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Populações indígenas brasileiras (2)

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Populações indígenas brasileiras
Profª. Ms. Francisca Melo e Prof. Ms. Gisvaldo Oliveira
1
Se tratavam/tratam de diversas etnias, cerca de mil povos com hábitos, crenças, costumes e organizações sociais específicas, mas que carregavam traços comuns.
Cerca de 1300 línguas diferentes agrupadas em dois troncos lingüísticos: Macro-gê e Tupi.
Macro gê: viviam no interior (Sertão). Exemplos: Carajás, Cariri, Tarairu. 
Tupi: viviam no litoral. Exemplos: Guaranis, Tupinambás e Tabajaras.
Faz-se necessário compreender essas populações através de seus próprios quadros de referência cultural e não através da visão do outro (colonizador), flexibilizando os estereótipos como “atraso”, “primitivos”, “bárbaros”, “desumanos”.
POPULAÇÕES INDÍGENAS BRASILEIRAS PRÉ-COLONIAIS.
As populações indígenas brasileiras pré-coloniais se espalhavam pelo território conforme mostra o mapa abaixo:
Crenças religiosas dos povos indígenas estavam relacionadas à natureza e ao seu ciclo. Exemplo: a chuva, a seca ou uma boa caçada estava associada à ação de várias entidades. (exemplo: Boitatá: protegia os campos dos incêndios; Curupira: protetor da fauna e da flora).
Figura central dos ritos religiosos eram os pajés, mediadores entre o mundo terreno e o espiritual, curandeiros e conhecedor dos remédios extraídos das plantas.
Os fenômenos naturais e suas próprias histórias eram transmitidas por meio dos mitos, histórias contadas como forma de explicação e transmissão oral de saberes e conhecimentos.
Os idosos eram respeitados como guardiões da floresta e do saber popular. Eram eles que transmitiam o conhecimento, os valores e as crenças do grupo aos mais jovens. Os indígenas desconheciam a escrita. O conhecimento era transmitido oralmente de geração em geração.
A relação com o tempo também é estabelecido pela natureza.
Nas comunidades indígenas, a relação com a natureza tem tanto um sentido mágico/simbólico como um sentido sustentável. A terra é um bem coletivo.
	“Terra para o índio é seu chão cultural, habitada por suas tradições, referência básica dos seus valores vitais, prenhe de mitos, campo de sua história. Os povos indígenas têm seus lugares sagrados, espaços de seus rituais, de manifestação de suas crenças e da força de seus ancestrais. A terra é o chão de sua história, de sua cultura, de sua coesão, de sua sobrevivência.”
“Os povos indígenas têm um profundo respeito pela terra. Eles a consideram como uma “grande mãe” que os alimenta e dá vida, porque é dela que tiram todas as coisas que precisam para a sua sobrevivência [...]. Para eles a terra não é apenas vista como um bem a ser explorado e depredado [...]”	(Daniel Munduruku.)
Assim como a terra, o produto do trabalho também é coletivo, nesse sentido, não existe estratificação ou desigualdade social.
Colonização da América
Após os primeiros contatos e diante das potencialidades das novas terras e do perigo de invasões por outras nações europeias, os portugueses iniciam o processo de colonização do Novo Mundo.
Os interesses principais eram: metais preciosos e difundir a fé cristã. Entretanto, os colonizadores não encontraram de imediato ouro ou prata, focando-se na exploração do pau-brasil em forma de estanco e escambo (deram sentido diferente dos povos nativo à exploração dessa madeira).
O pau-brasil também chamou a atenção de outros comerciantes europeus, como os franceses. Para evitar o assédio dos europeus ao litoral, o governo português optou por colonizar o território a partir de 1530. Houve a criação de feitorias e núcleos de povoamento.
Outros países europeus como França, Inglaterra e Holanda ambicionavam explorar as novas terras, contestando o estabelecido no Tratado de Tordesilhas.
“O sol brilha para todos e desconheço a cláusula do testamento de Adão que dividiu o mundo entre portugueses e espanhóis”, assim reagiu o Rei da França Francisco I ao Tratado de Tordesilhas.
Por essa razão, desde cedo apareceram na costa do Brasil embarcações que promoviam o comércio clandestino, estabelecendo contato com os indígenas e aliando-se a eles contra os portugueses.
Os negros da terra (nativos) foram a primeira mão de obra escrava utilizada na colonização do Brasil. Foi tema de discordância entre colonizadores (escravizar) e jesuítas (catequizar).
A escravização indígena foi questionada por alguns jesuítas, em alguns casos, aceitavam a escravidão dos nativos apenas para os que fossem presos por meio da guerra justa ou pelo resgate.
A antropofagia, entendida como canibalismo pelo colonizador, foi o pretexto para escravizar os nativos europeus, uma vez que seria a prova de barbárie destes povos, da natureza não humana dos ameríndios.
No litoral brasileiro, os tupinambás (do grupo Tupi) tinham o hábito de consumir certas partes de um prisioneiro às vésperas de um conflito com outra tribo ou para a aquisição de suas qualidades.
Com o conhecimento de novas tribos e suas práticas, os europeus iam criando novos e contraditórios olhares sobre os nativos, aos quais se destacam: a inocência paradisíaca, seres diabólicos, sujeitos do pecado, bárbaros.
Batismo da América – nomear também era uma forma de dominação simbólica destes povos. (Ex.: Terra de Vera Cruz, Baía de Todos os Santos, Monte Pascoal).
As línguas nativas também foram objetos de associações com a cultura projetada. (Ex.: o termo indígena Zumé foi interpretado pelo colonizador como sendo São Tomé).
		
		A administração colonial
Criação das capitanias hereditárias.
Com as capitanias hereditárias o governo tinha intenção de fazer com que a iniciativa privada se responsabilizasse pela colonização, por isso distribuiu as terras a doze pessoas.(Cartas de doação e Foral)
Os capitães donatários não poderiam vender as terras recebidas, somente explorá-las. Por outro lado, eles tinham o poder de fundar vilas, distribuir sesmarias, nomear funcionários, gerir a Justiça, cobrar impostos dos colonos e escravizar indígenas que habitassem a sua capitania.
Com o passar dos anos, somente as capitanias de Pernambuco e São Vicente prosperaram. O sistema de capitanias hereditárias fracassou pela falta de interesse dos donatários, grande extensão dos lotes, distância em relação à metrópole e dificuldade de controlar os investimentos realizados ali.
Em razão do insucesso das capitanias hereditárias, a Coroa portuguesa criou em 1548 os Governos Gerais, na tentativa de centralizar a política de exploração da América.
Dificuldade de imposição do poder dos governadores gerais.
Os governadores gerais, nomeados diretamente pelo rei, tinham como tarefa: arrecadar tributos, controlar o sistema administrativo da colônia, pacificar as guerras indígenas, proteger a colônia dos ataques de outras nações, fundar vilas e cidades e estimular atividades econômicas.
Nas vilas e cidades foram criadas também as câmaras municipais, encarregadas de funções administrativas, judiciais, policiais e financeiras e seus ocupantes eram apenas os “homens bons” (clérigos, funcionários da coroa, fazendeiros e comerciantes ricos).
Governadores gerais
Os governadores gerais eram os chefes administrativos e militares da colônia.
Tomé de Souza: 
Chegou à Bahia em 1549 acompanhado de arquitetos, pedreiros, carpinteiros, funcionários do governo, soldados e degredados para dar início à construção da capital da colônia: Salvador.
Disputas de terra com indígenas.
Incentivo à construção de engenhos de açúcar e introdução do gado bovino vindo de cabo verde (incentivo à agricultura e pecuária).
Pensando nas possibilidades reais de invasões de piratas estrangeiros e na manutenção do domínio português, o governador-geral distribuiu armas e munições aos colonos e construiu várias fortalezas em áreas estratégicas.
No âmbito religioso, destaca-se a vinda dos primeiros jesuítas e a criação do primeiro bispado do Brasil. Os jesuítas, chefiados por Manuel da Nóbrega, começaram a evangelização dos índios.Duarte da costa:
Segundo governador geral. Sua administração durou de 1553 a 1558. Tinha a função de solidificar o domínio português, intensificar a catequese indígena, sufocando as resistências.
Acompanhado dos Padres José de Anchieta e Manuel da Nobrega – ergueram o Colégio São Paulo, que deu origem à vila e depois à cidade de São Paulo.
Marcado pelo conflito entre colonos e jesuítas em torno da escravidão indígena e pela invasão dos franceses na Bahia de Guanabara (Rio de Janeiro – França Antártica).
Mem de Sá:
Foi o terceiro governador geral do Brasil. Sua administração ocorreu entre 1558 a 1572. 
Dar seqüência à política pacificação de índios rebelados. 
 Expulsão dos franceses da Baía de Guanabara e fundação da cidade do Rio de Janeiro.
Após sua morte, em 1572, o rei de Portugal divide o Brasil em Governo do Norte (capital em Salvador) e Governo do Sul (capital Rio de Janeiro) para facilitar a administração da colônia. Não sendo bem sucedido, reunifica o Brasil e mantém a capital em Salvador.
AS PROBLEMÁTICAS ATUAIS DAS POPULAÇÕES INDÍGENAS.
A AQUISIÇÃO DE DIREITOS
"Estatuto do Índio" é o nome como ficou conhecida a lei 6.001. Promulgada em 1973, ela dispõe sobre as relações do Estado e da sociedade brasileira com os índios. Em linhas gerais, o Estatuto seguiu um princípio estabelecido pelo velho Código Civil brasileiro (de 1916): de que os índios, sendo "relativamente incapazes", deveriam ser tutelados por um órgão indigenista nacional (de 1910 a 1967, o Serviço de Proteção ao Índio - SPI; atualmente, a Fundação Nacional do Índio – FUNAI) até que eles estivessem “integrados à comunhão nacional”, ou seja, à sociedade brasileira.
A Constituição de 1988 reconhece aos índios o direito de manter sua própria cultura. Há o  abandono da perspectiva assimilacionista, que entendia os índios como categoria social transitória, a serem incorporados à comunhão nacional.
A Constituição de 1988 não fala em tutela ou em órgão indigenista, mas mantém a responsabilidade da União de proteger e fazer respeitar  os direitos indígenas. 
O Novo Código Civil (2002), em consequência, retira os índios da categoria de relativamente incapazes e dispõe que a capacidade dos índios será regulada por legislação especial.
“A ideia é construir, junto com a população indígena, os professores, os gestores e toda a comunidade, material específico da etnia, da língua indígena da comunidade em que ela está inserida no estado do Amazonas", explicou o gerente de Ensino Fundamental da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Eriberto Façanha. "Produzir um material próprio para o índio, para que ele possa ter sua cultura, seu contexto, sua história e toda uma dinâmica da própria população indígena”, acrescentou Façanha. Doroteia acrescentou que os indígenas também pediram que o material inclua os saberes tradicionais da região, as formas próprias de educar de cada povo, a oralidade, o trabalho, as crenças e as memórias deles. “Isso porque, muitas vezes, os livros que eles recebem do Ministério da Educação (MEC) não estão contextualizados com essa realidade”, disse a professora.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-02/amazonas-comeca-produzir-material-didatico-para-escolas-indigenas
Processo de demarcação das terras indígenas
Os dilemas no processo de demarcação das terras indígenas 
USINA BELO MONTE - XINGU
A QUESTÃO DOS GUARANIS KAIOWÁS
Em 1943, quando o governo Vargas criou a Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND), os Kaiowá viviam em suas terras de maneira tradicional, ou seja, em pequenas comunidades com até 100 famílias articuladas por redes de relações socioculturais e ambientais. Como parte do programa “Marcha Para o Oeste”, o governo Vargas incentivou a invasão dessas terras por colonos e fazendeiros.
As colônias se transformaram em fazendas; a floresta, em pasto e lavoura; e os Guarani-Kaiowá foram sendo expulsos de suas terras e obrigados pelo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) a se assentarem em oito pequenas reservas, processo denominado pelo historiador Antonio Brand como de “confinamento”. Os Kaiowá dizem que foram “enchiqueirados”, comparando seu destino com o cerco realizado pelos fazendeiros para conter porcos.
Desde o início dos anos 1980, quando os Guarani-Kaiowá iniciaram o processo de retomada dessas terras, passaram a ser alvos de pistoleiros contratados pelos fazendeiros. A inércia do governo federal em cumprir o que determina a Constituição Federal de 1988 só aumenta a tragédia e deixa campo aberto para que a violência se amplie.
“Os Guarani-Kaiowá vivemos no estado do Mato Grosso do Sul, enfrentamos as piores condições de vida, sofremos a violência mais profunda e a situação de maior vulnerabilidade social e cultural no país. Somos cerca de 45 mil pessoas e vivemos no exílio, fora de nossas terras, que se encontram invadidas por fazendeiros que delas nos expulsaram em passado recente com o apoio do Estado brasileiro”. [Trecho da carta dos Guaranis Kaiowás]
#SomosTodosGuaraniKaiowá
A QUESTÃO DO PRECONCEITO VIVENCIADA PELOS POVOS INDÍGENAS.

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