23% das ocorrências. Entre os indivíduos de 41 
a 50 anos, houve 106 mortes e entre os acima de 50 anos, 104 
fatalidades, respondendo cada uma por aproximadamente 17% dos 
eventos. As faixas etárias de 11 a 15 anos e 16 a 20 anos registraram 
37 (6%) mortes cada. Entre as crianças de 0 a 10 anos foram 34 as 
vítimas (5%), sendo 20 delas de 0 a 5 anos (3%). 
 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
5 
 
 
 
Os acidentes fatais por choques elétricos vitimaram mais de 
uma centena de agricultores. Muitas dessas mortes ocorreram em 
decorrência do manuseio, instalação e manutenção de bombas de 
poços artesianos e bombas de sucção. Entre os pedreiros e os 
pintores, as causas mais comuns de acidentes com vítimas são a 
desatenção com o manuseio de materiais metálicos (barras de ferro 
ou extensores dos rolos) próximo às redes de energia elétrica. Ao 
tocarem a rede, acontece a fatalidade. Crianças e adolescentes por 
não possuírem profissão determinada são classificados, 
metodologicamente, como estudantes. A denominação “Outros” é 
aplicada sempre que não é possível identificar a profissão do 
acidentado. 
 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
6 
 
Em 2018, foram registrados 537 incêndios por sobrecarga em 
todo o país. O Sudeste liderou o ranking regional, com 155 eventos 
e 26 fatalidades. Na região Sul, embora os incêndios por curto-
circuito também tenham sido bastante numerosos (142), as mortes, 
num total de 9, foram menos frequentes que no Nordeste, que 
registrou 18 vítimas fatais para um total de 124 incêndios por 
sobrecarga. As regiões Centro-Oeste e Norte foram as que menos 
tiveram incidentes, com 60 e 56, respectivamente, e 5 e 3 mortes. 
 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
7 
As residências unifamiliares são o tipo de edificação que mais 
registraram incêndios por curto-circuito/sobrecarga, com 207 eventos 
e 44 mortes. Nos prédios residenciais, os incêndios por sobrecarga 
deixaram 14 mortos e a incidência foi de 45 ocorrências. Em 
comércios (sejam de pequeno ou grande porte) os dados revelam 
130 incêndios ao longo do ano de 2018, com uma morte, permitindo 
afirmar que os incêndios por sobrecarga ocorrem, majoritariamente, 
em ambientes residenciais e comerciais. 
 
 
 
O número de incêndios por curto-circuito reflete a defasagem 
das instalações elétricas nas edificações. Esses eventos, na maioria 
das vezes, têm início pela sobrecarga em condutores que, ao terem 
ultrapassado seus limites de condução de corrente, aquecem e 
perdem a isolação, dando origem ao fogo. Se atualizadas, as 
instalações passam a ter dispositivos de proteção que interrompem 
a sobrecarga evitando o acidente (disjuntores ou fusíveis 
corretamente dimensionados). O ano de 2018 apontou mais do que 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
8 
o dobro de mortes quando comparado com 2017. Vale ressaltar que 
dentre os registros apurados, 9 mortes referem-se às vítimas do 
incêndio ocorrido no Edifício Wilton Paes de Almeida, na capital 
paulista.Este módulo vai abranger vários tópicos relacionados à 
segurança com eletricidade. 
Os principais riscos serão apresentados e você irá aprender a 
reconhecê-los e a adotar procedimentos e medidas de controle, 
previstos na legislação e nas normas técnicas, para evitar acidentes. 
Da sua preparação, estudo e disciplina vão depender a segurança e 
a vida de muitas outras pessoas, incluindo você. Pense nisso! 
 
Setor Elétrico e de Telefonia 
 
O Setor Elétrico e Telefonia têm vários riscos em comum, 
sobretudo o de origem elétrica que, muitas vezes, nas redes de 
telefonia está presente por compartilharem, geralmente, o mesmo 
ambiente de trabalho daquele. 
Profundas alterações tecnológicas e organizacionais ocorreram 
nos citados setores ao longo dos últimos anos e tem mostrado de 
forma explícita sua face mais cruel: os acidentes e a morte do 
trabalhador. O cenário atual é alarmante em número de acidentes e 
em desmonte organizacional e normativo dos setores, indicando a 
necessidade de uma intervenção rápida e eficaz do corpo de 
Auditoria Fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego. 
Em janeiro de 2002, o Departamento de Segurança e Saúde no 
Trabalho constituiu o Grupo Especial de Apoio à Fiscalização nas 
atividades do Setor Elétrico e Telefonia com objetivo de orientar o 
estabelecimento de metodologia de auditoria fiscal do trabalho que 
potencialize a intervenção fiscal nos mencionados setores e de 
elaborar e publicar material técnico e de procedimentos sobre o tema, 
dentre outros. 
A norma regulamentadora estabelecida pelo Ministério do 
Trabalho e Emprego (MTE) referente à Segurança em Instalações e 
Serviços em Eletricidade (NR-10) tem como objetivo estabelecer os 
requisitos e condições mínimas visando a implementação de 
medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a 
segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, 
interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
9 
Quanto ao campo de aplicação, esta NR se aplica às fases de 
geração, transmissão, distribuição e consumo, incluindo as etapas de 
projeto, construção, montagem, operação, manutenção das 
instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados nas suas 
proximidades, observando-se as normas técnicas oficiais 
estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão 
destas, as normas internacionais cabíveis. 
 
Breve histórico e cenário atual do Setor Elétrico e de Telefonia 
 
Até 1998 todo o setor de energia elétrica e de 
telecomunicações eram estatizados. A partir desse ano a distribuição 
de energia elétrica e o setor de telefonia, principalmente, começaram 
a sofrer profundas modificações organizacionais, com a 
transformação de empresas estatais ou de economia mista em 
empresas privadas. Tais transformações foram marcadas 
basicamente pelos seguintes fatores: 
 Privatização; 
 Acentuado processo de terceirização; 
 Redução de mão-de-obra, com grande número de demissões 
e aposentadorias sem reposição do efetivo, juntamente com 
“Programas de Demissão Voluntária” (PDV); 
 Inserção de mão-de-obra sem a devida qualificação; 
 Modificação de processos e equipamentos, com objetivo de 
modernização e atendimento às novas demandas do setor por 
processos mais ágeis, de baixo custo e com menor exigência 
de mão-de-obra. 
 
Uma visão atual da situação de privatização ocorrida no setor 
elétrico do país nos mostra que 80% da área de distribuição de 
energia elétrica encontram-se privatizada, área em que se concentra 
a maior parte da massa de trabalhadores eletricitários. Da mesma 
forma, 20% da geração de energia também foi privatizada, sendo que 
a transmissão continua sob administração estatal. 
As transformações descritas acima atingiram, de modo geral, 
todo o setor, até mesmo empresas que continuaram sendo estatais. 
A crescente terceirização e redução de mão-de-obra, e suas 
consequências nos processos produtivos, procedimentos e 
equipamentos, configuram o panorama geral do sistema de energia 
elétrica atualmente. 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
10 
 
Telefonia 
 
Conforme afirmamos inicialmente este trabalho enfocará tão 
somente as atividades realizadas nas redes de telefonia que 
coexistem com as estruturas de distribuição de energia elétrica e 
onde os riscos são comuns e similares, condição em que destacamos 
as atividades: 
 Montagens de acessórios nas estruturas (postes e estruturas 
aéreas); 
 Lançamentos de cabos telefônicos; 
 Manutenção das redes telefônicas; 
 Ligações telefônicas residenciais; 
 Ensaios e testes. 
 
Atualmente há a instalação de sistemas de comunicação no 
setor de transmissão de energia elétrica, utilizando cabos de fibras 
óticas nas torres de transmissão. Assim sendo, deve-se ter atenção 
às atividades de: 
 Montagens de acessórios nas torres de transmissão 
 Lançamentos de cabos de fibras óticas; 
 Manutenção das redes de comunicação instaladas em torres e 
estruturas elétricas; 
 Ensaios e testes. 
 
Energia Elétrica – Geração, Transmissão e Distribuição 
 
No Brasil a Geração de Energia Elétrica é 80% produzida a 
partir de hidrelétricas, 11% por termoelétricas e o restante por outros 
processos. A partir da usina a energia é transformada, em 
subestações elétricas, e elevada a níveis de tensão 
(69/88/138/240/440 kV) e transportada em corrente alternada (60 
Hertz) através de cabos elétricos, até as subestações rebaixadoras, 
delimitando a fase de Transmissão. 
Os riscos após a fase de processamento da geração 
(turbinas/geradores) de energia elétrica são similares e comuns a 
todos sistemas de produção de energia, e estão presentes em 
diversas atividades, destacando: 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
11 
 Instalação e manutenção equipamentos e maquinário (turbinas, 
geradores, transformadores, disjuntores, capacitores, chaves, 
sistemas de medição); 
 Manutenção das instalações Industriais após a geração; 
 Operação de painéis de controle elétrico; 
 Acompanhamento e supervisão dos processos de 
turbogeração; 
 Transformação e elevação da energia elétrica; 
 Processos de medição da energia elétrica. 
 
As atividades características da geração se encerram nos 
sistemas de medição da energia, usualmente em tensões de 138 a 
500 kV, interface com a transmissão. 
A fase de transmissão basicamente está constituída por linhas 
de condutores destinados a transportar a energia elétrica desde a 
fase de geração até a fase de distribuição, abrangendo processos de 
elevação e rebaixamento de tensão elétrica, realizados em estações 
próximas aos centros de consumo, ao lado das cidades. Essa 
energia é transmitida em corrente alternada (60 Hz) em elevadas 
tensões (138 kV a 500 kV). Os elevados potenciais de transmissão 
se justificam para evitar as perdas por aquecimento e redução no 
custo de condutores e métodos de transmissão da energia, com o 
emprego de cabos com menor bitola ao longo das imensas 
extensões a serem transpostas, que ligam os geradores aos centros 
consumidores. Atualmente há grande demanda de serviços no setor 
de transmissão de energia, ocasionada pelo envelhecimento das 
linhas instaladas, que datam de aproximadamente 30 anos de 
instalação e pela necessidade de construção de diversas novas 
linhas de transmissão, para fazer frente à expansão e à demanda, 
atuais no setor de energia elétrica. 
São atividades características do setor de transmissão: 
 Inspeção de linhas de transmissão 
Inspetores de linha verificam o estado da estrutura e seus 
elementos, a altura dos cabos elétricos e a faixa de servidão, área ao 
longo da extensão da linha de domínio da companhia de 
transmissão. Esse processo de inspeção periódica poderá ser 
realizado por terra ou por helicóptero, dependendo dos recursos da 
empresa e especificidade do serviço. As inspeções por terra 
demandam periodicamente subidas em torres e estruturas.Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
12 
 
 Manutenção de Linhas de Transmissão 
Compreende as seguintes atividades: 
 Substituição e manutenção de isoladores (dispositivo 
constituído de uma série de “pratos”, cujo objetivo é isolar a 
energia elétrica da estrutura); 
 Limpeza de isoladores; 
 Substituição de elementos para-raios; 
 Substituição e manutenção de elementos das torres e 
estruturas; 
 Manutenção dos elementos sinalizadores dos cabos; 
 Desmatamentos e limpeza das faixas de servidão. 
 
 
Figura 1.1 – Trabalhos em torres de transmissão 
 
 Construção de linhas de transmissão 
A construção de linhas de transmissão tem diversas etapas de 
trabalho desde desmatamento, construção de estruturas e 
lançamento de condutores destinados a transportar a energia 
elétrica, conforme descrição abaixo: 
 Desenvolvimento em campo de estudos de viabilidade, 
relatórios de impacto do meio ambiente e projetos; 
 Desmatamentos e desflorestamentos; 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
13 
 Escavações e fundações civis; 
 Montagem das estruturas metálicas; 
 Distribuição e posicionamento de bobinas em campo; 
 Lançamento de cabos (condutores elétricos); 
 Instalação de acessórios (isoladores, para-raios); 
 Tensionamento de cabos e sua fixação; 
 Ensaios e testes elétricos. 
 
Salientamos que essas atividades de construção são sempre 
realizadas com os circuitos desenergizados, via de regra, destinadas 
à ampliação ou em substituição a linhas já existentes, que 
normalmente estão energizadas. Dessa forma é muito importante a 
adoção de procedimentos e medidas adequadas de segurança, tais 
como: seccionamento, aterramento elétrico; equipotencialização de 
todos os equipamentos e cabos; dentre outros que assegurem a 
execução do serviço em linha desenergizada. 
 
 
Figura 1.2 – Construção de torres de transmissão 
 
Já na fase de Distribuição (11,9 / 13,8 / 23 kV), nas 
proximidades dos centros de consumo, a energia elétrica é tratada 
nas subestações, com seu nível de tensão rebaixado e sua qualidade 
controlada, sendo transportada por redes elétricas aéreas ou 
subterrâneas, constituídas por estruturas (postes, torres, dutos 
subterrâneos e seus acessórios), cabos elétricos e transformadores 
para novos rebaixamentos (110 / 127 / 220 / 380 V), e finalmente 
entregue aos clientes industriais, comerciais, de serviços e 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
14 
residenciais em níveis de tensão variáveis, de acordo com a 
capacidade de consumo instalada de cada cliente. 
A distribuição de energia elétrica aos consumidores é realizada 
nos potenciais: 
 Grandes consumidores abastecidos com tensões de 67kV a 
88kV; 
 Médios consumidores abastecidos por tensão de 13,8 kV; 
 Consumidores residenciais, comerciais e industriais até a 
potência de 75kVA (o abastecimento de energia é realizado no 
potencial de 110, 220 e 380 Volts); 
 Distribuição subterrânea no potencial de 24 kV. 
 
A distribuição de energia elétrica possui diversas etapas de 
trabalho, conforme descrição abaixo: 
 Recebimento e medição de energia elétrica nas subestações; 
 Rebaixamento ao potencial de distribuição da energia elétrica; 
 Construção de redes de distribuição; 
 Construção de estruturas e obras civis; 
 Montagens de subestações de distribuição; 
 Montagens de transformadores e acessórios em estruturas nas 
redes de distribuição; 
 Manutenção das redes de distribuição aérea; 
 Manutenção das redes de distribuição subterrânea; 
 Poda de árvores; 
 Montagem de cabinas primárias de transformação; 
 Limpeza e desmatamento das faixas de servidão; 
 Medição do consumo de energia elétrica; 
 Operação dos centros de controle e supervisão da distribuição. 
 
Quando falamos em setor elétrico, referimo-nos normalmente 
ao Sistema Elétrico de Potência (SEP), definido como o conjunto de 
todas as instalações e equipamentos destinados à geração, 
transmissão e distribuição de energia elétrica até a medição 
inclusive. 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
15 
Com o objetivo de uniformizar o entendimento é importante 
informar que o SEP trabalha com vários níveis de tensão, 
classificadas em alta e baixa tensão e normalmente com corrente 
elétrica alternada (60 Hz). 
Conforme definição dada pela ABNT através das NBR (Normas 
Brasileiras Regulamentadoras), considera-se “baixa tensão”, a 
tensão superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em 
corrente contínua e igual ou inferior a 1000 volts em corrente 
alternada ou 1500 volts em corrente contínua, entre fases ou entre 
fase e terra. Da mesma forma considera-se “alta tensão”, a tensão 
superior a 1000 volts em corrente alternada ou 1500 volts em 
corrente contínua, entre fases ou entre fase e terra. Já a extra-baixa 
tensão é a tensão inferior a 50 volts em corrente alternada ou 120 
volts em corrente contínua, não sendo aplicável a mesma as 
recomendações da NR10. 
 
 
Figura 1.3 – Configuração básica do Sistema Elétrico de Potência 
 
Nota: 
Enfatizamos que as informações contidas neste manual têm caráter 
orientativo e não de sobreposição a acordos firmados e validados externamente 
nas empresas ou ainda à legislação vigente. 
O objetivo básico deste material é permitir ao treinando o conhecimento 
básico dos riscos a que se expõe uma pessoa que trabalha com instalações ou 
equipamentos elétricos, incentivar o desenvolvimento de um espírito crítico que 
lhe permita ponderar tais riscos e apresentar de forma abrangente sistemas de 
proteção coletiva e individual que deverão ser utilizados na execução de suas 
atividades. 
 Odin Treinamentos 
 
www.odin.pro.br 
contato@odin.pro.br 
16 
Desta forma, portanto, o treinamento dirigido à prevenção de acidentes em 
nenhuma hipótese vai substituir treinamentos voltados à execução de tarefas 
específicas dos eletricistas, permitindo, isto sim, ampliar a visão do trabalhador 
para garantir sua segurança e saúde. 
Enfatizamos ainda que as figuras apresentadas são de caráter ilustrativo.

Continue navegando